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1 Introdução a Psicopedagogia

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FCE – Faculdade Campos Elíseos 
Núcleo de Pós Graduação em Educação 
 Rua Vitorino Carmilo, 644 – Bairro de Campos Elíseos São Paulo / SP - CEP. 01153-000 
Telefones: 11-3661-5400 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª. Ms. Thais Sisti De Vincenzo Schultheisz 
 
 
 
 
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Introdução à Psicopedagogia 
 
“Nascemos fracos, precisamos de forças, nascemos desprovidos de 
tudo, temos necessidade de assistência; nascemos estúpidos, 
precisamos de juízo. Tudo o que não temos ao nascer, e de que 
precisamos adultos, é-nos dado pela educação.” 
 (ROUSSEAU, 1995). 
Conceituação: 
 
 É interessante citar, que quando existe a tentativa de definir o 
termo Psicopedagogia de forma precisa, observa–se a necessidade 
de aprofundar cada vez mais os estudos para que ocorra um 
“clarear” tão esperado. 
Num primeiro momento, surge a necessidade de investigação 
da origem dos problemas de aprendizagem. O “olhar” é voltado 
para a metodologia utilizada para o ensino. 
Recorrem aos procedimentos da Psicologia e surge uma melhora, 
mas não o suficiente para que os problemas sejam resolvidos. 
Aliás, esta união muito bem vinda, num primeiro momento, acaba 
sendo utilizada para dar nome à Psicopedagogia que, afinal até 
então, surge desta união. Mas apenas esse somatório, não é 
suficiente. Existe a necessidade de agrupar outras ciências e mais 
conhecimento na tentativa de atingir uma maior abrangência e 
avaliação dos problemas. 
 
 
 
 
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Num segundo momento então, utiliza-se como referência o 
surgimento da mesma, como intersecção da Psicologia e da 
Pedagogia. 
Na realidade, é necessária a ocorrência de um novo campo 
de atuação. 
Aparentemente nova esta apareceu no século XIX, na França 
(Europa) como resultado de “trocas” entre pessoas envolvidas nas 
áreas de Educação, Filosofia e Medicina, com o intuito de resolver 
os fracassos escolares. 
Conforme evoluíam os conhecimentos das áreas relacionadas 
à educação, a Psicopedagogia ia se tornando mais embasada e 
consequentemente fortalecida e estruturada. 
Neste momento histórico, apresenta uma definição clara do 
objeto a ser estudado, o processo de aprendizagem humana: seus 
padrões normais de evolução e as comorbidades, considerando a 
influência do meio, (família, escola e sociedade) no 
desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da 
Psicopedagogia, sendo que acoplados a ela, a Pedagogia, 
Psicologia, Antropologia, Linguística, Neurologia, Epistemologia, 
Psicanálise. 
Esta é de natureza interdisciplinar, utilizando recursos das 
várias Áreas do conhecimento humano para a compreensão do ato 
de apreender. 
O trabalho psicopedagógico é de natureza clínica e 
institucional, de caráter preventivo e/ou remediativo. 
 
 
 
 
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Objeto de estudo da Psicopedagogia: 
 
O ato de aprender e ensinar, levando sempre em conta as 
realidades interna e externas da aprendizagem tomadas em 
conjunto. 
Procura estudar a construção do conhecimento em toda a sua 
complexidade, procurando colocarem pé de igualdade os aspectos 
cognitivos, afetivos e sociais que lhe estão implícitos. 
Podem ser de caráter preventivo ou terapêutico. 
Preventivo: o objeto de estudo é o ser humano em 
desenvolvimento, enquanto educável. Seu objeto de estudo é a 
pessoa a ser educada, seus processos de desenvolvimento e as 
alterações de tais processos. Focaliza as possibilidades do 
aprender, num sentido amplo. 
Família, comunidade, escola, esclarecendo aos pais, 
professores e administradores sobre as diferentes etapas do 
desenvolvimento, sobre o progresso nos processos de 
aprendizagem, sobre as condições determinantes de dificuldades 
de aprendizagem. 
Terapêutico: Considera o objeto de estudo da psicopedagogia a 
identificação, análise, elaboração, de uma metodologia de 
diagnóstico e tratamento das dificuldades de aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
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Teorias que embasam o trabalho 
psicopedagógico: 
 
Conhecer os fundamentos da Psicopedagogia implica refletir 
sobre suas origens teóricas, ou seja, revisar velhos impasses 
conceptuais que subjazem na ação e na atuação da Pedagogia e 
da Psicologia no apreender do fenômeno educativo. 
Do seu parentesco com a Pedagogia, traz as indefinições e 
contradições de uma ciência cujos limites são os da própria vida 
humana. 
Envolve o social e o individual em processos tanto transformadores 
quanto reprodutores. 
Da Psicologia, herda o velho problema do paralelismo 
psicofísico, um dualismo que ora privilegia o físico (observável), ora 
o psíquico (a consciência). 
A primeira abordagem na então década de 1970, aonde 
existia uma visão médica dos Problemas de Aprendizagem, é a 
abordagem Psiconeurológica que diz: 
 
Abordagem Psiconeurológica 
Existe uma alteração no funcionamento cerebral que 
“atrapalha” o comportamento de aprender. 
Quando se diz que o comportamento está desorganizado em 
função de problemas neurológicos, está se referindo a abordagem 
psiconeurológica. 
 
 
 
 
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Para que se possa ter certeza que o indivíduo tem este tipo de 
distúrbio, segundo Myklebust (1987), este deve apresentar sua 
intelectualidade sem alterações,seu emocional e sua integridade 
tanto dos sentidos quanto de sua motricidade de acordo com a 
idade, mas não consegue aprender a leitura e a escrita pois traz 
evidências em seu comportamento ou em nível neurológico de mal 
funcionamento cerebral. 
O que se diferencia de sujeito para sujeito é a graduação e 
tipologia de disfunção. 
Exemplos: verbais e não-verbais. 
 Verbais: Problemas no processamento de recepção de 
informações ou expressões das mesmas. 
 Sensoriais: (audição e/ou verbalização). Se existe ou 
não integração entre eles. 
Estudos feitos na procura das relações estabelecidas entre o 
cérebro e a aprendizagem: 
a) Aprendizagem intraneuro – sensorial: aquela que está 
predominantemnte vinculada a um sistema do cérebro. 
b) Aprendizagem interneuro- sensorial: quando utiliza mais de um 
sistema. 
c) Integrativa: quando utiliza todos os sistemas simultaneamente, 
como no caso da alfabetização, da leitura e da escrita. 
 
É IMPORTANTE O CÉREBRO RECEBER, CATEGORIZAR, 
ARMAZENAR E INTEGRAR INFORMAÇÕES. 
 (Myklebust, 1987) 
 
 
 
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7Outra das abordagens da Psicologia é a de Skinner, ou a 
abordagem Behaviorista 
 
Abordagem Comportamental ou Behaviorista 
 
Segundo Romero (1995), existem várias teorias com abordagens 
diferentes no intuito de explicar os problemas de aprendizagem. 
Entre elas a Behaviorista ou Modificação de Comportamento que 
diz: 
Existem diferenças individuais entre os sujeitos, alterações 
cerebrais constitucionais ou hereditárias. 
 Famílias desagregadas gerando uma educação descontínua ou 
desamparo. 
 Somatório dos itens anteriores. 
 A Teoria Comportamentalista acredita que o indivíduo é 
controlado pelo meio ambiente externo, do qual recebem os 
estímulos, os quais interferem no apreender. 
Psicologia Social: se encarrega da constituição dos sujeitos, 
que responde ás relações familiares, grupais e institucionais, em 
condições sócio – culturais e econômicas. 
A Epistemologia e a Psicologia Genética que se encarregam 
de analisar e descrever o processo construtivo do conhecimento 
pelo sujeito em interação com os outros e com o objeto. 
 
 
 
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A Lingüística que se encarrega da compreensão da 
linguagem/língua/social-cultural. 
Neuropsicologia que se encarrega do tratamento comportamental 
das pessoas, das evoluções ocorridas no plano psíquico e 
psicomotor. 
Segundo alguns autores, o problema de aprendizagem enquanto 
sintoma pode ser comparado, na sua dinâmica ao sintoma 
conversivo. Frente a enfermidades que apareciam no corpo e que 
não podiam ser explicadas pela medicina. Então Freud chega à 
noção do inconsciente e assim se amplia ainda mais o 
entendimento psicodinâmico do ato de aprender. 
 
A Psicopedagogia no Brasil e na Argentina 
Primórdios europeus: 
Originária da Europa, século XIX, mais especificamente na 
França. Frente a demanda muito grande de alunos com problemas 
de aprendizagem e fracassos escolares, os educadores junto com 
filósofos e médicos, começam a analisar o problema em busca de 
soluções mais efetivas e plausíveis. 
Houve uma grande importância na Psicopedagogia praticada na 
 
Argentina, dos pensamentos de Jacques Lacan, Maud Mannoni, 
Françoise Dolto, Julian de Ajuriaguerra, Pierre Vayer, Pichon-
Rivière e outros escritores franceses, que também interferiram na 
atuação da Psicopedagogia no Brasil. 
 
 
 
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 Segundo pesquisas, o primeiro Centro Médico 
Psicopedagógico do qual se tem registros na literatura surge na 
França e tem como fundador George Mauco (psicanalista francês). 
Começam então movimentos de integração de conhecimentos entre 
as áreas médicas, psicológicas, psicanalíticas e pedagógicas, com 
o mesmo objetivo: Resolver questões relacionadas a aprendizagem 
e comportamento, pois nesta época, aumenta o número de crianças 
que apresentam retardamento mental grave. Atuam nessa área 
psiquiatras, que na realidade sem ter conhecimento da patologia, 
internam estas crianças nos chamados “depósitos de doentes 
mentais”, pois estas, não apresentavam condições de serem 
cuidadas por suas famílias. 
 
Urge então que se aprofundem os estudos na área e que 
construam hospitais para cuidarem destes doentes. 
Nesta época, acreditava-se que esta era a única comorbidade 
apresentada por crianças. 
Janine Mery, psicopedagoga francesa, em 1985, cria o termo 
Psicopedagogia Curativa, que usava para descrever a atuação 
terapêutica de psicólogos e pedagogos com crianças que 
aprendiam de forma mais lenta do que as outras e, na medida em 
que esta autora pesquisa os problemas educacionais ocorridos no 
século XIX ,esta, em suas pesquisas, descobre que os tratamentos 
na época, eram voltados principalmente para a estimulação da 
percepção e dos sentidos, voltadas para a visão e o tato. 
 
 
 
 
 
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Ainda no século XIX, Pestalozzi, influenciado pelo 
pensamento de Rousseau, inicia um trabalho na Suíça, onde funda 
um Centro de Educação através do trabalho, acolhendo menores 
pobres sem idade específica e sem aceitar a ideia vigente na 
época, que não havia cura para o doente mental. 
 Maria Montessori, nascida na Itália e com formação em 
Psiquiatria, elabora uma metodologia de aprendizagem voltada a 
princípio para crianças, portadoras de rebaixamento intelectual, mas 
que com o tempo, passou a ser utilizado com todas as crianças. 
Educar o ânimo através da estimulação sensorial e promover a 
alfabetização era seu objetivo maior. Surge então, a ação 
reeducadora. 
 Traços históricos da Psicopedagogia na 
Argentina 
 
Segundo Alícia Fernandes (1991), a graduação em 
Psicopedagogia é praticamente contemporânea a de Psicologia na 
Argentina, há mais de trinta anos. 
A atuação na área teve início antes da abertura do curso. 
Era conveniente e interessante para profissionais graduados 
em outras áreas, (como por exemplo, a Filosofia, no caso de Sara 
Pain), intervirem em lacunas, onde não caberia a atuação nem da 
Pedagogia, nem da Psicologia. 
Começaram então, a trabalhar com reeducação, com o objetivo de 
solucionar problemas escolares. 
 
 
 
 
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Deram uma atenção maior às funções do ego: memória, atenção, 
percepção, pensamento e comportamento motor. 
 
Na Argentina, na época, os psicólogos não podiam exercer a 
clínica, sendo então a área da educação, uma grande oportunidade 
de trabalho. Na medida em que passaram a voltar sua atenção para 
as dificuldades de aprendizagem, construíram toda a metodologia 
que originou a Psicopedagogia. Primeira graduação na área , na 
Universidade de Buenos Aires. 
 
Em 1970, são fundados em Buenos Aires, Centros de Saúde 
Mental, sendo que os pacientes eram diagnosticados e tratados por 
psicopedagogos que acompanhavam todo o processo e após um 
ano, voltavam, para uma reavaliação. 
Observou-se então, que os problemas de aprendizagem eram 
solucionados, mas havia um “deslocamento” para comorbidades 
como: fobias, pré – psicoses e outras doenças, fazendo-se chegar a 
conclusão que o “olhar” e a “escuta” psicanalítica eram de suma 
importância, portanto foram incluídas na grade curricular, 
completando o perfil do psicopedagogo argentino nos dias de hoje. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A Psicopedagogia no Brasil 
 
 
Durante muito tempo, persistiu – se na idéia de que os 
problemas e aprendizagem seriam provocados por alterações no 
organismo.Recorria-se aos médicos para tratamento e existe muita 
literatura neste sentido, ou seja, atribuía-se o “não aprender” a 
comorbidades. 
 
Surgem rótulos como D.C.M. (Deficiência Cerebral Mínima) já 
citados pelos pais e outras denominações como disritmia, dislexia, 
em meio uma lista delas, encobrindo problemas sociais, 
pedagógicos, psicológicos de origemfamiliar e outros tantos. 
Vivia-se como se a população escolar fosse repleta de seres 
“anormais” frequentadores de instituições escolares. 
Nada incomum o aparecimento de pacientes no consultório, 
recomendados pela escola, por médicos. 
Em meio a tantas atribulações, surgem na década de 1970 os 
primeiros cursos de Pós –Graduação em Psicopedagogia no Brasil. 
Inicialmente, para o aumento de repertório de psicólogos, 
pedagogos e educadores em geral para ajudar no entendimento e 
auxílio das dificuldades escolares, tratadas aqui como distúrbios. E 
é dentro deste contexto social, com apoio do conhecimento 
científico que as especializações são “montadas”. 
Uma sociedade com cultura diferente da Argentina, da qual surgiu a 
Psicopedagogia. 
 
 
 
 
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Os estudos na Argentina estavam bem avançados quando 
surgiu a Pós – Graduação em nível de especialização no Brasil. 
 
Antes mesmo da implantação, surgem em nível institucional, 
com uma visão psicopedagógica, cursos referentes à criança – 
problema em sala de aula, dificuldades escolares, etc. 
Em 1979, institui-se o primeiro curso no “Instituto Sedes Sapientae”, 
enfocando a reeducação sob a ótica piagetiana e na Teoria da 
Gestalt. 
Um curso com enfoque terapêutico sobre os aspectos afetivos 
da aprendizagem. 
Em seguida, abre-se “caminhos” para a instituição escola. 
Daí enfatiza-se a atuação diferenciada do Psicopedagogo 
Clínico do Institucional. 
Destacam-se no Brasil, os cursos do “Sedes”, “PUC”. Os 
primeiros a formar Psicopedagogos em São Paulo. 
Destaca-se também, o estado do Rio Grande do Sul. 
Pontos comuns entre Brasil e Argentina: 
Início da parte prática antes da criação de Cursos específicos. 
Necessidade de solução para os fracassos escolares. 
Objetivo inicial: Clinicar. 
Ampliação para a escola com intuitos preventivos e curativos 
ou terapêuticos. 
Excelentes oportunidades de trabalho em função de grande 
procura. 
 
 
 
 
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Psicopedagogia Clínica 
 
 Na atuação clínica, precisa-se conhecer e compreender a 
história de vida do indivíduo, como este se posta em relação ao 
mundo, família, escola e ambiente social mais amplo. 
 
Se faz necessário observar sempre e o tempo todo, pois a 
observação é uma “grande arma” de trabalho. É com ela que 
aprendemos a “ler” as mensagens corporais, o “quantum” de 
atenção é despendido pelo sujeito que apresentar dificuldades para 
aprender, como reage as informações recebidas, se as processa, 
de que forma isso ocorre. 
 
Se existe o querer e o desejar em relação aos conteúdos 
programáticos, qual sua relação com os professores e como estes 
fazem a mediação na aprendizagem. 
 
Se faz necessário também, estudar profundamente e sempre, 
o funcionamento orgânico, psíquico, cultural, pedagógico, social, 
enfim, apresentar um amplo e profundo conhecimento para poder 
diagnosticar e intervir nos problemas apresentados. 
 
Precisa-se saber também para onde e quando há 
necessidade de encaminhar para outro profissional ou outros. 
 
 
A Psicanálise é fundamental para que se possa entender 
 
 
 
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quais os “mecanismos de defesa” utilizados e como lidar com eles 
promovendo saúde, mas em primeiro lugar, estar sempre voltado 
para o “como” o sujeito aprende e quais as lacunas de 
conhecimento, físicas, emocionais, culturais ou sociais temos que 
atuar. 
Psicopedagogia Institucional: 
 
Costumo sempre me referir a instituição, como um “paciente 
grande”, ou seja, dentro dela, não lidamos apena com as queixas 
advindas dos professores, coordenadores e pais, mas sim com a 
instituição como um todo. 
Como se trabalha dentro da mesma? 
Que relações e estabelecem entre os funcionários e a direção 
da escola? 
Qual a metodologia de ensino? 
Como se lida com os alunos de forma geral e particular? 
Qual apoio é oferecido para aqueles que apresentam 
dificuldades em aprender? 
Qual o papel da família nesta instituição escolar? 
A que população esta escola se destina? 
Quais os valores, ideologia e filosofia desta instituição? 
Após a análise de todos estes fatores, muitas vezes precisa-
se trabalhar família, professores, direção, coordenação, a postura 
do professor em sala de aula. 
 
 
 Envolver a família no processo escolar de seu (s) filho(s), de 
 
 
 
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forma mais participativa e operante. 
 
Promover oficinas psicopedagógicas, dando suporte, auxílio 
na produção e incorporação de conteúdos a serem adquiridos e 
introjetados. 
Epistemologia Convergente – Visca. 
A Epistemologia Convergente, segundo Jorge Visca, tem seus 
alicerces na psicanálise, na teoria de Jean Piaget e também em 
Pichon – Rivière (Psicologia Social). 
Jorge Visca traz a Psicopedagogia sob uma visão de que 
futuramente, todas as ideias advindas das áreas que a constituem 
quando revisadas, formarão novos conceitos e possibilitarão o 
surgimento de novas técnicas de trabalho. 
Todas as teorias anteriores, cada uma em sua visão, não 
possibilitavam uma real integração de ideias, o que só começa a 
acontecer, mais ou menos de 1030 para frente, aonde existe uma 
maior flexibilidade por parte dos estudiosos o eu possibilita a 
integração de conceitos. O chamado período integracionista. 
Daí o surgimento da Epistemologia Convergente, que nada 
mais é, do que o somatório das descobertas psicanalíticas 
piagetianas e da Psicologia Social das quais Visca entre 1070 e 
1980 elabora esta teoria. 
 
Se faz presente então uma maior compreensão das 
 
 
 
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interferências da cognição e da afetividade no aprender, e forma 
que a elaboração do diagnóstico psicopedagógico nos dá uma 
“visão” de como o indivíduo “funciona”. 
Segundo esta teoria, a aprendizagem se constrói à partir de 
fatores intrapsíquicos, com interferência dos fatores genéticos e do 
meio social ao qual o sujeito faz parte. 
O diagnóstico é feito então, de forma que durante o decorrer 
do mesmo, se tenha uma abrangência do todo que este indivíduo é, 
construído à partir de uma sequência de “passos” que nos levem a 
chegar a um diagnóstico ter um prognóstico e então, se indicar o 
tratamento e realizá-lo . 
Na Psicopedagogia, se faz o diagnóstico à partir da 
investigação e esclarecimento dos fatores eu impedem que se 
aprenda, possibilitando o conhecimento do ritmo através do qual a 
aprendizagem ocorre, se existe ou não uma comorbidade, quais as 
interferências externas e internas no processo. 
Enfim, uma visão global à partir da qual se levanta hipóteses 
diagnósticas sobre as causas do não aprender.A atuação do 
psicopedagogo na área Clínica e nas Instituições ocorre de formas 
diferentes.Citado aqui, apenas uma forma diagnóstica, que é de 
JorgeVisca, mas existem outros autores dependendo da área de 
atuação. 
 
Referências e Bibliografias: 
 
 
 
 
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Bossa, A. Nádia – “A Psicopedagogia no Brasil” –Ed. Artes 
Médicas, 1994. 
Apostila: Prof. MS. José Olimpio dos Santos sobre Psicopedagogia 
Clínica e Educacional 
Johnson, J. Doris e Myklebust, R. Helmer – Distúrbios de 
Aprendizagem. 1987. Editora Pioneira. 
“Pontos de Encontro e Desencontro na Prática Psicopedagógica: 
Argentina e Brasil”, revista Psicopedagogia da Associação 
Brasileira de Psicopedagogia, n.22, São Paulo, 1991, pp. 22-26. 
ROMERO, J. F. Os atrasos maturativos e as dificuldades de 
aprendizagem. In: COLL. C., PALACIOS, J., MARCHESI, A. 
Desenvolvimento psicológico e educação: necessidades 
educativas especiais e aprendizagem escolar. Porto Alegre: 
Artes Médicas, 1995, v. 
 
BASSEDAS, Eulália; HUGUET, Teresa; MARRODÁN, Maite. 
Intervenção Educativa e Diagnóstico Psicopedagógico, Porto 
Alegre, Artes Médicas, 1996. 
 
BOSSA, Nadia A. A Psicopedagogia no Brasil, Porto Alegre, Artes 
Médicas,1994. 
 
 
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