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3 1. Objetivos: O objetivo deste relatório é descrever e apresentar os resultados obtidos com o ensaio SPT (standard penetration test). O SPT configura um dos mais importantes ensaios para reconhecimento do solo devido seu baixo custo quando comparado a outros ensaios como CPT. É de grande uso para obras de engenharia civil, pois com as informações obtidas no ensaio o projetista é capaz dimensionar de modo mais eficaz suas fundações. 2. Normas utilizadas: A norma utilizada para realização do ensaio SPT é a NBR 6484/01 - Solo - Sondagens de simples reconhecimento com SPT - Método de ensaio, cuja finalidade é determinar o tipo de solo presente na amostra coletada, posicionamento do nível da água e o índice de resistência do solo à perfuração do amostrador que é similar à resistência mecânica do solo. 3. Aparelhagem: Os equipamentos e os técnicos que realizaram o furo onde seria feito o ensaio SPT foram da empresa INVESTGEO SONDAGENS E FUNDAÇÕES. Equipamentos: • Torre suporte com roldana; • Amostrador padrão; • Martelo de 65 kg para cravação do amostrador; • Embalagens para descrição da amostra; • Tubos de revestimento para alongar o amostrador. • Trado Helicoidal 4. Conteúdo teórico: O estudo geotécnico tem o intuito de conhecer as propriedades do solo, principalmente, a resistência e o nível do lençol freático, que são características fundamentais para otimizar projetos de engenharia geotécnica, assim reduzindo custos com eventuais super ou sub dimensionamentos que podem causar patologias ou colapso total da estrutura. Um exemplo de patologia bem comum é fissuração, que pode ser ocasionada a partir de recalques diferenciais das fundações. No ensaio SPT, a resistência a penetração do dinâmica é caracterizada através do índice de resistência Nspt, obtido com a cravação do amostrador padrão (ver anexo). A cravação é feita utilizando a energia potencial de um martelo de 65 quilogramas e altura de 0,75 metros. O valor do índice corresponde ao número necessário para cravar 0,3 metros do amostrador no solo, após uma cravação inicial de 0,15 metros. 4 De acordo com Câmara e Pereira (2005) o ensaio SPT consiste no método para exploração do subsolo mais utilizado em todo mundo, quando se trata de solos granulares, no brasil o método é normatizado pela NBR 6484/01. Isso confere ao método um número grande de pessoas e instituições com interesse, surgindo cada vez mais pesquisas afim de otimizar a sondagem conforme a região do mundo na qual é empregada. Segundo Belincanta e Ferraz (2000) mesmo a NBR 6484 padronizar o ensaio em todo território brasileiro, existem no mercado quatro tipos básico de sondagem SPT. 1. Uso de coxim de madeira no martelo cilíndrico, operado manualmente com corda de sisal e roldana fixa; 2. Idêntico ao anterior, porém acionamento feito com cabo de aço manual; 3. Sondagem executada com toda perfuração feita com próprio amostrador, sem auxílio de trado. 4. equipamento importado, utilizando martelo automático e procedimento da Norma Americana da ASTM, D1586-92. O 1°, 2° e 4° métodos caracterizam-se por um furo previamente feito, geralmente com auxilio trado, até que se atinja a cota a ser ensaiada, feito isso é colocado o amostrador e contado o número de golpes necessário para o avanço. No 3° caso o avanço da perfuração ocorre com ajuda do próprio amostrador, não sendo utilizado trado nem circulação de água, quando se atinge a cota pré-estabelecida o amostrador e retirado e o solo armazenado para posterior análise. Este método se distancia bastante do padrão estabelecido pela norma, porém é usado em regiões cuja camada superficial de solo é espessa e de material poroso com baixa resistência. Para a confecção desse relatório foi utilizado o método 1, porém a roldana usada era móvel, assegurado ao operador maior trabalhabilidade. De acordo com Lukiantchuki, apesar da normatização do ensaio, o resultado poderá conter diversas variações que podem depender da forma que a energia se distribuir no conjunto de hastes do equipamento, além da correlação direta com o operador que executará o teste. A autora afirma também que o ensaio vem recebendo diversas críticas, pois o resultado obtido com o ensaio é usado diretamente para correlacionar empiricamente a capacidade de resistência do solo. Portando deve-se ter embasado o significado empírico do teste, assim assegurará o engenheiro em suas decisões para possíveis dimensionamentos. 5 5. Execução: A execução do furo para realização do ensaio SPT foi feito próximo ao centro universitário UNICEUB – campus II em Águas claras – DF (figura 1), pela empresa INVESTGEO SONDAGENS E FUNDAÇÕES. A empresa trouxe e montou o equipamento necessário, nesse caso não necessitou de perfuração com circulação de água, pois não o trado não encontrou dificuldade para penetrar 50 mm em 10 minutos de trabalho (critério para uso de circulação de água, de acordo com a NBR 6484/01). Figura 1: Locação do furo para ensaio SPT. Conforme a ABNT 6484/01 recomenda, o inicio do ensaio foi feito um furo manual com trado e profundidade de 1 metro. Essa camada superficial de solo é descartada, com exceção da coleta de uma amostra para análise, pois encontra-se demasiada quantidade de matéria orgânica, assim como um solo extremamente amolgado, devido a esses e outros aspectos, para analise SPT só é considerado um metro abaixo do nível natural do terreno. Finalizado o primeiro metro de furo, já com equipamento ajustado, iniciou-se a cravação dos 0,45 metros com auxílio do amostrador, contando o número de golpes necessários para atingir a cota (figura 2). Lembrando que o índice Nspt só é computado a quantidades de golpes dos os últimos 0.30 metros do furo, ou seja, 2° e 3° avanço. 6 Figura 2: Esquema do furo nos primeiros metros. Por se tratar de um método de repetições sucessivas, ou seja, o ensaio continua para os metros subsequentes, por exemplo, para análise do 4°, 5° e 6° metros abaixo do nível do terreno repete-se o modelo ilustrado na figura 2, realizando novamente o primeiro, segundo e terceiro avanço, anotando a quantidade de golpes e colhendo as amostras no interior do amostrador. A coleta de solo é feita após o término do terceiro avanço, a amostra passa por um exame tátil- visual e é guardada para posterior análise em recipientes impermeáveis. A norma pede também que seja anotada as profundidas que se encontra as camadas de transição do solo e da mudança de coloração do material trazido pelo trado até a boca do furo. Figura 3: amostras coletadas do amostrador. 7 O critério de parada para o teste foi correlacionado ao pouco tempo que a equipe tinha para efetuar a sondagem, assim conseguiu-se atingir uma profundida máxima de 4.45 metros, lembrando que este ensaio teve como objetivo fins didáticos, aula experimental de geotecnia. No mercado, pra perfurações sem utilização de circulação de água, um dos critérios de parada é se para cravar 0,15 metros for necessário mais de 60 golpes do martelo, pois há grande risco de danificar o equipamento. Os dados coletados no ensaio SPT está alocado na figura abaixo, sendo marcado a profundidade e quantidade de golpes necessário para cravar o amostrador em 15 cm, e foi anotado também o excedente da penetração, conforme a norma pede. Figura 4: Dados coletados com ensaio SPT. Com os dados acima confeccionou-se o gráfico (simplificado) com a curva SPT, o modelo usado leva em consideração uma função linear ao decorrer da profundidade e indicando também o nível da água no solo, que no caso não foi encontrado na profundidade investigada. 8 Figura 5: Gráfico do ensaio SPT. 9 6. Cálculos: Os dados coletados no ensaio SPT está alocado nafigura abaixo, sendo marcado a profundidade e quantidade de golpes necessário para cravar o amostrador em 15 cm, e foi anotado também o excedente da penetração, conforme a norma pede. Para relacionar a tenção admissível á compressão do solo com resultados do ensaio SPT utiliza-se a equação abaixo: ���� = �� � − 1 (���/��²) Obs.: O valor obtido representa apenas uma aproximação do suporte de cargas que o solo tem. Figura 6: Cálculo da tensão admissível para o solo, de acordo com a profundidade 7. Resultados e conclusões: Os valores obtidos no SPT não foram os esperados, pois como pode ser visto no gráfico, o ensaio deu valores mais altos nas primeiras profundidades intuitivamente deveria ser ao contrário, pois com a proximidade da rocha sã deve-se ter maior dificuldade para a cravação do amostrador no solo, assim necessitando de uma maior quantidade de energia, ou seja, mais números de golpes. Uma justificativa para esses valores talvez possa ser atrelada ao pouco tempo para execução do ensaio, não conseguindo atingir profundidades mais significativas (próximo ao critério de parada – 60 golpes) que indicaria as vizinhas ou até mesmo a própria rocha matriz. O ensaio SPT não indica somente a tensão a compressão do solo, ele é mais amplo, sendo usando também para caracterização de compacidade e consistência do solo. Portanto para o solo investigado, temos indicação de um solo que se enquadra no grupo de argilas e siltes argilosos ou Areias e siltes arenosos. Para a definição exata do grupo é necessário um ensaio de granulometria, encaixando o solo no grupo das areias ou das argilas, porém empiricamente o solo estudo aproxima-se mais do grupo das argilas, devido as suas dimensões. Então para argilas 10 e siltes argilos a designação em relação a sua consistência é muito mole, como pode analisar o quadro abaixo. Figura 7: Estado de compacidade e consistência do solo. Fonte: NBR 6484/2001 8. Referências bibliográficas CÂMARA, Kadson R. Da C.; PEREIRA, Alexandre c. Análise De Perfis De Sondagem Spt E Caracterização Geotécnica De Solos Do Município De Natal. HOLOS 2005, Acesso em: 26 de outubro de 2017. Disponível em: <http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=481549263005> ISSN 1518-1634. BELINCANTA, Antonio; FERRAZ, Roberto L. Contribuição da Universidade Estadual de Maringá no entendimento da sondagem de simples reconhecimento com SPT. Acta Scientiarum 2000. Aceso em 30 de outubro de 2017. Disponível em: <http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciTechnol/article/viewFile/3105/2233> ISSN 1415-6814. LUKIANTCHUKI, Juliana A. A interpretação de resultados SPT com base em instrumentação dinâmica. 2012. 320 p. Tese (Doutorado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2012. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – NBR 6484 – Sondagens de simples reconhecimento com SPT - Método de ensaio, Rio de Janeiro – 1989. 11 9. Anexo Figura 8: Modelo do amostrador utilizado, fonte NBR 6484. Figura 9: Aparelho montado no local do furo para o ensaio SPT.
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