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Resumo sobre competência da Justiça comum estadual

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Resumo sobre competência da Justiça comum estadual
A competência da Justiça Comum Estadual é considerada residual isso é, por exclusão, a Justiça Comum Estadual é a competente para julgar todas as causas que não forem da Competência das Justiças especializadas, nem da Justiça Comum Federal.
Nem a Constituição Federal nem as leis processuais definem expressamente quando a competência é estadual, entretanto, como há previsão detalhada acerca da competência militar, eleitoral e federal, é por exclusão que se conclui que um julgamento cabe à Justiça Estadual Comum, portanto é considerada residual, ela é competente para julgar todas as causas que não forem de competência das justiças especializadas, nem da justiça comum Federal, existem inúmeras súmulas dos tribunais superiores solucionando controvérsias entre a competência da Justiça Estadual e as demais, nos aspectos que, em determinado momento, foram considerados polêmicos. Na maioria dos crimes,
entretanto, a competência da Justiça Estadual sempre foi bastante clara, não gerando dúvidas.
Súmula 38 STJ
“Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades”.
Súmula 42 STJ
“Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento”
Súmula 62 STJ
“Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, atribuído à empresa privada.”
Súmula 140 STJ.
“Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o indígena figure como autor ou vítima.”
CFRB / 1988 Artigo 109 § XI “Disputa sobre os direitos indígenas”
§ 3º - “Serão processadas e julgadas na Justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela Justiça estadual”.
A competência da esfera estadual, exceto do Júri, cessa se houver conexão com crimes da esfera federal ou crimes eleitorais, deslocando -se, nesse caso, para estas últimas. Em caso de conexão com crime militar haverá separação de processos, de modo que cada justiça julgue aquele de suacompetência (art. 79, I, do CPP).
 
Composição da Justiça Estadual
Em primeira instância, o julgamento é feito pelos juízes estaduais, nas Varas Criminais Comuns, nos Juizados Especiais Criminais ou da Violência Doméstica ou Familiar Contra a Mulher, ou pelo Tribunal do Júri. Em segunda instância, o julgamento dos recursos criminais fica a cargo dos Tribunais de Justiça ou das Turmas Recursais (no caso das infrações de menor potencial ofensivo). A natureza da infração como fator de divisão de competência dentro da mesma Justiça.
Existe esta possibilidade de divisão de competência, na mesma esfera jurisdicional, conforme se pode resumir nas hipóteses seguintes:
Juizados de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, órgãos da Justiça Comum, aos quais o art. 14 da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) confere competência para julgamento e execução das causas criminais e cíveis, decorrentes da prática de violência doméstica ou familiar contra a mulher, assim entendido qualquer atentado ou ofensa de naturezas física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral, quando praticados no âmbito da unidade doméstica, da família ou de qualquer relação íntima de afeto (arts. 5º e 7º da Lei n.11.340/2006). São competentes, portanto, para julgar estupros praticados pelo pai contra a filha, agressões de marido ou companheiro contra a esposa ou companheira etc.
b) Juizados Especiais Criminais que, nos termos do art. 98, I, da Constituição Federal, e Leis n. 9.099/95 e 10.259/2001, julgam as infrações de menor potencial ofensivo (todos os crimes com pena máxima não superior a 2 anos e todas as contravenções penais). Esses Juizados existem na Justiça Estadual e na Federal. Além disso, quando cometida infração de menor potencial de natureza eleitoral, o procedimento da Lei n. 9.099/95 será aplicado perante o Juiz Eleitoral. Apenas no âmbito da Justiça Militar é expressamente vedada a aplicação da Lei n.9.099/95, nos termos do art. 90 -A desta Lei.
Tribunal do Júri, para julgamentos dos crimes dolosos contra a vida e seus conexos.
Varas Criminais Comuns, que, por exclusão, julgam todos os crimes não abrangidos nos itens anteriores. Em caso de conexão entre crime de competência dos juízes em atuação nestas Varas com infração de menor potencial ofensivo, prevalece a competência das Varas Comuns,
onde as questões atinentes aos benefícios eventualmente cabíveis às infrações menores serão ali apreciadas (art. 60, parágrafo único, da Lei n. 9.099/95).
Juizados do torcedor, órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e criminal, quepoderão ser criados pelos Estados e pelo Distrito Federal, para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes das atividades reguladas na Lei n. 12.299/2010 (Estatuto do Torcedor), segundo prevê o art 41 -A da própria Lei

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