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08/08/2017 1 Aula 03 – Saúde, Segurança e Qualidade de Vida UNIDADE PARANGABA – PROFª. VIVIANNE ROLDAN Fortaleza – Agosto/2017 Sumário UNIDADE II Introdução: Perigos e Riscos em Segurança do Trabalho 2.1 Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais 2.2 Prevenção de acidentes do trabalho 2.3 Inspeção 2.4 O Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho – Plansat 2.5 Perícia Trabalhista 08/08/2017 2 Introdução: Perigos e Riscos em Segurança do Trabalho A implantação de um SGSST – Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho tem por premissa identificar perigos e avaliar os riscos oriundos das atividades, produtos e serviços da organização. A organização deve assegurar que os riscos de Segurança e Saúde no Trabalho – SST e os controles determinados sejam levados em consideração no estabelecimento, implementação e manutenção do SGSST. (RIBEIRO NETO; TAVARES; HOFFMAN, 2013) Introdução: Perigos e Riscos em Segurança do Trabalho (RIBEIRO NETO; TAVARES; HOFFMAN, 2013) O perigo é a fonte, situação ou ato com potencial de provocar danos em humanos (lesão ou doença, ou uma combinação destas). Risco é a combinação da probabilidade de ocorrência de um evento perigoso ou exposição (ões) com a gravidade da lesão ou doença que pode ser causada pelo evento ou exposição(ões). Nesse sentido, risco aceitável é aquele reduzido a um nível que pode ser tolerado pela organização, levando em consideração suas obrigações legais e sua própria política de SST. 08/08/2017 3 Introdução: Perigos e Riscos em Segurança do Trabalho A importância da identificação dos perigos está relacionada com o conhecimento da organização, de suas atividades, produtos e serviços que possuam riscos de provocar acidentes e doenças. Já a determinação do grau de significância pode estar relacionada com: ▪ a gravidade do efeito; ▪ a probabilidade de ocorrência; ▪ a repetitividade; ▪ a existência de legislação aplicável; e ▪ os critérios de aceitabilidade. (RIBEIRO NETO; TAVARES; HOFFMAN, 2013) Introdução: Perigos e Riscos em Segurança do Trabalho Caso - Empresa: Multinacional Alemã BASF A sede da companhia fica em Ludwigshafen, no sudoeste da Alemanha. Tem um amplo portfolio de produtos que vai desde químicos, plásticos, produtos de performance e proteção de cultivos até óleo & gás. Uma explosão na área da Basf nas proximidades de Ludwigshafen no dia 21 de setembro de 1921 acabou se tornando uma catástrofe. 08/08/2017 4 Introdução: Perigos e Riscos em Segurança do Trabalho Caso - Empresa: Multinacional Alemã BASF Local: Ludwigshafen – Alemanha - Mortos: 561 Síntese do Acidente: Uma explosão na área da Basf nas proximidades de Ludwigshafen no dia 21 de setembro de 1921 acabou se tornando uma catástrofe, abrindo uma cratera de 90 metros de largura, 120 metros de comprimento e 20 metros de profundidade. Morreram 561 pessoas e 1.952 ficaram feridas. Causa: um depósito de sulfato de amônio com salitre. Tratava-se de um produto que começara a ser fabricado cinco ou seis anos antes. Mas o problema da sua petrificação nos grandes depósitos já era conhecido há muito tempo e, durante anos, fora solucionado com as explosões. Por isso, não se tinha consciência dos efeitos que elas podiam provocar. (PHILIPP, 2017) Introdução: Perigos e Riscos em Segurança do Trabalho Caso - Empresa: Multinacional Alemã BASF Reparação dos danos Tardaram três anos até que os danos da catástrofe pudessem ser inteiramente reparados: construíram-se 457 novas casas e quase 700 foram reformadas. Para isto, trabalharam 31 arquitetos e 40 empresas construtoras. Impressionante foi também a ajuda prestada, imediatamente após as explosões: 7.500 pessoas desabrigadas foram alojadas em barracas, recebendo o que necessitavam com maior urgência, sobretudo cobertores e roupas. Elas tinham perdido praticamente tudo o que possuíam. O acidente de 1921 não foi a única explosão ocorrida nas dependências da Basf. Nos anos posteriores, foram registradas outras que, contudo, não provocaram vítimas. (PHILIPP, 2017) 08/08/2017 5 Introdução: Perigos e Riscos em Segurança do Trabalho Os procedimentos de identificação dos perigos e a avaliação dos riscos devem contemplar: ▪ As atividades rotineiras e não rotineiras; ▪ As atividades de todos os que tenham acesso aos locais de trabalho, incluindo fornecedores, prestadores de serviço, visitantes, etc; ▪ O comportamento das pessoas, bem como capacidades, limites e outros fatores humanos; ▪ Os perigos externos ao local de trabalho (por exemplo, o ambiental); ▪ A infraestrutura, os equipamentos e materiais; ▪ As mudanças ou propostas de mudanças na organização; ▪ As obrigações legais aplicáveis à avaliação de riscos e à implementação dos controles necessários; ▪ O layout das instalações, o processo de trabalho, as máquinas e equipamentos, e procedimentos. (RIBEIRO NETO; TAVARES; HOFFMAN, 2013) Introdução: Perigos e Riscos em Segurança do Trabalho O processo de identificação de perigos e avaliação de riscos deve ser desenvolvido por etapas: (RIBEIRO NETO; TAVARES; HOFFMAN, 2013) Determinar todas as atividades de trabalho Identificar os perigos Avaliar os Riscos Decidir se o risco é aceitável Preparar plano de ação Rever a adequabilidade do plano de ação 08/08/2017 6 Introdução: Perigos e Riscos em Segurança do Trabalho São considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos , além de riscos ergonômicos e riscos de acidentes, existentes nos locais de trabalho e que venham a causar danos à saúde dos trabalhadores. Riscos físicos: Ruído, Vibrações, radiação ionizante (raio-x, alfa , gama) radiação não- ionizante (radiação do sol, radiação de solda), temperaturas extremas (frio / calor), pressões anormais e umidade. Introdução: Perigos e Riscos em Segurança do Trabalho Riscos químicos Aerosóis: podem ser encontrados na forma de gases e vapores, ou na forma de partículas. As partículas quando dispersas na atmosfera possuem estabilidade de suspensão e dividem-se em: ▪ Poeiras; ▪ Fumos; ▪ Névoas; ▪ Neblina. 08/08/2017 7 Introdução: Perigos e Riscos em Segurança do Trabalho Riscos químicos Poeira: Aerosóis sólidos formados por desagregação mecânica de corpos sólidos. As partículas geradas tem em geral diâmetros maiores que um mícron. ▪ Poeiras minerais: sílica, asbesto, carvão mineral. ▪ Poeiras vegetais: algodão, bagaço de cana-de-açúcar. ▪ Poeiras alcalinas: calcário ▪ Poeira incômodas em geral Introdução: Perigos e Riscos em Segurança do Trabalho Riscos químicos Fumo: Aerosóis sólidos formados por condensação de vapores, geralmente metálicos. As partículas geradas tem em geral diâmetros maiores que um mícron. Ex: Fumos de Solda Conseqüências: Doença pulmonar obstrutiva, febre de fumos metálicos, intoxicação específica de acordo com o metal. 08/08/2017 8 Introdução: Perigos e Riscos em Segurança do Trabalho Riscos químicos Névoa - Aerosóis constituídos por partículas líquidas, independente da natureza e do diâmetro das partículas, formadas por desagregação mecânica de corpos líquidos. Conseqüências: Doença pulmonar obstrutiva, febre de fumos metálicos, intoxicação específica de acordo com o metal. Introdução: Perigos e Riscos em Segurança do Trabalho Riscos químicos Vapores: São dispersões de moléculas no ar que podem condensar-se para formar líquidos ou sólidos em condições normais de temperatura e pressão. Ex: álcool, gasolina, naftalina, etc. Gases: Estado natural das substâncias nas condições usuais de temperatura e pressão. Ex: GLP, hidrogênio, ácido nítrico, butano, etc. Irritantes: irritação das vias aéreas superiores. Ex: ácido clorídrico, ácido sulfúrico, soda caústica, cloro, etc. Asfixiantes:dor de cabeça, náuseas, sonolência, convulsões, coma e morte. Ex: hidrogênio, nitrogênio, hélio, metano, monóxido de carbono, etc. Anestésicos: (a maioria solventes orgânicos). Ação depressiva sobre o sistema nervoso, danos aos diversos órgãos, ao sistema formador de sangue (benzeno), etc. Ex: butano, propano, cetonas, cloreto de carbono, tricloroetileno, benzeno, etc. 08/08/2017 9 Introdução: Perigos e Riscos em Segurança do Trabalho Riscos Biológicos São aqueles que incluem infecções agudas ou crônicas, parasitoses, reações tóxicas, ou reações alérgicas a plantas e animais. Introdução: Perigos e Riscos em Segurança do Trabalho Riscos Ergonômicos Riscos ergonômicos são quaisquer circunstâncias de trabalho que, por motivos psicológicos ou fisiológicos, causem desconforto ao trabalhador. Isso inclui desde um trabalho realizado em uma posição inadequada, até jornadas muito longas, monotonia e repetitividade nas atividades executadas, ou situações de alto nível de estresse mental (INBEP, 2017). . 08/08/2017 10 Introdução: Perigos e Riscos em Segurança do Trabalho Riscos de Acidentes Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação vulnerável e possa afetar a sua integridade, e seu bem-estar físico e psíquico. Exemplos: máquinas e equipamentos em proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico inadequado, armazenamento inadequado, etc. Introdução: Perigos e Riscos em Segurança do Trabalho Identificação dos Riscos Ambientais no Mapa de Risco 08/08/2017 11 Introdução: Perigos e Riscos em Segurança do Trabalho Introdução: Perigos e Riscos em Segurança do Trabalho Vídeo – Riscos Ambientais https://youtu.be/y7gWkS1lVHo 08/08/2017 12 2.1 Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais (INBEP, 2017, b) O artigo 19 da Lei nº 8.213/91 define acidente de trabalho (acidente típico) como aqueles que acontecem durante a execução de trabalho a serviço de uma empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, perda ou redução da capacidade do trabalhador. 2.1 Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais Acidentes por Equiparação: São os acidentes de trabalho por ficção legal, conforme disposto no artigo 21 da Lei nº 8.213/91. Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei: I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; 08/08/2017 13 2.1 Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais Acidentes por Equiparação: Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei: II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; 2.1 Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais Acidentes por Equiparação: Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei: III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. 08/08/2017 14 2.1 Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais Acidentes por Equiparação: Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei: III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. Segundo a CLT atualizada pela reforma trabalhista Lei 13.467/2017 O tempo que o trabalhador passa em trânsito entre sua residência e o trabalho, na ida e na volta da jornada, com transporte fornecido pela empresa, deixa de ser obrigatoriamente pago ao funcionário. Conflito com a nova CLT: apresenta-se no mínimo ilógico e sem fundamento classificar de acidente do trabalho aquele sofrido pelo empregado durante esse tempo. Mas é o que continuará dizendo a Lei 8.213/1991 (MEDEIROS, 2017). 2.1 Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais Doença profissional Está relacionada ao trabalho em si, ou seja: a doença foi provocada pelas características da atividade profissional exercida. É o caso, por exemplo, de um soldador que desenvolveu problemas de visão por conta da exposição à luz da solda. Digitador que desenvolve tendinite. Trabalhador de Minas de Carvão que desenvolve câncer de pulmão. Veja relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, presente no anexo II do Decreto no 3.048/1999 (Agentes patogênicos causadores de doenças profissionais ou do trabalho, conforme previsto no art. 20 da lei nº 8.213 de 1991).” (INBEP, 2017, b; TUIUTI, 2017; GLAUCO, 2017) 08/08/2017 15 2.1 Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais Doença do trabalho Vide anexo II do Decreto no 3.048/1999 A doença do trabalho se caracteriza pela exposição do funcionário a determinado agente que está presente em seu local de trabalho, mas não necessariamente faz parte de suas atividades profissionais. É definida como uma doença que foi adquirida ou desenvolvida em função de condições especiais em que o trabalho é realizado. Neste caso, o trabalho não é a causa específica da doença, mas tem influência sobre ela. O digitador mencionado anteriormente. Ele trabalha no setor de faturamento de uma indústria em que o nível de ruído é muito grande. Como resultado disso, ele começa a apresentar perda auditiva. (INBEP, 2017, b; TUIUTI, 2017; GLAUCO, 2017) 2.1 Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT É o documento oficial com o qual todo e qualquer acidente do trabalho é registrado no INSS, devendo ser preenchida em casos de acidente de trabalho com ou sem afastamento. É utilizada para para comunicar ao INSS o acidentes ocorridos para reconhecimento legal e assegurar ao acidentado todos os direitos legais. Segundo o art.22 da Lei nº 8213/91, a Comunicação de Trabalho deve ser feita pela empresa, e na falta desta, pelo próprio acidentado, seus dependentes, entidade sindical, médico assistente, autoridade pública. Prazo: até o primeiro dia útil seguinte ao acidente; imediatamente em caso de morte. (PONTELO; CRUZ, 2014; RIBEIRO NETO; TAVARES; HOFFMAN, 2013) 08/08/2017 16 2.1 Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT Veja o formulário CAT no link que se segue: http://www.previdencia.gov.br/forms/formularios/form001.html CONTINUA NA PRÓXIMA AULA..... REFERÊNCIAS GLAUCO TECNOLOGIA. Qual a diferença entre doença do trabalho e doençaocupacional? Disponível em:< http://www.portalglauco.com.br/blog/qual-a-diferenca-entre-doenca-do- trabalho-e-doenca-ocupacional>. Acesso em: 08 ago. 2017. INBEP. O que são riscos ergonômicos. Disponível em:< http://blog.inbep.com.br/o-que-sao- riscos-ergonomicos/ >. Acesso em: 08 ago. 2017. a. INBEP. Doença do trabalho e doença ocupacional, qual a diferença. Disponível em:<http://blog.inbep.com.br/doenca-ocupacional-e-doenca-do-trabalho/>. Acesso em: 08 ago. 2017. b. INSIGHT EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO. Riscos químicos. Disponível em: < http://insightemsst.blogspot.com.br/2016/04/riscos-quimicos.html>. Acesso em: 08 ago. 2017. MEDEIROS, Fábio. A nova CLT e o acidente no percurso para o trabalho. Disponível em:<https://jota.info/artigos/a-nova-clt-e-o-acidente-no-percurso-para-o-trabalho- 28072017>. Acesso em: 08 ago. 2017. NETO, João Batista M. Ribeiro; TAVARES, José da Cunha; HOFFMANN, Silvana Carvalho. Sistemas de Gestão Integrados. 4. ed. São Paulo: Editora Senac, 2013. 08/08/2017 17 REFERÊNCIAS PHILIPP, Peter. 1921: Explosão na fábrica da Basf. Disponível em:<http://www.dw.com/pt- br/1921-explos%C3%A3o-na-f%C3%A1brica-da-basf/a-320428>. Acesso em: 07 ago. 2017. PONTELO, Juliana; CRUZ, Lucineide. Gestão de Pessoas: manual de rotinas trabalhistas. 7. ed. Brasília: SENAC-DF, 2014. TUIUTI. O que é doença de trabalho e doença ocupacional e a diferença entre os dois. Disponível em:< http://www.epi-tuiuti.com.br/blog/o-que-e-doenca-de-trabalho-e-doenca- ocupacional-e-diferenca-entre-os-dois/>. Acesso em: 08 ago. 2017. Obrigado!
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