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AULA 03- Higiene ocupacional, riscos ocupacionais e acidentes de trabalho

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Aula 03
Higiene ocupacional, riscos ocupacionais e
acidentes de trabalho
Higiene ocupacional é a ciência que trata da antecipação, reconhecimento, avaliação, prevenção e controle dos riscos
originados nos locais de trabalho e que podem prejudicar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, levando em
consideração o possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio em geral.
– Conceito não apenas individual, mas ecológico.
- Devemos discutir locais de trabalho doentes e não apenas trabalhadores doentes.
Paracelsius (1493-1541), citado por Mendes (2013): “todas as substâncias são venenosas não existe nenhuma que não seja
um veneno. A dose certa diferencia um veneno de um remédio”.
Naghtingale (1820-1910), citado por Mendes (2013): “Quanta doença, morte e miséria são resultantes do estado atual de
muitas fábricas e outros locais de trabalho!... Os trabalhadores devem lembrar que sua saúde é seu único capital e
deveriam chegar a um acordo entre si para garantir ar puro em seus locais de trabalho, o que é um dos principais
determinantes de saúde”.
● RISCO OCUPACIONAL ≠ PERIGO ≠ LESÃO
- RISCO OCUPACIONAL: é a probabilidade de concretização do perigo por meio de uma lesão ou agravo à saúde
(INVISÍVEL).
– Exemplo: risco biológico de contato com fungos, bactérias e vírus em um laboratório de análises clínicas.
- PERIGO: é fonte com potencial de causar lesões ou agravos a saúde (VISÍVEL).
– Exemplo: placas de petri mal acondicionadas em um laboratório de análises clínicas
- LESÃO (OU AGRAVO À SAÚDE): consequência de contato irresponsável com fonte de perigo (evento perigoso,
exposição a agente nocivo ou exigência da atividade).
- Há na prática diária grande preocupação com o fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPI) e pouca
preocupação com os programas de saúde ocupacional
→ Riscos ocupacionais:
Brasil (2020) e Pereira (2021): físicos, químicos, biológicos, acidentes e ergonômicos.
- Trabalhador rural: NR 31
• Gerenciamento de riscos ocupacionais
(GRO): deve ser um conjunto de ações coordenadas de prevenção que têm por objetivo garantir aos trabalhadores
condições e ambientes de trabalho seguros e saudáveis. São executados por meio do Programa de Gerenciamento de
Riscos (PGR).
GRO É UMA DIRETRIZ PROCESSUAL.
PGR É A FORMA INDIVIDUALIZADA DE IMPLEMENTAÇÃO E MATERIALIZAÇÃO DA GRO.
– O PGR consiste em um conjunto de documentos sem estrutura pré-definida (minimamente um INVENTÁRIO DE
RISCOS e um PLANO DE AÇÃO), que devem nortear boas práticas de saúde do trabalhador.
Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período
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Aula 03
– O PGR substitui o Programa de Prevenção de Riscos Ocupacional (PPRA) e o Programa de Condições e Meio
Ambiente de Trabalho da Indústria da Construção (PCMAT); não se impede de existir ambos, em empresas com
possibilidade para tanto.
→ Responsabilidade da organização
A responsabilidade de implementação do GRO é da organização empresarial.
- Objetivos do GRO:
a. Evitar que os riscos ocupacionais se tornem perigos: evitar acidentes de trabalho.
b. Identificar perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde: para os inevitáveis.
c. Avaliar riscos ocupacionais: categorizar os riscos.
d. Classificar os riscos: tomada de decisões.
e. Implementar medidas de prevenção.
f. Acompanhar o controle.
- PILARES DO GRO: antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos.
- O que se avalia? As condições de trabalho (todos os fatores relacionados ao trabalho: acessibilidade, instalações,
mobiliário, equipamentos, condições ambientais, organização do trabalho, capacitação).
- Participação do trabalhador: empoderamento; práticas de saúde ocupacional que não sejam dicotomizadas entre
teoria e prática.
→ Levantamento de perigos
Deve ser realizado perante a implantação da empresa ou na mudança do processo de produção (novas máquinas,
equipamentos, ferramentas, produtos, insumos ou condições ambientais); trata-se da avaliação de riscos evidentes, cuja
adoção de medidas visa eliminar ou evitar perigos.
- ANTECIPAÇÃO: perigo potencial, futuro.
Exemplo: identificação de que o sistema de exaustão a ser adquirido é fonte geradora de ruído excessivo; é necessário
buscar opções que gerem níveis de pressão sonora aceitáveis.
- RECONHECIMENTO: perigo presente, evidente.
Exemplo: no processo de corte de rochas ornamentais a seco, faz-se necessário instalar um sistema de umidificação
para eliminar a incorporação de sílica ao ar ambiente.
RISCO NÃO CONHECIDO SIGNIFICA RISCO NÃO CONTROLADO.
→ Medidas de prevenção coletivas
- São medidas de prevenção que tem o objetivo de eliminar, reduzir ou controlar os riscos
existentes nos ambientes de trabalho.
- O termo equipamentos de proteção coletiva (EPC) caiu em desuso.
- Correspondem a medidas de engenharia do trabalho, oriundas de um projeto elaborado.
- Prevenir que o perigo atinja ou alcance o trabalhador, transformando-se
(potencialmente) em um risco ocupacional.
- São MPC (eliminam, reduzem ou controlam riscos): sistemas de exaustão, sistema de
guarda-corpo e rodapé, isolamento e amortecimento de superfícies sujeitas à vibração,
ventilação local, fechamento de cabine de trator de aplicação de agrotóxicos.
- Não são MPC (orientam): sinalização de segurança, corrimão de escadas, extintores de incêndio, chuveiro de
emergência e lava olhos, cones de sinalização.
→ Equipamentos de proteção individual - medida de proteção
- EPI é todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos
de ameaças à segurança do trabalhador; não elimina riscos e nem mesmo evita acidentes; normatizados pela NR6.
- São características de um bom EPI:
- Propicia o mais alto nível de proteção.
- Considera o conforto e a facilidade de uso.
- Adapta-se à variabilidade da morfologia humana.
- Satisfaz as exigências específicas de cada um dos riscos.
- Fabricado a partir de materiais que não são nocivos à saúde.
- Não são EPI: tornozeleira, joelheira, protetor solar, boné, chapéu, colete
refletivo.
Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período
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Aula 03
→ Medidas administrativas de organização
Tem por objetivo principal reduzir a exposição do trabalhador aos riscos.
- Exemplo: redução da jornada de trabalho, introdução de pausas, rodízios.
• Acidentes de trabalho
- Acidente de trabalho é uma ocorrência que provoca uma consequência ao trabalhador, seja uma lesão
(exemplo: cortar um dedo em um fatiador) ou agravo à saúde (exemplo: broncoespasmo agudo ou crônico induzido
por poeira).
- A ocorrência pode ter três etiologias:
- Evento perigoso (Ex.: queda de altura).
- Exposição a agente ambiental (Ex.: intoxicação por poeira); doença do trabalho.
- Exigência da atividade (Ex.: intoxicação por chumbo); doença profissional.
- Para que se caracterize um acidente de trabalho, um elemento da situação de trabalho tem que ter mudado.
- Notificação compulsória: preenchimento de ficha do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de
Notificação).
- Notificação de acidente de trabalho ≠ comunicação de acidente de trabalho (CAT)
- “Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador
doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho. ”
- Equiparam-se a acidentes de trabalho: doença profissional (peculiar) versus doença do trabalho (condições
especiais de trabalho).
- Não são consideradas doenças associadas ao trabalho: a doença degenerativa (por exemplo, a espondilose
lombar), a doença inerente a grupo etário (por exemplo, a doença diverticular dos cólons e a hiperplasia prostática
benigna), a que não produza incapacidade laborativa, a doença endêmica (por exemplo, a dengue ou o COVID-19), salvo
comprovação de que é resultante do trabalho.
→ CAT
- Comunicação de acidente de trabalho: documento físico ou eletrônico que promove a comunicação entre o
empregador/trabalhador e o Poder Executivo,com finalidade epidemiológica e beneficiária, após a ocorrência de um
acidente de trabalho ou doença ocupacional.
- Obrigação do empregador, supervisionada pela Vigilância em Saúde do Trabalhador da Secretaria Municipal de
Saúde; pode ser emitida pelo trabalhador (segurado) ou seu dependente, pelo médico, por sindicatos ou por autoridade
pública.
- Nota prática: empresas não costumam preencher CAT para acidentes “leves” com tempo de atestado médico
curto (menor que cinco dias), inclusive, em alguns casos, a pedido do trabalhador. Exemplo: machucadura de dedo
sem lesão de unha.
→ Acidentes de trabalho grave
Acidente de trabalho grave ou fatal: é aquele que acarreta mutilação, física ou funcional, e o que leva à lesão cuja
natureza implique comprometimento extremamente sério, preocupante, que pode ter consequências nefastas (que
possibilita morte; de mau agouro) ou fatais.
- Notificação de Acidentes de Trabalho Fatais, Graves e com Crianças e Adolescentes.
Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período
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Aula 03
OBS- relembrando tópicos da aula
Questões
1) Consulte a Lei 8.213/1991, que versa sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social do Brasil e conceitue
corretamente as entidades mórbidas que caracterizam acidente do trabalho.
2) Procure no site do Ministério da Economia o modelo virtual da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).
Considerando que ela é dividida em três partes (quadros), apresente cada uma delas.
3) Supondo que um trabalhador esteja prestando serviços designados pela empresa fora do seu local e horário de
trabalho e sofra um acidente. Esta situação é considerada um acidente de trabalho? Apresente o embasamento legal.
4) Acidentes de trajeto são considerados acidentes de trabalho? Apresente o embasamento legal.
ARTIGO- indicação de leitura da aula
Prevalência e fatores associados aos acidentes de trabalho em uma indústria metalmecânica
INTRODUÇÃO: Os acidentes de trabalho vitimam mais de 700 mil trabalhadores anualmente no Brasil. Dos três setores
econômicos o maior responsável pelos acidentes de trabalho no país é o industrial. Dentro desse setor, a indústria
metalúrgica e a metalmecânica se destacam pela proporção de afastamentos decorrentes de acidentes e agravos
relacionados ao trabalho.
OBJETIVO: Analisar os riscos ocupacionais existentes e o perfil associado aos acidentes de trabalho ocorridos em uma
indústria do setor metalmecânico no período 2007 a 2015.
MÉTODOS: Estudo transversal, realizado em indústria a partir das análises dos dados das comunicações de acidentes
de trabalho (CAT) emitidas pela empresa.
RESULTADOS: O perfil sociodemográfico e ocupacional predominante dos acidentados na indústria estudada foi o
trabalhador do sexo masculino, entre 18 e 29 anos, caucasiano, casado ou em união estável, com nível superior
incompleto, soldador/montador e com menos de 5 anos de serviço. As lesões mais frequentes produzidas pelos
acidentes ocorridos no período estudado foram: fraturas, luxações, distensões, contusões, escoriações, cortes e
amputações; e os agentes causadores mais comuns foram peças de metal. As maiores taxas de acidentes de trabalho
ocorreram nos anos de 2008 e 2012, anos associados a períodos de recessão econômica que atingiram o setor
metalmecânico.
CONCLUSÃO: Os registros de acidentes estudados, no qual predominaram os afastamentos por mais de 15 dias, para
além da indicação de um setor com perfil de riscos de acidentes graves, podem expressar uma estratégia seletiva
patronal, que optou pela omissão do registro dos acidentes de menor gravidade.
Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período
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