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TCC ARTIGO PÓS GRADUAÇÃO

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 A LINGUAGEM DO DESENHO COMO MEIO DE EXPRESSÃO QUE REVELA A INTERFERÊNCIA TECNOLÓGICA
DELEVATTI, Silvana Ester �
MOCELIN, Márcia Regina �
RESUMO
O presente trabalho aborda sobre as grandes transformações que vem ocorrendo com o fenômeno mediático. Tomando as mídias como tema de reflexão é possível observar que além de estarem presentes em nosso cotidiano, elas se constituem em um assunto de interesse geral. Assim busca-se compreender como as crianças e adolescentes expressam o mundo nos dias de hoje através do desenho, tendo em vista a interferência tecnológica. Um dos objetivos da arte na educação é oportunizar aos indivíduos expressarem-se a sua própria maneira, conferindo um sentido significativo através dos conteúdos e das atividades artísticas. Com esse trabalho pretende-se apontar sobre a linguagem do desenho como representação do mundo em que vivemos; caracterizar a expressão das crianças no fazer artístico; destacar a influência da mídia e da tecnologia na linguagem do desenho; relatar a história de uma transformação cultural. Essa pesquisa baseou-se em uma metodologia bibliográfica de cunho quantitativo, onde pode-se detalhar o tema abordado. A importância de se desenvolver um projeto de pesquisa como esse se da pela influência da tecnologia nas sociedades, entendendo que ela não é neutra, que altera e produz novos modos de vida, e com isso também uma nova representação de infância e adolescência. A mídia e a educação devem ser parcerias dentro da sala de aula, buscando trabalhar a realidade que os alunos vivem. A contemporaneidade requer do professor outra postura, e que esta seja pautada na construção do conhecimento e na busca da transformação do indivíduo. Assim, por meio da linguagem do desenho, além de estimular e desenvolver as potencialidades pode-se, também, desenvolver a consciência crítica e sensível do ser. 
Palavras chaves – Linguagem do desenho. Expressão. Tecnologia.
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho de pesquisa abordará o processo de criação em artes visuais: expressando-se pela linguagem do desenho com a interferência tecnológica. O tema refere-se a uma construção de reflexão que estuda a questão da linguagem do desenho como meio de expressão, como possibilidade de ensino para a educação básica e se propõe dentro das concepções de elaborar uma educação voltada aos temas da contemporaneidade. São temas que estão presentes no dia a dia das pessoas e que devem ser tocados como elementos que surgem no meio social e cultural como reflexo de uma prática cotidiana e devem ser elencadas como linguagens criadas pela humanidade. 
A importância de se desenvolver uma pesquisa como essa é pela influência da tecnologia nas sociedades, entendendo que ela não é neutra, que altera e produz novos modos de vida, e com isso também uma nova representação de infância e adolescência. 
Para alcançar os propósitos do estudo, tem como objetivo pesquisar sobre como as crianças e adolescentes expressam o mundo nos dias de hoje através do desenho, tendo em vista a interferência tecnológica. E ainda com objetivos específicos: apontar sobre a linguagem do desenho como representação do mundo em que vivemos; caracterizar a expressão das crianças e adolescentes no fazer artístico; destacar a influência da mídia e da tecnologia na linguagem do desenho; relatar a história de uma transformação cultural.
Esta pesquisa se justifica pela articulação das áreas do ensino da arte que se utiliza da experiência estética como propósito de desenvolver o ser humano. Pensando em articular um pensamento conceitual da arte, a linguagem do desenho como meio de expressão que revela a influência da tecnologia e da mídia é que se pretende refletir uma proposição que demonstre as possíveis relações que os artistas fazem nas suas obras e realizaram com a articulação e ideias oriundas de uma poética impar. Observar o que já foi feito pode se instalar como uma forma de reflexão para o que também pode ser realizado de outra forma, com um novo olhar, produzindo novos significados.
Esta pesquisa tem por finalidade estabelecer a relação da linguagem do desenho como um meio de expressão que revela o modo como as crianças e adolescentes interpretam e interage com o mundo das imagens, um universo cercado pelas tecnológicas e midiáticas, visa a elaborar estudos sobre os desenhos animados, e utilizou neste estudo a reflexão acerca dos desenhos na mídia e suas implicações para o imaginário, considerando a presença constante destes no cotidiano das crianças e adolescentes. 
Enfim a contemporaneidade requer do professor outra postura, e que esta seja pautada na construção do conhecimento e na busca da transformação do indivíduo. 
2 A LINGUAGEM DO DESENHO
Desenho é uma palavra que submete à condição existencial do eu com seu próprio ato. Conforme Derdyk (2004, p.26), “Desenho é necessário reavivar a memória individual e coletiva, a fim de fazer uma revisão dos caminhos do desenho na história do homem. Com isso estaremos revitalizando conceitos, investigando as várias formas de atividades em que o desenho se manifesta”.
“Desenho é linguagem também, e enquanto linguagem é acessível a todos.” (DERDYK, 2004, p.18). O desenho possui uma natureza específica, particular em sua forma de comunicar uma ideia, uma imagem, um signo, através de determinados suportes.
Toda a criança desenha. Tendo um instrumento que deixam marcas, ela, brincando, vai deixando sua marca, criando sua própria brincadeira e história. “Desenhando, cria em torno de si um espaço de jogo, determinando momentos de silêncio e concentração ou ruídos que seguem de comentários e canções, mas sempre um espaço de criação, onde a criança desenha para brincar.” (MOREIRA, 2008, p.15).
A linguagem do desenho é como uma possibilidade de lançar-se para frente, projetar-se. Moreira (2008, p.16) diz: “O desenho é um projeto. A criança desenhando está afirmando a sua capacidade de projetar-se. Desenha brinquedos, brinca com os desenhos”.
O desenho, enquanto linguagem requisita uma postura global. A autora Derdyk (2004, p. 24) relata que: “Desenhar não é copiar formas, figuras, não é simplesmente proporção, escala”. Uma visão limitada de um objeto nos revelará um conhecimento limitado desse mesmo objeto. 
Desenhar objetos, pessoas, situações, animais, emoções, ideias, são tentativas de aproximação com o mundo. Conforme Derdyk (2004, p.24), “Desenhar é conhecer, é apropriar-se”.
A linguagem do desenho é um estilo que a criança organiza, concebe o seu espaço de jogo com os materiais de que dispõe. Conforme Moreira (2008, p.17), “A brincadeira livre das crianças pode-se notar diferenças individuais na maneira de dispor seus brinquedos no espaço. Na maneira de desenhar o seu espaço”.
Para conhecer a criança é preciso aprender a vê-la. Observá-la enquanto brinca, o brilho dos olhos, a mudança de expressão do rosto, movimento do corpo. Estar atento à maneira como escreve a sua história. De acordo com Moreira (2008, p.20), “É preciso considerar diante de uma criança que desenha aquilo que ela pretende fazer: contar histórias, reconhecer, nesta intenção, os múltiplos caminhos de que ela se serve para exprimir aos outros a marcha dos seus desejos, de seus conflitos e receios”.
O desenho, para a criança, é uma linguagem, como o gesto ou a fala. De acordo com Moreira (2008, p. 20), “A criança desenha para falar e poder registrar a sua fala. E para o escrito, o desenho é sua primeira escrita. O desenho fala, chega mesmo a ser uma espécie de escritura, uma caligrafia.”. A criança desenha para falar de seus medos, suas descobertas, suas alegrias e tristezas. 
A criança, mesmo sem ter uma compreensão intelectual do processo, está modificando e sendo modificada pelo desenhar. Segundo Derdyk (2004, p.48), “A linguagem do desenho tem várias interpretações, utilização do desenho na aplicação de testes de inteligências ou pela capacidade de o desenho demonstrar o desenvolvimento mental da criança”.
O ato de desenhar impulsionaoutras manifestações, que acontecem juntas, numa unidade indissolúvel, possibilitando uma grande caminhada pelo quintal do imaginário. “O desenho como linguagem para a arte, para a ciência e para a técnica, é um instrumento de conhecimento, possuindo grande capacidade de abrangência como meio de comunicação e de expressão.” (DERDYK, 2004, p. 19-20). 
	O desenho como possibilidade de brincar, o desenho como possibilidade de falar, marca o desenvolvimento da infância, porém, em cada estágio, o desenho assume um caráter próprio.
2.1 A expressão das crianças no fazer artístico 
A arte, desde cedo, influência a criança através de sua cultura, apesar de ser possível identificar espontaneidade e autonomia à exploração e no fazer artístico das crianças, seus trabalhos revelam: o local, a época histórica em que vivem suas oportunidades e ideias. Segundo Ferraz e Fusari (2012), “Educar o nosso modo de ver e observar é importante para transformar e ter consciência da nossa participação no meio ambiente, na realidade cotidiana”.
A criança tem sua própria visão, ideias e interpretações sobre a produção de arte e o fazer artístico, por meio de vários aspectos, fazer artístico que é a exploração, apreciação que é percepção do sentido que o objeto propõe e da reflexão que é um pensar sobre todos os conteúdos do objeto artístico que se manifesta em sala. De acordo com Derdyk (1994, p.115), “O desenho é o palco para onde convergem os elementos formais e semânticos originados pela observação, pela memória e pela imaginação”. O desenvolvimento da imaginação, expressão, sensibilidade entre outras podem vir a ocorrer na arte.
O desenho possui uma natureza específica, particular em sua forma de comunicar uma ideia, uma imagem, um signo, através de determinados suportes: papel, cartolina, lousa, muro, chão, areia, madeira, pano, utilizando, pincel, pastel, caneta hidrográfica, bico-de-pena, vareta, pontas de toda a espécie. Segundo Derdyk (1994), “O desenho como linguagem para a arte, para a ciência e para a técnica, é um instrumento de conhecimento, possuindo grande capacidade de abrangência como meio de comunicação e de expressão”. A criança enquanto desenha, canta, dança, conta história, teatraliza, imagina, ou até silencia. O ato de desenhar impulsiona outras manifestações, que acontecem juntas, numa unidade indissolúvel, possibilitando uma grande caminhada pelo quintal do imaginário. 
3 A INFLUÊNCIAS DA MÍDIA E DA TECNOLOGIA NA LINGUAGEM DO DESENHO
Uma das grandes transformações que vem ocorrendo nestes dois últimos séculos refere-se ao fenômeno mediático. Tomando as mídias como tema de reflexão é possível observar que além de estarem presentes em nosso cotidiano, elas se constituem em um assunto de interesse geral. Segundo Setton (2010, p.7), “Entendo por mídias todo o aparato simbólico e material relativo á produção de mercadorias de carácter”.
Esse aparato simbólico considera o universo das mensagens que são difundidos com a ajuda de um suporte material como livros, CDs etc, a totalidade de contéudo expressos nas revistas em quadrinhos, nas novelas, nos filmes ou na publicidade, ou seja, todo um campo da produção de cultura que chega até nós pela mediação de tecnologia sejam elas as emissoras de TV, rádio ou internet.
Segundo Setton (2010, p.7), “Uma produção de cultura realizada de maneira industrial sistematicamente vinculada pelas instituições de campos editoral, fonográfico, televísivo, radiofônico, cinematográfico e publicitário, possibilita a maior circulação de referências de estilos de vida, ideias e referências de comportamento”. As mídias devem ser vistas agentes da socialização, isto é, possuem um papel educativo no mundo contemporâneo. As mídias estão tão, poderosas quanto seus companheiros de prática pedagógica, como a família e a escola.
Nesse sentido, não é possível mais conviver com discussões simplistas que dão uma importancia irreal ás mídias sem compreender a complexidade das relações que elas mantêm com as outras instâncias e situações de vida dos sujeitos. Conforme Setton (2010, p.9), “É preciso afirmar que as mídias não têm o monopólio das informações. Não agem sozinhas. Como a família, a religião é a escola, as mídias, entre outras [...]”.
Dessa forma, as mídias serão vistas aqui como espaço educativo na medida em que são responsáveis pela produção de uma série de informações e valores que ajudam os individuos a organizar suas vidas e suas ideias. Segundo Setton (2010, p.9), “Parto do pressuposto de que toda prática mediática é um ato de troca, um ato que exige a negociação de informação”. A mídia como agentes da comunicação, agente do diálogo e da mediação com seus consumidores. 
Com a prática pedagógica, como ação docente, as mídias falam com alguém, exprimem uma ideia, um contéudo, têm intenção de transmitir, divulgar conhecimentos, habilidades e competências. A autora Setton (2010, p.9), “As mídias, assim como o professor, não sabem como sua intenção, suas ideias, desejos e projetos se realizarão. Não sabemos, como professores, o que o aluno apreenderá de nosso discurso”.
As mídias têm interesses e mensagens que consideram importantes, calculam estrategicamente como essa intenção chegará ao repector, mas jamais saberão como foram compreendidas, apropriadas e interiorizadas pelos individuos. De acordo Setton (2010, p. 10), “A prática de transmitir conhecimentos e valores que as mídias se propõem é um ato de pedagógico e, portanto, também comunicativo”. Tanto a mídias, como a prática pedagógica não vivem sem intercâmbio de sentidos.
No mundo moderno, com os avanços da tecnologia, das técnicas de comunicação, com a sofisticação da publicidade e de um estilo de vida em que o consumo tem um papel predominante, os meios de comunicação de massa assumem uma expressiva importância. É momento de refletir sobre o papel pedagógico e muitas vezes ideológico das mídias. Setton (2010, p.10), “Para o bem ou para o mal, elas estão presentes em nossas vidas de forma cada vez mais precoce e cada vez mais forte. Não é possível fechar os olhos para essa realidade, é preciso, pois, estarmos preparados para a compreensão e análise desse fenômeno que diz respeito a todos nós”.
As mídias contribuem com esses processos de socialização e de transmissão de padrões de comportamento, sem dúvidas, não isentos de tensões, mas que potencializam o intercâmbio da vida social.
 A cultura, entre elas, a cultura das mídias, devem ser vistas enquanto processo, devem ser vistas nos atos de produção, nos atos que envolvem a divulgação e nos atos de produção das mensagens, bem como nos atos de recepção daquilo que é produzido. Conforme Setton (2010, p. 19), “A cultura não se reduziria aos objetos, símbolos morais ou bens materiais de uma sociedade, mas se apresentaria também como resultado das diferenças de sentido ou diferenças de usos entre os diversos indivíduos que a produzem e a consomem”. A cultura, enquanto forma de linguagem, mediadora e produtora de sentido/significado, é responsável pelos consensos de valores e comportamentos das sociedades, consequentemente, a cultura com organizadora do mundo serve como reguladora das nossas mentes. A autora Setton (2010, p.22), “As formulações de sentido relativas ao comportamento dos homens e das mulheres veiculadas pelas mídias, por exemplo, podem influenciar as maneiras de valorizar ou condenar esses mesmos comportamentos, ajudando a mudar ou a conservar ses sentidos”.
A importância dessa nova forma de produção de cultura pela mídia encontra-se nos aspectos relativos ás estrátegias de formação das gerações atuais e futuras. Segundo Setton (2010, p.23), “Com a rapidez e a simultaneidade da difusão de informações transformaram circularidade da informação exige, pois uma nova forma de pensar sobre os processos de formação do homem da modernidade”. As maneiras pelas quais interagimos e nos adaptamos ao mundo, as maneiras pelas quais orientamos nossas práticas cotidianas, as formas de perceber o outro e a nós mesmos mudaram a partirda presença constante das mídias em nossas vidas. Conforme Setton (2010, p.23), “Hoje a criança têm acesso desde muito pequenas uma variedade de informações disponíveis nos desenhos animados, nas embalagens de produtos alimentícios ou na publicidade”. Informações, apelos de consumo, modelos e estilos de vida veiculados pelas mensagens de uma indústria da cultura que compõem o imaginário e a vida prática de todos.
É possível observar também a facilidade com que as novas gerações manejam os suportes técnicos, como, por exemplo, os controles remotos, máquinas fotográficas e recursos sofisticados do computador. Setton (2010, p.23) comenta, “A introdução precoce de uma série de instrumentos tecnológicos na vida da geração impõem necessariamente o desenvolvimento de uma diferente sensibilidade técnica dos jovens que nasceram a partir dos anos 1980”. A linguagem que se desenvolve nos jogos eletrônicos, rapidez de manejo do instrumental, a agilidade mental e a capacidade de utilizar ao mesmo tempo vários meios de comunicação, espantam os mais velhos enquanto prevalece bastante a família entre eles.
São mudanças que começam na forma de ter acesso a essas mensagens, criá-las e recriá-las, isto é, mudanças nas condições técnicas de produção de cultura, mudanças que agem podendo influenciar nas formas de constituição do sujeito social moderno. Segundo Setton (2010, p.23), “Muito cedo, a criança aprende a conviver e a conciliar uma variedade de informações e tecnologias passando a acumular conhecimento não só vindos de seus ambientes próximos, pais, grupos de amigos e ou professores, mas, sobretudo, produzindo pelas mídias”. É importante enfatizar que as informações e os conhecimentos não são adquiridos unicamente nas relações face a face, com seus pais e professores, como era feito há mais ou menos sessenta anos. Esses conhecimentos são adquiridos de maneira não presencial, são adquiridos virtualmente a apartir do uso frequente das novas tecnologias.
A cultura visual é importante, não apenas como objeto de estudo ou como um tema fundamental a ser abordado na escola. Por ocupar uma parte significativa da experiência cotidiana das pessoas, é importante em termos de economia e das novas tecnologias, de forma que tanto produtores como receptores podem beneficiar-se de seu estudo. A função das artes através da história cultural humana foi e a ser uma tarefa de construção da realidade.
As artes constroem representações do mundo, que podem ser acerca do mundo real ou sobre mundos imaginários que não estão presentes, mas que podem inspirar os seres humanos á criação de um futuro alternativo para si próprio. (EFLAND apud HERNÁNDEZ, 2007, p. 41).
Com esses apontamentos deve-se leva-nos a repensar as bases a partir das quais a relação entre as artes visuais e a educação foi estabelecida e que vem sendo propostas, atualmente, nas instituições, nas práticas individuais e na escola, devido não somente ás mudanças, mas ao fato de que a realidade de muitas propostas de educação das artes visuais. Desse modo, são importantes que revise os fundamentos teóricos, disciplinares e pedagógicos da educação das artes visuais. Segundo Bamford (2006) apud Hernández (2007, p.42) comenta:
“A educação das artes é uma atividade de aprendizagem sustentável e sistemática centrada nas habilidades, maneiras de pensar e apresentar cada uma das formas artísticas dança, artes visuais, música, teatro que produzem um impacto em termos de melhorar as atitudes em relação á escola e á aprendizagem, que fomenta a identidade cultural e o sentido de satisfação pessoal e de sentir-se bem. 
Essas considerações são importantes para a educação, pois com outros saberes disciplinares, novas formas e meios de representação, assim como com as metodologias que surgem em termos da interpretação da imagem, do visual e da visualidade. 
3.1 Arte e Tecnologia: A história de uma transformação cultural
É preciso acreditar que o homem constrói seu presente e projeta um futuro cada vez melhor. Sem impedir despesas inutilmente, precisamos entender a presença das tecnologias e seus efeitos na vida mediada. Conforme Domingues (1997, p.15), “A história mostra que as civilizações nunca voltaram para trás, que as descobertas e inventos são acumulados e servem de background para outros inventos”.
A humanização das tecnologias possui uma questão atual, a produção artística que está sintonizada com os avanços tecnológicos. Estas reflexões têm a arte como ponto de convergência e são pensados os efeitos das tecnologias na vida contemporânea, determinando traços da cultura.
Hoje, tudo passa pelas tecnologias: a religião, a indústria, a ciência, a educação, entre outros campos da atividade humana. Segundo Domingues (1997, p.17), “A arte tecnológica também assume essa relação direta com a vida, gerando produções que levam o homem a repensar sua própria condição humana”.
Novas espécies de imagens, de sons, de formas geradas por tecnologias eletrônicas interativas e seus dispositivos de acesso permitem um contato direto com a obra, modificando as maneiras de fruir imagens e sons. De acordo Domingues (1997, p.20), “As interfaces possibilitam a circulação das informações que podem ser trocadas, negociadas fazendo que a arte deixe de ser um produto da mera expressão do artista para se construir num evento comunicacional”.
	Toda essa situação reafirma que a história da arte é substancialmente uma história de meios e linguagens e que as tecnologias eletrônicas deste final de século XX acrescentam outras qualidades e circunstâncias para o pensamento artístico. A autora Domingues (1997, p.21) comenta, “Num sentido social a posição da arte assume no contexto cultural é de natureza política”.
	É preciso ter em conta que, com o passar do tempo, muito do que era ficção científica passou a ser realidade. Assim, é importante arriscar em visões de que no terceiro milênio, imersos numa realidade mediada, intensamente conectada ás máquinas, os homens estarão usando mais e mais interfaces, interagindo em muitos momentos de sua vida.
	Domingues (1997, p.29), “O radio, o telefone, a TV esta tão combatida, e hoje incorporada ao cotidiano, estão neste limiar do século XXI ao lado de tecnologias interativas que tendem a se tornar cada vez mais acessíveis ao homem”. A presença decisiva das tecnologias em nosso ambiente indica que homem está reinventando a vida e determinando uma outra natureza para a espécie. Isto está ganhando tal amplitude, no século que nos espera, que cada homem poderá dizer a si próprio. Conforme Domingues (1997, p.30), “Eu sou na medida de minha conexão”.
Não se trata de ignorar a produção histórica dos meios convencionais ou privilegiar esta tecno-arte, o importante é discutir as influências que a mediação das tecnologias provoca nas formas de pensar e expressar arte. As inovações tecnológicas invadem cada vez mais o nosso cotidiano, instigando o imaginário do artista, que num diálogo com os novos meios, revela novas poéticas. 
	Hoje ser criança na sociedade contemporânea é diferente, de ser criança nos períodos histórica anteriores, principalmente, no que se refere aos atrativos lúdicos existentes em cada época. A criança já é considerada como um indivíduo que tem sua própria personalidade, ou seja, possui uma natureza única, onde pensa e sente o mundo de um jeito muito pessoal. Criança é o indivíduo na infância. 
	Segundo Vygotski (1998), “As brincadeiras são atividades que se originam na infância, onde a criança recria a realidade usando sistemas simbólicos”. São atividades nas quais, imaginação e realidade interagem na criação de novas possibilidades de expressão e de ação, assim como de novas formas de construir relações sociais com outros sujeitos.
Universo dos desenhos animados, tema que tem levado a constantes pesquisas no sentido de compreender os processos imaginativos no universo infantil. Os desenhos animados, segundo Fantin (2004) “Têm grande importância para o desenvolvimento infantil, pois a partir deles acriança se diverte e satisfaz sua necessidade do lúdico. Ela tem a possibilidade de vivenciar conflitos, medos e aventuras imaginariamente, o que resulta num processo de amadurecimento emocional e cognitivo”.
Ao mesmo tempo, Girardello (2008) aponta a existência de três fatores importantes que são enfatizados no cotidiano infantil, os quais vão interagir com a capacidade imaginativa da criança que vê televisão, são eles: “o tempo que a criança passa assistindo essa mídia, a maneira que o adulto vai mediar esse desenho animado no cotidiano da criança e o conteúdo da programação assistida pela criança”. Isso reporta ao fato de que os desenhos animados, como forma cultural, têm papel preponderante na imaginação da criança, mas é necessário que haja, em alguns momentos, a mediação de um adulto para uma possível contextualização do desenho assistido de maneira que a experiência imaginativa da criança seja a mais plena possível.
A importância do imaginário na apropriação das imagens através das brincadeiras é demonstrada, parafraseando os escritos de Giraldello (2008), traz nas narrativas de assombrações e de atos de heroísmo que participam do imaginário das crianças, através das citações de personagens como, por exemplo, o Lobisomem, os Fantasmas, o Super Homem, o Ben 10, as Meninas Super-Poderosas dentre outros. São essas imagens que compõem o imaginário que demonstram que a criança busca em diversas fontes elementos além de seu mundo real. E com o uso de brinquedos, objetos e a relação construída com seus pares, vão sendo inseridos em seu repertório lúdico.
A concentração das crianças mergulhadas em seu mundo imaginário e que lutam contra os inimigos invisíveis parece mostrar, á primeira vista, que se trata de uma mera imitação de gestos dos personagens da televisão, especificamente dos desenhos animados.
Segundo Fantin (2004) “Com relação a filmes e desenhos animados, os sentidos são construídos em contextos sociais definidos e serão diferenciados conforme seu lugar institucional ou o espaço social em que está sendo visto, isso supõe regras de comportamento e, por vezes, certos sentidos ao contexto que esta sendo recebido”.
Os modos de ver podem ser interessantes e educativos, pois, por mais importante que o conteúdo seja filme ou desenho animado, é a relação que se estabelece entre esse conteúdo e a sua mediação adequada que poderá ser um excelente fomentador da criatividade e do desenvolvimento lúdico infantil.
 A criança é submetida a um profundo condicionamento cultural, e é sobre estes conteúdos que a criança vai operar. A ilustração, o desenho animado, a história em quadrinhos, a propaganda, a embalagem são representações que se tornam quase realidade. (DERDYK, 1994, p.53)
É preciso um olhar no que concerne ao conteúdo dos desenhos animados, a relação da criança com a televisão e o tempo delegado a essa interação e a relação com o consumo que esta interlocução pode impactar nesse contexto, seja na escola, na família, ou qualquer outro ambiente que propicie o desenvolvimento da criança.
Hoje a arte está nas ruas, na televisão, redes de comunicação, no jornal, nas mídias. Os elementos da arte são explorados nas imagens que nos chegam por estes meios. Esta é uma situação concreta, vivenciada por parte de uma geração que frequenta a escola.
 4 METODOLOGIA 
O presente projeto aborda a pesquisa bibliográfica. É um tempo dedicado à interrogação sobre o objeto, os pressupostos, as teorias pertinentes, a metodologia e as questões operacionais. Segundo Minayo, se realiza fundamentalmente por uma linguagem fundada em conceitos, proposições, métodos e técnicas, linguagem esta que se constrói com um ritmo próprio e particular. (MINAYO. 1994, p.25).
 Neste método visou compreender o processo de criação em artes visuais: expressando-se pela linguagem do desenho com a interferência tecnológica.
Juntamente com a pesquisa bibliográfica, teve o auxílio do método quantitativo, é frequentemente aplicado nos estudos descritivos, propõem descobrir e classificar a relação entre variáveis, os quais sugere investigar o que significa. Seguindo ensinamentos de Richardson (1989), este método caracteriza-se pelo emprego da quantificação, tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento dessas através de técnicas estatísticas, desde as mais simples até as mais complexas. Garante a precisão dos trabalhos realizados, conduzindo a um resultando com poucas chances de distorções.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A Arte, enquanto linguagem interpreta e representa o mundo. Uma forma privilegiada dos processos de representação humana é instrumento essencial para o desenvolvimento da consciência, pois propicia ao homem contato consigo mesmo e com o universo, ou seja, a Arte é uma forma de o homem entender o contexto ao seu redor e relacionar-se com ele. O conhecimento do meio é básico para a sobrevivência e para sua representação que faz parte do próprio processo pelo qual o ser humano amplia seu saber.
O processo de criação em artes visuais: expressando-se pela linguagem do desenho com a interferência tecnológica, buscou propor sobre o mundo contemporâneo que estamos vivendo, onde precisamos aprender conciliar o conhecimento pessoal com a mídia educativa.
Desse modo a mídia e a educação devem ser parceria dentro da sala de aula, buscando trabalhar a realidade que os alunos vivem. Enfim a contemporaneidade requer do professor outra postura, e que esta seja pautada na construção do conhecimento e na busca da transformação do indivíduo. A importância de se desenvolver um projeto de pesquisa como esse se da pela influência da tecnologia nas sociedades, entendendo que ela não é neutra, que altera e produz novos modos de vida, e com isso também uma nova representação de infância e adolescência.
REFERÊNCIAS
DERDYK, Edith. Formas de pensar o desenho: desenvolvimento do grafismo infantil. 3. Ed. São Paulo, 2004.
DOMINGUES, Diana. A arte no século XXI: a humanização das tecnologias. 4ª ed. Unesp, São Paulo, 1997.
FANTIN, Mônica. Fragmentos e imagens de crianças no cinema: a inversão do olhar. 27ª Ed. ANPED, 2004. 
FERRAZ. Maria Heloísa C. de T. e FUSARI. Maria F. de Rezende. Metodologia do ensino de artes. 2ª Ed. São Paulo, 1999.
FERRAZ. Maria Heloísa C. de T. e FUSARI. Maria F. de Rezende. Arte na Educação Escolar. 4ª Ed. São Paulo, 2012.
GIRALDELLO. Produção cultural infantil diante da tela: da TV á internet. Campinas, São Paulo: Papirus, 2008.
HERNÁNDEZ, Fernando. Catadores da cultura visual: proposta para uma nova narrativa educacional. 7ª Ed. Porto Alegre – RS: Mediação, 2007. 
MINAYO. M.C.S. etall. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. Rio de Janeiro. Vozes. 1994.
MOREIRA. Ana Angélica Albano. O espaço do desenho: a educação do educador. 12ª Ed. Loyola – São Paulo, 2008.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 1989.
SETTON, Maria da Graça. Mídia e educação. – São Paulo: Contexto, 2010.ed. Pinsky
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 7ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. 
� SILVANA ESTER DELEVATTI – Licenciada em Artes Visuais (2012) – Universidade de São Miguel do Oeste - SC (UNOESC); Cursando Especialização em Metodologia do Ensino de Artes (2015) – (Centro Universitário Internacional Uninter).
� MÁRCIA REGINA MOCELIN – Doutora em Educação (2014) – Universidade Tuiuti do Paraná (UTP); Mestre em Educação (2007) – Universidade Tuiuti do Paraná (UTP); Especialista em Educação de Jovens e Adultos (1998) – IBPEX; Licenciada em Educação Artística/Música (1996) – UFPR (Universidade Federal do Paraná); Licenciada em Pedagogia (2015) UNINTER (Centro Universitário Internacional Uninter); Orientadora de TCC do Centro Universitário Internacional Uninter. Maestrina da Banda Municipal de Pinhais e Professora da Rede Estadual de Ensino do Paraná nas disciplinas de Música e Arte.

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