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SAUDE DA CRIANÇA E DO ADOLECENTE E SAUDE DA NULHER

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ENF. ESP. TAILMA LINO 
 
 
 O Ministério da Saúde, em 1984 incluiu o planejamento 
familiar entre uma de suas ações, tornando-se um direito 
legal do cidadão, com elaboração do Programa da 
Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM). 
 
 Em 1996 foi sancionada a Lei 9.263, que regulamenta o 
Planejamento Familiar. 
 
 Em 2007 a Política Nacional de Planejamento Familiar 
surgiu com a ampliação das ações acerca do oferecimento de 
métodos contraceptivos gratuitos, para o homem e a mulher 
em idade reprodutiva. 
 
 
 
O planejamento familiar pode ser definido 
como um conjunto de ações de regulação da 
fecundidade que garanta o direito à limitação ou 
o aumento da prole. Dessa forma dá ao casal a 
oportunidade de obter recursos para a escolha 
do momento da concepção ou da anticoncepção, 
por meio de diferentes métodos. 
A atuação dos profissionais de saúde na assistência à anticoncepção 
envolve, necessariamente, três tipos de atividades: 
 
 Atividades educativas 
 Devem ser desenvolvidas com o objetivo de oferecer à clientela os 
conhecimentos necessários para a escolha e posterior utilização do 
método anticoncepcional mais adequado. Devem ser 
preferencialmente realizadas em grupo, precedendo a primeira 
consulta, e devem ser sempre reforçadas pela ação educativa 
individual. 
 
 Aconselhamento 
Identificação e acolhimento da demanda do indivíduo ou casal, 
entendida como suas necessidades, dúvidas, preocupações, medos e 
angústias entre outras, relacionadas às questões de planejamento 
familiar e prevenção das DST/AIDS 
 
 
 
 Atividades clínicas 
As atividades clínicas devem ser realizadas levando-se em conta que 
todo e qualquer contato que a mulher venha a ter com os serviços de 
saúde deve ser utilizado em benefício da promoção, proteção e 
recuperação da sua saúde. Após as atividades educativas realizar a 
consulta individual incluindo: a anamnese; exame físico geral e 
ginecológico (orientação do auto-exame de mamas e preventivo). 
 
 
Os métodos comportamentais de planejamento familiar são 
técnicas para obter ou evitar a gravidez mediante a auto-
observação de sinais e sintomas que ocorrem no organismo 
feminino ao longo do ciclo menstrual. Baseando-se na 
identificação do período fértil da mulher, o casal pode 
concentrar as relações sexuais nesta fase, caso deseje obter uma 
gravidez, ou abster-se de ter relações sexuais, caso deseje espaçar 
ou evitar a gravidez. Tem taxa de falha de 20 %. 
 
 
 MÉTODO OGINO-KNAUS ( Tabelinha) 
 MÉTODO DA TEMPERATURA BASAL CORPORAL 
 MÉTODO DO MUCO CERVICAL OU BILLINGS 
 MÉTODO SINTO-TÉRMICO 
Este método baseia-se no fato de que o pós-ovulatório é 
relativamente constante, com a ovulação ocorrendo entre 11 a 16 
dias antes do início da próxima menstruação. 
 
O cálculo do período fértil da mulher é feito mediante a análise de 
seu padrão menstrual prévio. Se caso a mulher quiser usar este 
método deve ser orientada a registrar o primeiro dia de cada 
menstruação de pelo menos 6 meses seguidos. 
 
 
a) Verificar a duração de cada ciclo, contando desde o primeiro dia 
da menstruação (primeiro dia do ciclo) até o dia que antecede a 
menstruação seguinte (último dia do ciclo). 
b) Verificar o ciclo mais curto e o mais longo (no exemplo, 25 e 34 
dias, respectivamente). 
c) Calcular a diferença entre eles . Se a diferença entre o ciclo mais 
longo e o mais curto for de 10 dias ou mais, a mulher não deve 
usar este método. 
d) Determinar a duração do período fértil da seguinte maneira: 
Subtraindo-se 18 (dezoito) do ciclo mais curto, obtém-se o dia do início do 
período fértil. 
Subtraindo-se 11 (onze) do ciclo mais longo, obtém-se o dia do fim do 
período fértil. 
No exemplo: 
Início do período fértil = 25 – 18 = 7° dia 
Fim do período fértil = 34 – 11 = 23° dia 
 
Neste exemplo, o período fértil determinado foi do 7° ao 23° dia do 
ciclo menstrual(ambos os dias, inclusive), com uma duração de 17 dias. 
 
e) Para evitar a gravidez orientar a mulher e/ou casal para abster-se de 
relações sexuais com contato genital durante o período fértil (no 
exemplo acima, do 7° ao 23° dia). 
ORIENTAÇÕES 
 
 
 Elaborar com a mulher e/ou orientá-la para fazer o cálculo de sua 
tabela, sempre com base nos 6 a 12 ciclos mais recentes, sempre 
marcando no calendário. 
 Orientar a mulher e/ou casal para abster-se de relações sexuais 
com contato genital no período fértil, lembrando que a eficácia do 
método depende da participação de ambos. 
 Alertar a usuária para o fato de que cada mulher tem um padrão 
menstrual próprio e que os cálculos devem ser individualizados, 
portanto a tabela de uma mulher não serve para outra. 
 Recomendar especial atenção a fatores que possam alterar o ciclo 
menstrual (doenças, stress, depressão, mudança de ritmo de 
trabalho, entre outros). 
 Considerar o oferecimento do preservativo masculino ou 
feminino para uso associado ao método, com vista a dupla 
proteção do indivíduo ou casal. 
 Para evitar a gravidez, na ocorrência de coito no período fértil, 
sem uso de camisinha, a usuária deve ser orientada para o uso de 
anticoncepção de emergência. 
Este método fundamenta-se nas alterações da temperatura basal 
(temperatura do corpo em repouso) que ocorrem na mulher ao longo 
do ciclo menstrual. 
Antes da ovulação, a temperatura basal corporal permanece num 
determinado nível baixo; após a ovulação, ela se eleva ligeiramente, 
permanecendo nesse novo nível até a próxima menstruação. Este 
aumento de temperatura é resultado da elevação dos níveis de 
progesterona (efeito termogênico). O método permite, portanto, por 
meio da mensuração diária da temperatura basal, a determinação da 
fase fértil. 
1) A partir do primeiro dia do ciclo menstrual, verificar diariamente 
a temperatura basal, pela manhã, antes de realizar qualquer 
atividade ou após um período de repouso de no mínimo 5 horas; 
2) Verificar a temperatura por 5 minutos; 
 
Normalmente as temperaturas se elevam (0,3 a 0,8°C) 1 ou 2 dias após 
a ovulação e permanece assim por volta de 2 semanas. A mulher deve 
ser abster-se das relações sexuais, desde o início da menstruação, até 
3 dias depois da elevação da temperatura. 
ORIENTAÇÕES 
 
 Explicar minuciosamente e discutir com a mulher a técnica de uso 
do método. 
 Solicitar que a mulher elabore o registro da temperatura basal 
durante um ciclo, abstendo-se de relações sexuais sem proteção. 
 Recomendar especial atenção a fatores que possam influir nos 
valores da temperatura basal, solicitando à mulher que anote sua 
ocorrência. 
 Considerar o oferecimento do preservativo masculino ou 
feminino para uso associado ao método, com vista à dupla 
proteção do indivíduo ou casal. 
 Para evitar a gravidez, na ocorrência de coito no período fértil, a 
usuária deve ser orientada para o uso de anticoncepção de 
emergência. 
Este método baseia-se na identificação do período fértil por meio da 
auto-observação das características do muco cervical e da sensação 
por ele provocada na vulva. 
O muco cervical é uma secreção produzida no colo do útero que por 
ação hormonal apresenta transformações características ao longo do 
ciclo menstrual, possibilitando a identificação do processo de 
ovulação 
O muco cervical, no início do ciclo, é espesso, grumoso, dificultando a 
ascensão dos espermatozóides pelo canal cervical, sob ação 
estrogênica, produz, na vulva, uma sensação de umidade e 
lubrificação, indicando o tempo da fertilidade, momento em que os 
espermatozóides têm maior facilidade de penetração no colo uterino. 
Nessa fase, o muco é transparente, elástico, escorregadio e fluido, 
semelhante à clara de ovo. 
 FASE PRÉ-OVULATÓRIA 
Ao término da menstruação,pode começar uma fase seca ou com 
secreção igual e contínua na aparência e na sensação dura, em geral, 
dois, três, ou mais dias. O casal pode ter relações sexuais nos dias da 
fase seca, em noites alternadas (para que o sêmen não prejudique a 
observação do muco cervical). 
 
 FASE OVULATÓRIA 
O muco que inicialmente é esbranquiçado, turvo e pegajoso, vai se 
tornando a cada dia mais elástico e lubrificante, semelhante à clara de 
ovo, podendo-se puxá-lo em fio – este é o período favorável para a 
penetração dos espermatozóides no canal cervical. O casal deve 
abster-se de relações sexuais, quando não deseja a gravidez. O último 
dia de sensação vulvar de umidade lubrificante chama-se Ápice. 
 FASE PÓS-OVULATÓRIA 
Na 4ª noite após o dia Ápice a mulher entra no período de 
infertilidade, que dura mais ou menos duas semanas. Nesse período, 
o casal pode ter relações sexuais pois os indicadores do período fértil 
(muco e ovulação) já ocorreram. 
Este método baseia-se na combinação de múltiplos indicadores da 
ovulação, com a finalidade de determinar o período fértil com maior 
precisão e confiabilidade. 
Fundamentalmente, ele combina a observação dos sinais e sintomas 
relacionados à temperatura basal corporal e ao muco-cervical, 
associada ainda a parâmetros subjetivos (físicos e ou psicológicos) 
indicadores de possível ovulação. 
Sinais subjetivos 
 Dor abdominal. 
 Sensação de peso nas mamas, mamas inchadas ou doloridas. 
 Variações de humor e/ou da libido. 
 Outros sintomas e sinais (enxaqueca, náuseas, acne, aumento de 
apetite, ganho de peso, sensação de distensão abdominal). 
 
 
Não existem condições clínicas que restrinjam o uso 
dos métodos comportamentais. Entretanto, existem 
condições ou obstáculos que podem afetar a função 
ovariana ou a regularidade dos ciclos menstruais 
e/ou alterar os sinais e sintomas de fertilidade, que 
dificultam a aprendizagem ou o uso desses métodos 
e nenhum deles protegem contra as IST´S. 
 
São métodos que colocam obstáculos mecânicos ou químicos à 
penetração dos espermatozóides no canal cervical. Os métodos 
de barreira disponíveis em nosso meio são: 
 
 PRESERVATIVOS (condons ou camisinhas), masculinos e 
femininos; 
 DIAFRAGMA; 
 ESPERMATICIDAS QUÍMICOS. 
PRESERVATIVO MASCULINO 
 
Consiste em um envoltório de látex, poliuretano ou silicone, que 
recobre o pênis durante o ato sexual e retém o esperma por ocasião 
da ejaculação impedindo o contato com a vagina, assim como impede 
que os microorganismos da vagina entrem em contato com o pênis 
ou vice-versa. É um método que, além de evitar a gravidez, reduz o 
risco de transmissão do HIV e de outros agentes sexualmente 
transmissíveis. 
 
Recomendar a guarda dos preservativos em lugar fresco, seco e de 
fácil acesso ao casal, observando-se a integridade da embalagem, 
bem como o prazo de validade. 
Devem ser usados apenas lubrificantes a base de água, pois o uso de 
lubrificantes oleosos (como vaselina ou óleos alimentares) danifica o 
látex, aumentando o risco de ruptura; a maioria dos preservativos são 
fabricados com lubrificantes. 
O preservativo feminino é um tubo de poliuretano com uma 
extremidade fechada e a outra aberta, acoplado a dois anéis 
flexíveis também de poliuretano. 
 
 O primeiro, que fica solto dentro do tubo, serve para ajudar na 
inserção e na fixação de preservativo no interior da vagina. O 
segundo anel constitui o reforço externo do preservativo que, 
quando corretamente colocado, cobre parte da vulva. 
 
O produto já vem lubrificado e deve ser usado uma única vez. O 
poliuretano, por ser mais resistente do que o látex, pode ser usado 
com vários tipos de lubrificantes. 
É um método anticoncepcional de uso feminino que consiste num 
anel flexível, coberto no centro com uma delgada membrana de 
látex ou silicone em forma de cúpula que se coloca na vagina 
cobrindo completamente o colo uterino e a parte superior da 
vagina, impedindo a penetração dos espermatozóides no útero e 
trompas. 
A vida média útil do diafragma é em torno de 3 anos, se observadas 
as recomendações do produto. 
 O diafragma pode ser colocado antes da relação sexual (minutos 
ou horas) ou utilizado de forma contínua. Nesta última 
modalidade, é aconselhável retirar diafragma uma vez ao dia, 
lavá-lo e imediatamente recolocá-lo. Durante a menstruação, o 
diafragma deve ser retirado, evitando, assim, a possibilidade de 
acúmulo de sangue na vagina/útero reduzindo o risco de infecção 
genital. 
 
 Usar o diafragma todas as vezes que mantiver relações sexuais, 
independente do período do mês. 
 
 Urinar e lavar as mãos antes de colocar o diafragma. 
 
 Antes de cada uso, examinar cuidadosamente o diafragma contra 
a luz, para assegurar-se da inexistência de defeitos ou furos. 
ORIENTAÇÕES 
 Em caso de uso com geleia espermaticida, aplicá-la dentro da 
parte côncava do diafragma (mais ou menos uma colher das de 
chá) 
 O diafragma não deve ser retirado antes de um período de 6 horas 
após a última relação sexual, e deve-se evitar duchas vaginais 
durante esse período (não pode ultrapassar as 24 horas). 
 
 Remover o diafragma colocando o dedo indicador por trás da sua 
borda anterior e puxando o para baixo e para fora. 
 
 Após o uso, lavar o diafragma com água e sabão neutro, enxaguar 
bem, secar e guardar no estojo próprio. Sendo o diafragma feito de 
látex, é importante salpicá-lo com amido de milho (o uso de talcos 
perfumados pode danificar o diafragma e ser prejudicial ao colo 
uterino e à vagina, além de propiciar alergias). 
São substâncias químicas que recobrem a vagina e o colo do útero, 
impedindo a penetração dos espermatozóides no canal cervical e, 
bioquimicamente, imobilizando ou destruindo os espermatozóides. 
 
O produto espermaticida a base de nonoxinol-9 (N-9) a 2% é o mais 
amplamente utilizado no Brasil e no mundo. Entretanto, o seu uso 
pode aumentar o risco de transmissão sexual do HIV e outras DST. 
 
 A razão deste risco pelo no fato do N-9 provocar lesões 
(fissuras/microfissuras) na mucosa vaginal e retal, dependendo da 
freqüência de uso e do volume aplicado. 
Os anticoncepcionais hormonais orais, também chamados de pílulas 
anticoncepcionais são esteróides utilizados isoladamente ou em 
associação com a finalidade básica de impedir a concepção. 
Classificam-se em combinadas e apenas com progestogênio ou 
minipílulas; as primeiras compõem-se de um estrogênio associado a 
um progestogênio, enquanto a minipílula é constituída por 
progestogênio isolado. 
 
 
ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS ORAIS 
COMBINADOS 
 
São componentes que contêm dois hormônios sintéticos, o 
estrogênio e progestogênio, semelhantes aos produzidos pelo 
ovário da mulher. 
As pílulas combinadas atuam basicamente por meio da 
inibição da ovulação, além de provocar alterações nas 
características físico-químicas do endométrio e do muco 
cervical. 
 
1) No primeiro mês de uso, ingerir o 1° comprimido no 1° dia do 
ciclo menstrual ou, no máximo, até o 5° dia. 
2) A seguir, a usuária deve ingerir um comprimido por dia até o 
término da cartela, preferencialmente no mesmo horário. É 
importante orientar a usuária para verificar a cartela todas as 
manhãs no sentido de certificar-se do seu uso no dia anterior. 
3)Ao final da cartela (21 dias), fazer pausa de 7 dias e iniciar nova 
cartela, independentemente, do dia de início do fluxo menstrual. 
4)Caso não ocorra a menstruação no intervalo entre as cartelas, a 
usuária deve iniciar uma nova cartela e procurar o serviço de saúde 
para descartar a hipótese de gravidez. 
5) Não há necessidade de interromper o uso do método para 
descanso, pois não existe amparo científico que o justifique,sendo 
causa frequente de ocorrência de gestações. 
ORIENTAÇÕES 
6) Nos casos de vômitos e/ou diarréias, com duração de dois ou 
mais dias, as relações sexuais devem ser evitadas ou o uso de 
métodos de barreira devem ser instituídos, pois existem 
possibilidades da não-absorção dos esteróides da pílula, com 
consequente perda da ação anticonceptiva. 
 
7) Em caso de esquecimento de uso da pílula, a usuária deve ser 
orientada: 
 
 No caso de esquecimento de uso de uma pílula, a mesma deve ser 
ingerida imediatamente e a pílula regular no horário habitual ou 
ainda a ingestão das duas pílulas no mesmo horário. 
 No caso de esquecimento de duas ou mais pílulas, a usuária pode 
continuar a tomar a pílula mas deve utilizar, também, um método 
de barreira ou pode ser orientada a interromper a anticoncepção 
hormonal oral até a próxima menstruação. 
 Na ocorrência de coito desprotegido, nesse período, orientar a 
mulher para o uso de anticoncepção de emergência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA 
Certas drogas são capazes de reduzir a eficácia anticonceptiva da 
pílula, principalmente nos tratamentos prolongados. Nesses casos, 
deve-se indicar métodos alternativos. Como por exemplo os 
antiretrovirais (ARV) Efavirenz e Nevirapina (não-nucleosídeos) e os 
Nelfinavir e Ritonavir (inibidores da protease) utilizados no 
tratamento disponíveis para o controle da infecção pelo HIV, 
anticonvulsivantes como Carbamazepina e Barbitúricos, antibióticos 
como a rifampicina. 
 
COMPLICAÇÕES 
Acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, trombose venosa 
profunda e todas essas complicações acontecem com maior 
frequência em fumantes de qualquer faixa etária. 
ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS ORAIS APENAS 
DE PROGESTOGÊNIO 
São comprimidos que contêm uma dose muito baixa de 
progestogênio, que promove o espessamento do muco cervical, 
dificultando a penetração dos espermatozóides, e inibe a ovulação 
em aproximadamente metade dos ciclos menstruais. 
Durante a lactação, quando usados de forma correta e consistente, os 
anticoncepcionais orais de progestogênio têm uma taxa de falha de 
0,5%. 
 
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA 
Pode haver infecção com rifampicina, griseofulvina e 
antinconvulsivante (fenitoína, carbamazepina, barbituratos, 
primidona), que são medicamentos indutores de enzimas hepáticas e 
reduzem a eficácia da minipílula. 
ORIENTAÇÕES 
 
1) Nas lactantes, o uso deve ser iniciado após 6 semanas do parto e 
nas não-lactantes, seu uso é contínuo após o término da cartela (35 
comprimidos). 
 
 2) É de particular importância ser tomada em horário habitual. 
 
3) A usuária deve ser alertada sobre as possíveis alterações no 
padrão menstrual (intervalo, duração e sangramentos 
intermenstruais). 
 
4) Em caso de vômito dentro de uma hora após tomar a pílula, 
orientar a mulher para ingerir outra pílula (de outra cartela). 
 
5) Em caso de diarréia grave ou vômitos durante mais de 24 horas, 
orientar a mulher para continuar o uso da pílula se for possível, usar 
o preservativo (masculino ou feminino) ou evitar relações sexuais . 
São anticoncepcionais hormonais que contêm progestogênio ou 
associação de estrogênios e progestogênios, para administração 
parenteral (I.M), com doses hormonais de longa duração. 
 
 Com progestogênio isolado. 
Consiste na administração de progestogênio isolado, via parenteral 
(I.M), como obtenção de efeito anticonceptivo por períodos de 3 
meses. 
 Combinado 
Os anticoncepcionais injetáveis combinados contêm uma associação 
de estrogênio e progestogênio, para uso parenteral (I.M), mensal. 
ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS INJETÁVEIS COM 
PROGESTOGÊNIO ISOLADO 
 
O anticoncepcional hormonal injetável, aprovado para uso no Brasil, 
é um derivado da 17 alfahidroxiprogesterona, para administração 
intramuscular profunda. Além de inibirem a ovulação, aumentam a 
viscosidade do muco cervical dificultando a passagem dos 
espermatozóides. 
No primeiro ano de uso, a taxa de falha deste método é de 0,3%, com 
injeções regulares a cada três meses. Em média o retorno à fertilidade 
pode levar 4 meses após o término do efeito 
1) A droga é apresentada sob forma de ampola com 150 mg de 
acetato de medroxiprogesterona em 1 ml. Deve ser aplicada nos 
primeiros cinco a sete dias do ciclo menstrual, na região glútea 
(profundamente), para permitir a formação do depósito. Não se deve 
massagear o local após a injeção. 
 
2) Nas situações de pós-parto, nas não-lactantes (mulheres portadoras 
do HIV ou com outra condição que contra indique a lactação), 
preferencialmente deve ser usado na alta hospitalar ou a partir dos 60 
dias, na visita do puerpério. Nos casos de abortamento, pode ser 
iniciado imediatamente. 
 
ORIENTAÇÕES 
3) Deve-se repetir a injeção a cada intervalo definido, podendo 
ser feita até, no máximo, quinze dias após a data estipulada, 
para não aumentar o risco de falha. 
 
4) Antes da aplicação, agitar bem a ampola para homogeneizar 
a suspensão e administrar a dose adequada. 
 
ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS INJETÁVEIS 
COMBINADOS 
 
 
As diferentes formulações dos anticoncepcionais hormonais 
injetáveis combinados contêm um éster de estrogênio natural, o 
estradiol, e um progestogênio sintético. Inibem a ovulação e tornam 
o muco cervical espesso, impedindo a passagem dos 
espermatozóides. Não há demora na recuperação da fertilidade, 
geralmente o retorno é imediato. 
ORIENTAÇÕES 
 
1) A primeira injeção deve ser feita até o 5º dia do início da 
menstruação. As aplicações subseqüentes devem ocorrer a cada 30 
dias, mais ou menos 3 dias, independentemente da menstruação. 
 
2) Deve-se aplicar por via intramuscular profunda, abstendo-se de 
massagem ou calor local para evitar difusão do material injetado. 
 
3) É obrigatório o uso de seringas de pequeno volume e agulhas 
estéreis e descartáveis, agitando-se bem a ampola do 
anticoncepcional e aspirando-se todo o conteúdo para a 
administração da dose adequada. 
 
4) Se houver atraso de mais de três dias para a nova injeção, a 
mulher deve ser orientada para o uso do preservativo, 
espermaticida ou evitar relações sexuais até a próxima injeção. 
 
5) É recomendável o uso da anticoncepção de emergência na 
ocorrência de coito desprotegido quando houver atraso em mais de 
3 dias na administração da injeção. 
Os dispositivos intra-uterinos são artefatos de polietileno aos quais 
podem ser adicionados cobre ou hormônios que, inseridos na 
cavidade uterina, exercem sua função contraceptiva. Atuam 
impedindo a fecundação porque tornam mais difícil a passagem do 
espermatozóide pelo trato reprodutivo feminino, reduzindo a 
possibilidade de fertilização do óvulo. 
Para a Organização Mundial da Saúde, o DIU interfere nas 
diferentes etapas do processo reprodutivo que ocorrem previamente 
à fertilização. 
O DIU com levonorgestrel causa supressão dos receptores de 
estradiol no endométrio, atrofia endometrial e inibição da passagem 
do espermatozóide através da cavidade uterina 
As concentrações de cobre e de levonorgestrel no trato genital 
superior caem rapidamente após a remoção do DIU e a recuperação 
da fertilidade é imediata 
TIPOS E MODELOS 
 
 DIU com Cobre: é feito de polietileno e revestido com filamentos 
e/ou anéis de cobre. 
 
 
 
 
 DIU que libera hormônio: é feito de polietileno e libera, 
continuamente, pequenas quantidades de levonorgestrel. 
ORIENTAÇÕES 
 
 
 O DIU pode ser inserido a qualquer momento durante o ciclo 
menstrual, desde que haja certeza de que a mulher não esteja grávida, 
que ela não tenha mal formação uterina e não existam sinais de infecção. 
 
 DIU deve ser inserido, preferencialmente, durante a menstruação 
devidoà: 
 Se o sangramento é menstrual, a possibilidade de gravidez fica descartada. 
A inserção é mais fácil pela dilatação do canal cervical. 
Qualquer sangramento causado pela inserção não incomodará tanto a 
mulher. 
A inserção pode causar menos dor. 
 
 O DIU pode ser inserido logo após o parto, em até 48 horas após o 
parto. Passado este período deve-se aguardar, pelo menos, 4 semanas. 
 
 Após aborto espontâneo ou induzido , imediatamente, se não houver 
infecção. 
 Não se deve recusar ou adiar desnecessariamente a remoção de um DIU 
quando amulher a solicita, seja qual for a razão do pedido. 
Esterilização é um método contraceptivo cirúrgico, definitivo, que 
pode ser realizado na mulher por meio da ligadura das trompas 
(laqueadura ou ligadura tubária) e no homem, através da ligadura 
dos canais deferentes (vasectomia). 
Consiste, no homem, em impedir a presença dos espermatozóides no 
ejaculado, por meio da obstrução dos canais deferentes. Na mulher, 
em evitar a fecundação mediante impedimento de encontro dos 
gametas, devido à obstrução das trompas. 
LAQUEADURA TUBÁRIA 
 Procedimento cirúrgico realizado na mulher por meio da ligadura 
das trompas, evita a fecundação mediante impedimento de encontro 
dos gametas, devido à obstrução das trompas. 
A recanalização tubária é possível por microcirurgia. Porém apenas 
50% das mulheres submetidas a laqueadura tubária apresentam 
condições técnicas para recanalização. 
 A Lei do Planejamento Familiar só permite realizar a 
ligadura de trompas e a vasectomia voluntárias nas 
seguintes condições: 
1. Em homens e mulheres com capacidade civil plena e 
maiores de 25 anos de idade, ou pelo menos com dois filhos 
vivos, desde que observado o prazo mínimo de 60 dias entre 
a manifestação da vontade e o ato cirúrgico. 
2. Nos casos em que há risco de vida para mulher ou riscos 
para a saúde da mulher ou do futuro bebê. 
 
A Lei do Planejamento Familiar proíbe a realização da ligadura 
de trompas durante o período de parto ou aborto, exceto nos 
casos de comprovada necessidade. Esses momentos não são 
os mais adequados para a realização dessa cirurgia. 
VASECTOMIA 
 
Nessa cirurgia, os canais deferentes são cortados e amarrados, 
cauterizados, ou fechados com grampos. É uma cirurgia simples, 
que pode ser feita em ambulatório, com anestesia local e o 
homem não precisa ficar internado. 
O efeito da vasectomia não é imediato. Nas primeiras ejaculações 
depois da vasectomia, ainda existem espermatozóides no 
esperma ejaculado 
Até que o espermograma seja negativo, o homem ou a mulher 
devem usar algum método para evitar a gravidez. 
A vasectomia não altera a vida sexual do homem. O desejo e a 
potência sexual continuam iguais ao que eram antes da cirurgia. 
A anticoncepção de emergência é um uso alternativo da 
anticoncepção hormonal oral para evitar uma gravidez depois da 
relação sexual (tomada antes de completar 72 horas após a relação 
sexual desprotegida). 
 
É também conhecida como anticoncepção pós-coital ou pílula do dia 
seguinte. 
 
Atua basicamente inibindo adiando a ovulação, interferindo na 
capacitação espermática e possivelmente na maturação do oocito. 
Além disso, pode interferir na produção hormonal normal após 
ovulação, mas possível que atue também de outras formas. Não 
interrompe uma gravidez em andamento. 
Não deve ser utilizada de rotina como método anticoncepcional, mas 
apenas em situações de emergência. 
Previne a gravidez em aproximadamente 3/4 dos casos que, de outra 
maneira. 
 
Pode ser usada nas seguintes situações: 
 relação sexual sem uso de nenhum método anticoncepcional; 
 rompimento da camisinha; 
 em caso de deslocamento do diafragma, ou retirada antes de 6 horas 
após a última relação sexual; 
 em caso de DIU sair do lugar ou se expulso; 
 falha no coito interrompido, com ejaculação na vagina ou na vulva. 
 uso incorreto do método da tabela ou do muco cervical 
 esquecimento de tomar pílulas ou injetáveis; 
 nos casos de estupro. 
 
 
A dupla proteção é dada pelo uso combinado da camisinha 
masculina ou feminina com outro método anticoncepcional, 
com a finalidade de promover, ao mesmo tempo, a prevenção 
da gravidez e a prevenção da contaminação pelo HIV/AIDS e 
por outras doenças sexualmente transmissíveis. 
 
A camisinha masculina ou feminina são os únicos métodos 
que protegem da contaminação pelo HIV/AIDS e por 
outras doenças sexualmente transmissíveis, ao mesmo 
tempo em que protegem da gravidez.

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