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Aula 04 Excluídos da sucessão

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DOS EXCLUIDOS DA SUCESSÃO 
AULA 04 
CONCEITO E FUNDAMENTO DE INDIGNIDADE 
Conceito: Indignidade é portanto, uma sanção civil que acarreta a perda do direito sucessório. É a privação do direito cominada por lei, a quem cometeu atos ofensivos à pessoa ou ao interesse do hereditando. 
Fundamento: O Art. 1814. menciona que não é qualquer ato ofensivo que acarreta a exclusão, eles podem ser assim resumidos atentado contra a vida, contra a honra e contra a liberdade de testar do de cujus. 
CONCEITO E FUNDAMENTO DE INDIGNIDADE 
Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários:
I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente;
II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.
CAUSAS DE EXCLUSÃO POR INDIGNIDADE 
A exclusão da sucessão por indignidade pressupõe: 
A) Seja o Herdeiro ou legatário incurso em casos legais de indignidade; 
B) Não tenha sido ele reabilitado pelo de cujus; 
C) Haja uma sentença declaratória da indignidade 
CAUSAS DE EXCLUSÃO POR INDIGNIDADE 
I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente;
 Trata o inciso em epígrafe da mais grave de todas as causas, pois é manifesta a ingratidão do herdeiro que priva o hereditando ou tenta privá-lo do seu maior bem, a vida, praticando contra ele homicídio doloso ou tentado. 
CAUSAS DE EXCLUSÃO POR INDIGNIDADE 
I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente;
 Enquanto os aspectos fáticos não estiverem definidos na esfera criminal, as ações cível e penal correrão independente e autonomamente, sendo apuradas ambas as responsabilidades, a civil e a penal No entanto, se proferida sentença penal condenatória, é porque se reconheceu o dolo ou a culpa do causador do dano, não podendo ser reexaminada a questão no civel. 
CAUSAS DE EXCLUSÃO POR INDIGNIDADE 
I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente;
A prova da pretensão executória da condenação, que só ocorre depois do trânsito em julgado da sentença, não retira, todavia, a força executiva desta, exercitável no âmbito civil, já que não se confundem seus efeitos com os decorrentes da prescrição da pretensão punitiva. 
CAUSAS DE EXCLUSÃO POR INDIGNIDADE 
II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;
Duas hipóteses estão contempladas nesse artigo: 
A) denunciação caluniosa do de cujus em juízo; 
B) prática de crime contra a sua honra. 
OBS: A tentativa não é punida, através dessa sanção civil. 
CAUSAS DE EXCLUSÃO POR INDIGNIDADE 
II. que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;
Para que a denunciação gere efeitos no âmbito sucessório, exige a lei civil que a imputação do crime tenha sido proferida em juízo. Não se tem em conta a que o ingrato pode cometer por outro modo qualquer, em palestras, jornais ou livros, ou mesmo na esfera administrativa. Não basta assim, qualquer acusação perante a polícia ou outra repartição pública. 
CAUSAS DE EXCLUSÃO POR INDIGNIDADE 
II. que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;
 A jurisprudência restringe ainda mais o conceito de denunciação caluniosa, exigindo que tenha sido praticada não apenas em juízo, mas em juízo criminal. A utilização da expressão “houverem acusado”, conduz ao entendimento de que a acusação há de ser formulada em juízo penal, seja perante ao juiz, seja mediante representação ao Ministério Público. 
CAUSAS DE EXCLUSÃO POR INDIGNIDADE 
II. que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;
Carlos Roberto Gonçalves atribui defeituosa a redação desse artigo, a melhor solução é interpretar que houve má redação do artigo em tela, entendendo-se que tanto no caso do autor da herança como o seu cônjuge o crime contra a honra velará a deserdação do sujeito. 
Beviláqua acredita que deve existir condenação criminal, já Carlos Roberto Gonçalves não o simples fato de denunciar já incorre na exclusão por indignidade. 
CAUSAS DE EXCLUSÃO POR INDIGNIDADE 
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.
Inibir é cercear a liberdade de disposição de bens. Obstar corresponde a impedir tal disposição. Em ambos os casos a conduta do herdeiro ou legatário implica indignidade, quando a inibição ou impedimento é exercido mediante violência ou fraude. A violência se traduz em ação física e fraude psicológica. 
CAUSAS DE EXCLUSÃO POR INDIGNIDADE 
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.
A regra em apreço tem por objetivo preservar a liberdade de testar do hereditando. Pune “o que atenta contra ela, por violência ou dolo, coação ou artíficio; não só quando impede a feitura do instrumento, ou consegue alterar o que estava pronto, como abusar da confiança do testador, exercer pressão sobre ele, iludi-lo, fazer maliciosamente, crer em fatos não reais, mas também quando oculta, vicia, inutiliza ou falsifica o escrito revelador das disposições derradeiras do de cujus, ou embaraça o cumprimento das mesmas. 
CAUSAS DE EXCLUSÃO POR INDIGNIDADE 
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.
Hipóteses enumeradas por Washington de Barros Monteiro: 
A) O herdeiro constrange o de cujus a testar; 
B) Impede-o de revogar o testamento anterior; 
C) Suprime testamento cerrado ou particular; 
D) Urde ou elabora testamento falso;
E) Cientemente, pretende fazer uso de testamento contrafeito. 
Falta de Legitimação para suceder, indignidade e deserdação 
A exclusão por indignidade somente obstaculiza a conservação da herança, enquanto a falta de legitimação para suceder impede que surja o direito à sucessão. Neste caso, a base de tal impedimento é sempre de ordem objetiva, ao passo que a exclusão se baseia numa circunstância eminentemente subjetiva.
 
Falta de Legitimação para suceder, indignidade e deserdação 
Diferenças entre indignidade e Deserdação 
 
Indignidade
Deserdação
Decorre de Lei
O autor da herança pune o responsávelpelo ato através dotestemento.
Art. 1814
Art. 1962
Sucessão Legítima
Sucessão Testamentária
Pode atingir:sucessoreslegitimos, testamentários e legatários
Afasta os herdeiros necessários; ascendentes; cônjuge, Pois, a lei os assegura a legítima.
Procedimento Para Obtenção da Exclusão 
Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de indignidade, será declarada por sentença.
Parágrafo único. O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário extingue-se em quatro anos, contados da abertura da sucessão.
 Interessados em propor a aludia ação: co-herdeiro e o donatário favorecido com a exclusão do indigno, bem como o Município, o Distrito Federal ou a União, na falta de sucessores legítimos e testamentários. 
Procedimento Para Obtenção
da Exclusão 
Morrendo o réu no curso do processo, extingue-se a ação, por efeito do princípio da personalidade da culpa e da pena. A morte do indigno acarreta a transmissão dos bens herdados, dos quais vinha desfrutando desde o falecimento do de cujus, aos seus próprios sucessores, visto que a indignidade só produzirá efeitos depois de publicada na sentença, e a pena não deve ir além da pessoa do criminoso. 
Reabilitação ou Perdão do Indigno 
Art. 1.818. Aquele que incorreu em atos que determinem a exclusão da herança será admitido a suceder, se o ofendido o tiver expressamente reabilitado em testamento, ou em outro ato autêntico.
Parágrafo único. Não havendo reabilitação expressa, o indigno, contemplado em testamento do ofendido, quando o testador, ao testar, já conhecia a causa da indignidade, pode suceder no limite da disposição testamentária.
Reabilitação ou Perdão do Indigno 
O perdão é, portanto, ato solene, pois a lei só lhe dá eficácia se efetuado mediante ato autêntico, ou em testamento. Deve ser expresso, embora não se exijam palavras sacramentais. Uma vez concedido torna-se irretratável, sob pena de tolerar-se arrependimento no perdão, o que não seria moral. 
Tem-se admitido o perdão tácito somente na via testamentária, quando o testador houver, após a ofensa, contemplado o indigno em testamento. O herdeiro reabilitado, nessa hipótese, tem o seus direitos circunscritos ao limite da deixa. 
Efeitos da Exclusão 
São pessoais os efeitos da exclusão. Os descendentes do Herdeiro excluído sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão (art. 1815 § único). Só estão legitimados para o ajuizamento da ação os que venham a se beneficiar com a exclusão. 
Os efeitos retroagem a data da abertura da sucessão, o indigno é obrigado a restituir os frutos e rendimentos que dos bens da herança houver percebido, mas tem o direito a ser indenizado das despesas com a conservação. 
Efeitos da Sucessão 
Os bens retirados do indigno serão chamados de bens ereptícios. 
 A exclusão acarreta, também, a perda do direito ao usufruto e à administração dos bens que a seus filhos couberem na herança e à sucessão eventual desses bens (art. 1816 CC). 
Embora a sentença tenha efeitos retro-operante, não pode prejudicar direitos de terceiros de boa-fé. São válidas as alienações onerosas a estes feitas pelo herdeiro, quando ostentava a condição de herdeiros aparente (art. 1817 e 1860).

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