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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MBA EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS Fichamento de Estudo de Caso Nicole de Mello Batista Trabalho da disciplina Gestão do Conhecimento Tutor: Prof. Cesar Lessa Florianópolis, SC 2017 2 Estudo de Caso : University Health Services Clínica de Pronto Atendimento REFERÊNCIA: DAVID H MAISTER, SHAUNA D OYLE e ROCCO PIGNERI. University Health Services: Clínica de Pronto Atendimento . Case 611 -P08, Harvard Business School, 16 de Junho de 2006. Kathryn Angell, logo após receber seu título de mestrado em gestão e política de saúde da Harvard School of Public Health, foi contratada como diretora assistente do ambulatório do Serviço de Saúde da Harvard University, onde tinha como principal objetivo reorganizar a Clínica de Pronto Atendimento. Ela foi encarregada de melhorar a prestação do serviço médico através de uma melhor coordenação de serviços e implantação de novos programas. A University Health Services (UHS) oferecia cuidados médicos para estudantes, funcionários, professores da Harvard University e seus dependentes. O paciente podia escolher um médico específico, o qual atendia através de agendamento no consultório do médico e encaminhava, caso necessário, o paciente para um especialista. A Clínica de Pronto Atendimento do Holyoke Center oferecia o tratamento ambulatorial mais completo das quatro clínicas de pronto atendimento da UHS. Os pacientes com problemas médicos agudos ou de cirurgia eram atendidos por ordem de chegada de segunda a sexta-feira, das 08:00 às 17:30, e sábado de manhã. Emergências eram tratadas imediatamente. Antes da implantação do sistema de triagem por Angell, um paciente típico da clínica de pronto atendimento fornecia informações de identificação em uma folha sequencialmente numerada no balcão de atendimento, depois se dirigia a sala de espera. Todas as enfermeiras ficavam envolvidas em atender todos os pacientes inicialmente e decidiam sobre a necessidade ou não de encaminhá-los ao médico, ou seja, havia um esforço duplicado (tempo, dúvidas, exames) para aqueles pacientes que eram direcionados a um médico após serem diagnosticados pelas enfermeiras. A principal reclamação dos pacientes era o tempo de espera entre a chegada à clínica e o atendimento, que era de 23 minutos em média; 22% dos pacientes tinham que esperar mais de 35 minutos para seu primeiro contato com a 3 enfermeira, sendo que muitos desses posteriormente ainda tinham que esperar para serem consultados com um médico, dependendo do caso. Pacientes viam a clínica como fria, ineficiente e impessoal. Angell, no intuito de melhorar a satisfação de seus pacientes, implementou um sistema de triagem na clínica de pronto atendimento. O sistema foi definido como “avaliação preliminar e encaminhamento de pacientes para o profissional de saúde adequado, baseado em decisões sobre a natureza dos problemas dos pacientes e o conhecimento das prioridades e competências dos profissionais disponíveis”. Nesse sistema, ao chegar na clínica o paciente preenchia um formulário e, se marcasse a opção “atendimento de emergência”, a recepcionista imediatamente notificava um médico, enfermeira clínica certificada ou coordenador de triagem. Um dos coordenadores de triagem chamava pelo paciente inicialmente e, em torno de 4 minutos, resumia a condição do cliente e encaminhava a um médico ou uma enfermeira clínica certificada, a depender da situação do paciente. Após a triagem, o paciente voltava para uma lista de espera para aguardar atendimento com médico ou enfermeira clínica certificada. O tempo médio total de espera, incluindo a triagem, era de 37,5 minutos, tempo esse maior que o almejado pelos administradores. Apesar de os tempos médios de encaminhamento para um médico ou enfermeira certificada serem os mesmos (19 minutos), o tempo médio de espera para ver um medico era muito maior (25,2 minutos) que o tempo de espera para ver uma enfermeira certificada (6,7 minutos). Uma razão para essa diferença de tempo pode ser devido aos pacientes pedirem para ver um médico ou enfermeira específicos; os pacientes que desejavam um provedor específico esperavam, em média, 8,6 minutos a mais que os demais. Passado um ano da implantação do sistema de triagem, Angell tinha a tarefa de analisar os dados do ano, as preocupações levantadas por vários grupos associados com a clínica e as suas próprias observações. Comentários: No sistema de triagem, quando o paciente marcava “atendimento de emergência”, a recepcionista, na maioria dos casos, simplesmente revisava o AVF e encaminhava para que o atendente inserisse o registro na “pilha de triagem”. Percebe-se a falta de treinamento para a função da recepcionista, talvez por falta de diretrizes, processos e procedimentos; não está claro quando a recepcionista deve notificar um médico, enfermeira ou coordenador. A qualificação do empregado com o objetivo de prepará-lo para o cargo é de 4 suma importância. Para isso, é preciso o detalhamento das atividades a serem desempenhadas. Se uma enfermeira clínica tratasse um problema diferente das 13 categorias, tinha que encontrar um médico para assinar o registro médico; havia casos em que o médico escolhia ver o paciente ou examiná-lo antes de assinar, fazendo com que existisse um trabalho duplicado da enfermeira e do médico (tempo, dúvidas, exames), assim como no sistema anterior. Ao ser introduzido o novo sistema, pensou-se que as enfermeiras clínicas arcariam com a maior parte dos casos, deixando mais tempo para os médicos; no entanto, também por falta de treinamento e de um procedimento padrão, os coordenadores ao invés de classificarem os pacientes como médico ou enfermeira, direcionando para apenas um, marcavam as duas opções, escrevendo “MD/EC”, fazendo com que a parcela de pacientes dos médicos aumentasse e gerasse sobrecarga. Banir a possibilidade de o paciente escolher com qual médico irá se consultar seria excluir a pessoalidade e a personalização do atendimento, podendo gerar ainda mais insatisfação, visto que os pacientes já classificaram a clínica como impessoal, com conotação negativa. É preciso repensar as medidas adotadas, ouvir ou colaboradores e clientes e analisar os dados com precisão. Investir em treinamento e em inovações tecnológicas talvez sejam medidas eficazes. A clínica de pronto atendimento não parece estar aproveitando as tecnologias para otimizar o tempo de espera; os procedimentos são burocráticos e manuais. Postos de autoatendimento são opções que poderiam ser estudadas.
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