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ASPECTOS ANTROPOLÓGICOS E SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO aula 9

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Aula 9 
 As Contribuições de Bourdieu, Gramsci e Mannheim
Antonio Gramsci e a reforma intelectual e moral
O comunista italiano Antonio Gramsci nunca publicou um livro, mas encontramos suas ideias em periódicos de partidos políticos e da imprensa e, sobretudo, nos famosos Cadernos do Cárcere, produzidos durante a sua prisão durante o governo fascista de Mussolini.
É importante ressaltar que Gramsci sofreu muita influência de Karl Marx, porém, foi adiante, pois atualizou a teoria de Marx para analisar as sociedades capitalistas da Europa na primeira metade do século XX.
Em sua obra, Gramsci faz distinção entre Oriente e Ocidente. Essa não é apenas uma distinção geográfica, mas, política.
Por Ocidente ele entendia aqueles países em que a sociedade civil é estruturada, múltipla, organizada, e compartilha com o Estado a administração da vida social. São os países de capitalismo avançado, cujo mercado interno é forte e a vida política é plural.
Ao contrário do Oriente, no Ocidente o poder encontra-se diluído entre o Estado e a Sociedade Civil. Sendo assim, não é suficiente que os grupos políticos revolucionários se voltem apenas contra o Estado. É preciso empreender uma “revolução no cotidiano” a partir de uma política feita na sociedade. Para chegar a tal intento, não basta o uso da força, é necessário alcançar a consciência das pessoas. É preciso ganhar a “batalha das ideias”.
Por Oriente ele entendia os países onde o Estado é poderoso e a Sociedade Civil é fraca, dotada de pouca organização e de pouca capacidade de fazer frente ao Estado.
Entenda a diferença entre os pensamentos de Marx e Gramsci.
Gramsci
Para ele, eliminar a propriedade privada dos meios de produção não seria suficiente, pois precisariam lutar também contra a “apropriação privada, ou elitista, do saber e da cultura”.
Marx
Afirmava que o proletariado deveria abolir a exploração econômica de uma classe sobre a outra, eliminando a propriedade privada dos meios de produção.
De acordo com Gramsci, era necessário desfazer a separação entre “intelectuais” e “pessoas simples”, porque apenas aqueles tidos como intelectuais ocupavam postos de administração do Estado e da sociedade civil, concentrando mais poder.
Para este autor, a luta pela hegemonia, ou seja, o processo lento e complexo pelo poder político nas sociedades complexas, não é vencida através do golpe de Estado ou pelo êxito nas eleições. É necessário convencer as pessoas, conseguir um consenso social em torno de suas concepções. Nesses termos, ele considerava o convencimento mais adequado do que a força.
Saiba mais
No processo da hegemonia pelo poder político, os intelectuais têm um papel muito importante, pois são eles que organizam a cultura.
Para eliminar as desigualdades e as injustiças, é necessário fazer uma “reforma intelectual e moral”. Contudo, lutando pelo poder existem aqueles grupos que querem manter a sua hegemonia e aqueles que buscam uma nova hegemonia. Esses grupos representam as diversas classes e frações de classes que disputam o poder na sociedade.
Nos momentos em que a disputa se torna mais acirrada, há uma tendência de polarização entre os interesses dos que desejam mudar e os dos que querem manter seu poder.
Blocos históricos
Gramsci classificava a sociedade em dois blocos:
A partir de alianças internas, as classes dominantes e as classes dominadas acabam se organizando em blocos, chamados por Gramsci de “blocos históricos”.
Cada bloco tem seus próprios intelectuais que brigam para organizar a cultura de determinado contexto histórico a partir de seus interesses.
Segundo Gramsci, existem dois tipos de intelectuais:
Esse movimento de Gramsci teve como consequência a criação de um sistema educacional híbrido, no qual há dois tipos de escola:
 Humanista
 A escola “humanista” fornece uma formação “clássica” (baseada nos valores da cultura greco-romana) que deve desenvolver nos indivíduos uma cultura geral, dando a cada indivíduo, nas palavras de Gramsci, “o poder fundamental de pensar e se orientar na vida”.
 Especializada
 A escola especializada fornece uma formação específica dos diferentes ramos profissionais ou baseadas na necessidade de operacionalizar os conteúdos específicos. Essa distinção, na concepção de Gramsci, tem um conteúdo de classe. A formação geral obtida na escola “humanista” é dada aos filhos das classes dominantes, formando os seus próprios intelectuais orgânicos.
Com o desenvolvimento industrial e a urbanização, o perfil da formação desses intelectuais se transformou.
Ao lado da escola “clássica”, desenvolveu-se uma *escola técnica que substituiu a clássica, pois era mais adequada à formação dos intelectuais orgânicos das classes dominantes.
Para Gramsci, a abolição das “escolas desinteressadas” é sinal de elitismo e de exclusão das classes trabalhadoras de uma formação de qualidade, e que a expansão do ensino ocorria de forma caótica, pouco organizada e sem políticas orientadas.
*Escola técnica : Profissional, mas não manual.
A partir dessas constatações, Gramsci elaborou a sua própria *Política Educacional.
*Política Educacional - De acordo com Rodrigues (2007), a nova escola deveria ser organizada assim:
“Em primeiro lugar, uma escola unitária, que corresponderia aos níveis do Ensino Fundamental e do Médio, que teria um caráter formativo e objetivaria equilibrar de forma equânime o desenvolvimento da capacidade de trabalhar manualmente e o desenvolvimento das capacidades do trabalho intelectual. A partir dessa escola única, e intermediado por uma orientação profissional, o aluno passaria a uma escola especializada voltada para o trabalho produtivo”. (p. 80)
Para que todos tivessem acesso à nova escola e para evitar a interferência de interesses econômicos, esta escola deveria ser pública e de qualidade.
Para Gramsci, era importante dar a todas as classes a possibilidade de formar os seus próprios intelectuais, pois, caso contrário, as classes dominantes sempre venceriam a “batalha das ideias”.
Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron - A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino (1970)
O sociólogo francês Pierre Bourdieu baseou-se nas concepções de Émile Durkheim e no Estruturalismo para fazer a sua análise sobre a educação contemporânea. É importante saber que, para o Estruturalismo de Bourdieu, os sujeitos sociais são vistos como marionetes das estruturas dominantes.
Em 1970, Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron, sob a influência de Durkheim, Karl Marx, Max Weber e com o intuito de construir uma teoria sobre o sistema escolar, partem do princípio de que toda e qualquer sociedade estrutura-se como *um sistema de relações de força material entre grupos e classes.
*Um sistema de relações de força material entre grupos e classes - De acordo com Rodrigues, a tese central desta obra é a de que “toda ação pedagógica é, objetivamente, uma violência simbólica”.
Para Bourdieu e Passeron, a força material, ou seja, o capital econômico, é a base que determina a força simbólica ou capital cultural. O papel deste é reforçar, por dissimulação, as relações de força material.
Dito de outra forma, a classe que possui o capital econômico produz e reproduz o capital cultural e faz isso escondendo (dissimulação) o seu caráter de violência simbólica (dominação cultural).
Saiba mais
A violência simbólica pode se manifestar de várias maneiras: formação da opinião pública pelos meios de comunicação de massa, discurso religioso, artes plásticas e literatura, propaganda e moda, educação familiar, sistema escolar etc.
É assim que Bourdieu e Passeron consideram a ação pedagógica como a imposição arbitrária da cultura dos grupos ou classes dominantes aos grupos e classes dominados. A utilização da autoridade pedagógica é fundamental para que se exerça essa imposição, criando no educando um habitus.
A função da educação é a de reproduçãodas desigualdades sociais. Pela reprodução cultural, a educação contribui para a reprodução social.
Despossuídas de *força material e *força simbólica, as classes dominadas não escapam dessa imposição. Segundo Saviani (2005), para Bourdieu e Passeron, a educação, não se configura como um fator de superação da dominação, mas, ao contrário, constitui-se como um elemento reforçador da mesma. Toda tentativa de usá-la como instrumento de superação da dominação é apenas ilusão. É a forma pela qual ela dissimula e, por isso, cumpre eficazmente a sua função de dominação.
*Força material - Capital econômico.
*Força simbólica- Capital cultural.
À luz da teoria da violência simbólica, a classe dominante exerce um poder de tal modo absoluto que se torna inviável qualquer reação por parte da classe dominada.
Karl Mannheim
Karl Mannheim também recebeu influências dos clássicos. Segundo Rodrigues, Mannheim retomou a formulação de Max Weber sobre os tipos de educação e tem por objetivo fornecer um programa para a mudança da educação. Para ele:
Nesse sentido, duas ciências são fundamentais: a psicanálise e a sociologia.
Psicanálise
É responsável por um novo padrão de vida pautado pela saúde mental e pela libertação das repressões adquiridas na formação do homem.
Sociologia
Era vista como a disciplina capaz de sintetizar as contribuições de todas as camadas sociais para o processo educacional. A Sociologia devia, então, servir de base à Pedagogia. Assim, Mannheim defendia uma sociedade essencialmente democrática, uma democracia de bem-estar social dirigida pelo planejamento racional e governada por cientistas.
Saiba mais
Conforme Rodrigues (2007), “Em suma, Mannheim era um homem de seu tempo, em busca de um programa de estudos em sociologia da educação que possibilitasse a formulação de projetos educacionais que ampliassem o horizonte do homem, que superasse as divisões em blocos políticos e ideológicos, que não o satisfaziam”.
Atividade
Com base nos conteúdos estudados, elabore um quadro síntese evidenciando as percepções sobre a educação de Gramsci, Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron e Karl Mannheim.
Escreva abaixo sua resposta.
Respostas :
Gabarito

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