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Semana 6 de Civil III

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SEMANA 6
DESCRIÇÃO:
(CESPE-DPE-Adaptado) Em 19/12/2012, Elias, divorciado, e sua irmã, por parte de pai, Joana, solteira, procuraram a DP para saber o que poderia ser feito a respeito da venda de um imóvel urbano, realizada pelo pai de ambos, Aldair, a seu neto, Miguel, filho de Cláudio, irmão dos assistidos, o qual havia passado a residir no imóvel com o pai alienante após a morte da companheira deste, Vilma. Afirmaram que não haviam consentido com a venda, muito embora dela tivessem sido notificados previamente, sem que, contudo, apresentassem qualquer impugnação. A alienação consumou-se em escritura pública datada de 18/10/2002 e registrada no dia 11/11/2002. Considerando aspectos relativos a defeitos, validade, invalidade e nulidade do negócio jurídico, com referência à situação hipotética acima descrita, que é necessário para sua anulação?
RESPOSTA:
Primeiramente, deve-se notar que o caso trata-se de direito intertemporal, pois a venda ocorreu antes da entrada em vigor do atual Código Civil de 2002, ou seja, foi regido sob o CC/16. Assim, tal fato em questão ainda poderia ser anulado mediante a Súmula 494 do STF, caducada pelo atual Código, que estabelece um prazo prescricional para a anulação de venda de ascendente para descendente de 20 anos a partir da data do ato, o que estaria em conformes, pois a venda ocorreu em 2002, tendo-se passado apenas 10 anos. Todavia, o art. 2028 do CC/02 esclarece que será regido pelo antigo Código o prazo que foi diminuído pela lei atual se tiver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na antiga lei. Desta forma, como o Código passou a vigorar em 2003, não transcorreu-se mais de 10 anos neste período, pois os anos que se passaram foram após a vigência, devendo então o caso ser tratado na atual lei. Logo, no Código Civil de 2002, é tratado sobre a anulabilidade da venda de ascendente a descendente, se não for expressamente consentido pelos outros herdeiros, no art. 496.
Em segundo, de acordo com entendimento no STJ sobre tal tema, seria necessário para a invalidação desse ato de alienação: a) fato da venda; b) relação de ascendência e descendência entre vendedor e comprador; c) falta de consentimento de outros descendentes; d) a configuração de simulação, consistente em doação disfarçada ou, alternativamente; e) a demonstração de prejuízo. Porém, como não há um prazo para a anulação no dispositivo do CC citado acima, o art. 179 diz que a decadência será de 2 anos a contar da data da conclusão do ato, ou seja, do dia 11 de novembro de 2002. Assim, os herdeiros deveriam ter manifestado expressamente a impugnação da venda aquele período. Logo, não há mais que se falar em anulação por falta de consentimento dos demais descendentes, visto que transcorreu o prazo decadencial previsto em lei.

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