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Direito penal I Aluno7

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Direito penal I Aluno: Gabriel Trarbach Nunes
DIREITO PENAL
CONCEITO:
Todo o conjunto de normas jurídicas que têm por finalidade estabelecer as infrações de cunho penal e suas respectivas sanções e reprimendas. O Direito Penal é um ramo do Direito Público (que diz respeito a função ou dever do Estado). Há que se acrescentar que o Direito Penal é formado por uma descrição, em série, de condutas definidas em lei, com as respectivas intervenções do Estado (na aplicação de sanções e eventuais benefícios), quando da ocorrência do fato delituoso, concreto ou tentado.
DIVISÃO DO CÓDIGO PENAL
O Código Penal é divido em artigos, que vão do 1º ao 361. Em sua Parte Geral (artigos 1º a 120, de 1984), cuida de assuntos pertinentes a aplicabilidade, características, explicações e permissões contidas na lei penal. Sua segunda parte, ou Parte Especial (artigos 121 a 361, de 1942) trata dos crimes em si, descrevendo condutas e penas a serem aplicadas.
Dividido em:
Parte geral: Artigo 1 ao 120, define ar regras do código. Extravagantes: Lei Maria da Penha;
Parte especial: artigo 121 ao 361, define os crime e as penas. Extravagante: lei do trafico e CTB;
Sujeitos do direito penal:
Sujeito Ativo – Indivíduo ou agente que pratica um fato (isto é, uma ação ou omissão) tipificado como delituoso pela legislação vigente.
Sujeito Passivo – Capacidade que o indivíduo ou agente tem de sofrer as sanções penais incidentes sobre sua conduta delituosa.
Características do direito penal:
Direito Penal Subjetivo – Poder de “Império” (ou dever) do Estado de punir os indivíduos por ele tutelados, dentro dos basilares do Direito Penal Objetivo.
Direito Penal Objetivo – Todas as normas existentes e de pronta aplicabilidade sobre o fato concreto ou tentado.
Direito Penal Comum – Aplicação do direito pelos órgãos jurisdicionais do Estado, ou seja, aplicação do Direito Penal dentro da atuação da Justiça comum existente nos Estados da Federação.
Direito Penal Especial - Previsão legal de competência para atuação das justiças especializadas na aplicação da lei penal. Exemplo: Direito Penal Eleitoral e Direito Penal Militar.
Direito Penal Substantivo - É a materialidade da norma, ou seja, é a norma em sua apresentação formal (exemplo: livro que contém o Código Penal).
Direito Penal Adjetivo – É a instrumentalidade do Direito Penal, isto é, o direito processual e suas nuances.
FONTES DO DIREITO PENAL
Conceito:
As fontes são os marcos de origem e manifestação do Direito Penal. São o órgão ou a forma de sua exteriorização. Por exemplo: compete privativamente a União, legislar sobre: direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho (...). Outro exemplo: a simples existência de lei, costumes, jurisprudências, princípios e/ou doutrinas.
Divisão das Fontes de Direito Penal
Fontes materiais – Ente estatal responsável pela produção e pela exteriorização do Direito.
Fontes Formais – Forma e modo de exteriorização do Direito
Fontes Formais Imediatas – As leis penais existentes. Conforme o princípio da legalidade, não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal (art. 5º, inciso XXXIX da Constituição Federal de 88,  e art. 1º do Código Penal Brasileiro).
Fontes Formais Mediatas – Na omissão da lei, podem ser aplicados os princípios gerais de Direito, os costumes a jurisprudência e a doutrina, os quais são fontes formais mediatas. Esses princípios estão autorizados por lei (Art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro)).
DIFERENÇA E PRINCIPIO E REGRAS:
PRINCIPIOS: Os Princípios são definidos por SUNDFELD (1995, p.18) como as "idéias centrais de um sistema, ao qual dão sentido lógico, harmonioso, racional, permitindo a compreensão de seu modo de se organizar-se".
REGRAS: “CANOTILHO diz que [...] as regras são normas que prescrevem imperativamente uma exigência (impõe, permitem ou proíbem) que é ou não é cumprida(nos termos de Dworkin: applicable in all-or-nothing fashion)”
DIFERENÇA: “Princípios são pautas genéricas, não aplicáveis à maneira de “tudo ou nada”, que estabelecem verdadeiros programas de ação para o legislador e para o intérprete. Já as regras são prescrições específicas que estabelecem pressupostos e consequências determinadas. A regra é formulada para ser aplicada a uma situação especificada, o que significa em outras palavras, que ela é elaborada para um determinado número de atos ou fatos. O princípio é mais geral que a regra porque comporta uma série indeterminada de aplicações. Os princípios permitem avaliações flexíveis, não necessariamente excludentes, enquanto as regras embora admitindo exceções, quando contraditadas provocam a exclusão do dispositivo colidente.”
PRINCIPIOS GERAIS DO DIREITO PENAL:
PRINCIPIO DA LEGALIDADE OU DA RESERVA LEGAL: Sem legislação específica não há crime. É uma forma de limitação do poder punitivo do Estado (Art. 5º, inciso XXXIX da CF/88 e Art. 1º do Código Penal Brasileiro). Tem que haver lei, criada pelo poder legislativo, determinando o que e crime.
nullum crimen, nulla poena sine lege;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
PRINCIPIO DA ANTERIORIDADE DA LEI PENAL (subprincípio do principio da legalidade): não basta ter lei apenas, ela tem que ser anterior à conduta ilícita. A lei deve ser anterior à conduta ilícita.
***OBS: Vedação a analogia – porque a lei tem de ser estrita, ou seja, o conteúdo dela não permite que nela seja utilizada a analogia; cada caso e diferente deve-se analisado como tal.
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
Exemplo: Alguém bebeu e dirigiu antes da lei seca, esta pessoa não pode ser punida por algo que até então não era proibido.
PRINCIPIO DA TAXATIVIDADE: As condutas tem que ser estabelecidas de forma certa, de forma absoluta, e forma taxativa. O principio da Taxatividade é corolário lógico do princípio da legalidade expressando a exigência de que as leis penais, especialmente as de natureza incriminadora, sejam claras, precisas e bem definidas. A conduta humana deve ser enunciada com clareza de forma a torna-la inconfundível com outra, e lhe seja cominada pena balizada dentro de limites que não excedam os princípios da razoabilidade.
Exemplo1: uma pessoa não pode dirigir veiculo automotor embriagado o mesmo não se aplica a uma pessoa na bicicleta;
Exemplo: Lei 11.343 artigo 33 quanto ao trafico taxa tudo o que é crime em questão de movimentação de drogas. 
Art. 33.  Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
Art. 121. Matar alguém: ...
PRINCIPIO DA CULPABILIDADE: É um principio implícito, significa que o direito penal não cunha a responsabilidade objetiva, ou seja, responsabilidade sem culpa.
Exemplo: Uma pessoa da uma rasteira na outra enquanto jogam bola num campo de areia a pessoa bate a cabeça numa pedra e morre isso não é homicídio culposo é uma lesão corporal seguida de morte, pois intempéries ocorrem.
***OBS:
Responsabilidade objetiva: Já a responsabilidade objetiva não depende da comprovação do dolo ou da culpa do agente causador do dano, apenas do nexo de causalidade entre a sua conduta e o dano causado à vítima, ou seja, mesmo que o agente causador não tenha agido com dolo ou culpa, deverá indenizar a vítima.
A responsabilidade subjetiva: é aquela que depende da existência de dolo ou culpa por parte do agente causador do dano (você lembra qualé a diferença entre dolo e culpa?). Desta forma, a obrigação de indenizar e o direito de ser indenizado surgem apenas se comprovado o dolo ou a culpa do agente causador do dano. Para ser indenizada, a vítima deverá comprovar a existência destes elementos, o dolo ou a culpa, caso contrário não receberá nenhum tipo de indenização.
Já a responsabilidade objetiva não depende da comprovação do dolo ou da culpa do agente causador do dano, apenas do nexo de causalidade entre a sua conduta e o dano causado á vítima, ou seja, mesmo que o agente causador não tenha agido com dolo ou culpa, deverá indenizar a vítima.
PRINCIPIO DA OFENSIVIDADE/LESIVIDADE: Aplicado na elaboração das leis, cuida de prevenir um ataque ou perigo concreto sobre um bem tutelado pelo Estado. Esse princípio protege o interesse social tutelado pelo Estado de um perigo de lesão (ou ofensa). O direito penal tem como finalidade proteger o bem jurídico mais importante, só pode ser crime as condutas lesionem ou ameassem de lesão os bens jurídicos mais importantes (algo que o legislador escolheu para ser protegido penalmente).
- O direito penal é a ultima ractio (ultima possibilidade de utilização pelo Estado);
- 1° Não pode-se criminalizar o pensamento. - Impossibilidade de lesionar o bem jurídico alheio através do pensamento;
- 2° Não pode-se criminalizar a autolesão;
- 3° Proibição de punição por características pessoais
- 4° vedação de criminalização de condutas que não ofenda nem ameassem o bem jurídico;
*Obs; crimes que ofendem bem jurídicos são chamados de crime de dano, já os crimes que ameaçam de lesão é chamado de crime de perigo.
Crime de perigo: 
Grupo I: crime de perigo concreto, o resultado quase ocorreu.
Grupo II: crime de perigo abstrato/presumido, presume-se que quem realiza conduta vá gerar dano, o legislador presumiu. Exemplo: não pode dirigir embriagado, presume-se ameaça de perigo.
(a doutrina afirma que o crime de perigo abstrato é inconstitucional, pois presume-se ameça ou lesão não é realizado em si.
Quanto ao trafico a constituição libera o crime de perigo abstrato quando, presume-se o dano ao usuário mesmo que essa não vá utilizar o toxico.
PRINCIPIO DA SUBSIDIARIDADE / ULTIMA RACTIO: O direito penal só deve ser utilizado quando os demais ramos do direito falharem, quando forem incapazes de proteger os bens jurídicos mais importantes. A utilização desse principio é problemática porque no Brasil tudo se quer regular por leis penais.
OUTROS PRINCIPIOS:
Princípio da Intervenção – Limita o poder de atuação do ente estatal. O direito punitivo só será aplicado em observância ao princípio da reserva legal, com o fim social de impedir o legislador de se exceder na construção do Direito Penal aplicável.
Princípio da Irretroatividade da Lei Penal – A lei penal só pode retroagir para beneficiar. Com isso, fica afastada a possibilidade de uma lei nova (mais rígida) prejudicar fatos pretéritos. A retroação só pode acontecer se a lei nova for mais benigna ao agente do delito (Art. 5º, XL da CF/88).
Princípio da Insignificância – Aferida a irrelevância de uma conduta delituosa, ou sua insignificância (por exemplo a apropriação de bagatelas), deve ser excluída sua tipicidade penal.
Princípio da proporcionalidade – Cabe ao Estado dar a seus cidadãos um mínimo de proporcionalidade entre a garantia de seus direitos. Segundo esse princípio, o sistema penal se firma na sua capacidade de fazer frente aos delitos existentes em um meio social que absorva sua eficácia.
Princípio do “in dubio pro reo” - Na dúvida, o réu deve ser absolvido, pois no direito penal a culpa tem que ser comprovada, não cabendo suposição de prática de ato delituoso.
Insignificância ou Bagatela: Baseia no pressuposto de que a tipicidade penal exige um mínimo de lesividade ao bem jurídico, reconhecendo a “atipicidade do fato nas perturbações jurídicas mais leves.” 
Princípio da fragmentariedade: O estado só protege os bens jurídicos mais importantes, assim intervém só nos casos de maior gravidade.
Princípio da proibição da analogia “in malam partem”: Proibição da adequação típica “por semelhança” entre os fatos.
TEORIA DO DIREITO PENAL 
Anterioridade da lei (Artigo 1°, CP, artigo 5°, CF, XXXIX): A lei deve estar em vigor no tempo da conduta, ela não retroage. A lei deve ser anterior à conduta para que esta possa ser disciplinada. (principio da legalidade ou reserva legal);
Exceção da retroatividade( Artigo 5°, CFRFB, XL): A lei retroagirá para beneficiar o réu (IN BONNAN PARTEM), uma lei mais nova mais benéfica retroage ao caso passado para que o réu seja beneficiado.
Vacatio legis: a lei estando em vacatio (em vigência) não gera resultados até entrar em vigor, então condutas lesivas em tempo de vacatio não são disciplinadas pela nova lei. 
 Combinação de leis penais
Discute-se a questão de combinação de leis penais para que o réu tenha maior beneficio, a exemplo de que se um réu é condenado a uma lei anterior que tem uma parte gravosa e outra mais benéfica que uma lei nova que também tenha uma parte danosa e outra parte mais benéfica, unir-se-ia então as partes benéficas gerando assim um beneficio maior ao réu.
Exemplo: lei de entorpecentes antiga: pena de 3 á 15 anos de reclusão.
Lei nova: pena de 5 a 15 anos de reclusão = beneficio: 1/6 à 2/3 de redução da pena mediante os requisitos do § 4.
Não se pode unir a pena mínima menor da lei antiga com os benefícios da lei nova.
Correntes teóricas:
1° corrente: Poder-se-ia unir os benefícios porque a constituição determina que a lei mais benefica retroage.
2° corrente: Não se pode combinar leis benéficas, pois dessa forma o judiciário estaria legislando, criando uma nova lei com essa junção de benefícios. (Utilizada)
Conclusão: Não se pode combinar benefícios tem-se que utilizar a lei nova na integra, peag-se a lei nova, calcula-se a nova pena e verifica quais das penas é menos onerosa a lei nova ou a antiga.
Lei penal no tempo (artigo 2°, CP): ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime. (TEMPUS REGIT ACTUM-principio)
Abolitio Criminis: uma lei que vem descriminalizar um crime até então considerado crime, a lei retroage nesse caso até para casos já julgado. A lei é abolida e a nova passa a valer a nova, há uma exclusão/abolição de um crime e essa retroage a todos os casos antigos para beneficiar o réu. Cessa os efeitos penais, para cessar efeito civil (processo) deve constar na nova lei.
Novatio legis in mellius: surge uma lei mais branda, ela não aboli o crime, mas tem um beneficio (uma pena menor, etc) a pessoa responde pela lei nova melhor, que traz maiores benefícios ao réu.
Novatio legis in pejus: surge uma pena mais onerosa, mas o ato foi praticado durante o tempo de vigência de uma lei anterior mais benéfica, essa lei mais benéfica, anterior à lei mais grave, caminha com o réu até o julgamento (ultra-atividade da lei), mesmo depois da vigência da nova lei mais danosa. 
Novatio legis incriminadora: a lei nova que determina um crime não pode retornar a fatos passados. O crime foi cometido no passado quando este não era considerado crime, então a pessoa não respondera pelo novo crime criado pelo fato ter ocorrido antes de a lei nova entrar em vigor.
- Crime permanente e continuado: São atos que gera efeitos todo o momento (como um sequestro), se esse crime cessar depois de uma nova lei mais penosa entrar em vigor a pessoa será disciplinada por essa nova lei mais onerosa, se o crime cessou antes da lei entrar em vigor a pessoa será disciplinada pela lei antiga.
Crime permanente: é aquele crime que a sua consumação se estende no tempo.
Ex: Se um sequestro está em andamento, com a vítima colocada em cativeiro, havendo a entrada em vigor, de uma lei nova, aumentando consideravelmente as penas para tal delito, aplica-se de imediato a norma prejudicial ao agente, pois o delito está em plena consumação.
Sumula 711 do STF: "A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado e permanente, se a sua vigênciaé anterior à cessação da continuidade ou da permanência".
Crime continuado: quando o agente pratica várias condutas, implicando na concretização de vários resultados, terminando por cometer infrações penais de mesmas espécies, em circunstancias parecidas de tempo, lugar e modo de execução, aparentando que umas são meras continuações de outras. Em face disso aplica-se a pena de um só dos delitos. Portanto se uma lei nova tiver vigência durante a continuidade, deverá ser aplicada ao caso, prejudicando ou beneficiando.
Sucessão de leis temporárias ou excepcionais (artigo 3)
Lei temporária: traz expressamente em sua redação o dia do inicio e o dia do termino do vigor da lei. Exemplo: Lei 12663/13, lei geral da copa;
Lei excepcional: é elaborada para uma situação excepcional e que só dura enquanto durar o fato a excepcionalidade, tem tempo de duração indeterminado. Exemplo: em caso de calamidade, cria-se uma lei.
Característica da lei temporária e excepcional: Autorrevogação – assim que o tempo se esgota ou a excepcionalidade da medida cessa a lei também deixa de existir;
Problemática:
Ultratividade: Caso um fato tenha ocorrido durante a vigência da lei temporária ou excepcional este responde por crime mesmo depois da revogação da lei.
Correntes: Damásio: A lei temporária tem aplicação mesmo depois dela ter sido extinta, para que não haja injustiça.
Zaffaroni: não tendo a constituição dado a possibilidade de punição de lei mais danosa para o réu mesmo depois de sua extinção, essa situação não pode ocorrer.
Tempo crime: qual será o momento em que o crime será cometido;
Teoria da atividade/ação: O crime ocorre no momento da conduta não importando o quando o resultado se realizou, seja esta conduta de ação ou omissão.
Teoria do resultado/evento: O crime acontece no momento da consumação não importando a conduta, apenas o momento do resultado que é valido.
Teoria da ubiquidade/mista: O crime pode ser tanto na hora da conduta quanto na hora do resultado.
O código penal adota a teoria da atividade: Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
A lei a ser aplicada será aquela que esta em vigor na época da atividade, se houver nova lei mais benéfica ela retroage a ação.
Consequências da teoria da atividade:
- Imputabilidade: sabe-se quando o infrator cometeu o ato ilícito antes ou depois da maioridade.
- Crime permanente: o crime se renova a cada momento até cessar o ato, então sabe-se que o ato a ação foi praticada no dia que se cessa a continuidade do crime e a pessoa responde pela lei em vigor na época que cessa o ato ilicito.
- Crime continuado: São atividades ilícitas praticadas nas mesmas condições de tempo lugar e circunstâncias, os crimes são unidos em um único e a pessoa responde à lei em vigor no tempo de sua ultima conduta. 
SÚMULA 711: A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO OU AO CRIME PERMANENTE, SE A SUA VIGÊNCIA É ANTERIOR À CESSAÇÃO DA CONTINUIDADE OU DA PERMANÊNCIA.
Prescrição ≠ crime: o termo inicial é o momento da consumação (resultado) do crime (art. 111, I,CP); 
Territorialidade (Artigo 5°, CP)
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
A territorialidade fala sobre a validade da lei penal, onde ela vale.
Conceito de Territorialidade: Ele é a regra, diz que a lei brasileira será aplicada para crimes cometidos no Brasil. 
Exceções: brasileiro que comete crime no exterior e caso em que estrangeiros cometem crime no Brasil. 
Principio da territorialidade temperada/mitigada: Ela não é absoluta, ela comporta exceções.
Exemplo: imunidades parlamentares, diplomatas etc.
Território nacional: Salvo por tratados considera-se, aplica-se a lei brasileira para crimes cometidos no território nacional. Solo, aguas internas, espaço aéreo, o mar território (12 milhas náuticas) e em alguns casos embarcações e aeronaves.
Território por extensão(artigo 5°, §1): Embarcações ou aeronaves brasileira de natureza pública ou a serviço do governo em qualquer lugar, ou mercantes e propriedade privada em alto mar ou no espaço aéreo correspondente.
Embarcações e aeronaves estrangeiras: se for de natureza publica ou a serviço do governo estrangeiro será regido pela lei estrangeira. Se for de propriedade privada que estiver em voo ou pousado ou atracado em cais no Brasil responderá pela lei brasileira. 
- principio da extraterritorialidade: Mesmo ocorrendo fora do Brasil a lei brasileira irá ser aplicada: Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
Incondicionada: I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
Condicionada: deve-se cumprir requisitos para ser aplicada:
 II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
Eficácia de sentença estrangeira (artigo 9° CP)
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para:
A sentença estrangeira pode ser homologada no Brasil:
Condições: 
- A lei brasileira deve ter as mesmas consequências que a lei estrangeira;
- é necessário o transito em julgado no país de origem da sentença; 
SÚMULA 420: Não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem prova do trânsito em julgado.
Casos:
- Para efeito civil: Deve-se ter as condições mais um pedido da parte interessada;
- Medida de segurança: Se houver tratado de extradição com o país estrangeiro pode-se homologar a sentença no Brasil ou uma requisição do ministro da justiça
**OBS: A competência para homologar a sentença estrangeira é do STJ, encontra-se na CF artigo 105, inciso I, alínea i).
- A sentença estrangeira homologada no Brasil serve como titulo executivo judicial;
 Contagem de prazo:
O primeiro dia se inclui no cálculo do prazo, diferente do CPC que exclui o primeiro dia. Qualquer que seja a fração conta como um dia inteiro;
Se uma pessoa for pega as 11:00 computa-se com sendo em um dia especifico;
Termo inicial (a quo) termo final (ad quem)
O prazo penal é improrrogável: porque mesmo que ele terminar em dia que não for útil ele vai ser contado, ele pode contar em sábado, domingo, feriado, etc. Mas isso não impede que o prazo seja suspenso ou interrompido. Exemplo: prescrição, que pode suspender ou interromper o prazo.
Contagem do prazo:
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendáriocomum.
Calendário comum: calendário gregoriano
Dia: tempo entre a meia-noite de um dia e a meia-noite de outro. 
Meses e ano: de acordo com o calendário (independente da quantidade de dias). Conta-se até a véspera do mesmo dia do mês subsequente Exemplo: uma pessoa é presa em 15 de janeiro este é liberado dia 14 de fevereiro. O ano é contado até o mesmo mês do ano seguinte. Exemplo: uma pessoa é presa em fevereiro de 2014 este é liberado em fevereiro de 2015.
Como distinguir prazo penal e prazo processual legal;
IUS PUNIENDI: direito de liberdade, relativo a prazo penal. Se é relativo a denuncia, defesa preliminar é relativo a prazo processual. Se a norma for mista (possuir parte processual e penal) deve prevalecer a penal. Prazo penal dentro do CPP. Exemplo: Decadência da queixa (relativo ao ius puniendi)
Frações não computadas da pena (artigo 11, CP)
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. 
Frações de dias: São as horas, a pena não pode ser de 1 mês e 6 horas, é apenas de um mês, despreza-se as horas. Exemplo; a pessoa é presa as 23 horas do dia 15 de janeiro, cumpre-se o dia 15 de janeiro como o primeiro dia de pena cumprida.
Frações de cruzeiro (real): os centavos não são levados em conta. Exemplo o juiz da uma pena de 10 dias multa = 1/3 = 13 dias-multa (não 13,33 dias de multa).
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso.
Lei especial: são os crimes definidos por leis que estão fora do código penal brasileiro. Exemplo: lei de drogas, CTB, COM, LCP e etc.
Principio da convivência das esferas autônomas: as regras gerais que são de grande abrangência a todas as outras leis que não estão no código penal, se essa lei especial não dispuser de modo diverso.
Principio da especialidade: A lei especifica será aplicada, ela se sobrepõe a regra geral. (se esta não dispuser de modo diverso.)
Exemplo: Código penal: Art. 14 - Diz-se o crime: II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. (geral);
Lei de Contravenções Penais: Art. 4º- Não é punível a tentativa de contravenção. (especifica);
Desconsidera-se o geral e aplica-se a especifica, mediante o principio da especialidade.
TEORIA DO CRIME
Segundo Zaffaroni, “delito/crime é uma conduta humana individualizada mediante um dispositivo legal (tipo) que revela sua proibição (típica), que por não estar permitida por nenhum preceito jurídico (causa de justificação) é contraria ao ordenamento jurídico (antijurídica) e que, por ser exigível do autor que atuasse de outra nessa circunstância, lhe é reprovável (culpável).
DIFERENÇA ENTRE CRIME/DELITO E CONTRAVENÇÃO PENAL
O legislador, mediante critério politico criminal, ao proibir determinado comportamento sob ameaça de sanção de sanção de natureza penal, é que fará a opção, de acordo com a gravidade do fato.
O artigo 1° da lei de introdução ao código penal (decreto lei n° 3914, de 9 de janeiro de 1941) criou um critério de distinção entre crime a contravenção penal dizendo:
Crime: Artigo 1º: Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa;
Contravenção penal: Artigo 1° continuação; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente. É um crime liliputiano, crime anão, sem muita importância. É regida pela lei de contravenções penais, dizem os doutrinadores que ela é prescindível.
CONCEITOS PARA SE DEFINIR CRIME;
1° Conceito social/material: Crime é tudo aquilo que afeta os bens jurídicos mais importantes gravosamente. A problemática desse conceito é que ele é muito amplo não podendo se caracterizar de forma objetiva o que são os bens jurídicos fundamentais mais graves, tornando assim esse conceito muito aberto podendo correr o risco de arbitrariedade. Considera crime todo fato humano lesivo de um interesse capaz de comprometer as condições de existência de conservação e de desenvolvimento da sociedade
2° Conceito formal: Crime é o que afronta lei penal. A problemática é relativa a restrição, pois se torna muito fechado para que se acrescente novos crimes. Atem-se ao crime sub espécie iuris, no sentido de considerar o crime todo fato humano, proibido pela lei penal.
3° Conceito analítico de crime (majoritária no ocidente segue a logica do civil law proveniente do povo romano-germânico): Por esse conceito crime é o resultado da analise de três elementos distintos quais sejam:
1° - Fato típico – prescrito/previsto em lei;
2° - Antijurídico – Ilícito, contrario ao sistema jurídico;
3° - Culpável – Passível de se determinar culpabilidade, é um juízo de reprovação que se faz sobre conduta a ponto de querer punir com pena.
*OBS: inelegibilidade de conduta diversa: é a absolvição por ausência de culpabilidade, você na situação do sujeito tomaria a mesma atitude. 
4° conceito minoritário: Diz que apenas os três primeiros elementos do conceito analítico seria necessário. E uma outra teoria minoritária (pois a punibilidade é consequência não relativo a ação) acrescenta mais um elemento que seria o quarto denominado: punível.
CONCEITO ANALITICO DE CRIME
Fato Típico
O Fato típico, segundo uma visão finalista, é composto dos seguintes elementos:
- Conduta dolosa ou culposa, comissiva ou omissiva;
- Nexo de causalidade entre a conduta e o resultado;
- Resultado;
Tipo: modelo que permite caracterizar algo. Permite-se dividir em dois vieses: o que se adequa ao modelo (típico), e o que não se adequa ao modelo (atípica). Tipo pemal é uma descrição abstrata de uma conduta que se quer proibir.
Elementos do tipo:
Elementos objetivos do tipo penal: É genérico e relativo a conduta.
- Descritivos: elementos que descrevem a conduta. Exemplo: artigo 155/CP: Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel.
¬Proibitivos: proíbe uma conduta. Exemplo: Art. 121. Matar alguém.
¬Mandamentais: Mandam realizar uma conduta. Exemplo: Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública.
-Normativos: traz situações na qual haverá de ter um juízo de valor. Exemplo: Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro. Não se tem como definir o que é dignidade, deve-se valorar o caso concreto. O juiz devera valorar a circunstância.
*Elementos subjetivos do tipo penal: dizem respeito ao autor, a intenção a finalidade de quem pratica o tipo penal. Exemplo: Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel. O elemento subjetivo esta ligado ao dolo.
Núcleo do tipo: É o verbo que caracteriza conduta. Exemplo: Art. 121. Matar alguém.
LEI Nº 11.343: Art.33.  Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
● Formas de tipicidade:
- Tipicidade formal: É o juízo de perfeita adequação da conduta ao tipo. É quando a conduta que esta se analisando se encaixa no tipo. Exemplo: Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos. Deve se ter quatorze anos acima disso não esta de acordo com o tipo.
- Tipicidade material: É a efetiva ofensa ao bem jurídico. Ofensa valida, grave ao bem jurídico. Não pode punir algo insignificante.
Principio da insignificância: afasta a tipicidade, as condutas realizadas não são consideradas típicas mediante a superficialidade e a insignificância. Exemplo: furto deum doce não se pode considerar como roubo grave, esbarrar em alguém não pode ser considerado agressão.
● Conflito aparente de tipos:
Critérios para resolver conflito de tipos:
- 1° Critério da especialidade: quando houver dois tipos penais um mais geral e um mais especifico aplica-se ao caso o especifico.
Exemplo: 
Art. 121. Matar alguém. – geral.
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após. – especifico para gestantes;
- 2° Critério da subsidiariedade: Quer dizer que há, no ordenamento, dois ou mais delitos autônomos que descrevem o mesmo fato de modo que o operador de direito deverá interpretá-los e concluir que um delito será subsidiário (norma menos abrangente) enquanto que o outro será primário (norma mais abrangente).
Exemplo: Dois tipos penais, o artigo 15 da lei 10.826/2003 (disparo de arma de fogo) e o artigo 121 cumulado com o art. 14, II do Código Penal (tentativa de homicídio). Nesse sentido, pelo princípio da subsidiariedade, o crime de tentativa de homicídio praticado pelo uso da arma de fogo absorve o crime praticado pelo disparo da arma de fogo, assim, a norma menos grave fica absorvida pela norma mais grave.
- 3° critério da consunção: O crime meio é absorvido pelo crime fim. Segundo o princípio da consunção ou da absorção, também chamado de princípio da consumação, a norma consunta é absorvida pela norma consuntiva, porque a norma consunta ou é fase de passagem ou é meio necessário para o cometimento da norma consuntiva, que é a norma fim. Tanto o princípio do ante-fato impunível, quanto do pós-fato impunível são resolvidos pelo princípio da consunção.
Exemplo 0: se dá entre violação de domicílio e furto praticado sobre objeto que esteja dentro de uma residência habitada. A violação de domicílio é crime consunto e o furto é crime consuntivo, absorve a violação, ante-fato impunível. O crime meio é absorvido pelo crime fim.
Exemplo 1: dei uma porrada em uma pessoa ela morre. Meio porrada, fim homicídio considera-se homicídio não lesão corporal.
Exemplo 2: A Súmula 17, do Superior Tribunal de Justiça, dispõe que: “Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido”.
7.3.2. Ilícito
A ilicitude, termo sinônimo de antijuricidade, é aquela relação de contrariedade, de antagonismo, que se estabelece entre a conduta do agente e o ordenamento jurídico. A licitude ou a juridicidade da conduta praticada é encontrada por exclusão, ou seja, somente será licita a conduta se o agente houver atuado amparado por uma das causas excludentes da ilicitude previstas no artigo 23 do código penal. Para que possa ter o condão de excluir a ilicitude, é preciso quanto ao concedimento:
- Que o ofendido tenha capacidade para consentir;
- Que o bem sobre o qual recaia a conduta do agente seja disponível;- Que o consentimento tenha sido dado anteriormente, ou pelo menos numa relação de simultaneidade à conduta do agente. Ausente um desses requisitos o consentimento do ofendido não poderá afastar a ilicitude do ato.
7.3.3. Culpabilidade
É o juízo de reprovação pessoal que se faz sobre a conduta ilícita dp agente. São elementos integrantes da culpabilidade, de acordo com a concepção finalista por nós assumida:
- imputabilidade; 
- potencial consciência sobre a ilicitude do fato; - Exigibilidade de conduta diversa.
Sujeitos:
- Sujeito ativo: É quem pratica a conduta nuclear.
- Crime Comum: Qualquer pessoa pode praticar a conduta descrita no tipo penal. Art. 121. Matar alguém - Genérico.
- Crime Próprio: A pessoa que realiza a conduta tem características pessoais. Exemplo: a proibição do aborto é relativa a gestantes 
- Crime de mão própria: não se pode delegar a outrem a conduta, o próprio deve realizar o ato, não se pode delegar a terceiro. Exemplo: Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei. Apenas o próprio funcionário que pode abandonar o cargo, ou um militar no caso de deserção. 
● Sujeito passivo: É o titular do bem jurídico violado, quem sofreu o dano da conduta ilícita.
a) Sujeito Passivo Formal=> é o Estado, que, sendo o titular do mandamento proibitivo, é lesado pela conduta do sujeito ativo;
b) Sujeito Passivo Material=> é o titular do interesse penalmente protegido, podendo ser pessoa física, jurídica, o Estado ou uma coletividade destituída de personalidade.
CONDUTA/AÇÃO: 
- Conduta: A ação, ou conduta, compreende qualquer comportamento humano comissivo (positivo) ou omissivo (negativo), podendo ser ainda dolosa (quando o agente quer ou assume o risco de produzir o resultado) ou culposa (quando o agente infringe o seu dever de cuidado, atuando com negligencia, imprudência ou imperícia). É a maneira de reproduzir um pensamento, vontade. A pessoa pode agir ou omitir-se, o que reflete a sua vontade. É o meio como a pessoa realizará uma ação. O direito penal se preocupa com as condutas que poderiam ser evitadas. Aquelas inerentes ao ser humano ou seguidas por coação não interessam, pois não representam, necessariamente, a vontade da pessoa. - Conceito de ação – causal, final e social;
Teorias da conduta
- Teoria causalista (século XVIII): Segundo a concepção causalista, devemos analisar o conceito de ação em dois momentos diferentes. O primeiro, proposto inicialmente pela teoria clássica, no sistema causal-naturalista, diz ser a ação o movimento humano voluntario produtor de uma modificação no mundo exterior.
Franz Von Liszt diz: “Ação é, pois, o fato que que repousa sobre a vontade humana, a mudança do mundo exterior referível à vontade do homem. Sem ato de vontade não há ação, não há injusto, não há crime: cogitationis nemo patitur. Mas também não há crime sem uma mudança operada no mundo exterior, sem um resultado”.
Problema do sistema causalista: A concepção clássica recebeu inúmeras criticas no que diz respeito ao conceito de ação por ela proposto, puramente natural, uma vez que, embora conseguisse explicar a ação em sentido estrito, não conseguia solucionar o problema da omissão e de crimes de honra.
- Sistema finalista (Seculo XIX): Com o finalismo de Welzel, a ação passou a ser concebida como o exercício de uma atividade final. É a ação, portanto, um comportamento humano voluntario, dirigido a uma finalidade qualquer. O homem, quando atua, seja fazendo ou deixando de fazer alguma coisa a que estava obrigado, dirige a sua conduta sempre à determinada finalidade, que pode ser ilícita (quando atua com dolo, por exemplo, querendo praticar qualquer conduta proibida pela a lei penal) ou ilícita (quando não quer cometer delito algum, mas que, por negligencia, imprudência ou imperícia, causa um resultado lesivo, previsto pela lei penal).
O novo sistema é o finalista (adotado pelo código penal de 84) foi formulado por Hans Welzel ele define que a conduta é o exercício de uma atividade pelo homem determinado a atingir um fim. Deve-se analisar a finalidade da conduta, ele complementa que inclusive nos crimes de imperícia e imprudência e imperícia também é uma conduta, mas para resultado licito e por descuido ele se torna ilícito.
Tipos de conduta:
Conduta dolosa: É aquela em que a pessoa tem um meio planejado (conduta) para alcançar determinado fim. Quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo.
Conduto culposa: É aquela na qual a possa age conforme quer a conduta, entretanto atinge finalidade indesejada devido a um descuido, imperícia ou negligência. Quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligencia ou imperícia.
Conduta penalmente relevante: Toda ação ou omissão visa a produção de resultado tipificado na lei penal é considerado relevante.
- Causas que excluem a conduta
A ação é regida pela vontade é sempre uma ação final, isto é, dirigida à consecução de um fim.
Segundo Zaffaroni “A vontade implica sempre uma finalidade, porque não se implica sempre a vontade é vontade de algo, quer dizer, sempre a vontade tem um conteúdo, que é uma finalidade”.
Se o agente nã atua dolosa ou culposamente,não há ação. Isso pode acontecer quando o sujeito se vir impedido de atuar, como nos casos de:
- Força irresistível: Força que faz com que a conduta seja realizada sem a vontade da pessoa. Força irresistível Violência física ou psíquica contra uma pessoa, forçando seu consentimento ou não a um ato jurídico. Exemplo: obediência hierárquica e coação: Coação fisica: Exclui a conduta; Coação moral: exclui a culpabilidade, inexigibilidade de coisa adversa.
- Movimento Reflexo: Movimento que decorre de impulso de estimulo corporal, esta excluía conduta. Exemplo: pessoa afoga outra para salvar a própria vida.
- Estado de inconsciência: Inicialmente, o que é consciência? Segundo o Dicionário Aurélio, entre outras definições, é o “atributo pelo qual o homem pode conhecer e julgar sua realidade”. Assim, pode-se dizer que estar consciente é ter discernimento do que se está fazendo, se é certo ou errado, por exemplo. Entretanto, o sentido da palavra “consciência” utilizado pelo Direito é clínico, conforme ensinam Zaffaroni e Pierangeli (2011, p. 382). Consciência, portanto, deve ser encarada como “o resultado da atividade das funções mentais”.
Se a consciência está turbada não há ausência de conduta, porque a vontade do agente existe. Apenas quando a consciência desaparece é que se pode falar em ausência de conduta.
São três as hipóteses mais citadas pela doutrina em se tratando de ausência de conduta: o sonambulismo, a embriaguez letárgica e a hipnose.
RESULTADO
No passado o resultado era visto pela perspectiva naturalística, era a mudança perceptível no mundo sensível, mas o problema veio a partir do momento em que se percebeu que existiam crimes que são gerados pela ação e outros que não.
É a consequência jurídica do crime. Todo crime fere um determinado bem jurídico, suscitando consequências nessa ordem, portanto, todo crime produz um resultado jurídico. Temos, portanto, a conceituação de resultado como a modificação no mundo exterior provocada pela conduta.
- Resultado jurídico: É uma lesão ou perigo de lesão a um bem jurídico.
OBS: Crime consumado é quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal, já o crime tentado quando iniciada a execução, não se consuma por circunstancias alheias a vontade do agente.
- Classificação com base no resultado
Crime material: É aquele no qual o resultado naturalístico é essencial para a sua consumação. São crimes que somente se consumam com a produção do resultado naturalístico, ou seja, o resultado naturalístico integra o próprio tipo penal, sendo imprescindível para a consumação do crime. Exemplo: homicídio, furto, e sequestro.
Crime formal: É aquele que se consuma sem que haja o resultado naturalístico, embora este esteja previsto. É aquele que o resultado naturalístico é até possível, mas irrelevante uma vez que a consumação se opera antes e independente de sua produção. Exemplo: extorsão seguida de sequestro: o resultado naturalístico visado é a diminuição do patrimônio da vítima, a obtenção da vantagem econômica, no entanto, o crime se consuma no momento em que se sequestra a vítima, independente do recebimento ou não do dinheiro.
Crime de meia conduta: São aqueles que sequer existe conduta material. Exemplo: calunia – não tem mudança física apenas moral.
NEXO CAUSAL
O nexo causal, ou relação de causalidade, é o elo necessário que une a conduta praticada pelo agente ao resultado por ela produzido. É a relação de causa e efeito entre a conduta e o resultado.
É o elo concreto, físico, material e natural que se estabelece entre a conduta do agente e o resultado naturalístico, por meio do qual é possível dizer se aquela conduta deu ou não causa a este. É a relaçao de causa e efeito entre a conduta do agente e o resultado dela decorrente. Aqui é apenas a constatação acerca da existência entre a conduta e o resultado.
- Teorias:
Teoria da causalidade adequada (adotado no direito civil): Causa é todo ato, habito idôneo a produzir o resultado. É aquilo que sozinho produz o resultado. Por essa teoria, causa é a condição necessária e adequada a determinar a produção do evento.
Teoria da relevância jurídica: Entende como causa a condição relevante para o resultado. Ele engloba dentro de si o juízo de adequação. Será irrelevante tudo aquilo que for imprevisível para o homem prudente, situado no momento da pratica da ação. Só o objetivamente previsível é causa relevante.
Teoria da equivalência dos equivalentes causais (adotado pelo código penal): Por essa teoria causa é tudo aquilo sem o qual o resultado não teria ocorrido como ocorreu (conditio sine qua non). Por essa teoria considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. Isso significa que todos os fatos que antecedem o resultado se equivalem, desde que indispensáveis à sua ocorrência. 
Problema da teoria: até onde pode-se regredir a sequência da conduta Ex: Gabriel matou Eduardo porque a mãe dele pariu ele porque o pai dele fez sexo com a mãe etc. 
Vantagem da teoria: pode-se punir um número maior de pessoas, todos os agentes que participaram mesmo que indiretamente da conduta ilícita. Deve-se para limitar a abrangência da punição agir com dolo ou culpa.
- Espécies de causas ou concurso de causas ou concausas: As causas, assim consideradas aquelas que interfiram na produção do resultado podem ser absolutas ou relativamente independentes. Estas, por sua vez, podem ser preexistentes, concomitantes ou supervenientes.
Causa dependente: É aquela que se encontra dentro da linha de desdobramento da conduta. É aquela que será uma decorrência lógica da conduta, ou seja, é o encadeamento causal previsto e esperado. As causas dependentes jamais rompem o nexo causal.  É aquela que é dependente da conduta. Só acontece por causa da conduta. É dependente também das causas anteriores. Ocorre como uma verdadeira sucessão de acontecimentos previsíveis. Exemplo: A morte num homicídio advém da hemorragia interna que foi causada pelo impacto da bala que veio da explosão provocada pela arma feita pela conduta da pessoa que pressionou o gatilho.
Causa independente: É aquela que refoge ao desdobramento causal da conduta, produzindo por si só o resultado. Não é uma ocorrência lógica, em verdade é um fenômeno imprevisível. É aquela que acontece por motivos diversos da conduta. Apresenta um resultado inesperado e não usual.
 As causas independentes podem ser:
Absolutamente independente: quando não tiver nenhuma relação com a conduta. Não se origina da conduta do agente. Essa age como se fosse por si só. O resultado não tem nenhuma relação com a conduta do agente. Exemplo: “A” desfere um tiro em “B” que vem a falecer pouco depois, não em decorrência do ferimento recebido, mas por ter ingerido veneno.
Espécies de causas absolutamente independentes:
 Preexistentes: São aquelas que já existiam antes da conduta e o efeito dessas de nada interfere no resultado. Ex: Uma pessoa atira em alguém que está afogada. A conduta (tiro) não produziu o resultado (morte), pois esta foi causada pelo afogamento.
Concomitante: É aquela que ocorre no exato momento da conduta, mas ainda sim é independente. Exemplo: A e B atiram contra C (fora de co-autoria) e prova-se que o projétil de B é que causou a morte de C, atingindo-o no coração, enquanto a bala disparada por Aalvejou, de leve, o braço de C. A morte apenas é imputada a B.
Supervenientes: Quando a conduta atinge o resultado anteriormente. Após o esgotamento da conduta do agente, surge uma nova causa que determina também, o mesmo resultado intencionado, porém sem ingressar na linha do desdobramento causal do fato pretendido Ex.: Uma pessoa se joga de um prédio de cem andares. Antes de atingir o solo é, porém, atropelado.
Ex.: A envenena B, mas, ainda sem que o veneno aja, ocorre a queda de uma viga sobre B, que então morre em razão dos ferimentos decorrentes da queda.
OBS: Conseqüência das causas absolutamente independentes: É que a conduta não pode ser responsabilizada pelo resultado, pois o nexo causal é quebrado.
Relativamenteindependente: quando se origina da conduta, mas apresenta um resultado diverso desta. Não são exclusivamente determinantes do resultado, mas agregam-se ao fato praticado pelo agente, tendo sempre, uma relevância com a conduta praticada e a ocorrência do resultado.
Espécies das causa relativamente independentes:
 Preexistentes: Na causa o resultado é imputável ao agente, uma vez que, sendo excluída hipoteticamente, permanece o resultado. Exemplo: É o caso da pessoa que da um arranhão em um hemofílico, sem a intenção de matar, mas que acaba matando devido à enfermidade da pessoa.
Concomitante: Também não exclui o resultado, imputando-se o fato ao agente. Exemplo: É o caso de um ladrão que atira na sua vítima no exato momento que esta sofre uma parada cardíaca.
Supervenientes: Superveniência de causa relativamente independente que por si só produziu o resultado. Exemplo: É o caso da pessoa que quebra o nariz de outra que, ao chamar uma ambulância para socorre-la, acaba sendo atropelado por essa. Exemplo 2: Uma pessoa é ferida e socorrida numa ambulância. O veículo de socorro vem a capotar e a vítima morre.
OBS: Conseqüência das causas relativamente independentes: É evidente que o nexo causal é preservado nestes casos. Por isso, quando a espécie é preexistente ou concomitante, a conduta responde pelo resultado caso se tenha provado o dolo ou a culpa. Já na espécie superveniente, a legislação a teoria da condicionalidade adequada, retirando o nexo causal desses casos, considerando-os apenas como tentativas.
Omissão
A omissão também poderá ser considerada causa do resultado, bastando que para isso o omitente tenha o dever jurídico de impedir, ou pelo menos tentar impedir, o resultado lesivo. É a não realização de um comportamento exigido quando o sujeito tem possibilidade de concretizar. É a conduta negativa, que consiste na indevida abstenção de um movimento. Nesses crimes, a norma penal é mandamental, ou imperativa, em vez de proibir alguma coisa, determina uma ação, punindo aquele que se omite.
Omissão dolosa: quando alguém se omite por vontade própria querendo que o resultado se concretize.
Omissão culposa:
- Teorias da omissão:
Naturalística: Segundo essa teoria, a omissão representa uma ação, pois a sua função na cadeia de acontecimentos muda o resultado final, caracterizando a atividade. A omissão é considerada tanto quanto a ação para o ocorrido. Sendo assim, aquele que não socorre um atropelado influenciou tanto na sua morte quanto o que o atropelou. Essa teoria não é usada pelo CP. Exemplo: um pedestre presencia um atropelamento e sadicamente acompanha os gemidos da vítima até a morte sem prestar-lhe qualquer socorro. Segundo esta teoria, diante do exemplo anterior, o agente deveria ser responsabilizado pelo homicídio, por tê-lo causado.
Normativa (usada no direito penal): Considera que aquele que se omitiu não fez nada e, logo, nada provocou. Sendo assim, o omitente não responde pelo resultado, pois este não foi por sua causa. Entretanto, essa teoria admite a culpabilidade da omissão nos casos estabelecidos por lei que conterem o dever jurídico de agir, que advém da própria lei, do compromisso do omitente (dever garantidor) ou quando omissão gera a causa produtora do resultado (dever por ingerência na norma).
Obs: O dever jurídico de agir determina somente se a omissão teve relação com a causa. Mesmo não tendo, a omissão sempre responderá criminalmente por ter ocorrido.
- Tipos de crime omissivos:
Crimes Omissivos Próprios ou puro: são os crimes praticados com a simples conduta negativa do agente, independentemente da produção de resultado posterior; Quando não há dever jurídico de agir, nesse caso, o omitente responderá por sua própria conduta e não pelo resultado. Cria-se um tipo penal especifico prevendo uma conduta omissiva. Exemplo: CP. Art. 269. Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo
Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar:
CRIME OMISSIVO PRÓPRIO
- de mera conduta;
- independe de resultado;
- de simples atividade omissiva;
- pode ser imputado a qualquer pessoa;
- a lei pune a simples omissão, o que é feito pela descrição da conduta omissiva em artigos do Código Penal,
Crimes Omissivos Impróprios ou Comissivos por Omissão (figura do garante): são os crimes em que o agente, mediante Omissão, permite a produção de um resultado. É uma verdadeira ação, que se pratica por meio da omissão, ou seja, quando estiver presente o dever jurídico de agir, a omissão se equipara à uma ação. é quando existe a figura do "garante", ou seja, uma pessoa que teria o dever jurídico de agir naquela determinada situação, exemplo: Salva-vidas que vê uma pessoa se afogar e não pula na água para lhe salvar, comete o crime de omissão Imprópria. Ex.: a mãe que, pretendendo matar o filho, deixa de alimentá-lo.
CRIME OMISSIVO IMPRÓPRIO
- são crimes de resultado;
- só podem ser praticados por certas pessoas, chamadas de garantes, que por lei têm o dever de impedir o resultado e a obrigação de proteção e vigilância a alguém;
- a omissão não pode ser imputada ao acusado se o resultado ocorreria de qualquer forma, mesmo que ele agisse;
- Relevância da omissão:
A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. 
- Hipóteses em que estão presentes o dever jurídico de agir (art. 13 CP):
Tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: Quando houver determinação específica prevista em lei. (dever legal) Exemplo: art. 135 (omissão de socorro) e art. 244 (abandono material), art. 269 (omissão de notificação de doença), Policiais, bombeiros, médicos não podem se omitir.
De outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado: Quando o omitente tiver assumido por qualquer outro modo a obrigação de agir (dever garantidor). Ex: médico plantonista, guia de alpinismo, salva-vidas, babá em relação à criança.
Com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado: Quando o omitente, com seu comportamento anterior, criou o risco para a produção do resultado, o qual não impediu (dever de ingerência da norma). Exemplo: caso no profissional de natação que convida para travessia de um rio alguém que não sabe nadar, tornando-se obrigado a evitar o afogamento do convidado; a pessoa que joga cigarro na floresta, obriga-se a evitar um possível incêndio.
*OBS: No direito penal brasileiro, quando estiver presente qualquer uma dessas hipóteses, o omitente responderá pelo resultado. Não havendo nenhuma dessas hipóeses,o agente responderá pela omissão de socorro.
***Garante: aquele que tem o dever de agir.
Dolo:
Conceito:
Dolo é a vontade e a consciência dirigidas a realizar a conduta prevista no tipo penal incriminador. Dolo é uma vontade determinada que, como qualquer vontade, pressupõe um conhecimento determinado.
Teoria do dolo:
Teoria da vontade (adotado pelo direito penal artigo18 CP): Para essa teoria pode-se dizer em dolo (há dolo) quando há vontade livre e consciente de querer praticar as condutas previstas no tipo penal. A pessoa quer praticar a conduta e quer que tenha resultado. 
Segundo esta teoria dolo seria tão somente a vontade livre e consciente de querer praticar a infração penal, isto é, de levar a efeito a condutaprevista no tipo penal incriminador.
Teoria do assentimento(adotado pelo direito penal artigo18 CP) : Para essa teoria alguém deveria ser punido a titulo doloso toda vez que a pessoa previsse o resultado decorrente de sua conduta e não se importasse com sua ocorrência. A pessoa não quer o resultado, mas ela sabe que há um risco da conduta gerar determinado resultado lesivo e mesmo assim comete a ação. 
Diz que atua com dolo aquele que, antevendo como possível o resultado lesivo com a pratica de sua conduta, mesmo não o querendo de forma direta, não se importa com sua ocorrência, assumindo assim o risco de vir a produzi-lo. Aqui o agente não quer o resultado diretamente, mas o entende como possível e o aceita.
Teoria da representação: Para essa teoria vai haver dolo se a pessoa previu que o resultado é possível. Basta que haja representação de um resultado que pode ser punido.
Podemos falar em dolo toda vez que o agente tiver tão somente a previsão do resultado como possível e, ainda assim, decidir pela continuidade de sua conduta. Ex.: joga-se o carro contra outro visualiza-se um resultado possível.
Teoria da probabilidade: Para essa teoria vai haver dolo se for provável a ocorrência do resultado, dado estatístico, for decorrente de uma probabilidade. 
A teoria trabalha com dados estatísticos, ou seja, se, de acordo com determinado comportamento praticado pelo agente, estatisticamente, houvesse grande probabilidade de ocorrência do resultado, estaríamos diante de dolo eventual.
Classificação de Dolo:
Dolo direto: Quando alguém que pratica a conduta quer o resultado:
Dolo direto de 1° grau: Quando há uma perfeita relação entre o resultado desejado e o meio escolhido. o agente prevê resultado determinado e seleciona meios para vê-lo realizado. Não existem efeitos colaterais necessários à consecução da vontade do agente em razão dos meios escolhidos. Ex: A quer matar B, para tanto, atira contra sua cabeça.
Dolo direto de 2° grau (dolo de consequências necessárias): É aquele no qual há a produção de efeitos colaterais, decorrentes da desproporção entre o resultado e o meio. O agente prevê o resultado determinado e seleciona meios para vê-lo realizado. A vontade do agente abrange os efeitos colaterais necessários, em virtude dos meios escolhidos pelo agente, para realizar o fim almejado. Ex: A quer matar, que é motorista de ônibus. Para isso, corta os cabos de freio do veículo em que B viajará, deixando-os na iminência de se romperem. O dolo, quanto a B, é direto de 1° grau, e quanto aos demais passageiros que morrerão no acidente, é de 2° grau.
Dolo indireto: A conduta não é voltada para praticar o resultado, não há certeza quanto ao resultado, é possível que haja vários.
Dolo indireto alternativo: É quando a pessoa pouco se importa com o resultado do crime. Quando o agente quis, indiferentemente, de um resultado ou outro.
Exemplo 1: a pessoa dirige bêbada em alta velocidade pode ocorrer crime de dano, lesão corporal, homicídio, etc. 
Exemplo 2: O ladrão encontra uma carteira, envolta em um pano, na praia. Não se sabe se foi deixada ali por um banhista que foi à água ou se alguém a esqueceu ali e foi para casa. Leva-a. Somente analisando o caso concreto irá determinar se o crime cometido pelo ladrão foi furto (art. 155) ou apropriação indébita de coisa achada (art. 169, Parágrafo Único, II, ambos do Código Penal).
Dolo indireto eventual: É o da teoria do assentimento, quando vê que se pode gerar o resultado e assume-se o risco de gera-lo praticando determinada ação. 
O agente não deseja o resultado (se assim ocorresse seria dolo direto). Ele prevê que é possível causar aquele resultado, mas a vontade de agir é mais forte. Ele assume o risco. Não há uma aceitação do resultado em si, há a sua aceitação como probabilidade, como possibilidade. “Entre desistir da conduta e poder causar o resultado, este se lhe mostra indiferente”.
Exemplo 1: O motorista, que conduz em velocidade incompatível com o local e realizando manobras arriscadas. Mesmo este prevendo que poderá vir a perder o controle direcional do veículo e atropelar ou até mesmo matar alguém, não se importa com a ocorrência de eventuais resultados indesejáveis, pois correr o risco é melhor do que interromper o prazer em dirigir em alta velocidade. Para este, o resultado danoso não é querido, mas o risco é aceito. É a famosa frase proferida por Frank: “Seja como for, dê no que der, em qualquer caso não deixo de agir”.
Exemplo 2: Quando o agente, estando em dúvida a respeito de um dos elementos do tipo penal, arrisca-se em concretizá-lo, também age com dolo eventual. Por exemplo, o agente se encontra com dúvida acerca da idade do indivíduo – se o mesmo possui idade igual ou superior, ou não, a catorze anos – e, ainda assim, o induz a satisfazer a lascívia de outrem, ou mantém conjunção carnal com o mesmo, cometerá, em caráter de dolo eventual, crime de corrupção de menor (art. 218 do Código Penal) ou estupro de vulnerável (art. 217-A do Código Penal), respectivamente. 
Dolo genérico: É a vontade de praticar a conduta. o dolo genérico significa que o agente apenas quis praticar o fato típico.
Dolo genérico era aquele em que no tipo penal não havia indicativo algum do elemento subjetivo do agente ou, melhor dizendo, não havia indicação nenhuma da finalidade da conduta do agente. 
Exemplo: O crime de homicídio (art. 121, caput, CP) é dolo genérico, pois o intuito do agente é a morte da vítima.
Dolo específico: É a vontade de com a pratica da conduta se obter um segundo resultado, um resultado especifico previsto pelo legislador. Possui este além do intuito de praticar o fato típico, possui outro fim específico. 
Dolo especifico, a seu turno, era aquele em que no tipo penal podia ser identificado o que denominamos de especial fim de agir.
Exemplo: No crime de extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, do Código Penal) é dolo específico, pois, além do intuito do sequestro da vítima, possui o intuito de receber vantagem indevida (“Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem como condição ou preço do resgate”)
Culpa
Conceito:
É a inobservância de um dever objetivo de cuidado. Algo exigiu que você tivesse certo cuidado e a pessoa não a observou. Deve ser previsível no plano abstrato se for imprevisível não é culpa é mera fatalidade. Este se diferencia do doloso no que diz respeito a vontade.
Culpa é o comportamento voluntário desatencioso, voltado a um determinado objetivo, lícito ou ilícito, embora produza resultado ilícito, não desejado, mas previsível, que podia ter sido evitado.
Artigo 18 CP: “quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia”.
Para se configurar crime culposo é necessário que o agente aja ou omita-se em agir, violando-se o dever do cuidado, típico da vivência em sociedade, mediante imprudência, imperícia ou negligência, sem possuir intenção do resultado danoso, embora sua ocorrência seja previsível.
- Imprudência: é aquela que se caracteriza pela intempestividade, precipitação, insensatez ou imoderação. Faz-se algo que não era devido. Exemplo: Age com imprudência, por exemplo, o motorista que dirige em velocidade acima da permitida na pista, que dirige embriagado ou fazendo manobras arriscadas.
- Negligência: deixar de fazer algo que era obrigatório de se realizar. É um deixar de fazer aquilo que a diligência normal impunha. Exemplo: Age com negligência, por exemplo, o motorista que não troca os pneus já desgastados.
- Imperícia: é a incapacidade ou falta de conhecimento necessário para o exercício de determinado mister. É quem não tem conhecimento para realizar determinada conduta ou tem o conhecimento e não utiliza.
Exemplo 1: fazer uma cirurgia e esquecer um bisturi no paciente. 
Exemplo 2: É o profissional que não possui o conhecimento necessário para o exercício de sua profissão. Age com imperícia, por exemplo, o médico que, na operação, erra a artéria a ser cortada, trazendo a óbitoo paciente.
Requisitos necessários para se tipificar o tipo penal culposo:
Conduta humana voluntária, comissiva ou omissiva; 
Inobservância de um dever objetivo de cuidado; 
O resultado lesivo não querido, tampouco assumido, pelo agente; 
Nexo de causalidade entre a conduta do agente e o resultado lesivo;
Previsibilidade; 
Tipicidade.
Modalidades de culpa:
Culpa inconsciente: O causador do resultado não o previu embora ele fosse previsível. na (culpa) inconsciente o resultado não é previsto pelo agente, embora previsível. É a culpa comum, que se manifesta na imprudência, negligência ou imperícia. Exemplo: dois pedreiros no alto de um andaime, um deles joga um martelo em cima de um monte de terra com fim de deposita-lo ali e o martelo acerta alguém, o resultado era previsível, mas a pessoa não tinha a noção, ou não fez um juízo antecedente a pratica, que poderia ocorrer.
Culpa consciente: quando a pessoa prevê o resultado, mas acredita que ele não vá ocorrer.  É a culpa que ocorre quando o agente prevê que sua conduta pode levar a um certo resultado lesivo, embora acredite, firmemente, que tal evento não se realizará, confiando na sua atuação (vontade) para impedir o resultado. Exemplo: faz-se uma ultrapassagem ( prevê resultado, possível colisão) e o carro entra em choque(acredita-se que não vai ocorrer, mediante a expertise do motorista ou outra crença da pessoa) com outro que vinha na contra mão.
**OBS.: diferença de culpa consciente e dolo eventual: na culpa consciente, o agente, embora prevendo o resultado, acredita sinceramente na sua não ocorrência; o resultado previsto não é querido ou mesmo assumido pelo agente. Já no dolo eventual, o agente, embora não queira diretamente o resultado, assume o risco de vir a produzi-lo.
Na culpa consciente, o agente, sinceramente, acredita que pode evitar o resultado; 
No dolo eventual, o agente não quer diretamente produzir o resultado, mas, se este vier a acontecer pouco importa.

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