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Direito Civil IV Resumo (1)

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Direito Civil IV – Cesar Augusto
Email: cesar.piedade@bol.com.br
Fones: 97025-2740 / 7843-8354
Posse (art. 1196)
Teoria Subjetiva de Savinyng (cód. Anterior): locatário e comodatário não são possuidores (tem que ter a intenção de possuir; tratado de posse).
Teoria Objetiva de Iering (cód. de 2002): Art. 1196, CC. Teoria simplificada da posse: para ser possuidor o sujeito só precisa do elemento corpus, o elemento animus para ele está incorporado no corpus (ter contato com o bem).
Classificação de Posse
a) Posse Direita e Indireta:
Direta: o sujeito detém o bem imediatamente. Ex.: locador (portador da chave);
Indireta: detém o bem à distância. Ex.: locatário (à distância).
Desdobramento da Posse: tem que existir uma relação jurídica entre os dois para existir posse direta e indireta, ou seja, precisa ter um possuidor direto e um indireto, ligados por um vínculo jurídico.
b) Posse Originária e Derivada:
Originária: é a primeira posse sem relação jurídica com o antecessor;
Derivada: é a segunda posse em diante, com relação jurídica com o antecessor.
Obs.: Quem invade é sempre originário, se ele vende, o 2º é derivado, mas se existir um 3º que invade, sem relação jurídica com o 2º, ele volta a ser originário e todos os anos de posse anteriores voltam a zero para o tempo de usucapião. 
c) Posse Justa e Injusta (art. 1200):
Justa: é aquela que não seja violenta, clandestina e precária.
Injusta: é a que contraria uma das cláusulas da justa, interpretando o art. 1200, ou seja, que foi violenta, clandestina e precária. Obs.: Não cabe usucapião, chamada de posse viciada; Pode se transformar em Posse Justa (convalescimento da posse) quando cessa a violência ou a clandestinidade. O art., 1208 traz o convalescimento da posse, que significa transformar a injusta em justa.
*Posse Violenta: se adquiri através de força física ou moral; Equipara-se ao crime de roubo. Quando cessa a violência (precisar comprovar o momento que cessou). Essa análise é difícil, precisa analisar caso a caso. Na data que cessar a violência, começa o lapso temporal da posse justa. É vício sanável.
*Posse Clandestina: se adquiri as ocultas, escondido. Fere o princípio da publicidade. Equipara-se ao crime de roubo. Torna-se justa quando a pessoa se tornar pública. É vício sanável.
*Posse Precária: abuso de confiança, o sujeito ultrapassa a data de posse permitida. Ex.: casa emprestada, ele não sai na data combinada. Locação findou e o contrato não se renova, ficando no imóvel, passa a ser possuidor precário. Pode ou não ser convalescida; Corrente majoritária diz que não pode ser convalescida, ou seja, alega que não pode existir convalescimento da posse precária; É vício insanável (uma vez precário sempre precário); O meio de ingresso foi através de autorização, por negócio jurídico, ex.: comodato, locação.
d) Posse de Boa-fé e Má-fé (art. 1201):
Boa-fé: o possuidor não é conhecedor dos vícios;
Má-fé: o possuidor é conhecedor dos vícios (ignora o vício ou obstáculo que impede a aquisição da coisa).
Ex.: compra de um carro roubado (se sabe, é má-fé, se não sabe, é boa-fé).
e) Posse Nova e Velha:
Nova: é a posse de ano e dia;
Velha: é a posse de mais de ano e dia. Aplica-se nas ações possessórias.
Observações:
*Composse ou Compossessão (Art. 1199): 
Composse: um dos possuidores entra com ação errada, ele se prejudica sozinho.
Compossessão: quando duas ou mais pessoas são possuidores de um bem.
Ex: uma posse não prejudica a outra, ou seja, caso um os possuidores fizer ação errada, não prejudica os outros possuidores, se fizer coisa certa, beneficia a todos.
*Detentor ou Fâmulo da Posse (Art. 1198):
Detentor / Fâmulo de Posse: possui dependência a outro, ex.: caseiro, motorista.
Possuidor: quem aluga casa é possuidor direto e proprietário indireto.
Efeitos da Posse
1) Direito as Benfeitorias:
-Possuidor de boa-fé (art. 1219): tem direito a todas as benfeitorias.
*Necessárias e úteis: obrigatórias a pagar; o possuidor tem Direito de Retenção até o proprietário pagar as benfeitorias.
*Voluntárias: no caso de não pagar, pode ser retiradas.
-Possuidor de má-fé (art. 1220): terá direito somente as benfeitorias necessárias; Não tem Direito a Retenção. 
2) Defesa da Posse:
2.1. Meio Extrajudicial (Art. 1210, §1º): auto defesa da posse.
Requisitos: ato real e atual; imediatismo; legitimidade; moderação (possuidor ou detentor);
Espécies: Legitima defesa da posse (turbação); desforço imediato (esbulho).
2.2. Meio Judicial – Ações Possessórias (Art. 1210): interdito possessório.
a) Ação de Reintegração de Posse:
Requisitos: posse anterior; esbulho (perda total da posse); data do esbulho.
b) Ação de Manutenção de Posse:
Requisitos: manutenção da posse; turbação (perda parcial da posse); data da turbação.
c) Ação de Interdito Proibitório:
Ameaça de ato esbulhativo ou turbativo (obs.: quem é esbulhado ou turbado é o imóvel, e não o proprietário).
Trata-se de ação preventiva, com finalidade de fixação de multa pecuniária, para não acontecer o esbulho ou turbação;
Princípio da Fungibilidade das Ações Possessórias.
2.3) Ações Equiparadas as Ações Possessórias:
a) Ação de Imissão de Posse (quem comprou, mas não levou): tem por objetivo alcançar a posse pela 1ª vez; Pode pedir tutela antecipada.
b) Ação de Nunciação de Obra Nova: não deixa a obra do vizinho prejudicar a sua.
c) Ação de Dano Infecto:
Obs.: Ordem de despejo só cabe quando há contrato de locação.
Questão de Prova:
Direito de Retenção, o possuidor fica com o bem até o proprietário pagar as benfeitorias;
O possuidor de má-fé não terá direito a benfeitorias? Sim, art. 1220. As úteis e voluntárias ele perde;
Tem que sair do imóvel e entrar com ação para receber.
3) Usucapião
3.1. Usucapião de Bens Imóveis
a) Usucapião Extraordinária (Art. 1238)
Requisitos: posse de 15 anos; dispensa justo título (meio probatório que comprove que sou possuidor de determinada área) e boa-fé.
Parágrafo único: o lapso temporal cai de 15 para 10 anos, porém necessita comprovar função social da posse.
Requisito: posse de 10 anos; função social da posse.
b) Usucapião Ordinária (Art. 1242)
Requisitos: posse de 10 anos; justo título e boa-fé.
Parágrafo único: ganho possessório de 5 anos.
Requisito: posse de 5 anos; função social da posse.
Observações:
No caso da Usucapião Ordinária e Extraordinária não interessa se a área é rural ou urbana.
Diferenças:
Extraordinária (caput): 15 anos + dispensa justo título e boa-fé;
Ordinária (caput): 10 anos + precisa de justo título e boa-fé.
Extraordinária (§único): 10 anos + função social;
Ordinária (§único): 5 anos + função social.
c) Usucapião Especial ou Constitucional (área urbana e rural)
c.1) Usucapião Urbano ou Pró Moradia (Art. 1240 CC e 183, CF)
Requisitos: posse de 5 anos; justo título e boa-fé; área não superior a 250m²; não proprietário de outra propriedade; moradia habitual; função social da posse.
c.2) Usucapião Rural ou Pró Labore (Art. 1239 CC e 191, CF)
Requisitos: posse de 5 anos; justo título e boa-fé, área não superior a 50 hectares; não proprietário de outra propriedade; produtividade; função social da posse.
Observação:
Quem define se a área é urbana ou rural é a Prefeitura.
d) Usucapião Familiar (art. 1240 – A)
Requisitos: posse de 2 anos; justo título e boa-fé; área urbana não superior a 250 m²; abandono do bem pelo ex cônjuge ou companheiro; moradia com os membros de sua família.
e) Usucapião Coletiva (art. 10 da Lei 10.257/01 Estatuto da Cidade)
Requisitos: posse de 5 anos; justo título e boa-fé; população de baixa renda; área indivisa; área superior a 250 m²; moradia habitual.
Obs.:
Art. 1228, §4º e 5º, CC.
§4º é usucapião coletivo;
§5º no caso do §4º, será fixado indenização; Desapropriação judicial (quem desapropria é o Poder Executivo, o juiz só acompanha).
Logo, §4º e 5º não são usucapião coletivo, uma vez que a usucapião não pode ser onerosa.
Observações:
Usucapião Especial é mais rápida queextraordinária e ordinária.
Não existe no direito civil usucapião onerosa.
O poder público toma a propriedade, confisca, caso as terras sejam utilizadas para fins ilícitos. Ex.: plantação de maconha.
3.2. Usucapião de Bens Móveis
a) Usucapião Extraordinária (Art. 1261)
Requisitos: posse de 5 anos; dispensa justo título e boa-fé.
b) Usucapião Ordinária (Art. 1260)
Requisitos: posse de 3 anos; justo título e boa-fé.
Diferenças:
Extraordinária: 5 anos + dispensa justo título e boa-fé;
Ordinária: 3 anos + precisa de justo título e boa-fé.
Observação:
Art. 1262: Aplica-se nestas, as regras da usucapião de bens imóveis;
Nos bens móveis, o lapso temporal é menor devido a durabilidade dos bens.
Perda da Posse (Art. 1275)
Perde-se a posse quando o sujeito não tiver mais contato com o bem (Teoria de Iering – art. 1196).
Podemos destacar como exemplo o Art. 1275, CC que diz que perde-se a posse por:
a) Alienação: transferir, vender, doar para outra pessoa;
b) Renúncia: abrir mão de um direito, seja Translativo (em favor de alguém), seja Abdicativo (em favor de mais de uma pessoa – herdeiros);
c) Abandono: elemento subjetivo, precisa saber o exato momento do abandono;
d) Perecimento da Coisa: perda total do bem, por perecimento;
e) Desapropriação: tem que ter finalidade pública; Perde-se o bem em favor do Poder Público;
A indenização é justa, prévia e em dinheiro; Em caso de não haver acordo entre o proprietário e o Poder Público faz-se consignação, ou seja, o Poder Público paga o valor que acha justo, e o restante é cobrado na justiça depois.
Lembrando que, caso não haja função social, a indenização é paga via título (papel), descontada ao longo de 20 anos, podendo ser prorrogável uma única vez, por igual período.
Propriedade (Direito Real Completo – Art. 1228)
1) Modos de Aquisição da Propriedade Imóvel (Art. 1238)
a) Usucapião (Art. 1238, e seguintes): consoante CC, efeito de posse; consoante doutrina, modo de Aquisição da Propriedade);
b) Registro de Título (Lei 6015/76, LRP e, Art. 1245, CC): Quem não registra, não é dono (premissa verdadeira).
Obs.: No entanto, se houver promessa de compra e venda, antes da data da venda, essa vale como prova que quem é o dono do bem, esse é considerado proprietário de fato.
c) Acessão (Art. 1248): pode dar-se por:
I) Formação de Ilhas: Rio particular; pedaços de terra imperceptíveis. Ocorre quando o rio que divide duas propriedade baixa, formando no meio uma ilha;
II) Aluvião: Rio particular; pedaços de terra imperceptíveis. Ocorre quando terras vão descendo pelo rio e acumulando-se ao lado de um terreno;
III) Avulsão: Rio particular; pedaço de terra considerável. Ocorre quando, a força da água do rio arranca terra de um terreno e se uni a outro terreno. Nesse caso, o proprietário do terreno que foi lesado tem 1 ano para reivindicação. A ele cabe indenização;
IV) Abandono de Álveo: Rio particular. Ocorre quando, onde antes passa a água do rio, não passa mais pelo fato deste ter secado. Nesse caso, divide-se a terra ao meio e, distribui de forma igual, aos proprietários dos terrenos ao lado.
V) Plantações ou Construções (vide Art. 1253): 
Se feita de má-fé, quem fez acessão, perde em favor do proprietário. Não cabe indenização;
Se feita de boa-fé, conforme expresso no Art. 1255, o proprietário mantém-se com o terreno e indeniza quem fez a acessão. Obs.: o § único inverte a situação, ou seja, caso a construção ou plantação exceder de forma considerável o valor do terreno, o que agiu de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade de solo, mediante pagamento de indenização fixada judicialmente, caso não haja acordo.
2) Modos de Aquisição da Propriedade Móvel (Art. 1260)
a) Da Usucapião (Art. 1260): Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente, durante 3 anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade;
b) Da Ocupação (Art. 1263): quem toma pra si coisa sem dono afim de torna-se proprietário. Não é defesa por lei.
-Res Nules: coisa que nunca teve dono. Ex.: peixe de rio público, ao pescar você passa a ser dono;
-Res Derelicta: coisa que teve dono, mas foi jogada fora, logo, nesse momento não há mais dono. Ex.: geladeira, coloquei em frente de casa, carroceiro pegou pra si, ele passa a ser o dono do bem.
*Ocupação Ficta: acontece, mas parece que não aconteceu;
*Ocupação Real: precisa de registro;
*Ocupação Simbólica: exemplo claro é o do Faustão, quando entrega um cheque gigante.
c) Do Achado ao Tesouro (Art. 1264): aquele que encontrar terá direito só a metade do tesouro caso achado casualmente em terreno alheio. Ademais, terá direito total ao tesouro.
d) Da Tradição (Art. 1267):
*Tradição Ficta (questão de prova):
Cláusula Constituti: fica no Registro Imobiliário; Transmite a propriedade, não a posse.
Cláusula Constituti Possessorium: Não transmite a propriedade, transmite a Posse. Não é Direito Real, mas possui Eficácia Real.
Permanecer no bem que quero entregar, no caso de alguém querer comprar minha casa hoje.
Se vender hoje, posso sair em outra data mediante acordo. Para isso precisa-se de garantias que vou permanecer na casa até o período desejado, quem assegura essa garantia é a Cláusula Constituti.
Caso chegue ao fim o lapso temporal e a pessoa que tiver de sair da casa não saia, deve-se entrar com ação de Reintegração de Posse, pois, quando a propriedade fora vendida, houve, fictamente, a transferência da posse.
Observações:
Se houve emissão de posse, pede-se a Reintegração;
Se não houve emissão de posse, pede-se a Imissão.
e) Da Especificação (Art. 1296): o especificador vai trabalhar na matéria prima e faz obra nova, ex.: pegou couro e fez calçado novo. 
*Caso o especificador seja um e o dono da matéria seja outro:
Se o especificador agiu de boa-fé, a obra nova é dele e este indeniza o dono da matéria prima;
Se o especificador agiu de má-fé, a obra nova é do dono da matéria prima, e não cabe indenização ao especificador.
f) Da Confusão, da Comissão e da Adjunção (Art. 1272):

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