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Resumo Direito Civil - Da posse

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7º Termo 
Resumo Direito Civil 
 
- Da Posse: 
 
Conceito: a posse é a exteriorização ou a visibilidade do domínio, ou seja, a 
relação exterior intencional existente normalmente entre a pessoa e a coisa, 
tendo em vista a função econômica desta. É uma situação de fato. 
Teorias da Posse 
a) Teoria Subjetivista (Saviny): para essa teoria a posse necessita de dois 
elementos, sendo: o "animus domini" (intenção de propriedade da coisa) + o 
"corpus"(domínio para a finalidade econômica da coisa). 
Conseqüência jurídica: somente os proprietários seriam considerados 
possuidores, a posse seria um direito real. 
b) Teoria Objetivista (Ilhering): por esta teoria basta que haja o "Corpus" para 
que o indivíduo tenha a posse da coisa, sendo este um elemento objetivo. Essa 
é a teoria adotada pelo CPC. 
Conseqüência jurídica: é considerado possuidor todo aquele que tem a coisa 
como se sua fosse, ex: o locatário que utiliza a coisa conservando, cuidando 
como faria o proprietário. 
 
Conceito de possuidor: encontra-se no art. 1996 do CC: 
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, 
pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. 
 Importante: 
Para saber distinguir possuidor de proprietário é necessário a seguinte 
distinção: 
a) Posse: situação de fato onde o possuidor tem o exercício de algum (s) 
poderes inerentes à propriedade. 
b) Propriedade: decorre de um direito, onde o proprietário exerce os poderes 
de uso (jus utendi), gozo (jus fruendi), direito de dispor (jus disponendi), direito 
de reclamar (rei vincicatio). 
Assim, todo proprietário pode ser possuidor, mas nem todo possuidor é 
proprietário. 
 
Classificação da Posse: a posse pode ser de forma direta ou indireta. (art. 
1997 CC) 
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, 
temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, 
de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse 
contra o indireto. 
a) Posse direta: é aquela pertencente ao possuidor direto que recebe o bem, 
em decorrência de um direito real, como por exemplo, o usufrutuário, porque 
detém a coisa materialmente podendo explorá-la economicamente, como o 
faria seu proprietário. Outro exemplo é o locatário, pois recebe o bem 
decorrente de um direito pessoal ou contratual. 
b) Posse indireta: tem a posse indireta o possuidor indireto que 
temporariamente transfere o poder de uso e gozo à outrem. 
Obs: a posse direta e indireta podem coexistir harmoniosamente, tanto em 
mãos iguais como em mãos diferentes. 
 
Posse X Detenção (art. 1198 CC): Art. 1.198. Considera-se detentor aquele 
que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a 
posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. 
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como 
prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se 
detentor, até que prove o contrário. 
Enquanto a posse é uma situação de fato onde prevalece o elemento "Corpus" 
de acordo com a teoria objetivista e trás consequências jurídicas benéficas ao 
possuidor, a detenção nada mais é que a intenção de conservar a coisa 
consigo em nome de outrem, o chamado "animus tenendi". Portanto o mero 
detentor também chamado de fâmulo não é considerado possuidor pois tem 
apenas o "naturalis possessio", ou seja, a mera detenção da coisa. Ex: o 
caseiro de um sítio que cuida da propriedade, tendo a responsabilidade apenas 
de conservar a coisa em nome de outrem. 
 
Composse (art. 1199 CC): Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem 
coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto 
que não excluam os dos outros compossuidores. 
É a situação pela qual duas ou mais pessoas exercem, simultaneamente, 
poderes possessórios sobre a mesma coisa. Ocorre por exemplo, com 
adquirentes de coisa comum, com marido e mulher em regime de comunhão 
de bens ou com co-herdeiros antes da partilha. Como a posse é a 
exteriorização do domínio, admite-se a composse em todos os casos em que 
ocorre o condomínio, pois ela está para a posse assim como este para o 
domínio. 
 
Posse Justa (art. 1200 CC): Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, 
clandestina ou precária. 
É aquela adquirida legitimamente sem violência, clandestinidade ou situação 
precária, ou seja, sem vício jurídico externo e trás conseqüências jurídicas 
benéficas ao possuidor. 
 
Posse Injusta: é aquela adquirida mediante os vícios de violência, 
clandestinidade e precariedade. 
*Violência: utilizou-se de algum ato violento para obter a posse. 
*Clandestinidade: tomou a passe de forma sorrateira. 
*Precariedade: decorre de uma relação que não poder convalescida, por 
exemplo o caseiro que tem a mera detenção e toma posse do objeto. 
*Relacionado com a posse injusta está o art. 1208 CC que trata da interversão 
da posse. Ocorrerá interversão da posse nos casos de posse violenta e 
clandestina, podendo ser convalidadas após a cessação da violência e da 
clandestinidade. Nos casos de posse precária não haverá interversão, pois não 
pode ser convalescida pois foi adquirida por um abuso de confiança, não 
gerando direitos de posse. 
 
Posse de boa fé (art. 1201 CC): Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o 
possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. 
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, 
salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta 
presunção. 
Ocorre quando o possuidor desconhece eventuais vícios que atinge a coisa e a 
adquire com irregularidades, porém sem conhecimento dos vícios atinentes. 
 
Posse de má fé (art. 1202 CC): Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este 
caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir 
que o possuidor não ignora que possui indevidamente. 
Ocorre quando o possuidor tem conhecimento de que não tem direito sobre a 
coisa mas ainda assim exerce a posse. 
*Conseqüência jurídica: deverá ser analisado o grau de conhecimento do 
agente sobre o vício. 
 
Conservação da Posse (art. 1203 CC): Art. 1.203. Salvo prova em contrário, 
entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida. 
A posse deve ser mantida sob o mesmo caráter a qual foi admitida, salvo 
disposição em contrário. 
 
Aquisição da Posse => pode ocorrer de duas formas: 
*Originária: ocorre quando a apreensão não tiver nenhum vínculo entre o 
adquirente e o transmissor, sendo: 
a) "res nullius" coisa que nunca pertenceu a ninguém, ex: peixes dos rios, os 
animais silvestres. 
b) "res derelicta" coisas que já pertenceram à alguém mas foram abandonadas, 
ex: um tênis de minha propriedade que coloco na lixeira na calçada. 
*Derivada: aquela que vem transmitida de uma outra pessoa, ex: uma 
residência cedida para o possuidor morar. 
*Momento em o indivíduo torna-se possuidor (art. 1204): Art. 1.204. Adquire-se 
a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome 
próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade 
A partir do momento em que exerce em nome próprio qualquer um dos poderes 
inerentes à propriedade (usar, gozar, dispor, reclamar). 
* Observações Importantes acerca da aquisição da posse: 
1) Art. 1205 CC: Art. 1.205. A posse pode ser adquirida: 
I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante; 
II - por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação. 
A posse poderá ser adquirida tanto pela própria pessoa como por seu 
mandatário ou por um terceiro sem mandato desde que o ato seja ratificado; 
2) Art. 1206 CC: Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários 
do possuidor com os mesmos caracteres. 
Trata da transferência da posse aos herdeiros (sucessores universais) e aos 
legatários (pessoas que não são os herdeiros legítimos mas possuem direitos 
através de testamento). Quanto aos legatários deve haver uma 
individualização. 
3) Art. 1027 CC: Art. 1.227. Os direitos reaissobre imóveis constituídos, ou 
transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de 
Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos 
expressos neste Código. 
Os herdeiros serão obrigados a unir suas posses com a do antecessor, 
enquanto os legatários é facultativo a união de posses. 
 
 
 
 
Efeitos da Posse (art. 1210 CC): 
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de 
turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver 
justo receio de ser molestado. 
§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por 
sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, 
não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. 
§ 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de 
propriedade, ou de outro direito sobre a coisa. 
 
Efeito Ação Proposta (interditos 
possessórios) 
Turbação: trata-se de uma 
perturbação da posse, um incômodo. 
Manutenção na Posse 
Esbulho: trata-se da perda da posse, 
onde alguém mediante violência física 
ou moral (ou sem) toma a posse de 
outrem e passa a exercer poderes de 
propriedade. 
Reintegração na Posse 
Ameaça: trata-se da ameaça ou 
violência iminente em relação à 
posse. 
Interdito Proibitório 
 
Essas ações admitem a fungibilidade no pedido devido às rápidas alterações 
da situação que não se pode prever, por exemplo, uma turbação que torna-se 
esbulho. Assim não será necessário propor duas ações, a de manutenção e a 
de reintegração, visto que o pedido poder ser adaptado. 
§1º: permitem por disposição legal praticar a autotutela (uso das próprias 
forças) em defesa da posse, nos casos de turbação ou esbulho, desde essa 
autotutela seja praticada no instante em que ocorrem as condutas ou logo 
após, devendo obedecer ao princípio da legítima defesa, pois em casos de 
excesso haverá responsabilização. 
§2º: nas ações de manutenção e reintegração da posse não se discute 
propriedade "exceptio proprietates", que somente serão discutidas em ações 
que dois ou mais alegarem serem proprietários da mesma coisa. 
 
Posse provisória (art. 1211 CC): Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se 
disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não 
estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso. 
Aquele que no decorrer da ação (antes de ser julgada) receber a posse 
provisória por decisão do juiz, receberá a coisa na condição de depositário, 
devendo cuidar e conservar. Se, ao final da ação houver improcedência do 
pedido quanto à este que tem a posse provisória, a coisa deverá ser restituída 
em perfeito estado, cabendo indenização por perdas e danos no caso de 
deterioração. 
Conseqüência ao terceiro que recebeu coisa esbulhada: se este tem 
conhecimento de que recebeu coisa esbulhada será caracterizada a má fé e 
considerado receptador de coisa esbulhada, devendo restituir o possuidor 
legítimo. 
Ex: A (possuidor legítimo) => B cometeu esbulho em relação a A => C adquiriu 
coisa esbulhada de B tendo conhecimento sobre o vício. 
 
Direito do possuidor aos frutos (art, 1214 CC e seguintes): 
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos 
percebidos. 
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem 
ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; 
devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação. 
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, 
logo que são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia. 
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e 
percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o 
momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção 
e custeio. 
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da 
coisa, a que não der causa. 
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da 
coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, 
estando ela na posse do reivindicante. 
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias 
necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem 
pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá 
exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. 
*Se a posse se deu de boa fé o possuidor terá direito aos frutos percebidos 
(aqueles já colhidos). 
*Se a posse for de má fé não terá direito aos frutos, somente às despesas que 
desembolsou para determinado fato. 
 
- Direito do Possuidor às benfeitorias (art. 1220 à 1222): 
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias 
necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem 
o de levantar as voluptuárias. 
Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao 
ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem. 
Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de 
má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor 
de boa-fé indenizará pelo valor atual. 
*Nas posses de boa fé o possuidor tem o direito de retenção + indenização nos 
casos de benfeitorias necessárias e úteis. Quanto as voluptuárias apenas 
direito de indenização. 
*Nas posses de má fé o possuidor não tem direito ao ressarcimento e não 
exerce direito de retenção. 
Obs: em casos de perda da posse por evicção o evictor indenizará o evicto 
(adquirente) pelas benfeitorias somente se estas existirem ao tempo da 
evicção, caso contrário não haverá indenização, devendo essa benfeitoria ser 
útil ao evictor. 
- Perda da Posse (art. 1223 e 1224): 
Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do 
possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196. 
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o 
esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, 
tentando recuperá-la, é violentamente repelido. 
A perda da posse ocorrerá quando essa cessar, ainda que contra a vontade do 
possuidor. 
*Posse nova: também conhecida como ação de força nova ocorre pelo 
procedimento especial em obediência ao princípio da celeridade, permitindo a 
concessão de liminar desde que comprovados os requisitos (menos de ano e 
dia), devendo apenas justificar o motivo de perda da posse. 
*Posse velha: também conhecida como ação de força velha (maior que ano e 
dia) ocorre pelo procedimento comum, exige-se maiores provas e não admite 
antecipação de tutela nem concessão de liminar. 
Em ambas (posse nova ou posse velha) não são permitidas liminares em face 
ao Poder Público sem a realização de audiência prévia. 
 
Ação de nunciação de obra nova: o objeto desta ação é a concessão da 
liminar para paralisação da obra que está em andamento (pedido imediato) ou 
paralisar a obra de forma definitiva pois já se iniciou com irregularidades 
(mediato). 
Ação demolitória: tem por finalidade demolir as partes irregulares da obra. 
Ação de Imissão na Posse: trata-se de ação petitória onde somente o 
proprietário tem o direito de defender o "jus possiendi" (seu direito de posse e 
propriedade). Quando tratar-se de defesa apenas da posse aplicam-se os 
interditos possessórios. 
 
- Direitos reais: 
 Da Propriedade 
 
- Direitos reais sobre bens móveis (art. 1226 CC): 
Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou 
transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com a tradição. 
Quando constituídos ou transmitidos por ato entre vivos, somente serão 
adquiridos mediante a efetiva tradição. 
- Direitos reais sobre bens imóveis (art. 1227 CC): 
Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos 
entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartóriode Registro de Imóveis 
dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste 
Código. 
Os bens imóveis constituídos ou transmitidos por atos entre vivos somente 
serão adquiridos quando feito o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos 
referidos títulos, salvo disposição contrária. 
 
- Poderes do proprietário (art. 1228 CC caput): Art. 1.228. O proprietário tem 
a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder 
de quem quer que injustamente a possua ou detenha. 
Usar, gozar, dispor e reivindicar. 
 
- Limites ao poder de propriedade (§1º e §2º): 
§ 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas 
finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de 
conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas 
naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como 
evitada a poluição do ar e das águas. 
§ 2o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, 
ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem. 
O poder de propriedade não é ilimitado pois deve obedecer algumas regras, 
como respeitar o direito de vizinhança a a função social para preservar os 
interesses coletivos. Além disso, aquelas obras sem utilidade que possa causar 
prejuízos à outrem são proibidas por lei, ex: construir uma churrasqueira onde 
toda a fumaça adentre na casa do vizinho. Se comprovado que o proprietário 
exorbitou seu direito, o prejudicado poderá propor uma ação demolitória. 
 
- Possibilidade de perda da propriedade (§3º, 4º e 5º): 
§ 3o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, 
por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de 
requisição, em caso de perigo público iminente. 
§ 4o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado 
consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco 
anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, 
em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de 
interesse social e econômico relevante. 
§ 5o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida 
ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do 
imóvel em nome dos possuidores. 
Pode ocorrer por ato expropriatório (desapropriação em caráter permanente) 
do Poder Executivo e por requisição em caso de perigo público iminente 
(caráter temporário). Ainda poderá ser perder a propriedade se o juiz entender 
que em uma área extensa onde houve a posse ininterrupta por mais de 05 
anos por um considerável número de pessoas que realizaram obras 
consideradas de caráter relevante seja socialmente ou economicamente, mas 
neste caso será fixado um valor indenizatório que deverá ser pago aos 
possuidores e a sentença valerá como título aos possuidores para efetuarem o 
registro no cartório de imóveis. 
 
- Constitutos possessórios "cláusula constitutui": trata-se da operação 
jurídica que altera a titularidade na posse, de maneira que, aquele que possuía 
em seu próprio nome, passa a possuir em nome de um terceiro. (Ex.: eu vendo 
a minha casa a Fulano e continuo possuindo-a, porém agora na condição de 
locatário). 
 
- Propriedade de solo (art. 1229 CC): 
Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo 
correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não 
podendo o proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, por 
terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse 
legítimo em impedi-las. 
Trata de questões específicas em razão da propriedade de solo, sendo melhor 
estudada no direito ambiental. 
- Caracteres da Propriedade (art. 1231 CC): 
Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em 
contrário. 
*Propriedade plena: salvo prova em contrário, o proprietário será considerado 
proprietário pleno, ou seja, aquele que exerce todos os poderes inerentes à 
propriedade. Deixará de ser pleno quando dispor de algum desses poderes ou 
exorbitar o seu direito. 
*Exclusividade: o proprietário tem poder exclusivo sobre sua propriedade, 
mesmo que seja sobre uma fração ideal que lhe pertence, em caso de co-
proprietários. 
- Direito aos frutos (art. 1232 CC): considerando que o acessório segue o 
principal, os frutos e demais produtos da coisa pertencerão ao proprietário, 
salvo disposição em contrário. 
 
- Da Descoberta 
 
- Conceito (art. 1233 CC): 
Art. 1.232. Os frutos e mais produtos da coisa pertencem, ainda quando 
separados, ao seu proprietário, salvo se, por preceito jurídico especial, 
couberem a outrem. 
Tratam-se dos achádegos, ou seja, coisa achada ou encontrada que deve ser 
restituída ao dono, contrariando o ditado popular "achado não é roubado". 
*Parágrafo único: Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo, e, se 
não o encontrar, entregará a coisa achada à autoridade competente. Caso 
aquela que achou não conheça o dono, deverá procurá-lo para efetuar a 
devolução e se não encontrar deverá entregar a coisa à uma autoridade 
competente. 
 
- Devolução e direito de indenização (art.1234): 
Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo 
antecedente, terá direito a uma recompensa não inferior a cinco por cento do 
seu valor, e à indenização pelas despesas que houver feito com a conservação 
e transporte da coisa, se o dono não preferir abandoná-la. 
Parágrafo único. Na determinação do montante da recompensa, considerar-se-
á o esforço desenvolvido pelo descobridor para encontrar o dono, ou o legítimo 
possuidor, as possibilidades que teria este de encontrar a coisa e a situação 
econômica de ambos. 
Aquele que devolver o objeto ao seu legítimo dono tem o direito de receber 
uma indenização à título de compensação no valor de no mínimo 5% sobre o 
valor da coisa e o referente as despesas incluindo transporte, conservação, etc. 
*Quantificação do montante (Parágrafo ùnico): Na determinação do montante 
da recompensa, considerar-se-á o esforço desenvolvido pelo descobridor para 
encontrar o dono, ou o legítimo possuidor, as possibilidades que teria este de 
encontrar a coisa e a situação econômica de ambos. 
Considerar o esforço desenvolvido pelo descobridor em achar o proprietário ou 
legítimo possuidor, analisando as possibilidades que este teria de encontrar a 
coisas e a situação econômica de ambos. 
 
- Dolo: se o descobrir agir com dolo e causar prejuízos ao possuidor legítimo 
ou proprietário será responsabilizado. 
- Coisas de valor relevante: se a coisa achada possuir um valor significativo a 
autoridade competente utilizará os meios de edital, impressa e demais meios 
necessários para encontrar o dono. 
 
- Prazo para apresentação do dono: se ultrapassar 60 dias após a divulgação 
da coisa achada pela imprensa e edital não aparecer quem comprove a 
propriedade, ela será vendida em hasta pública e a recompensa ao descobridor 
ficará para o município. 
*Coisa de pequeno valor (parágrafo único): se tratar de coisa de pequeno 
valor, o município poderá restituir ao descobridor. 
 
Da Usucapião - arts. 1238 CC e seguintes 
 
- Conceito: Usucapião é um modo de aquisição da propriedade e ou de 
qualquer direito real que se dá pela posse prolongada da coisa, de acordo com 
os requisitos legais, sendo também denominada de prescrição aquisitiva. 
"Res Habilis": coisa que se preste a ser usucapida. 
 
- Espécies de usucapião de Bens Imóveis: 
1) Usucapião extraordinária - art. 1238 CC 
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, 
possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente 
de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, 
a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
- Requisitos: 15 anos de ânimus domini, posse ininterrupta e pacífica (sem 
oposição), independente dejusto título e boa fé. 
*Parágrafo Único: Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-
se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia 
habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. 
Trás uma exceção à regra do caput, pois se o possuidor estabeleceu moradia 
habitual neste imóvel ou houver realizado obras de caráter produtivo o prazo 
para poder usucapir será de 10 anos. 
*Obs: a sentença declaratória constitui título de propriedade que deverá ser 
registrado no cartório de imóveis com a finalidade de produzir efeito erga 
omnes. 
 
2) Usucapião Pro Labore ou Especial Rural - art. 1239 CC 
Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, 
possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em 
zona rural não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu 
trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a 
propriedade. 
- Objeto: imóvel rural que decorre da posse trabalho. 
- Requisitos: não ser proprietário de imóvel rural ou urbano, 05 anos de posse 
pacífica e ininterrupta, àrea de terra em zona rural com no máximo de 50 
hectares, ter tornado a terra produtiva seja para seu próprio trabalho ou de sua 
família, ter nela estabelecido moradia habitual. 
 
3) Usucapião Urbana ou Especial Urbana - art. 1240 CC 
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e 
cinqüenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, 
utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, 
desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
- Objeto: somente imóvel urbano. 
- Requisitos: área urbana de até 250 m2, 05 anos de posse continua e sem 
oposição, ter utilizado como sua moradia ou de sua família, não ser proprietário 
de outro imóvel urbano ou rural. 
§1º: O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à 
mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. 
 Quando houver casal (sejam casados, conviventes, união estável) 
independente de quem entrou com a ação o título aquisitivo será conferido a 
ambos. 
§2º O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao 
mesmo possuidor mais de uma vez. 
 O usucapiendi pode obter imóvel através de usucapião nesta modalidade uma 
única vez. 
 
4) Usucapião Familiar - art. 1240 A (decorrente da Lei 12.424/11) 
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem 
oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² 
(duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-
cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua 
moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não 
seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 
12.424, de 2011) 
Trata-se de uma modalidade onde um dos cônjuges sem justo motivo 
abandonou o lar, dando o direito ao conjuge que permaneceu no imóvel de 
obter o domínio integral da propriedade através da sentença declaratória de 
usucapião. 
- Requisitos: 02 anos de posse direta e exclusiva, ininterruptas e sem oposição 
(após o abandono), imóvel urbano de até 250 m2, ter sido o imóvel dividido 
com ex cônjuge que abandou o lar sem justo motivo, ter moradia sua e/ou de 
sua família, não ser proprietário de outro imóvel rural ou urbano. 
§1º: O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor 
mais de uma vez. 
 Tal direito não poderá ser configurado ao mesmo possuidor por mais de uma 
vez. 
 
5) Usucapião Ordinária - art. 1242 
Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e 
incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. 
- Requisitos: posse ininterrupta e sem oposição com justo título e boa fé por 10 
anos. 
Parágrafo Único: Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel 
houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do 
respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele 
tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse 
social e econômico. 
Trás uma outra modalidade chamada Usucapião Tabular, a qual segue os 
seguintes requisitos: ter sido o imóvel adquirido onerosamente (na condição de 
único dono) com base no registro constante do respectivo cartório, tendo essa 
propriedade sido cancelada posteriormente por um terceiro (deixou de ser 
dono), deve o possuidor ter estabelecido moradia ou realizado investimentos 
de interesses sociais ou econômicos mais 05 anos de posse ininterruptas. 
 
- Observações: 
*Art. 1241: Art. 1.241. Poderá o possuidor requerer ao juiz seja declarada 
adquirida, mediante usucapião, a propriedade imóvel. 
Parágrafo único. A declaração obtida na forma deste artigo constituirá título 
hábil para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
Trata da natureza da sentença da usucapião, sendo esta declaratória pois 
declara o direito de propriedade ao possuidor. Desde que preenchidos os 
requisitos, aplica-se a todas as modalidades. 
Parágrafo único: a sentença serve como título hábil para o registro no cartório 
de imóveis com a finalidade de produzir efeito erga omnes. 
 
*Art.1243: Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido 
pelos artigos antecedentes, acrescentar à sua posse a dos seus antecessores 
(art. 1.207), contanto que todas sejam contínuas, pacíficas e, nos casos do art. 
1.242, com justo título e de boa-fé. 
 Trata da soma das posses (acessio possessionis), desde que sejam 
ininterruptas e pacíficas podem ser somadas as posses dos antecessores. 
 
*Art. 1244: Art. 1.244. Estende-se ao possuidor o disposto quanto ao devedor 
acerca das causas que obstam, suspendem ou interrompem a prescrição, as 
quais também se aplicam à usucapião. 
A usucapião é uma forma de prescrição extintiva. 
 
- Espécies de usucapião de Bens Móveis: 
1) Usucapião Ordinária - art. 1260 
Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e 
incontestadamente durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a 
propriedade. 
Requisitos: posse pacífica e sem oposição de 03 anos, justo título e boa fé, 
animus domini. 
 
2) Usucapião Extraordinária - art. 1261 
Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá 
usucapião, independentemente de título ou boa-fé. 
Requisitos: não exige justo título e boa fé, ânimus domini com posse pacífica e 
ininterrupta de 05 anos. 
 
Da Aquisição pelo registro do título - arts. 1245 e 1247 
 
*Art. 1245: Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título 
translativo no Registro de Imóveis. 
Não será considerado dono do imóvel aquele que apenas tiver a escritura mas 
sim aquele que efetuar o registro da matrícula imobiliária no Cartório de 
Registro de Imóveis. 
§1º: Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser 
havido como dono do imóvel. 
Enquanto não for efetuado o registro, o alienante continua sendo dono (no 
papel). 
§2º: Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de 
invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a 
ser havido como dono do imóvel. 
se não houver cancelamento do registro anterior, o primeiro proprietário 
continua como dono. 
 
*Art. 1247:. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado 
reclamar que se retifique ou anule. 
trata da necessidade de retificação dos dados do registro aquisitivo. Caso haja 
algum equívoco na transcrição deve haver um requerimento de retificação dos 
dados via judicial, não podendo ocorrer de ofício pelo Oficial do cartório. 
Parágrafo Único: Cancelado o registro, poderá o proprietário reivindicar o 
imóvel, independentemente da boa-fé ou do título do terceiro adquirente. 
Procedido o cancelamento o novo proprietário poderá reivindicar, independente 
de justo título e boa fé.

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