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DIREITO DAS COISAS - RESUMO

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100
Direito das Coisas
Unidade 1 (art. 1196)
Conceito: Regula a relação judicial existente entre um sujeito e uma coisa passível de apropriação e que tenha valor econômico
Direitos Reais:
***DIREITO REAL => REGISTRO (PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE). ABSOLUTISMO E SEQUELA SÓ ACONTECEM SE O DIREITO REAL TIVER REGISTRO
PARA SER PROPRIETÁRIO, É OBRIGATÓRIO POSSUIR REGISTRO!!!
Quais os deveres da sociedade no sentido de respeitar o proprietário?
Obs: a coisa deve ser material (móvel ou imóvel)
Existe propriedade imaterial também!
Direito das coisas é diferente de direitos reais
Livro do Direito das Coisas:
1 – Posse
2 – Direitos Reais (art. 1225, CC) I – propriedade
Características (princípios) dos Direitos Reais
a) Taxatividade: criados por disposição de lei
b) Absolutismo: permite ao titular do direito real o exercício de faculdades jurídicas de forma erga omnes - opõe sua vontade contra todos, independentemente da vontade do outro
Ex: art. 1228, CC:
Usar finalidade do bem
Gozar/fruir exploração econômica. “Quero viver de rendas”
Dispor alterar a titularidade. Ex: compra/venda, doação, testamento
Reaver permite o uso da ação reivindicatória (NÃO PRESCREVE)
 O titular da propriedade pode estar afastado há anos, todavia tem o direito de entrar com uma ação reivindicatória
 Na maioria das vezes o direito do proprietário ao direito do possuidor, porém o possuidor pode ter o usucapião e ganhar o direito à propriedade
Obs: o possuidor no máximo USA e GOZA (não dispõe e nem reave)
Obs: Absolutismo é diferente de ilimitado
Absolutismo: faculdades
Ilimitado: propriedade é limitada pela função social
c) Sequela: decorre do absolutismo e consiste na possibilidade do titular do direito real perseguir a coisa com quem quer ela esteja, inclusive contra terceiros de boa-fé (PRINCÍPIO DA ADERÊNCIA/INERÊNCIA)
d) Preferência: preferência sobre a coisa para o titular do direito real em razão de um crédito existente. Art. 1475, CC
C ------------------ D
 Valor do imóvel: 800 mil 
Situação do devedor: adimplente 
Situação do credor: possui registro
Todavia, o credor ainda tem um crédito de 300 mil a receber 
 
C2 ------------- D
Situação do devedor: inadimplente, inclusive já com penhora
Situação do credor: quirografário
 
 O dinheiro a ser recebido, mesmo o devedor estando adimplente na primeira situação, irá sempre primeiro para o credor com garantia real, ou seja, que possui registro
	 DIREITOS REAIS 
	DIREITOS PESSOAIS
(obrigações, contratos, casamento)
	* Sujeito coisa
	* Dois ou mais sujeitos e um objeto
	* Atributivo
	* Cooperativo (autonomia da vontade)
	* Sequela: a coisa responde
	* Não gera sequela, o devedor responde com seu patrimônio genericamente. Para atingir o patrimônio de terceiro haverá a necessidade de declaração de fraude à execução ou credores
	* Taxatividade (rol taxativo): art. 1225, CC
	* Rol exemplificativo 
	 * Princípio da publicidade 
	 * Princípio da autonomia privada 
	 * Posse: sim
	 * Posse: não
	 * Usucapião: sim
	 * Usucapião: não
	 * PRESCRIÇÃO: NÃO
	 * PRESCRIÇÃO: SIM
	 * Permanente
	 * Transitória
Situações intermediárias entre direito real e direito pessoal
a) Obrigação propter rem: obrigação que decorre da coisa*
 Se eu estiver na coisa ou ser o titular sou obrigado
Ex: IPTU; IPVA
 obrigação do proprietário de um imóvel de pagar as despesas de condomínio.
 Fazer/não fazer: direito de vizinhança (limitador do direito de propriedade). Ex: não tenho um contrato para não fazer barulho, mas quem está na coisa tema obrigação de fazer silêncio
b) Obrigação com eficácia real: negócio jurídico (autonomia de vontade) revestido das características dos direitos reais
Ex: contrato de locação/arrendamento rural COM REGISTRO
Classificação dos direitos reais
1) Direitos reais sobre a própria coisa = propriedade
 Superfície
 Alienação fiduciária
 Lage
2) Direitos reais sobre a coisa alheia
Direitos reais de fruição (usar, fruir): 
 Usufruto 
 Uso
 Habitação
Direitos reais de garantia:
 Hipoteca (RG: bens imóveis)
 Penhor (RG: bens móveis)
 Anticrese
Direito real à aquisição:
 Promessa de compra e venda
POSSE
 Ganhou relevância enquanto um instituto autônomo
Teoria Subjetiva de Savigny
	
POSSE = APREENSÃO FÍSICA DA COISA E INTENÇÃO DE SER DONO (PROPRIETÁRIO)
 Existe posse quando existir uma coisa (bem móvel ou imóvel) + animus domini
 A intenção de ser dono deve ser publicizada/exteriorizada, no sentido de que a coletividade perceba que a pessoa não quer mais sair dali.
Corpus: elemento material ou objetivo da posse, constituído pelo poder físico ou de disponibilidade sobre a coisa
Animus domini: elemento subjetivo, caracterizado pela intenção de ter a coisa para si, de exercer sobre ela o direito de propriedade
Crítica:
 O inquilinato, arrendamento, locatário, comodatário e depositário estariam excluídos da proteção, pois não existe a intenção, ou seja, não é possível modificar como eu quero
 Neste contexto, a apreensão física sem o animus domini não seria posse, mas sim detenção
Teoria Objetiva de Ihering
 Trouxe o conceito de detenção
	
Posse = corpus
 Irá vincular o exercício da posse ao direito de propriedade
 Engloba o inquilinato, arrendamento, locatário, comodatário e depositário
 Todo o proprietário é possuidor, mas nem todo possuidor é proprietário
Art. 1.196:
Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
 Ainda não existia a figura da posse natural
Teoria Socialista (CF/88) – Século XX
 Função social da propriedade
	
A POSSE É DE QUEM CUMPRE A FUNÇÃO SOCIAL
 A posse é de quem cumpre função social. Essa pode estar com o proprietário, decorrer de um negócio jurídico ou ser natural
 O proprietário tem o dever de cumprir a função social, dentre elas: moradia, contribuição ao Estado, produtividade, proteção ao meio ambiente, relação de trabalho legalizada
 Pela inércia do proprietário, o possuidor passa a cumprir a função social
 A posse não se vincula necessariamente ao direito de propriedade
Exemplo:
Sandra ajuíza uma ação de reintegração de posse em face de Suzane, alegando que é a legítima proprietária de um terreno, uma vez que ao chegar ao local, é surpreendida pela construção de um imóvel. Citada, Suzane alega que é a legítima possuidora, uma vez que está ali há 12 anos, exerce posse pacífica e teria direito à usucapião, além de afirmar que o terreno estava em situação de abandono. Ademais, comprova que adquiriu o terreno de um 3º que ali estava.
 Neste caso, pela teoria socialista, Suzane tem posse natural, pois exerce função social. Já, pela teoria subjetiva, Suzane também teria posse, haja vista que existe apreensão física da coisa + animus domini.
Diferença entre posse e detenção
Detentor ou fâmulo de posse: possuidor desqualificado pelo ordenamento jurídico. Não se aplicam os efeitos da posse. Não tem direito a ressarcimento nem das benfeitorias. São detentores:
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário.
a) Servidores da posse 
 É a posse em decorrência de um vínculo de subordinação. Esta não precisa ser legalizada/formal
Ex: caseiro da Fazenda. Caso o patrão morra e os herdeiros permanecerem inertes, o caseiro poderá ter posse.
b) Ocupação pública
Art. 99. 
São bens públicos:
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II - os de uso especial, tais como edifíciosou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.
Art. 100. 
Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
 Bens de uso comum
 Bens de uso especial
 Bens dominicais
*STF/STF POSIÇÃO DOMINANTE: BEM PÚBLICO É DETENÇÃO
*Nova corrente: é possível haver posse sobre bens públicos dominicais (decisão do STJ de 2016 reconheceu em um caso a posse sobre bem público dominical em face de outro particular)
c) Atos de permissão ou tolerância
 Atos de condescendência
 Eventualidade
Ex: chegar e ocupar a vaga de outra pessoa no prédio da garagem
Caso real: uma empresa era proprietária de um terreno e ali depositava materiais de construção. Um cidadão entrou com uma reintegração de posse, sob a justificativa de que levava sua vaca naquele local há 10 anos para pastar. Ação foi julgada improcedente, pois não havia exercício de posse, ele era um mero detentor
d) Posse injusta (ilícita)
*NÃO SE ANALISA A MÁ-FÉ. PORTANTO, DEVE-SE ANALISAR OBJETIVAMENTE
Espécies:
Violenta (pessoa, coisa)
 Obtida por meio de esbulho, por força física ou violência moral. A doutrina costuma associá-la ao crime de roubo
Clandestina
 Legítimo possuidor não percebe 
Ex: vizinho que vai construindo uma cerca e invadindo o terreno do outro
Precária
 Adquirida com abuso de confiança
 Tem forma assemelhada ao crime de estelionato ou à apropriação indébita
Ex: 
Contrato 01/01 até 31/07
Notificação para desocupar em 10 dias
Recebimento da notificação: 15/08
Prazo final para desocupar: 25/08
*Portanto, a partir do dia 26/08, a posse será precária
Consideração
 É juridicamente admitida a conversão da detenção em posse.
Classificação da posse:
I - Quanto à presença de vícios objetivos:
a) Posse justa ou injusta (art. 1200, CC)
“É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária”
Vício objetivo: o vício está presente na forma em que a posse foi adquirida
II - Quanto à boa-fé subjetiva ou intencional
b) Posse de boa fé ou de má fé
Vício subjetivo: consciência sobre vícios na aquisição da coisa
III - Quanto ao tempo
c) Posse nova ou posse velha
Nova: exercida dentro de 1 ano e 1 dia (1 + 365) RITO ESPECIAL
 É aquela com até um ano
 CONTA-SE A PARTIR DO DIA DA OCUPAÇÃO
Velha: (1+365+1) RITO COMUM
IV - Quanto aos efeitos:
d) Posse ad interdicta 
Interditos possessórios => ação
 Reintegração de posse
 Manutenção de posse
 Interdito proibitório
Ex: reintegração de posse esbulho (perda da posse)
Posse ad usucapionen: 
 Posse apta a gerar usucapião
 Posse com animus domini (intenção de ser dono, que deve ser publicizada através de investimentos, etc)
 Tempo: 2 a 15 anos. Sem intervalos, interrupções. O prazo pode ser completado no curso do processo
Obs: Apenas na usucapião ordinária é necessária a boa-fé do possuidor
V - Quanto à relação pessoa-coisa ou quanto ao desdobramento da posse, levando-se em conta o seu paralelismo
e) Posse direta/imediata ou indireta/mediata
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
 Quando houver negócio jurídico
Ex: Afonso, possuidor indireto, é proprietário de uma terra. Um dia, resolve arrendá-la para Francisco, possuidor direto. Todavia, um terceiro acaba tomando as terras para si (???)
 Neste caso, o litisconsórcio é facultativo, ambos podem ajuizar uma ação de reintegração de posse. Não necessita autorização.
Posse civil ou natural:
Civil:
 Decorre da lei (proprietário, negócio jurídico)
 Sempre que for civil, não é natural 
Natural:
 Materialidade – apreensão da coisa
 Publicidade – conhecimento da coletividade
 Reiteração
Composse (não está elencada na classificação, é um entendimento doutrinário)
 Possui em conjunto
Requisitos:
 Pluralidade de sujeitos
 Coisa em estado de indivisão
Ver: litisconsórcio entre cônjuges (art. 73, pár. 2º, CPC) 
Classificação da composse:
Posse pro diviso: Indivisão de direito
	
 A
	
B 
Propriedade: A e B (50%)
Posse: fato
Posse pro indiviso: Indivisão de fato e direito
	 
 A B
 
Propriedade conjunta
Posse comum
Exercícios
1) Jorge e Lúcia, casados entre si, moradores em Santa Maria, são proprietários de uma chácara em Itaara com área de 2.500 metros quadrados, e contrataram com o casal Nei e Dóris uma Promessa de Compra e Venda sobre este bem. Este contrato ainda não foi quitado, sendo que os últimos passaram a residir no imóvel desde 2010. Há cerca de dois anos, Nei e Dóris foram estudar na Europa, tendo contratado Luiz como caseiro. Há quinze meses o vizinho Mauro, sem o consentimento de ninguém, passou a ocupar parte da área, depois de destruir cercas e plantações nela existentes, construindo um galpão para armazenamento de sementes. Assim que os fatos ocorreram Luiz avisou Dóris e Nei, que só retornaram da Europa no dia de hoje. 
a) Qual a relação de cada personagem com o bem imóvel? Classifique
Jorge e Lúcia: proprietários (indireta, justa, boa-fé, velha, posse civil)
Luiz: caseiro (detentor)
Nei e Dóris: residência desde 2010 (direta, justa, boa-fé, velha, posse civil)
Mauro (injusta, má-fé, velha)
b) Quando ocorreu a perda da posse pelo(s) legítimo(s) possuidor(es)
Perda da posse: (art. 1223 e 1224, CC):
 Quando cessa o poder sobre o bem (usar/fruir)
 Quando o legítimo possuidor estiver ausente (não está em condições de presenciar, toma conhecimento do esbulho (A PERDA SE DÁ A PARTIR DA CIÊNCIA, DO ESBULHO)
2) Cristine Perrone Castilho move ação de reintegração de posse, com pedido de liminar, contra Vera Regina Simas, alegando que recebeu por herança de seu pai o apartamento situado na rua Barbedo número 271/1, e que tal apartamento havia sido dado em comodato verbal para a irmã da esposa de seu pai, Maria Antonieta Perrone Simas, que colocou a morar no imóvel dos demandados Vera Regina, Dirlei e Solange. Sustenta que tem direito a posse que lhe foi transmitida por seu pai e que notificou os demandados (notificações extrajudiciais datadas de 01 de junho de 2016 a 02 de abril de 2017), que recusaram a devolução do imóvel. Diante do narrado, responda às seguintes questões:
a) É correto afirmar que Cristine exerce posse, ao ponto de ser legitimada a propor ação de reintegração? Em caso positivo, quando e como a posse foi adquirida?
Aquisição da posse:
a) Aquisição originária: sem vínculo de continuidade com possuidor anterior
b) Aquisição derivada: há relação de continuidade com possuidor anterior
b.1) Ato inter vivos: por negócio jurídico
(sucessão de título singular)
b.2) Causa mortis: por sucessão – É O CASO DA CRISTINE
(sucessão universal)
c) Constituto possessório: Enunciado 77 CJF (DEVE HAVER UMA CLÁUSULA NO CONTRATO)
 Possuo um imóvel, sou proprietário e possuidor. Resolvi alienar a propriedade, deixando de ser proprietário e possuidor. Eu (???) o bem, passando a ser possuidor direto. Nesse caso, ambos podem entrar com ação de reintegração
b) Da mesma forma que o exercício anterior, classifique os personagens
1ª situação:
Cristine: proprietária, posse indireta, boa-fé, justa, civil
Maria Antonieta: posse direta, boa-fé, justa, civil
2ª situação:
Cristine: proprietária possuidora (CUIDAR PARA NÃO USAR DIRETA/INDIRETA, POIS ELA NÃO EMPRESTOU O BEM)
Vera, Dirlei, Solange: detentores. Após a notificação: posse injusta, má-fé, posse nova
Obs: Notificação em1/06/16. A partir do dia 30/01/07, estará caracterizado o esbulho
Efeitos da posse
a) Direito às benfeitorias (art. 1219 e 1220)
 Só são devidas quando o proprietário receber a coisa e ela ainda existir
Classificação das benfeitorias:
Necessária = utilização, visam à conservação da coisa principal
Útil = valorização, aumentam ou facilitam o uso da coisa principal
Voluptuária = embelezamento
Possuidor de boa-fé:
 Direito à indenização das benfeitorias úteis/necessárias + levantamento das voluptuárias + retenção (direito de permanecer na coisa em razão de um crédito existente)
Possuidor de má-fé
 Direito às benfeitorias necessárias
 Não há direito à retenção
Benfeitorias no contrato de locação e no arrendamento rural:
a) Locação 
 É válida a cláusula de renúncia às benfeitorias (STJ)
b) Arrendamento Rural (Resp 1182.967 – STJ)
 Reconheceu a nulidade da cláusula em questão
Responsabilidade pela perda ou deterioração:
a) Possuidor de boa-fé: deve arcar com o prejuízo somente quando der causa (culpa)
b) Possuidor de má-fé: responde pelos danos, ainda que acidentais – responsabilidade objetiva
b) Direito aos frutos (art. 1214 ao 1216)
Classificação dos frutos:
a) Quanto ao momento da extinção
Colhidos/percebidos
Pendentes
Colhidos antecipadamente
b) Tipos
Fontes naturais: própria
Fontes industriais: intervenção humana
Fontes civis: rendas
Possuidor de boa-fé: direito aos frutos colhidos/percebidos
Possuidor de má-fé: os frutos devem ser restituídos, sendo cabível indenização somente pela produção e custeio
b) Direito às ações possessórias (art. 554 ao 568, CPC)
 Os interditos possessórios são as ações possessórias diretas
Esbulho (perda do contato com a coisa):
Total – perda total da posse
Parcial – perda parcial posse
a) Manutenção da posse cabível no caso de turbação
 Não há perda da posse, mas atos concretos sobre a coisa que dificultam o uso e fruição plenos
 São atentados fracionados à posse
b) Interdito proibitório (preventiva) cabível no caso de ameaça à posse
 Serve para evitar esbulho/turbação
 É um risco de atentado à posse
Fungibilidade dos interditos possessórios (art. 554, CPC)
c) Reintegração de posse cabível no caso de esbulho
 É um atentado consolidado à posse
Cabimento e requisito da liminar:
 Não se considera o animus domini
 Função social não é requisito para possessória
Ações possessórias de procedimento especial:
1) Exercício de posse anterior ao esbulho: para o poder público, a posse é presumida
2) Posse justa/lícita
3) Posse nova: esbulho + turbação ou ameaça há menos de ano e dia (1 + 365)
4) Possuidor pleno/possuidor direto e/ou indireto (legitimidade)
Ações possessórias pelo rito comum:
1) Exercício de posse anterior ao esbulho: para o poder público, a posse é presumida
2) Posse justa/lícita
3) Posse velha (esbulho, turbação, ameaça há mais de ano e dia)
4) Risco de dano (tutela de urgência, art. 300, CPC ou tutela de evidência, art. 311, CPC)
Tutela de urgência: probabilidade do direito e risco de dano irreparável
5) Possuidor pleno (direto/indireto)
Obs: no rito comum a apelação suspende os efeitos da sentença. Ou seja, só haverá reintegração de posse depois de publicizado pelo juiz. Diferentemente ocorre com o rito especial. Neste, a reintegração se dá no momento da concessão da liminar por parte do juiz. Pode-se, portanto, utilizar-se da velha máxima: “o direito não socorre àqueles que dormem”.
d) Autodefesa da posse:
 Deve ser imediata. Costuma-se utilizar o prazo de 5 dias.
(EXCEÇÃO à vedação da autotutela)
Legítima defesa turbação/ameaça
Desforço imediato esbulho (perda)
EXCEÇÃO: AQUI, O DETENTOR TEM O DIREITO DE EXERCER A AUTODEFESA DA POSSE
Exercícios (efeitos da posse)
1) Jeferson adquire um carro, pagando à vista, de um revendedor de automóveis, Juca, Este lhe informou que não seria possível fazer a transferência legal do veículo, de forma imediata, uma vez que os documentos foram extraviados. Jeferson fica com o carro pelo período de seis meses, nos quais troca o vido dianteiro, que apresentava rachadura, e coloca um alarme sofisticado no carro. Quando fecham seis meses, Jeferson é surpreendido por uma notícia no jornal, onde informa a prisão de Juca, pois o mesmo foi denunciado por receptação de carros furtados. O jornal traz vários depoimentos de pessoas que foram lesadas, sendo que a descrição de seu carro consta como um dos bens furtados. Jeferson, que usa o veículo como instrumento de trabalho, eis que é viajante, resolve não se manifestar e segue para uma viagem, quando bate com o carro, tendo despesas com a sua reparação na lataria. O verdadeiro dono do carro localiza o mesmo e entra com ação exigindo sua devolução. Analise juridicamente quais os direitos de Jeferson quanto aos efeitos da posse
2) Pedro ajuizou ação de reintegração de posse contra Paulo Roberto Peregrino, para ser reintegrado na posse de área particular ocupada de forma violenta pelo réu há menos de um ano. Na contestação, o Requerido reconheceu o vício que qualifica a sua posse e manifestou concordância com a desocupação de bem apenas após ser indenizado por Pedro pelas benfeitorias uteis e necessárias que realizou no imóvel durante o período de ocupação, sob pena de enriquecimento ilícito do autor, que restará com o imóvel valorizado à custa do Requerido. Assim, considerando as disposições sobre os efeitos da posse, responda justificadamente se a pretensão de Paulo Roberto merece prosperar
R: a pretensão de Paulo Roberto não merece prosperar, pois este é um mero detentor
3) ADEMIR JASKULSKI ajuizou ação reivindicatória contra LUIS OMAR BUDZINSKI. Segundo a inicial, o autor é proprietário do imóvel matriculado sob o número 3443, do Cartório de Registro de Imóveis de Santo Cristo, sendo que o réu adentrou no imóvel com proposta de compra, que não se efetivou devido a sua inadimplência, razão pela qual deseja retomar o bem. Na contestação, o réu confirmou que tinha interesse na aquisição do imóvel e que não honrou com o pagamento conforme fora pactuado, mas que o proprietário AUTORIZOU a construção de uma casa de alvenaria para moradia, quando de seu ingresso no bem. Além disso, afirma que está no imóvel há quatro anos, possui sacas de arroz que já foram colhidas antes mesmo de ser citado na presente ação e no período em que estava adimplente com os pagamentos da promessa de compra e venda, ainda, afirma que deverá permanecer no imóvel porque semana que vem irá iniciar a colheita de soja. Assim, considerando as disposições sobre os efeitos da posse e verdadeiras as afirmações de autor e réu, responda justificadamente quais são os direitos de Luis Osmar.
R: Luis Omar terá direito às benfeitorias úteis e necessárias, com direito a retenção
Também, terá direito aos frutos colhidos (arroz) – boa-fé
A soja deverá ser entregue, mas as despesas serão ressarcidas
4) AGRAVO DE INSTRUMENTO. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. INVASÃO COLETIVA DE ÁREA PÚBLICA. LIMINAR DEFERIDA. INDIVIDUALIZAÇÃO DOS OCUPANTES NO POLO PASSIVO DA DEMANDA. DESNECESSIDADE NO CASO CONCRETO. Cuidando-se de invasão coletiva de área pública, não há falar em inépcia da inicial pelo fato de o Município ter ajuizando a ação de reintegração de posse contra "invasores não identificados". A impossibilidade de identificação de cada ocupante, somada as prováveis substituições dos invasores autorizam qualificação incompleta do polo passivo da demanda. CONCESSÃO DA LIMINAR "INAUDITA ALTERA PARTE", ou seja, sem citaçào. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. REQUISITOS PREENCHIDOS. Nos termos do art. 927, do Código de Processo Civil, tratando-se de ação de reintegração de posse, faz-se necessária a demonstração da posse, além do esbulho praticado pela parte demandada. Demonstrado, neste contexto, o preenchimento de tais requisitos, deve ser mantida a decisão que deferiu a liminar de reintegração de posse ao Município DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE: As particularidades do caso concreto examinadas à luz de valores e princípios constitucionais, como o da dignidadeda pessoa e o direito à moradia, permitem a dilação do prazo concedido pelo juízo "a quo" para a reintegração de posse. PEDIDO DE BENFEITORIAS QUE DEVRÁ SER APRECIADO PELO JUIZ DE PRIMEIRO GRAU. AGRAVO PARCIALMENTE PROVIDO. DECISÃO MONOCRÁTICA. (Agravo de Instrumento Nº 70064343619, Vigésima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Dilso Domingos Pereira, Julgado em 15/04/2015)
a) O grupo de invasores tem direito à indenização pelas benfeitorias que realizou?
R: não, pois são meros detentores
b) Pode-se considerar que o exercício da função social é condição que deve ser preenchida para o deferimento da liminar na ação de reintegração de posse?
R: Não, pois é bem público
Aquisição, transmissão e perda da posse:
a) Aquisição originária: sem vínculo de continuidade com possuidor anterior
 Existe contato direto entre a pessoa e a coisa
Ex: ato de apreensão do bem móvel, quando a coisa não tem dono ou for abandonada
b) Aquisição derivada: há relação de continuidade com possuidor anterior
 Há uma intermediação pessoal
Ex: tradição
b.1) Ato inter vivos: por negócio jurídico
(sucessão de título singular)
b.2) Causa mortis: por sucessão – É O CASO DA CRISTINE
(sucessão universal)
c) Constituto possessório: Enunciado 77 CJF (DEVE HAVER UMA CLÁUSULA NO CONTRATO)
Quem pode adquirir posse?
 Própria pessoa
 Representante: legal, convencional, judicial
 Terceiro sem mandato, dependendo de ratificação
Perda da posse: (art. 1223 e 1224, CC):
 Quando cessa o poder sobre o bem (usar/fruir)
 Quando o legítimo possuidor estiver ausente (não está em condições de presenciar, toma conhecimento do esbulho (A PERDA SE DÁ A PARTIR DA CIÊNCIA DO ESBULHO). Em outras palavras, se o possuidor não presenciou o momento em que foi esbulhado, somente haverá a perda da posse se, informado do atentado à posse, não toma as devidas medidas necessárias ou se sofrer violência ao tentar fazê-lo, não procurando outros caminhos após essa violência. Isso porque o possuidor que não tomas as medidas cabíveis ao ter conhecimento do esbulho não pode, após isso, insurgir-se contra o ato de terceiro
Exercícios sobre posse
1. As proposições a seguir apresentam uma caracterização de posse seguida de uma explicação que encontra fundamento legal, EXCETO,
a) até prova em contrário, a posse mantém suas características iniciais / fato este que envolve tanto suas qualidades como sua origem.
b) a posse existe como um todo unitário e incindível / é a presença ou ausência de certos elementos que vai especificá-la.
c) a posse justa não tem vícios desde a origem / se os detentores mantêm a coisa em seu poder.
d) a violência estigmatiza a posse / sendo violenta, a posse não merece a proteção do direito.
e) a posse precária representa a frustração da confiança / tal precariedade ocorre em momento posterior à apreensão da coisa.
2. Assinale a alternativa correta.
a) A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, anula a indireta, de quem aquela foi havida;
b) O CC/2002, considera o constituto possessório como forma de aquisição da posse de coisa imóvel;
c) O fâmulo da posse acha-se em relação de dependência para com aquele em cujo nome detém a coisa. Não tem direito à proteção possessória. Pode ser compelido à desocupação, no interdito possessório ajuizado por quem tenha efetiva posse do bem;
d) O direito de retenção consiste na faculdade do possuidor de boa-fé ou o detentor de coisa imóvel de manter o poder fático sobre a coisa alheia, objetivando proteger a sua posse ou receber a indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis realizadas no imóvel.
3. Acerca do Direito das Coisas, avalie as assertivas abaixo:
I) Os interditos possessórios previstos em nosso ordenamento são a Ação de Reintegração de Posse, a Ação de Manutenção de Posse, o Interdito Proibitório e a Ação Reinvidicatória.
II) Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância, mas quando o detentor exerce poderes de fato sobre a coisa é considerado possuidor para todos os fins.
III) É de boa-fé a posse quando o possuidor, embora não ignore os vícios ou obstáculos que impedem a aquisição da coisa, está comprometido em sanar o vício ou remover os obstáculos em um prazo determinado. 
IV) O direito à indenização por benfeitorias necessárias é devido ao possuidor de má-fé.
Está(ão) CORRETA(S):
a) Apenas as assertivas I e IV.
b) Apenas as assertivas II e III.
c) Apenas a assertiva I.
d) Apenas a assertiva IV.
e) Todas as assertivas.
4. O direito das coisas regula o poder do homem sobre certos bens suscetíveis de valor e os modos de sua utilização econômica. Insta acentuar que o direito das coisas não pode ser compreendido exatamente como sinônimo de direitos reais. Possui configuração mais ampla, abrangendo, além dos direitos reais propriamente ditos, capítulos destinados ao estudo da posse e aos direitos de vizinhança. Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald. Direitos reais. 2.ª ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2006 (com adaptações). Considerando as ideias do texto acima e os dispositivos do Código Civil relativos ao direito das coisas, assinale a opção correta.
a)	São elementos da relação jurídica oriunda dos direitos reais subjetivos: aquele que detém a titularidade formal do direito, a comunidade e o bem sobre o qual o titular exerce ingerência socioeconômica.
b)	Ao titular do direito real é imprescindível o uso da ação pauliana ou revocatória para recuperar a coisa em poder de terceiros, inclusive na hipótese de fraude à execução.
c)	A hipoteca e a propriedade fiduciária constituem exemplos de direitos pessoais.
d)	Caracterizam-se os direitos reais pela formação de relações jurídicas de crédito entre pessoas determinadas ou determináveis, estando o credor em posição de exigir do devedor comportamento caracterizado por uma prestação de dar, fazer ou não fazer.
5. Respeitante às figuras do possuidor e do detentor, assinale a afirmativa correta: 
a) A teoria subjetiva da posse não atribui aos detentores qualquer proteção possessória, ao contrário da objetiva, a qual, segundo nosso ordenamento, os considera como possuidores, podendo se utilizar de todos os interditos de defesa, em nome próprio, como se titulares fossem;
b) O Código Civil trata da figura do detentor como aquele que se encontra em relação de dependência para com o titular da posse, impossibilitando-o de favorecer-se, inexoravelmente, do instituto da prescrição aquisitiva;
c) O Código Civil admite, expressamente, que o detentor venha a adquirir propriedade imóvel por usucapião quando seu exercício se transmudar de detenção para posse;
d) O direito de retenção por benfeitorias realizadas no bem imóvel favorece tanto o possuidor quanto o detentor;
e) Quando o detentor for acionado judicialmente em ação reivindicatória, deverá, obrigatoriamente, denunciar à lide o proprietário ou o possuidor.
6. São princípios que disciplinam os direitos reais, dentre outros:
A) Relativismo, aderência, publicidade, taxatividade.
B) Absolutismo, aderência, publicidade, taxatividade.
C) Absolutismo, não-aderência, publicidade, não taxatividade.
D) Absolutismo, não-aderência, publicidade, taxatividade.
7. Ao observar uma pessoa dirigindo um automóvel na rua, não se sabe, pela mera observação, se o condutor possui a qualidade de possuidor ou detentor. Isto acontece em razão da posse se distinguir da detenção em razão 
a) da boa-fé do agente. 
b) dos critérios estabelecidos em lei. 
c) da posse indireta. 
d) dos interditos possessórios. 
e) do título de legitimação da posse.
8. (FGV – 2015) Maurício, residente e domiciliado na cidade de São Paulo, é proprietário de uma casa situada no Bairro de Camboinhas, Niterói, Estado do Rio de Janeiro, onde costuma passar os feriados prolongados e as férias. Ao lado do imóvel de Maurício, há um terreno que, por estar aparentemente abandonado, ele ocupou, cercou e mantém como área de lazer. Com relação ao referido terreno, é correto afirmar que Maurício é: (0,5)
a) mero detentor;
b) possuidorpleno;
c) possuidor indireto, já que o utiliza apenas eventualmente;
d) possuidor direto, já que o utiliza apenas eventualmente;
e) possuidor direto, mas não pode utilizar-se das ações possessórias.
9. Quando da morte de seu pai, Taise descobriu, por acaso, que ele era proprietário de terreno urbano em Ilhéus, cuja existência ela desconhecia até então. O terreno permaneceu abandonado pelo seu pai, mas é bastante valioso. Sendo a única herdeira, Taise providenciou o inventário para a regularização da transmissão do terreno para o seu patrimônio. Concluído o inventário, devidamente registrada a carta de adjudicação, Taise vai então visitar, pela primeira vez o seu “novo” bem e descobre que sobre o terreno foi, há cerca de um mês, construído um barraco, que abriga um casal. Pode Taise propor ação possessória contra os invasores de seu bem? Justifique sua resposta.
R: Taise não pode propor ação possessória contra os invasores, uma vez que não havia posse anterior pelo seu pai. Todavia, caberá ação reinvidicatória
10. Analise o seguinte julgado: AÇÃO DE USUCAPIÃO. RELAÇÃO ENTABULADA ENTRE AS PARTES QUE DEVE SER ENTENDIDA COMO COMODATO. Autor que, até 2004, esteve na posse do imóvel em face de relação de trabalho havida entre si e o réu, caracterizando, portanto, mera detenção. Prova oral conclusiva nesse sentido. Animus domini não evidenciado. Posse do requerente que, após terminada a relação de trabalho, não preenche os requisitos à usucapião, pois contestada e ausente lapso temporal. Soma das posses ao efeito da declaração de domínio. Impossibilidade. Anterior possuidor que era, também, mero detentor do imóvel. Usucapião improcedente. APELAÇÃO DESPROVIDA. (Apelação Cível Nº 70024050403, Vigésima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Aquino Flores de Camargo, Julgado em 18/06/2008). Partindo do caso ilustrado na decisão acima e com base nas disposições que regem a matéria julgue o item a seguir como verdadeiro ou falso, justificando sua resposta:
a)	O autor da ação de usucapião não tem posse com qualidade para gerar a usucapião, mas poderia se utilizar das ações possessórias pois tem posse ad interdicta.
R: Verdadeiro. Por se tratar de comodato (posse direta/indireta), o autor tem direito à ação posessória
11. Fátima casou-se com Alfredo em maio de 2005 e, desde então, passaram a residir no imóvel de propriedade de seu sogro Waldemar (pai de Alfredo). Em maio de 2010 o casal se divorciou, sendo que Fátima firmou contrato de comodato verbal com Waldemar, perante duas testemunhas, que permaneceria no imóvel, por tempo indeterminado. Waldemar autorizou Fátima a permanecer desde que se responsabilizasse pelo pagamento das despesas de água, luz e IPTU e, quando precisasse do bem, faria a solicitação de desocupação. Passados alguns anos, Waldemar necessita do imóvel ocupado por Fátima para morar, pois com idade avançada, não pode mais permanecer na casa que residia até então, pois a mesma tem muitas escadas. Por isso, em 15 de janeiro de 2015 solicitou verbalmente a desocupação do bem. Fátima recusou-se a sair, pois disse agir com animus domini. Em 15 de maio de 2015, Waldemar encaminhou notificação extrajudicial à Fatima, concedendo 30 dias para a desocupação da casa. A notificação foi recebida na mesma data. Ocorre que até o momento Fátima ainda permanece no imóvel em questão, sendo que em 15 de junho realizou benfeitorias úteis e necessárias na residência.
Diante do narrado responda justificadamente:
a) Que ação judicial é adequada para defender os direitos Waldemar? Que procedimento esta ação dever seguir? Cabe liminar? 
R: A ação judicial adequada é a reintegração de posse
O procedimento a ser seguido é o rito comum (posse velha)
Cabe liminar, desde que preenchidos os requisitos da tutela provisória
b) É correto afirmar que Fátima tem posse com animus domini? Em caso negativo, lhe assiste o direito de indenização pelas benfeitorias úteis e necessárias? 
R: De acordo com o Código Civil, não é correto afirmar que Fátima tem posse com animus domini, uma vez que o comodato é considerado um ato de permissão, ou seja, não induz posse. Neste contexto, Fátima é uma mera detentora e não teria direito a nada, nem mesmo antes da notificação, isto é, ao tempo da boa fé.
Todavia, ressalta-se que alguns julgados tem considerado o direito às benfeitorias úteis e necessárias ao tempo da boa fé (antes de findado o prazo da notificação)
12. Leia a seguinte ementa, extraída do TJRS: 
“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA. ANIMUS DOMINI. POSSE INICIAL COM BASE NA LOCAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVA DE INVERSÃO DA NATUREZA DA POSSE. Requisito temporal não teria sido preenchido, pois a ação de usucapião foi ajuizada em 19.02.2010, enquanto que até o ano de 2006 não havia posse exclusiva da autora A prova testemunhal é no sentido de existência de locação e de que a autora ali estava por locação da família, mas jamais como dona. Posse inicial com base em locação, cuja inversão da sua natureza não restou demonstrada na prova testemunhal e documental. Cabia à autora, portanto, produzir a prova de sua posse ininterrupta e sem oposição, como também do animus domini, nos termos do art. 333, I, do CPC, ônus do qual de desincumbiu. Apelo provido para julgar improcedente a ação diante da ausência dos requisitos da usucapião constitucional (artigo 183 da Constituição Federal). O acolhimento do apelo importa na inversão dos encargos de sucumbência (custas e honorários advocatícios), os quais são de total responsabilidade da autora. Suspensa a exigibilidade por litigar com o benefício da Justiça Gratuita. DERAM PROVIMENTO AO APELO. (Apelação Cível Nº 70068347392, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eduardo João Lima Costa, Julgado em 12/05/2016)” 
Diante do narrado e com base nas disposições do Código Civil sobre posse e propriedade, responda justificadamente:
a) É correto afirmar que a usucapião não restou configurada por que o autor da ação é mero detentor da posse?
R: a usucapião não restou configurada por se tratar de locação, onde o autor da ação é possuidor direto, e não detentor da posse.
13. Ao lado da casa de Bonifácio, havia um terreno, coberto de vegetação e inço há vários anos. Como não aparecia ninguém para limpar o terreno, Bonifácio mandou efetuar a capina e limpeza do terreno. Logo após, iniciou a construção de uma casa. Alguns dias mais tarde, apareceu, no local, João, exibindo uma certidão do Registro de Imóveis, dizendo que o terreno era seu e que Bonifácio não poderia construir ali. Na ocasião, João enviou notificação extrajudicial à Bonifácio, requerendo a desocupação do terreno. Bonifácio ignorou a notificação e continuou a construção. João, pretendendo ingressar na Justiça, procurou um advogado para saber como impedir Bonifácio de continuar a obra e recuperar a posse do imóvel. É correto afirmar que a ação de reintegração de posse é a ação adequada para defender os interesses de João? Por quê?
R: Não cabe reintegração, o terreno estava abandonado, não havia o exercício da posse. Cabe ação reinvidicatória
PROPRIEDADE
CONCEITO
 Poder atribuído ao titular, excludente da participação de demais pessoas e cujos únicos limites seriam aqueles impostos pela próprios leis. Assim, tem-se a propriedade como uma relação jurídica complexa que se forma entre aquele que detém a titularidade formal do bem e a coletividade de pessoas”.
*Nos bens imóveis a propriedade nasce através do registro (compra/venda; doação). Também, pode ocorrer por meio da usucapião
PROPRIEDADE E DOMÍNIO
 A propriedade consiste na titularidade do bem; é do registro para fora
 O domínio se refere ao conteúdo interno da propriedade, possibilitando ao seu titular o exercício de um feixe de atributos consubstanciados na faculdade de usar, gozar, dispor e reivindicar o bem. É do registro para dentro
Ex: usucapião antes do registro, promessa se compra e venda após a quitação.
 A propriedade é observada pela lógica da relação jurídica nela edificada, enquanto que o domínio repousana relação material de submissão direta e imediata da coisa ao poder do titular, mediante o senhorio, pelo exercício da faculdade de uso, gozo e disposição.
Propriedade no CC = Direito das coisas
Propriedade na CF/88:
 Lei 9.279/96 – Marcas e patentes
 Lei 9.609/98 – Programa de computador
 Lei 9.610/98 – Direitos autorais
 Lei 9.615/98 – Obras artísticas e literárias
MULTIPROPRIEDADE OU TIME SHARING
 
 Direito exclusivo de usufruir;
Período pré-determinado;
Não confundir com o condomínio tradicional.
ESTRUTURA DO DIREITO DE PROPRIEDADE
Faculdades jurídicas do direito subjetivo de propriedade
 Relacionadas ao domínio;
Art. 1.228 CC:
O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
Faculdade de usar
 A faculdade do proprietário de servir-se da coisa de acordo com sua destinação;
 O uso será direto ou indireto conforme o proprietário conceda utilização pessoal ao bem, ou em prol de terceiro, ou deixe-o em poder de alguém que esteja sob suas ordens (servidor da posse). 
 O titular tem acesso aos frutos naturais.
 Uso: não está relacionado à exploração econômica
Faculdade de gozar ou fruir
 Consiste na exploração econômica da coisa, mediante a extração de frutos e produtos, que ultrapassem a percepção dos simples frutos naturais.
 A fruição da direito aos frutos, produtos e pertenças (art. 1232 CC).
Os frutos e mais produtos da coisa pertencem, ainda quando separados, ao seu proprietário, salvo se, por preceito jurídico especial, couberem a outrem.
Faculdade de dispor
 Atinge a condição jurídica do proprietário;
 Entende-se como a possibilidade que o proprietário tem de alterar a substância da coisa;
 A disposição poderá ser material (ex. abandono) ou jurídica (ex. alienação)
Disposição total ou parcial;
Faculdade de reivindicar
 Decorre do direito de sequela
 É imprescritível
 Também denominando de elemento externo por representar a pretensão do titular do direito subjetivo de excluir terceiros da indevida ingerência sobre a coisa, permitindo que o proprietário mantenha a sua denominação sobre o bem.
 A ação reivindicatória será movida contra o possuidor injusto;
Ação reivindicatória (art. 1228, CC):
Causa pedir: proprietário
Única coisa que limita: usucapião
Ex: “A”, proprietário (portanto, com registro) ingressa contra “B”, possuidor injusto. Este não tem título válido para afastar a sequela do proprietário. Ex: contrato de arrendamento
 Súmula 237 STF. EXCEÇÃO: usucapião como defesa (não entra com ação). Entra-se na contestação com reinvidicatória
 O usucapião pode ser arguido em defesa.
ATRIBUTOS DO DIREITO DE PROPRIEDADE
Relacionados ao domínio ou a propriedade:
Exclusividade (unicidade do domínio): só uma pessoa pode usar, fruir e dispor do bem.
Perpetuidade (propriedade): a propriedade tem duração ilimitada*, subsistindo independentemente do exercício de seu titular, sendo transmitida por direito hereditário aos sucessores;
*Exceção: limites legais. Ex: função social, desapropriação
Elasticidade e consolidação: (cisão do domínio) a elasticidade poderá resultar em cisão dos poderes dominiais em favor de outras pessoas.
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE
 Evolução da propriedade absoluta;
 Efetivação da igualdade substancial;
 Dignidade da pessoa humana;
 Direito repressivo para o promocional (Bobbio);
 Primeiras noções: França, final século XIX;
 Constituição de Weimar, 1919;
Artigo 1228, §
 1º: rol exemplificativo;
Função social propriedade urbana
Art. 182 CF;
A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
Art. 1º da Lei 10.257/01: “normas de ordem pública e interesse social”
Requisitos:
Não estar edificada;
Estar subutilizada;
 Mesmo que o terreno esteja limpo, pago imposto
Não estar sendo utilizada.
Sanções: parcelamento ou edificação compulsórios (art. 5º), IPTU progressivo (art.7º), desapropriação-sanção (art. 8º).
Função social da propriedade rural
Art. 184 a 191 da CF
Art. 186 CF:
A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL: REGISTRO
Art. 1.245 ao 1.247 CC
Lei 6.015/73 – Lei dos Registros Públicos (LRP)
Registro: é uma tradição solene, eis que demanda a formalidade do processamento perante o ofício imobiliário, sendo insuficiente a subscrição do título (art. 108, CC) ou a mera entrega da coisa ao adquirente
 Só com escritura não se adquire a propriedade
Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis.
§ 1o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel.
§ 2o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel.
Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao oficial do registro, e este o prenotar no protocolo.
Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado reclamar que se retifique ou anule.
Parágrafo único. Cancelado o registro, poderá o proprietário reivindicar o imóvel, independentemente da boa-fé ou do título do terceiro adquirente.
DISTINÇÕES TERMINOLÓGICAS
Matrícula
 Inscrição do imóvel no CRI para existir juridicamente
*Pode usucapião sem matrícula
Registro
 Quem é o titular. Altera a substância da propriedade
Averbação
 Não altera a titularidade, mas sim as características do imóvel ou da qualidade do titular
Características do registro
Vinculação ao título aquisitivo
Ex: compra/venda; sentença; doação
Presunção iuris tantum: art. 1.247, § único.
 O registro faz prova do direito de propriedade, salvo prova em contrário
Atributos do registro
Constitutividade princípio da inscrição.
Prioridade ou preferência: art. 1.246 CC; art. 11, 12, 186 e 188 da LRP.
Art. 186 - O número de ordem determinará a prioridade do título, e esta a preferência dos direitos reais, ainda que apresentados pela mesma pessoa mais de um título simultaneamente.
Art. 188 - Protocolizado o título, proceder-se-á ao registro, dentro do prazo de 30 (trinta) dias, salvo nos casos previstos nos artigos seguintes.
 QUEM PROTOCOLA O TÍTULO PRIMEIRO SERÁ O PROPRIETÁRIO!
Força probante: art. 252 da LRP
 Presunção relativa
O registro, enquanto não cancelado, produz todos os efeitos legais ainda que, por outra maneira, se prove que o título está desfeito, anulado, extinto ou rescindido.
Continuidade: art. 195 da LRP
 Não posso pular a ordem
Se o imóvel não estiver matriculado ou registrado em nome do outorgante, o oficial exigirá a prévia matrícula e o registro do título anterior, qualquer que seja a sua natureza, para manter a continuidade do registro
Publicidade: art. 17 LRP 
Qualquer pessoa pode requerer certidão do registro sem informar ao oficial ou ao funcionário o motivo ou interesse do pedido.
Legalidade: art. 188 LRP
 CRI: 30 dias para fazer o registro, não é obrigado
Especialidade
Objetiva: especificação do imóvel
Subjetiva: especificação do titular
Aquisição da propriedade imóvel pela usucapião (art. 1238, CC)
 Aquisição da propriedade por tempo prolongado de posse e demais requisitos
 Modo originário (Resp 941. 464 – STJ): não há vínculo com o proprietário anterior. Não responde por nada que é anterior, exceção ao princípio da continuidade. HERDA-SEAPENAS OS IMPOSTOS DO BEM
 Ação de usucapião: sentença declaratória formaliza o registro
Prescrição aquisitiva (aquisição de um direito material):
 Aquisição se dá pelo tempo
 STJ: 2015 Juiz não pode reconhece-la de ofício (Resp 1.106.809)
a) Requisitos formais (válido para TODO o tipo de usucapião)
Tempo: 2 a 15 anos
Posse:
Qualificada = moradia (atividade social e econômica relevante)
Simples
Contínua: sem intervalo de tempo
Mansa e pacífica: não pode ser contestada judicialmente. O possuidor não pode ser CITADO (não notificado) validamente em ação julgada procedente
Ex: “A” falece, herdeiro “B” está lá. Inventário é solicitado pelo herdeiro “C”. Citação é válida, interrompe a prescrição, pode ficar 20 anos que não vai usucapir. Se “C” não solicitar, pode usucapir
Animus domini: impostos, benfeitorias, ingerência econômica, cuidado, comportamento, conservação
Obs: na falta de um dos requisitos, a ação será julgada improcedente (julgamento de mérito). Posso propor outra ação se surgir um fato novo
b) Requisitos pessoais
Art. 1224, CC: aplica-se à usucapião as causas suspensivas e interruptivas da prescrição
Não corre prescrição aquisitiva:
 
 Entre cônjuges companheiros
 Entre ascendentes/descendentes (mãe e filho)
 Contra absolutamente incapaz, mesmo que este tenha um representante
 NÃO É POSSÍVEL USUCAPIR BEM EM QUE A TITULARIDADE PERTENÇA AO INCAPAZ. SE ELE MORRER E SE HOUVER HERDEIROS, PODE. EM CASO DE ALIENAÇÃO, TAMBÉM PODE, DESDE QUE COM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL (??). NESTAS SITUAÇÕES, O TEMPO COMEÇARÁ A CORRER DO ZERO
Registro:
50% capaz
50% incapaz
Não conta prescrição, o capaz se beneficia
c) Requisitos reais
Não podem ser usucapidos:
 Bem público (súmula 340, STF) – predomina
Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião.
 Bens de autarquias, fundações
 Empresa pública e sociedade de economia prestadora de serviço público 
 Área comum no condomínio edilício não é passível de usucapião, mas se aplica a “supressio”: O CONDOMÍNIO PERDE PELA INÉRCIA. NÃO APARECE FORMALMENTE. Ex: garagem, área dos fundos
ESPÉCIES/MODALIDADES DE USUCAPIÃO DE BENS IMÓVEIS
a) Usucapião extraordinária
 Presunção absoluta de boa-fé ou justo título
Art. 1238, CC
a) 15 anos de posse simples, sem interrupção, nem oposição. INDEPENDE de título e boa-fé
Considerações:
 NÃO HÁ RESTRIÇÃO ALGUMA
 VÁLIDO TANTO PARA IMÓVEL URBANO QUANTO PARA IMÓVEL RURAL
Art. 1238, parágrafo único, CC: posse-trabalho
a) 10 anos de posse qualificado, se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual ou houver realizado obras ou serviços de caráter produtivo
 O juiz pode considerar as alterações posteriores ao ajuizamento da ação, desde que ocorra antes da sentença
b) Usucapião ordinária
Art. 1242, caput: 10 anos posse simples + justo título e boa-fé (única que exige boa-fé)
Justo título: demonstra a aquisição
Escritura sem registro não vai usucapir
 Posse deve ser mansa, pacífica e ininterrupta
Art. 1242, parágrafo único, CC:
	5 anos moradia + justo título e boa-fé + aquisição onerosa + registro cancelado
Obs:
 Pessoa jurídica pode usucapir desde que não se exija o requisito moradia
c) Usucapião especial (constitucional)
c.1) Usucapião especial urbana individual: art. 1249, CC e Lei 10.257/01
	5 anos + área urbana de até 250 metros quadrados + moradia + único imóvel + única vez + pessoalidade (não pode somar) da posse + construções (acessões)
 Só poderá ser somado se a pessoa já estivesse morando
 Casamento; união estável: deve ter um único imóvel. Se a sogra morar junto, não interfere, tem que ser o casal
 Se eu adquirir um imóvel por herança? Não tem problema se já cumpri os 5 anos, pois a sentença é meramente declaratória, não é por meio dela que eu adquiro a propriedade
 Deve haver 5 anos ininterruptos e sem oposição
c.2) Urbana coletiva: art. 10 lei 10.257/01
	5 anos posse pacífica + área maior ou até 250 metros quadrados + moradia por população de baixa renda + os terrenos são indivisíveis + único imóvel
 Soma-se todos os tempos de posse
 1 legitimado para propor a ação. Associação de moradores – legitimidade extraordinária
c.3) Especial rural: art. 1239, CC e Lei 6969/81
	
5 anos de posse qualificada (posse trabalho) + área rural de até 50 hectares + único imóvel + única vez
 A posse deve ser sem oposição e com animus domini
 Ver enunciado 594 e 313
d) Usucapião familiar: art. 1240 – A, CC
Meação cônjuges/companheiros
 Não corre prescrição aquisitiva enquanto existir comunhão de fato
Comunhão universal de bens: existe meação em todos os bens: casamento e nos bens raiz
Comunhão parcial: meação sobre o que foi adquirido no casamento/união
Requisitos:
 Casamento/União extintos de fato
 Posse exclusiva do cônjuge ou companheiro sobre o imóvel do casal
 Único móvel
 Área urbana
 Até 250 metros quadrados
 Abandono do lar (deve abandonar materialmente o que ficar na posse do bem)
 2 anos
Ex:
A: 50%
B: 50%
Até 250 metros quadrados
 Um deles se afasta. O que permanece fica exercendo a posse exclusiva por 2 anos. Ela vai usucapir a metade dele
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE
MÓVEL:
 IMPORTANTE! A lei não exige registro para bens móveis para efeitos civis, como por exemplo um veículo. neste sentido, é possível ser proprietário sem possuir registro (no caso no detran). portanto, não importa quem tem o nome registrado no detran, mas sim quem comprovar a aquisição pela tradição
a) Usucapião (IMPORTANTE) forma originária: posse mansa e pacífica, contínua e com animus domini (cuidado, conservação, manutenção, imposto, mesmo não estando no nome do responsável )
Extraordinária (art. 1261, CC) 5 anos
Ordinária (art. 1260, CC) 3 anos + justo título e boa-fé.
 Contínua e incontestadamente (mansa e pacífica)
Posicionamentos:
TJ/RS admite usucapião de veículo furtado, alienado e arrendamento mercantil
Exemplo:
Veículo furtado: vou até uma revenda e adquiro, de boa fé, um veículo furtado sem saber. Passados alguns meses, sou surpreendido com a informação de que o veículo é clonado/furtado. Neste caso, existe a possibilidade de que, com o passar dos anos, o veículo seja adquirido pelo modo originário, ou seja, rompe-se o vínculo com o proprietário anterior. Assim, a pessoa que teve o seu veículo clonado não poderá entrar com reinvidicatória
 Salienta-se que esta aquisição pela usucapião poderá ser dada tanto pelo modo ordinário quanto pelo extraordinário
STJ não admite a usucapião de veículo furtado, alienado e arrendamento mercantil
 A posse é precária, não convalesce, mesmo o terceiro estando de boa-fé
Outra situação:
Contrato: 36x
/-------------------------------/-----------------------------/
18ª parcela: inadimplência
 Em 5 anos ocorrerá a prescrição da dívida, razão pela qual o tempo para usucapir começará a correr (geralmente 3 anos)
b) Ocupação (art. 1263) Forma originária
 Tomada de posse de coisa sem dono
c) Achado do tesouro (art. 1264 ao 1266) Forma originária
d) Tradição (IMPORTANTE)
CONVENÇÃO + EXECUÇÃO
Convenção: negócio jurídico, não precisa ser formalizado/escrito
Execução: entrega da coisa
d.1) Real: consiste na entrega material (física) da coisa
d.2) Simbólica: símbolo representativo do bem (ex: chave do veículo)
d.3) Ficta: não há entrega física (art. 1267, parágrafo único)
1) Traditio brevi manu (próximo das mãos):
Ex: contrato de locação de máquinas. Após um tempo de uso, resolvo adquiri-las. Portanto, de possuidor direto passo a ser proprietário
2) Constituto possessório
 Aquele que possuía em nome próprio passa a fazê-lo em nome alheio
3) Quando o alienante cede ao adquirente o direito de restituição (traditio longa manu)
Ex: Joseane tem um computador e anuncia para venda. Contudo, enquanto não aparecer um computador, empresta-o para Tiago até Julho. Joseane vende para Guilherme, mas está emprestado para Tiago. É acordado que Guilherme só pegará em julho. Assim, Guilherme teráde buscar/restituir o computador com Tiago findo o prazo de empréstimo estabelecido
e) Especificação (art. 1269)
Ex:
Matéria prima pertence a “A”
Especificador: B transforma a matéria prima em algo novo
f) Confusão, comistão e adjunção (art. 1272 e 1273)
PERDA DA PROPRIEDADE MÓVEL E IMÓVEL (art. 1275 e 1276)
Alienação:
Gratuita: ex: doação (uma pessoa em específico recebe)
Onerosa: ex: compra/venda
Renúncia:
 É o ato de “abrir mão” do direito de propriedade em favor de ninguém
 Requer ato expresso. No caso dos imóveis e necessário o REGISTRO na matrícula
Abandono:
NÃO HÁ POSSUIDOR + PAGAMENTO DE IMPOSTOS
 É a intenção de não ser dono
 Não se aplica usucapião e nem desapropriação
 O bem é arrecadado pelo poder público. Após 3 anos da arrecadação a propriedade passa ao poder público
Perecimento:
Material: total/parcial
 Mais comum para bens móveis
Jurídico: materialidade/publicidade e reiteração do possuidor + inércia do proprietário
Ex: usucapião
Desapropriação:
 Não precisa ser judicializada
 É tomada da propriedade pelo poder público (regra: Executivo) mediante o pagamento de INDENIZAÇÃO
É cabível quando:
 Houver necessidade pública (urgência)
 Utilidade pública (políticas públicas)
 Por interesse social para fins de reforma agrária (títulos da dívida pública)
 Desapropriação-sanção (quando houver descumprimento da função social)
 Desapropriação pelo cultivo de psicotrópicos (expropriação). NÃO HÁ PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO
Direito de vizinhança
 Não é direito real
 A norma jurídica limita a extensão das faculdades de usar e gozar por parte dos proprietários e possuidores de prédios vizinhos, impondo-lhe um sacrifício que precisa ser suportado para que a convivência social seja possível e para que a propriedade de cada um seja respeitada.
 Aplica-se a propriedades vizinhas (ao entorno). Portanto, não precisa ser necessariamente lindeiros/prédios confinantes
 Prédios vizinhos podem não ser prédios contíguos
 Pela expressão “prédio”, entende-se qualquer objeto no terreno vizinho, como por exemplo um simples galinheiro. Sentido “lato sensu”
 É uma obrigação PROPTER REM. Portanto, seja possuidor e/ou proprietário, quem está na coisa está sujeito ao cumprimento das obrigações mesmo que não tenha pactuado com o vizinho o silêncio alheio
 A maioria é gratuito (reciprocidade), alguns onerosos (passagem forçada)
 Quando não há reciprocidade, há indenização
TRINÔNIO:
Sossego: silêncio, privacidade...
Saúde: ex: mau cheiro
Segurança: pessoa, coisa...
 Vedado o mau uso, a utilização nociva; não se condiciona à intenção do causador;
Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha.
Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança.
REGRAS:
	
USO NORMAL perturbação normal: não há incidência das regras restritivas do direito de vizinhança
USO NORMAL perturbação anormal: redução (regra) ou eliminação das interferências (art. 1.279)
Art. 1.278 (indenização)
Ex: Padaria que começa a funcionar de madrugada, perturbando o sono dos vizinhos
USO ANORMAL perturbação anormal: cessação das interferências
Ex: abater porcos em área urbana e jogar os restos na sanga
Tipos de ações:
Ação indenizatória
Ação cominatória (art. 497, CPC): fazer/não fazer 
 Possibilidade de fixação de multa ou astreintes
Ação de dano infecto (art. 1278 e 1281, CC): 
 Tem por objetivo exigir do vizinho uma caução idônea, uma garantia concreta, havendo riscos à propriedade ou à posse, diante do uso anormal do domínio. Essa garantia pode ser pessoal ou real (Flávio Tartuce)
Ação de nunciação de obra nova: refere-se à paralisação de obra nova
Ação civil pública
Critérios para o magistrado para verificar o uso anormal da propriedade:
Homem médio (grau de tolerância);
Zona de conflito (natureza da ocupação e localização do prédio);
Pré-ocupação
 Não é direito absoluto
Exemplo:
Tiago possui uma casa na via urbana que está em reforma. Ao lado, há uma casa um pouco mais baixa, a qual está sendo reformada para a abertura de um bar. Ocorre que uma chaminé é erguida até a altura das janelas da casa de Tiago, o que faz com que a fumaça seja toda expelida para o interior dos cômodos
Solução para o caso:
 Há violação do sossego e da saúde
USO NORMAL perturbação anormal (poderia ser pleiteada a redução)
Ou
USO ANORMAL perturbação anormal (a chaminé deveria ser desmanchada) 
Árvores limítrofes
1ª situação:
 A B
	
	
 Caso o tronco da árvore esteja para o lado do terreno de “A”, a árvore é deste.
 Caso os galhos da árvore estejam invadindo o terreno de “B”, este poderá podá-los até o limite do terreno de “A” (autoexecutoriedade), sem necessidade de autorização (art. 1.283)
 “B” terá direito aos frutos que caírem naturalmente em seu terreno (art. 1.284)
2ª situação:
 
 A B
	
	
 Caso o tronco esteja entre os dois terrenos (linha divisória), a árvore é de ambos (art. 1.282)
PASSAGEM FORÇADA
	B
	A
 
B serviente
A encravado
 Pressupõe que um imóvel esteja em situação de absoluto encravamento em outro, decorrente de ausência de qualquer saída para a via pública
 Encravamento natural
 Direito de vizinhança oneroso. A passagem forçada deve ser instituída da maneira menis gravosa ou onerosa aos prédios vizinhos
 Enunciado 88, CJF: O direito de passagem forçada, previsto no art.1.285 do CC, também é garantido nos casos em que o acesso à via pública for INSUFICIENTE OU INADEQUADO, consideradas, inclusive, as necessidades de exploração econômica
 O direito de reclamar a passagem forçada é imprescritível
 Caso não haja concessão voluntária por parte de B, o encravado poderá ajuizar ação solicitando passagem forçada
 “B” terá direito à indenização, a qual será fixa, paga somente uma única vez. Neste sentido, não terá direito a lucros cessantes
 “A” não irá adquirir a faixa do terreno
 NÃO NECESSITA REGISTRO
 Se “B” vender para “C”, é possível que “A” tenha que ingressar novamente com uma ação solicitando passagem forçada contra “C”
 JURISPUDÊNCIA: aplica-se o instituto da passagem forçada ao encravamento absoluto ou ao acesso precário
SERVIDÃO DE PASSAGEM
 É um direito REAL. Portanto, necessita registro no CRI
	
B
	
A
B quer entrar por aqui
 Caso “C” compre de “A”, a passagem continua, pois a servidão é vitalícia, com exceções
.
QUADRO COMPARATIVO 
	PASSAGEM FORÇADA
	SERVIDÃO DE PASSAGEM
	 Direito de vizinhança
	 Direito real
	 Oriundo da lei e do interesse social
	 Oriundo da vontade das partes
	 Obrigação propter rem
	 Constitui-se pelo registro
	 Necessidade
	 Utilidade
	 Extingui-se com a cessação da necessidade
	 Permanece, independente da utilidade
	 Não se adquire através da prescrição aquisitiva
	 Passível de usucapião
	 Obrigatória
	 Facultativa
	 Pagamento de indenização obrigatório
	 Pagamento de indenização somente se as partes acordarem
	 Imóvel sem saída (não há outras opções)
	 Há outras opções
	 Ação de passagem forçada
	 Ação confessória
PASSAGEM DE CANOS E TUBULAÇÕES
Art. 1286 e 1287 CC;
 Canos, condutos e tubulações no subterrâneo de propriedade privada.
 Por tolerar, o proprietário onerado poderá receber indenização que abrangerá a área efetivamente ocupada e a desvalorização do remanescente.
 Se as instalações oferecerem grave risco, será facultado ao proprietário do prédio onerado exigir a realização de obras de segurança
DAS ÁGUAS
 Águas no que concerne ao direito de vizinhança;
 Águas naturais e artificiais;Desvio (art.1289), Obras, poluição (art. 1291), represamento (art. 1290) de águas, servidão de aqueduto (Art. 1293).
Direito de tapagem (art. 1297 e seguintes)
 Decorre da exclusividade e consiste no direito de individualizar (demarcar)
 As sebes vivas, as árvores, ou plantas quaisquer, que servem de marco divisório, só podem ser cortadas, ou arrancadas, de comum acordo entre os proprietários
Art. 1297 condomínio necessário
Ex: construção de um muro. O termo “condomínio” faz presunção relativa de que o muro seja de ambos os vizinhos
 Se “B” não aceitar construir o muro na linha divisória, “A” poderá assim fazê-lo e posteriormente ingressar com uma ação em desfavor de “B” pleiteando o dispêndio dos custos (cada um paga a metade). Ademais, ambos concorrem para a conservação do muro. 
 Por óbvio, se o muro for construído exclusivamente no terreno de “A”, apenas este terá de pagá-lo
Tapumes especiais:
 Envolvem necessidades específicas (despesa extra)
Ex: criação de ovelhas
 O custo da cerca recairá somente para quem tem a necessidade de construí-las
Obs:
 O pár. 3º do art. 1.277 só fala em animais de pequeno porte. Todavia, ao final do artigo, há previsões distintas. TOMAR CUIDADO! Além do final do artigo seguir de fundamentação para animais de grande porte, por exemplo, salienta-se também que poderia ser usado um segundo motivo, qual seja, a saúde, o sossego e a segurança, numa lógica geral
E SE O MARCO DIVISÓRIO FOR DESCONHECIDO?
Em não havendo consenso, caberá AÇÃO DEMARCATÓRIA:
 É de legitimidade exclusiva do proprietário, ou seja, necessita registro. Esse pleiteia a demarcação/individualização do terreno para posteriormente cercar o imóvel, isto é, “aviventa-se” a linha divisória entre as propriedades
Artigos que versam sobre o tema:
Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas.
§ 1o Os intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios, tais como sebes vivas, cercas de arame ou de madeira, valas ou banquetas, presumem-se, até prova em contrário, pertencer a ambos os proprietários confinantes, sendo estes obrigados, de conformidade com os costumes da localidade, a concorrer, em partes iguais, para as despesas de sua construção e conservação.
§ 2o As sebes vivas, as árvores, ou plantas quaisquer, que servem de marco divisório, só podem ser cortadas, ou arrancadas, de comum acordo entre proprietários.
§ 3o A construção de tapumes especiais para impedir a passagem de animais de pequeno porte, ou para outro fim, pode ser exigida de quem provocou a necessidade deles, pelo proprietário, que não está obrigado a concorrer para as despesas.
Art. 1.298. Sendo confusos, os limites, em falta de outro meio, se determinarão de conformidade com a posse justa; e, não se achando ela provada, o terreno contestado se dividirá por partes iguais entre os prédios, ou, não sendo possível a divisão cômoda, se adjudicará a um deles, mediante indenização ao outro.
DIREITO DE CONSTRUIR**
ABERTURA DE JANELAS:
Janela com vista direta:
 É aquela em que se pode enxergar tranquilamente para o lado de fora. Ex: janelas das salas de aula da UNIFRA
a) Imóvel rural:
 Exige-se uma distância de 3 metros da linha divisória
b) Imóvel urbano:
 Exige-se uma distância de 1,5 metros da linha divisória
Obs:
 Posso colocar também construir um paredão ATÉ a linha divisória
HAVENDO INOBSERVÂNCIA DA REGRA, O VIZINHO PREJUDICADO PODE PROPOR:
1) Ação de nunciação de obra nova enquanto a janela/construção estiver em andamento
 Não há prazo, deve-se entrar com a ação enquanto a construção estiver em andamento. Após, começa a correr o prazo de ano e dia, onde será possível ingressar com a ação demolitória
2) Ação demolitória
 No prazo de ano e dia, a contar da conclusão da obra (janela). O prazo é decadencial.
3) Passado o prazo de ano e dia para a ação demolitória, o vizinho poderá levantar contramuro a qualquer tempo, tapando a entrada de luz e ar
 Esta regra é relativizada e, portanto, não poderá ser aplicada no caso de o vizinho infrator ter adquirido servidão de luz pela usucapião (art. 1.379, CC)
 Prazo para a exceção supracitada: 10 anos se tiver justo título* ou 20 anos
*No caso de haver autorização para a construção na linha divisória, por exemplo
Janela perpendicular:
 Exige-se uma distância de 0,75 metros da linha divisória
Abertura de ar:
 Não maiores que 10 cm não abrangem este artigo (art. 1.301, pár. 2º)
Edificação na linha divisória (art. 1.304 e 1.305)
Alterar linha divisória (art. 1.307)
Desmoronamento (art. 1.311)
Ver art. 1.313
Súmula 120, STF vidro translúcido:
“Parede de tijolos de vidro translúcido pode ser levantada a menos de metro e meio do prédio vizinho, não importando servidão sobre ele”.
 Os denominados “tijolinhos” de vidro são considerados paredes
CONDOMÍNIO
domínio conjunto propriedade conjunta (2 ou mais titulares)
Condomínio ordinário:
 Condomínio de propriedade conjunta (tão somente)
 Condômino tem preferência de compra
Voluntário ou convencional:
 Decorre do acordo de vontade dos condôminos, nasce de um negócio jurídico bilateral ou plurilateral, como exercício da autonomia privada
Necessário
 Decorre de determinação de lei, como consequência inevitável do estado de indivisão da coisa
Condomínio edilício:
 Propriedade conjunta e propriedade individual ao mesmo tempo
CONDOMÍNIO ORDINÁRIO
Conceito: situação jurídica em que duas pessoas, simultaneamente, detêm idênticos direitos e deveres proprietários sobre o mesmo bem
Natureza jurídica: teoria da propriedade integral (todos os indivíduos tem um só direito e exercem este direito sobre a totalidade da propriedade, limitado pelo direito dos demais)
Classificação do condomínio ordinário:
Referente à coisa: o condomínio é uma indivisão
Referente às pessoas: é uma comunhão, que pode ser:
Pro indiviso: há comunhão de fato e de direito, mas indivisamente, sem localização no bem. Não é possível determinar de modo corpóreo qual o direito de cada um dos condôminos que têm uma fração ideal 
Ex: os condôminos sobre a coisa inteira; a área comum do prédio
Pro diviso: aparente condomínio. Existe de direito, mas não de fato. É possível determinar, no plano corpóreo e fático, qual o direito de propriedade de cada comunheiro. Há, portanto, uma fração real atribuível a cada comdomínio
Ex: os condôminos em partes determinadas; unidades autônomas em edifícios. 
Comunhão voluntária ou convencional*: 
 Negócio jurídico
Comunhão incidente ou eventual*:
 Vontade de terceiros
Ex: doação
Comunhão legal, necessária ou forçada*:
Ex: cercas e muros; herdeiros no momento da abertura da sucessão
*Formação do condomínio
Comunhão transitória ou permanente (perene)**:
 Condomínio forçado
** Duração
DIREITOS E DEVERES DOS CONDÔMINOS:
Em relação à coisa (art. 1.314, CC):
 Usá-la livremente conforme a destinação
 Exercícios de todos os direitos compatíveis com a indivisão
 Reivindicá-la na sua totalidade
 Alhear ou gravar a sua cota (art. 1.420, pár. 2º, CC)
Proteger a posse:
 Contra terceiros
 Contra outros condôminos
Mudar a destinação
 Necessita consenso
Reivindicá-la na sua totalidade:
AÇÃO REIVINDICATÓRIA (dispensa litisconsórcio ativo)
 Se os coproprietários forem cônjuges, deve haver litisconsórcio (ambos entram com a ação)
 Pode se dar somente contra terceiros, não contra o coproprietário, pois este tem o título
Alhear (alienar) ou gravar a sua cota (art. 1.420, pár. 2º, CC)
 Para DECIDIR sobre a venda, não necessita da anuência dos demais
Em relação à quota:
 Dispor dela livremente, independentemente do consentimento dos demais (art. 1.314, CC), resguardado o direito de preferência (art. 1.322) – prelação, perempção
 Participar da administração(art. 1.322 c/c 1.315) – presunção de igualdade (art. 1315, parágrafo único)
 Conservar a coisa (art. 1.315)
 Não alterá-la (art. 1.314, parágrafo único)
 Ajudar nas despesas (art. 1.315)
Se não quiser ratear? Art. 1.316, pár. 2º - renúncia
 Dívidas perante terceiros: art. 1.318 – direito de regresso
EXTINÇÃO DO CONDOMÍNIO VOLUNTÁRIO
Coisa divisível:
 Escritura pública
 Ação de divisão (art. 1.320, CC)
Coisa indivisível:
a) Negócio jurídico
b) Ação de extinção de condomínio (art. 1.322, CC)
EXTINÇÃO DO CONDOMÍNIO ORDINÁRIO
Coisa divisível:
 Escritura pública: consenso; capacidade
 AÇÃO DE DIVISÃO (já tem demarcação, todavia não há consenso)
Coisa indivisível:
 Escritura pública: consenso; capacidade
 AÇÃO DE EXTINÇÃO DO CONDOMÍNIO (venda judicial do bem)
CONDOMÍNIO EDILÍCIO
GENERALIDADES:
Art.1331 ao 1358 CC
Lei 4.591/61 (art. 1º ao 27)
“A situação caracteriza-se pela justaposição de propriedades distintas, perfeitamente individualizadas, ao lado do condomínio de parte de edifício, forçadamente comuns. Cada apartamento pertence exclusivamente a seu proprietário, ao mesmo tempo faz-se necessariamente condômino de certas partes do imóvel que permanecem, para sempre, em estado de indivisão forçosa” (GOMES, 1976, p. 214)
NATUREZA JURÍDICA:
Propriedade 
Compropriedade
“simbiose orgânica entre a propriedade individual e da propriedade coletiva” (PEREIRA, p. 278)
O solo ou a construção é o principal?
Não é pessoa jurídica de direito privado (art. 44 CC) – CNPJ (Instrução Normativa da Receita Federal nº 87/1984)
Art. 75, XI CPC – personalidade judiciária
Condomínio necessário
CONSTITUIÇÃO
Ato de Instituição: art. 1332 CC
a) Ato entre vivos (incorporação imobiliária)
b) Testamento (CRI)
Características:
 É o início do condomínio
 Deve ser levado a registro na matrícula do imóvel
 Para que a planta possa ser vendida é necessário registro
 Após o registro, passa a existir juridicamente
 APÓS O HABITE-SE, VEM A CONVENÇÃO
Convenção
 Constitui o estatuto coletivo que regula o interesse das partes
 Deve ser subscrita pelos titulares de, no mínimo, dois terços das frações ideais
 É OBRIGATÓRIA em todo condomínio
 Deve estar de acordo com o CC
 Mesmo quem não assinou estará sujeito às regras aqui estabelecidas
 NATUREZA ESTATUÁRIA. Tem valor de lei no condomínio edilício, mesmo para quem não tenha assinado
 Só não pode convencionar o que o CC proíbe alterar (art. 1336 a 1352, CC)
 Divisão das despesas pode ser alterada
CUIDAR!
 Divisão das despesas de condomínio: TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL (executa-se diretamente). O credor citará para pagar em 3 dias, sob pena de penhora. Não se aplica a lei 8009/90 nesse caso.
Regimento Interno
 NÃO É OBRIGATÓRIO
 Caso exista, deve estar de acordo com a convenção, e esta de acordo com as normas legais
CONVENÇÃO DE CONDOMÍNIO
Elementos: art. 1334 CC
Definição de direitos e deveres
“Sua função é completar, com o auxílio da técnica contratual, a organização do edifício, particularizando normas que a lei não poderia conter, porque não deve ser casuística” (GOMES, 1976, p 225)
Natureza contratual ou estatutário (ato-regra)?
Art. 2035 CC/ Súmula 260 STJ (Nenhuma convenção poderá contrariar preceitos de ordem pública/eficácia inter partes)
Regimento Interno: ato administrativo
Art. 1.334. 
Além das cláusulas referidas no art. 1.332 e das que os interessados houverem por bem estipular, a convenção determinará:
I - a quota proporcional e o modo de pagamento das contribuições dos condôminos para atender às despesas ordinárias e extraordinárias do condomínio;
II - sua forma de administração;
III - a competência das assembléias, forma de sua convocação e quorum exigido para as deliberações;
IV - as sanções a que estão sujeitos os condôminos, ou possuidores;
V - o regimento interno.
Art. 1336 – 2/3 dos condôminos para fixação de multa;
Art. 1337 – ¾ dos condôminos ( infrator reiterado);
Art. 1341 – 2/3 para obras voluptuárias e maioria dos condôminos para obras úteis;
Art. 1342 – obras para acréscimos (2/3 e construção de outro pavimento (unanimidade). 
Art. 1349 – maioria absoluta para destituir o síndico;
Art. 1.351 – 2/3 dos condôminos para alteração da convenção; unanimidade dos condôminos para alteração da destinação do edifício ou da unidade.
Art. 1352 – maioria simples, salvo as situações excepecionais.
ÁREAS COMUNS E ÁREAS INDIVIDUAIS
Art. 1331
§ 1o  As partes suscetíveis de utilização independente, tais como apartamentos, escritórios, salas, lojas e sobrelojas, com as respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a propriedade exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas livremente por seus proprietários, exceto os abrigos para veículos, que não poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas ao condomínio, salvo autorização expressa na convenção de condomínio.
CUIDAR!
Abrigo para veículos:
 Pode-se alugar ou vender a garagem apenas se disposto da CONVENÇÃO. Caso seja para condômino, não é necessário.
 Ver enunciado, 91 do CJF/STJ e 320
§ 5o O terraço de cobertura é parte comum, salvo disposição contrária da escritura de constituição do condomínio.
Regra: é de todos
 Caso alguém faça o uso exclusivo, pagará, mesmo que ela seja de área comum
Algumas questões:
Animais: 
 A convenção não poderá proibi-los Caso isso ocorra, será passível de anulação perante o judiciário, uma vez que a jurisprudência tem sido pacífica nesse sentido, em prol de uma interpretação condizente com os valores coletivos e sociais. Todavia, poderá ser limitado o número de animais por apartamento, mas não o porte de cada um. Ressalta-se que o animal de estimação não pode perturbar o sossego, a saúde e a segurança dos demais coproprietários
 Ver enunciado n. 566 da VI Jornada de Direito Civil
Inadimplência
 O condômino não poderá ser privado de luz, água... em caso de inadimplência, sob pena de anulação pelo poder judiciário
DIREITOS
Art. 1.335. São direitos do condômino:
I - usar, fruir e livremente dispor das suas unidades;
 CUIDAR A QUESTÃO DAS GARAGENS
II - usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não exclua a utilização dos demais compossuidores;
III - votar nas deliberações da assembleia e delas participar, estando quite.
DEVERES
Art. 1.336. São deveres do condômino:
I - contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas frações ideais, salvo disposição em contrário na convenção;
II - não realizar obras que comprometam a segurança da edificação;
 O SÍNDICO tem o dever de fiscalizar
III - não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas;
 A questão do fechamento da varanda ou sacada por vidro translúcido gera controvérsia, havendo julgados que apontam tratar-se de alteração estética que deve ser autorizada pela convenção ou por unanimidade em assembleia
IV - dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes.
§ 1o O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento ao mês e multa de até dois por cento sobre o débito.
 É nula qualquer estipulação que disfarce ou simule uma multa superior a 2%, eis que a norma é de ordem pública
§ 2o O condômino, que não cumprir qualquer dos deveres estabelecidos nos incisos II a IV, pagará a multa prevista no ato constitutivo ou na convenção, não podendo ela ser superior a cinco vezes o valor de suas contribuições mensais, independentemente das perdas e danos que se apurarem; não havendo disposição expressa, caberá à assembleia geral, por dois terços no mínimo dos condôminos restantes, deliberar sobre a cobrança da multa. (ESPORÁDICO)
Art. 1337. O condômino, ou possuidor, que não cumpre reiteradamente com os seus deveres perante o condomínio poderá, por deliberação de três quartos dos condôminos restantes, ser constrangido a pagar multa correspondente até

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