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CASO CONCRETO 10

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CASO CONCRETO 10
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
PARTIDO POLÍTICO BETA, agremiação política, com representação no Congresso Nacional, inscrito no CNPJ sob nº ________, com sede na _______, e-mail ________, neste ato representado por seu presidente, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade n° _______, inscrito no CPF sob n° _______, com endereço na _______, e-mail _______, vem, por seu advogado, com endereço profissional na rua ________, e-mail ______, onde recebe intimações, conforme art. 106, I do CPC, propor
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL COM PEDIDO LIMINAR
pelo rito especial, da Lei Orgânica do Município Alfa, pelos argumentos de fato e de direito a seguir expostos:
DOS FATOS
O Prefeito do Município Alfa, preocupado com a adequada conduta no seu mandato, procura o presidente nacional do seu partido político Beta, o qual possui representação no Congresso Nacional, e informa que a Lei Orgânica do Município Alfa, publicada em 30 de maio de 1985, estabelece, no seu art. 11, diversas condutas como crime de responsabilidade do Prefeito, entre elas o não atendimento, ainda que justificado, a pedido de informações da Câmara Municipal, inclusive com previsão de afastamento imediato do Prefeito a partir da abertura do processo político. Informou, também, que a mesma Lei Orgânica, em seu art. 12, contém previsão que define a competência de processamento e julgamento do Prefeito pelo cometimento de crimes comuns perante Justiça Estadual de primeira instância. Por fim, informou que, em razão de disputa política local, houve recente representação oferecida por Vereadores da oposição com o objetivo de instaurar processo de apuração de crime de responsabilidade com fundamento no referido art. 11 da Lei Orgânica, a qual poderá ser analisada a qualquer momento. O impetrante, após o devido trâmite interno estabelecido no seu estatuto, conclui que a norma municipal está em dissonância com a CRFB/88 decidindo adotar providência judicial em relação ao tema.
DOS FUNDAMENTOS
Com legitimidade amparada no art. 102, § 1° da CRFB/88, a saber:
“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
(...)
§1° A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.”
Assim, a presente ADPF funda-se no texto constitucional mencionado, e, ainda, na previsão do artigo 1º, § único e inciso I da Lei nº 9.882/99:
“Art. 1º A argüição prevista no § 1º do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.
Parágrafo único. Caberá também argüição de descumprimento de preceito fundamental:
I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição.”
A presente ação, nos termos do art. 103, VIII da CRFB/88, ampara a legitimação ativa para seu ajuizamento, recaindo sobre os que têm direito de propor a Ação Direta de Inconstitucionalidade, constantes no rol do referido artigo.
É sabido que o texto do art. 2° da CRFB/88 garante a independência e harmonia entre os Poderes, principio este não respeitado pelo legislativo do município Alfa. Não sendo admitida, ainda, a violação do art. 22, I, da CRFB/88, que confirma a competência privativa por parte da União para legislar sobre direito civil, comercial, penal processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho, tendo em vista que a matéria discutida, ser de direito penal, ocorrendo então violação de princípio federativo.
É sabido, conforme o que prescreve o art. 29, X da CRFB/88, o julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça, em acordo com o texto da Súmula Vinculante 46 do STF que rege:
“A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são de competência legislativa privativa da União.”
Neste sentido observamos o julgado:
“Conforme disposto na Súmula Vinculante 46, a definição dos crimes de responsabilidade e das respectivas normas de processo e julgamento é de competência legislativa privativa da União. No que concerne ao regime pertinente aos Prefeitos Municipais, a referida competência foi exercida com a edição do Decreto-Lei 201/1967. 13. No caso concreto, a decisão reclamada reconheceu que o diploma normativo adotado para o julgamento da parte reclamante foi o Regimento Interno da Câmara Municipal. A Câmara Municipal prestou informações no mesmo sentido. O parâmetro normativo utilizado, portanto, é incontroverso. 14. A Súmula Vinculante 46, originada da Súmula 722/STF (aprovada em 26.11.2003), não se presta a servir como fundamento para toda e qualquer alegação de ofensa às normas federais que definem os crimes de responsabilidade e as respectivas regras de processo e julgamento. No entanto, trata-se de caso em que expressamente se admite a utilização de parâmetro normativo diverso do Decreto-Lei 201/1967. A violação à Súmula vinculante, portanto, é clara." (Rcl 22034 MC, Relator Ministro Roberto Barroso, Decisão Monocrática, julgamento em 16.11.2015, DJe de  24.11.2015)
Vale se registrar que nem a Constituição Federal nem a lei cuidaram de definir, com exatidão, o alcance da locução “preceito fundamental”. Dessa forma, caberá ao hermeneuta constitucional o cumprimento dessa árdua missão, conforme entendimento já manifestado pelo Supremo Tribunal Federal, quando do julgamento da Questão de Ordem na ADPF nº 1/RJ. Aqui remeto o trecho da ementa deste julgado:
“Arguição de descumprimento de preceito fundamental. Lei nº 9882, de 3.12.1999, que dispõe sobre o processo e julgamento da referida medida constitucional. 2. Compete ao Supremo Tribunal Federal o juízo acerca do que se há de compreender, no sistema constitucional brasileiro, como preceito fundamental. 3. Cabimento da arguição de descumprimento de preceito fundamental. Necessidade de o requerente apontar a lesão ou ameaça de ofensa a preceito fundamental, e este, efetivamente, ser reconhecido como tal, pelo Supremo Tribunal Federal.”
No entanto, a despeito de não se poder estabelecer, aprioristicamente, quais seriam os preceitos tidos por fundamentais na Constituição Federal, impõe-se desde já o reconhecimento de alguns princípios estruturantes do Estado Democrático de Direito Brasileiro, que se destacam pela importância e pela função irradiadora e normogenética no sentido de inspirarem a criação de outras regras no Ordenamento Jurídico. 
DO DEFERIMENTO LIMINAR
O periculum in mora faz-se presente, visto que foi violado o princípio da separação dos poderes, amparado no ar t. 2 ° d a Carta Magna, a violação à competência legislativa privativa da União, a parada pelo art. 22, inciso I, d a CRFB/88 e Súmula Vinculante 46 /STF, bem como violação ao art. 29, inciso X, CRFB/88, que dispõe sobre os municípios e sobre as respectivas leis orgânicas, as quais devem observar os preceitos constitucionais, especialmente garantindo aos Prefeitos a prerrogativa de foro perante o Tribunal de Justiça em crimes com uns Ainda se observa a necessidade de sustar a eficácia da norma impugnada, requerendo suspensão do trâmite da representação por crime de responsabilidade oferecida e m desfavor do Prefeito do Município Alfa, o que demonstra inequivocamente o fumus boni iuris. 
Assim, presentes os requisitos do fumus boni iuris e do periculum in mora, é cabível e necessária a concessão da liminar 
DOS PEDIDOS
Diante do exposto requer:
a) que seja deferida medida liminar para que seja suspenso o procedimento de representação apresentado 
b) a notificação dos órgãos e autoridades competentes pelo ato de violação dos preceitos argüidos
c) seja notificado o advogado geral da união
d) seja intimado o procuradorgeral da república
e) seja julgado procedente o pedido para reconhecer a violação dos preceitos argüidos tomando as medidas cabíveis diante das violações apresentadas
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local/Data
Advogado
OAB

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