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* Sistema Cardiovascular - Aterosclerose - Cardiopatia hipertensiva Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais * Objetivos gerais Compreender os principais aspectos da aterosclerose e da cardiopatia hipertensiva Objetivos específicos Compreender os principais aspectos da normalidade do sistema circulatório Compreender as principais características gerais, fisiopatológicas, clínicas e morfológicas da aterosclerose e de suas complicações Compreender as principais características gerais, fisiopatológicas, clínicas e morfológicas dos aneurismas ateroscleróticos e suas complicações Compreender as principais características gerais, fisiopatológicas, clínicas e morfológicas da cardiopatia hipertensiva e de suas complicações * SISTEMA CIRCULÁTÓRIO Aspectos da normalidade Sistema circulatório: sistema vascular sanguíneo e linfático Sistema vascular sanguíneo: coração e vasos sanguíneos Vasos sanguíneos- camadas: íntima, média e adventícia Capilares: células endoteliais e membrana basal Veias: maior diâmetro da luz; camada média delgada; ausência de limitante elástica externa e adventícia bem desenvolvida * SISTEMA CIRCULÁTÓRIO Aspectos da normalidade Íntima: única camada de células endoteliais, membrana basal e matriz extracelular Média (geralmente a camada mais espessa): células musculares lisas e matriz extracelular Adventícia: tecido conjuntivo fibroelástico e pequenos vasos sanguíneos Entre íntima e média: limitante elástica interna Entre média e adventícia: limitante elástica externa * Histologia de uma artéria normal Histologia de uma coronária normal * ARTERIOSCLEROSE endurecimento das artérias Doenças que cursam com espessamento e endurecimento das artérias: Aterosclerose - íntima Esclerose medial calcificada de Mönckeberg (média) 3. Arterioloesclerose (hialina e hiperplásica) – toda a espessura da parede Esclerose medial calcificada de Mönckeberg * ATEROSCLEROSE Doença muito prevalente; prevalência e gravidade aumentam com a idade No mundo, a aterosclerose e suas complicações estão entre as principais causas de morte Artérias de grande ou médio calibre: aorta, coronárias, cerebrais, mesentéricas, renais, ilíacas e femorais Acúmulo na íntima de lipídeos, componentes do sangue, células inflamatórias e material intercelular em proporções variáveis * Principais sedes de aterosclerose * Estria lipídica: Mancha ou elevação linear e amarelada composta por células espumosas repletas de lípides (macrófagos e células musculares lisas). Linfócitos T e escassa quantidade de lípides extracelulares. Encontradas na infância. Com o tempo podem regredir, estacionar ou evoluir para lesões mais avançadas ATEROSCLEROSE aspectos morfológicos * Estria lipídica * Estria lipídica (coloração pelo Sudan à direita) * Placa ateromatosa (ateroma): Lesão excêntrica arredondada, amarelada e macia, que faz saliência para a luz vascular Região central- núcleo ou centro necrótico- restos celulares, lipídeos; células espumosas e células inflamatórias Superfície- capa fibrosa- fibras colágenas e células musculares lisas Na periferia da lesão- neoformação de pequenos vasos sanguíneos Do grego: athere = mingau * Placa ateromatosa * Placa ateromatosa na coronária * Placas ateromatosas na aorta * Aorta: aterosclerose discreta (inferior); moderada e acentuada * Placa ateromatosa na coronária * Placa ateromatosa na coronária * Células espumosas e cristais de colesterol * Placas complicadas: Com o tempo as placas podem aumentar em número e tamanho, desestabilizar e sofrer complicações As principais complicações da placa são: Ulceração, fissura, ruptura ou rachadura na placa Trombose Hemorragia na intimidade da placa Calcificação * Placa ateromatosa ulcerada e com trombo * Placa ateromatosa com calcificação Placa ateromatosa com trombo Placa ateromatosa com hemorragia dentro da placa * CONSEQUÊNCIAS/COMPLICAÇÕES DA ATEROSCLEROSE Obstrução arterial com isquemia (vasos de médio calibre): mais importante Dilatação arterial, localizada (formação de aneurismas) ou difusa * CONSEQUÊNCIAS - COMPLICAÇÕES Obstrução arterial com isquemia (vasos de médio calibre) Crescimento da placa Hemorragia no ateroma (sangue no interior da placa) Vasoespasmos ( óxido nítrico e prostaciclinas; TXA2) Trombose: especialmente em placas moles (instáveis) Embolia: tromboembolia ou ateroembolia * CONSEQUÊNCIAS - COMPLICAÇÕES Dilatação da parede e formação de aneurismas Redução da elasticidade e resistência da parede por compressão e/ou comprometimento da média * ETIOPATOGÊNESE Teoria da entrada de plasma e acúmulo de gordura na íntima- Virchow Teoria da organização de pequenos trombos incorporados à intima - Rokitansky Atualmente: teoria de resposta a agressão - resposta inflamatória crônica das artérias a agressões variadas * ETIOPATOGÊNESE Sequência de eventos Agressão ao endotélio, com sua lesão/disfunção Penetração e acúmulo de lipoproteínas na íntima Adesão de monócitos e plaquetas, com liberação de fatores de crescimento Migração para a íntima de células musculares lisas a partir da camada média, seguida da multiplicação delas Síntese e deposição de matriz extracelular * Disfunção/lesão endotelial Fatores físicos (hipertensão, turbulência do fluxo), químicos (cigarro, citocinas, hiperlipidemias), biológicos (reações imunitárias, agentes infecciosos, diabete) Maior expressão de moléculas de adesão a leucócitos ↑ da permeabilidade: passagem de LDL para a íntima Adesão e agregação plaquetárias ETIOPATOGÊNESE * Penetração e acúmulo de lipoproteínas na íntima Após a captação de lipoproteínas, ocorre sua hidrólise e a liberação de colesterol Macrófagos e células musculares lisas internalizam grande quantidade de lipídeos e se transformam em células espumosas LDL pode sofrer oxidação, o que aumenta a agressão endotelial e estimula a resposta inflamatória local ETIOPATOGÊNESE * Adesão de monócitos e plaquetas Com a lesão/disfunção endotelial, ocorre a adesão de monócitos e de plaquetas na parede vascular Os monócitos penetram na íntima e se transformam em macrófagos: Fagocitose de lipoproteínas, formando células espumosas Liberação de citocinas, proteases, radicais livres (oxidação de lipoproteínas) e fatores de crescimento Adesão plaquetária é seguida de agregação plaquetária e de liberação de fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF) ETIOPATOGÊNESE * Migração e proliferação de células musculares lisas Fatores de crescimento (sobretudo PGDF): Estimulam a migração de células musculares lisas da camada média para a íntima São mitogênicos para as células musculares lisas. Estas podem endocitar lipídeos e se transformar em células espumosas A proliferação de células musculares lisas é um dos fatores importantes que contribuem para transformar as estrias lipídicas em ateromas ETIOPATOGÊNESE * Síntese de matriz extracelular As células musculares lisas podem adquirir o fenótipo de miofibroblastos (função de contração e síntese de fibras do tecido conjuntivo e proteoglicanos) Formação da capa do ateroma ETIOPATOGÊNESE * Representa resposta inflamatória crônica Agentes diversos podem agredir o endotélio As lesões podem se iniciar em endotélio morfologicamente preservado, mas funcionalmente alterado Endotélio agredido reage aumentando moléculas de adesão, que iniciam o processo inflamatório Lipídeos na íntima podem sofrer oxidação Lipoproteínas oxidadas são endocitadas por macrófagos, induzindo a liberação de citocinas e quimiocinas que medeiam a resposta inflamatória Linfócitos T ativados também liberam citocinas pró-inflamatórias Formação e progressão das lesões Aterosclerose: doença inflamatória * Interação de fatores constitucionais (genética), componentes ambientais e agressões diversas Fatores genéticos Predisposição familial a aterosclerose é bem documentada Participação complexa e multifatorial Idade É um processo progressivo, mas que se manifesta clinicamente entre 40 a 60 anos Gênero Incidência de complicações menor em mulheres até a menopausa FATORES DE RISCO Fatores não modificáveis- constitucionais * Dislipidemia Principal fator de risco – níveis elevados estimulam o desenvolvimento de lesões mesmo na ausência de outros fatores. São transportados em forma de lipoproteínas LDL: associado a risco elevado, tabagismo e obesidade, dieta rica em gorduras saturadas e trans e pobre em ácidos graxos - ômega 3 HDL: redução dor risco; exercício físico e consumo moderado de álcool aumentam os níveis Mecanismos: lesão/disfunção endotelial; liberação de citocinas com resposta inflamatória; oxidação do LDL; acúmulo progressivo de lipídeos (progressão da lesão) FATORES DE RISCO Fatores modificáveis * Hipertensão arterial- níveis sistólicos ou diastólicos. Associa-se a alterações em alguns genes que aumentam o risco de aterosclerose; aumenta a força de cisalhamento. Terapias anti-hipertensivas diminuem o risco de complicações da aterosclerose Tabagismo- causa disfunção endotelial, ↑viscosidade do sangue, ↑colesterol plasmático, ativa fatores de coagulação, ↑oxidação de LDL Diabete melito (DM)- hipercolesterolemia, hipertensão arterial, ↓antioxidantes e vasodilatadores (NO, prostaciclinas), fatores procoagulantes Obesidade- dislipidemia, aumento da atividade inflamatória, associação com hipertensão arterial, resistência a insulina e DM FATORES DE RISCO Fatores modificáveis * ANEURISMA ATEROSCLERÓTICO Dilatação fusiforme anormal localizada na parede vascular- destruição ou enfraquecimento da camada média, principalmente das lâminas e fibras elásticas Causas mais importantes de aneurisma na aorta: aterosclerose e hipertensão Aneurisma na aterosclerose é mais frequente na aorta abdominal, em homens e tabagistas Inflamação: célula inflamatórias produzem enzimas que clivam componentes da matriz extracelular, sobretudo elastina * ANEURISMA ATEROSCLERÓTICO Outras causas de aneurisma: sífilis, arterite de célula gigantes, síndromes genéticas (ex.: Síndrome de Marfan) Aneurisma “verdadeiro”: enfraquecimento da parede, com todas as camadas presentes (ex.: aneurismas ateroscleróticos, sifilíticos, congênitos) Pseudoaneurisma: defeito na parede vascular que leva a um hematoma extravascular que se comunica com o espaço intravascular Aneurismas verdadeiros e falsos podem romper * * * * PA = DC X RVP DC FC e volume circulante (idade, sexo, IMC) Na Função renal RVP Tônus arteriolar e de pequenas artérias Pressão arterial * HIPERTENSÃO ARTERIAL (HA) Uma das doenças mais importantes em todo o mundo Cerca de 25% das pessoas tem HA Causa importante de morbidade e de mortalidade A definição de valores normais para a pressão arterial é muitas vezes difícil (valor se associa ao risco de complicações) * Etiologia: Primária ou essencial Secundária Clínica/evolução: HA Benigna HA Maligna HIPERTENSÃO – classificação * Hipertensão arterial Hipertensão primária Não há causa evidente 95% dos casos Fatores genéticos e ambientais Hipertensão secundária Doenças conhecidas Hipertensão renal Hipertensão endócrina Hipertensão neurogênica Hipertensão e gravidez etc * Hipertensão arterial Hipertensão benigna Grande maioria dos casos Cifras tensionais não são muito elevadas (diastólica abaixo de 110 mmHg) Complicações graves são tardias Longa sobrevida Hipertensão maligna Minoria dos casos (5%) Cifras tensionais são muito altas Complicações graves são comuns e precoces Sobrevida curta: meses ou poucos anos Mais comum em negros * HA - CARDIOPATIA HIPERTENSIVA Conjunto de alterações que ocorrem no coração em consequência de hipertensão arterial sistêmica Resposta adaptativa do coração para vencer a sobrecarga de pressão e manter o débito cardíaco Hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo consequente à hipertensão arterial com redução da sua cavidade * O indivíduo mantém-se compensado por décadas, DC normal, assintomático - fase compensada Se a HA não for controlada - descompensação por sobrecarga de volume, dilatação da cavidade e diminuição da espessura da parede - fase descompensada (congestão pulmonar, insuficiência cardíaca congestiva) HA - CARDIOPATIA HIPERTENSIVA * ↑progressivo da espessura da parede de VE ↑necessidades de oxigênio Isquemia miocárdica, hipotrofia progressiva de algumas fibras e fibrose Fibras hipertróficas são mais susceptíveis à isquemia (↑exigências metabólicas e a distância entre o capilar e as células) HA - CARDIOPATIA HIPERTENSIVA * * * Microscopia fase compensada Hipertrofia das fibras musculares cardíacas (aumento no diâmetro e no comprimento das fibras) fase descompensada Distúrbios na irrigação do miocárdio Fibras hipertróficas ao lado de fibras hipotróficas, com grande variação no diâmetro das fibras, fibrose e desarranjo arquitetural * * * * Note that not only is the FIBER thick, but so are the nuclei. Note squaring off of the nuclei, so called “BOXCAR” effect.
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