Buscar

PlanoDeAula 240346

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original


	 
			
			 Plano de Aula: Os novos tempos sob a luz da Constituição de 1988
			 HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO - CCJ0105
			
		
		
			Título
			Os novos tempos sob a luz da Constituição de 1988
			 
			Número de Aulas por Semana
			
				
			
			Número de Semana de Aula
			
				14
			
 
 Tema
		 Os novos tempos sob a luz da Constituição de 1988.
		
		 Objetivos
		 O aluno deverá ser capaz de:
- Relacionar a Constituição de 1988 com o avanço democrático e com a conquista do mais amplo rol de direitos (de liberdade e sociais) já experimentados por cidadãos brasileiros no decorrer da história;
- Analisar o processo de eleição do primeiro presidente pós-Golpe Militar, pela via direta, e a vitória das forças conservadoras por intermédio de Fernando Collor de Mello;
- Entender as crises do breve, mas tumultuado Governo Collor;
- Correlacionar a força da opinião pública e as manifestações por todo o país com a declaração de impeachment do Presidente Collor.
		
		 Estrutura do Conteúdo
	 Para esta aula você deverá ler o conteúdo estabelecido entre as páginas 204 (a partir de "A Constituição de 1988, a conquista da 'Constituição Cidadã'") e a página 219 (antes de "Itamar Franco e o governo de transição").
Nesta aula serão abordados os seguintes tópicos:  
- As características da Constituição de 1988, a denominada "Constituição Cidadã"
A Constituição de 1988 representou, em várias áreas, grande avanço em relação às Constituições brasieiras anteriores. Não apenas reestabeleceu as liberdades públicas, ampliando-as em relação às Constituições anteriores, como avançou de forma bastante intensa nas áreas sociais.
Entre outras conquistas introduzidas pela Constituição de 1988, é possível destacar as seguintes:
- fim da censura a emissoras de rádio e TV, filmes, peças de teatro, jornais e revistas, etc.,
- instituição do chamado  habeas data,
- direito de voto para os analfabetos e jovens com mais de 16 anos,
- criação do Sistema Único de Saúde (SUS),
- especial proteção ao meio ambiente sadio,
- maior autonomia aos municípios,
- reconhecimento da função social da propriedade.
Na área trabalhista, reconhecimento do direito a greve, liberdade sindical, diminuição da jornada de trabalho, abono de férias com acréscimo 1/3 do valor do salário, décimo terceiro salário para aposentados, seguro desemprego, garantia de aposentadoria para trabalhadores rurais. 
- As eleições de 1989 e o início do Governo Collor: a polarização das forças e a solução conservadora
Os setores conservadores, enfraquecidos pelos sucessivos insucessos da política econômica do Governo Sarney, depois de tentar encontrar um nome que os representassem acabaram por definir seu apoio ao então jovem Governador do Estado de Alagoas, Fernando Collor de Melo, que prometia modernizar a economia promovendo políticas de cunho neoliberal.
Por outro lado, dois partidos mais identificados com ideais de esquerda viriam a lançar duas influentes figuras políticas para a disputa daquela eleição: Luís Inácio Lula da Silva, representando o Partido dos Trabalhadores (PT) e  Leonel Brizola, filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT).
Em disputa acirrada entre os quatro primeiros candidatos, Collor venceu o primeiro turno, mas longe de conseguir a maioria absoluta dos votos, o que determinou a necessidade de um segundo turno contra Lula, segundo colocado, e agora apoiado pela esquerda e pela forças progressistas.
O fato é que mesmo tendo  uma militância atuante e entusiasmada durante seus comícios e campanha, as ideias de esquerda ainda assustavam não somente as elites, mas também boa parte das classes média e proletária mais conservadoras. 
Por outro lado, o discurso simultaneamente "modernizante" e "moralista" de Collor, embora contraditório, obteve adesões em todas as classes sociais e venceu as eleições com uma diferença de mais de quatro milhões de votos, atingindo 53% dos votos válidos.
- A "República das Alagoas": a crise econômica e moral do Governo Collor
Tem início a breve Era Collor (ou "República das Alagoas", expressão utilizada pela mídia para se referir ao Governo Collor). Iniciou-se o governo com uma medida de bloqueio de contas correntes e poupanças dos cidadãos e empresas, pelo prazo de 18 meses que não surtiu resultado e gerou um clima de desconfiança muito grande por parte das elites e das camadas médias da população.
O governo Collor tentou trilhar uma tendência neoliberal, dando gênese ao processo de privatização de empresas estatais e sua política de redução das tarifas alfandegárias, por um lado incentivou a grande indústria nacional a produzir com maior eficiência e a menores custos, por outro lado, gerou uma onda de falências nas empresas de pequeno e médio porte, que não tinham como, rapidamente, se adequar à nova política econômica e, portanto, competir com os produtos importados.
O insucesso econômico veio acompanhado de denúncias de esquemas de corrupção que envolvia o próprio Presidente, dando gênese a uma situação de crise insustentável. 
- Os jovens voltaram a ter voz política
Collor tentou salvar seu mandato, pedindo, em discurso em rede nacional, que os brasileiros fossem às ruas, vestidos de verde e amarelo, em gesto de apoio ao seu Governo.  A juventude, em significativa participação cidadã, realmente foi às ruas, porém vestida de preto, com o rosto pintado, e exigindo o impeachment do Presidente. Esse movimento foi muito festejado pelo seu caráter simbólico. Após tantos anos de ditadura, em que sempre houve repressão à liberdade de expressão política aos jovens, era a primeira vez que estes promoviam um movimento político tão engajado, demonstrando que as novas gerações não estavam alienadas da realidade política. O movimento se espalhou e diversas manifestações ocorreram em todo o país. Foi o começo do fim da Era Collor, cujo impeachment seria posteriormente confirmado.
	
	 Aplicação Prática Teórica
 Como nós estudamos no Capítulo 8 do nosso Livro Didático, as manifestações populares foram absolutamente vedadas pelo regime militar de 1964, por intermédio de vários instrumentos jurídicos e pelo uso violento de medidas de força. Uma geração de jovens brasileiros não teve a oportunidade de participar ativamente da vida política do país, sendo, inclusive vedada qualquer manifestação política que se opusesse aos interesses da cúpula militar no poder. Já sob a vigência da Constituição Cidadã, um acontecimento de especial relevo deu-se, então, no ano de 1992, tendo sido denominado "o movimento dos caras pintadas", quase 24 anos após o arbitrário AI-5. Esse fato político teria, inclusive, grande peso no processo de impeachment do Presidente Collor. Neste sentido, responda:
a) O que foi o movimento dos "Caras Pintadas" e o que representou no período?
b) Lembra da frase "tradição que se renova", no exercício da Aula 12? Pois é... Pode o processo de impeachment do Presidente Collor ser considerado como um outro golpe de Estado? Qual a diferença entre o afastamento do Presidente Collor, em 1992, e o afastamento do Presidente João Goulart, em 1964?
Resolva também a questão objetiva nº 1do Capítulo 9 se seu Livro Didático.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando