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CIVIL II AÇÃO DE USOCAPIÃO ORDINÁRIO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CIVEL DE BELO HORIZONTE  ESTADO DE MINAS GERAIS.
Breno Santos Bernardes, portado da Cédula de Identidade nº XXX e do CPF nº XXX e sua mulher Marta Guimaraes Bernardes, portadora da Cédula de Identidade nº XXX e do CPF nºXXX, brasileiros, casados, residentes e domiciliados na RuaXXX, BairroXXX, Cidade de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, por seu bastante procurador e advogado legalmente constituído na forma definida pela procuração em anexo, vêm, mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, ajuizar a presente:
AÇÃO DE USUCAPIÃO ORDINÁRIO
Com fundamentos nos (arts. 1.240 a 1.244) do Código Civil-2002 e no art 73 do CPC/15, em face de Raimundo Dutra Rodrigues, brasileiro, divorciado, portador da Cédula de identidade nº XXX e do CPF nº XXX, residente e domiciliado na Rua XXX, nº XXX, Bairro XXX, Cidade Barbacena Estado de Minas Gerais e sua ex-cônjuge Juliana Faria Rodrigues, brasileira, maior, divorciada, bióloga, portadora da Cédula e Identidade nº XXX e do CPF nº XXX, residente e domiciliada  na Rua XXX, nº XXX, Bairro XXX, Cidade Barbacena/MG, pelo que expõe e requer o seguinte:
I - DOS FATOS
Os requerentes possuem imóvel, localizado no Município de Belo Horizonte, que foi adquirido de Raimundo Dutra Rodrigues em 08/07/2006, conforme contrato anexo.
O referido imóvel, cujos antigos proprietários eram Raimundo Dutra Rodrigues e Juliana Faria Rodrigues se casaram em 20/10/2005, pelo regime de separação obrigatória de bens (art. 1.641, I do Código Civil de 2002) e se divorciaram em 20/05/2016.
Os requerentes sequer tinham conhecimento que o requerido Raimundo era casado, tanto que na escritura de imóvel, anexa, consta apenas seu nome como proprietário, de modo que não era exigível ao autor que soubesse da existência do cônjuge, bem como, da necessidade de outorga uxória de Juliana.
O imóvel foi prometido a venda para Breno Santos Bernardes e sua mulher Marta Guimaraes Bernardes conforme contrato datado de 08/07/2006, (anexo) com imissão na posse via cláusula do constituto possessório.
Os requerentes nunca sofreram qualquer tipo de contestação ou impugnação por parte de quem quer que seja, sendo a sua posse, portanto, mansa, pacífica, e ininterrupta durante todo esse tempo (por mais de 10 anos). Ressalta-se que os autores, desde que entraram para o imóvel, agiram como se fossem o próprio dono.
Os requerentes em momento algum tiveram ciência de que não eram donos do referido imóvel, tendo, inclusive, um documento que os possuidores acreditavam ser hábil a comprovar que o imóvel lhes pertencia, mas que, em tese, se revela defeituoso.
Dessa forma, estando presentes todos os requisitos legais exigidos, os autores fazem jus à procedência da presente ação.
A ação tem como natureza a declaração de direito estabelecido pelo magistrado, que é o que requer nesse momento, a declaração de direito de posse e propriedade. Até por que os autores compraram o imóvel, utilizou, gozou e frui de tal terreno, e principalmente os autores se tornaram possuidores. Segundo artigo 1241, do Código Civil, eis que:
“Art. 1.241. Poderá o possuidor requerer ao juiz seja declarada adquirida, mediante usucapião, a propriedade imóvel.
Parágrafo único. A declaração obtida na forma deste artigo constituirá título hábil para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.”
É o que se requer, a declaração de propriedade por usucapião, para que posteriormente se consiga o devido registro.
A usucapião é um modo de aquisição originária da propriedade ou de outros direitos reais que decorrem da posse prolongada no tempo, do justo título e da boa-fé. É também um modo de perda da propriedade, pois para que alguém adquira é preciso que outro perca. Pode ter por objeto bens móveis ou imóveis, e pressupõe que os possuidores tenham permanecido na coisa, sem ser incomodado pelo proprietário, pelo tempo estabelecido em lei.
Trata-se da usucapião na forma originária de aquisição da propriedade, pois inexiste a transmissão da propriedade do antigo proprietário para o usucapiente.
Assegura o art. 1.242 do CC que adquirirá a propriedade do imóvel, mediante usucapião ordinária, a situação fática que apresentar a junção de alguns elementos fundamentais, quais sejam: posse mansa, pacífica e ininterrupta de um determinado imóvel; lapso temporal de 10 (dez) anos, e ainda a constatação de que o possuidor esteja agindo de boa-fé e tenha a seu favor um justo título.
Salienta-se que aquele que possui um justo título, tem a seu favor a presunção de que é possuidor de boa-fé, conforme determina o art. 1.201, parágrafo único, do CC.
A jurisprudência também anuncia os requisitos indispensáveis para a configuração do usucapião ordinário e esclarece, ainda, a conceituação do que seria justo título, conforme julgados do TJ/MG:
APELAÇÃO CÍVEL - USUCAPIÃO ORDINÁRIO - REQUISITOS PREENCHIDOS - PROCEDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL. Para o reconhecimento da prescrição aquisitiva delineada pelo artigo 551 do antigo Código Civil erigem-se como requisitos a) posse mansa, pacífica, e ininterrupta, exercida com intenção de dono; b) decurso do tempo de dez anos entre presentes, ou de quinze anos entre ausentes; c) justo título, mesmo que este contenha algum vício ou irregularidade; e boa-fé. Justo título não quer dizer título perfeito. É qualquer fato jurídico apto à transmissão de domínio, ainda que não registrado. A ação de usucapião compete também ao possuidor a non domino. (Número do processo: 2.0000.00.446409-7/000 1 Relator: DOMINGOS COELHO Data do acordão: 23/02/2005. Data da publicação: 05/03/2005)
AÇÃO DE USUCAPIÃO ORDINÁRIO - REQUISITOS - AUSÊN-CIA - PRESCRIÇÃO AQUISITIVA - IMPOSSIBILIDADE. - O usucapião, consabidamente, é o modo de adquirir a proprie-dade pela posse continuada, durante certo lapso de tempo, com os requisitos estabelecidos na lei. - O autor da ação de usucapião ordinário que não comprovar que possui o imóvel por dez anos, com animus domini e pacifica-mente, com justo título e boa-fé, não faz jus à prescrição aquisitiva pleiteada. - Apelação não provida. (Número do processo:2.0000.00.341612-2/000 1. Relator: EDGARD PENNA AMORIM Data do acordão:26/03/2002. Data da publicação: 01/05/2002)
Conforme anuncia o Enunciado 303 da IV Jornada de Direito Civil realizada pelo Conselho da Justiça Federal: 
303 – Art.1.201. Considera-se justo título para presunção relativa da boa-fé do possuidor o justo motivo que lhe autoriza a aquisição derivada da posse, esteja ou não materializado em instrumento público ou particular. Compreensão na perspectiva da função social da posse.
A presente ação, então, terá o condão de declarar o domínio do imóvel ao possuidor, autor da mesma. 
III - DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer que a ação seja julgada PROCEDENTE, concedendo à Requerente o domínio útil do imóvel em questão, declarando por sentença a posse e o domínio do imóvel, bem como:
1. Que sejam citados os Requeridos, proprietários do imóvel litigioso para responder a presente ação sob pena de revelia;
2. Que, nos termos do artigo 249 do CPC, sejam citados todos os confrontantes, por oficial de justiça, nos termos do artigo 250, II do CPC, para querendo, contestem a presente ação, oferecendo a resposta que tiverem, no prazo legal de 15 dias, sob pena de não o fazendo, presumirem-se aceitos como verdadeiros os fatos alegados na peça exordial, conforme estabelece artigo 319 do CPC;
3. Que sejam intimados, por via postal, nos termos do artigo art. 242, § 3º do CPC/15, os representantes da Fazenda Pública da União, Estados, Distrito Federal e Municípios para que manifestem eventuais interesses na causa.
4. A citação dos réus certos e incertos e terceiros interessados, por Edital (art. 246, IV CPC), para querendo, contestarem a presente ação, oferecendo a resposta que tiverem, no prazo legal de 15 dias, sob pena de não o fazendo, presumirem-se aceitos como verdadeiros os fatos alegados na peça exordial.
5. A intimação do Ministério Público, cuja manifestação se faz obrigatória no presentefeito, conforme manda o artigo 178 do CPC/15.
6. Que a sentença seja transcrita no registro de imóveis, mediante mandado, por constituir esta, título hábil para o respectivo registro junto ao Cartório de Registro de Imóveis, de acordo com o com art. 1.241, parágrafo único do Código Civil.
7. Requer-se ainda a condenação dos eventuais Requeridos ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios a serem fixados por Vossa Excelência, na proporção de 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, nos termos do artigo 84, § 2º do Código de Processo Civil.
8. Por fim, requer-se a concessão dos benefícios da Assistência Judiciária, por serem os Requerentes pobres na acepção jurídica do termo, conforme declaração anexa.
V. DAS PROVAS
Pretende o Requerente provar suas argumentações fáticas, documentalmente, apresentando, desde já, os documentos acostados à peça exordial, protestando pela produção das demais provas que eventualmente se fizerem necessárias no curso da lide.
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para fins fiscais.
Termos em que,
Pede deferimento.
Belo Horizonte - MG , data.
ADVOGADO
OAB/MT XXX.XXX

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