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CASOS CONCRETOS 1 a 5

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CASOS CONCRETOS 1 a 5:
1. Leia o texto abaixo e responda às questões formuladas com base nas leituras indicadas no plano de aula e pelo seu professor. Ricardo, atrasado para pegar seus filhos no colégio, ao pegar seu carro não coloca o cinto de segurança. No trajeto, ainda que dirigindo numa velocidade compatível como local, um policial percebe a ausência do cinto e lhe aplica uma multa. Assim, considerando que Ricardo praticou um ilícito,violando o art. 167 do CTB (lei 9.503/97) é possível afirmar que ele praticou um crime, uma vez que será sancionado? Assim, é possível afirmar que todo ilícito configura crime? Responda de forma justificada com base nos estudos realizados sobre as missões do Direito Penal no Estado Democrático de Direito.
R: Não. Pois não podemos dizer que todo fato típico e antijurídico caracteriza-se crime. Ricardo praticou um ato ilícito quando violou ato tipificado no art. 167 do CTB, mas essa não é uma norma penal incriminadora, sendo a matéria penal a última ratio porque só tutela os direitos mais valiosos do ser humano, tais como a vida e o patrimônio, nesse
caso, como propriamente estabelece o preceito secundário da norma, ou seja, a multa, como pena meramente administrativa.
2. Leia o texto abaixo e responda às questões formuladas com base nas leituras indicadas no plano de aula e pelo seu professor.
Em abril de 2014 José é flagrado por autoridades de fiscalização com um molinete e anzol pescando numa área interditada, de preservação ambiental. Em depoimento ele afirma que estava pescando apenas para distrair e levar um peixinho para o almoço, não fazendo de tal prática seu meio de vida. Ocorre que ele é preso e denunciado pela prática do crime previsto no art. 34 da lei 9.605/98. Uma vez condenado, havendo recurso da defesa o TRF o absolveu alegando que não ocorreu dano e nem grave risco ao bem jurídico tutelado que é o meio ambiente.
Ante o exposto, é correto afirmar que a decisão do magistrado teve por fundamento qual(is) princípio(s) norteador(es)de Direito Penal? Responda de forma fundamentada.
R: O magistrado teve por fundamento norteador o principio da intervenção mínima, segundo qual o direito penal só pode ser utilizado como forma de controle social se realmente necessário e eficaz face aos demais ramos do Direito. 
3. Maria, após ter bebido alguns copos de cerveja num churrasco com amigos, acreditando estar bem pega seu carro para voltar para casa. Porém, em razão dos efeitos do álcool, numa curva perde a direção, vindo a colidir com outro veículo, gerando uma lesão corporal no condutor. Identificada a alcoolemia, Maria é indicia e denunciada pelos crimes de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor e por dirigir alcoolizada, conforme os artigos 302 e 306 do CTB (lei 9.503/97). Analisando os princípios que solucionam o conflito aparente de normas, está correta essa capitulação? O que pode ser alegado na defesa de Maria quanto à referida tipificação? Justifique sua resposta.
R: Antes da entrada em viigor da lei 11705 não havia possibilidade de serem aplicados, em um mesmo caso, os art. 302 / 303 combinados com o art. 306, tendo em vista que se a condutora do veículo estivesse sob efeito de substancia alcoólica, tal fato seria usado como causa de aumento de pena, afastado assim a incidência do artigo 306 CTB, Com a entrada em vigor da lei 11705, foi revogado o inciso 5 do paragrafo único dos art. 302 e 303, permitindo assim a aplicação de tais artigos, em conjunto com o 306, contando para os casos ocorridos antes de 19/06/2008 (lei 11705) surge uma novacios legis in melius, afastando-se a incidência do artigo 5.
4. Consta dos autos que o ora paciente foi denunciado pelo Ministério Público Federal pela prática dos crimes de tráfico de drogas (Lei 6.368/76, art. 12, ?caput?, c/c o art. 18, I e III) e de corrupção ativa (CP, art. 333, ?caput?), após haver sido preso em flagrante, no município de Jaci/SP, em 12/11/2000, na posse de seis mil e dezesseis (6.016) frascos de lança- -perfume, produto contendo o componente químico identificado no HC 120026 / SP laudo de constatação como cloreto de etila, ocasião em que ofereceu vantagem indevida aos Policiais Rodoviários Federais responsáveis pela sua prisão, com o fim de determiná-los a permitir a sua liberação.
Todavia, houve superveniente edição da Resolução ANVISA nº 104/2000, publicada em 07/12/2000, que excluiu o cloreto de etila da relação constante da Lista das Substâncias Psicotrópicas de Uso Proscrito no Brasil (Portaria SVS/MS nº 344/98), embora, 8 dias depois referida Resolução sofre nova alteração incluindo novamente a substância de cloreto de etila.
Assim, o autor do fato poderá ser beneficiado de alguma forma? Justifique sua resposta.
Sim. As normas penais em branco heterogêneas são complementadas por atos administrativos, de órgãos competentes, para definir, neste caso, o que são drogas ilícitas. A partir do momento que ele publica uma lista não incluindo a substância supra como tal, há uma descriminalização da conduta. De acordo com a CF de 1988, em seu art. 5º. Inciso XL, a lei penal não retroagirá salvo para beneficiar o réu; e o art. 2º do CP, que diz: ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória; e ainda no paragrafo único do art. 2º do CP, a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
5) Uma empresa de produtos químicos é autuada em flagrante por despejar num rio próximo lixo tóxico sem o devido tratamento, configurando o crime previsto no art. 54 da lei 9.605/98. Tal lesão decorreu de uma decisão dos votos dos sócios que decidiram por economizar verbas naquele momento. Porém, a empresa foi denunciada e condenada criminalmente pelo delito. Esta correta essa decisão? Uma pessoa Jurídica pode responder criminalmente? Justifique sua resposta. 
Sim, embora seja o delito o resultado de uma ação humana, a Constituição Federal de 1988 prevê a possibilidade de punir penalmente a pessoa jurídica por ter, ela própria, praticado uma atividade lesiva ao meio ambiente, conforme redação de seu artigo 225, §3 e da lei nº 9.605/98. CF, art. 225, §3 As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão aos infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sansões penais e administrativas, independente da obrigação de reparar os danos causados. Lei nº 9.605/98, art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.

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