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Anais 
03 a 06 de novembro de 2014 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9a Edição, Série 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Luís - Maranhão 
2014 
 
 
 
Reitor: 
Francisco Roberto Brandão Ferreira 
 
 
Coordenação Geral: 
Natilene Mesquita Brito 
Ligia Cristina Ferreira Costa 
 
 
Comissão Científica: 
 
Adriana Barbosa Araújo Kiany Sirley Brandao Cavalcante 
Aline Silva Andrade Nunes Luís Cláudio de Melo Brito Rocha 
Ana Patrícia Silva de Freitas Choairy Luzyanne de Jesus Mendonça Pereira 
Ana Silvina Ferreira Fonseca Robson Luis e Silva 
Cleone das Dores Campos Conceição Samuel Benison da Costa Campos 
Cristovão Colombo de Carvalho Couto Filho Tânia Maria da Silva Lima 
Dea Nunes Fernandes Tereza Cristina Silva 
Delineide Pereira Gomes Terezinha de Jesus Campos Lima 
Flávia Arruda de Sousa Thayara Fereira Coimbra 
Janete Rodrigues de Vasconcelos Chaves Vilma de Fátima Diniz de Souza 
José Antonio Alves Cutrim Junior Yrla Nivea Oliveira Pereira 
Karla Donato Fook 
 
 
Apoio Técnico: 
 
Comunicação e Cultura: 
Andreia de Lima Silva 
Cláudio Antônio Amaral Moraes 
Diego Deleon Mendonça Macedo 
Emanuel de Jesus Ribeiro 
Jorge Araújo Martins Filho 
José Augusto do Nascimento Filho 
Karoline da Silva Oliveira 
Luís Cláudio de Melo Brito 
Rocha Mariela Costa Carvalho 
Maycon Rangel Abreu Ferreira 
Miguel Ahid Jorge Junior Nayara 
Klecia Oliveira Leite Rondson 
Pereira Vasconcelos Valdalia 
Alves de Andrade Wanderson 
Ney Lima Rodrigues 
 
Cerimonial e Hospitalidade: 
Aline Silva Andrade Nunes 
Fernando Ribeiro Barbosa Janete 
Rodrigues de Vasconcelos Chaves 
Thaiana de Melo Carreiro 
Terezinha de Jesus Campos de Lima 
 
Infraestrutura e Finanças: 
Ana Ligia Alves de Araujo 
Anselmo Alves Neto 
Carlos César Teixeira Ferreira 
Edmilson de Jesus Jardim 
Filho Gláucia Costa Louseiro 
Hildervan Monteiro Nogueira 
Juariedson Lobato Belo 
Keila da Silva e Silva 
Mauro Santos 
Priscilla Maria Ferreira Costa 
Rildo Silva Gomes 
 
Tecnologia da Informação: 
Allan Kassio Beckman Soares da 
Cruz Cláudio Antônio Costa 
Fernandes Francisco de Assis Fialho 
Henriques José Maria Ramos 
Leonardo Brito Rosa 
William Corrêa Mendes 
 
Projeto Gráfico e Diagramação: 
Luís Cláudio de Melo Brito Rocha 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Realização: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Patrocínio: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apoio: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Outros 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentação 
 
Esta publicação compreende os Anais do IX CONNEPI - 
Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação. O material 
aqui reunido é composto por resumos expandidos de trabalhos 
apresentados por pesquisadores de todo o Brasil no evento 
realizado em São Luís-MA, entre os dias 3 e 6 de novembro de 
2014, sob organização do Instituto Federal do Maranhão. 
 
Os resumos expandidos desta edição do CONNEPI são produções 
científicas de alta qualidade e apresentam as pesquisas em 
quaisquer das fases em desenvolvimento. Os trabalhos publicados 
nestes Anais são disponibilizados a fim de promover a circulação 
da informação e constituir um objeto de consulta para nortear o 
desenvolvimento futuro de novas produções. 
 
É com este propósito que trazemos ao público uma publicação científica e 
pluralista que, seguramente, contribuirá para que os cientistas de todo o 
Brasil reflitam e aprimorem suas práticas de pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ECONOMIA SOLIDÁRIA COMO ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL 
 
 
 
 
 
A. C.P Silva (PQ)¹ ; I. P. MELO (PQ)
2
 
1 Instituto Federal do Rio Grande do Norte(IFRN) – Campos João Câmara ; andrezaejoza@yahoo.com.br-
2
 Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) -João Câmara; ipm88641702@hotmail.com
 
 
(PQ) Andreza Cristina Pereira da 
Silva (PQ) Iranilson Pereira de Melo 
 
 
 
RESUMO 
 
A economia solidária é considerada um passo concreto, 
indispensável para dar competência e gerar intensa 
adesão social aos propósitos de uma nova forma de 
economia mundial mais justa e inclusiva. Em todo o 
Brasil há um grande número de empreendimentos 
solidários que já adotaram modelos da Economia 
Solidária. E é justamente neste cenário que a Economia 
Solidária se propõe interferir na atual situação da 
 
 
 
 
população brasileira para contribuir com a 
transformação da realidade se afirmando como 
estratégia de desenvolvimento e transformação social 
 
PALAVRAS-CHAVE: Economia Solidária, Estratégias, desenvolvimento, Solidariedade, Solidários. 
 
 
SOLIDARITY ECONOMY AS A STRATEGY FOR SOCIAL DEVELOPMENT 
 
ABSTRACT 
 
The solidarity economy is considered a concrete step, is indispensable to generate intense 
social competence and commitment to the purposes of a new form of world fairer and more 
inclusive economy. Throughout Brazil there are a lot of solidarity enterprises that have 
adopted models of the Solidarity Economy. And it is precisely this scenario that the Solidarity 
Economy intends to interfere in the present situation of the population to contribute to the 
transformation of reality asserting itself as a development and social transformation strategy 
 
 
 
KEYWORDS: Solidarity Economy, Strategy, Development, Solidarity, Solidarity. 
ECONOMIA SOLIDÁRIA COMO ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL 
 
1- INTRODUÇÃO 
 
 
 
A Economia Solidária é um modo de organização socioeconômico, que busca uma nova 
racionalidade na autogestão e na cooperação em empreendimentos coletivos, ou seja, busca-se 
superar os desafios ou mesmo as condições de vida existentes através de estratégias que vão 
além dos aspectos econômicos. Havendo no pano de fundo deste modo de organização 
econômica o fortalecimento das identidades sociais de grupos informais, cooperativas e 
associações que se articulam sob seus paradigmas. 
 
Nos últimos anos a Economia Solidária tem sido objeto de grandes questionamentos e 
discussões, vem se mostrando como uma inovadora alternativa de geração de oportunidade de 
trabalho e renda, que em sua essência valoriza principalmente as relações humanas solidária 
sendo uma resposta a favor da inclusão social. Seus princípios envolvem ação econômica, 
redistribuição igualitária e reciprocidade. Assim esta economia apresenta aspectos que não visam 
apenas a geração de renda ou mercado consumidor de seus produtos, mas, sobretudo a inclusão 
social de grupos e indivíduos que encontram na Economia Solidária uma forma de participação 
na sociedade em que estão inseridos. 
 
No final da década de 1990 foi criado o Grupo de Trabalhadores Brasileiros de Economia 
Solidária, em 2001 foram realizados os Fóruns Sociais Mundiais no Brasil. No ano de 2002, foi 
realizada a Primeira Plenária Brasileira de Economia Solidária, com a elaboração de uma 
Plataforma Nacional de Economia Solidária. Em 2003 foi criada a Secretaria Nacional de 
Economia Solidária no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego, um trabalho político que 
andou em conjunto com uma série de organizações que atuam com Economia Solidária no Brasil. 
Também foi realizada a Terceira Plenária Nacional de Economia Solidária, criando o Fórum 
Brasileiro de Economia Solidária. 
 
Em junho de 2003 foi criada, a Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES) 
apresentando como objetivo “Promover o fortalecimento e a divulgação da Economia Solidária, 
mediante políticas integradas, visando à geração de trabalhoe renda, a inclusão social e a 
promoção do desenvolvimento justo e solidário”, confirma também o apoio e o reconhecimento 
público. 
 
Em 2004, foi realizada o I Encontro Nacional de Empreendimentos Econômicos Solidários 
com mais de mil empreendimentos participantes, anunciando a grande heterogeneidade 
econômica e cultural obtida pela economia solidária no nosso país. 
 
Entre 2005 e 2007 com o mapeamento da Economia Solidária, foram identificados 21.859 
Empreendimentos Econômicos Solidários em 2.934 municípios do Brasil (o que corresponde a 
52% dos municípios brasileiros). Os dados colhidos pelo mapeamento indicam que está em 
construção uma importante alternativa de inclusão social pela via do trabalho e da renda. Apesar 
do crescimento e importância que vêm adquirindo, esses empreendimentos apresentam grandes 
fragilidades, tais como as dificuldades na comercialização, acesso ao crédito, apoio e assistência 
técnica. 
 
Atualmente o Brasil conta com o suporte do Fórum Brasileiro, existem ainda 27 fóruns 
estaduais com milhares de participantes (empreendimentos, entidades de apoio e rede de 
gestores públicos de economia solidária) em todo o território brasileiro. Além de contar com as 
ligas e uniões de empreendimentos econômicos solidários, foram criadas novas organizações de 
abrangência nacional, como é o exemplo da União das Cooperativas de Agricultura Familiar e 
Economia Solidária (UNICAFES) e da União e Solidariedade de Cooperativas e empreendimentos 
de Economia Social (UNISOL). 
 
As fragilidades e dificuldades encontradas pelos empreendimentos solidários não 
impedem seu avanço. Assim Economia Solidária no Brasil está se propagando nas organizações 
políticas, constituindo fóruns e redes, com a intenção de ultrapassar a dimensão de iniciativas 
isoladas e fragmentadas. 
 
No Brasil, é visível uma nova forma solidária popular que se expressa no método e no 
ideário de um número crescente de empreendimentos econômicos, levados à frente por 
trabalhadores acanhados pela falta de alternativas de subsistência ou movidos por seus valores e 
convicções. Esses empreendimentos se organizam das mais diversas formas, em associações 
informais ou grupos comunitários de produção ou cooperativas. A aderência cada vez maior de 
labutadores a alternativas de afazeres e renda de costume associativo e cooperativo, ao lado da 
multiplicação de organizações só confirmam o crescente sucesso da economia solidária como 
uma nova alternativa de vida. 
 
De modo geral o crescimento, as ações realizadas e os resultados alcançados da economia 
solidária só evidenciam os avanços na constituição de uma política pública federal para a 
economia solidária no Brasil. 
 
2-ECONOMIA SOLIDÁRIA COMO ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO 
 
As reivindicações da Economia Solidária traz uma espécie de ressurreição de valores que 
fazem parte da cultura do movimento operário: solidariedade, autogestão, autonomia, 
mutualismo e economia moral. Nesse sentido, é cada vez mais frequente o agrupamento de 
pessoas que se reúnem emoldurados pelos princípios e aplicabilidades dessa forma de fazer 
economia, isso se dá como alternativa as condições de vida degradantes que muitas pessoas 
compartilham mundo a fora. 
 
A política de Economia Solidária projeta incremento integral que visa à sustentabilidade, à 
justiça econômica, social, cultural e ambiental e à democracia participativa, surge como 
alternativa de equacionar, no que tange ao trabalho, a precarização das relações de trabalho e 
combater o desemprego. Nas palavras de Singer é “apenas a manifestação mais visível de uma 
transformação profunda da conjuntura do emprego.”2002, p.103. Sendo assim Economia 
 
Solidária sinaliza para a formulação de novas maneiras de pensar e fazer o trabalho, ponto que 
se traduz como sobrevivência para os seres humanos. 
 
Nesse sentido, compreende-se por Economia Solidária o conjunto de atividades 
econômicas de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito, aparelhado sob a forma de 
autogestão. Rocca (in TAUILE, 2001) defende que: 
 
A economia solidária recobre diferentes formas de organização onde os 
cidadãos e cidadãs se incumbem seja para criar sua própria fonte de 
trabalho, seja para ter acesso a bens e serviços de qualidade ao mais 
 
baixo custo possível, numa dinâmica solidária e de reciprocidade que 
articula os interesses individuais aos coletivos ( ROCA,2001 IN 
TAUILE,2001,P. 3). 
 
 
 
Segundo França Filho e Laville ao analisar a emergência de laços sociais de solidariedade, 
especialmente frente à crise generalizada de ocupação consideram que a 
 
[...] economia solidária mergulha suas raízes nas relações de 
pertencimento vividas que podem ser tradicionais. Entretanto, ela não se 
confunde com a economia tradicional, pois vai além do domínio privado, 
exprimindo no espaço público a reinvidicação de um poder-agir na 
economia, isto é, a demanda de uma legitimação da iniciativa, 
independente da detenção de um capital. Ela funda, assim, um 
empreendedorismo que não é movido pela rentabilidade do capital 
investido e não distingue o que é da ordem da produção e da distribuição, 
combinando associação para exercer uma profissão em comum e ajuda 
mútua. (FRANÇA FILHO E LAVILLE,2004,P.135.) 
 
 
 
O fato é que a Economia Solidária tem desenhado um novo cenário para trabalhadores e 
trabalhadoras que se unem num esforço coletivo para se inserir no mercado de trabalho. 
Também é realidade que nos últimos anos está crescendo os movimentos sociais e os 
empreendimentos econômicos populares e de redes associativas, esse crescimento só evidencia 
o crescimento e a importância de se pensar visando os princípios postulados pela Economia 
Solidária. 
 
No entremeio destas discussões sobre a economia solidária se faz necessário discutir 
sobre a questão da mulher no espaço rural, pois se comporta como uma categoria social e 
política diferenciada em função das lutas que trava todos os dias. Atualmente a mulher vem 
ganhando espaços na sociedade em função das lutas históricas que travou durante séculos, no 
intuito de que seus direitos fossem respeitados e elevados às estâncias políticas, judiciais e 
sociais. No entanto, vale ressaltar que sua condição enquanto indivíduo social está ligado a 
ideologias e crenças de submissão por parte da sociedade, tanto no que concerne a política, a 
economia como os demais setores da vida social. Foi necessário muitas vozes serem elevadas, 
muitas barreiras serem ultrapassadas e bandeiras de protestos levantadas para que hoje a 
mulher pudesse galgar e se fazer presente nos ambientes de decisões do país e do mundo. No 
entanto, esse acesso ainda é pequeno diante das muitas mulheres que ainda se encontram 
subjugadas e silenciadas em seus lares e na sua própria razão de ser. 
 
Essa situação de submissão se torna ainda mais grave quando remetemos uma análise 
sobre o espaço rural, onde as desigualdades são mais acentuadas, pois além das questões de 
gênero, o acesso às políticas públicas de direito universal se tornam mais precárias e menos 
resolutivas. Ou seja, a mulher nesse cenário precisa lutar contra uma essência de ser 
culturalmente construída e socialmente imposta de dominação, além de conviver com a 
“invisibilidade” diante de seus trabalhos diariamente realizados, por não haver um ressarcimento 
monetário por desempenhar tais funções. 
 
Na tentativa de sanar essas dificuldades vários movimentos foram organizados (como o 
MMTR-NE - Movimento de Mulheres Trabalhadoras do Nordeste-), principalmente após a 
Constituição de 1988 que incluiu em seus textos direitos antes negados as mulheres, como a 
posse a terra e a aposentadoria rural. Assim, 
 
As questões principais que estão na origem dos movimentos de mulheres 
trabalhadoras rurais são principalmente o reconhecimento da profissão 
de agricultora (e nãocomo doméstica, visando quebrar a invisibilidade 
produtiva do trabalho da mulher na agricultura); a luta por direitos 
sociais, especialmente o direito à aposentadoria e salário maternidade; e 
o direito à sindicalização; questões relacionadas com a saúde da mulher. 
Aparece também o tema do acesso a terra, com as mulheres encampando 
a bandeira da Reforma Agrária e a ela incorporando reivindicações 
específicas de gênero, como titulação da terra em nome do casal 
(conjunta com marido e/ou companheiro) ou em nome da mulher chefe 
de família, direito das mulheres solteiras ou chefes de família a serem 
beneficiárias da reforma agrária (HEREDIA E CINTRÃO, 2006, P.10). 
 
 
 
No entanto, apesar das mudanças na legislação, muita coisa ainda não saiu do papel, e 
outras caminham a passos lentos. Neste entremeio vale salientar a questão dos assentamentos 
rurais que se apresentam como soluções positivas no que diz respeito à promoção da habitação, 
alimentação, do acesso à educação e a saúde favorecendo a organização das mulheres, apesar 
disso, além de não atender a demanda que existe, essa situação não modifica as desigualdades 
de gênero no interior das famílias. Há muita coisa que precisa mudar para que a situação de 
subjugação das mulheres possa transpassar as barreiras das indiferenças. 
 
Neste panorama, a Economia Solidária, têm emergido práticas de relações econômicas e 
sociais que, de imediato, propiciam a sobrevivência e a melhora da qualidade de vida de milhões 
de pessoas em diferentes partes do mundo. São técnicas constituídas em relações de 
colaboração solidária, movidas por valores culturais que colocam o ser humano como sujeito e 
finalidade da atividade econômica, em vez da acumulação privada de riqueza particular. 
 
Os valores principais da Economia Solidária são o trabalho, o conhecimento e o 
atendimento das necessidades sociais da população, a partir de uma gestão responsável dos 
recursos públicos. A Economia Solidária concebe utensílio de combate à exclusão social na 
medida em que apresenta alternativa viável para a geração de trabalho e renda e para a 
satisfação direta das necessidades humanas, suprimindo as desigualdades materiais e difundindo 
os valores da ética e da solidariedade. Para França Filho, 
 
 
 
Trata-se de uma concepção que insiste antes de tudo sobre a construção 
de estratégias territoriais de desenvolvimento em torno do fomento de 
uma outra dinâmica econômica, baseada na construção e fortalecimento 
de circuitos socioprodutivos locais integrados ao tecido das relações 
sociais, políticas e culturais de um lugar (2006, p. 262). 
 
A Economia Solidária é também um projeto de ampliação integral que visa à 
sustentabilidade, a justiça econômica e social e a democracia participativa, além da preservação 
ambiental e a utilização racional dos recursos naturais. Além disso, a Economia Solidária exige o 
compromisso dos poderes públicos com a democratização do poder, da riqueza e do saber, e 
estimula a formação de alianças estratégicas entre organizações populares para o exercício pleno 
e ativo dos direitos e responsabilidades da cidadania (controle social). Pra Owen (2002, p. 129): 
 
 
 
Torna-se cada vez mais evidente que é muito mais fácil produzir e 
distribuir riquezas abundantes e bem educar e governar a população pela 
união dos homens, habituados a cooperar e ajudar-se mutuamente em 
um único interesse definido e bem compreendido que pela divisão e 
oposição de interesses. 
 
 
 
Sendo assim, o valor central da economia solidária é o trabalho, o saber e a criatividade 
humanos e não o capital-dinheiro e sua propriedade sob quaisquer de suas formas. A Economia 
Solidária dentro dos seus princípios, também busca a unidade entre produção e reprodução, 
evitando a contradição fundamental do sistema capitalista, que desenvolve a produtividade, mas 
exclui crescentes setores de trabalhadores do acesso aos seus benefícios, busca outra qualidade 
de vida e de consumo, e isto solicita a solidariedade entre os cidadãos. Para a Economia Solidária, 
a eficácia não pode limitar-se aos melhoramentos materiais de um empreendimento, mas se 
delibera também como ação social, em função da qualidade de vida e da felicidade de seus 
membros. 
 
De qualquer forma, uma das características marcantes de qualquer EES é o 
desdobramento de suas ações sobre a comunidade. França Filho e Laville (2004, p. 168) 
observam que neles existe “uma tentativa de combinação singular entre, ao mesmo tempo, 
valorização de relações comunitárias e afirmação do princípio da alteridade”. 
 
A economia solidária surge então como uma alternativa a este modelo de exclusão. Brota 
como possibilidade de se resgatar valores humanos que levem a uma formação social mais 
igualitária. Sem prever patrões e empregados, compradores e vendedores da força de trabalho, 
mas vendo trabalhadores iguais. A possibilidade de participação do trabalhador no processo de 
trabalho, a retomada da sua autonomia, aspectos resgatados pelos ideais do cooperativismo, 
podem tornar o trabalho pleno de sentidos, fonte de criação e de vida, agora se opondo ao 
estranhamento, à sua forma enfadonha, geradora de sofrimento, pobreza e miséria humana, tão 
comuns ao modo de produção de mercadorias. 
 
Na luta por sobrevivência e igualdade social grande parte da população que sempre foi 
massacrada pelo modelo capitalista busca amenizar suas mazelas unindo-se em associações, 
cooperativas, grupos entre outros arranjos. Perante as atribuladas situações políticas, 
econômicas e sociais que assolam os municípios brasileiros, e as desigualdades que enfrentam, 
uma parte considerável da população é de grande importância encontrar maneiras de amenizar 
tais realidades buscando soluções que atendam a tais necessidades. As dificuldades são bem 
maiores quando se tratam das classes menos favorecidas da sociedade brasileira como é a caso 
do público pertencente a agricultura familiar e mulheres. Atuando no processo grupal, pode-se, 
também, auxiliar o grupo a tornar-se um local de dilogo, solidariedade e cooperativismo, onde os 
 
sujeitos se envolvam na luta coletiva contra a opressão, injustiça e desigualdade, antes 
enfrentadas individualmente. Se, por um lado, o desenvolvimento de um projeto comum 
transforma esses indivíduos em grupo,caminhos, cooperação e solidariedade, nesse prisma a 
cooperação e solidariedade entre as pessoas é de fundamental importância para fortalecer a 
união do de associadas. 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A Economia Solidária nos últimos tem se mostrado como uma alternativa ao desemprego 
e também vem chamando bastante a atenção para seu diferencial de ações e o formato jurídico-
institucional assumido como modelo. 
 
Os empreendimentos de Economia Solidária como cooperativas ou associações são auto 
geridas por um caráter de afeição solidária, bem como, sua justificativa, se basear na substituição 
estrutural ao trabalho assalariado convencional e na requalificação do universo de atividades 
informais de trabalho. 
 
No decorrer deste estudo observou-se que a sociabilidade constituída nesse universo é 
bastante híbrida reunindo ramos de atividades variados que se relacionam de modo também 
distinto com o mercado. Verificou-se que diretamente ou indiretamente tais ações laborativas se 
coadunam com as necessidades da valorização capitalista, mesmo nas situações limites de 
aquisição de produtos e serviços no mercado para subsistência. 
 
Também ficou evidente que em muitos casos há o enfraquecimento estrutural dessas 
experiências no que se refere a sua sustentabilidade por força do diminuto capital de giro que 
conseguem reunir, da defasagem tecnológica, baixa escolarização dos trabalhadores e 
improvisada cadeia produtiva e de comercialização, mas ao mesmo tempo existem as 
experiências que mantém melhor níveis de sobrevivência quena sua grande maioria são aquelas 
que estabelecem vínculos mais estreitos com empresas em algum momento da cadeia produtiva, 
mesmo que isso lhes imponha mais determinantemente o ritmo e a dinâmica do processo 
produtivo. 
 
No proceder da pesquisa esteve aparente o drama social em torno do deserto da 
desocupação e da informalidade. As fontes pesquisadas deixaram mais marcantes as evidências 
de que os públicos desajudados socialmente buscam na Economia Solidária uma nova forma de 
se tornarem mais visíveis aos alhos da nossa sociedade primeiramente capitalista, pois a ética 
referida na Economia Solidária é portadora de elementos de força social para enfrentamentos a 
respeito da face crescentemente destrutiva do capital, em sentido humano e ambiental. Essa 
ética compete para pressionar social e politicamente, mas não deixa de se sustentar numa 
argumentação teoricamente frágil da força hegemônica do capital que leva a uma visão 
voluntarista do trabalho. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A Deus, por ter me concedido o dom da vida e mostrado que não há impossibilidades 
quando acreditamos em nós mesmo. 
A minha família pela compreensão sempre concedida; 
Aos docentes desta instituição que concederam os desafios a serem desvendados através 
do espírito da Economia Solidária. 
Aos amigos que sempre tiveram apostos para um socorro imediato quando necessário. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
 
ABRAMOVAY, Ricardo (org). Laços financeiros na luta contra a pobreza. São Paulo,1997. 
 
 
 
TAULI, J. R. Do socialismo de mercado à economia solidária. Trabalho submetido ao seminário 
internacional: Teorias de Desenvolvimento no novo século em Julho de 2001. 
 
FRANÇA FILHO, G.C de e LAVILLE, J. Economia Solidária uma abordagem internacional. Porto 
Alegre: Editora da UFRGS, 2004. 
 
 
 
HEREDIA, Beatriz; CINTRÃO, Rosângela. Gênero e Acesso as Políticas Públicas no Meio Rural 
Brasileiro. IN Revista NERA. Rio de Janeiro, V. 08, Nº 09, ano 2006. Disponível em 
www2.fct.unesp.br/nera/revistas/08/Heredia.PDF, acesso em outubro de 2012. 
 
 
 
OWEN, R. O livro do novo mundo moral. In: TEIXEIRA, A. Utópicos, heréticos e malditos: os 
precursores do pensamento social de nossa época. Rio de Janeiro: Record, 2002. 
 
 
 
SAINT-SIMON, H. Um sonho. In: TEIXEIRA, A. Utópicos, heréticos e malditos: os precursores do 
pensamento social de nossa época. Rio de Janeiro: Record, 2002a. 
 
 
 
SINGER, P. A recente ressurreição da economia solidária no Brasil. In: SANTOS, B. Produzir para 
viver: os caminhos da produção não capitalista. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

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