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Novo Código de Processo Civil (CPC) – Artigo por artigo (Direto ao ponto) 
 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada 
pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na 
jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Sumário 
1. Novo Código de Processo Civil ............................................................................... 4 
1.1 Visão panorâmica.............................................................................................. 4 
1.1.1 Explicação inicial .......................................................................................... 4 
1.1.2 Histórico ....................................................................................................... 4 
1.1.3 Exposição de motivos do anteprojeto do novo CPC ................................... 5 
1.1.4 Parte geral do novo CPC .............................................................................. 7 
1.1.4.1 Considerações iniciais .......................................................................... 7 
1.1.4.2 Principais aspectos ............................................................................... 8 
1.1.4.2.1 Intervenção de terceiros ............................................................... 8 
1.1.4.2.1.1 Denunciação da lide ............................................................... 8 
1.1.4.2.1.2 Oposição ................................................................................ 9 
1.1.4.2.1.3 Nomeação à autoria............................................................... 9 
1.1.4.2.1.4 Novas modalidades de intervenção ...................................... 9 
1.1.4.2.1.4.1 Incidente de desconsideração da personalidade jurídica 
 ........................................................................................ 9 
1.1.4.2.1.4.2 Amicus curiae ................................................................ 11 
1.1.4.3 Positivação dos “princípios constitucionais do processo” ................. 12 
1.1.4.4 Alteração do regime das questões prejudiciais ................................. 14 
1.1.4.5 Cooperação internacional .................................................................. 15 
1.1.4.6 Estímulo às formas alternativas de solução de conflito .................... 16 
1.1.4.6.1 Conciliação e mediação .............................................................. 16 
1.1.4.6.1.1 Aspectos gerais .................................................................... 16 
1.1.4.6.1.2 Atuação do conciliador e mediador ..................................... 20 
1.1.4.6.2 Arbitragem .................................................................................. 20 
1.1.4.7 Poderes do juiz ................................................................................... 21 
1.1.4.7.1 Previsão legal .............................................................................. 21 
1.1.4.7.2 Inovações .................................................................................... 22 
Novo Código de Processo Civil (CPC) – Artigo por artigo (Direto ao ponto) 
 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada 
pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na 
jurisprudência dos Tribunais. 
 
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1.1.4.8 Obrigação de julgamento em ordem cronológica de conclusão ....... 25 
1.1.4.9 Obrigatoriedade de ampla fundamentação das decisões judiciais ... 27 
1.1.4.10 Exercício da advocacia ..................................................................... 28 
1.1.4.11 Acordos de procedimento realizados pelas partes ......................... 30 
1.1.4.12 Gratuidade de justiça ....................................................................... 31 
1.1.4.13 Fazenda Pública em juízo ................................................................. 33 
1.1.4.14 Tutelas de urgência e de evidência .................................................. 37 
1.1.4.14.1 Previsão legal ............................................................................ 37 
1.1.4.14.2 Tutela de urgência .................................................................... 41 
1.1.4.14.3 Tutela de evidência ................................................................... 43 
1.2 Parte especial do novo CPC ............................................................................ 45 
1.2.1 Principais aspectos .................................................................................... 45 
1.2.1.1 Processo de conhecimento e cumprimento de sentença ................. 45 
1.2.1.1.1 Prazo da contestação (termo inicial) .......................................... 45 
1.2.1.1.2 Reconvenção ............................................................................... 47 
1.2.1.1.3 Julgamento antecipado parcial da lide ....................................... 47 
1.2.1.1.4 Saneamento e organização do processo .................................... 48 
 
 
Novo Código de Processo Civil (CPC) – Artigo por artigo (Direto ao ponto) 
 
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Contato para dúvidas por whatsapp: 
- (21) 98851-3231 
 
Contato por e-mail para dúvidas: 
- eriknavarrowolkart@gmail.com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Novo Código de Processo Civil (CPC) – Artigo por artigo (Direto ao ponto) 
 
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pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na 
jurisprudência dos Tribunais. 
 
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1. Novo Código de Processo Civil 
1.1 Visão panorâmica 
1.1.1 Explicação inicial 
A ideia deste tópico é realizar uma visão panorâmica do novo CPC com a finalidade 
de estudá-lo nesse primeiro momento de forma mais ampla, para então depois, estudá-los 
em detalhes, ou seja, estudar cada artigo de seu texto. 
 
1.1.2 Histórico 
O início deste novo CPC ocorreu Senado Federal com o projeto 166/2010, com a 
constituição de uma comissão presidida pelo Ministro Luiz Fux. A comissão foi formada pela 
professora Teresa Arruda Alvim Wambier, Ministro Luiz Fux e outros grupos de estudo do 
processo civil. 
O projeto 166/2010 não era tão técnico quanto o texto final do novo CPC, mas era 
mais prático no sentido de resolver os problemas que existiam no Poder Judiciário. 
Após, outra comissão apresentou no Senado um substitutivo do Senador Valter 
Pereira. Logo depois, o projeto passou para a Câmara dos deputados e lá também foi 
apresentado um novo substitutivo que recebeu o nome de Projeto Barradas (PL 8046/2010). 
Vale mencionar que o PL 8046/2010, por ter sido um projeto com participação tanto 
dos Deputados quanto de outros acadêmicos, possui uma grande diferença em seu texto em 
comparação ao projeto inicial (PL 166/2010) e ao substitutivo do Senado Federal. 
O relatório final do Senador Vital do Rego foi passado ao Senado e, a seguir, houve o 
texto final com a aprovação de 12 (doze) destaques. 
A redação final1 do novo CPC (levada à sanção presidencial) deve ter sua sanção até o 
fim de março de 2015. 
Exemplo: um dos destaques presentes é o da inclusão dos “embargos infringentes 
simplificados”, mas que nesse texto final não foi colocado no rol de recurso. Explica-se 
brevemente: esse recurso é excluídodo relatório final do novo CPC, mas se torna um 
 
1
“Nota do monitor”: sempre que neste presente resumo houver a menção a expressão “Redação final do novo 
CPC”, o presente resumo refere-se ao material “REDAÇÃO FINAL NCPC” já incluído no portal do aluno. Esse 
material refere-se a Redação final do Substitutivo da Câmara dos Deputados ao Projeto de Lei do Senado nº 
166, de 2010 (nº 8.046, de 2010, naquela Casa). 
 
Ademais, ressalta-se que após a sanção presidencial algum veto ou alguma alteração de numeração pode 
acontecer, mas caso isso aconteça o material será devidamente atualizado. 
Novo Código de Processo Civil (CPC) – Artigo por artigo (Direto ao ponto) 
 
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instrumento automático, ou seja, em apelação, em ação rescisória ou em agravo, o 
julgamento será remarcado ou a sessão será estendida com a convocação de novos 
desembargadores para rejulgar o caso. O assunto será estudado com detalhes 
posteriormente. 
 
1.1.3 Exposição de motivos do anteprojeto do novo CPC 
Para uma compreensão mais clara das mudanças trazidas pelo novo CPC, é 
importante a leitura da exposição de motivos do anteprojeto do novo CPC que, à época, foi 
elaborado pela primeira comissão presidida pelo Min. Fux. 
Neste momento, cabe a citação dos objetivos claros do novo código: 
a) Estabelecer expressa e implicitamente verdadeira sintonia fina com a 
CRFB/88; 
b) Criar condições para que o juiz possa proferir decisão de forma mais rente à 
realidade fática subjacente à causa; 
Observação: a crítica sobre esse ponto é que no anteprojeto a previsão era de um 
código visando o Poder Judiciário, mas no seu relatório final foi chamado de “código da 
advocacia” por muitas pessoas diante das alterações realizadas no decorrer do tempo em 
relação aos poderes e liberdades do juiz. 
c) Simplificar, resolvendo problemas e reduzindo a complexidade de 
subsistemas, como, por exemplo, o recursal; 
Observação: o projeto do Senado Federal simplificava muito a complexidade do atual 
CPC/73, mas esse ponto também foi objeto de críticas diante do relatório final que manteve 
alguns institutos que não possuem simplicidade alguma. 
Exemplo1: a reconvenção, antes extinta, foi restaurada na redação final do novo CPC. 
Exemplo2: inclusão dos “embargos infringentes simplificados”. 
d) Dar todo rendimento possível a cada processo em si mesmo considerado; 
Observação: com o poder que as partes passam a ter em relação ao juiz, tal como 
ocorre na previsão do acordo de procedimentos, se houver um bom diálogo entre o juiz e as 
partes, de modo que a cooperação realmente seja efetivada, principalmente no saneamento 
do processo, há chances de que o processo possua realmente um maior rendimento. 
e) Finalmente, sendo talvez este último objetivo parcialmente alcançado pela 
realização daqueles mencionados antes, imprimir maior grau de organicidade ao sistema, 
dando-lhe, assim, mais coesão. 
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Observação: esse objetivo parece ter sido preenchido visto que o novo CPC teve 
como finalidade ser um Código encaixado como um sistema. 
Exemplo1: havia uma crítica muito grande ao CPC/73 no sentido que ele não possuía 
uma parte geral, o que foi resolvido no novo CPC. 
Exemplo2: o CPC/73 foi muito prejudicado pelas reformas que sofreu no decorrer do 
tempo. Assim, quando no CPC/73 a execução de título judicial foi transformada para o 
cumprimento de sentença, passou a fazer parte do mesmo procedimento, mas apenas se 
tornou uma fase diferente. Nota-se que apesar da mudança, o cumprimento de sentença foi 
mantido na parte de execuções do CPC/73. Agora, o novo CPC traz isso com uma maior 
organização. 
Exemplo3: o novo CPC traz apenas um único procedimento chamado de 
procedimento comum, o qual também trata do cumprimento de sentença. Além disso, o 
novo CPC também traz os procedimentos especiais. Assim, com a aplicação do novo CPC o 
procedimento sumário não mais existirá. 
f) Alcance do princípio da igualdade e da segurança jurídica. 
A busca da segurança jurídica (pacificação social) é um dos escopos da jurisdição, ou 
seja, é um dos principais objetivos da atividade jurisdicional. No entanto, no Brasil havia o 
problema de dispersão jurisprudencial sobre esse assunto, ou seja, cada juiz dispunha sobre 
o assunto conforme o seu entendimento. 
Com o novo CPC, existirá um sistema de obrigatoriedade / força cogente / força 
magnética dos precedentes judiciais. 
Exemplo1: nova sistemática que o novo CPC traz sobre os julgamentos dos Recursos 
especial e extraordinário repetitivos. 
Exemplo2: criação do incidente de resolução de demandas repetitivas. 
Exemplo3: criação do instituto da coletivização da lide. Este assunto não existia no 
projeto do Senado Federal e foi incluído quando o texto do novo CPC passou pela Câmara 
dos Deputados. Depois de sair novamente do texto do novo CPC, esse assunto voltou como 
um dos 12 (doze) destaques do relatório final do novo CPC. 
Antes, com o CPC/73, acontecia a hipótese de duas pessoas estarem na mesma 
situação e receberem respostas distintas do Poder Judiciário. Isso gerava uma insegurança 
jurídica e um prejuízo ao princípio da igualdade, com a consequente impossibilidade de 
cumprimento da pacificação social. 
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De toda sorte, conclui-se que, se esses três institutos (acima citados) forem bem 
manejados pelos operadores do Direito e pelo Poder Judiciário, ocorrerá um grande avanço 
quanto essa problemática da insegurança x segurança jurídica. 
 
1.1.4 Parte geral do novo CPC 
1.1.4.1 Considerações iniciais 
O novo CPC será dividido em duas partes (parte geral e parte especial) as quais serão 
estudadas a seguir. 
A parte geral (art. 1º ao art. 317 da redação final do novo CPC) possui 6 (seis) livros: 
a) Livro I: Das normas fundamentais e Da aplicação das normas processuais. 
Neste Livro estão presentes todos os princípios que regularão o processo civil, inclusive, 
alguns deles já constam na CRFB; 
b) Livro II: Da função jurisdicional; 
c) Livro III: Dos sujeitos do processo. É neste ponto, por exemplo, que foram 
incluídas as intervenções de terceiros; 
d) Livro IV: Dos atos processuais. Neste Livro está presente o sistema das 
nulidades, por exemplo; 
e) Livro V: Da tutela provisória. Esse Livro é bastante revolucionário visto que o 
tema possui um tratamento muito diferente em comparação ao CPC/73; 
f) Livro VI: Formação suspensão e extinção do processo. 
Observação: além desse capítulo para a parte geral, ainda existirá um capítulo para a 
parte especial (com todos os procedimentos, como, por exemplo, o procedimento do 
cumprimentode sentença) e existirá um capítulo para os procedimentos especiais. 
Ademais, a parte das disposições finais e transitórias também se mostra como uma 
parte muito importante do novo CPC haja vista que essas disposições trazem muitas 
modificações não só para o Direito Processual Civil.2 
Exemplo: normas do Código Civil são revogadas. 
 
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“Nota do monitor/ professor”: a leitura das disposições finais e transitórias é de leitura recomendável para a 
boa compreensão do novo CPC. 
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1.1.4.2 Principais aspectos 
1.1.4.2.1 Intervenção de terceiros 
Todas as intervenções de terceiros foram transferidas para a parte geral do novo CPC 
(art. 119 a 138 da redação final do novo CPC). Em comparação ao CPC/73, houve algumas 
modificações que serão estudadas a seguir. 
 
1.1.4.2.1.1 Denunciação da lide 
Referente à denunciação da lide, proibiu-se a denunciação da lide per saltum, 
decorrente da revogação do art. 456 do CC (art. 1072, II da redação final do novo CPC). 
Redação Final novo CPC, Art. 1.072. Revogam-se: 
II – os arts. 227, caput, 229, 230, 456, 1.482, 1.483 e 1.768 a 1.773 da Lei nº 10.406, de 
10 de janeiro de 2002 (Código Civil); 
Observação1: o art. 456 do Código Civil é aquele que regulamenta a denunciação da 
lide per saltum (artigo que não mais existirá quando o novo CPC estiver em vigor). Observe a 
atual redação do art. 456. 
CC, Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente 
notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe 
determinarem as leis do processo. 
Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo manifesta a 
procedência da evicção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou usar de 
recursos. 
Observação2: A grande dificuldade atual nos casos de denunciação da lide é a 
hipótese de denunciação da lide quando ocorre a evicção. 
Exemplo: um grileiro que forja os documentos de um terreno vende o bem para uma 
pessoa (A) que entendendo ser a nova proprietária vende esse mesmo imóvel para B. B 
vende o imóvel para C e C vende para D. No entanto, desde o início houve uma compra de 
imóvel de quem não era dono do mesmo. Neste caso, o verdadeiro proprietário (E) ajuíza 
uma ação reivindicatória e “atual proprietário” (D) perde o imóvel. A pessoa D então 
apresenta sua denunciação da lide. 
No exemplo acima, nota-se que D tem relação com C. 
De toda sorte, o CPC/73 permitia a existência de uma denunciação da lide sucessiva 
e/ou regressiva até que se chegasse ao grileiro. A jurisprudência, com o art.456 do CC/2002 
(acima citado), passou a entender essa denunciação da lide per saltum como algo realmente 
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possível, possibilitando que D denunciasse diretamente o grileiro e possibilitando também 
um maior rendimento ao processo. 
Ocorre que diante da nova previsão do novo CPC sobre o assunto essa situação não 
mais ocorrerá, ou seja, haverá a vedação da denunciação da lide per saltum, decorrente da 
revogação do art. 456 do CC. 
 
1.1.4.2.1.2 Oposição 
A oposição deixa de ser uma modalidade de intervenção de terceiros, mas passa a ser 
um dos procedimentos especiais. 
 
1.1.4.2.1.3 Nomeação à autoria 
A nomeação à autoria foi extinta pelo novo CPC. 
 
1.1.4.2.1.4 Novas modalidades de intervenção 
Novas modalidades foram criadas: a desconsideração da personalidade jurídica e a 
figura do amicus curiae. 
 
1.1.4.2.1.4.1 Incidente de desconsideração da personalidade jurídica 
Há novo CPC a possibilidade expressa de aplicação da desconsideração da 
personalidade jurídica (art.133 a 137 da redação final do novo CPC). 
Redação Final novo CPC, Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade 
jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber 
intervir no processo. 
§ 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos 
previstos em lei. 
§ 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da 
personalidade jurídica. 
 
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de 
conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo 
extrajudicial. 
§ 1º A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as 
anotações devidas. 
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§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade 
jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa 
jurídica. 
§ 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º. 
§ 4º O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais 
específicos para desconsideração da personalidade jurídica. 
 
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para 
manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias. 
 
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão 
interlocutória. 
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno. 
 
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, 
havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente. 
Vale mencionar que a desconsideração da personalidade jurídica já estava presente 
no direito civil e tributário, por exemplo, e não houve nenhuma criação ou modificação de 
hipóteses de desconsideração da personalidade jurídica. 
No entanto, como não havia nenhuma previsão processual para a desconsideração, o 
contraditório era constantemente desrespeitado. Explica-se: quando o juiz entendia que o 
caso concreto era passível de aplicação dessa desconsideração, ele realizava diretamente o 
redirecionamento do processo para a pessoa física relacionada à pessoa jurídica 
(originalmente parte ré da ação) o que, de certa forma, violava o princípio do contraditório. 
Já com a criação do incidente de desconsideração, o princípio do contraditório é 
respeitado e muito bem observado. 
Referente a este tema, outra novidade foi trazida em relação ao direto material: 
possibilidade da aplicação da desconsideração da personalidade jurídica inversa. 
Normalmente uma pessoa física constitui uma pessoa jurídica, assumindo dívidas e 
obrigações com terceiros. No entanto, essa pessoa jurídica torna-se inadimplente, dando 
consequência a sua “quebra”. O resultado disso é o nãopagamento dos credores dessa 
pessoa jurídica, mas há a manutenção do patrimônio do sócio / pessoa física. 
De toda sorte, muito comum é também acontecer a situação inversa. A pessoa 
assume dívidas na pessoa física, mas seus bens estão todos aplicados na pessoa jurídica que 
faz parte e que está saudável financeiramente. Assim, quando essa pessoa física é 
executada, não possui qualquer patrimônio para assumir o pagamento junto aos credores. É 
neste caso que a desconsideração da personalidade jurídica inversa pode ser aplicada: a 
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ação judicial contra a pessoa física será redirecionada contra a pessoa jurídica que essa 
pessoa física se relaciona / faz parte. 
 
1.1.4.2.1.4.2 Amicus curiae 
O novo CPC traz a previsão da possibilidade de se pleitear o amicus curiae em 
qualquer processo com potencial repercussão social (ações civis públicas, ações individuais, 
entre outras). 
O assunto está previsto no art.138 da redação final do novo CPC. 
Redação final do novo CPC, Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da 
matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da 
controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou 
de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou 
jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo 
de 15 (quinze) dias de sua intimação. 
§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem 
autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e 
a hipótese do § 3º. 
§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, 
definir os poderes do amicus curiae. 
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de 
demandas repetitivas. 
O amicus curiae trará subsídios ao juiz para que ele julgue a causa de uma forma 
melhor e com uma maior legitimidade, inclusive em ações individuais como acima relatado. 
Em relação aos poderes do amicus curiae, o juiz ou o relator no momento que 
admitir a atuação do amicus curiae (por decisão irrecorrível, segundo o caput do artigo 
acima citado), delimitará os poderes desse participante. 
Observação: o amicus curiae, a priori, não pode interpor recursos, salvo no incidente 
de demandas repetitivas e salvo a possibilidade de oposição de embargos de declaração. 
Nesse sentido, deve-se realizar uma leitura atenta aos seguintes parágrafos: 
Redação final do novo CPC, Art. 138. (...) 
§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, 
definir os poderes do amicus curiae. 
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de 
demandas repetitivas. 
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Novo Código de Processo Civil (CPC) – Artigo por artigo (Direto ao ponto) 
 
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pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na 
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Referente ao parágrafo 2º acima citado nota-se que o juiz pode adotar uma postura 
ativa de intimar entes que tenham uma atividade plenamente reconhecida para que eles 
atuem como amicus curiae. 
 
1.1.4.3 Positivação dos “princípios constitucionais do processo” 
No novo CPC, houve uma grande preocupação dos membros da comissão em 
respeitar o modelo constitucional do processo civil e reforçar os princípios constitucionais do 
processo. 
Desta forma, positivaram-se os “princípios constitucionais do processo” (art. 8º da 
redação final do novo CPC) tais como o da duração razoável do processo entre outros (já 
presentes na CRFB). 
Redação Final novo CPC, Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos 
fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da 
pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a 
publicidade e a eficiência. 
Ademais, outros princípios também foram incluídos os quais são aqui citados: 
 O princípio da cooperação (art. 6o); 
Redação Final novo CPC, Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si 
para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 
 Princípio da Boa-fé (art. 5o). 
Redação Final novo CPC, Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo 
deve comportar-se de acordo com a boa-fé. 
Observação1: interessante mostrar que o novo CPC não apenas citou os princípios, 
mas fez com que eles fossem aplicados. Um desses casos é o princípio da cooperação, que 
também é chamado por alguns autores de direito de influência visto que muda a postura do 
juiz em relação às partes e vice-versa. O juiz e as partes no novo CPC passarão a ser mútuos 
colaboradores. 
Exemplo1: no saneamento do processo quando o juiz entender que o processo é 
muito complexo poderá marcar uma audiência na qual as partes se farão presentes e 
esclarecerão o que há de pendências e dúvidas, de forma a evitar futuras nulidades 
processuais. 
Exemplo2: passará a vigorar para o juiz a ideia do venire contra factum proprium, ou 
seja, se o juiz quiser julgar antecipadamente a lide deverá antes comunicar as partes dessa 
sua decisão. Justificativa: se ocorre o julgamento antecipado da lide, também se retira a 
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possibilidade da atuação probatória pelas partes (poder da parte de influenciar a formação 
da vontade do juiz). 
Nesse sentido, considerando que as partes concordaram e considerando a decisão do 
juiz de julgar antecipadamente a lide, ele (juiz) não pode em momento posterior (sentença) 
julgar o pedido do autor como improcedente com a alegação de falta de provas, caso 
contrário essa decisão / sentença será considerada nula diante da previsão expressa do novo 
CPC. 
Exemplo3: a boa-fé no novo código parametrizará o exercício do direito de recorrer 
diante da criação pelo novo CPC dos honorários recursais. 
Observação2: estão proibidas as chamadas “decisões de terceira via” ou “decisões 
surpresa” no novo CPC. Deverá haver manifestação prévia das partes em todos os atos 
processuais (art. 10 da redação final novo CPC). 
Redação final novo CPC, Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, 
com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade 
de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. 
Em relação a expressão “em grau algum” do artigo acima citado, deve-se ter atenção 
ao verbete sumular 456 do STF. 
SÚMULA 456: O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, CONHECENDO DO RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO, JULGARÁ A CAUSA, APLICANDO O DIREITO À ESPÉCIE. 
Apesar da sua difícil descrita,essa súmula tem o seguinte sentido: o juízo de 
admissibilidade de um Recurso Extraordinário ou de um Recurso Especial realmente 
depende do preenchimento de vários requistos, como, por exemplo, o preenchimento de 
todas as vias ordinárias e o pré-questionamento. 
No entanto, a partir do momento que o recurso foi admitido o Tribunal deve ter 
atenção as questões de ordem pública existentes no processo, e, mesmo que elas não façam 
parte do recurso, o Tribunal pode reconhecer essas questões e atacá-las. Ressalta-se que 
esse reconhecimento e ataque podem ocorrer mesmo que venha a prejudicar o recorrente. 
Diante do que foi explicado e da nova previsão do art. 10, acima citado, entende-se 
que o STF terá que ouvir as partes antes de aplicar a súmula 456. 
Vale citar que hoje só há um artigo processual que respeita o contraditório nas 
questões de ordem pública, qual seja: o art. 40 e parágrafos da lei 6830/ 80 (lei de execução 
fiscal). 
Lei 6830/80, Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for 
localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, 
nesses casos, não correrá o prazo de prescrição. 
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§ 1º - Suspenso o curso da execução, será aberta vista dos autos ao representante 
judicial da Fazenda Pública. 
§ 2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o devedor ou 
encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos. 
§ 3º - Encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os bens, serão 
desarquivados os autos para prosseguimento da execução. 
§ 4o Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o 
juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição 
intercorrente e decretá-la de imediato. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) 
§ 5o A manifestação prévia da Fazenda Pública prevista no § 4o deste artigo será 
dispensada no caso de cobranças judiciais cujo valor seja inferior ao mínimo fixado por 
ato do Ministro de Estado da Fazenda. (Incluído pela Lei nº 11.960, de 2009) 
 
1.1.4.4 Alteração do regime das questões prejudiciais 
Atualmente, essa ação funciona da seguinte forma: quando o juiz percebe que existe 
uma controvérsia a respeito da existência ou inexistência de uma relação jurídica que é 
prejudicial ao julgamento do mérito, ele (juiz) aprecia essa discussão e a resolve na 
fundamentação da sentença (incidentalmente). No entanto, essa apreciação não faz coisa 
julgada. 
Para que essa apreciação possa fazer coisa julgada, o autor, no momento de sua 
réplica, ou o réu, no momento de sua contestação, apresenta a ação declaratória incidental. 
Desta forma, a questão passa a ser julgada como questão principal e não incidental. 
O novo CPC simplificará esse instrumento com extinção da ação declaratória 
incidental. 
A coisa julgada no novo CPC atingirá as questões prejudiciais sem necessidade de 
prévio ajuizamento da ação declaratória incidental (art. 503 da redação final do novo CPC). 
Redação final novo CPC, Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito 
tem força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida. 
§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa 
e incidentemente no processo, se: 
I – dessa resolução depender o julgamento do mérito; 
II – a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de 
revelia; 
III – o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como 
questão principal. 
§ 2º A hipótese do § 1º não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou 
limitações à cognição que impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial. 
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Vale dizer que essa extensão da coisa julgada às questões prejudiciais ocorrerá desde 
que: (i) o juiz promova o devido aprofundamento cognitivo para que o ele possa apreciar 
essa questão prejudicial com o mesmo nível de cognição que apreciou o pedido principal e 
(ii) que o juiz tenha oportunizado as partes chance de se manifestarem e de influenciarem 
na decisão do juiz. 
 
1.1.4.5 Cooperação internacional 
Atualmente os pleitos atuais passam pela necessidade da carta rogatória, pelo 
instrumento exequatur e pela homologação das sentenças estrangeiras no STJ. 
No novo CPC há a criação de regras de cooperação internacional. Uma dessas regras 
é o chamado “Auxílio Direto” (art. 28 ao art. 34 da redação final do novo CPC). 
Redação final do novo CPC, Art. 28. Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer 
diretamente de decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo 
de delibação no Brasil. 
 
Art. 29. A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro 
interessado à autoridade central, cabendo ao Estado requerente assegurar a 
autenticidade e a clareza do pedido. 
 
Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto 
terá os seguintes objetos: 
I – obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos 
administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso; 
II – colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no 
estrangeiro, de competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira; 
III – qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. 
 
Art. 31. A autoridade central brasileira comunicar-se-á diretamente com suas 
congêneres e, se necessário, com outros órgãos estrangeiros responsáveis pela 
tramitação e pela execução de pedidos de cooperação enviados e recebidos pelo Estado 
brasileiro, respeitadas disposições específicas constantes de tratado. 
 
Art. 32. No caso de auxílio direto para a prática de atos que, segundo a lei brasileira, não 
necessitem de prestação jurisdicional, a autoridade central adotará as providências 
necessárias para seu cumprimento. 
 
Art. 33. Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o encaminhará 
à Advocacia-Geral da União, que requererá em juízo a medida solicitada. 
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Parágrafo único. O Ministério Público requererá em juízo a medida solicitada quando for 
autoridade central. 
 
Art. 34. Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida apreciar 
pedido de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional. 
Em um primeiro momento, o “Auxílio Direto” não prevê a atuação do juiz federal e 
do Poder Judiciário como um todo. 
Explica-se: esse instrumento permitirá que o pedidoseja requerido / encaminhado 
diretamente à “Autoridade Central” (Ministério da Justiça), que, se for o caso, requererá 
medida judicial à AGU, conforme o caso concreto. 
Exemplo: um pedido simples de envio de documentos que estão sob a administração 
de um determinado órgão pode ser feito diretamente à “Autoridade Central”. Esse pedido 
não tem reserva de jurisdição e não demanda medida judicial. 
Em resumo: o requerimento/ pleito será encaminhado para a “Autoridade Central” 
(Ministério da Justiça) e esta autoridade avaliará se pode cumprir o requerimento 
diretamente. Se o pedido for considerado como algum pleito que necessite de uma medida 
judicial ou atos que possuam reserva de jurisdição, o Ministério da Justiça comunicará à AGU 
e ela pleiteará a medida em juízo perante a Justiça Federal. 
 
1.1.4.6 Estímulo às formas alternativas de solução de conflito 
No novo CPC, houve estímulo para três institutos: a conciliação, a mediação e a 
arbitragem, captando a realidade atual. 
 
1.1.4.6.1 Conciliação e mediação 
1.1.4.6.1.1 Aspectos gerais 
O assunto está previsto do art.165 ao art.175 da redação final do novo CPC. 
Redação final do novo CPC, Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução 
consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de 
conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, 
orientar e estimular a autocomposição. 
§ 1º A composição e a organização dos centros serão definidas pelo respectivo tribunal, 
observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça. 
§ 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo 
anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização 
de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem. 
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§ 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo 
anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os 
interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da 
comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios 
mútuos. 
 
Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência, 
da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da 
informalidade e da decisão informada. 
§ 1º A confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas no curso do 
procedimento, cujo teor não poderá ser utilizado para fim diverso daquele previsto por 
expressa deliberação das partes. 
§ 2º Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o mediador, 
assim como os membros de suas equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos 
ou elementos oriundos da conciliação ou da mediação. 
§ 3º Admite-se a aplicação de técnicas negociais, com o objetivo de proporcionar 
ambiente favorável à autocomposição. 
§ 4º A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre autonomia dos 
interessados, inclusive no que diz respeito à definição das regras procedimentais. 
 
Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação e 
mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de justiça ou 
de tribunal regional federal, que manterá registro de profissionais habilitados, com 
indicação de sua área profissional. 
§ 1º Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso realizado por 
entidade credenciada, conforme parâmetro curricular definido pelo Conselho Nacional 
de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça, o conciliador ou o mediador, com o 
respectivo certificado, poderá requerer sua inscrição no cadastro nacional e no cadastro 
de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal. 
§ 2º Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso público, o tribunal 
remeterá ao diretor do foro da comarca, seção ou subseção judiciária onde atuará o 
conciliador ou o mediador os dados necessários para que seu nome passe a constar da 
respectiva lista, a ser observada na distribuição alternada e aleatória, respeitado o 
princípio da igualdade dentro da mesma área de atuação profissional. 
§ 3º Do credenciamento das câmaras e do cadastro de conciliadores e mediadores 
constarão todos os dados relevantes para a sua atuação, tais como o número de 
processos de que participou, o sucesso ou insucesso da atividade, a matéria sobre a qual 
versou a controvérsia, bem como outros dados que o tribunal julgar relevantes. 
§ 4º Os dados colhidos na forma do § 3º serão classificados sistematicamente pelo 
tribunal, que os publicará, ao menos anualmente, para conhecimento da população e 
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para fins estatísticos e de avaliação da conciliação, da mediação, das câmaras privadas 
de conciliação e de mediação, dos conciliadores e dos mediadores. 
§ 5º Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma do caput, se 
advogados, estarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que desempenhem 
suas funções. 
§ 6º O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliadores e 
mediadores, a ser preenchido por concurso público de provas e títulos, observadas as 
disposições deste Capítulo. 
 
Art. 168. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o mediador ou a 
câmara privada de conciliação e de mediação. 
§ 1º O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar cadastrado 
no tribunal. 
§ 2º Inexistindo acordo quanto à escolha do mediador ou conciliador, haverá distribuição 
entre aqueles cadastrados no registro do tribunal, observada a respectiva formação. 
§ 3º Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de um mediador ou 
conciliador. 
 
Art. 169. Ressalvada a hipótese do art. 167, § 6º, o conciliador e o mediador receberão 
pelo seu trabalho remuneração prevista em tabela fixada pelo tribunal, conforme 
parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça. 
§ 1º A mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho voluntário, 
observada a legislação pertinente e a regulamentação do tribunal. 
§ 2º Os tribunais determinarão o percentual de audiências não remuneradas que 
deverão ser suportadas pelas câmaras privadas de conciliação e mediação, com o fim de 
atender aos processos em que deferida gratuidade da justiça, como contrapartida de seu 
credenciamento. 
 
Art. 170. No caso de impedimento, o conciliador ou mediador o comunicará 
imediatamente, de preferência por meio eletrônico, e devolverá os autos ao juiz do 
processo ou ao coordenador do centro judiciário de solução de conflitos, devendo este 
realizar nova distribuição. 
Parágrafo único. Se a causa de impedimento for apurada quando já iniciado o 
procedimento, a atividade será interrompida, lavrando-se ata com relatório do ocorrido 
e solicitação de distribuição para novo conciliador ou mediador. 
 
Art. 171. No caso de impossibilidade temporária do exercício da função, o conciliador oumediador informará o fato ao centro, preferencialmente por meio eletrônico, para que, 
durante o período em que perdurar a impossibilidade, não haja novas distribuições. 
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Art. 172. O conciliador e o mediador ficam impedidos, pelo prazo de 1 (um) ano, contado 
do término da última audiência em que atuaram, de assessorar, representar ou 
patrocinar qualquer das partes. 
 
Art. 173. Será excluído do cadastro de conciliadores e mediadores aquele que: 
I – agir com dolo ou culpa na condução da conciliação ou da mediação sob sua 
responsabilidade ou violar qualquer dos deveres decorrentes do art. 166, §§ 1º e 2º; 
II – atuar em procedimento de mediação ou conciliação, apesar de impedido ou suspeito. 
§ 1º Os casos previstos neste artigo serão apurados em processo administrativo. 
§ 2º O juiz do processo ou o juiz coordenador do centro de conciliação e mediação, se 
houver, verificando atuação inadequada do mediador ou conciliador, poderá afastá-lo 
de suas atividades por até 180 (cento e oitenta) dias, por decisão fundamentada, 
informando o fato imediatamente ao tribunal para instauração do respectivo processo 
administrativo. 
 
Art. 174. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criarão câmaras de 
mediação e conciliação, com atribuições relacionadas à solução consensual de conflitos 
no âmbito administrativo, tais como: 
I – dirimir conflitos envolvendo órgãos e entidades da administração pública; 
II – avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de 
conciliação, no âmbito da administração pública; 
III – promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta. 
 
Art. 175. As disposições desta Seção não excluem outras formas de conciliação e 
mediação extrajudiciais vinculadas a órgãos institucionais ou realizadas por intermédio 
de profissionais independentes, que poderão ser regulamentadas por lei específica. 
Parágrafo único. Os dispositivos desta Seção aplicam-se, no que couber, às câmaras 
privadas de conciliação e mediação. 
A ideia é que cada Tribunal crie um centro judiciário de conciliação e mediação para 
que os conciliadores e mediadores que não sejam os juízes busquem acordos entre as partes 
litigantes. 
A priori, isso não teria nenhuma influência do juiz e o novo CPC até veda que essas 
audiências de conciliação e mediação sejam realizadas no juízo visto, ou seja, elas devem ser 
realizadas preferencialmente nos centros de conciliação e mediação. 
Ademais, os mediadores e conciliadores serão pessoas recrutadas pelos Tribunais e a 
atividade será, em regra, remunerada, inclusive com previsão de câmaras privadas de 
conciliação e mediação. 
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O CNJ também tem atuação nesse assunto visto que já há um código de ética de 
conciliação e mediação, mas muitos dos princípios éticos dessas duas atividades estão 
reproduzidos nos artigos do novo CPC já aqui citados. 
 
1.1.4.6.1.2 Atuação do conciliador e mediador 
O conciliador atua de forma ativa naqueles casos que as partes ainda não têm uma 
relação prévia e como essas partes nunca discutiram antes. Assim, ele tem a função de 
auxiliar as partes em busca de uma solução, por meio de propostas feitas pelo conciliador. 
Já mediador atua quando as partes já tiveram contato entre si. Assim, ele ajuda e 
encaminha as partes para que elas mesmas busquem as suas decisões. 
 
1.1.4.6.2 Arbitragem 
O Brasil, depois da lei da arbitragem, teve um grande incremento desse tipo de 
atividade e atualmente o Brasil está dentro dos cinco países do mundo que mais realizam a 
arbitragem. Diante dessa realidade, o novo CPC estimulará muito essa forma de resolução 
de conflito. 
Ademais, vale dizer que existe uma tendência no STJ a considerar a arbitragem como 
uma atividade jurisdicional, apesar de críticas que já existem sobre esse entendimento. 
O assunto está previsto desde o art. 3º, parágrafo 1º (redação final do novo CPC). 
Redação final do novo CPC, Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou 
lesão a direito. 
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei. 
Neste ponto, citam-se algumas características da arbitragem: 
a) A arbitragem só incide sobre os direitos disponíveis e se só será possível se as 
partes acordarem sobre a sua realização; 
b) Para que as partes possam acordar sobre a realização da arbitragem devem 
ser maiores e capazes. 
Vale notar que a sistemática da arbitragem não foi alterada. Nesse sentido, deve-se 
citar que a sentença arbitral continuará a ser um título executivo judicial e, assim, ainda 
dependerá de uma ação de execução para ser implementada (o árbitro não tem o poder 
coativo que o juiz tem). 
As grandes diferenças do novo CPC em relação a arbitragem são as seguintes: 
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a) O novo CPC estimulará mais a realização de arbitragem em comparação ao 
CPC/73; 
b) Será imposto que todas as discussões sobre o compromisso arbitral sejam 
sigilosas (objeto do processo ou discussão que aparece no decorrer do processo); 
c) O novo CPC cria a chamada “carta arbitral” (art. 260, parágrafo 3º da redação 
final do novo CPC) como uma nova forma de comunicação entre o juiz togado e o juiz 
arbitral. 
Art. 260. São requisitos das cartas de ordem, precatória e rogatória: 
§ 3º A carta arbitral atenderá, no que couber, aos requisitos a que se refere o caput e 
será instruída com a convenção de arbitragem e com as provas da nomeação do 
árbitro e de sua aceitação da função. 
d) O novo CPC resolve um problema existente no CPC/73. No sistema atual há 
uma controvérsia se o juiz pode ou não reconhecer de ofício a chamada “cláusula arbitral”. 
Explica-se: Umas das preliminares de contestação é a convenção de arbitragem, ou 
seja, se há essa convenção, o réu pleiteará na sua contestação que ela seja respeitada. 
Ocorre que o CPC/73 dispõe que o juiz não pode reconhecer de ofício o compromisso 
arbitral. 
Nesse ponto vale fazer uma diferenciação: convenção de arbitragem é gênero do 
qual são espécies o compromisso arbitral e a “cláusula arbitral” (cláusula compromissória) 
sendo esta última uma espécie de “pacto de vontade” dispondo que uma lide futura será 
decidida pela arbitragem. 
Diante desse impasse, o novo CPC deixou expressamente consolidado que o juiz não 
pode reconhecer de ofício a convenção de arbitragem a qual abarca tanto o compromisso 
arbitral quanto a cláusula compromissória, com fundamento inclusive na vedação das 
chamadas “decisões de 3ª via” no novo código. 
 
1.1.4.7 Poderes do juiz 
1.1.4.7.1 Previsão legal 
A maior refração entre o primeiro projeto do Senado e o queacabou sendo 
aprovado, tem relação com os poderes do juiz os quais foram modificados em relação a 
proposta inicial. 
Estruturam-se esses poderes no art. 139 da redação final. 
Redação final do novo CPC, Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições 
deste Código, incumbindo-lhe: 
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I – assegurar às partes igualdade de tratamento; 
II – velar pela duração razoável do processo; 
III – prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir 
postulações meramente protelatórias; 
IV – determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-
rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas 
ações que tenham por objeto prestação pecuniária; 
V – promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de 
conciliadores e mediadores judiciais; 
VI – dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, 
adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela 
do direito; 
VII – exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da 
segurança interna dos fóruns e tribunais; 
VIII – determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-
las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso; 
IX – determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros 
vícios processuais; 
X – quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o 
Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a 
que se referem o art. 5º da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei nº 
8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o caso, promover a propositura da ação 
coletiva respectiva. 
Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode ser determinada 
antes de encerrado o prazo regular. 
 
1.1.4.7.2 Inovações 
Dentre as inovações trazidas, cabe estudar algumas delas: 
a) Cláusula geral executiva. 
O novo CPC apresenta uma cláusula geral dos poderes do juiz (inciso IV, acima citado 
e destacado), chamada de cláusula geral executiva. 
Observação: essa cláusula acima citada atualmente encontra-se no art. 461 e no art. 
461-A do CPC/73, cujo teor aqui é demonstrado. 
CPC/73, Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou 
não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, 
determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do 
adimplemento. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994) 
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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada 
pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na 
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§ 1o A obrigação somente se converterá em perdas e danos se o autor o requerer ou se 
impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático 
correspondente.(Incluído pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994) 
§ 2o A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa (art. 
287).(Incluído pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994) 
§ 3o Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de 
ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou 
mediante justificação prévia, citado o réu. A medida liminar poderá ser revogada ou 
modificada, a qualquer tempo, em decisão fundamentada. (Incluído pela Lei nº 8.952, de 
13.12.1994) 
§ 4o O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária 
ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a 
obrigação, fixando-lhe prazo razoável para o cumprimento do preceito. (Incluído pela Lei 
nº 8.952, de 13.12.1994) 
§ 5o Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático 
equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas 
necessárias, tais como a imposição de multa por tempo de atraso, busca e apreensão, 
remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, 
se necessário com requisição de força policial. (Redação dada pela Lei nº 10.444, de 
7.5.2002) 
§ 6o O juiz poderá, de ofício, modificar o valor ou a periodicidade da multa, caso 
verifique que se tornou insuficiente ou excessiva. (Incluído pela Lei nº 10.444, de 
7.5.2002) 
 
CPC/73, Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder 
a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. (Incluído pela Lei nº 
10.444, de 7.5.2002) 
§ 1o Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e quantidade, o credor a 
individualizará na petição inicial, se lhe couber a escolha; cabendo ao devedor escolher, 
este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz. (Incluído pela Lei nº 10.444, 
de 7.5.2002) 
§ 2o Não cumprida a obrigação no prazo estabelecido, expedir-se-á em favor do credor 
mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse, conforme se tratar de coisa 
móvel ou imóvel. (Incluído pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002) 
§ 3o Aplica-se à ação prevista neste artigo o disposto nos §§ 1o a 6o do art. 461.(Incluído 
pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002). 
Sobre essa cláusula geral executiva (inciso IV, art.139 da redação final do novo CPC) 
vale fazer uma diferenciação. 
Redação final do novo CPC, Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições 
deste Código, incumbindo-lhe: 
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IV – determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-
rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas 
ações que tenham por objeto prestação pecuniária; 
De um lado existe a liberdade do juiz de expedir mandado de busca e apreensão, 
expedir mandado demolitório e impor astreintes quando se tratar de uma ação 
condenatória em obrigação de dar, fazer ou não fazer haja vista sua natureza mandamental 
ou executiva latu sensu. 
Já a decisão que condena em uma obrigação pecuniária (pagar quantia em dinheiro) 
sempre foi tratada no atual sistema como uma sentença condenatória clássica que depende 
de outra fase do processo para ser efetivada (fase do cumprimento de sentença). 
Diante da comparação realizada e considerando que essa fase do cumprimento foi 
mantida no novo CPC, o lugar onde o trecho “(...) inclusive nas ações que tenham por objeto 
prestação pecuniária” do inciso IV aqui mencionado foi alocado é criticável. 
Redação final do novo CPC, Art. 139 (...) 
IV – determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-
rogatórias necessárias para assegurar o cumprimentode ordem judicial, inclusive nas 
ações que tenham por objeto prestação pecuniária; 
Vale mencionar que existem atos do cumprimento de sentença (atos executivos) que 
são tipificados na lei, como ocorre com a possibilidade de penhora, permissão de alienação 
por iniciativa particular, alienação em hasta pública, entre outros. Assim, como há 
tipificação, o juiz não poder criar nada sobre esse ponto. 
Já quando a condenação refere-se a obrigação de dar, fazer ou não fazer o juiz pode 
atuar de forma mais ampla desde que não atue de forma ilegal. O CPC/73 traz exemplos e 
sugestões de como o juiz pode atuar para a execução dessas obrigações. 
Assim, as medidas executivas de uma condenação de obrigação de dar, fazer ou não 
fazer já nos sistema do CPC/73 trouxe a possibilidade do juiz atuar de ofício e uma 
atipicidade dos meios de execução que abre espaço para a “criatividade judicial” (o juiz pode 
determinar a medida mais eficiente para a efetivação da tutela específica). 
Nesse sentido, a cláusula geral executiva, deslocada do sistema, é ampliada no inciso 
IV do art. 139 (redação final do novo CPC) para as obrigações de prestação pecuniária. 
b) Alterações de procedimento. 
Referente às alterações de procedimento, vale mencionar que a ideia original dos 
membros da comissão que elaborou o anteprojeto era que o juiz tivesse uma ampla 
liberdade a moldar o procedimento para adequar as regras procedimentais de acordo com 
as peculiaridades do caso concreto e de acordo com a realidade das partes. 
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Vale dizer que esse poder foi retirado do juiz e colocado para as partes com a 
previsão dos “acordos processuais” os quais serão passados ao juiz para homologação. 
De toda sorte, restaram duas possibilidades de alteração de procedimento por parte 
do juiz: 
 Dilatar os prazos processuais: presente no inciso IV, art.139 da redação final 
do novo CPC, primeira parte; 
Redação final do novo CPC, Art.1393: (...) 
VI – dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, 
adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à 
tutela do direito; 
 Alterar a ordem de produção dos meios de prova: presente no inciso IV, 
art.139 da redação final do novo CPC, segunda parte; 
Redação final do novo CPC, Art.139: (...) 
VI – dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, 
adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à 
tutela do direito; 
 
1.1.4.8 Obrigação de julgamento em ordem cronológica de conclusão 
O assunto está presente no art. 12 (redação final do novo CPC) o qual trata da 
obrigação de julgamento em ordem cronológica de conclusão das sentenças e acórdãos em 
geral. 
Excetua-se essa regra para o que não é sentenças e acórdãos em geral, como, por 
exemplo, as decisões monocráticas. 
Redação final do novo CPC, Art. 12. Os juízes e os tribunais deverão obedecer à ordem 
cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. 
§ 1º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à 
disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores. 
§ 2º Estão excluídos da regra do caput: 
I – as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de 
improcedência liminar do pedido; 
II – o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em 
julgamento de casos repetitivos; 
 
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“Nota do professor”: o professor entende que essa norma é exemplificativa porque o juiz também não poderá 
fazer de ofício esse ato. Ademais, nada impede que o juiz sugira outras modificações as partes e que elas 
concordem. Exemplo: as partes entendem que a causa não depende de dilação probatória e aceitam o 
julgamento antecipado da lide. 
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III – o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas 
repetitivas; 
IV – as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; 
V – o julgamento de embargos de declaração; 
VI – o julgamento de agravo interno; 
VII – as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; 
VIII – os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal; 
IX – a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão 
fundamentada. 
§ 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões 
entre as preferências legais. 
§ 4º Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1º, o requerimento formulado 
pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a 
reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência. 
§ 5º Decidido o requerimento previsto no § 4º, o processo retornará à mesma posição 
em que anteriormente se encontrava na lista. 
§ 6º Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1º ou, conforme o caso, no § 3º, o 
processo que: 
I – tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de 
realização de diligência ou de complementação da instrução; 
II – se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II. 
Assim, com o novo CPC em vigor a ordem cronológica deverá ser respeitada em razão 
das conclusões já realizadas. 
Observação1: como curiosidade, esse artigo tem sido criticado pela magistratura 
visto que alguns juízes treinam suas equipes de servidores por temas específicos, julgando 
em bloco determinados casos simples e de fácil resolução. 
Observação2: esse art.12 traz uma lista de exceções, ou seja, casos que não precisam 
respeitar essa ordem cronológica. Essa lista está presente no parágrafo 2º do art. 12. 
Redação final do novo CPC, Art. 12. Os juízes e os tribunais deverão obedecer à ordem 
cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. 
§ 2º Estão excluídos da regra do caput: 
I – as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de 
improcedência liminar do pedido; 
II – o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em 
julgamento de casos repetitivos; 
III – o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas 
repetitivas; 
IV – as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; 
V – o julgamento de embargos de declaração; 
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jurisprudência dos Tribunais. 
 
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VI – o julgamento de agravo interno; 
VII – as preferências legaise as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; 
VIII – os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal; 
IX – a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão 
fundamentada. 
Observação3: se em um processo que está em conclusão tiver uma petição 
protocolada, isso não será justificativa para retirar o processo da ordem cronológica. O 
processo só sairá da ordem cronológica se houver uma conversão da conclusão em 
diligência. 
Exemplo: oitiva de testemunha que antes não foi ouvida. 
 
1.1.4.9 Obrigatoriedade de ampla fundamentação das decisões judiciais 
Com o novo Código, todas as decisões deverão ser fundamentadas (art. 489 do 
redação final do novo CPC). 
Redação final do novo CPC, Art. 489. São elementos essenciais da sentença: 
I – o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do 
pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento 
do processo; 
II – os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; 
III – o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe 
submeterem. 
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, 
sentença ou acórdão, que: 
I – se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar 
sua relação com a causa ou a questão decidida; 
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua 
incidência no caso; 
III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; 
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, 
infirmar a conclusão adotada pelo julgador; 
V – se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus 
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta 
àqueles fundamentos; 
VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela 
parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação 
do entendimento. 
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§ 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais 
da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma 
afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão. 
§ 3º A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus 
elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé. 
Há a preocupação em obrigar o juiz, diferentemente do que é hoje a jurisprudência 
do STJ, em atacar todos os argumentos da parte, mesmo que sejam de fato ou de direito, 
relevantes ou irrelevantes. 
Em continuação, ainda se deve dar uma atenção especial ao parágrafo 2º do artigo 
acima citado. 
Redação final do novo CPC, Art. 489. São elementos essenciais da sentença: 
§ 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais 
da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma 
afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão. 
Atualmente os juízes se utilizam da chamada “ponderação de interesses” ou princípio 
da proporcionalidade. No entanto, esse uso era realizado sem muito critério, mas com o 
novo CPC, houve uma melhor previsão de como isso pode ser usado. 
Nesse sentido, há alguns juristas (vide Lenio Streck) que discordam da presença desse 
parágrafo 2º do art. 489 visto que ele positivava uma teoria que nem tinha sua aceitação 
plena e esse dispositivo traz a expressão “normas” enquanto se sabe que norma é gênero da 
qual existem como espécies os princípios e regras. Assim, entende tal jurista que com esse 
parágrafo 2º escrito desta forma, dá uma incorreta interpretação que o juiz poderia não só 
realizar uma ponderação na colisão de princípios como também de regras, o que não é 
possível na teoria da ponderação atualmente existente. 
 
1.1.4.10 Exercício da advocacia 
Os pontos mais importantes trazidos pelo novo CPC são os seguintes: 
a) Os advogados passam a ter direito à férias. Os Tribunais durante esse período 
de férias funcionarão, mas não haverá publicações; 
b) Honorários como direito autônomo do advogado, de caráter alimentar, 
vedada a compensação nos casos de sucumbência parcial (Art. 85, § 14 da redação final do 
novo CPC). 
Redação final do novo CPC, Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários 
ao advogado do vencedor. (...) 
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jurisprudência dos Tribunais. 
 
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§ 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os 
mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a 
compensação em caso de sucumbência parcial. 
No novo CPC, ficará estabelecido que cada parte arcará com os honorários do 
advogado da outra parte, inclusive no julgamento for parcial (onde antes havia a regra da 
sucumbência recíproca); 
c) Foi criado um novo regramento para fixação de honorários para quando a 
Fazenda Pública for ré no processo (Art. 85, §. 3o, estabelecendo faixas, de 1% a 20%, 
conforme o valor da condenação / base de cálculo); 
Redação final do novo CPC, Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários 
ao advogado do vencedor. (...) 
§ 3º Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará 
os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2º e os seguintes percentuais: 
I – mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do 
proveito econômico obtido até duzentos salários mínimos; 
II – mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação ou do 
proveito econômico obtido acima de duzentos salários mínimos até dois mil salários 
mínimos; 
III – mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do 
proveito econômico obtido acima de dois mil salários mínimos até vinte mil salários 
mínimos; 
IV – mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou do 
proveito econômico obtido acima de vinte mil salários mínimos até cem mil salários 
mínimos; 
V – mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação ou do 
proveito econômico obtido acima de cem mil salários mínimos. 
d) A multa do contempt of court passará a atingir também o advogado (Art. 77 
§.2o do redação final do novo CPC); 
Redação final do novo CPC, Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres 
das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem 
do processo: 
IV – cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza antecipada ou final, e 
não criar embaraços a sua efetivação; 
VI – não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso. 
§ 2º A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à dignidade da 
justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções

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