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DIREITO JUDICIÁRIO

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a 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 5 
O IMPACTO DAS INOVAÇÕES NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015 ........ 7 
NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL E O IMPACTO NOS DEPARTAMENTOS 
JURÍDICOS ................................................................................................................. 9 
O NOVO SISTEMA DE UNIFORMIZAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA ........................ 11 
PRECEDENTES ....................................................................................................... 13 
SEGURANÇA E ESTABILIDADE JURÍDICA ............................................................. 14 
APLICABILIDADE DO SISTEMA .............................................................................. 15 
Principais impactos do novo CPC para a prática jurídica .......................................... 17 
Impactos do novo CPC no direito de família ............................................................. 19 
Novo CPC traz impactos significativos no Direito de Família .................................... 20 
Impactos do Novo CPC no direito tributário .............................................................. 23 
Tentativa de um processo civil democrático .............................................................. 25 
Novo CPC e seus recentes e notáveis impactos ....................................................... 28 
Preceitos Constitucionais .......................................................................................... 29 
Conciliação, Mediação e Arbitragem no Novo CPC .................................................. 30 
Princípio da Cooperação ........................................................................................... 30 
Código de Processo Civil .......................................................................................... 31 
PRINCIPAIS MUDANÇAS ......................................................................................... 32 
Incentivo à conciliação .............................................................................................. 32 
Cronologia de julgamentos ........................................................................................ 32 
Contagem de prazos ................................................................................................. 33 
Mudanças no Direito de Família ................................................................................ 33 
Defesa simplificada do réu ........................................................................................ 33 
Novidades nos recursos ............................................................................................ 34 
Usucapião extrajudicial ............................................................................................. 34 
Desconsideração da personalidade jurídica .............................................................. 34 
Incidente de resolução de demandas repetitivas ...................................................... 34 
Aumento do honorário sucumbencial ........................................................................ 35 
Prova testemunhal .................................................................................................... 35 
Incentivo às ações coletivas ...................................................................................... 36 
Respeito à jurisprudência .......................................................................................... 36 
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4 
 
 
 
Amicus curiae ............................................................................................................ 36 
Possibilidade de desistência da ação ........................................................................ 36 
Multas ........................................................................................................................ 37 
Devedor ..................................................................................................................... 37 
CONCLUSÃO ............................................................................................................ 37 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 38 
 
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INTRODUÇÃO 
 
Muito se comenta sobre a lentidão do Judiciário e a sua falta de 
previsibilidade. É comum escutarmos que os processos demoram muito para ser 
julgados e que existe verdadeira ―jurisprudência lotérica‖, em que casos similares 
são decididos de maneira completamente opostas. 
Várias reformas legislativas foram feitas ao longo dos últimos anos para 
combater essa realidade, sendo uma das principais tendências a busca pela 
uniformização da jurisprudência e valorização dos precedentes judiciais. 
O novo Código de Processo Civil, sancionado em 16 de março de 2015 e com 
vacatio legis de um ano a contar da data de sua publicação — ocorrida em 17 de 
março —, segue essa mesma linha e traz novos artigos e institutos, que também visam 
diminuir o tempo do processo, a partir da ampliação do caráter vinculante das decisões 
judiciais em processos repetitivos (também chamados de ―ações de massa‖). 
O novo CPC estabelece de forma expressa que ―os tribunais devem 
uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente‖ (art. 926). Ou 
seja, os tribunais não devem permitir divergências internas sobre questões jurídicas 
idênticas, como se cada juiz, desembargador ou turma julgadora não fizesse parte de 
um sistema. 
A uniformização, para além da simples edição de enunciados de súmulas, 
pressupõe a adequada referência aos fatos dos precedentes que formaram a sua 
criação (§§1º e 2º). A exigência de estabilidade está ligada ao dever de respeito aos 
precedentes já firmados e a necessidade de fundamentação adequada para a sua 
distinção e/ou superação. 
As noções de integridade e coerência, por sua vez, evidenciam que casos 
semelhantes devem ser decididos sob o prisma da igualdade, com respeito aos 
princípios que foram aplicados nas decisões anteriores. Em resumo, deve existir um 
processo interpretativo que leve em conta a força normativa da Constituição e a ideia 
de unidade do direito, afastando o voluntarismo e ativismo judicial pernicioso e 
arbitrário. 
Para atingir esse ideal, o novo CPC apresenta, dentre as suas principais 
novidades, a criação do Incidente de Assunção de Competência (IAC – art.947) e do 
Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR – arts. 976-987). 
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O IAC prevê que, estando em julgamento relevante questão de direito, com 
grande repercussão social e sem múltipla repetição, poderá o relator do recurso, da 
remessa necessária ou do processo de competência originária, propor a assunção de 
competência para julgá-lo por órgão colegiado que o regimento interno do tribunal 
indicar. A pretensão do novo instituto é prevenir ou dirimir controvérsia a respeito da 
matéria, vinculando os membros do tribunal e os juízes a ele submetidos mediante a 
publicação do respectivo acórdão. 
Se a questão apresentar múltipla repetição, o incidente adequado é o IRDR, 
que almeja proteger a isonomia e a segurança jurídica. Os legitimados para instaurar 
o IRDR são: juiz ou relator, por ofício; partes, por petição; Ministério Público ou 
Defensoria Pública, também por petição. Basta direcionar o pedido ao presidente do 
tribunal e apresentar prova documental da existência da multiplicação de demandas, 
com a mesma questão de direito, indicando o risco à isonomia e à segurança 
jurídica (art. 977). 
Não há prazo específico para instauração do incidente nem necessidade de 
pagamento de custas processuais. A sua instauração deve ser divulgada por meio de 
registro eletrônico em cadastro criado pelo Conselho Nacional de Justiça (art.979) e o 
julgamento caberá ao órgão indicado pelo regimento interno do tribunal (art.978). 
O IRDR deve ser julgado no prazo de um ano, a contar da sua instauração, e 
sua análise tem preferência sobre qualquer outro feito, à exceção de pedidos 
de habeas corpus e de processos de réu preso (art. 980). Sendo admitido o 
incidente, os processos pendentes e em curso que envolvam a mesma questão de 
direito devem ser suspensos (art. 982, I). Pode o relator admitir a participação de 
quaisquer pessoas, órgãos ou entidades com interesse na controvérsia (art. 983). 
O julgamento do IRDR será aplicado obrigatoriamente a todos os processos 
individuais ou coletivos que tratem da tese decidida, e que tramitem na área de 
jurisdição do respectivo tribunal, inclusive às causas de competência dos juizados 
especiais. A tese jurídica fixada deve, ainda, ser aplicada aos casos futuros que tratem 
da idêntica questão de direito e que venham a tramitar no território de competência 
do tribunal, salvo se houver a revisão da orientação firmada no incidente (art. 
985, I, II). 
Contra o julgamento de mérito do incidente caberá recurso extraordinário ou 
especial e a consequente decisão do tribunal superior deverá ser aplicada em todo o 
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território nacional, para todos os processos coletivos ou individuais que versem sobre 
idêntica questão de direito (art. 987). 
Os objetivos do IAC e IRDR são bastante claros: 
a) conferir maior estabilidade e previsibilidade à jurisprudência do tribunal 
local; 
b) evitar a divergência interpretativa e a chamada ―jurisprudência lotérica‖ 
entre juízes vinculados ao mesmo tribunal; 
c) abreviar o tempo dos processos; 
d) diminuir os recursos aos tribunais superiores; 
e) prestigiar a igualdade e a segurança jurídica; 
f) atribuir força obrigatória e vinculativa do entendimento do tribunal local aos 
órgãos a ele vinculados nas demandas repetitivas, cuja tese jurídica foi coletivizada; 
g) acabar com o fenômeno da pulverização de demandas que versem sobre 
um mesmo assunto. 
 
 
O IMPACTO DAS INOVAÇÕES NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 
2015 
 
O direito processual deve ser visto como um instrumento, um meio, cuja 
finalidade - e a qual merece o maior enfoque - é a solução integral do mérito invocado 
pela parte. O que deve ser buscado não é o proferimento de uma sentença, apenas. 
Mas o proferimento de uma sentença satisfativa, efetiva do direito material sob qual 
demanda a parte. O que merece destaque é a efetividade do processo. 
É neste sentido que o Código de Processo Civil de 2015, nos traz dispositivos 
pelos quais possuem o intuito de aniquilar ou ao menos diminuir a adoção dessa 
postura adotada pelos julgadores, uma vez que tais exigências são consideradas 
ilegítimas, ou mais precisamente, configuram óbices ilegítimos ao acesso à justiça. 
Tal como assevera o artigo 4 da lei 13.105/2015, as partes têm o direito de obter 
em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. Este 
artigo refere-se ao principio da primazia de mérito que materializa a ideia de que o juiz 
deve evitar ao máximo proferir uma sentença terminativa e se esforçar para que seja 
proferido um julgamento de mérito. Proferir um julgamento de mérito será sempre 
preferível do que a extinção do processo sem o seu julgamento motivado por vícios 
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formais. Assim, a concretização do principio ora supracitado e consequentemente o 
enfraquecimento da chamada jurisprudência defensiva, se faz presente em diversos 
dispositivos do Novo Código de Processo Civil, como veremos a seguir. 
Tais restrições nas quais impedem a análise do mérito se faz presente de 
inúmeras formas, tais como: quando não conhecido o recurso pelo fato de mostrar- se 
ilegível o carimbo do protocolo sobre a data de apresentação deste; da não juntada 
de certidão que comprova o encerramento do expediente forense no momento da 
propositura ou prova de que não houve expediente no último dia do prazo; da falta do 
número do processo na guia de recolhimento; do recolhimento tempestivo, porém a 
sua juntada feita posteriormente aos autos; da impossibilidade de pagamento 
eletrônico da guia; da deserção por valores ínfimos; da exigência de cópias e certidões 
não exigidas na lei; ou quando nega-se o seu seguimento porque as razões não estão 
assinadas. 
Outra restrição extremamente utilizada era a aplicação do enunciado de súmula 
de número 115 do Superior Tribunal de Justiça que considera inexistente o recurso 
interposto por advogado sem procuração no processo, na instância especial. A 
referida súmula fora editada em função do artigo 37 do Código de Processo Civil de 
1973 que dizia que sem instrumento de mandato, o advogado não será admitido a 
procurar em juízo. Porém, com a entrada em vigor do novo Código de Processo 
civil, tal entendimento não deve prosperar. 
Isto porque, sustenta o artigo 76 da nova legislação (lei 13.105/2015) que 
quando há incapacidade processual ou irregularidade da representação da parte, o 
juiz deve suspender o processo e fixar prazo razoável para a correção do problema. 
E só então, depois de descumprida a determinação do magistrado, caso o processo 
esteja na instância originária, o processo deverá ser extinto, se a providência couber 
ao autor ou ser o réu considerado revel, se a providência lhe couber. Já em relação 
ao terceiro, este será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo 
em que se encontre. 
O dispositivo mencionado flexibiliza a análise de um formalismo processual 
com intuito de garantir a análise de mérito perquirido gerando, assim, uma maior 
efetividade da justiça que, diga-se de passagem, é um dos maiores objetivos da nova 
legislação processual, assim como a celeridade na tramitação de demandas. 
 
 
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NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL E O IMPACTO NOS 
DEPARTAMENTOS JURÍDICOS 
 
Depois de cinco anos de discussões e audiências públicas em todo o país, no 
dia 17 de dezembro de 2014 foi aprovado o texto base do Novo Código de Processo 
Civil, que aguarda, neste momento, a sanção presidencial. Elaborado para atender 
aos anseios da sociedade por uma Justiça mais célere e eficaz, trata-se do primeiro 
Código de Processo promulgado em regime democrático. Entre os seus objetivos, 
destacam-se a harmonização entre a Lei Ordinária e a Constituição Federal, 
permitindo maior organicidade do sistema processual civil; a possibilidade de 
determinadas flexibilizações procedimentais; a eficiência na resolução de conflitos e 
incentivo ao uso dos meios alternativos de solução de controvérsias. 
Na linha da busca pela harmonização e unicidade do ordenamento jurídico, o 
Novo CPC é marcado pela ampliação da influência dos precedentes judiciais com o 
objetivo de outorgar maior segurança ao sistema. As decisões judiciais de 
determinados órgãos dos tribunais foram elevadas a um novo patamar de vinculação 
e deverão ser observadas pelos demais tribunais, a fim de tornar a jurisprudência 
estável, íntegra e coerente. A busca pelo fim da ―jurisprudência lotérica‖ também 
trouxe alterações nos procedimentos existentes nas instâncias inferiores, como, por 
exemplo, a criação do incidente de resolução de demandas repetitivas, que 
evidencia a intenção do legislador de que casos semelhantes sejam julgados de forma 
coesa. Tais alterações buscam outorgar, num primeiro momento, confiabilidade 
ao Poder Judiciário e, em larga escala, trazem maior celeridade processual. 
Ainda no que tange às alterações conceituais implementadas pelo Novo CPC, 
merece destaque a unificação do tratamento antes dispensado às medidas 
cautelares e às hipóteses de antecipação de tutela, resumindo-as às denominadas 
tutela de urgência e tutela de evidência. Como consequência relevante disso, tem-se 
a ampliação dos casos em que a parte é dispensada da demonstração de um perigo 
grave e iminente para a obtenção de um provimento judicial antecipatório (decidido 
em cognição sumária, isto é, antes de um exame aprofundado pelo magistrado) ou 
preparatório à ação principal, cingindo-se a evidenciar ao juiz a plausibilidade de seu 
direito. Tal postura permitirá àquele que detém, desde logo, uma pretensão robusta e 
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contundente, obter uma prestação jurisdicional mais eficaz, posto que sua fruição será 
disponibilizada de maneira mais célere, antes do provimento judicial final. 
Também é de se notar que o Novo CPC trará uma relevante mudança na rotina 
dos departamentos jurídicos e escritórios de advocacia: o novo procedimento comum 
prevê que, via de regra, o réu será citado para comparecer em audiência de 
conciliação, na qual devem estar presentes ambas as partes/prepostos e seus 
respectivos advogados. O não comparecimento a esta audiência será considerado ato 
atentatório à dignidade da justiça e sancionado com multa de até 2% (dois por cento) 
da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, a ser revertida em favor da 
União ou do Estado. Somente depois desta audiência que se iniciará o prazo de 15 
dias para oferecimento de defesa pelo réu. Frise-se que há possibilidade de a 
audiência não ser realizada, porém dependerá da concordância da parte adversa ou 
da natureza da matéria. 
Nesta mesma linha de inovações com impactos para a rotina das empresas, 
cabe destacar algumas questões abarcadas pelo Novo CPC, não menos 
importantes do que as mencionadas nos parágrafos anteriores, como: 
 Alterações no sistema recursal, tal como a taxativa delimitação das 
hipóteses de interposição de agravo de instrumento, a unificação dos prazos para 15 
(quinze) dias, com exceção dos embargos de declaração [que permanecerão com o 
prazo de 5 (cinco) dias], e a extinção do agravo retido e dos embargos infringentes; 
 A criação de um incidente de desconsideração da personalidade 
jurídica, anteriormente discutido nos próprios autos e que possibilitará o exercício do 
contraditório pelos sócios; 
 Alterações na regra de contagem de prazos processuais, uma vez 
que passarão a ser computados apenas os dias úteis; 
 Regulamentação da penhora sobre o faturamento de empresa, 
anteriormente discutido apenas em jurisprudência; 
 Possibilidade de cumulação de honorários advocatícios de 
sucumbência por fase processual, como forma de desestímulo de recursos 
protelatórios; 
 Citação de pessoas jurídicas por meio eletrônico, trazendo para o 
 
Novo CPC a regra já prevista na Lei do Processo Eletrônico. 
 
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Não se olvida que as alterações implementadas pelo Novo CPC, em parte 
benéficas, mudarão a rotina dos departamentos jurídicos. A tentativa de 
racionalização do processo tende a beneficiar as empresas que são vítimas de 
aventuras jurídicas. Por outro lado, em determinadas circunstâncias, o Novo CPC 
dificultará a defesa em juízo e reduzirá os meios de impugnação, o que é 
potencialmente arriscado em casos de interpretação equivocada pelos juízes. Neste 
contexto, torna-se essencial o planejamento do contencioso, de modo a diminuir os 
riscos e os custos das empresas, possibilitando a concentração dos esforços, 
conforme o caso, na eventual resolução antecipada de conflitos e na definição da 
adequada estratégia processual, quando a controvérsia for submetida ao Poder 
Judiciário. 
 
O NOVO SISTEMA DE UNIFORMIZAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA 
 
A segurança jurídica é um dos principais benefícios trazidos pela nova lei 
processual, proporcionando a estabilidade das decisões e decisões mais justas e 
igualitárias. 
A Lei nº 13.105/2015, mais conhecida como o Novo Código de Processo Civil, 
apresenta inovações em muitos aspectos, até mesmo por coisas simples, como trazer 
à legislação processual princípios já aplicados na vida prática. 
A duração razoável do processo, a cooperação, a boa-fé e a própria paridade 
de tratamento entre as partes são apenas alguns dos muitos exemplos disso. 
O Novo Código de Processo Civil, em seu artigo 926, mostra onde fincou suas 
bases, ao impor às Cortes o dever de uniformizar sua jurisprudência e de mantê-la 
coerente, estável e íntegra: 
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la 
estável, íntegra e coerente.
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Tal regra visa a uniformização da jurisprudência da 2º instância, que além de 
conferir maior segurança jurídica aos jurisdicionados, busca garantir ainda maior 
celeridade da solução dos litígios. 
Também determinou a observância, por juízes e Tribunais, de um amplo rol de 
decisões, enunciados e orientações que abrangem: decisões do STF em controle 
concentrado de constitucionalidade; enunciados de súmula vinculante e de súmulas 
do STF e do STJ; orientação do plenário ou órgão especial aos quais se vinculem; e, 
finalmente, acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de 
demandas repetitivase em julgamento de Recursos Extraordinário e Especial 
repetitivos: 
 
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: 
 
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de 
constitucionalidade; 
II - os enunciados de súmula vinculante; 
 
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de 
resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário 
e especial repetitivos; 
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em 
matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria 
infraconstitucional; 
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem 
vinculados. 
 
Este incidente de assunção de competência nada mais é do que a nova 
aparência trazida ao antigo art. 555, §1º do Código Processual de 1973. 
No novo Código, o dispositivo recebeu evidência e um incidente processual 
propriamente dito, além de um tratamento mais minucioso, sempre em busca de uma 
consecução mais fiel da tão almejada uniformização. 
O caso submetido à deliberação do Poder Judiciário deve conter questão 
relevante de direito, de grande repercussão social e a respeito da qual se mostre 
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adequada a prevenção ou a composição de divergência entre Câmaras ou Turmas de 
um mesmo Tribunal. 
Declarado interesse público na assunção de competência, o Órgão Colegiado 
julgará a causa por inteiro, pronunciando acórdão vinculante a todos os juízes e 
Órgãos Fracionários, exceto os casos em que houver reexame de tese. 
Desta forma, os tribunais deverão, de acordo com as possibilidades, editar 
enunciados que correspondam à súmula da jurisprudência dominante. Esta norma 
busca garantir que os tribunais mantenham seus enunciados atualizados em 
conformidade com as súmulas editadas pelos tribunais superiores. 
PRECEDENTES 
 
O precedente é resultado da atividade jurisdicional, de forma que, 
desempenhada essa atividade, a produção de decisões com potencialidade de se 
tornar modelo de solução para o julgamento de casos futuros é forçosa. 
o precedente judicial é considerado por todos os sistemas jurídicos; o que vai 
variar, no entanto, são seus atributos e a sua eficácia, a depender dos contornos que 
lhe serão conferidos. 
A Teoria dos Precedentes, instituto oriundo da common law, que tem por 
finalidade a construção de precedentes que, consolidados, serão protótipos para 
delimitar o julgamento, aplicados ao caso concreto, quando as situações forem 
análogas. 
De tal modo, os precedentes formatados pelos Tribunais, vincularão os 
demais órgãos, obstando recursos, ou irão persuadir em um sentido pré- estabelecido, 
com vistas, principalmente, à segurança jurídica e à previsibilidade do resultado 
perseguido. 
Ao intérprete caberá discernir o precedente constituído. Analisando, para 
tanto, os julgados proferidos sobre a questão, ficando atento, especificamente, aos 
fatos relevantes para a causa e também ao raciocínio jurídico formulado, os quais 
podem ser compreendidos como elementos de formação do precedente. 
Nesse passo, o juiz a quo, ao preferir uma sentença, somente aplicará o 
precedente se concluir que os fatos relevantes ora julgados possuam uma 
semelhança com aqueles igualmente relevantes no precedente. 
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Diante de sua relevância, para facilitar o acesso aos precedentes, o 
legislador, por meio do artigo 927 § 5º, do Novo Código de Processo Civil, 
determinou que: 
§ 5º Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os 
por questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede 
mundial de computadores. 
Trata-se de relevante mudança na forma de motivação das decisões judiciais. 
Assim, no novo sistema adotado pelo Código Processual Civil vigente, o 
Brasil estabelece uma relação mais próxima da estrutura Common Law, tendo 
em vista que as decisões deixarão de se apoiar apenas em textos normativos. 
Com efeito, a fonte primacial de solução para o conflito não mais residirá no 
ordenamento positivo, mas nos precedentes, os quais deixam de ter o caráter 
meramente persuasivo. 
Com o Novo CPC, tem-se que o assentamento dos precedentes não visa mais 
tão somente influenciar na decisão do magistrado, mas demonstrar a tese 
predominante e o seu caráter obrigatório ou até mesmo vinculante. 
 
SEGURANÇA E ESTABILIDADE JURÍDICA 
 
A valorização do precedente judicial vem sendo apontada pela doutrina 
especializada como uma das principais inovações trazidas pelo novo diploma 
processual civil e, principalmente, um dos pilares sobre os quais se baseia essa nova 
legislação. 
Em termos ideais, a previsibilidade é uma das principais características de um 
sistema jurídico em um Estado Democrático de Direito. Ela esta profunda e 
indissociavelmente relacionada a um dos pilares do Estado: a segurança jurídica, 
além do Princípio da Legalidade. 
Observa-se na redação do Novo CPC a preocupação com a uniformização e a 
coerência na aplicação dos precedentes judicias, visando assim garantir 
efetividade ao princípio da segurança jurídica. 
É essencial que os cidadãos que compõe uma sociedade possam antecipar a 
repercussão de seus atos, com a finalidade de direcioná-los em um determinado 
sentido. Para que isto ocorra, se faz forçoso a existência das normas, 
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compreendidas estas em sentido amplo, para abranger não apenas as normas, mas 
também os princípios e costumes inerentes aplicáveis àquela realidade. 
A referida liberdade não é direcionada ao juiz individualmente considerado, mas 
sim ao Judiciário como um todo, sendo imprescindível haver coerência e estabilidade 
no sistema. As decisões proferidas pelos juízes ou tribunais precisam ser direcionadas 
aos litigantes, de modo que a opinião individual do órgão julgador não deve prevalecer 
sobre o próprio sistema do qual faz parte. 
A dispersão excessiva da jurisprudência produz intranquilidade social e 
descrédito do Poder Judiciário. A segurança jurídica, estabilidade das decisões e a 
celeridade nos julgamentos de processos estão entre as principais demandas a serem 
atendidas pelo Novo Código de Processo Civil. 
A segurança jurídica é de suma importância, pois ela é elementar dentro do 
ramo do Direito. Pessoas em situações iguais devem ser tratadas da mesma maneira. 
O Princípio da Segurança Jurídica não está presente na nossa Carta Magna de 
forma expressa, mas de forma implícita, vez que não há uma norma no texto 
constitucional que aborde sobre a segurança jurídica. 
O novo sistema adotado pelo Novo CPC aproxima o Brasil da sistemática do 
Common Law, tendo em vista que as decisões deixarão de se apoiar apenas em textos 
normativos. Com efeito, a fonte prioritária de solução para o conflito não residirá 
apenas no ordenamento positivo, mas nos precedentes, que deixarão de ter o caráter 
meramente persuasivo. 
Reconhece que esse novo sistema de uniformização da jurisprudência afasta 
a problemática da ―jurisprudência lotérica‖ do processo, evitando surpresas. 
Havendo um precedente que envolva os mesmos fatos, os litigantes terão 
condições de prever o posicionamento do Judiciário, isso contribuirá grandemente 
para a redução da judicialização de conflitos,além de proporcionar com mais 
evidência a estimada segurança jurídica. 
 
APLICABILIDADE DO SISTEMA 
 
Extremismos devem ser afastados. Se, por um lado, o que se poderia chamar 
de ―jurisprudência lotérica‖ é maléfico, por outro, também o engessamento da norma 
ao redor dos precedentes é deveras prejudicial. 
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Conforme se examina, o novo Código de Processo Civil procura garantir uma 
estabilidade aos precedentes para impor a autoridade do sistema. Contudo, 
novamente, registra-se que isso não significa que poderá haver uma paralisia 
sistêmica do Direito. 
Filosoficamente expondo, sabe-se que a sociedade sempre estará um passo à 
frente do Direito. Assim, os fatos sociais surgem e, em seguida, ante a sua 
relevância e quando necessário, o Direito é ativado para regulamentá-los em benefício 
da paz social precedente firmado em uma determinada conjuntura fática atual pode, 
no futuro, não mais refletir as necessidades sociais de seu tempo e, com isso, clamar 
por mudança. 
Prevendo tal situação, o NCPC admite a alteração de precedentes ou até 
mesmo a revogação, desde que realizada pelo mesmo tribunal que o produziu ou um 
superior. 
Neste ponto, cita-se o artigo 927, § 3º, o qual disciplina que, na hipótese de 
alteração de jurisprudência dominante do STF e dos tribunais superiores ou daquela 
oriunda de julgamento de casos repetitivos, poderá haver modulação dos efeitos da 
alteração, de acordo com o interesse social e a segurança jurídica. 
A norma, para ter seu sentido construído, passa por uma longa evolução, por 
um caminho em que se impõem coerência e integridade às decisões a seu respeito. 
É crucial reconhecer-se que um único precedente não pode pretender se aplicar a 
tudo, e que, ao mesmo tempo em que se respeita o que já se construiu, novas 
situações podem surgir e clamar por um novo olhar para suas particularidades. 
As decisões, nesse cenário, devem ser analisadas sob um ponto de vista que 
considere o global, a história completa do entendimento do Tribunal, a fim de se 
conhecer a evolução empreendida pela matéria. 
O Direito não pode ser visto desvencilhado dos fatos que ocorrem ao seu redor, 
como um produto técnico e científico, não pode ser construído tão somente com base 
em argumentações previamente tecidas por outrem e não pode pretender extrair, de 
um só caso concreto, uma solução que a todos sirva. 
Mudando-se, desta forma, as circunstâncias, por motivos os mais variados 
(mudança na lei, na sociedade, na cultura), faz-se necessário afastar a aplicação do 
precedente, superando-o. 
Não se deve, enfim, perder de vista a observância de certos deveres quando 
da tratativa de tema tão delicado e relevante quanto os precedentes judiciais. 
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Como dever geral de segurança jurídica, atribui-se responsabilidade aos 
Tribunais, notadamente STF e STJ, de zelar pela confiabilidade social nas decisões 
tomadas pelas Cortes e no respeito aos precedentes já existentes. 
Como manifestação do dever de integridade, aos Tribunais se impõe um 
diálogo constante e efetivo com a matéria já decidida previamente, trabalhando sobre 
uma base mais ampla da atuação do Judiciário, o qual deve manter-se uno e íntegro 
por todo e qualquer um de seus órgãos decisórios. 
E, pelo dever de coerência, o Poder Judiciário deve considerar a eficácia 
externa da fundamentação de seus atos, tendo sempre em consideração que ela há 
de servir a toda a sociedade, e mantendo sempre um diálogo consigo mesmo. 
O efetivo sentido do precedente é que ele seja aplicado a casos idênticos, e 
não aos diferentes, bem como de que o entendimento firmado no precedente seja 
corrigido, ou superado de acordo com as necessidades da sociedade, vez que 
mutáveis. 
Não se pode admitir que a jurisprudência seja uniformizada se passa por cima 
das garantias constitucionais do devido processo legal, princípios da convencimento 
racional do juiz, contraditório e ampla defesa, entre outros. 
Esse é o ponto de partida para que se modifique a cultura que impera entre 
nós, e, realizando-se a segurança jurídica em sua maior plenitude, se alcance uma 
jurisprudência íntegra. 
 
Principais impactos do novo CPC para a prática jurídica 
 
Trata-se da primeira nova versão do Código em período democrático, já que a 
versão vigente até o momento havia sido editada em 1973 durante o regime militar. 
Desenvolvida pelo então ministro da Justiça, Alfredo Buzaid, a obra nasceu no 
contexto ditatorial do Estado Novo, sob o comando de Getúlio Vargas, em setembro 
de 1939. 
Segundo especialistas do selo editorial Revista dos Tribunais da Thomson 
Reuters, entre os mais de 1000 artigos que compõem o novo Código, algumas das 
mudanças mais significativas são: 
 A possibilidade de os casais se separarem judicialmente antes do 
divórcio. Anteriormente, os casais poderiam se divorciar diretamente, sem precisar
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passar pela separação judicial, porém, agora, existe a opção da separação, 
além do divórcio. 
 Os processos devem ser julgados em ordem cronológica, o que 
significa que o juiz passará a gerir seu estoque de processos levando em 
consideração, para decidir, a ordem cronológica de conclusão. 
 A criação de centros de solução de conflitos por consenso nos 
tribunais. Essa medida contribuirá para que a visão litigiosa seja substituída pela 
resolução pacífica das demandas. Durante as audiências de conciliação, as partes 
envolvidas serão estimuladas a buscar o acordo e, apenas quando não houver 
entendimento mútuo, as ações prosseguirão. O objetivo é tentar fazer com que os 
conflitos que possam ter resolução mais fácil nem cheguem a ser julgados, para evitar 
a sobrecarga da Justiça. 
 A redução da quantidade de recursos que podem ser colocados pelas 
partes (prevendo inclusive multa caso fique claro que uma das partes está apenas 
tentando protelar a eficácia da decisão judicial). 
 Os advogados em geral também passarão a ter direito a férias segundo 
o novo código, porque ele prevê que os prazos sejam contados em dias úteis e ficarão 
automaticamente suspensos entre os dias 20 de dezembro e 20 de janeiro de cada 
ano. 
 A geração de estabilidade negocial no campo do processo, devido a uma 
série de regras que preveem, de fato, estabilidade nas decisões judiciais, para que 
deixem de emitir ―decisões-surpresa‖. 
 Aumento da presença do amicus curiae inclusive em primeiro grau, o que 
pode qualificar as decisões tecnicamente. As empresas que mais se 
beneficiarão dessa decisão são as que trabalham com nichos de mercado muito 
específicos, por exemplo. O amicus curiae, mesmo sem ser parte, em razão de sua 
representatividade, é chamado ou se oferece para intervir em processo relevante com 
o objetivo de apresentar ao Tribunal a sua opinião sobre o debate que está sendo 
travado nos autos, fazendo com que a discussão seja amplificada e o órgão julgador 
possa ter mais elementos para decidir de forma legítima. 
O Novo CPC traz mudanças significativas para o Brasil e a comunidade jurídica 
precisa estar preparada para interpretar e aplicar os novos artigos que pretendem 
tonar os processos judiciais na esfera civil mais ágeis etransparentes. 
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Impactos do novo CPC no direito de família 
 
O novo Código de Processo Civil é uma das leis de maior espectro de 
incidência, pois é aplicável direta ou supletivamente a todos os processos que não 
tenham natureza penal. É a lei das leis, pois é ele que viabiliza e possibilita a aplicação 
de direitos. 
Um dos impactos mais significativos do novo CPC está no Direito de 
Família. O processo de família, devido às suas peculiaridades e particularidades, 
quebra a máxima ―o que não está nos autos, não está no mundo‖. O que orbita fora 
do processo, o amor e ódio entre as partes, é, na verdade, o que determina o desfecho 
desses processos judiciais. 
Quando os restos do amor vão parar no Judiciário, tecendo verdadeiras 
histórias de degradação do outro em nome de reivindicação de direitos, na verdade 
estão buscando, na maioria das vezes, o tamponamento de seu desamparo estrutural. 
Por isso, o processo judicial de família é a materialização de uma realidade 
subjetiva. E o novo CPC parece ter entendido isso e fez avanços significativos. Utilizou 
pela primeira vez uma expressão do campo da psicanálise, ―sujeitos‖ do processo, 
como título do livro III, introduzindo um significante novo para a relação processual; 
segundo, porque criou um capítulo específico para as ações de família (Cap. X — 
artigos 693 a 699); e, terceiro, porque introduz novos significados e significantes ao 
culto da sentença: ―Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos 
para a solução consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxilio de 
profissionais de outras áreas de conhecimento para mediação e conciliação‖ (artigo 
694). 
A cultura do litígio em Direito de Família está com os dias contados. 
Obviamente, isso afeta o mercado da advocacia, abre mercado no campo jurídico para 
profissionais ―psis‖, tornando o Direito de Família transdisciplinar. Um dos 
grandes méritos do novo CPC é a introdução da mediação, que certamente ajudará a 
implementar o espírito e a cultura da mediação, que em síntese significa trocar o bate-
boca pelo bate-papo e atribuir reponsabilidade aos sujeitos para que eles mesmos, 
muito melhor do que um juiz, possam resolver o conflito. Em síntese, os métodos 
autocompositivos de solução de conflitos é que dão a tônica desse novo CPC (artigos 
165 e seguintes). 
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Na execução de alimentos, consolidou o que a jurisprudência já tinha 
consagrado em relação à prisão do devedor, ou seja, apenas pelos últimos três meses 
pode-se pedir prisão, e absorveu sugestão do IBDFAM que já estava no Estatuto das 
Famílias (artigo 230) em relação ao protesto do nome do devedor de alimentos (artigo 
582, parágrafo 3°); o foro competente para processar e julgar ações de família em 
geral passa a ser sempre o da parte mais vulnerável (artigo 49 a 53), bem melhor 
que o CPC de 1973, que privilegiava a mulher, mesmo quando ela fosse a parte 
menos vulnerável; absorveu novos conceitos de Direito de Família, tratando o 
processo envolvendo alienação parental com destaque, e, embora não tenha previsto 
o ―depoimento sem dano‖, determina que o juiz esteja acompanhado por especialista 
(artigo 699); com o objetivo de não acirrar o litígio, o requerido será citado para 
audiência de tentativa de conciliação sem a cópia de petição inicial (artigo 695). 
É que a petição inicial contém a versão dos fatos que, verdadeiros ou não, 
provocam na parte contrária sentimento de ódio, e, acima de tudo, elas não se 
reconhecem ali naquela história narrada pela versão do outro. Também foi um 
grande avanço o julgamento antecipado do mérito (artigo 356), que certamente vai 
agilizar milhares de processos. Agora, não há mais dúvida de que pode, por 
exemplo, decretar o divórcio e continuar no mesmo processo as outras discussões 
conexas, como guarda, convivência e alimentos. 
O novo CPC perdeu uma boa oportunidade de substituir velhas expressões que 
carregam consigo um sentido equivocado e já superado pelo Direito de Família, como, 
por exemplo, ―visitação‖ e ―regime de visitas‖ (artigo 693 e 731). Tal expressão 
traz consigo uma ideia de frieza e formalidade e já havia sido substituída pelo Estatuto 
da Criança e do Adolescente (ECA) por ―convivência familiar‖ e já consagrada pela 
melhor doutrina e jurisprudência; a interdição (artigo 747, III) não considerou os 
tratados internacionais e o princípio da dignidade da pessoa humana, mas a Lei 
13.145/15. 
 
Novo CPC traz impactos significativos no Direito de Família 
 
O novo Código de Processo Civil é uma das leis de maior espectro de 
incidência, pois é aplicável direta ou supletivamente a todos os processos que não 
tenham natureza penal. É a lei das leis, pois é ele que viabiliza e possibilita a aplicação 
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de direitos. A partir de 18 de março deste ano, todos os processos, inclusive os que 
já estão em andamento, passarão a ser regidos por essas novas regras. Como obra 
do humano, certamente há falhas, que serão corrigidas ao longo do tempo e que só 
serão detectadas no dia a dia de sua aplicação. 
Um dos impactos mais significativos do novo CPC está no Direito de Família. 
Poderia ter sido melhor, mas está aí o que foi possível. Se o Estatuto das Famílias 
(PLS 470/2013), elaborado pelo Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM) e 
proposto pela senadora Lídice da Mata (PSB-BA), for aprovado, ele fará essas 
melhorias, já que o título VIII desse estatuto trata de processo e procedimento. E aí, 
sim, teremos um processo específico e particularizado para esse ramo do Direito, que 
é o mais humano e sensível em relação a todos os outros. O processo de família, 
devido às suas peculiaridades e particularidades, quebra a máxima ―o que não está 
nos autos, não está no mundo‖. O que orbita fora do processo, o amor e ódio entre as 
partes, é, na verdade, o que determina o desfecho desses processos judiciais. 
Quando os restos do amor vão parar no Judiciário, tecendo verdadeiras 
histórias de degradação do outro em nome de reivindicação de direitos, na verdade 
estão buscando, na maioria das vezes, o tamponamento de seu desamparo estrutural. 
Por isso, o processo judicial de família é a materialização de uma realidade 
subjetiva. E o novo CPC parece ter entendido isso e fez avanços significativos. Utilizou 
pela primeira vez uma expressão do campo da psicanálise, 
―sujeitos‖ do processo, como título do livro III, introduzindo um significante 
novo para a relação processual; segundo, porque criou um capítulo específico para 
as ações de família (Cap. X — artigos 693 a 699); e, terceiro, porque introduz novos 
significados e significantes ao culto da sentença: ―Nas ações de família, todos os 
esforços serão empreendidos para a solução consensual da controvérsia, devendo o 
juiz dispor do auxilio de profissionais de outras áreas de conhecimento para 
mediação e conciliação‖ (artigo 694). 
A cultura do litígio em Direito de Família está com os dias contados. 
Obviamente, isso afeta o mercado da advocacia, abre mercado no campo jurídico para 
profissionais ―psis‖, tornando o Direito de Família transdisciplinar. Devemos nos 
adaptar aos novos tempos. Afinal, nós somos apenas meio para se atingirum fim, que 
é buscar a Justiça. Mesmo antes do novo CPC, já havíamos começado a diminuir 
essa litigiosidade, quando paramos de discutir culpa pelo fim da conjugalidade com 
a EC 66/2010, proposta pelo IBDFAM por meio do então deputado federal Sérgio 
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Barradas (BA), que simplificou o sistema de divórcio no Brasil. Um dos grandes 
méritos do novo CPC é a introdução da mediação, que certamente ajudará a 
implementar o espírito e a cultura da mediação, que em síntese significa trocar 
o bate-boca pelo bate-papo e atribuir reponsabilidade aos sujeitos para que eles 
mesmos, muito melhor do que um juiz, possam resolver o conflito. Em síntese, os 
métodos autocompositivos de solução de conflitos é que dão a tônica desse novo CPC 
(artigos 165 e seguintes). 
Os avanços foram bons, embora pudessem ter sido melhores. Na execução de 
alimentos, consolidou o que a jurisprudência já tinha consagrado em relação à prisão 
do devedor, ou seja, apenas pelos últimos três meses pode-se pedir prisão, e 
absorveu sugestão do IBDFAM que já estava no Estatuto das Famílias (artigo 230) 
em relação ao protesto do nome do devedor de alimentos (artigo 582, parágrafo 3°); 
o foro competente para processar e julgar ações de família em geral passa a ser 
sempre o da parte mais vulnerável (artigo 49 a 53), bem melhor que o CPC de 1973, 
que privilegiava a mulher, mesmo quando ela fosse a parte menos vulnerável; 
absorveu novos conceitos de Direito de Família, tratando o processo envolvendo 
alienação parental com destaque, e, embora não tenha previsto o ―depoimento sem 
dano‖, determina que o juiz esteja acompanhado por especialista (artigo 699); com o 
objetivo de não acirrar o litígio, o requerido será citado para audiência de tentativa de 
conciliação sem a cópia de petição inicial (artigo 695). 
É que a petição inicial contém a versão dos fatos que, verdadeiros ou não, 
provocam na parte contrária sentimento de ódio, e, acima de tudo, elas não se 
reconhecem ali naquela história narrada pela versão do outro. Também foi um 
grande avanço o julgamento antecipado do mérito (artigo 356), que certamente vai 
agilizar milhares de processos. Agora, não há mais dúvida de que pode, por 
exemplo, decretar o divórcio e continuar no mesmo processo as outras discussões 
conexas, como guarda, convivência e alimentos. 
Porém, nem tudo são flores. O novo CPC perdeu uma boa oportunidade de 
substituir velhas expressões que carregam consigo um sentido equivocado e já 
superado pelo Direito de Família, como, por exemplo, ―visitação‖ e ―regime 
de visitas‖ (artigo 693 e 731). Tal expressão traz consigo uma ideia de frieza e 
formalidade e já havia sido substituída pelo Estatuto da Criança e do Adolescente 
(ECA) por ―convivência familiar‖ e já consagrada pela melhor doutrina e 
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jurisprudência; a interdição (artigo 747, III) não considerou os tratados internacionais 
e o princípio da dignidade da pessoa humana, mas a Lei 13.145/15. 
O Estatuto da Pessoa com Deficiência pode corrigir isso; as ações de alimentos 
continuam pelo rito especial da Lei 5.478/68 e sua execução, apesar dos avanços, 
perdeu uma boa oportunidade de criar procedimento próprio, como propõe o Estatuto 
das Famílias do IBDFAM. É inadmissível cobrar uma dívida alimentar pelo mesmo 
procedimento que se cobra um cheque ou uma nota promissória. 
A participação do Ministério Público nos processos de família (artigo 698) 
deveria ter sido mais bem prestigiada, inserindo sua competência em uma 
verdadeira política pública para crianças e adolescentes, concentrando sua nobre e 
importante função — quase missão — no enunciado do artigo 176: ―(...) atuará na 
defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses e direitos sociais e 
individuais indisponíveis‖. Esse é o seu imperativo ético, que inclui ir além de fiscal da 
lei, mas principalmente tomar medidas efetivas para dar um lar a crianças e 
adolescentes depositadas em abrigos por anos a fio, sem voz e sem vez. 
O processo, para além da função de busca e materialização de direitos, 
funciona também como um importante ritual de passagem, agora facilitado por essas 
novas regras. 
Impactos do Novo CPC no direito tributário 
 
O novo Código de Processo Civil, trazido pela lei 13105/15, e que entrará em 
vigor em março de 2016, afetará todas as demandas civis em andamento, inclusive 
as de natureza tributária que igualmente são regidas pelas normas do referido Código. 
A lei processual foi de modo geral modernizada a fim de prestigiar uma maior 
celeridade na entrega da prestação jurisdicional sem descuidar da segurança com que 
os atos processuais precisam ser praticados a fim de assegurar o respeito ao 
contraditório e à ampla defesa. 
Apesar de apenas um único tipo de recurso ter sido de fato extinto - o "agravo 
retido" - foram criados alguns mecanismos que poderão representar economia de 
tempo sem afetar a segurança jurídica. Como exemplo principal, o chamado
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"incidente de resolução de demandas repetitivas" que, na área tributária, por 
certo terá bastante serventia. 
O incidente poderá ser amplamente usado nas causas tributárias, 
especialmente envolvendo teses. Por meio do incidente, o juiz, o Tribunal, as partes e 
até o Ministério Público e a Defensoria Pública, podem suscitar o incidente que deve 
ser dirigido ao presidente do Tribunal. Para que o incidente possa ser aceito, há de 
ser provado que há efetiva repetição de processos que contenham controvérsia 
sobre a mesma questão unicamente de direito e deve coexistir simultaneamente risco 
de ofensa à isonomia e à insegurança jurídica. 
Enquanto o Tribunal analisa a matéria de direito contida no incidente, todos os 
processos que tratam do mesmo tema ficam suspensos e, uma vez dada a decisão 
do incidente, a tese jurídica definida nesse procedimento será aplicável a todos os 
processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito e que 
tramitem na área de jurisdição do respectivo Tribunal e também aos casos futuros que 
venham a discutir a mesma questão de direito já decidida no incidente. 
Havendo uma tese tributária, a própria parte poderá pedir que a mesma seja 
julgada na forma do incidente e o julgamento de um único caso será 
automaticamente aplicado a casos passados e futuros, acabando, assim, com a 
controvérsia de direito (atualmente todo e cada caso repetido referente a uma tese 
tributária deve contar com julgamento próprio por juiz competente, o que por óbvio faz 
com os processos durem muito mais). 
Criou-se regra que irá considerar a análise dos processos respeitando-se a 
ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão, por meio de lista 
de processos que deverá ser publicada em cartório e na rede mundial de 
computadores, o que pode evitar que processos tributários ainda dos anos 1980 
estejam até hoje esquecidos nos escaninhos da Justiça, pois é comum os juízes 
julgarem casos muito mais novos em detrimento dos mais antigos. 
Na parte de sucumbência, houve importante alteração na forma decálculo dos 
honorários de sucumbência da Fazenda Pública, com a colocação de limites mínimos 
e máximos de acordo com o valor da discussão (evitando com isso a fixação irrisória 
de verba sucumbencial em desfavor da Fazenda Pública, como hoje acontece na 
maior parte dos casos). Assim, por exemplo, quando a condenação for de até 200 
salários-mínimos os honorários serão fixados entre 10 e 20%, chegando a até o 
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mínimo de 1 e o máximo de 3% sobre o valor da condenação nos casos acima de 
100.000 salários mínimos. Acaba-se, assim, com aquela condenação irrisória de 
alguns mil reais em casos que envolvem milhões, pois o CPC traz um critério 
totalmente objetivo de acordo com o valor envolvido, não havendo brechas para tratar 
a questão de forma diferente. 
Quanto aos privilégios da Fazenda Pública em juízo, manteve-se o prazo em 
dobro para todas as suas manifestações no processo, sendo, contudo, revogado o 
direito ao prazo em quádruplo para contestação. Ainda, limitou-se ainda mais as 
hipóteses de reexame necessário em favor da Fazenda Pública, pois aumenta-se 
substancialmente o valor mínimo envolvido na demanda que permite o recurso de 
ofício. Assim, por exemplo, para a União ter o benefício, a condenação não poderá 
ser inferior a mil salários mínimos de referência (enquanto que atualmente a causa 
deve ter valor mínimo de apenas 60 salários mínimos para permitir o recurso de ofício). 
Uma outra importante inovação é a possibilidade de o juiz julgar o mérito 
apenas parcialmente quando por exemplo houver uma matéria de direito já apta a ser 
julgada, não necessitando de provas adicionais, que é então decidida de forma final 
independentemente da existência no mesmo processo de outra matéria que ainda 
passará pela realização de provas. Desse modo, por exemplo, em um caso tributário 
em que se discuta uma tese e também haja matéria que será submetida a uma perícia, 
pode (na verdade, deve) o juiz julgar antecipadamente o mérito da tese sem a 
necessidade de aguardar todo o trâmite das provas para então julgar em uma 
sentença as duas questões. 
As alterações principais levaram em conta o desejo do legislador processual de 
acelerar o trâmite de demandas com a preservação da segurança jurídica do 
administrado em receber uma decisão final célere com o necessário respeito ao 
contraditório e ampla defesa. 
Tentativa de um processo civil democrático 
 
O Código de Processo Civil, que passou a vigorar em 18 de março de 2016, 
era considerado por grande parte da doutrina, à época de sua promulgação, um 
avanço democrático, na medida em que se tratava da primeira regulamentação 
legislativa de processo civil aprovada em um período de constitucionalismo 
democrático, uma vez que as codificações anteriores, de 1939 e de 1973, foram 
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concebidas em períodos de exceção. A própria exposição de motivos, anexada ao 
projeto do Código de Processo Civil já sancionado, estabelece, de forma clara e 
concisa, que a reforma processual ocorreu para se alcançar os principais anseios da 
sociedade brasileira contemporânea, quais sejam: operacionalizar a celeridade de 
julgamentos e a segurança na garantia de direitos, ou seja, uma prestação 
jurisdicional com maior qualidade em suas decisões. 
Sob a perspectiva teórica da Crítica Hermenêutica do Direito (CHD), é 
possível afirmar que o Código de Processo Civil trouxe grandes mecanismos 
inovadores ao processo civil pátrio, sendo eles: 
 
 Exigência de coerência e integridade na tomada de decisão judicial (art. 
926, CPC/2015): a inserção do dispositivo exige que a jurisprudência dos tribunais 
seja estável, íntegra e coerente. Isto é, em casos semelhantes, deve-se ater — 
primordialmente — à garantia isonômica da aplicação principiológica. Francisco José 
Borges Motta, em seu livro Levando o Direito a sério: uma crítica hermenêutica ao 
protagonismo judicial, sustenta que a ideia de coerência esta atrelada com a 
―doutrina da responsabilidade política e que a integridade deve reger o direito, 
evitando, assim, ―inovações‖ decisórias em casos semelhantes. 
 Existência de elementos essenciais da sentença: este mecanismo, de 
grande importância no novo Código de Processo Civil, estabelece os elementos 
imprescindíveis de uma sentença. Em caso de não observância deste artigo, a 
sentença não produzirá efeitos e, desta forma, observa-se a conexão existente entre 
este artigo e o artigo 93, IX, da Constituição Federal. 
 Proibição de “decisões surpresas”: presente no artigo 10 do novo 
Código de Processo Civil, este mecanismo veda a chamada decisão surpresa. Este 
dispositivo trata da adoção do contraditório como garantia de influência e não 
surpresa. 
 Expunção do “livre convencimento”: o CPC 2015 optou por evitar todas 
as expressões relacionadas com o livre convencimento/poder discricionário e, com 
a retirada de tais expressões, passou a adotar uma postura diferente da 
codificada anteriormente.
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Um dos ramos da Crítica Hermenêutica do Direito (CHD), desenvolvida pelo 
professor Lenio Streck, é a construção de uma Teoria da Decisão Judicial. Com a 
imbricação da teoria de Ronald Dworkin e a CHD, surge a tese do direito 
fundamental a respostas constitucionalmente adequadas (respostas corretas), que, 
por sua vez, está atrelada ao dever de fundamentação das decisões judicias, o qual é 
considerado um dos pressupostos do Estado Democrático de Direito. Portanto, 
épossível extrair de Dworkin a ideia de responsabilidade política e igualdade. A ideia 
de responsabilidade pressupõe que as decisões devem espelhar segurança jurídica, 
não no sentido novecentista, vinculado à certeza exegética, mas, sim, no sentido de 
construção de sentidos em uma dimensão pública (intersubjetiva). No encontro 
dessa ideia está a de igualdade. Democracia pressupõe igualdade5. E 
igualdade, em prestação judicial, implica tratar casos semelhantes de modo 
equânime. Dessa forma, observamos que os mecanismos inovadores trazidos pelo 
CPC 2015 sinalizam a preocupação do legislador em democratizar o processo 
de decisão judicial. 
É possível afirmar que esses mecanismos — exigência de coerência e 
integridade nas tomadas de decisões, estabelecimento de elementos essenciais para 
sentenças, vedação a ―decisões surpresas‖ e a expunção do ―livre convencimento‖ 
— revolucionaram o processo civil brasileiro. 
A partir destes novos paradigmas adotados pelo Código de Processo Civil de 
2015, surge a redação do artigo 489 do CPC/15 e seu parágrafo 1º para tentar barrar 
a postura protagonista do juiz no novo processo civil pátrio. 
Por meio da Crítica Hermenêutica do Direito (CHD), o artigo 489 do Código de 
Processo Civil de 2015 é um meio pelo qual se pode chegar a respostas corretas, ou 
seja, respostas constitucionalmente adequadas para cada demanda em específico. 
Portanto, é através desse dispositivo que se pretende combater a 
discricionariedade e o arbítrio judicial no CPC/2015. Garantindo,assim, o 
cumprimento do texto Constitucional de 1988 (artigo 93, IX) e a segurança jurídica, 
que é compreendida como o direito fundamental do cidadão receber, por parte do 
Poder Judiciário, uma resposta de acordo com a Constituição para a sua demanda. 
Na práxis se observa que os julgadores não estão olhando o novo com olhares 
do novo‖, pelo contrário, continuam a olhar o novo com olhares do velho. 
 
 
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Análise das normas processuais fundamentais 
 
As normas existentes no CPC/2015 traduzem a mentalidade que a nova lei 
processual introduz para a solução dos conflitos em total sintonia com a Constituição 
Federal. 
O artigo 1º dispõe que o ―processo civil será ordenado, disciplinado e 
interpretado conforme os valores e as normais fundamentais estabelecidos na 
Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste 
Código‖. 
O primeiro artigo é, sem dúvidas, a disposição expressa do lógico. A 
Constituição Federal vincula todos os atos dos poderes públicos (Poder Legislativo, 
Poder Executivo e Poder Judiciário) e é por isso que todos os ramos do Direito são 
também vinculados a ela, não somente o Processual Civil. 
Em que pese ser lógica a sua vinculação por ser lei infraconstitucional, é preciso 
atentar-se que o objetivo do legislador foi enfatizar que o Código de Processo 
Civil, que é norma geral de processo – utilizado em todos os ramos, ainda que de 
forma subsidiária e desde que não seja incompatível, deve se subordinar e se orientar 
pelas disposições constitucionais. 
O processo deve ser examinado, sempre, sob o ponto de vista constitucional 
em todas suas vertentes, garantindo, p. ex., o direito de ação, de defesa, do controle 
de constitucionalidade das leis, dos remédios constitucionais, da fundamentação da 
decisão, da produção de prova, dentre outras inúmeras situações que são aplicadas 
no códex processual e que devem observar o CF. 
 
Novo CPC e seus recentes e notáveis impactos 
 
A expressa constitucionalização do Novo CPC já é vista na prática: o colendo 
Superior Tribunal de Justiça recentemente decidiu que a suspensão do passaporte 
violou o direito constitucional de ir e vir e o princípio da legalidade. 
Seguindo sobre as normas fundamentais, o artigo 2º corresponde aos antigos 
artigos 2º e 262º do Código de Processo Civil de 1973 e trata sobre o princípio 
dispositivo e impulso oficial, que não são novidades no ordenamento. 
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O dispositivo é justamente a regra que o juiz deve aguardar a iniciativa das 
partes. A regra sempre suporta exceções e não é diferente no caso desse princípio: o 
juiz é autorizado a agir de ofício como, por exemplo, na hipótese de jactância de 
herança (artigo 738 do CPC), incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR– 
artigo 976 do CPC), restauração de autos (artigo 712 do CPC), incidente de arguição 
de inconstitucionalidade (artigo 948 do CPC), dentre outros. 
Quanto ao impulso oficial, como é sabido, é quando, uma vez iniciado, o 
processo se desenvolve naturalmente pelo juiz. Essa situação também comporta 
exceções, uma vez que, se a parte não der andamento ao processo, ocorrerá a 
contumácia. 
 
Preceitos Constitucionais 
 
O artigo 3º do Códex copia parcialmente o inciso XXXV, do artigo 5º da CF e, 
com isso, reforça a ideia criada pelo artigo 1º do Novo CPC de que as normas 
processuais devem se basear nos preceitos constitucionais. Válida transcrição do 
artigo: 
Art. 3º. Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. 
§ 1º. É permitida a arbitragem, na forma da lei. 
§ 2º. O Estado, promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos 
conflitos. 
§ 3º. A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de 
conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e 
membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. 
O caput do referido artigo reforça o direito constitucional de ação, que garante 
ao jurisdicionado o poder de deduzir pretensão em juízo e também poder dela 
defender-se. Os §1º ao §3º, por sua vez, expressamente admitem e incentivam outros 
métodos de solução de conflitos, que são a mediação, a conciliação e a arbitragem. 
A conciliação é o método mais recomendado para os conflitos superficiais e 
objetivos, com a atuação do terceiro facilitador de forma mais direta, até mesmo 
sugerindo opções para a solução do conflito. De outro lado, a mediação é 
recomendada para os casos em que exista uma relação prévia entre os envolvidos e 
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o terceiro facilitador deve somente facilitar o diálogo entre as partes, mas sem, em 
hipótese alguma, propor soluções. 
 
Conciliação, Mediação e Arbitragem no Novo CPC 
 
Comumente a conciliação e mediação são confundidas e até utilizadas como 
sinônimos e é por isso que o próprio Código tratou de diferenciá-las especificamente 
no § 2º e 3º do artigo 165, respectivamente. 
Quanto a arbitragem, essa é uma jurisdição distinta da estatal, regida pela Lei 
nº 9.307/1996, porém que também faz coisa julgada material e que produz eficácia de 
título executivo judicial. 
O artigo 4º traz mais uma norma fundamental – razoável duração do processo 
– no Código de Processo Civil ao dispor que ―as partes têm o direito de obter em 
prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa‖. 
A razoável duração do processo é princípio constitucional expressamente 
previsto no inciso LXXVIII do artigo 5º da CF. A diferença e a principal inovação do 
Código é a segunda parte do artigo 4º, que a doutrina nominou como princípio da 
primazia da decisão de mérito. 
A primazia do mérito, em poucas palavras, é privilegiar e fazer o possível para 
que o processo tenha um julgamento de mérito. O não julgamento do mérito significa 
extinguir o processo por meio de uma sentença terminativa em razão de vícios 
formais, o que não acarretará em uma decisão justa e nem trará a solução do conflito 
que as partes tanto almejam. Inclusive, o princípio da primazia da decisão de mérito 
já é aplicado no c. Superior Tribunal de Justiça. 
O artigo 5º, por seu turno, não trouxe inovações no Novo CPC e corresponde, 
parcialmente, ao que preconizava o artigo 14, inciso II, do CPC de 73. 
 
Princípio da Cooperação 
 
Esta analisar o artigo 6º do Novo CPC. Por sinal, esse artigo deve sempre ser 
lido em conjunto com o artigo 4º, pois a solução, de mérito e em prazo razoável, 
depende da cooperação de todos. Referido artigo dispõe que ―todos os sujeitos do 
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processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão 
de mérito justa e efetiva‖. 
O princípio da cooperação nada mais é que uma sobrenorma que orienta a 
vontade das partes para atuar em conjunto com o juiz, no intuito de se alcançar uma 
decisão judicial justa (equânime, razoável e proporcional) e que garanta, 
principalmente, a satisfação do direito e o efetivo desempenho do Estado em sua 
função/dever/atribuição de prestar a jurisdição ao caso concreto. 
O método inquisitivo e o método dispositivo são deixados, em parte, de lado 
para a entrada de um novo método de solução judicial, que é o método de cooperação, 
que prestigia o amplo diálogo processual entre as partes e o juiz para que se chegue 
ao melhor resultado na solução do litígio. 
Registra-se que a cooperação em conjunto com o princípio da primazia 
no julgamento do mérito é amplamente observada em diversas situações do 
regramento processual, como, p. ex., 1) nos recursos (artigo 932, parágrafo único); no 
preparo do recurso (artigo 1.007, § 2 e 4º); no saneamento de vícios (artigo 139, inciso 
IX e artigo 317); dentre outros inúmeros casos 
 
Código de Processo Civil 
 
O Código de Processo Civil (CPC) é o regulamento que rege todos os 
processos de natureza civil em nosso país. Por eliminação, pode-se dizer que o CPC 
determina as regras de todas as demandas fundamentadas no Direito Civil. 
Além delas, as leis processuais ainda interferem em demandas de outras áreas, 
como o Direito Eleitoral, o Tributário, o Trabalhista e o Empresarial. 
No CPC, os operadores do Direito encontram as regras que determinam, por 
exemplo, os prazos para pleitear os seus direitos na esfera judicial, as diretrizes dos 
juízes para conduzir o procedimento das ações, os recursos cabíveis em face de cada 
tipo de decisão, dentre outras normas. 
É importante ressaltar que o Código de Processo Civil é totalmente diferente 
do Código Civil brasileiro. Apesar de serem conjuntos de normas que se relacionam, 
seus objetivos são bastante distintos. 
No Código Civil, estão previstos os artigos que regulamentam direitos e 
obrigações no âmbito privado, estabelecidos entre pessoas físicas e jurídicas. São as 
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regras que determinam a compra e venda de bens móveis e imóveis e as 
relações familiares, por exemplo. 
Por outro lado, o Código de Processo Civil rege os processos 
judiciais envolvendo questões de Direito Civil. Então, nos conflitos envolvendo bens 
móveis, imóveis ou relações de família, por exemplo, serão consultadas as normais 
processuais civis. 
Enquanto o Código Civil prevê as regras das relações estabelecidas entre 
particulares, o CPC determina os procedimentos que ocorrem nos Tribunais e 
demais órgãos do Judiciário brasileiro. 
 
PRINCIPAIS MUDANÇAS 
 
Muitas foram as modificações proporcionadas pelo novo Código de Processo 
Civil brasileiro. Abaixo, listamos e explicamos as principais delas: 
 
Incentivo à conciliação 
 
A tendência do Direito moderno é incentivar as partes a resolverem os seus 
conflitos pela conciliação. Diante disso, com o novo CPC, deverá ser realizada uma 
audiência de conciliação antes da apresentação da defesa do réu. Essa é uma 
inovação em relação ao Código anterior, que intimava o réu a apresentar sua 
contestação antes de qualquer tentativa de resolução do conflito. 
Nesse caso, é importante mencionar que a conciliação prévia será permitida 
apenas para ações que discutam direitos disponíveis. As ações cujos objetos são 
direitos indisponíveis não terão possibilidade de acordo antes da audiência. 
 
Cronologia de julgamentos 
 
A partir do novo Código de Processo Civil brasileiro, os juízes deverão julgar as 
demandas de acordo com a data em que foram ajuizadas. Isso significa que o juiz não 
poderá escolher arbitrariamente a ordem de julgamento dos processos, como 
acontecia no CPC antigo. 
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Essa medida confere maior celeridade às decisões das ações judiciais. Além 
disso, permite que as partes consigam prever, de forma aproximada, quando terão 
seus pleitos analisados pelo Judiciário. 
Contagem de prazos 
 
Uma das novidades mais conhecidas do novo Código é a contagem dos prazos 
processuais. Agora, os prazos serão contados em dias úteis, diferentemente do que 
acontecia com o CPC anterior, que considerava os dias corridos. 
Ainda quanto aos prazos, outra mudança proporcionada pela nova Lei é a sua 
suspensão do dia 20 de dezembro ao dia 20 de janeiro, uma modificação que visou 
atender as férias dos advogados. Vale ressaltar que, durante esse período em que os 
prazos estarão suspensos, os tribunais funcionarão normalmente. 
 
Mudanças no Direito de Família 
 
O Direito de Família também foi atingido pelas mudanças do nosso novo 
Código de Processo Civil. O instituto da separação judicial foi resgatado, de modo que 
os casais poderão optar por se separar antes de iniciar um processo de divórcio. Em 
relação à separação judicial, cabe lembrar que, enquanto estiverem separados 
judicialmente, os cônjuges não poderão contrair outro matrimônio. 
Ainda nessa área do Direito, a conciliação também é muito estimulada pelo 
novo Código. O seu artigo 694 incentiva as técnicas alternativas de resolução de 
conflitos como forma de acelerar os procedimentos e alcançar decisões que 
proporcionem benefícios a todos os envolvidos. 
Finalmente, o novo CPC também trouxe mudanças para a execução de 
alimentos. A partir de agora, é permitida a inscrição do devedor de pensão 
alimentícia em sistemas de proteção ao crédito, como SPC e Serasa. 
 
Defesa simplificada do réu 
 
Sob a vigência do Código anterior, existia uma série de peças específicas para 
alegar tipos de defesa do réu. Era o caso da impugnação do valor da causa e da 
impugnação à justiça gratuita, por exemplo. Agora, com o novo CPC, todas as defesas 
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