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Apostila Gestão Financeira pdf

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1 
UNIPAC – Campus Governador Valadares 
Curso – Administração Disciplina – Gestão Financeira 
Prof: Maria do Perpétuo Socorro Dias Rodrigues 
 
Capitulo 1 
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E CONTABILIDADE 
 
Muitos consideram a função financeira e contábil dentro da empresa como sendo a mesma. 
Embora haja uma relação estreita entre elas, a função contábil pode ser melhor visualizada como um 
insumo indispensável à Adm. Financeira. Há uma diferença básica de perspectiva entre a Adm. 
Financeira e a Contabilidade: enquanto a primeira enfatiza a tomada de decisão, a segunda tem 
como objetivo de trabalho o tratamento dos fundos. 
 
TRATAMENTO DE FUNDOS: A função do Contador é desenvolver e fornecer dados para 
avaliar o desempenho da empresa, apurar sua situação financeira, bem como atender às exigências 
legais e tributárias. Neste sentido, são elaboradas normas e princípios padronizados de atuação (os 
chamados “princípios contábeis aceitos”) que determinam o método contábil, e dos quais o contador 
não pode se desviar. O REGIME DE COMPETÊNCIA determina que as receitas devem ser 
reconhecidas por ocasião da venda e as despesas somente quando incorridas. 
 
O Administrador Financeiro preocupa-se em manter a solvência da empresa e tem toda 
flexibilidade para trabalhar as informações da forma que melhor lhe convier, sem se preocupar com 
normas contábeis. Assim, interessa-lhe receitas e despesas quando estas representam entradas e 
saídas de caixa. O REGIME DE CAIXA, é, pois, a base para tomada de decisão do administrados 
financeiro. Esta diferença é muito significativa, pois sabemos que uma empresa pode apresentar uma 
boa situação econômica (balanço) e uma situação financeira difícil, com indisponibilidade de recursos 
para saldar suas dívidas, por exemplo. O diagrama a seguir – FLEURIET (1980) ilustra o ciclo 
econômico e financeiro da empresa: 
 
Ciclo Econômico e Ciclo Financeiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os dados contábeis não descrevem inteiramente a situação de uma empresa, embora sejam 
indispensáveis. O administrador financeiro precisa olhar além das demonstrações financeiras para 
receber sua real situação de caixa. Para isto, ele utilizará um FLUXO DE CAIXA, que poderá lhe 
oferecer estas informações tanto a curto prazo, quanto a projeção para médio e longo prazo, a fim de 
evitar a insolvência da empresa. 
 
TOMADA DE DECISÃO: O administrador financeiro, a partir das informações fornecidas pelo 
Contador, analisa, desenvolve os dados adicionais e tomas as decisões pertinentes. O papel do 
Contador é prover dados consistentes que sejam desenvolvidos e interpretados com facilidade e 
confiabilidade. Eles são um insumo fundamental ao processo de tomada de decisão financeira. Isto 
não significa que o Contador não tome decisões, nem que o administrador financeiro não colete 
dados: estamos nos referindo à ênfase básica do trabalho de cada um destes profissionais. 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTRUTURA E PAPEL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA NA EMPRESA 
 
O papel e a importância da função financeira dependem, em grande parte, do tamanho da 
empresa. Em pequenas empresas, a função financeira é geralmente vinculada aos próprios donos ou 
à área contábil. A medida que a empresa cresce, a importância da função financeira é separada em 
uma área própria. O Diretor financeiro (ou qualquer que seja o título do cargo) geralmente é 
responsável por conduzir atividades tais como a administração e planejamento do caixa, das contas a 
receber e a pagar, das movimentações bancárias, dos planos de captação de recursos a curto e 
longo prazos (decisões de financiamento), da análise da viabilidade financeira dos projetos de 
investimento, da política de dividendos, dos investimentos a curto prazo, bem como participa 
diretamente das atividades orçamentárias. Em grandes empresas é comum que esta tarefa seja 
responsabilidade de um profissional da área contábil – o controller – que define a política de impostos 
da empresa, contabilidade geral e fiscal, contabilidade de custos, etc. 
A estrutura básica da função pode ser ilustrada pela figura a seguir, extraída de 
SANVICENTE (1987): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estrutura típica da função financeira de uma empresa 
AS FUNÇÕES DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO 
 
 
As funções do Administrador Financeiro estão relacionadas a três atividades básicas: 
 
A) Análise e Planejamento Financeiro: Envolve a transformação dos dados financeiros de 
forma que se possa orientar a posição financeira da empresa, avaliar os investimentos futuros e os 
financiamentos necessários para a realização destes projetos. 
 
B) Administração da Estrutura de Ativos da Empresa: A participação dos diversos itens 
que compõem o ativo da empresa (lado esquerdo do balanço), isto é, quanto de ativos líquidos 
devem ser mantidos para garantir a solvência da empresa e quanto pode ser investido no 
Permanente ou em investimentos a longo prazo, é uma das atividades mais importantes a que o 
administrador financeiro deve se dedicar. Um “mix” ótimo deve ser buscado para cada empresa, com 
o objetivo de minimizar o risco e maximizar o retorno. 
 
C) Administração da Estrutura Financeira da Empresa: Relaciona-se com a 
administração do lado direito do balanço. É necessário analisar quais são as melhores alternativas de 
endividamento para a empresa, disponibilidade, custo dos recursos de terceiros a serem utilizados, 
fontes de recursos e implicações desta decisão para a empresa no futuro. 
 
 
A META DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO 
 
 
O administrador financeiro visa atingir os objetivos de maximização da riqueza dos 
proprietários da empresa ou dos acionistas, no caso das sociedades anônimas. 
 
DIRETOR FINANCEIRO 
TESOUREIRO CONTROLADOR 
CAIXA E BANCOS 
 
CONTAS A RECEBER 
CONTAS A PAGAR 
 
RELAÇÕES BANCÁRIAS 
 
PREPARAÇÃO DO 
ORÇAMENTO DE CAIXA 
CONTABILIDADE GERAL E DE CUSTOS 
 
ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTOS E 
CONTROLE ORÇAMENTÁRIO 
 
AUDITORIA INTERNA 
 
PREPARAÇÃO DE RELATÓRIOS 
FINANCEIROS INTERNOS 
 
 
3 
Muitos consideram a maximização dos lucros como o objetivo primordial da empresa, e esta 
controvérsia não é apenas semântica. É útil que façamos a distinção entre riqueza e lucro 
(SOLOMON, 1977), para percebermos a origem da controvérsia. 
 
“Os lucros são um conceito orientado para os proprietários. Referem-se ao volume e a fração 
da renda que é canalizada para aqueles que fornecem o capital para as atividades empresariais. Os 
lucros relacionam-se com a criação da maior riqueza possível para os proprietários e com a 
concomitante distribuição dessa riqueza entre eles ou sua inversão na empresa em seu próprio 
proveito. 
 
A rentabilidade é um conceito operacional relacionado com a produção ou criação de novas 
riquezas... reflete a utilização mais eficiente dos recursos econômicos de uma sociedade, 
promovendo a maximização da riqueza econômica da sociedade”. 
 
Em resumo, o objetivo de maximização de lucros é essencial para a maximização da riqueza, 
mas é menor que este. A maximização da riqueza considera outras variáveis, tais como: 
 
 a maximização do retorno do acionista – que se dá através do preço de mercado das ações, que 
por sua vez é mais influenciado pelo patrimônio da empresa do que pela perspectiva de lucratividade 
a curto prazo; 
 
 as melhores alternativas de investimento são as que possibilitam retornos mais cedo; 
 
 o risco – Quanto maior for o risco de um negócio, maior será a expectativa de retorno. Assim, 
alterações no risco do negócio (em virtude, por exemplo, de um aumento excessivo do 
endividamento, de introdução de novos produtos, investimentos arriscados, etc) devem considerar o 
impacto sobre o retorno dos proprietários. 
 
 distribuição de retornos– a discussão acerca da disponibilidade do acionista abrir mão de seus 
dividendos correntes em benefício de dividendos maiores no futuro é bastante complexa. Por 
enquanto, iremos considerar de forma simplificada, que a maximização da riqueza do acionista 
considera sua preferência por dividendos regulares. 
 
CAPÍTULO 2 
CICLOS OPERCIONAL E FINANCEIRO 
 
 Para entendermos o significado de ciclo operacional de uma empresa, vamos considerar o exemplo 
de uma indústria. O processo operacional completo da indústria abrange a seqüência de atividade de 
matérias-primas, pagamento aos fornecedores, produção, estocagem, venda e recebimento das 
vendas. 
 
O intervalo de tempo gasto na execução de todas essas atividades é denominado ciclo operacional. 
Ele representa o número de dias transcorridos entre a compra de matérias-primas ou produtos e o 
recebimento da venda dos produtos fabricados ou comercializados. 
 Recebimento de Vendas 
[----------------------------------Ciclo de Operacional = 90 dias --------------------------------] 
[------------Prazo de estocagem = 50 dias ----------------------] 
Dias 0 30 50 90 
[--------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
[-----Prazo de -------------] [-------Prazo de Recebimento ---------] 
 Pagamento 
Compra de Pagto de Venda de Produto 
Matéria-Prima Compra 
 
A duração do ciclo operacional é afetada por fatores como produção, operação e também por suas 
práticas comerciais e financeiras, que envolvem prazos de pagamento e recebimento. 
 
A duração de cada fase integrante do ciclo operacional tem influência sobre o volume de recursos 
financeiros consumidos ou imobilizados na operação da empresa. 
 
 
 
4 
Ciclo Financeiro 
O ciclo financeiro é o intervalo de tempo entre os eventos financeiros ocorridos ao longo de ciclo 
operacional, representados pelo pagamento a fornecedores e pelo recebimento das vendas. 
 
No caso de uma indústria, supondo que a fabricação comece imediatamente após a compra da 
matéria-prima e que a venda seja realizada logo após a fabricação, o ciclo financeiro é calculado com 
base no prazo de fabricação e nos prazos de pagamento de compras e de recebimento das vendas. 
 
Numa empresa varejista, o prazo de estocagem e os prazos de pagamento e recebimento definem 
seu ciclo financeiro. 
 
O ciclo financeiro de uma empresa prestadora de serviços, na maioria dos casos, é afetado apenas 
pelos prazos de pagamento e recebimento. 
 
Como as empresas têm prazos diferentes para pagamento aos fornecedores e recebimento dos 
clientes, o ciclo financeiro é determinado com base nos prazos médios de pagamento e de 
recebimento. 
 
 
 
 Recebimento de Vendas 
 [---------------Ciclo Financeiro = 60 dias ----------------------------] 
Dias 0 30 50 90 
______________________________________________________________________ 
[-------Prazo de Pagto ---] [ ----Prazo deRrecebimento --------------] 
Compra de Pagto de Venda de 
Matéria-Prima Compra Produto 
 
 
Para o cálculo do ciclo financeiro de uma empresa, é necessário considerar as seguintes variáveis: 
 E Prazo médio de pagamento a fornecedores (PP); 
 Prazo médio de fabricação/estocagem (PE); e 
 Prazo médio de recebimento das vendas (PR). 
 
O ciclo financeiro (CF) é calculado pela seguinte fórmula: 
 
CF = PE + PR - PP 
Quando uma empresa opera sem estoques, como é o caso da maioria das empresas prestadoras de 
serviços, o prazo médio de produção e estocagem (PE) é considerado igual a zero. Na empresa 
varejista, o prazo médio de produção e estocagem corresponderá apenas à idade média de seus 
estoques, já que esse tipo de empresa não tem processo de produção. 
 
Exemplo: A empresa VXZ apresenta os seguintes prazos médios em seu processo de compra, 
produção e vendas: 
 
 Prazo de fabricação e estocagem (PE) = 50 dias 
 Prazo de pagamento (PP) = 30 dias; e 
 Prazo de recebimento (PR) = 40 dias 
 
Seu ciclo financeiro tem o seguinte número de dias: 
 
CF = PE + PR – PP 
CF = 50 + 40 – 30 
CF = 60 
 
Giro de Caixa 
 
O giro de caixa é um parâmetro relacionado com o ciclo de caixa que indica quantas vezes, ao longo 
de um ano, ocorre o revezamento do caixa da empresa. 
 
 
 
5 
Se se considerar 360 o número de dias de um ano, o giro de caixa (GC) é dado pelo quociente entre 
360 e o ciclo financeiro (CF): 
 
GC = 360 / CF 
Com base nos dados já apresentados, o giro de caixa da empresa VXZ é: 
GC = 360/CF 
GC = 360/60 
GC = 6 
 
O valor calculado para giro de caixa da empresa VXZ indica que, ao longo do ano, seu caixa se 
reveza seis vezes. 
 
A fórmula de cálculo do giro de caixa indica que quanto menor for o ciclo financeiro, maior será o giro 
de caixa. É desejável que a empresa tenha alto giro de caixa, de modo que reduza sua necessidade 
de capital de giro, como será mostrado na seção seguinte. 
 
Caixa Operacional 
 
O volume mínimo de recursos financeiros de que uma empresa precisa para o giro de suas 
operações é denominado caixa operacional. Esse parâmetro representa o capital de giro mínimo 
necessário a um volume de vendas. 
 
Um método simples para o cálculo do caixa operacional consiste em dividir o valor da projeção de 
desembolso anual de caixa (DAC) pelo giro de caixa (GC). Esse cálculo requer a projeção de lucro da 
empresa para o ano e também da destinação desse lucro. A projeção de desembolso anual deve 
abranger o pagamento a fornecedores e o desembolso com custos operacionais. 
 
A fórmula para cálculo do caixa operacional é a seguinte: 
 
CO = DAC / GC 
 
Para ilustrar o cálculo da caixa operacional, considerando a empresa VXZ com as seguintes 
características: 
 
 Desembolso anual de caixa (DAC) = R$ 600.000,00 
 
O desembolso anual de caixa compõem-se de R$ 360.000,00 referentes a pagamento a fornecedores 
e R$ 240.000,00 referentes a custos operacionais desembolsáveis mensalmente: 
 
 Prazo médio de pagamento (PP) = 30 
 Prazo médio de produção e estocagem (PE) = 90 
 Prazo médio de recebimento das vendas (PR) = 60 
 
Seus parâmetros de caixa são os seguintes: 
a) Ciclo Financeiro 
 
CF = PE + PR – PP 
CF = 90 + 60 – 30 = 120 
 
b) Giro de Caixa 
 
GC = 360/ CF 
GC = 360/120 = 3 
 
c) Caixa Operacional 
 
CO = DAC/GC 
CO = 600.000/3 = 200.000 
 
 
 
 
6 
 
CAPITULO 3 
GESTÃO/ADMINSTRACÃO DO CAPITAL DE GIRO 
 
O termo Capital de Giro significa os ativos que normalmente devem circular e serem substituídos, ao 
menos em parte, durante o ciclo operacional da empresa. 
 
Corresponde às contas do ativo circulante: Caixa, Disponibilidades, Contas a receber, Estoques e 
Títulos Negociáveis. 
 
É necessário fazer uma diferenciação entre as óticas de definição do Capital de Giro (contábil e 
financeira). Para a contabilidade, Capital de Giro consiste na diferença entre ATIVO CIRCULANTE e 
PASSIVO CIRCULANTE (CG= AC – PC), neste caso é essencialmente uma medida de liquidez, 
dando uma base aproximada da capacidade da empresa de pagar seus débitos à medida que 
vencerem, por isso é chamado de CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO. 
 
Porém, em finanças, Capital de Giro significa estudara melhor maneira de alocar os recursos 
financeiros de curto prazo dentro do ativo circulante (Caixa, Contas a Receber, Estoques, etc.); desta 
forma, é chamado de CAPITAL DE GIRO ATIVO. 
 
A importância e a necessidade do Capital de Giro variam de setor para setor. Há empresas que 
necessitam de um elevado capital de giro para suas operações, já outras não possuem esta 
necessidade tão elevada. Esta necessidade e importância dependem basicamente: 
 Da natureza das operações da empresa; 
 Das exigências tecnológicas do setor; 
 Da concorrência no setor. 
 
Por exemplo, uma empresa de refinaria de petróleo necessita de muito menos Capital de Giro para 
suas operações do que uma empresa atacadista ou varejista. 
 
Há outra divisão do Capital de Giro: Permanente e Variável. 
 
Capital de Giro Permanente consiste em um mínimo que sempre será exigido pela empresa 
enquanto ela continuar em funcionamento. Pois, para que ela continue operando, sempre haverá 
algumas mercadorias ou matérias-primas no estoque, recursos comprometidos com a manutenção de 
créditos aos consumidores; todos têm um nível mínimo abaixo do qual podem comprometer as 
operações da empresa. 
 
Capital de Giro Variável é a flutuação temporária acima do mínimo de Capital de Giro Permanente 
que irá oscilar durante o ano. 
 
 
 
7 
É de suma importância para o gestor financeiro ter esta divisão sobre seu controle, pois em caso de 
financiamento para o Capital de Giro, o Permanente poderá, em alguns casos, ser financiado com 
recursos de longo prazo; já o Variável deverá sempre utilizar recursos de curto prazo para o seu 
financiamento, a fim de que não comprometa a lucratividade e a rentabilidade da empresa. 
 
Na administração do Capital de Giro da empresa, é sempre necessário prever o efeito de vários 
acontecimentos, tanto endógenos quanto exógenos, que poderão mudar as exigências do Capital de 
Giro, como: 
 
 Mudanças no nível de Operações da Empresa: principalmente causados por fatores sazonais 
(que influenciarão o Capital de Giro Variável); e o crescimento das operações da empresa 
(que poderá influenciar diretamente o Capital de Giro Permanente). 
 Mudanças na Política. 
 Evolução Tecnológica. 
 
 
Capital de Giro do Ativo – Ativo Disponível 
 
Ativo Disponível ou Disponibilidades consiste naquele ativo que a firma pode reunir, sem demora, a 
fim de satisfazer a demanda de recursos financeiros. Nesta categoria se encontram o caixa (a moeda 
corrente mantida pela firma), saldos em bancos (movimentados quase sempre na conta corrente) e 
investimentos de curto prazo (sendo aqueles investimentos com alta liquidez e baixo risco, que a 
empresa pode resgatar sem demora quando deles necessite). 
 
Finalidade 
 
Quando a firma compromete fundos com as disponibilidades, ela tem a finalidade de “adquirir” 
liquidez, ou seja, capacidade de satisfazer a demanda por recursos financeiros. Se a empresa não 
tiver liquidez, não conseguirá continuar em operação até começar a alcançar seus lucros. 
 
A empresa necessita de liquidez devido a duas questões primordiais no meio empresarial: 
 
1) Há sempre uma desigualdade entre as entradas e saídas de caixa, não só quanto ao tempo, mas 
também com relação aos montantes. Por isso ela deve sempre manter saldos operacionais para 
que possa continuar em atividade, como por exemplo: saldos para troco no caso de empresas 
varejistas. 
2) A questão da incerteza, ou seja, a impossibilidade de prever a demanda ou fluxo de caixa com 
toda a precisão. Para combater esta questão a empresa sempre deve manter saldos para 
compromissos diversos, ou seja, um montante de recursos além das necessidades programadas 
para que possa estar preparada contra certos erros de previsão, pois os fluxos de caixa não podem 
 
 
8 
ser previstos com precisão absoluta e as necessidades financeiras inesperadas podem colocar a 
empresa em uma situação complicada de não poder satisfazer suas obrigações prontamente. 
 
Decisão Monetária: Benefícios e Custos 
 
A questão dos custos das disponibilidades é medida pelos “lucros perdidos”, ou seja, o custo de se 
manter fundos monetários aplicados nesta forma estéril em vez de empregá-los produtivamente nas 
operações da empresa, como, por exemplo, no estoque. Já o grande benefício do ativo disponível 
está nos custos economizados em se ter recursos monetários imediatamente à disposição para cobrir 
as necessidades da empresa. 
 
Fatores que Influenciam a Necessidade de Caixa/Bancos na Empresa 
 
Podemos enumerar alguns fatores que influenciam diretamente na necessidade das empresas em 
manter fundos no caixa e nas contas correntes em bancos, dentre eles os mais importantes são: 
 
 Nível de Operações: uma expansão nas operações da empresa tende a aumentar entradas e 
saídas de caixa o que irá provocar um aumento no nível médio de fundos a ser mantido na 
conta Caixa/Bancos. 
 Exatidão das previsões de Caixa: Quanto mais preciso for o fluxo de caixa da empresa, 
menor será a necessidade de se manter fundos de precaução ou de compromissos. 
 Disponibilidade e Custo do Crédito “Rápido”: As taxas de juros de empréstimos para curto 
prazo e outros acordos de crédito influenciam na tomada de decisões quanto às 
necessidades de caixa, pois, quanto mais altas as taxas, menos a empresa deverá buscar 
esta forma para cobrir suas necessidades mais imediatas. 
 Custo da Manutenção do Ativo Monetário: quanto maior o custo de se manter o dinheiro 
“parado” no caixa, menos interessante se torna esta aplicação, pois estes recursos poderiam 
ser aplicados em atividades mais rentáveis para a empresa, como nos estoques por exemplo. 
 
Fatores que Influenciam os Investimentos de Curto Prazo 
 
Da mesma forma que existem fatores que influenciam as necessidades de fundos no Caixa/Bancos, 
existem também certas questões que irão influenciar diretamente nos Investimentos de curto prazo da 
empresa, ou seja, uma decisão sobre qual a proporção do ativo disponível que poderá ser investida a 
curto prazo. Os fatores mais importantes são: 
 
 Taxas do Mercado Financeiro para este tipo de aplicação; 
 A estimativa de excesso de caixa, o qual poderá ser aplicado; 
 A “filosofia” da empresa, pois muitos empresários nunca aplicam recursos da empresa em 
investimentos financeiros. 
 
 
9 
 
O que deve ser colocado é que, em cada aplicação em Fundos de Investimentos de Curto Prazo, 
deve-se objetivar principalmente: segurança, liquidez e rendimento., principalmente no Brasil onde se 
deve considerar que aplicações geram certos custos como: IOF e Imposto de Renda sobre a 
rentabilidade, dentre outras questões que não devem ser deixadas de lado nos momentos deste tipo 
de decisão. 
 
 
 
 
 
Fluxo de Caixa como ferramenta de gestão 
 
Será abordada, neste tópico, uma análise de fatores e ferramentas que devem ser utilizados a fim de 
gerir financeiramente o caixa e a conta em banco, a partir de agora abordado apenas como Caixa. 
 
A principal finalidade pela qual uma empresa compromete fundos com o caixa consiste na obtenção 
de liquidez, ou seja, capacidade de satisfazer a demanda por recursos financeiros. 
 
Para estudiosos das finanças, a liquidez é tão importante para a solidez financeira da firma a curto 
prazo, quanto a lucratividade o é para a solidez a longo prazo. A empresa precisa ter liquidez a curto 
prazo, para assegurar que ela estará viva na hora de colher os lucros a longo prazo. 
 
Há três motivos para manter saldos de caixa: 
 
 Transação: uma empresa mantém saldos de caixa para fins transacionais, ou seja, para 
efetuar pagamentos previstos de itens como matérias-primase salários. 
 Precaução: os saldos mantidos por precaução são investidos em títulos negociáveis 
(investimento de curto prazo) de alta liquidez, de modo que possam rapidamente ser 
convertidos em caixa. 
 Especulação: as empresas investem seus recursos ociosos em títulos negociáveis e, por 
vezes, também em instrumentos de longo prazo. A empresa pode ser levada a isso por não 
dispor momentaneamente de outras alternativas para determinados fundos ou porque deseja 
ter condições de aproveitar oportunidades inesperadas que porventura apareçam. 
 
 
 
 
Alguns modelos de administração do caixa: 
 
 
 
10 
 Caixa Mínimo Operacional: é o valor a ser mantido em caixa, a cada giro de caixa. Pode ser 
obtido a partir de estimativas acerca de seu desembolso anual estimado. Esta técnica 
somente é possível se a empresa utilizar instrumentos orçamentários e fluxo de caixa, de tal 
forma que lhe seja possível estimar quanto pretende desembolsar em um determinado ano. 
 
 Modelo de Baumol: é aplicado quando existem entradas periódicas de dinheiro no caixa e 
saídas constantes de recursos. Deve ser aplicado somente em situações em que o fluxo de 
pagamento é relativamente constante e o recebimento é periódico. 
 
 Modelo de dia da semana: é uma forma de prever o comportamento do caixa a partir de um 
padrão observado. Calcula-se o componente sazonal de cada dia do mês e da semana e, a 
partir da previsão de saldo final de caixa para o fim do mês, faz-se a previsão para o fluxo 
diário por meio de ajustamentos que levam em conta esta sazonalidade. Conhecendo a 
estimativa do caixa para o final do mês, pode-se prever facilmente o seu valor diário e, com 
isto, tomar decisões de financiamento ou investimento, ajustando o caixa ao menor nível 
possível. 
 
 
É importante explicar que no modelo de Caixa Mínimo Operacional o giro de caixa é calculado 
utilizando a fórmula: 
 
Giro de Caixa = 360 / Ciclo Financeiro 
 
Ciclo Financeiro = Prazo Médio de Estoque + Prazo Médio de Cobrança – Prazo 
Médio de Pagamento. Os ciclos serão tratados no final desta unidade. 
 
Cada empresa deve usar o modelo que melhor se adapte às suas características e necessidades de 
gestão de caixa. Dentre os modelos de administração de caixa citados acima, limitaremos à 
explicação pormenorizada no mais simples e de fácil adaptação nas empresas brasileiras que é o 
Modelo de Dia da Semana. 
 
Denominado também fluxo de caixa diário, consiste em uma ferramenta de extrema importância para 
a gestão financeira de caixa, sendo, portanto, uma maneira simples e eficaz de administrar o caixa 
das empresas. 
 
O fluxo de caixa constitui o termômetro do dia-a-dia da empresa, ou seja, como ela está se 
comportando quanto aos recebimentos e aos pagamentos de suas operações. O papel de uma 
previsão do fluxo de caixa é primordial. Ele contém, para um período curto subdividido conforme as 
conveniências da empresa, os valores de entradas e saídas de caixa decorrentes dos planos 
operacionais. O objetivo básico é saber a que nível ficará o saldo de caixa a cada subperíodo 
relevante. 
 
 
11 
 
Este subperíodo pode ser diário, semanal, quinzenal, mensal e anual, apesar de que existem 
empresas que conseguem fazer uma previsão de fluxo de caixa por mais de um ano, até mesmo 
qüinqüenal. Isto depende da possibilidade que a empresa possui de conseguir realizar estas 
previsões e, principalmente, da conveniência para a melhor administração do fluxo de caixa. 
 
Os passos para montar um fluxo de caixa é fazer uma projeção dos recebimentos baseada na receita 
operacional da empresa devido às suas vendas (à vista ou a prazo determinado). Em seguida, faz-se 
necessária uma projeção dos pagamentos do período (compras, fornecedores, aluguel, salários, 
impostos, empréstimos). E, por fim, calcular o fluxo líquido de caixa diário, por meio de uma 
confrontação dos recebimentos e pagamentos, ou seja, as entradas menos as saídas. 
 
Para que esta ferramenta atue de forma eficaz na empresa, com qualidade e objetividade, é 
imprescindível uma boa comunicação do gestor financeiro com os demais setores da empresa, como 
os departamentos de compra, contas a pagar, vendas, recursos humanos, sempre exigindo 
informações completas e pormenorizadas para que possa determinar o subperíodo do planejamento 
e os dados que irão constar do fluxo de caixa. Também deverá estar sempre atento a possíveis 
mudanças no nível de operações da empresa que irá influir de maneira direta no fluxo. 
 
As informações do fluxo de caixa têm uma primordial importância para decisões de investimentos de 
curto prazo, caso ocorram sobras de caixa e por quanto tempo isto ocorrerá. Mas pode-se citar como 
a mais importante finalidade desta ferramenta a possibilidade de levantar as necessidades de caixa, 
em qual período esta necessidade ocorrerá e por quanto tempo irá perdurar; a fim de que se tomem 
decisões como a aceleração de recebimentos (cobranças, venda de ativos não utilizados) ou redução 
de saídas (contenção de despesas, negociação com fornecedores para aumentar o prazo de 
pagamento ou obter descontos maiores) ou ainda, buscar um financiamento para esta necessidade, 
sempre com recursos menos onerosos possíveis para não prejudicar a rentabilidade da empresa. 
 
Apresentadas estas questões, evidencia-se a grande importância de gerir de maneira objetiva o caixa 
de uma empresa. Todas as decisões sobre esta parte do capital de giro, como também em todas as 
demais contas, não podem ser tomadas com base em “achismos”, mas terem bases racionais de 
previsão e planejamento, atentando para o binômio liquidez - rentabilidade, de preponderante 
importância para a sobrevivência de qualquer empresa. 
 
 
 
 
Capital de Giro do Ativo – Estoques 
 
Em nosso estudo sobre o Capital de Giro, estamos abordando o seu conceito financeiro que consiste 
nos recursos que deverão circular dentro do Ativo Circulante, cujas principais contas são: Caixa e 
 
 
12 
Disponibilidades, Duplicatas a Receber e Estoques. Em finanças busca-se a melhor maneira de 
alocar os recursos dentro dessas contas. 
 
Já estudamos as contas Caixa e Bancos e agora abordaremos os ESTOQUES. A correta 
administração dos estoques é imprescindível visto que esta conta, dependendo do setor em que a 
empresa atua, pode ser a que consome uma importante fatia dos recursos do Capital de Giro. 
 
A definição de estoque tem dois componentes: 
 
Industrial: consiste em estoques de matérias-primas para processamento, produtos em processo ou 
elaboração (que ainda não completaram todo o processo de produção e transformação) e produtos 
acabados (produtos completados que estão aguardando a venda). 
 
Comercial: o termo estoque se aplica aos produtos acabados, adquiridos pela empresa com o 
propósito de revendê-los, sem qualquer outro processamento. 
A importância do investimento em estoque varia de acordo com o setor da empresa. Por exemplo: as 
empresas atacadistas e varejistas comprometem grande parte de seus recursos com o estoque 
(estudos demonstram que cerca de 31% dos ativos totais), já empresas prestadoras de serviços 
como as imobiliárias possuem um compromisso de investimento com estoque muito pequeno. 
A correta administração do estoque também tem uma considerável importância visto que, em muitas 
empresas, consiste no principal componente do Capital de Giro Permanente, que são aqueles 
recursos tidos como mínimos para a manutenção e funcionamento da empresa. 
 
Finalidade e Decisão de Estoque 
 
A principal finalidade ou função do estoque é isolar os processos de compra, produção e venda, de 
maneira que cada um deles possa seguir sua própria “velocidade”de realização. Sem os estoques, a 
empresa teria que comprar, produzir e vender tudo ao mesmo tempo. 
A decisão de estoque está baseada no princípio básico da administração de Capital de Giro: que 
consiste em uma comparação entre o custo/benefício. 
 
Custos e Benefícios de Estoque 
 
Existem dois tipos básicos de Custos de Estoques: 
 
• Custos de Obtenção: consistem em despesas adicionais, necessárias para adquirir o estoque. 
Podem ser divididos em dois tipos: 
- Custos para Processamento dos Pedidos. 
 
 
13 
- Custos de Preparação: quando a firma precisa alterar algum processo de produção 
para produzir uma peça ou componente para obtenção do bem final. Devido à 
terceirização das empresas, estes custos foram muito diminuídos. 
- Custos Incidentais: são despesas adicionais para manutenção de um estoque extra. 
Podem ser: custos de armazenamento, seguro, declínio dos preços , deterioração 
etc. 
 
Assim como existem custos adicionais para o estoque, este também possui alguns benefícios 
especiais, dentre eles podemos destacar: 
 redução dos custos com a falta de estoque; 
 descontos na compra de uma grande quantidade de estoque; 
 redução do custo de preparação de pedidos; 
 produção mais eficiente e uniforme, evitando certas despesas como hora extra etc. 
Existem certos fatores que influem diretamente na demanda por estoque, são 
eles: 
Com relação aos estoques de Matérias Primas e de Mercadorias: 
 nível de vendas; 
 prazo de entrega dos fornecedores; 
 alterações de preço. 
 
Já quando se trata de estoque de Produtos Acabados são levados em consideração os seguintes 
fatores: 
 
 disponibilidade sazonal de matérias-primas; 
 decisões de produção; 
 eficácia do marketing. 
 
Análise Financeira de Estoque 
 
Na área financeira, são utilizados dois índices a fim de avaliar o compromisso e o controle de 
estoques: 
 
Estoques como porcentagem das vendas: há uma suposição sensata de que o estoque, a curto 
prazo, mantém uma relação razoavelmente fidedigna com o nível de vendas. Este índice é calculado 
pela seguinte fórmula: 
 
E%Vendas = Saldo Médio dos Estoques x 100 
Receita de Vendas 
 
 
 
14 
Este índice possui grande importância se comparado com alguma norma histórica estabelecida na 
firma ou em comparação com o mesmo índice das outras firmas similares (comparação setorial). 
 
Rotação de Estoque: é considerada a relação entre o custo de mercadoria vendida e o estoque 
médio, mostrando quantas vezes o estoque girou dentro do período. 
 
Rot. Estoque = Custo da Mercadoria Vendida 
 Saldo Médio dos Estoques 
 
Também é sempre importante que este índice seja comparado com dados históricos da própria 
empresa ou de empresas do mesmo setor. 
 
Capital de Giro do Ativo – Valores a Receber 
 
Em todas as empresas, é perfeitamente possível que parte das vendas seja à vista e, quando ocorre 
este caso, os recursos financeiros que estavam aplicados no estoque voltam diretamente para o 
caixa. Porém, na maioria das vezes, a venda é realizada com o pagamento a prazo, quando isso 
ocorre os recursos passam por um estágio intermediário antes de voltar para o caixa. Este estágio é 
conhecido como “Valores ou Duplicatas a Receber”. 
 
Os Valores a Receber são montantes devidos às firmas, provenientes da venda de mercadorias, 
produtos acabados ou serviços no curso ordinário dos negócios. 
 
Finalidades e Benefícios 
 
Dentre as finalidades e os benefícios dos Valores a Receber, podemos citar os 
seguintes: 
 aumento da receita de vendas; 
 investimento defensivo para enfrentar a concorrência; 
 aumento do giro dos estoques; 
 aumento das atividades da empresa. 
 
Em praticamente todos os setores empresariais, a conta Valores ou Duplicatas a Receber pode ter 
uma participação média de até 45%, segundo alguns especialistas, dos fundos aplicados no Capital 
de Giro, o que justifica que esta conta exija uma boa gestão. 
 
Custos dos Valores a Receber 
 
 
 
15 
Assim como os Valores a Receber possuem finalidades e benefícios, também possuem custos que 
devem ser corretamente levantados para que não se comprometam de maneira negativa os recursos 
que estão aplicados nesta conta. 
 
Entre os custos associados a esta conta, podemos citar como principais: 
 
 Custos dos Fundos Adicionais: pode ser medido pela taxa de juros se os recursos forem 
obtidos em alguma instituição externa; ou o custo de oportunidade quando os fundos são de 
origem interna. 
 Custos Variáveis de Produção: são aqueles que estão diretamente ligados ao produto, como 
o caso das matérias-primas, mão-de-obra direta, mercadorias e também as despesas de 
entrega, instalação, frete, etc. 
 Despesas Administrativas Adicionais: são resultantes diretamente do aumento das duplicatas 
a receber. Entre essas despesas, podemos citar a de mais um funcionário para lidar com o 
volume extra de solicitações de crédito, telefone, correio, análise de clientes, consultas em 
sistemas de proteção ao crédito, etc. 
 Prejuízos com Devedores Duvidosos e Despesas de Cobrança: para aumentar as vendas a 
crédito, será necessário afrouxar os padrões de crédito a fim de permitir o acesso de firmas 
de menor reputação. Adotando esta política, é de se esperar que aumentem os prejuízos com 
as contas incobráveis e as despesas de cobrança terceirizadas. 
 
Em termos gerais será vantajoso para a empresa baixar os padrões de concessão de crédito a fim de 
conseguir credores marginais, até o ponto em que o lucro adicional esperado das vendas, para este 
grupo, cubra ao menos os custos adicionais desembolsados, envolvidos nas vendas a crédito. 
 
 
É interessante que a empresa adote uma base de classificação de seus clientes a fim de saber como 
agir com cada empresa nos casos de concessão de crédito. Esta classificação pode ser feita baseada 
em dados fornecidos por uma associação ou escritório de informações comerciais e também na 
própria experiência da empresa. 
 
 
Fatores que afetam os valores a receber 
 
Alguns fatores que podem influir na demanda de fundos para manter os valores a 
receber são apresentados abaixo: 
 
 mudanças no nível de vendas; 
 mudanças na política de crédito; 
 mudanças no composto de vendas; 
 
 
16 
 mudanças nas condições de crédito. 
 
A política de crédito consiste nas diretrizes fundamentais com o propósito de alinhar as funções de 
recebimentos e crédito com as metas financeiras gerais da firma. Às vezes, a política de crédito é 
caracterizada como “voltada para as vendas”, outras vezes, “voltada para o crédito”. A primeira visa o 
cumprimento de metas de vendas, a outra tende a manter uma qualidade dos valores a receber por 
meio de uma aplicação rígida dos padrões de crédito. 
 
Na verdade, a empresa não deve se orientar especificamente por nenhuma das duas formas, mas 
sim buscar um equilíbrio de lucro potencial e risco, racionalmente pressuposto, que maximizará o 
valor da firma. Este lucro potencial e este risco devem ser estimados com base na análise cuidadosa 
de custo/benefício e serem sempre revisados. 
 
Análise Financeira dos Valores a Receber 
 
Existem três índices que são utilizados para cálculo da análise financeira dos Valores a Receber das 
empresas: 
 
Valores a receber com porcentagem das vendas: mantendo-se os demais fatores inalterados, o 
compromisso de fundos com as contas a receber deve alterar-se proporcionalmente com as 
alterações das vendas. 
 
VR%V= Valores a Receber x 100 
Vendas 
 
Rotação dos valores a receber: consiste em uma medida do período médio que as contas a receber 
estãoem circulação. Mostra quantas vezes as contas a receber giraram dentro do período. 
RVR= Vendas 
Valores a Receber 
 
Dias de vendas a receber ou período de recebimento: constitui a relação entre as contas a 
receber e as vendas diárias médias. Mostra o número médio de dias exigidos para receber uma conta 
média. 
 
PR = Contas a Receber x 360 
Vendas 
 
 
Ciclos: Operacional, Econômico e Financeiro 
 
 
 
17 
O ciclo operacional de uma empresa industrial inicia-se com a compra de matéria-prima e encerra-se 
com o recebimento da venda. Durante esse período, ocorrem vários outros eventos que caracterizam 
o ciclo econômico e o ciclo financeiro. O ciclo operacional é a soma do prazo de rotação dos estoques 
e prazo de recebimento da venda. 
 
O ciclo econômico inicia-se com a compra de matéria-prima e encerra-se com a venda do produto 
fabricado. Caso ocorram desembolsos ou gastos antes da compra da matéria-prima, é nesse 
momento que se inicia o ciclo econômico. Da mesma forma, caso a empresa incorra em custos e 
despesas relacionadas com as operações após o recebimento da venda, o ciclo econômico se 
encerra após a ocorrência desses eventos. 
 
O ciclo financeiro tem início com o primeiro desembolso e termina, geralmente, com o recebimento da 
venda. Caso haja pagamento de custos ou despesas após o recebimento da venda, é nesse 
momento que se encerra o ciclo financeiro. 
 
Ocorrem-se gastos ou pagamentos de outros custos e despesas (ou adiantamento para compras) 
antes da compra de matéria-prima, é num desses momentos que se inicia o ciclo operacional. 
 
Existem casos em que a empresa adianta pagamentos para compras de estoques. É o caso de 
empresas do ramo agropecuário ou de agroindústria que, normalmente, adiantam recursos para os 
produtores ou fazem compra antecipada de safras. Nesse caso, o ciclo operacional inicia-se 
juntamente com o ciclo financeiro. 
 
 
Administração do Contas a Pagar: O princípio básico da gestão de contas a pagar é não pagar 
nenhuma conta antes do vencimento. Existem outras considerações que devem ser levadas em 
conta, como por exemplo: possibilidade de melhores condições de prazo com outros fornecedores; 
compensações entre prazos e descontos; e possibilidade de renegociação de contratos de longo 
prazo. 
 
Se a empresa tem uma margem de lucro que absorve bem os custos financeiros de mercado e se 
esses custos são maiores que o custo do financiamento dos fornecedores, ela deve procurar estender 
os prazos do contas a pagar até onde for possível. Assim, ela aumenta a sua capacidade de caixa, 
que pode ser investida em estoques ou no Contas a Receber e pode alcançar um volume maior de 
vendas. 
 
Para um mesmo volume de compras, sem atrasos, quanto maior o período de pagamento, maior o 
investimento dos fornecedores no contas a pagar da empresa. É interessante ter em separado as 
compras de materiais e serviços das outras despesas, tais como aluguéis e salários, cujos 
 
 
18 
pagamentos são fixos e incidem sobre uma mesma data, normalmente nos primeiros dias do mês 
vencido. 
 
É fundamental ter um bom relacionamento com os fornecedores, pois isso tem um impacto direto no 
caixa da empresa, porque atinge o volume de compras e os créditos obtidos. Assim, existem dois 
aspectos que favorecem o relacionamento: primeiro, efetuação dos pagamentos em dia; segundo, 
manter os canais de comunicação abertos. 
 
Devem-se fazer os pagamentos a fornecedores e funcionários através de cheques nominativos, 
créditos em conta bancária e documento de crédito (DOC) e/ou transmissão eletrônica de dados 
(TED), evitando assim riscos. Todos os cheques emitidos pela Tesouraria devem ser, 
obrigatoriamente, nominativos ao beneficiário do pagamento, e podem também ser cruzados. Em 
alguns casos, por segurança, pode ainda ser declarada no verso do cheque a finalidade do 
pagamento, com a assinatura do (s) emitente(s). Esses procedimentos são para assegurar que os 
pagamentos sejam feitos aos beneficiários de direito. 
 
Entendendo melhor a situação financeira 
 
Nesse grupo, vamos estudar quantos dias a empresa demora, em média, para receber suas vendas, 
para pagar suas compras e para renovar seu estoque. 
 
Para fins de análise, quanto maior a velocidade de recebimento de vendas e de renovação de 
estoque, melhor. Por outro lado, quanto mais lento for o pagamento das compras, desde que não 
corresponda a atrasos, melhor. 
Observe que a soma do Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV) com o Prazo Médio de 
Renovação de Estoques (PMRE) aproxima-se bastante do Ciclo Operacional da empresa, já que 
medimos, em média, quantos dias os estoques levam para serem vendidos, e somamos ao prazo de 
recebimento das vendas. 
 
O ideal seria que a empresa atingisse uma posição em que a soma do Prazo Médio de Renovação de 
Estoques (PMRE) com o Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV) fosse igual ou inferior ao 
Prazo Médio de Pagamento de Compras (PMPC). 
 
PMRE + PMRV  1 
 PMPC 
 
 
Dessa forma , a empresa poderia vender e receber a mercadoria adquirida para, depois, liquidá-la 
junto a seu fornecedor. Assim, se o PMRE for de 30 dias, o PMRV for de 54 dias e o PMPC for de 90 
dias, a empresa terá ainda, em média uma folga de seis dias. Seu posicionamento será de: 
 
 
19 
 
30 + 54 = 0,93 (favorável) Posição Relativa 
 90 
 
Nem sempre trazer esse índice em situação favorável (inferior a 1) é tarefa fácil. No entanto, não 
resta dúvida de que melhorar esse índice deve ser uma meta que a empresa estará sempre 
perseguindo. 
 
Valores Médios 
 
1º) PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO DE VENDAS 
 
PMRV= 360 X DUPLICATAS A RECEBER (Indica, em média, quantos dias 
 VENDAS BRUTAS a empresa espera para receber 
 suas vendas.) 
 
 
2º) PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO DE COMPRAS 
 
PMPC= 360 X FORNECEDORES (Indica, em média, quantos dias 
 COMPRAS a empresa demora para pagar 
 suas compras) 
Compras CMV= EI + C – EF 
 
3º) PRAZO MÉDIO DE RENOVAÇÃO DE ESTOQUES 
 
PMRE = 360 X ESTOQUES (Indica, em média, quantos dias 
 CMV a empresa leva para vender seu 
 Estoque) 
 
4º) POSICIONAMENTO DE ATIVIDADE (POSIÇÃO RELATIVA) 
 
PA= PMRE + PMRV 
 PMPC 
 
 
O ideal seria que esse índice se aproximasse de 1, ou de valor menor que 1. 
 
Necessidade de capital de giro: 
 
 
20 
Exemplo trabalhando com prazos: 
 
 
PMRE (PRAZO MÉDIO DE RENOVAÇÃO DE ESTOQUES) =30 DIAS 
PMRV(PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO DE VENDAS) =54 DIAS 
PMPC (PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO DE COMPRRAS) = 60 DIAS 
CICLO FINANCEIRO = 30 + 54 – 60= 24 DIAS = NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO. 
 
LINHA DE TEMPO- CICLO OPERACIONAL= 84 DIAS 
 
 PMRE= 30 DIAS PMRV= 54 DIAS 
 
 
 PMPC= 60 DIAS NCG= 24 DIAS 
 --------------------------- 
 CICLO FINANCEIRO 
 
Posição Relativa= PMRE + PMRV = 30 + 54= 1,40 
 PMPC 60 
 
 
O período de 24 dias que a empresa pagaria antes de receber as vendas, conhecido como 
Ciclo Financeiro, significa Necessidade de Capital de Giro a ser financiada. 
 
 
 
Para um cálculo mais adequado da NCG não poderíamos comparar o Giro de Estoque (PMRE) e 
Recebimento das Vendas a Prazo (PMRV) apenas com o Pagamento de Fornecedores (PMPC). 
 
Para se produzirestoque e vendê-los, outros componentes operacionais, além das compras, fazem 
parte do ciclo ininterrupto das operações da empresa. Esses outros componentes são conhecidos 
como contas cíclicas, pois sempre estão sendo alimentadas na produção e vendas dos estoques: 
 
 
Ativo Circulante Passivo Circulante 
 
 
Quando compra Matéria-Prima gera Fornecedores 
Quando transforma Mat.Prima em estoques gera Salários a Pagar 
 
 
21 
Quando vende a prazo os estoques gera Impostos a Recolher 
 
 
Dentro desta análise de NCG, trabalharemos agora uma empresa em que a Posição Relativa é de 
2,85 ( o ideal seria menor que 1). 
 
No ano de X7, as contas cíclicas eram: 
 
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE 
Duplicatas a Receber 220.000 Fornecedores 220.000 
Estoques 420.000 Salários a Pagar 40.000 
Total 640.000 Total 260.000 
 
NCG= Ativo Cíclico – Passivo Cíclico 
NCG= 640.000-260.000 
NCG= 380.000 
Essa necessidade de Capital de Giro de $380.000 representa em montante o Ciclo Financeiro. O 
administrador financeiro terá que correr atrás de recursos para cobrir essas contas vincendas, sendo 
que as vendas e o recebimento das vendas são lentos demais. 
Exercícios 
1) A empresa Tudo do Bom Ltda, apresentou os seguintes dados, retirados de seu Balanço 
Patrimonial e de sua DRE do ano de 20X7. Baseado nestes valores, calcule o ciclo financeiro e o 
ciclo operacional. Fazer análise da situação da empresa. 
 
 Descrição Valores 
Estoque Final 1.600.000,00 
Estoque Inicial 2.200.000,00 
Custo das Vendas 8.200.000,00 
Saldo inicial de Duplicatas a Pagar 2.400.000,00 
Saldo final de Duplicatas a Pagar 1.750.000,00 
Saldo inicial de Duplicatas a Receber 1.800.000,00 
Saldo final de Duplicatas a Receber 3.800.000,00 
Receita Bruta de Vendas 7.400.000,00 
 
2) A empresa Vila Rica apresentou os seguintes dados, retirados de seu Balanço Patrimonial e de 
sua DRE do ano de 20X7. Baseado nestes valores, calcule o ciclo financeiro e o ciclo operacional. 
Analise. 
 
Estoque Final 1.200.000,00 
 
 
22 
Estoque Inicial 750.000,00 
Custo das Vendas 3.100.000,00 
Saldo inicial de Duplicatas a Pagar 600.000,00 
Saldo final de Duplicatas a Pagar 700.000,00 
Saldo inicial de Duplicatas a Receber 1.500.000,00 
Saldo final de Duplicatas a Receber 1.800.000,00 
Receita Bruta de Vendas 4.800.000,00 
 
CAPÍTULO 4 
 
SALDOS DE CAIXA E TÍTULOS NEGOCIÁVEIS 
 
Caixa e títulos negociáveis são as formas mais líquidas de ativo da empresa. Caixa é a moeda 
corrente pronta para a qual todos os ativos líquidos podem ser reduzidos. Títulos negociáveis são 
os instrumentos do mercado, a curto prazo, com receitas de juros, que são usados pela empresa para 
obter um resultado a partir de recursos temporariamente parados. Juntos, caixa e títulos negociáveis 
servem como um fundo comum que podem ser usados para pagar contas quando elas vencem, 
assim como atender a despesas inesperadas. Tendo em vista que a taxa de juros aplicada pelos 
bancos a conta circulantes é relativamente baixa, as empresas tendem a usar o excesso de saldos 
bancários para comprar títulos negociáveis. A empresa deve, portanto, determinar cuidadosamente 
os saldos apropriados tanto para o caixa quanto para os títulos negociáveis. Quanto maiores forem 
esses saldos, menor o risco de insolvência técnica e quanto menores forem os saldos, maior o risco 
de insolvência técnica. 
 
 
MOTIVOS PARA MANTER SALDOS DE CAIXA E TÍTULOS DE LIQUIDEZ IMEDIATA 
Existem três motivos para se manter saldos de caixa e quase-caixa (títulos negociáveis de liquidez 
imediata). Cada motivo é baseado em duas questões fundamentais: (1) Qual é o grau apropriado de 
liquidez que devemos manter? (2) Qual é a distribuição de liquidez apropriada entre caixas e títulos 
negociáveis? 
 
O Motivo das Transações 
Uma empresa mantém saldos de caixa para atender ao motivo das transações, que é fazer 
pagamentos planejados para itens como materiais e salários. Se fluxos de entrada e saída de caixa 
são bem próximos, os saldos de caixa transacionais podem ser minimizados. Apesar de as empresas 
terem de satisfazer esse motivo, elas geralmente tentam satisfazer também os dois motivos 
seguintes. 
 
Motivo de Segurança 
Saldos mantidos para satisfazer o motivo de segurança são investidos em títulos negociáveis 
altamente líquidos que podem ser imediatamente transferidos de títulos de caixa. Tais títulos 
protegem a empresa contra possibilidade de não ser capaz de satisfazer demandas inesperadas por 
caixa. 
 
Motivo Especulativo 
Quando satisfazem seu motivo de segurança, as empresas podem investir seus fundos em excesso 
em títulos negociáveis, assim como instrumentos a longo prazo. Uma empresa essa atitude, pois ela 
no momento não tem outro uso para certos recursos ou porque ela quer ser capaz de tirar vantagem 
rapidamente de oportunidades que possam aparecer. Esses fundos satisfazem o motivo 
especulativo, que é o menos comum dos três motivos. 
 
ESTIMADO SALDOS DE CAIXA DESEJÁVEIS 
A meta do gerenciamento deveria ser a de manter níveis de investimentos de saldos de caixa 
transacionais e títulos negociáveis que contribuam para aumentar o valor da empresa. Se os níveis 
de caixa e títulos negociáveis forem mantidos.( esse conceito foi examinado o capitulo precedente na 
discussão sobre a tradeoff entre lucratividade e risco). As empresas podem usar modelos 
 
 
23 
quantitativos ou abordagens subjetivas para determinar saldos de caixa transacionais 
apropriadas.Modelos quantitativos de saldos de caixa estão fora da alçada deste texto. Uma 
abordagem subjetiva pode ser feita pra manter um saldo transacional igual a 10 % da previsão de 
vendas do mês seguinte. Por exemplo, se o montante previsto de vendas para o mês seguinte fosse 
de $ 500 mil. A empresa manteria um saldo de caixa transacional de $ 500 mil ( isto é, 0,10 x $ 500 
mil ). 
 
O NIVEL DE INVESTIMENTO EM TITULOS NEGOCIAVEIS 
Mais do que obter um resultado de recursos temporariamente parados, o portfólio de títulos 
negociáveis serve como uma reserva de segurança de caixa que pode ser usada para satisfazer 
demandas inesperadas por fundos. O nível de reserva de saldo de caixa transacional determinado 
pela empresa. Por exemplo, se a alta administração espera manter $ 70 mil de recursos líquidos e um 
saldo de caixa transacional de $ 50 mil, uma reserva de segurança de caixa de $ 20 mil ( $ 70 mil - $ 
20 mil ) seria mantido como títulos negociáveis. A empresa pode usar uma linha de crédito ( como 
discutido no capitulo 15 ) em vez de um portfóliode títulos negociáveis, ou uma combinação de 
reservas de linha de credito e títulos negociáveis, como reservas de segurança. 
 
Questões de Revisão 
Liste e descreva os três motivos para manter saldos de caixa e quase-caixa. Quais são os motivos 
mais comuns ? 
 
Qual é a meta da alta administração com relação ao gerenciamento de caixa e títulos negociáveis ? 
Como e determinado o nível de reserva de segurança ? De quais formas ele seria mantido ? 
 
O GERENCIAMENTO EFICIENTE DE CAIXA 
Saldos de caixa e títulos são influenciados de forma significativa pelas técnicas de produção e venda 
da empresa, assim como por seus procedimentos de cobrança de receitas de vendas e pagamento 
por compras. Estas influências podem ser mais entendidas ao se analisar os ciclos operacionais e de 
caixa da empresa. Ao gerenciar de forma eficiente estes ciclos, o administrador financeiro pode 
manter um nível baixo de investimento em caixa e, dessa forma, contribuir para a maximização do 
valor da ação. 
 
O CICLO OPERACIONAL 
 O Ciclo Operacional (CO) de uma empresa é definido como o montante de tempo que vai do ponto 
em que a empresa coloca material e trabalho no processo de produção (isto é, começa a formar o 
estoque) até o momento em que o dinheiro da venda do produto acabado, que contém esses 
insumos de produção, é arrecadado. O ciclo é formado por dois componentes: a idade média do 
estoque e o período médio de cobrança das vendas. O ciclo operacional da empresa (CO) é 
simplesmente a soma da idade média do estoque (IME) e do período médio de cobrança (PMC). 
 
CO = IME + PMC (16.1) 
Um exemplo simples ilustra o ciclo operacional. 
 
EXEMPLO: A RIF Company, uma produtora de pratos e talheres descartáveis, vende todas suas 
mercadorias a crédito. As condições de crédito exigem que os clientes paguem dentro de 60 dias a 
partir da venda. Em média, a empresa leva 85 dias para fabricar, armazenar e finalmente vender um 
produto terminado. Em outras palavras, a idade média do estoque da empresa (IME) é de 85 dias. 
Em média, a empresa está levando 70 dias para cobrar suas duplicatas a receber. Substituindo IME = 
85 dias e PMC = 70 dias, na Equação 16.1, nós achamos que o ciclo operacional da RIF é de 155 
dias (85 dias + 70 dias), como mostrado acima da linha de tempo, na Figura 16.1. 
 
O CICLO DE CAIXA 
Uma companhia normalmente é capaz de adquirir muitos dos seus insumos de produção (isto é, 
matérias primas e trabalho) a crédito. O tempo que leva a empresa a pagar por esses insumos é 
chamado de período médio de pagamento (PMP). Esses insumos de produção, portanto, geram 
fontes espontâneas a curto prazo. Como foi mostrado no capítulo 15, financiamento espontâneo 
representa financiamento livre, enquanto a empresa aceitar quaisquer descontos financeiros 
oferecidos. A capacidade de adquirir insumos de produção a credito permite à empresa compensar 
em parte, ou mesmo totalmente, a extensão de tempo em que os recursos ficam retidos no ciclo de 
 
 
24 
produção. O número total de dias no ciclo operacional menos o período médio de pagamento para 
insumos de produção representa o ciclo de caixa (CC). 
 
 
CC = CO – PMP = IME + PMC – PMP (16.2) 
 
Uma continuação do exemplo da RIF Company ilustra esse conceito. 
 
 Figura16.1 CO e CC. Ciclos operacionais e de caixa da RIF Company 
 
 
EXEMPLO: As condições de crédito atuais para as compras de matérias primas para a empresa 
exigem o pagamento em 40 dias, sendo que os empregados são pagos a cada 15 dias. O período 
médio mensurado de pagamento calculado para as matérias primas e trabalho é de 35 dias, os quais 
representam o período médio de pagamento (PMP). Substituindo o ciclo operacional (CO) de 155 
dias da RIF Company, achado no exemplo anterior e seu período médio de pagamento de 35 dias 
(PMP), na Equação 16.2, resulta o seu ciclo de caixa (CC): 
 
CC = CO – PMP 
 = 155 – 35 = 120 dias 
 
O ciclo de caixa da RIF Company é mostrado abaixo da linha de tempo, na Figura 16.1. Há 120 dias 
entre a saída de caixa para pagamento de duplicatas a pagar (no dia 35) e a entrada de caixa da 
cobrança da duplicata a receber (no dia 155). Durante esse período – o ciclo de caixa -, o dinheiro da 
empresa está imobilizado. 
 
Ciclo Operacional 
O montante de tempo que vai do ponto em que a empresa coloca material e trabalho no processo de 
produção até o momento em que o dinheiro da venda do produto acabado resultante é arrecadado. 
 
Ciclo de Caixa 
O montante de tempo em que o caixa da empresa está imobilizado entre o pagamento por insumos 
de produção e a cobrança do pagamento da venda do produto acabado rsultante. 
 
GERENCIANDO O CICLO DE CAIXA 
Um ciclo de caixa positivo, como o da RIF Company, significa que a empresa dever usar formas 
negociadas de financiamento, tais como financiamento com garantia, para sustentar o ciclo de caixa. 
De forma ideal, uma empresa gostaria de ter um ciclo negativo. Um CC negativo significa que o 
período médio de pagamento (PMP) excede o ciclo operacional(CO).Ver figura 16.2. Fabricas 
normalmente não terão ciclos de caixas negativos, a não ser que elas estendam seus períodos 
médios de pagamento por um período de tempo excessivo. Outras empresas, que não fabricam seus 
produtos, são propensas a terem ciclos de caixa negativos, pois elas geralmente têm estoques 
menores, que se movimentam mais rapidamente, bem como muitas vezes vendem seus produtos ou 
serviços a vista. Como resultado, essas empresas têm ciclos operacionais mais curtos, os quais 
podem ser excedidos em comprimento do período médio de pagamento da empresa, resultando em 
ciclos de caixa negativos. Quando um ciclo de caixa de uma empresa é negativo, a empresa deve 
ser beneficiada, pois pode ser capaz de usar financiamentos espontâneos para dar apoio a aspectos 
dos negócios que não apenas o ciclo operacional. 
No caso mais freqüente de um ciclo de caixa positivo, a empresa precisa ir em busca de estratégias 
que minimizem o CC sem perder em vendas ou prejudicar credito no mercado. Estratégias básicas 
para gerenciar o ciclo de caixa são as seguintes: 
1 . Girar o estoque o mais rápido possível, evitando falta de estoque ( esgotamentos de estoques ) 
que podem resultar em uma perda de vendas. 
2 . Cobrar as duplicatas a receber de alta pressão. Descontos financeiros, se economicamente 
justificáveis, podem ser usados para conseguir esse objetivo. 
3 . Efetuar o pagamento das duplicatas a pagar o mais tarde possível, sem prejudicar o credito no 
mercado da empresa, mas tirar vantagens de quaisquer descontos financeiros favoráveis. 
 
Os efeitos de se implementar essas estratégias são descritos nos parágrafos seguintes, usando os 
dados da RIF company. Nós ignoramos os custos de se implementar cada estratégia proposta; na 
 
 
25 
prática, esses custos seriam mensurados contra as economias planejadas para tomar decisão 
estratégica apropriada. 
 
GERENCIAMENTO EFICIENTE DE ESTOQUE-PRODUÇÃO 
Um estratégia disponível para o RIF é aumentar o giro de estoque. Para fazer isso, a empresa pode 
aumentar o giro de matérias-primas, diminuir o ciclo de produção ou aumentar o giro de produtos 
acabados. Cada uma dessas abordagens vai resultar em uma redução no montante de financiamento 
necessário – isto é, o ciclo de caixa será encurtado. 
 
Exemplo 
Se a RIF company aumentar o giro de estoque através da redução da idade media do estoque do 
nível atual de 85 dias, para 70 dias, ela vai reduzir seu ciclo de caixa em 15 dias, para 105 dias ( CC 
= 120 DIAS – 15 DIAS ). O efeito dessa mudança na empresa pode ser estimado como a seguir: 
suponha que a RIF atualmente gasta $ 12 milhoes anualmente em investimentos em ciclos 
operacionais.o gasto diário é de $ 33.333 ( $ 12 milhoes + 360 dias ). Tendo em vista que o ciclo de 
caixa é reduzido em 15 dias, $ 500 milde financiamento ($ 33.333 x 15) podem ser ressarcidos. Se a 
RIF pagar 10 % pelos seu financiamento e por conseguinte aumentar o lucro em $ 50 mil (0,10 x $ 
500 mil ) como resultado do gerenciamento mais eficiente do estoque. 
 
ACELERANDO A COBRANÇADE DUPLICATAS A RECEBER 
Outro meio de reduzir o ciclo de caixa é aumentar a velocidade – acelerar – da cobrança de 
duplicatas a receber. Duplicatas a receber, assim como estoque, imobilizam unidades monetárias que 
poderiam de outra forma ser usados para reduzir o financiamento ou ser investidos em ativos 
permanentes. Considere o exemplo seguinte. 
 
Se a RIF Company, ao mudar suas condições de credito, é capaz de reduzir o período médio de 
cobrança do nível atual de 70 dias para 50 diass, ela vai reduzir seu ciclo de caixa em 20 dias, para 
100 dias ( CC = 120 dias – 20 dias – 100 dias ). Mais uma vez, suponha que 12 milhões sejam pagos 
anualmente - $ 33.333 diariamente – para dar apoio ao ciclo operacional. Através da melhora do 
gerenciamento de duplicatas a receber em 20 dias, a empresa vai necessitar $ 666.666 a menos 
financiamento e por aumentar os lucros em $ 66.666 ( 0,10 x $ 666.666 ). 
 
PRORROGANDO AS DUPLICATAS A PAGAR 
Um terceira estratégia é prorrogar as duplicatas a pagar – isto é, pagar as contas o mais tarde 
possível sem causar danos ao credito da empresa no mercado. Apesar de essa abordagem ser 
financeiramente atraente, ela envolve uma importante questão ética. Evidentemente, um fornecedor 
não favoreceria um cliente que atrasasse o pagamento propositadamente. 
 
Se a RIF Company estender o período de pagamento, da media atual de 35 dias, para media de 45 
dias, seu ciclo de caixa será reduzido em 10 dias, para 110 dias ( CC = 120 dias – 10 dias = 110 dias 
). Mais uma vez, se o total de despesas do ciclo operacional for de $ 12 milhões anualmente, 
estender duplicatas a pagar por 10 dias a mais reduzir necessidade de financiamento negociado da 
empresa em $ 333.333 [( $ 12 milhões / 360 ) x 10 dias ]. Com uma taxa de juros de 10 %, a empresa 
pode reduzir seus custos de financiamento e por conseguinte aumentar os lucros em $ 33.333 ( 0,10 
x $ 333.333 ). 
 
COMBINANDO ESRATÉGIAS DE GERENCIAMENTO DE CAIXA 
Empresas não tentam implementar apenas uma estratégia de gerenciamento de caixa; uma vez 
disso, elas tentam usar todas para reduzir sua dependência de financiamentos negociados. É claro 
que; ao implementar essas estratégias, as empresas deveriam tomar cuidado para evitar repetidos 
esgotamentos de estoque, perder vendas devido ao uso de técnicas de cobrança de alta pressão e 
também não causar dano ao credito da empresa no mercado ao estender demais duplicatas a pagar. 
Uma combinação dessas estratégias teria os efeitos seguinte na RIF Company. 
 
Exemplo 
Se a RIF simultaneamente diminuísse a idade média do estoque em 15 dias, aumentasse a cobrança 
de duplicatas a receber em 20 dias e aumentasse o período médio de pagamento em 10 dias, seu 
ciclo de caixa seria reduzido a 75 dias, como mostrado abaixo. A redução de 45 dias no ciclo de caixa 
significa que a RIF Company pode reduzir sua dependência com relação a financiamentos 
negociados. Se as despesas anuais para operações são de $ 12 milhões, então o financiamento a 
 
 
26 
juros pode ser reduzido em $ 1,5 milhão [($ 12 milhões / 360 dias) x 45 dias]. Se a companhia paga 
10% de juros sobre seu financiamento, então ela pode poupar $ 150 mil (isto é, 0,10 x 1,5 milhão) 
através de uma melhora do gerenciamento do ciclo de caixa. 
 
 Ciclo inicial de caixa 120 dias 
 Redução devido a: 
 1. Diminuição da idade média do estoque 
 85 dias para 70 dias 15 dias 
 2. Diminuição do período médio de cobrança 
 70 dias para 50 dias 20 dias 
 3. Aumento no período médio de pagamento 
 35 dias para 45 dias 10 dias 
 Menos: Redução total no ciclo de caixa 45 dias 
 Novo ciclo de caixa 75 dias 
 
Questões de Revisão 
16.3 Compare e contraste o ciclo operacional da empresa e seu ciclo de caixa. Qual é o objetivo da 
empresa com relação a cada um deles? 
16.4 Quais são as estratégias-chave com relação ao estoque, que efeito pode essa ação ter sobre o 
ciclo de caixa? Sobre o total de vendas da empresa? Há uma trade off entre a média do estoque e 
das vendas? Dê razões para suas respostas. 
 
TÉCNICAS DE GERENCIAMENTO DE CAIXA 
Administradores têm à sua disposição uma variedade de técnicas de gerenciamento de caixa que são 
direcionadas a minimizar as necessidades de financiamento negociado da empresa. Levando-se em 
consideração que a empresa fez tudo o que pôde para estimular seus clientes a pagar prontamente e 
para selecionar fornecedores que oferecem os termos de crédito mais atraentes e flexíveis, ela pode 
aumentar a velocidade das cobranças e retardar os pagamentos ao tirar vantagem do float existente 
nos sistemas de cobrança e pagamento. 
 
FLOAT: RECURSOS EM TRÂNSITO 
No sentido mais amplo, float se refere aos recursos que foram remetidos pelo pagador (a empresa ou 
o indivíduo efetuando o pagamento), mas não estão ainda em uma forma disponível ao beneficiário (a 
empresa ou indivíduo recebendo o pagamento). O float também existe quando o recebedor recebe 
recursos em uma forma que pode ser usada, mas esses fundos ainda não foram retirados da conta 
do pagador. Atrasos no sistema de cobrança e pagamento resultantes do transporte e processamento 
de cheques são responsáveis pelo float. No entanto, com os sistemas eletrônicos de pagamento, 
assim como mudanças sendo introduzidas pelo Federal Reserve System, em um futuro previsível, o 
float vai virtualmente desaparecer. Até que isso ocorra, os administradores financeiros vão continuar 
a tirar vantagem do float. 
 
TIPOS DE FLOAT 
Atualmente, empresas e indivíduos podem vivenciar durante o processo de efetuar transações 
financeiras tanto de float de cobrança quanto de pagamento. Float de cobrança resulta do atraso 
entre o momento em que o pagador deduz um pagamento da sua conta bancária e o momento em 
que o credor efetivamente recebe esses recursos de forma que possa usá-los. Portanto, o float de 
cobrança é experimentado pelo credor e é um atraso no recebimento de fundos. 
 Float de pagamento resulta do lapso entre o momento em que o pagador deduz um 
pagamento da sua conta bancária (efetua o pagamento) e o momento em que os recursos são 
efetivamente retirados de sua conta. Float de pagamento é experimentado pelo pagador e é um 
atraso na retirada efetiva dos recursos. 
 
COMPONENTES DO FLOAT 
Tanto o float de cobrança quanto o float de pagamento têm os três mesmos componetes básicos: 
 
1. Float postal: tempo entre a postagem do pagamento nos postais e o recebimento pelo credor. 
2. Float de processamento: tempo entre o recebimento do cheque pelo credor e seu depósito na 
conta da empresa. 
3. Float de compensação: tempo entre o depósito de um cheque por um pagador e a disponibilidade 
real dos fundos. Este componente do float é atribuível ao tempo necessário para o cheque ser 
 
 
27 
compensado no sistema bancário. O uso de novos métodos eletrônicos para processar cheques 
dentro do sistema bancário segue reduzindo o tempo do float de compensação. 
A figura 16.2 ilustra os componentes-chave do float resultantes da emissão e do envio pelo 
correio de um cheque pelo pagador de uma companhia, para a companhia recebedora no dia zero. O 
prorcesso inteiro exigiu um total de 9 dias: 3 dias de float postal 2 dias de float de processamento e 4 
dias de float de compensação. Para a companhia pagadora, o atraso é float de desembolso; para a 
companhia recebedora, o atraso e float de cobrança. 
 
ACELERANDO AS COBRANÇAS 
As empresas não querem estimular os clientes a pagar contas o mais prontamente possível, mas 
também converter seus pagamentos em uma forma que possa ser usada o mais rápido possível – em 
outras palavras, minimizar o floatde cobrança. Uma variedade de técnicas tem o intuito de acelerar o 
recebimento e por conseguinte reduzir o float de cobrança. 
 
CONCENTRAÇÃO BANCÁRIA 
Empresas com numeroso distribuidores por todo o país muitas vezes designam certos escritórios 
como centros de cobrança para determinadas áreas geográficas. Clientes nessas áreas remetem 
seus pagamentos para esses escritórios, os quais por sua vez depositam as receitas em bancos 
locais. Em certas datas, ou quando necessário, fundo são transferidos eletronicamente de bancos 
regionais para um banco concentrador ou de pagamento a partir do qual os pagamentos de caixa são 
liberados. 
 O conceito de concentração bancária é usado para reduzir o float de cobrança ao encurtar 
os componentes de float postal e de compensação. O float postal é reduzido, pois centros regionais 
de cobrança estão mais próximos do pontos do qual o cheque é remetido. O float de compensação 
também pode ser reduzido, pois o banco regional do credor provavelmente será o mesmo distrito do 
Federal Reserve ou a mesma cidade que o banco no qual o cheque é emitido; ele pode até mesmo 
ser o mesmo banco. Uma redução no float de compensação vai, é claro, tornar os recursos 
disponíveis mais rapidamente para a empresa. 
Suponha que Style Inc., uma fábrica de produtos para o cabelo, recorresse à concentração bancária 
para a redução de seu período de cobrança em 3 dias. Se a companhia normalmente tivesse $ 10 
milhões a receber e esse nível representasse 30 dias de vendas, diminuir 3 dias do processo de 
cobrança resultaria em um redução de títulos em carteira de $ 1 milhão [(3 + 30) x $ 10 milhões]. 
Dado um custo de oportunidades de 10 %, os benefícios anuais brutos de concentração bancária 
chegariam ao montante de $ 100 mil ( 0,10 x $ 1 milhão ). Obviamente, considerando-se que não há 
nenhuma mudança de risco, enquanto o total de custos anuais – aumento nos custos administrativos 
e as taxas de serviços bancários e custo de oportunidade de manter saldos mínimos bancários 
específicos – forem menores do que os benefícios anuais esperados de $ 100 mil, o programa 
proposta de concentração bancária de Style Inc. deve ser implementado. 
 
CAIXA POSTAL 
Outro método usado para reduzir o float de cobrança é o sistema de caixa postal, que se diferencia 
da concentração bancária de várias formas importantes. Em vez de enviar via postal o pagamento 
para um centro de cobrança, o pagador o envia para uma caixa postal próximo que é esvaziada pelo 
banco da empresa várias vezes ao dia. O banco deposita os cheques na conta da empresa e envia 
para empresa que esta cobrando um comprovante de depósito ( ou um registro de computador ), 
indicando os pagamentos recebidos. A caixa postal normalmente é geograficamente dispersa, e os 
recursos, quando arrecadados, são remetidos eletronicamente de cada banco da caixa postal pra o 
banco pagador da empresa. 
O sistema de caixa postal é superior ao de concentração bancária, pois reduz o float de 
processamento, assim como os floats postal e de compensação. O banco imediatamente deposita os 
recebimentos na conta da empresa, de forma que o processamento ocorre após os fundos serem 
depositados. Isso permite que a empresa use os recursos quase imediatamente. Reduções adicionais 
no float postal podem também ocorrer, pois os pagamentos não precisam ser entregues, mas 
buscados pelo banco nos correios. 
 
Exemplo 
A Davidson Products, uma fábrica de lâminas descartáveis, tem receitas de vendas anuaus de $ 6 
milhões, que são faturadas em um ritmo constante a cada dia. Leva em torno de 4 dias para receber 
os pagamentos dos clientes na sede da sociedade anônima. Leva outro dia para o departamento de 
crédito processar os recebimentos e deposita-los no banco. Um consultor de gerenciamento de caixa 
 
 
28 
disse à davidson que um sistema de caixa postal diminuiria o float de processamento. O sistema de 
caixa postal custaria à empresa $ 8 mil por anos. A davidson atualmente ganha 12 % sobre 
investimentos de risco comparável. O sistema de caixa postal liberaria $ 58.333 de caixa [( $ 6 
milhôes / 360 dias ) x ( 4 dias de float postal + 1 dia de float de processamento – 1 dia 1 ½ de float 
postal)] que estão atualmente imobilizados em floats postal e processamento. O beneficio anual bruto 
seria de $ 7 mil( 0,12 x $58.333). Tendo em vista que $ 7 mil de beneficiamento anual bruto é menos 
do que o custo anual de $ 8 mil. A Davidson não deveria usar caixa postal. 
 
REMESSAS DIRETAS 
Para reduzir o float de compensação, empresas que recebem cheques de alto valor emitidos em 
bancos distantes, ou um grande numero de cheques emitidos em banco de uma carta cidade, podem 
providenciar a apresentação desses cheques diretamente para o pagamento ao banco no qual eles 
foram emitidos. Tal procedimento é chamado de remessa direta. Em vez de depositar esses 
cheques em sua conta de cobrança a empresa providencia a apresentação dos cheques ao banco no 
qual eles foram emitidos e receber o pagamento imediato. A empresa pode usar o Express Mail ou os 
serviços privados de postais expressos pra transportar os cheques a um banco na mesma cidade ou 
para um escritório de vendas onde um empregado pode levar os cheques ao banco e apresentá-los 
para o pagamento. Na maioria dos casos, os fundos serão transferidos eletronicamente para a conta 
corrente de desembolso da empresa. 
Decidir quanto a usar remessas diretas é uma decisão relativamente clara. Se os benefícios do tempo 
de compensação reduzidos são maiores do que os custos, os cheques devem ser enviados 
diretamente para pagamento, em vez de serem compensados através dos canais bancários normais. 
 
Exemplo 
Se uma empresa com uma oportunidade de ganhar 10 % sobre seus saldos parados pode, através 
de uma remessa direta, tornar disponíveis $ 1,2 milhão 3 dias mais cedo do que a outra forma seria o 
caso, o benefício dessa remessa direta seria de $ 1 mil 
[ 0,10 x ( 3 dias + 360 dias ) x $ 1,2 milhão ]. Se o custo de conseguir esta redução de 3 dias no float 
for menor do que $ 1 mil, a remessa será recomendável. 
 
OUTRAS TÉCNICAS 
Um número de outras técnicas pode ser usado para reduzir o float de cobrança. Um método 
comumente usado pelas empresas que arrecadam um montante fixo de clientes em uma base regular 
é o cheque pré-autorizado. Um cheque pré-autorizado ( PAC ) é emitido contra a contra corrente de 
um cliente por um montante previamente acertado pela empresa a qual ele é pagável. Tendo em vista 
que o cheque foi legalmente autorizado pelo cliente, ele não necessita a assinatura do cliente. O 
credor recebedor meramente emite e então deposita o PAC em sua conta. 
O cheque então é compensado através do sistema bancário da forma usual. 
Empresas com múltiplos pontos de cobrança usam ordens de créditos para acelerar a transferência 
de fundos. Um ordem de crédito, que dispensa assinatura, é sacado de uma das contas circulantes 
da empresa e depositado em sua conta em outro banco – geralmente um banco concentrador ou 
pagador. Tão logo a ordem de crédito dê baixa no banco contra o qual foi emitido, a transferência real 
dos fundos está completa. A maioria das empresas atualmente transmite informações de depósitos 
através do telefone, em vez do postais para seus bancos concentradores, os quais então preparam 
os ordens de créditos nas contas das empresas. 
Empresas também usam frequentemente transferências eletrônicas para reduzir o float de 
cobrança. Transferências eletrônicas são comunicações por linha telefônica que, através de 
lançamentos nos registros contábeis, removem fundos do banco do pagador e os depositam no 
banco do credor. Transferências eletrônicas podem eliminar os floats de postais e 
compensação,assim como reduzir o float de processamento. Elas são algumas vezes usadas em vez 
de ordens de créditos para mover fundos principais contas de movimentação, apesarde uma 
transferência

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