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Ciência Política ou Análise política é o estudo da política — dos sistemas políticos, das organizações e dos processos políticos. Visão mais abrangente o objeto de estudo da ciência política é o poder. Na visão aristotélica, a Política praticada na polis não visa apenas possibilitar trocas econômicas ou segurança, mas sim promover a “vida boa”: uma vida harmoniosa, voltada para ser feliz e ser útil à comunidade. A POLÍTICA PODE SER ENTENDIDA COMO TUDO AQUILO QUE DIZ RESPEITO À RELAÇÃO ENTRE OS CIDADÃOS (COMO MEMBROS DE UM CORPO SOCIAL) COM SEUS GOVERNANTES, QUANDO ESSA RELAÇÃO TEM POR FUNDAMENTO UM TEMA DO INTERESSE DO CORPO SOCIAL (OS NEGÓCIOS PÚBLICOS). Política é uma atividade pela qual interesses divergentes podem ser reconciliados em prol do bem-estar e da sobrevivência de toda a comunidade. Convive com a divergência, mas pressupõe cooperação e a busca da “boa vida”. Nos processos de interação política, é natural a existência de conflito entre os que interagem. Tais divergências não inviabilizam necessariamente a existência de cooperação entre membros de um grupo ou mesmo entre grupos em prol do bem comum. O bem comum só pode ser atingido por intermédio de um processo dialógico racional, no qual a decisão (política) tomada pela autoridade é resultado de uma disputa entre posições não convergentes, exteriorizadas por meio de discursos políticos. Essa disputa entre divergentes se dá pela via da linguagem, por intermédio de discursos, cujo objetivo é obter a maior adesão possível. Assim, as decisões políticas serão assim consideradas após passarem por uma série de procedimentos regulados pelo direito que lhes concederá essa condição. Cumprindo regularmente o rito procedimental, a decisão política ganha a chancela do direito e passa esta decisão a ter a proteção do Estado. Anthony Giddens, afirma que o poder consiste na habilidade de os indivíduos ou grupos fazerem valer os próprios interesses ou as próprias preocupações, mesmo diante da resistência de outras pessoas. O que é o poder? O poder é um elemento que está presente em quase todas as relações sociais. Submeter-se a vontade de outrem A QUESTÃO DA LEGITIMIDADE DO PODER LEGITIMIDADE NÃO É LEGALIDADE (exceto para os positivistas, onde só há o legal e o ilegal, justo e legítimo é o que está na lei). LEGITIMIDADE COMANDO que você reconhece como NÃO ARBITRÁRIO (ao qual você adere racionalmente). O PODER LEGÍTIMO É EXERCIDO SOB O CONSENTIMENTO DAQUELES QUE A ELE SE SUBMETEM. Quando O PODER LEGÍTIMO é empregado legitimamente, o denominamos de “AUTORIDADE”. Assim, por exemplo, se o governo usa a força para proibir, censurar ou reprimir manifestações sociais contra ele próprio, dá mostras claras de que perdeu a autoridade. O autoritarismo exercício do poder destituído de legitimidade. A questão do poder e da legitimidade política tem sido longamente discutida, começando por Platão, passando por Kant até chegar, mais recentemente, a Weber e Arendt A palavra política e a questão do poder Hannah Arendt O poder político resulta de um consentimento, de uma vontade dos homens de ser e de viver juntos. A política não tem um caráter instrumental, de ser meio... mas ela é um fim em si mesma, pois o indivíduo se torna cidadão. Nessa perspectiva, o poder político não pode se justificar pelo temor da dominação do outro, não pode ser exercido pela violência, pois ele é um poder que resulta da vontade comum, poder recebido, concedido pelo povo ou pelos cidadãos: “Quando declaramos que alguém está no poder, entendemos por isso que ele recebeu de um certo número de pessoas o poder de agir em seu nome” •Segundo ela, o que fundamenta o regime totalitário é o “Discurso” e a ausência de uma visão critica sobre este. •O “Discurso” manipula a massa retira o sujeito de sua dimensão de singular para colocá-lo na dimensão de número. •Hitler subiu ao poder explorando o “Discurso” diante da solidão organizada das massas populares. •O populismo sustenta o Totalitarismo e daí o “Conformismo social”. Jürgen Habermas Habermas reconcilia as posições de Weber e Arendt, afirmando que o poder político não se liga à opressão, mas à livre opinião. Para ele esse poder politico se manifesta na forma “comunicativa”, fora da noção de dominação, onde o povo cria espaços de discussão de ideias e formula a proposta de ação política. Também se manifesta na forma “administrativa”, com a noção de dominação, já que organiza e regula a ação política por leis e sanções e de evitar ou repelir tudo que poderia se opor a essa vontade de agir. AULA 2 A origem do Estado: principais linhas teóricas Objetivos 1 - estabelecer as características que definem as linhas "naturalistas" como teorizações que buscam explicar o surgimento do Estado; 2 - apontar as principais características definidoras do "contratualismo", como teoria que fundamenta a origem estatal em um pacto entre indivíduos; 3 - compreender as linhas teóricas e características que fundamentam a teoria do contrato social, segundo Thomas Hobbes. apontar as principais características definidoras do "contratualismo", como teoria que fundamenta a origem estatal em um pacto entre indivíduos. Teorias Naturalistas Teorias Contratualistas Teorias Coletivistas A doutrina não é pacífica acerca da origem da sociedade. Os pensadores se dividem, ora sustentando que a sociedade 1)É FRUTO DA PRÓPRIA NATUREZA HUMANA 2)OU DEFENDENDO QUE ELA NADA MAIS É DO QUE UM ATO DA VONTADE HUMANA. A Sociedade Natural, imaginada pela TEORIA DO IMPULSO ASSOCIATIVO NATURAL - IMPOSSIBILIDADE DO HOMEM VIVER ISOLADAMENTE. (Aristóteles, IV a.C.; Cícero, I a.C.; São Tomás de Aquino, Séc. XIII), Somente um ser de natureza superior ou um bruto buscaria viver isolado dos demais. A vida isolada é algo excepcional, como no caso dos deficientes mentais (corruptio naturae), dos "náufragos" retidos em uma ilha deserta (mala fortuna) ou dos santos eremitas que vivem em profunda união com a divindade (excellentia naturae). CONCEPÇÃO NATURALISTA ARISTÓTELES O ser humano é um animal político (zoon politikon) inclinado a fazer parte de uma polis (cidade), entendida esta como sociedade política. União de várias famílias é a ALDEIA e a de várias aldeias é a CIDADE ou ESTADO O Estado é uma forma natural de associação cuja natureza é a sua finalidade, ou seja, a perfeição e a auto-suficiência. Contratualismo Conjunto de teorias políticas que entendem que a origem da sociedade e o fundamento do poder político reside num contrato, isto é, num acordo tácito ou expresso entre a maioria dos indivíduos. Esse acordo que assinalaria o fim do estado natural e o início do estado social e político. Concepções Contratualistas Teoria Política Moderna e Teoria do Estado: Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau. Ponto de partida: “estado de natureza” – ou seja, um momento pré-político no qual os seres humanos seriam iguais por natureza e viveriam em absoluta liberdade. Hobbes (1588-1679) Hobbes compreende o homem como um ser antissocial e egoísta, movido pelo orgulho e vaidade (que fazem com que ele busque a glória) e pelo desejo de se conservar vivo (o que o leva a temer profundamente a morte). Segundo ele, o homem convive inicialmente em um Estado Pré-Político chamado de Estado De Natureza, onde os indivíduos vivem isolados e em luta permanente, uma guerra de todos contra todos. “O homem é o lobo do homem". Nesse estado, reina o medo e, principalmente, o grande medo: o da morte violenta Na falta de um poder superior que limitasse o poder de cada um, os homens inventam as armas e cercam as terras que ocupam, para se protegerem uns dos outros. Isso é inútil, pois sempre haverá alguém mais forte, que vencerá o mais fraco e ocupará as terras cercadas. A única lei é a força do mais forte, que pode tudo conquistar e conservar. A solução é um contrato entre todos. O homem busca a paz como forma de preservar o corpo e a vida. Nesse contrato os homens renunciam reciprocamente aos seus direitosnaturais sobre todas as coisas, entregando seu poder a um soberano (monarca, assembleia). Logo, o poder político é criação humana, uma pessoa artificial (o Leviatã). O Estado, em Hobbes, tem tripla finalidade: Representar os cidadãos; Assegurar a ordem, garantindo a segurança de todos, pelo uso do monopólio da força; e Ser a única fonte da lei, pois a soberania é absoluta e dita o que é justo ou injusto. O dever de obediência termina quando uma ameaça pesa sobre a vida ou sobre a liberdade. A incapacidade do soberano de manter a ordem, a segurança e, consequentemente a vida, geraria o direito de cada um utilizar-se de seus meios privados de defesa aos seus direitos naturais, o que transportaria o indivíduo de volta ao estado de natureza. Síntese da teoria de Hobbes Rompe com a concepção de que o Estado é algo natural ou inerente ao ser humano. Estado de natureza: ausência de ordem e de lei – guerra de todos contra todos como a atitude mais racional possível. Concepção antissocial e egoísta de ser humano Uma sociedade sem Estado: seria como uma multidão submetida a uma guerra de todos contra todos. Passagem do estado de natureza para o estado civil como forma de colocar fim ao conflito.
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