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QUESTIONÁRIOS SOBRE OS GRANDES AUTORES DO PENSAMENTO POLÍTICO MODERNO E CONTEMPORÂNEO: MAQUIAVEL, HOBBES, LOCKE E ROUSSEAU Ciência Política e Teoria do Estado QUESTIONÁRIO SOBRE MAQUIAVEL “Há vícios que são virtudes”: Maquiavel, teórico do realismo político 1. Explique o sentido da expressão “há vícios que são virtudes”, analisando-a no contexto do pensamento maquiaveliano. A igreja cria que os valores cristãos auxiliavam um governante, contudo Maquiavel acreditava que a política e a religião tinham princípios antagônicos. Para ele o objetivo central era lutar para conquistar e se manter no poder, partindo disso, cabe ao governante tomar decisões que na perspectiva cristã é considerado errado. Atitudes como mentir ao povo visando seus objetivos, eram reprovadas pela igreja, contudo eficientes para manter o poder. 2. Analise a relação de Maquiavel com os pensadores da Antiguidade, ressaltando continuidades e rupturas. Maquiavel fora original à sua época, em seu pensamento moderno ele provoca uma ruptura em relação ao período antecedente, introduzindo uma nova forma de pensar a política, se opondo aos princípios preestabelecidos, como a ética e a moral, e a religião. A Ideia de virtú, a compreensão de tempo, as formas de governar: Maquiavel cria uma revolução. 3. Descreva a trajetória do conceito de fortuna, da Antiguidade até o pensamento de Maquiavel. Anterior à abordagem maquiaveliana, poder e governo eram vistos na perspectiva moral e religiosa; fortuna era executada por Deus. Com o Renascentismo, a fortuna ganha autonomia, na figura de uma deusa. Daí Maquiavel rompe com o pensamento medieval, agora a fortuna é guiada pelo acaso, embatida apenas pelo príncipe/governante sábio, astucioso, corajoso: detentor da virtú. Para Maquiavel, a liberdade política se dava em dominar o acaso, a fortuna. 4. Explique o sentido de virtù no pensamento de Maquiavel. Segundo Maquiavel, virtú é um conjunto de características, sem as quais um governante/príncipe não governa de maneira eficiente: virilidade, sabedoria, astúcia e coragem. É a capacidade de antever mazelas que possam dificultar seu governo. 5. Analise a noção de realismo político tendo como parâmetro o pensamento de Maquiavel. Maquiavel era considerado realista porque era contra os dogmas da igreja, para ele mixar o idealismo religioso à política não teria nenhuma eficácia, além de serem antagônicos. 6. Analise as razões do choque entre o pensamento maquiaveliano e a doutrina da Igreja no cenário renascentista. O choque, à princípio, está na crença e abordagem por cada um deles defendida. A doutrina da igreja, teocêntrica, tinha Deus por norteador, regente dos acontecimentos, seguia dogmas, cria que os preceitos cristãos guiariam a humanidade e a política. Ao passo que Maquiavel, de formação humanística, acreditava no acaso, seguia o racionalismo, o debate, o empirismo, a objetividade, o estudo do homem.Com experiências, análises e originalidade os embates políticos seriam resolvidos. Enfim, Maquiavel fora praguejado de demônio e suas obras classificadas como leitura proibida pela igreja católica. 7. Por que é possível dizer que Maquiavel foi um autor renascentista típico? Explique. Pela sua forma individual de pensar, individualismo e por ser crítico. 8. Analise o papel que a História ocupa no pensamento de Maquiavel. Ele foi importantíssimo para a transição da História, inovou a forma de se pensar o Estado, a política e o homem, divergindo dos demais antecessores pensadores romanos. 9. Desenvolva a noção de natureza humana, ressaltando a sua importância para a política, segundo Maquiavel. De acordo com o texto, "a ideia de natureza humana possuirá ao longo da trajetória do pensamento ocidental, estreita ligação com a política. Para vários dos filósofos políticos é a natureza humana que estabelece o formato do Estado que deseja construir". 10. Por que, na visão maquiaveliana, é mais seguro para o príncipe ser temido do que ser amado? Era melhor que fosse temido, sobretudo, não odiado. Pois um povo que ama o seu governante num descontentamento poderá traí-lo, se revoltar; enquanto um príncipe temido, mesmo que gerasse algum tipo de insatisfação, deixaria o povo receoso, contido de iniciar uma rebelião. QUESTIONÁRIO SOBRE THOMAS HOBBES A teologia política de Hobbes 1. Qual seria para Thomas Hobbes, a relação entre a limitação cognitiva dos homens e o surgimento das religiões? Essa limitação cognitiva seria a causa principal do surgimento de boa parte das religiões. A capacidade de distinguir quanto às forças intelectivas dos sentidos convertidos em representações, que acometem o mundo mental do ser humano, seria a fonte de adoração de sátiros, faunos, ninfas, fadas, fantasmas e feiticeiros. 2. Aponte três características subjacentes à máxima Auctoritas, non veritas facit legem (é a autoridade, e não a verdade, quem faz as leis) Primeiro, a lei vem dos homens que possuem força coercitiva, como diz Hobbes “são os homens e as armas, não as palavras e promessas que fazem a força e o poder das leis”. O soberano não está sujeito às leis, ele possui monopólio da decisão política. Ele decide o que é justo e injusto, crime ou pecado. Ele também controla a religião, qual fé deverá ser professada publicamente. Por fim, esse soberano submete o poder espiritual ao temporal para controlar a decisão política dos súditos. 3. Thomas Hobbes aduz duas soluções a fim de dar cabo à especiosa distinção entre o espiritual e o temporal que leva à ruína do Estado. Identifique-as. Na doutrina do Estado de Hobbes não há distinção entre o secular e o espiritual, entre potestas e auctoritas. O autor argumenta que governo temporal e espiritual são apenas duas palavras trazidas ao mundo para levar os homens a se confundirem, enganando-se quanto ao seu soberano legítimo. É certo que os corpos dos fiéis, depois da ressurreição, não serão apenas espirituais, mas eternos, porém nesta vida o único governo que existe, seja o do Estado, seja o da religião, é o governo temporal. Assim, infere o autor que auctoritas, non veritas. Nada mais é uma questão de verdade, tudo passa a ser um comando. “Um milagre é o que o comando da autoridade estatal obriga os súditos a acreditar como tal”. 4. Por que o monopólio da decisão política tira partido da religião, isto é, da tendência do gênero humano à irracionalidade das crenças nos poderes invisíveis? Na construção de seu conceito de soberania absoluta, a autoridade competente, representativa do Estado, tem o monopólio da decisão política. Decide o que é justo ou injusto, crime ou pecado, certo ou errado, sobre o costume prolongado que deve elevar-se ao status da lei além de acumular as funções de juiz e legislador, compete à vontade do “Deus mortal” determinar, em conformidade com o princípio cujus regio, eius religio (a religião é de quem é a religião, porque quem não tem reino, não pode fazer leis). 5. Explique o conceito antropológico introduzido por Hobbes, sem deixar de aludir à maneira cognitiva dos homens. O homem em Hobbes está relacionado com a religião e possui limitação cognitiva. Existem dois tipos de homem, o natural e o artificial, o primeiro ele qualifica de criatura racional, e a partir deste Hobbes elabora uma teoria sobre a falibilidade humana. Para ele, partindo da percepção sensorial, valores, a mente humana é complexa. Ele revela o funcionamento do da imaginação, da memória, os sentimentos, a fim de conscientizar o homem de sua fragilidade, sua condição de miséria cognitiva. 6. O que se entende pela restauração da unidade original dos povos pagãos e qual a sua relação com Leviatã de Hobbes? O Leviatã representa essa restauração da unidade original dos povos pagãos, onde o espiritual e o secular formam a alma de um único poder soberano em que religião e política se relacionam. A luta contra divisão dos poderes espiritual e temporal, visando a restauração da unidade pagã original, seria o significado da teoria política de Hobbes. Hobbes, na representação dessa restauração, expõe o báculo na mão direitado Deus mortal, sabendo que Leviatã será destruído na batalha contra Beemot se estiver com a espada na mão direita 7. No Leviatã de Hobbes a palavra Leviatã aparece três vezes, sob quatro formas, compondo uma unidade mítica: Deus-homem-animal-máquina. Mencione o sentido que Hobbes teria atribuído a cada um dos elementos da referida composição mítica. Leviatã enquanto Deus, refere-se a onipotência do maior poder já existente entre os homens, feito para mobilizar recursos, exércitos, armas e segurança a fim de impor suas vontades sem limites. Do ponto de vista mítico, tal Deus foi uma criação divina do estado com pleno poder. O Leviatã como homem descreve o uso do monopólio, das armas e da autoridade religiosa, o que está concentrado na mão de uma única pessoa. Diante disso, o soberano é um homem artificial, discorre em nome de outros, apresentando a soberania enquanto encarnação do mesmo. O Leviatã enquanto animal, representa a submissão do poder religioso ao poder político, capaz de derrotar Behemoth. Já enquanto máquina, ele funciona sobre o princípio da legalidade onde os funcionários podem atuar sob os limites das normas, dos procedimentos jurídicos do Estado, que cria previsibilidade, padrão jurídico, sendo um mecanismo de precisão tal qual um relógio. 8. Por que seria possível interpretar o conceito político de soberania absoluta do Leviatã, ou Matéria, Forma e Poder de um estado Eclesiástico e Civil (título completo do Leviatã de Hobbes) como um conceito teológico secularizado? Porque o Leviatã é o freio das paixões humanas. Ele analisa a vida eterna, a salvação, o poder eclesiástico, os direitos no reino de Deus e finaliza a obra com uma crítica às interpretações bíblicas. 9. Por que o Estado de Hobbes passa a representar uma “mútua relação de proteção e obediência”? Ao transformar o Leviatã em arma política voltada para a secularização do Estado, Hobbes busca a salvação dos homens neste mundo no interior de um corpo político. Assim, o Estado passa a representar uma “mútua relação de proteção e obediência necessária à condição existencial da natureza humana. Se fora do Estado “o homem é lobo do homem”, no seu interior, adquire status de cidadão e “o homem é um deus para o homem” 10. Por que poderia afirmar que Hobbes é o precursor do positivismo jurídico? Thomas Hobbes ocupa elevado destaque na consolidação do pensamento positivista. Ele não abre mão da crença na existência de um direito natural, mas faz fortes críticas a ele, centradas, sobretudo, na insegurança gerada. A definição de direito está vinculada a um pacto social e à vontade do soberano. Todas estas premissas teóricas vêm a se consolidar paralelamente ao estabelecimento do Estado Moderno e a correspondente monopolização do poder político pelos aparelhos estatais, aliados a ideais racionalistas de produção do direito. As codificações do século XIX refletem a materialização desse pensamento. Hobbes é um precursor em diversos aspectos. Primeiro pensador a analisar a política ante uma perspectiva científica, também fundou um novo paradigma no pensamento jurídico, lançando as bases do positivismo jurídico. Com efeito, algumas das principais características desta corrente teórica já restavam presentes no pensamento do autor, tais como a vinculação do direito à autoridade e a efetiva desvinculação das normas a qualquer conteúdo prévio. QUESTIONÁRIO SOBRE LOCKE John Locke: lei e propriedade 1. Por que o estado de natureza de Locke não é um estado de licenciosidade? Este estado de natureza não é sinônimo de licenciosidade, o homem “não tem liberdade para destruir-se ou a qualquer criatura em sua posse, a menos que em uso mais nobre que a mera conservação desta o exija”. O estado de natureza é governado por uma lei da natureza. Cada um está obrigado a preservar-se e, quando sua preservação não estiver em risco, preservar o resto da humanidade, destruindo, quando necessário, aquilo que é nocivo a ela. 2. Discorra sobre as diferenças e aproximações entre noção de estado de natureza de Locke e estado de guerra. A distinção entre esses estados é esta: no estado de natureza estão presentes a paz, a boa vontade, a assistência mútua e a preservação, enquanto no estado de guerra, temos estado de inimizade, malícia, violência e destruição mútua. No primeiro, os homens vivem juntos conforme a razão, sem um superior comum na Terra que possua autoridade para julgar entre eles. Porém, a força, ou um desígnio declarado de força, contra a pessoa de outrem, quando não existe qualquer superior comum sobre a Terra a quem apelar, constitui o estado de guerra; e a falta de tal apelo que dá ao homem o direito de guerra mesmo contra um agressor, embora esteja em sociedade e seja igualmente súdito. A falta de juiz comum com autoridade coloca todos os homens em um estado de natureza; a força sem o direito sobre a pessoa de um homem provoca um estado de guerra não só quando há como quando não há juiz comum. Quanto à semelhança, pode ser encontrada no fato de ambos poderem destruir outra criatura, no estado de natureza com o objetivo de preservação diante de riscos, no estado de guerra, incentivados pela inimizade. 3. Discorra sobre a relação que Locke estabelece entre lei e direito. Para Locke, o direito é natural, antecede ao ser humano, ou seja, não necessita do reconhecimento do Estado, ele está acima dessa estrutura porque ele é pré-político. Enquanto a lei existe a fim de garantir a liberdade, esta é concebida pela lei da natureza ou pela lei positivada. 4. Explique por que, para Locke, a propriedade é um direito natural. Para Locke a propriedade já existe no estado de natureza e, portanto, constitui uma instituição anterior à sociedade, um direito natural do indivíduo que não pode ser violado pelo Estado. 5. Tendo Locke considerado a propriedade um direito natural, que implicações isso tem para o exercício do poder político? A propriedade enquanto um direito natural, é inviolável, de maneira que nem o Estado poderá violá-la. Este é o limite do poder político. 6. Comente sobre a divisão de poder estabelecida por Locke. Para Locke esses são os três poderes: legislativo, executivo e federativo. Para ele o primeiro deve elaborar as leis, o segundo deve implementá-las, ser um poder permanente e ambos devem estar em mãos diferentes. O terceiro tem a função de fazer guerra, firmar paz e manter relação com outros estados. 7. Relacione as limitações estabelecidas por Locke ao poder político e as causas da degeneração do governo. O primeiro limite se dirige aos direitos do legislativo, em que o poder legislativo deve garantir o bem público da sociedade, preservar seus súditos e as leis positivas concordem com as leis da natureza. O segundo diz respeito às leis positivas, onde as normas devem ser genéricas e abstratas, com o objetivo de assegurar igualdade de todos ante a lei e limitar os governantes para que esses não abusem do poder que têm. Outro limite é quando a proteção da propriedade privada. Locke defende que o legislador jamais poderá se apropriar da propriedade/bens de seus súditos. Ele também se posiciona contra à criação de impostos sem a prerrogativa do povo. Partindo da ideia, do legislativo como um poder fiduciário, Locke acredita que a comunidade pode dissolver esse poder quando este se corromper, violar o que foi confiado a ele e isso pode gerar a degeneração, que podem ter quatro causas diferentes – a conquista, a usurpação, a tirania e a dissolução do governo – que ele discorre no texto. 8. Explique a relação que há entre o pensamento político de Locke e a doutrina liberal. O pensamento político de Locke defende a separação de poderes com o objetivo de limitar o poder e evitar o abuso de poder dos governantes que poderiam colocar em risco os direitos de seus súditos. Ele faz uma exposição aos limites do poder político, sendo essa a característica fundamental de um Estado liberal. 9. Em que aspectos os contratos de Locke e de Hobbes são diferentes? Para Locke, “não é qualquer pacto que faz cessar o estado de natureza entre oshomens, mas apenas o de concordar, mutuamente ou em conjunto, em formar uma comunidade, fundando um corpo político; outras promessas e pactos podem os homens fazer entre si, conservando, entretanto, o estado de natureza”. Aqui há uma diferença importante entre Locke e Hobbes. O fim do estado de natureza e, consequentemente, a criação da sociedade civil ocorre por meio de um pacto “original” que obriga a todos a renunciarem aos poderes que tinham no estado de natureza, transferindo-o para a maioria da comunidade, e a se submeterem à resolução dessa maioria. O objetivo do pacto, para Locke, é a preservação da propriedade (isto é, da vida, da liberdade e dos bens e possessões) e de impedir que os direitos naturais sejam desrespeitados. Ao contrário de Hobbes, para Locke, a fundação da sociedade civil não exige que os homens renunciem à quase totalidade de seus direitos naturais. 10. Explique por que, no estado de natureza, as leis de natureza não são efetivas e, contrastando com Hobbes, explique como Locke resolve este problema. Para Locke, a ausência de um poder comum não exime os homens do cumprimento às da natureza, sendo todos responsáveis por mantê-la em zelo. Logo, ele reconhece a necessidade de se estabelecer uma instituição que possua poder coercitivo, uma vez que ele percebe que as leis de natureza também são ineficazes porque os juízes podem se eximir de se julgar, ou se julgar parcialmente. QUESTIONÁRIO SOBRE ROUSSEAU Jean Jacques Rousseau: da inocência natural à sociedade política 1. O Estado de Natureza, descrito no Discurso sobre a Desigualdade, divide-se em dois momentos. Quais são eles e como se caracterizam? O primeiro é o original, no qual os indivíduos são direcionados à autopreservação e à piedade. No segundo momento, os homens passam a viver em sociedade, ainda no estado de natureza. Aqui, eles são livres de vínculos de sociedade, porém, mantém relações com o objetivo de reprodução (que não ferem a ausência desses vínculos) e ainda possuem a autopreservação. Também há a perfectibilidade, que é o que os difere dos animais, e os conduzem às paixões que cultivam as desigualdades sociais. A linguagem, a propriedade e a sociabilidade seriam, portanto, o fundamento da sociedade, organizada sobre o poder de um Estado que aumentaria a diferença entre os indivíduos. 2. O homem natural é dotado de duas paixões. Quais são elas e que efeito geram sobre o comportamento do “bom selvagem”? A primeira paixão é a autopreservação, quando os seres humanos estão integrados na natureza sem necessidade de manter relações com os demais, por vezes terão algum tipo de relação, sexual, por exemplo, mas que não resultará em vínculo social. 3. Para Rousseau, além da racionalidade, a natureza humana tem uma outra característica. Qual é ela e qual o seu impacto na teoria do autor? Além da racionalidade/liberdade, outra característica da natureza humana é a perfectibilidade, isto é, a capacidade humana de se aperfeiçoar através de suas experiências. Mas a perfectibilidade conduziu o homem à condições de desigualdades sociais. 4. Qual é a importância da linguagem e da propriedade no pensamento de Rousseau? A propriedade privada resultou na desigualdade entre os homens, que formou uma hierarquia social, que trouxe novas expressões de linguagem. 5. Como Rousseau conceitua a natureza humana? Para ele, a natureza humana pode ser definida como os traços fundamentais que todo homem é portador, independentemente do tipo de cultura ou de sociedade em que esteja inserido. Na natureza, o homem seria livre, virtuoso, piedoso, amoral, sem sociedade, sem Estado, sem dinheiro e sem propriedade. 6. O que é desnaturação? É a reforma do homem natural privado e mutável, de maneira a bloquear nele a influência do amor-próprio. 7. Explique a relação cidadão, povo, Estado e Soberano na teoria de Rousseau. Na concepção de Rousseau, o cidadão é considerado “participante da autoridade soberana”, como condição estabelecida pelo pacto, onde o corpo coletivo, povo, é composto por todos aqueles que nele têm vez e voz. O Estado estado excita as leis, obedecendo a vontade do povo, e por fim, por soberano, pode-se conceituar o próprio povo, que expressa vontade geral. 8. Para que o Contrato aconteça, quais são as reformas necessárias? Por quê? Para que ocorra o Contrato é necessário, segundo Rousseau, destruir a desigualdade social, e promover a distribuição do poder político, a fim de obter uma assembleia popular, para trazer a igualdade e os indivíduos poderão escolher as leis que vão governá-los. 9. Governo e Soberano são sinônimos? Por quê? Não, não são sinônimos. O governo tem a função de executar a vontade do corpo político e aplicar as leis aos casos concretos e particulares. Ele não surge do contrato, mas da obediência de todos do corpo político. Já o soberano é responsável pela aceitação da lei elaborada pelo legislador baseada na vontade geral. É dele a prerrogativa de sufragar o trabalho do legislador. E ele nasce de um contrato 10. Vontade geral é a mesma coisa que vontade de todos? Por quê? A vontade geral é a supressão da desigualdade política uma vez que garantiria não haver distinção entre quem manda e quem obedece, já que ela emana do corpo político ao qual é aplicada sob a forma de lei. Mas a vontade geral não é simplesmente a vontade de todos, nem a soma ou maioria das vontades particulares.
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