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INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA Curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia MMAATTEERRIIAALL DDEE AAPPOOIIOO ÀÀ DDIISSCCIIPPLLIINNAA OOPPEERRAAÇÇÕÕEESS UUNNIITTÁÁRRIIAASS II (Matéria da P2) Profa. Dra. Arlete Barbosa dos Reis Instituto de Ciência e Tecnologia – ICT /UFVJM Diamantina – 2017/1 Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 2 APRESENTAÇÃO O “Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I” é um compilado das aulas ministradas nos cursos de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos, na disciplina Operações Unitárias I. O presente material contém textos extraídos de livros sugeridos e utilizados como referência bibliográfica. Diamantina, Julho de 2017. Profa. Dra. Arlete B. Reis Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 3 Caros alunos, sejam bem vindos! Devido ao período de greve, bem como os demais contratempos inerentes ao final de ano e reinício das aulas no mês de janeiro do ano corrente. Também devido ao pouco tempo que tivemos desde a realização da primeira avaliação até o início das férias; Para nossa segunda avaliação será abordado apenas o tópico “Bombas e Compressores” motivo pelo qual esse material de apoio venha a conter poucas páginas, pois na maioria das vezes, esse tipo de material que venho disponibilizando, acorre apenas para que possam visualizar melhor as figuras que extraí de alguns livros e materiais disponíveis. Assim sendo, gostaria de lembrá-los que, além desse material, será cobrado durante a realização da segunda avalição (em 10/08/2017), todo material-xérox disponibilizado durante as aulas, bem como as anotações de quadro e sobretudo a resolução de exercícios. Atenciosamente Profa. Arlete Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 4 5.4 - Agitadores AGITAÇÃO Consiste na movimentação de líquidos em tanques por meio de impulsores giratórios. Com que finalidade? Os principais objetivos são: 1. Acelerar as taxas: de transferência de calor e massa. 2. Facilitar a realização de reações químicas. 3. Conseguir a suspensão de partículas num meio líquido. Em geral precisamos da ação de mistura para: • dissolver líquidos miscíveis • dissolver sólidos • misturar líquidos imiscíveis • dispersar gases em líquidos • misturar líquidos e sólidos Portanto, trata-se de uma operação unitária muito empregada, tanto em pequenas, quanto em médias e grandes instalações produtivas. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 5 Alguns exemplos de seu uso: • dissolução de açúcar, amido, sal, ácidos, etc. • dispersão de hidrogênio em reatores de hidrogenação de gorduras. • circulação de líquidos em reatores para fermentação • tachos de tratamento térmico de laticínios • tanques de extração • tachos de cozimento • tanques de retenção de produto em processamento • tanques de mistura para preparação de sorvetes • tanques de recirculação de salmouras para refrigeração • tanques de aeração para tratamento biológico de resíduos líquidos • tanques de lavagem de material • misturadeiras e amassadeiras de pastas e massas para panificação • suspensão de sólidos sedimentados para facilitar seu arraste por bombeamento, etc. DESCRIÇÃO DE UM TANQUE AGITADO: Na agitação de líquidos e pastas semilíquidas é necessário: 1. um tanque ou reservatório com instalações auxiliares 2. um rotor ou impulsor instalado num eixo e acionado por um sistema de motor e redutor de velocidade (Figura 1). Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 6 4 defletores igualmente espaçados Wb Hi Elevação Plano Defletores tão finos como possível Figura 1: Configuração de um tanque agitado. H= altura de líquido no tanque, T= diâmetro do tanque, D= diâmetro do impulsor, N= número de revoluções, Hi= distância entre impulsor e fundo do tanque, Wb= largura dos defletores Existem muitos tipos de impulsores, a seguir se apresentam os mais comuns, agrupados em 2 categorias: 1. agitadores para líquidos pouco consistentes ou de consistência média (Figura 2) 2. agitadores para líquidos muito consistentes (Figura 3) a) Turbina de disco de Rushton L= D/4; W= D/5 e D do disco= 3D/4 b) Hélice “Pitch”= 1,5 c) Turbina de pás inclinadas W= D/5; ângulo= 45o Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 7 d) Turbina de três pás inclinadas (“hydrofoil” ) vários ângulos e inclinações de pás Figura 2. Impulsores para fluidos pouco consistentes mais usados na indústria de alimentos. e) Âncora W= D/10 e h= H f) Espiral dupla Di= D/3; W= D/6 Figura 3. Impulsores para fluidos consistentes mais usados na indústria de alimentos Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 8 USOS Hélice: utilizada geralmente para agitação de fluidos de baixa viscosidade (µ < 2 Pa.s). O padrão de circulação é maior que uma turbina. Uso: suspensão de sólidos, mistura de fluidos miscíveis ou transferência de calor. D << T e possui uma ampla faixa de rotações. Turbinas: padrão de escoamento radial, axial ou misto. Grande intervalo de viscosidade: 10-3 < µ< 50 Pa.s. Os impulsores com pás montadas inclinadas (Figura 2c) apresentam escoamento axial que é útil para suspensão de sólidos, e os de pás planas são adequados para agitação de fluidos viscosos. As turbinas de Rushton (Figura 2a) são adequadas para agitação de fluidos poucos viscosos, dispersão de gases em líquidos, mistura de fluidos imiscíveis, dispersão de gases e transferência de calor. A turbina de 3 pás inclinadas é um dos melhores projetos de impulsores, porque distribui a energia de maneira uniforme. O padrão de escoamento é misto e é muito usado em dispersões de sólidos. D << T e a velocidade de rotação é alta. Pás: D ≤ T e a velocidade de rotação é baixa. Utilizada para mistura de fluidos muito consistentes. Os mais utilizados em alimentos são o tipo âncora e o helicoidal. O agitador de âncora dá escoamento radial e é empregado no intervalo de viscosidades entre 5 e 50 Pa.s. É muito usado em transferência de calor. O tipo helicoidal ou espiral dupla possui padrão de escoamento misto devido ao movimento das pás, sendo que a interna joga o fluido para baixo e a externa para cima. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 9 Escolha do tipo de agitador AFigura 4 pode auxiliar no processo de escolha do agitador apropriado, que ainda é considerado uma “arte”. Ti po de a gi ta do r Viscosidade (Pa.s) Hélice Turbina Âncora Helicoidal Pá em Z Amassadeira 10410310210110010-110-210-3 Figura 4. Tipo de agitador em função da viscosidade do sistema que está sendo agitado. Cálculo da potência de agitação Podemos imaginar um agitador de líquido como um sistema de escoamento horizontal e circular em que após um certo tempo o fluido retorna ao mesmo lugar de partida. Aplicando a equação de Bernoulli : fEˆ2 v z gPWˆ 2 v z gP 22 2 2 u 2 1 1 1 +++=+++ ρρ Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 10 Como P1= P2 ; 2221 vv = e z1 = z2, tem-se que: 2 fu 2 EˆW v D LLf mm eq ⋅ + ⋅=⋅= ∑ &&& Assumindo, por enquanto que DLeq /∑ =0 , podemos assumir que L = D: )( 2 W 2u Avv f ⋅⋅⋅⋅≅ ρ& Se: v ∝ ND e A ∝ D2 onde D = diâmetro do impulsor N = número de revoluções por segundo. ρρ ⋅⋅⋅=→⋅⋅∝ 53u23u W)(2W DNNDND f Po && Npo = Número de potência, indicativo de atrito do sistema. Npo = f (Re, tipo de impulsor, presença de defletores no tanque, Fr, números adimensionais geométricos) Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 11 N úm er o de po tê n ci a Número de Reynolds Figura 5. Número de potência versus Reynolds para diversos tipos de turbina O gráfico Npo x Re lembra muito o diagrama de Moody. Há uma região laminar (Re < 10), na qual Npo = Kl / Re e uma região de turbulência onde Npo = KT. Os valores KL e KT são constantes e dependem do tipo do impulsor , das medidas do tanque e das chicanas. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 12 A maioria dos agitadores tem representação gráfica do número de Potência, mas no caso de agitadores para fluidos de alta viscosidade deve-se usar relações empíricas: - Helicoidal: 54,0 33,053,028,0 Re 150 b i Po nD W D h D p D HN = −− - Âncora: 48,031,0 Re 85 = − D h T HN iPo Onde: Hi= distância entre agitador e fundo do tanque D= diâmetro externo do impulsor p= pitch h= altura do agitador W= largura das pás nb= número de pás Essas equações somente são válidas para escoamento em regime laminar. Dimensões padrão: são geralmente empregadas no gráfico Npo versus Re: São estas: Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 13 L W - Número de defletores = 4 - 3 1 = T D , 1= D H i , 1= T H , 10 1 = D Wb - 2,0= D W e 25,0= D L para turbinas - 2,0= D W 5 para pás - 2,0= D W - 0,25 para hélices Onde: W= altura das pás do impulsor L= largura das pás do impulsor Passo ou distância entre as linhas de percurso: “pitch” = vai de 1 até 2 D O gráfico de Npo versus Re de agitação que se empregará nos exemplos de cálculo, na verdade é um gráfico de φ versus Re. Quando os tanques tem defletores: φ ≅ NPo Quando os tanques de agitação não possuem defletores ou chicanas deve-se evitar o efeito do vórtice. Neste caso: Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 14 Re)log( 101 − = a po bFr Nφ A correção precisa ser feita quando Re > 300 e resulta importante quando Fr > 5. O número de Froude quantifica a relação entre a energia cinética e a energia potencial. g DN Dg ND agitaçãoFr hg VFr 222 )( ==→= Os valores dos parâmetros a e b são constantes: 1< a < 2 podemos considerar a=1.5 18 < a < 40 podemos considerar b=29 Fluidos não newtonianos O padrão de escoamento desses fluidos é complexo, porque perto das pás, o gradiente de velocidade é grande e a viscosidade aparente é baixa. A medida que o líquido se afasta das pás, a velocidade decresce e a viscosidade aumenta. Portanto, assume-se que a agitação é homogênea e há uma taxa de deformação média para o sistema. Essa taxa de deformação será função de : tanque)do geometria eagitador de tipo(N, f =γ& Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 15 A taxa de deformação será calculada como: Nβγ =& Tabela de valores de β: Impulsor Valor de β Turbina de disco de 6 pás 11,5 Turbina de 6 pás – inclinação 45o 13 Hélice 10 Helicoidal 0,164 0,026 para 11434 < < − D H D H ii Âncora 0,13 0,02 para 17233 < < − D H D H ii Muitos fluidos alimentícios comportam-se como fluidos lei da potência, com o qual: nkγτ &= ou ainda, 1−= napp kγµ & Neste caso, o número de Reynolds pode ser calculado como: 21 2 1 22 )(Re −−− === nnnapp Nk D Nk NDND β ρ β ρ µ ρ O nível de agitação de um fluido é definido pela relação potência/volume que vem dada pela tabela abaixo: Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 16 V Wu& Nível ou grau de agitação Watts m3 HP m3 Até 80 até 0.1 Débil 80 - 230 0.1 - 0.3 Suave 230 - 460 0.3 - 0.6 Média 460 - 750 0.6 - 1.0 Forte valor mais usual 750 - 1500 1 – 2 Intensa 1500 - 2250 2 – 3 Muito forte 2250 - 3000 3 - 4 Muito intensa Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 17 Fatores de correção dos cálculos de agitadores: (1) Quando existe mais de um impulsor no eixo: caso típico quando há transferência de calor. Neste caso: Hl ≅ T, onde Hl é a distância entre os agitadores Portanto: AGITADOR o TOTAL agitadores de n uu WW && ⋅= A potência útil por impulsor unitário se calcula da maneira usual para agitador de medidas padrão. (2) O tanque e o impulsor tem medidas diferentes das medidas padrão. Quando as relações geométricas diferem um pouco das medidas aplica- se um fator de correção (fc) desenvolvido pelos pesquisadores dessa operação unitária. padrão medidas as com acordo de calculada fc corrigida uu WW && ⋅= Hl Hl 3 D H e 3 D T :Geralmente D H D T D H D T fc PADRÃOPADRÃO PADRÃO PADRÃO REALREAL = = = Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 18 ⇒ (3) O sistema é gaseificado. Quando o sistema é gaseificado, usa-se o gráfico de Ohyama e Endoh (Aiba) ou o gráfico de Caldesbank (Mc Cabe): Ampliação de escala: No desenvolvimento de processos, precisa-se passar da escala de laboratório para a escala de planta piloto e desta para o tamanho industrial. As condições que tiveram sucesso na escala menor devem ser mantidas no tamanho maior, além de ser conservada a mesma proporcionalidade geométrica (semelhança geométrica). O cálculo da potência consumida na agitação é somente uma parte do problema. Em qualquer problema de mistura existe sempre um processo ou resultado esperado da agitação. O processo requerido pode ser uma mistura de um componente (certo tempo de mistura), uma certa transferência de calor ou massa, a velocidade de dissolução de um sólido, etc. 2(T)4/gás do vazão gás do lsuperficia V gás sem líquido para calculada W W g,W g,W pi×= = u u u u & & & & Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 19 Ampliação escala – Critérios (dependerão do objetivo do processo): 1. Semelhança geométrica entre modelo (1) e protótipo (2). Este critério deve ser sempre usado antes de aplicar os demais. 2. Semelhança geométrica e dinâmica 2.1 Regime laminar NPo= f(Re); Re < 300 Neste caso: Re1= Re2 NPo1= NPo2 5 2 3 2 2 5 1 3 1 1 2 2 21 2 1 2 11 2 11 D N uW D N uW N D N D NN ρρ µ ρ µ ρ && = =⇔ / / = / /∴ DD 2 b 1 b 212 i 12121 D W D W ; D W D W ... D H D H ; D H D H ; D T D T = = = = = = i Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 20 2.2 Regime turbulento NPo ≅ cte, independe de Re São utilizados diversos critérios, segundo o objetivo da agitação. 2.2.1 Igualdade de potência por unidade de volume (valores mais usuais foram fornecidos anteriormente – pág. 8) Usos: Extração líquido-líquido; transferência de massa em dispersões gás- líquido; dissolução de sólido em líquidos; transferência de calor; mistura de líquidos. 3 2 3 2 2 1 3 1 Po2o1 3 2 2u 3 1 1u 3 2 2 2 2 2 2 2u 3 1 1 1 2 1 1 1u 21 2 2 2 2 1 2 1 1 2 2u 1 1u D N D N :se-obtém N N igualdade naanterior expressão a doSubstituin D W D W :geométrica semelhançapor ndoSimplifica D D H D T W D D H D T W D e Dpor dividindo H T 4 uW H T 4 uW tanqueno líquido de volumeV V W V W = = = = / / = / / == P && && && && pipi Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 21 2.2.2. Igualdade na velocidade periférica do agitador Usos: Quando interessa manter a tensão de cisalhamento: dispersão- emulsificação. pi D1 N1 = pi D2 N2 ⇒ D1 N1= D2 N2 Como NPo1 = NPo2: 2 2 2 2 1 1 5 2 3 2 2 5 1 3 1 1 D uW D uW :que se- temnesta,anterior expressão a doSubstituin D N uW D N uW && && = / = / ρρ 2.2.3. Igualdade nos tempos de mistura Um outro conceito interessante no campo da agitação é o tempo de mistura. No caso de mistura de líquidos miscíveis um trabalho de pesquisa foi desenvolvido por Norwood e Metaner (Mc Cabe) e resumiram a informação em um gráfico que faz lembrar o gráfico NPo x Re. O gráfico tem uso limitado pois não entram no cálculo variáveis importantes: ∆ρ, ∆µ, ∆σ. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 22 5.4 - Medidores de Vazão 5.4 - Medidores de Vazão A vazão é umas das principais variáveis do processo. Devido a variedades de processos e produtos, haverá sempre um medidor mais indicado para uma determinada aplicação. A medida da vazão de líquidos é uma necessidade crítica em muitas plantas industriais. Em algumas operações, a habilidade para conduzir as medidas de vazão de maneira precisa é tão importante, que pode fazer a diferença entre levar a lucros ou perdas. Em outros casos, as medidas de vazão inexatas ou falhas na tomada de medidas pode causar sérios (ou até mesmo desastrosos) resultados. Com a maioria dos instrumentos de medida de vazão, a taxa de fluxo é determinada pela medida da velocidade do líquido ou pela variação da energia cinética. A velocidade depende do diferencial de pressão que está forçando o líquido a passar por um tubo ou canal. Como a área de seção transversal do tubo é conhecida e permanece constante, a velocidade média é um indicativo da vazão. Outros fatores que afetam a vazão incluem a viscosidade e a densidade do líquido, e o atrito do líquido em contato com o tubo. Medidas diretas de vazão podem ser feitas em medidores de vazão de deslocamento positivo. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 23 Estas unidades dividem e movem o líquido em porções específicas. O fluxo total é um acúmulo das partes medidas, as quais podem ser contabilizados por técnicas mecânicas ou eletrônicas. O desempenho dos medidores de vazão também é influenciado pelo número de Reynolds, que é definido como a relação entre as forças inerciais e as de arraste do líquido. A velocidade e a densidade do fluido são forças inerciais, enquanto que o diâmetro do tubo e a viscosidade do líquido são forças de arraste. O diâmetro e a densidade são constantes para a maioria das aplicações e líquidos, que normalmente envolvem escoamento turbulento, com Re > 4000. O escoamento turbulento acontece a altas velocidades ou baixas viscosidades. Numerosos tipos de medidores de vazão estão disponíveis para sistemas fechados de tubulações. Em geral, os equipamentos podem ser classificados como medidores de: diferença de pressão ou perda de carga, deslocamento positivo, massa e velocidade e, a relação básica para determinar a vazão de fluidos, pode partir dos cálculos de vazão e velocidade. VELOCIDADE E VAZÃO DE FLUIDOS Antes de iniciar o estudo da medição de vazão em fluidos, é necessário reparar uma confusão existente no Brasil sobre a terminologia empregada na área de dinâmica defluidos. Os textos em língua inglesa empregam o termo flow para nomear escoamento, mas infelizmente as traduções brasileiras usam a palavra fluxo como correspondente. A definição de fluxo está ligada à uma grandeza por unidade de comprimento, área ou volume, como por exemplo W/m (potência por unidade de comprimento), W/m2 (potência por unidade de área) ou ainda W/m3 (potência por unidade de volume). Nesse exemplo, a grandeza que representa a potência, em watts, é uma taxa de calor ou de energia mecânica, pois representa energia por unidade de tempo (J/s). O fluxo corresponde em inglês ao termo flux. Já a terminologia correta para flow em português é escoamento, assim como o mass flow corresponde a vazão ou Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 24 descarga, que podem representar taxas de massa ou de volume por unidade de tempo. As grandezas associadas à medição do escoamento em fluidos são o taxa de massa por unidade de tempo massa e de volume por unidade de tempo V ou Q. A taxa ou vazão volumétrica é dado por: Q= V.A onde V é o vetor velocidade, em m/s, e A é o vetor área orientada, em m2. A vazão volumétrica é expressa no SI em m3/s, e é comum encontrar l/s, l/h, cm3/min, etc. As unidades inglesas mais comuns são ft3/min, in3/s, gal/h, entre várias outras. A taxa de massa ou vazão mássica, considerando o produto do vetor velocidade V pela área orientada A como simplesmente Vmédia Ac é dada por: Classificação dos instrumentos Segundo White, 2002, a caracterização de escoamentos passa pela medição de propriedades locais, integradas e globais. As propriedades locais podem ser termodinâmicas, como pressão, temperatura, massa específica, etc., que definem o estado do fluido, além de sua velocidade. As propriedades integradas são as vazões em massa e volumétrica, e as propriedades globais são aquelas relativas à visualização de todo campo de escoamento. Como o interesse desse documento é a medição de vazões, serão estudados inicialmente as técnicas e os instrumentos ligados à medição da velocidade local, para depois passar para a medição integrada da vazão. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 25 Velocidade Local Os princípios físicos e tipos de instrumentos de medição da velocidade média local, num ponto ou região de interesse, são apresentados a seguir: Flutuadores ou partículas flutuantes Trata-se da maneira mais simples de se estimar a velocidade ao longo de um escoamento, e princípio de medição é baseado no acompanhamento desses flutuadores ao longo da corrente de fluido. Eles podem ser feitos de material sólido, capaz de manter-se na superfície do fluido, como também partículas que possam provocar algum contraste, como poeira em suspensão em um gás. Destaca-se ainda o uso de bolhas de gases em líquidos. Instrumentos para a medição de velocidade (anemômetros) são muitas vezes construídos a partir de princípios simples e de ideias engenhosas. Por exemplo, historicamente a medição da velocidade de barcos foi feita com o uso de um dispositivo composto por um cabo, no qual vários nós eram espaçados regularmente, e por uma placa na sua ponta. Uma vez lançado na água, a placa provocava um forte arrasto e a contagem dos nós do cabo enrolado no navio, por unidade de tempo, dava uma ideia de sua velocidade. Ainda hoje são encontrados em clubes de velejadores (Clube dos Jangadeiros, em Porto Alegre) um anemômetro construído com uma placa metálica que pivota num engaste de um mastro, deslocada pela cinética do escoamento. O desenho a seguir mostra esquematicamente seu funcionamento. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 26 Fig. 1 - Anemômetro de placa para medição da velocidade do ar Atmosférico Sensores rotativos Baseados na transformação de um movimento relativo de um rotor, submetido a um escoamento de um líquido ou de um gás. A figura que segue mostra 4 modelos diferentes de anemômetros rotativos. Fig. 2- Anemômetro (a) rotativo de conchas; (b) de Savonius e (c) de hélice em duto e (d) em escoamento livre [Fonte: WHITE, 2002] Todos esses anemômetros somente medem a velocidade de uma corrente apenas para um mesmo sentido. A leitura da velocidade é facilmente adquirida por meios digitais, uma vez que sua calibração depende da contagem da rotação de um rotor. Devido ao seu tamanho, não representam valores discretos ou de “ponto” do campo de velocidades. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 27 Tubo de Pitot Permite obter a velocidade de uma dada corrente de um escoamento a partir da medição de duas pressões: estática e de estagnação, apresentadas no material da presente disciplina, relativo à medição de pressões [SMITH SCHNEIDER, 2003]. A diferença entre essas duas pressões é chamada de pressão dinâmica, e o processo de medição é apresentado na figura que segue. Fig. 2.3- Medição da velocidade do escoamento de um fluido no interior de um duto A velocidade do fluido é obtida pela equação pela da lei de conservação da massa e da energia. A lei da conservação da massa aplicada a dois pontos 1 e 2 de uma linha de corrente resulta em As grandezas V e A referem-se à velocidade média do escoamento e à área da seção normal ao mesmo escoamento, nas posições de uma linha de corrente. A equação anterior pode ser reescrita para a velocidade V1 como segue: Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 28 Definindo-se relação entre os diâmetros da tubulação nos pontos 1 e 2, chega-se em: A lei da conservação da energia para escoamentos permanentes, incompressíveis , adiabáticos e sem atrito é dada pela equação de Bernoulli. Introduzindo o resultado a última equação, a expressão para a velocidade em um escoamento é dada por No caso de um tubo de Pitot, onde o diâmetro em 2 é muito menor do que o da tubulação em 1, o coeficiente geométrico , e a velocidade do escoamento é simplesmente dada por onde p0 é a pressão de estagnação no ponto 2, p é a pressão estática ou termodinâmica medida na superfície do tubo. A medição com o mesmo princípio do Tudo de Pitot é efetuada com a Sonda de Prandtl, que tem várias tomadas de pressão estática ao longo da superfície lateral da sonda, como mostra a figura. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 29 Fig. 2.4- Sonda de Prandtl para medição da velocidade de um escoamento. Alguns cuidados devem ser tomados para diminuir os erros ou desvios na medição da velocidade com esse equipamento. Inicialmente, a sonda deve ser alinhada à corrente do escoamento, a fim de se obter a pressão estática e de estagnação. Quanto maior o ângulo de ataque ı , formado entre a velocidade do escoamento e o eixo longitudinal da sonda (figura anterior), maiores serão os desvios na medição. A pressão estática apresenta desvios positivos, pois a sua tomada de medição estará sujeita aos componentestransversais de velocidade do escoamento, e simultaneamente a pressão de estagnação diminui, com desvios negativos em relação ao valor esperado. Esse comportamento é visto na figura que segue, bem como na figura 4.5 da apostila de medição de pressão [SMITH SCHNEIDER, 2003]. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 30 Fig. 2.5- Erro na leitura da pressão estática e de estagnação em função do ângulo de ataque da sonda de Prandtl [WHITE, 2002]. Outro cuidado importante deve ser tomado quando o escoamento é compressível, como em gases com número de Mach Ma superior a 0,3. Para escoamentos compressíveis, isentrópicos (adiabáticos sem atrito) e sem os efeitos de turbulência, a equação para o comportamento dos gases é dada por Onde é a razão entre pressões estáticas e o coeficiente isentrópico. A integração da equação da energia conduz ao seguinte resultado: que combinada com a equação da conservação da massa leva a seguinte expressão para V2: Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 31 Repetindo as mesmas considerações feitas para o caso incompressível, chega-se à expressão da velocidade do escoamento com o emprego de um tubo de Pitot da seguinte forma: ***************************** MEDIÇÃO DE VAZÃO A medição de vazão consiste basicamente da determinação da quantidade de LÍQUIDOS, GASES e SÓLIDOS que passa por um determinado local na unidade de tempo, podendo também ser incluídos os instrumentos que indicam a quantidade total movimentada, num intervalo de tempo. • A quantidade total movimentada pode ser medida em unidades de volume ou em unidades de massa. • A vazão instantânea é dada por uma das unidades acima, dividida por uma unidade de tempo. • Quando se mede a vazão em unidades de volume, devem ser especificadas as "condições base" consideradas. Assim no caso de líquidos, é importante indicar que a vazão se considera "nas condições de operação", ou a 0 °C, 20 °C, ou a outra temperatura qualquer. Os medidores de deslocamento de fluxo volumétrico medem o volume real do fluído que passa através de cada instrumento em condições lineares num dado tempo. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 32 Estes medidores são apropriados para medidas de fluídos limpos, pois, partículas suspensas podem provocar desgaste e decorrentes imprecisões de medida. MEDIDORES DE DESLOCAMENTO VOLUMÉTRICO Tipo Pás Giratórias Tipo de Engrenagem Tipo Pistão Rotativo Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 33 MEDIDOR DE PISTÃO ALTERNANTE PARA LÍQUIDOS Nestes medidores, um disco é instalado num envoltório fechado, como mostra a figura. O disco se inclina quando o líquido entra no aparelho de modo que para cada ciclo de mutação, um volume discreto de líquido flui através da saída. Cada ciclo é registrado por um eixo conectado ao sistema de leitura. MEDIDOR DE DISCO OSCILANTE PARA LÍQUIDOS Nestes medidores, um disco é instalado num envoltório fechado, como mostra a figura. O disco se inclina quando o líquido entra no aparelho de modo que para cada ciclo de mutação, um volume discreto de líquido flui através da saída. Cada ciclo é registrado por um eixo conectado ao sistema de leitura. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 34 MEDIDOR VOLUMÉTRICO DE ENGRENAGENS OVAIS Estes instrumentos são utilizados na medição de líquidos na indústria petrolífera, petroquímica, química, na transferência de custódia e carregamento de Caminhões Tanque, etc. Se destaca em aplicações de líquidos em condições adversas tais como: óleos combustível pesados, resíduos de asfalto (rasf), asfalto, petróleo bruto, derivados de petróleo em geral. MÉTODOS DE DIFERENÇA DE PRESSÃO A pressão diferencial é produzida por vários tipos de elementos primários colocados na tubulação de forma tal que o fluído passa através deles. A sua função é aumentar a velocidade do fluído diminuindo a área haver uma queda de pressão. A vazão da seção em um pequeno comprimento para pode então, ser medida a partir desta queda. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 35 Os medidores de vazão por ∆P podem ser aplicados numa grande variedade de medições, envolvendo a maioria dos gases e líquidos, inclusive fluídos com sólidos em suspensão, bem como fluídos viscosos, em uma faixa de temperatura e pressão bastante ampla. Um inconveniente deste tipo de medidor é a perda de carga que o mesmo causa ao processo, sendo a placa de orifício, o dispositivo que provoca a maior perda de carga "irrecuperável" ( de 40 a 80% do ∆P gerado) PLACA DE ORIFÍCIO Dos muitos dispositivos inseridos numa tubulação para se criar uma pressão diferencial, o mais simples e mais comum empregado é o da placa de orifício. Consiste em uma placa precisamente perfurada, a qual é instalada perpendicularmente ao eixo da tubulação. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 36 VANTAGENS • Instalação fácil • Econômica • Construção simples • Manutenção e troca simples DESVANTAGENS • Alta perda de carga • Baixa Rangeabilidade TIPOS DE ORIFÍCIOS ORIFÍCIO CONCÊNTRICO Este tipo de placa é utilizado para líquidos, gases e vapor que não contenham sólidos em suspensão. Utilizada quando tivermos fluído com sólidos em suspensão, os quais possam ser retidos e acumulados na base da placa, sendo o orifício posicionado na parte de baixo do tubo. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 37 ORIFÍCIO SEGMENTAL Esta placa tem a abertura para passagem de fluido, disposta em forma de segmento de círculo. É destinada para uso em fluídos laminados e com alta porcentagem de sólidos em suspensão TUBO VENTURI Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 38 O tubo Venturi, combina dentro de uma unidade simples, uma curta garganta estreitada entre duas seções cônicas e está usualmente instalado entre duas flanges, numa tubulações. Seu propósito é acelerar o fluído e temporariamente baixar sua pressão estática. A recuperação de pressão em um tubo Venturi é bastante eficiente, sendo seu uso recomendado quando se deseja um maior restabelecimento de pressão e quando o fluido medido carrega sólidos em suspensão. O Venturi produz um diferencial menor que uma placa de orifício para uma mesma vazão e diâmetro igual à sua garganta. BOCAL DE VAZÃOO Bocal de vazão (Flow nozzle) é, em muitos aspectos um meio termo entre a placa de orifício e o tubo Venturi. O perfil dos bocais de vazão permite sua aplicação em serviços onde o fluído é abrasivo e corrosivo. O Bocal de vazão (Flow nozzle) é, em muitos aspectos um meio termo entre a placa de orifício e o tubo Venturi. O perfil dos bocais de vazão permite sua aplicação em serviços onde o fluído é abrasivo e corrosivo. O perfil de entrada é projetado de forma à guiar a veia fluída até atingir a seção mais estrangulada do elemento de medição, seguindo uma curva elíptica (projeto ASME) ou pseudoelíptica (projeto ISA). Seu principal uso é em medição de vapor com alta velocidade, recomendado p/ tubulações > 50m. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 39 MÉTODOS DE ÁREA VARIÁVEL Medidores que aplicam estes métodos dão uma indicação direta da taxa de fluxo no instante da observação, sendo assim apropriados para aplicação de controle de processos, embora, quando a densidade do fluído é diferente daquela para o qual o instrumento foi calibrado, a leitura do medidor deve ser corrigida. Estes instrumentos também são denominados ROTÂMETROS Rotâmetros são medidores de vazão por área variável, nos quais um flutuador varia sua posição dentro de um tubo cônico, proporcionalmente à vazão do fluido. Basicamente, um rotâmetro consiste de duas partes: 1) Um tubo de vidro de formato cônico, o qual é colocado verticalmente na tubulação em que passará o fluido que queremos medir. A extremidade maior do tubo cônico ficará voltada para cima. 2) No interior do tubo cônico teremos um flutuador que se moverá verticalmente, em função da vazão medida. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 40 • O fluido passa através do tubo da base para o topo. Quando não há vazão, o flutuador permanece na base do tubo e seu diâmetro maior é usualmente selecionado de tal maneira que bloqueie a pequena extremidade do tubo, quase que completamente. • Quando a vazão começa e o fluido atinge o flutuador, o empuxo torna o flutuador mais leve; porém, como o flutuador tem uma densidade maior que a do fluido, o empuxo não é suficiente para levantar o flutuador. • A área de passagem oferece resistência à vazão e a queda de pressão do fluido começa a aumentar. Quando a pressão diferencial, somada ao efeito de empuxo do líquido, excede a pressão devido ao peso do flutuador, então o flutuador sobe e flutua na corrente fluida. • Com o movimento ascendente do flutuador em direção à parte mais larga do tubo, a área anular, entre a parede do tubo de vidro e a periferia do flutuador, aumenta. Como a área aumente, o diferencial de pressão devido ao flutuador decresce. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 41 • O flutuador ficará em equilíbrio dinâmico quando a pressão diferencial através do flutuador somada ao efeito do empuxo contrabalançar o peso do flutuador. • Qualquer aumento na vazão movimenta o flutuador para a parte superior do tubo de vidro e a diminuição causa uma queda a um nível mais baixo. Cada posição do flutuador corresponde a um valor determinado de vazão e somente um. É somente necessário colocar uma escala calibrada na parte externa do tubo e a vazão poderá ser determinada pela observação direta da posição do flutuador. MEDIDORES DE VAZÃO EM CANAIS ABERTOS Os dois principais tipos são: • O vertedor e • A calha de Parshall. VERTEDOR O vertedor mede a altura estática do fluxo em reservatório que verte o fluído de uma abertura de forma variável. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 42 CALHA DE PARSHALL O medidor tipo calha de Parshall é um tipo de Venturi aberto que mede a altura estática do fluxo. É um medir mais vantajoso que o vertedor, porque apresenta menor perda de carga e serve para medir fluídos com sólidos em suspensão. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 43 5.6- Bombas BOMBAS Bombas são máquinas operatrizes hidráulicas que conferem energia ao líquido com a finalidade de transportá-lo de um ponto para outro obedecendo às condições de processo. Elas recebem energia de uma fonte motora qualquer e cedem parte dessa energia ao fluido sob forma de energia depressão, cinética ou ambas. A relação entre a energia cedida pela bomba ao líquido e a energia que foi recebida da fonte motora, fornece o rendimento da bomba. As bombas são geralmente classificadas segundo o modo pelo qual é feita a transformação do trabalho em energia hidráulica ou seja pelo recurso utilizado para ceder energia ao líquido. A classificação mais usual é a seguinte: a) Turbobombas, bombas rotodinâmicas ou centrífugas; b) Bombas de deslocamento positivo ou volumétricas. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 44 a) Bombas Centrífugas ou Turbobombas: São máquinas nas quais a movimentação do líquido é produzida por forças que se desenvolvem na massa líquida, em conseqüência da rotação de um órgão rotativo dotado de pás chamado rotor. Nas turbo bombas a finalidade do rotor, também chamado impulsor ou impelidor é comunicar à massa líquida aceleração, para que esta adquira energia cinética. O rotor é em essência um disco ou uma peça de formato cônico dotado de pás. O rotor pode ser fechado, usado para líquidos sem partículas em suspensão, ou aberto, usado para pastas, lamas, areia e líquidos com partículas suspensas em geral. As turbo bombas necessitam de outro dispositivo, o difusor, também chamado recuperador, onde é feita a transformação da maior parte da elevada energia cinética com que o líquido sai do rotor, em energia de pressão. Deste modo ao atingir a boca de saída da bomba, o líquido é capaz de escoar com velocidade razoável ao sair da mesma. Este tipo de bomba geralmente é classificado em função da forma como o impelidor cede energia ao fluido, bem como pela orientação do fluido ao sair do impelidor. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 45 Características gerais: • Podem ser acionadas diretamente por motor elétrico sem necessidade de modificadores de velocidade; • trabalham em regime permanente, o que é de fundamental importância em grande números de aplicações; • fornecem boa flexibilidade operacional, pois a vazão pode ser modificada por recirculação, fechamento parcial da válvula na tubulação de descarga ou por mudança de rotação ou de diâmetro externo do impelidor; • cobrem uma ampla faixa de vazão, desde vazões moderadas até altas vazões; • permitem bombear líquidos com sólidos em suspensão. b) Bombas de DeslocamentoPositivo ou Volumétricas: As bombas volumétricas ou de deslocamento positivo são aquelas em que a energia é fornecida ao líquido sob a forma de pressão, não havendo portanto a necessidade de transformação, como no caso das bombas centrífugas. Assim sendo, a movimentação do líquido é diretamente causada por um órgão mecânico da bomba, que obriga o líquido a executar o mesmo movimento de que ele está animado. O líquido, sucessivamente, enche, e depois é expulso, de espaços com volume determinado, no interior da bomba –daí o nome de bombas volumétricas. As bombas de deslocamento positivo podem ser: alternativas e rotativas. Nas bombas alternativas o líquido recebe a ação das forças diretamente de um pistão ou êmbolo (pistão alongado), ou de uma membrana flexível(diafragma).Nas bombas rotativas, por sua vez, o líquido recebe a ação de forças provenientes de uma ou mais peças dotadas de movimento de rotação, que comunicam energia de pressão, provocando escoamento. Os tipos mais comuns de bombas de deslocamento positivo rotativas são: bomba de engrenagens, bomba helicoidal, de palhetas e pistão Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 46 giratório. A característica principal desta classe de bombas é que uma partícula líquida, em contato com o órgão que comunica a energia, tem aproximadamente a mesma trajetória que a do ponto do órgão com o qual esta tem contato. Características gerais - bombas alternativas: • bombeamento de água de alimentação de caldeiras, óleos e de lamas; • imprimem as pressões mais elevadas dentre as bombas e possuem pequena capacidade; • podem ser usadas para vazões moderadas; • podem operar com líquidos muito viscosos e voláteis; • capazes de produzir pressão muita alta; • operam com baixa velocidade. Características gerais - bombas rotativas: • provocam uma pressão reduzida na entrada e, com a rotação, empurram o fluido pela saída; • a vazão do fluido é dada em função do tamanho da bomba e velocidade de rotação, ligeiramente dependente da pressão de descarga; • fornecem vazões quase constantes; • são eficientes para fluidos viscosos, graxas, melados e tintas; • operam em faixas moderadas de pressão; • capacidade pequena e média. Características: - Utilizadas principalmente nas indústrias farmacêuticas, de alimentos e de petróleo. - Eficientes para fluidos viscosos, graxas e tintas; - Operam em faixas moderadas de pressão; - Capacidade pequena e média; - Utilizadas para medir "volumes líquidos". Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 47 Tipos: - Engrenagens; - atuada externamente ( as 2 engrenagens giram em sentidos opostos); - atuada internamente ( só um rotor motriz ); - Rotores lobulares: bastante usada em alimentos; - Parafusos helicoidais ( maiores pressões); - Palhetas: fluidos pouco viscosos e lubrificantes; - Peristáltica: pequenas vazões, permite transporte asséptico. Bombas Centrífugas As centrífugas, denominadas também de turbo máquinas, compreendem as máquinas dotadas de rotor, montadas sobre um eixo e alojadas sobre uma carcaça de configuração apropriada. A ação de bombeamento produz, quando a máquina impulsiona o líquido transportado, simultaneamente, a circulação do fluido através da bomba, originando uma redução ou sucção no lado de admissão. Trata-se de uma classe importante de bombas e com características bem diferentes, já que a vazão depende da temperatura e da descarga; a característica de funcionamento depende da forma do rotor, bem como do tamanho e velocidade da bomba. Todo o acima exposto reflete na subdivisão por tipos principais, baseada na natureza do fluxo através da bomba. As bombas centrífugas propriamente ditas têm um rotor cuja forma obriga ao líquido deslocar-se radialmente. Outras possuem rotores que deslocam o líquido axialmente. Entre ambos os tipos de rotores, existem os que deslocam o líquido mediante componentes axiais e radiais de velocidade, ou seja, da bomba que seria denominada de fluxo misto. Geralmente, os sub-tipos “centrífugo”, de “fluxo misto”, e de “fluxo axial” são aceitos na classificação de bombas de turboação. Da mesma forma que o grupo das centrífugas, as de fluxo axial e as de fluxo misto, derivam da classificação conforme a direção do fluxo. Pelo exposto, é lógico que qualquer outra subdivisão deve estar baseada no mesmo conceito. Como a direção está perfeitamente determinada, seja nas centrífugas como nas axiais, as únicas que admitem uma subdivisão são as Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 48 defluxo misto. Se tanto o fluxo radial quanto o axial derivam de um rotor que apresenta as bordas de entrada e saída ambas inclinadas, com respeito ao eixo, e descarregando em um invólucro, a bomba poderá ser classificada como do tipo helicoidal. Se o rotor for de forma similar, ou seja, gerador de fluxo misto, porém com palhetas diretrizes, colocadas a continuação, que modificam a direção do fluxo, a bomba poderá ser classificada do tipo diagonal. Assim, uma sub-classificação básica e lógica, das bombas rotodinâmicas é: • Bombas centrífugas • Fluxo misto1. Helicoidais2. Diagonais • Fluxo axial Princípio de operação de uma bomba centrífuga A bomba centrífuga converte a energia mecânica fornecida por um elemento acionador, como por exemplo, um motor elétrico, Diesel, turbina a vapor ou gás, em energia cinética cedida ao líquido que deve ser bombeado. Esta energia, agora existente no interior do líquido é transformada em energia potencial, ou seja, devido à pressão (energia de pressão), constituindo esta sua característica principal. O elemento rotatório da bomba centrífuga, acionado pelo propulsor, é denominado de rotor, sendo o dispositivo acionado responsável pela transformação acima explicada. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 49 De modo geral podemos dizer que uma bomba centrífuga consta de uma câmara fechada, dentro da qual gira uma peça, o rotor, que é um conjunto de palhetas que impulsionam o líquido através da voluta (conforme figura abaixo- voluta em caracol) ; O rotor é fixado no eixo da bomba, este contínuo transmissor de energia mecânica do motor. A carcaça é a parte da bomba onde, no seu interior , a energia de velocidade é transformada em energia de Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 50 pressão, o que possibilita o líquido alcançar o ponto final do recalque. É no seu interior que está instalado o conjunto girante (eixo-rotor) que torna possível o impulsionamento do líquido. Voluta em caracol A carcaça pode ser do tipo voluta ou do tipo difusor. A de voluta é a mais comum podendo ser simples ou dupla . Como as áreas na voluta não são simetricamente distribuídas em torno do rotor, ocorre uma distribuição desigual de pressões ao longo da mesma. Isto dá origem a uma reação perpendicular ao eixo que pode ser insignificante quando a bomba trabalhar no ponto de melhor rendimento, mas que se acentua à medida que a máquina sofra redução de vazões, baixando seu rendimento. Como conseqüência deste fenômeno temos para pequenas vazões, eixos de maior diâmetro no rotor.Outra providência para minimizar este empuxo radial é a construção de bombas com voluta dupla, que consiste em se colocar uma divisória dentro da própria voluta, dividindo-a em dois condutos a partir do início da segunda metade desta, ou seja, a 180o do início da "voluta externa", de modo a tentar equilibrar estas reações duas a duas, ou minimizar seus efeitos. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 51 Voluta dupla Para vazões médias e grandes alguns fabricantes optam por bombas de entrada bilateral para equilíbrio do empuxo axial e dupla voluta para minimizar o desequilíbrio do empuxo radial. A carcaça tipo difusor não apresenta força radial, mas seu emprego é limitado a bombas verticais tipo turbina, bombas submersas ou horizontais de múltiplos estágios e axiais de grandes vazões. A carcaça tipo difusor limita o corte do rotor de modo que sua faixa operacional com bom rendimento torna-se reduzida. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 52 Difusor ou carcaça ou recuperador faz a con tenção do f lu ido bombeado - t r a n s f o r m a : E n e r g i a cinética (v2 /2g) em Energia de pressão (P/γ) Teorema de Bernoulli. O fluido entra no centro da carcaça devido ao vácuo e é acelerado pelas pás do rotor que gira a alta velocidade. Pela ação da força centrífuga, o fluido é descarregado na voluta ou no difusor, onde é desacelerado devido à expansão da seção de escoamento. A energia cinética é convertida em energia de pressão. Quanto maior é o número de palhetas menor é a perda por turbulência. Logo abaixo podemos observar o corte transversal o funcionamento de uma bomba centrífuga. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 53 Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 54 As bombas centrífugas podem ser : - Fluxo axial: simples ou múltiplo estágio rotor aberto/fechado - Fluxo misto entrada simples auto-escorvante estágio simples - Fluxo radial entrada dupla não-escorvante múltiplo estágio Nos dois últimos casos, o rotor pode ser aberto, semi-aberto ou fechado. Vantagens das bombas centrífugas: a) Construção simples e baixo custo b) Fluido é descarregado a uma pressão uniforme, sem pulsações c) A linha de descarga pode ser estrangulada (parcialmente fechada) ou completamente fechada sem danificar a bomba d) Permite bombear líquidos com sólidos e) Pode ser acoplada diretamente a motores f) Não há válvulas envolvidas na operação de bombeamento g) Menores custos de manutenção que outros tipos de bombas h) Operação silenciosa (depende da rotação) Desvantagens das bombas centrífugas: a) Não servem para altas pressões b) Sujeitas à incorporação de ar precisam ser escorvadas c) A máxima eficiência da bomba ocorre dentro de um curto intervalo de condições d) Não consegue bombear líquidos muito viscosos (limite 40 cp) Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 55 Condições ótimas de utilização das bombas Todas as bombas têm condições ótimas de utilização, ou seja, são mais adequadas para um determinado tipo de fluido, em uma faixa de pressão e a uma dada vazão volumétrica. As bombas centrífugas são construídas de modo a fornecerem uma ampla faixa de vazões, desde uns poucos l/min até 3.104 l/min. As pressões de descarga podem atingir algumas centenas de atmosferas. Elas trabalham com líquidos límpidos, líquidos com sólidos abrasivos ou ainda, com alto conteúdo de sólidos, desde que o líquido não seja muito viscoso (500 centi-Stokes de viscosidade cinemática). 1 Stoke = 100 centistokes = 1 cm2/s = 0.0001 m2/s). As bombas alternativas de pistão só podem ser utilizadas para deslocamento de fluidos clarificados e limpos, não podendo manusear fluidos abrasivos. São utilizadas para altas pressões, que somente são alcançadas para esses tipos de bombas, porém fornecem baixas vazões. Por outro lado, as bombas de diafragma e as peristálticas são específicas para líquidos corrosivos, soluções alcalinas, polpas, líquidos biológicos, etc. As bombas rotativas são especificamente indicadas para fluidos viscosos, porém não abrasivos. Por isso são usadas, especialmente, com sucos concentrados, chocolate e geléias. Vórtice Denomina-se de vórtice o movimento em espiral gerado a partir da superfície livre de um líquido quando este escoa por um orifício, quando este orifício encontra-se a uma profundidade inferior a um determinado limite. Como a entrada de água na sucção de um bombeamento assemelha-se a situação descrita, caso não sejam tomadas precauções, poderá haver condições favoráveis ao aparecimento do problema. O crescimento contínuo do vórtice Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 56 pode dar origem a entrada de ar no interior da bomba provocando cavitação no interior da mesma. Portanto o dimensionamento poços de sucção deve ser efetuado de modo a impedir a entrada de ar nas instalações. Algumas recomendações são básicas para se evitar o fenômeno, a saber: • o bocal de entrada da tubulação de sucção deve distar das paredes pelo menos duas vezes o diâmetro e submerso em pelo menos três vezes (mínimo de 0,50m); • o bocal deve ter forma alargada (boca de sino) quando não existir válvula de ou crivo e folga mínima para o fundo do poço de 0,5 a 1,5 vezes diâmetro da sucção; • a largura (ou diâmetro) do poço de sucção multiplicada pela profundidade do líquido acima do bocal equivale a uma área, no mínimo, 10 vezes maior que a seção horizontal do mesmo poço; • a velocidade de aspiração seja inferior. Escorvamento Escorvar uma bomba é encher de líquido sua carcaça e toda a tubulação de sucção, de modo que ela entre em funcionamento sem possibilidade de bolhas de ar em seu interior. No caso de bombas com sucção positiva este escorvamento é mantido com a utilização das válvulas de pé, principalmente em sucções com diâmetros inferiores a 400mm, sendo o enchimento executado através do copo de enchimento para pequenas bombas e de by pass na válvula de retenção no recalque. Para grandes instalações recorrem- se às bombas de vácuo ou ejetores. Para grandes valores de NPSHr utilizam- se instalações com bombas afogadas ou submersas, onde temos o chamado auto escorvamento. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 57 CAVITAÇÃO A cavitação é uma situação que pode ocorrer em qualquer tipo de bomba. Geralmente acontece quando há falta de fornecimento de líquido e a bomba trabalha com uma vazão menor daquela para a qual foi projetada. A cavitação diminui a eficiência, desgasta os metais das pás do rotor, gera vibração mecânica e ruído. As causas comuns da cavitação são a diminuiçãoda pressão de sucção, NPSH insuficiente ou operação a velocidades muito altas. Geralmente o ponto crítico depende da velocidade do rotor. A cavitação diminui a eficiência, desgasta os metais das pás do rotor, gera vibração mecânica e ruído. O NPSH do sistema também depende da velocidade do rotor. 5.6.1 - Compressores Compressores: são utilizados para proporcionar a elevação da pressão de um gás ou escoamento gasoso. Nos processos industriais, a elevação de pressão requerida pode variar desde cerca de 1,0 atm até centenas ou milhares de atmosferas. Há quem utilize ainda a denominação "sopradores" para designar as máquinas que operam com elevação de pressão muito pequena, porém superior aos limites usuais dos ventiladores. Tais máquinas possuem características de funcionamento típicas dos compressores, mas incorporam simplificações de projeto compatíveis com a sua utilização. Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 58 Compressores – Classificação Quanto Às Aplicações As características físicas dos compressores podem variar profundamente em função dos tipos de aplicações a que se destinam. Dessa forma, convém distinguir pelo menos as seguintes categorias de serviços: a. Compressores de ar para serviços ordinários; b. Compressores de ar para serviços industriais; c. Compressores de gás ou de processo; d. Compressores de refrigeração; e. Compressores para serviços de vácuo. Os compressores de ar para serviços ordinários são fabricados em série, visando baixo custo inicial. Destinam-se normalmente a serviços de jateamento, limpeza, pintura, acionamento de pequenas máquinas pneumáticas, etc. Os compressores de ar para sistemas industriais destinam-se às centrais encarregadas do suprimento de ar em unidades industriais. Embora possam chegar a ser máquinas de grande porte e custo aquisitivo e operacional elevados, são oferecidos em padrões básicos pelos fabricantes. Isso é possível porque as condições de operação dessas máquinas costumam variar pouco de um sistema para outro, há exceção talvez da vazão. Os compressores de gás ou de processo podem ser requeridos para as mais variadas condições de operação, de modo que toda a sua sistemática de especificação, projeto, operação, manutenção, etc. dependem fundamentalmente da aplicação. Incluem-se nessa categoria certos sistemas de compressão de ar com características anormais. Como exemplo, citamos o soprador de ar do forno de craqueamento catalítico das refinarias de petróleo ("blower do F.C.C."). Trata- se de uma máquina de enorme vazão e potência, que exige uma concepção análoga a de um compressor de gás. Os compressores de refrigeração são máquinas desenvolvidas por certos Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 59 fabricantes com vistas a essa aplicação. Operam com fluidos bastante específicos e em condições de sucção e descarga pouco variáveis, possibilitando a produção em série e até mesmo o fornecimento incluindo todos os demais equipamentos do sistema de refrigeração. Há casos, entretanto, em que um compressor de refrigeração é tratado como um compressor de processo. Isso ocorre nos sistemas de grande porte, em que cada um dos componentes é individualmente projetado. É o caso, por exemplo, dos sistemas de refrigeração a propano, comuns em refinarias. Os compressores para serviços de vácuo (ou bombas de vácuo) são máquinas que trabalham em condições bem peculiares. A pressão de sucção é subatmosférica, a pressão de descarga é quase sempre atmosférica e o fluido de trabalho normalmente e o ar. Face à anormalidade dessas condições de serviço, foi desenvolvida uma tecnologia toda própria, fazendo com que as máquinas pertencentes a essa categoria apresentem características bastante próprias. (Há mesmo alguns tipos de bombas de vácuo sem paralelo no campo dos compressores.) Neste texto estaremos particularmente voltados para os compressores de processo que, além de representarem normalmente um investimento financeiro bem mais elevado que os demais exigem um tratamento minucioso e individualizado em função de cada aplicação. Na indústria do petróleo e processamento petroquímico esses compressores são usados, por exemplo: a. No estabelecimento de pressões necessárias a certas reações químicas. b. No transporte de gases em pressões elevadas. c. No armazenamento sob pressão. d. No controle do ponto de vaporização (processos de separação, refrigeração, etc.). e. Na conversão de energia mecânica em energia de escoamento (sistemas pneumáticos, fluidização, elevação artificial de ó1eo em campos de exploração, etc.). Instituto de Ciência e Tecnologia ICT/UFVJM Material de Apoio à Disciplina Operações Unitárias I Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos / Diamantina-MG 60 Compressores – Classificação Quanto ao Principio de Concepção Dois são os princípios conceptivos no qual se fundamentam todas as espécies de compressores de uso industrial: volumétrico e dinâmico. Nos compressores volumétricos ou de deslocamento positivo, a elevação de pressão é conseguida através da redução do volume ocupado pelo gás. Na operação dessas máquinas podem ser identificadas diversas fases, que constituem o ciclo de funcionamento: inicialmente, uma certa quantidade de gás é admitida no interior de uma câmara de compressão, que então é cerrada e sofre redução de volume. Finalmente, a câmara é aberta e o gás liberado para consumo. Trata-se, pois, de um processo intermitente, no qual a compressão propriamente dita é efetuada em sistema fechado, isto é, sem qualquer contato com a sucção e a descarga. Conforme iremos constatar logo adiante, pode haver algumas diferenças entre os ciclos de funcionamento das máquinas dessa espécie, em função das características específicas de cada uma. Os compressores dinâmicos ou turbocompressores possuem dois órgãos principais: impelidor e difusor. O impelidor é um órgão rotativo munido de pás que transfere ao gás a energia recebida de um acionador. Essa transferência de energia se faz em parte na forma cinética e em outra parte na forma de entalpia. Posteriormente, o escoamento estabelecido no impelidor é recebido por um órgão fixo denominado difusor, cuja função é promover a transformação da energia cinética do gás em entalpia, com conseqüente ganho de pressão. Os compressores dinâmicos efetuam o processo de compressão de maneira contínua, e, portanto correspondem exatamente ao que se denomina, em termodinâmica, um volume de controle. Os compressores de maior uso na indústria são os alternativos, os de palhetas, os de parafusos, os de lóbulos, os centrífugos e os axiais.
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