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TJ MG AC 10069120005108001 b65f9

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais
1.0069.12.000510-8/001Número do 0005108-Númeração
Des.(a) Evandro Lopes da Costa TeixeiraRelator:
Des.(a) Evandro Lopes da Costa TeixeiraRelator do Acordão:
18/04/2013Data do Julgamento:
24/04/2013Data da Publicação:
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - PEDIDO DE ALVARÁ JUDICIAL -
LEVANTAMENTO DE RESÍDUOS REFERENTES AO CONSÓRCIO EM
NOME DO DE CUJUS PELOS HERDEIROS - CONCORDÂNCIA -
VERIFICADA - NOTIFICAÇÃO DO CONSÓRCIO A RESPEITO DO SALDO
EXISTENTE - PROCEDIMENTO DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA -
CABIMENTO - CASSAR A SENTENÇA.
- É sabido que a jurisdição voluntária não resolve conflitos, mas apenas
tutela interesses. Como o próprio nome diz, refere-se à homologação de
pedidos que não impliquem litígio.
- No âmbito da jurisdição voluntária, o magistrado não atua para solucionar o
conflito, nem para efetivar direito, nem para acautelar outro processo. Ele
somente pronuncia sobre o negócio jurídico ou ao ato de interesse dos
particulares, para verificação de sua conveniência ou de sua validade formal,
quando devidamente exigida sua participação.
- Considerando que os herdeiros do de cujus concordam em relação ao
levantamento, por alvará judicial, dos valores referentes ao resíduo em nome
do de cujus existente no CONSÓRCIO VOLKSWAGEN, tendo em vista a
inexistência de inventário e que o referido consórcio não apresenta pretensão
resistida quanto ao pedido formulado na inicial, já que reconheceu
administrativamente a existência de valores em nome do falecido, não há
como prosperar a sentença que extinguiu o processo sem resolução do
mérito.
APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.0069.12.000510-8/001 - COMARCA DE BICAS -
APELANTE(S): ANA CELIA DUIM, VINICIUS DUIM ALMEIDA E OUTRO(S),
1
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
REPDO(S) P/ MÃE ANA CÉLIA DUIM, LEONARDO DUIM ALMEIDA
REPRESENTADO(A)(S) P/ MÃE ANA CÉLIA DUIM, LAYSA DE LIMA
VARGAS
A C Ó R D Ã O
 Vistos etc., acorda, em Turma, a 17ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal
de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos
julgamentos, à unanimidade, em DAR PROVIMENTO AO RECURSO.
DES. EVANDRO LOPES DA COSTA TEIXEIRA
RELATOR.
DES. EVANDRO LOPES DA COSTA TEIXEIRA (RELATOR)
V O T O
 Trata-se de apelação contra a sentença de ff.21/22, esclarecida à
f.30 em virtude da oposição de embargos de declaração, pela qual o MM.
Juiz de Direito a quo, no pedido de alvará apresentado por VINÍCIUS DUIM
ALMEIDA e outros em face do CONSÓRCIO VOLKSWAGEN -
ADMINISTRADORA DE CONSÓRCIOS LTDA, julgou extinto o processo,
sem resolução do mérito, nos termos do art.267, IV, do CPC, ao fundamento
de que a pretensão inicial não se encontra abarcada pela jurisdição
voluntária, mas apenas pela contenciosa. Por fim, suspendeu o pagamento
das custas pelos requerentes em virtude do deferimento dos benefícios da
justiça gratuita.
 Em suas razões recursais (ff.32/38), a parte requerente alegou que
são os únicos herdeiros do de cujus, que não houve abertura de inventário e
que o CONSÓRCIO VOLKSWAGEN notificou a viúva da existência de valor
residual a ser pago a seu falecido esposo. Afirmou que a presente demanda
visa à liberação de tais importâncias aos herdeiros via expedição de alvará.
Argumentou que foram juntados documentos que comprovam a sua
pretensão. Destacou que
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Tribunal de Justiça de Minas Gerais
o valor relativo a resíduos em nome do falecido pode ser levantado por
alvará judicial. Ressaltou que o próprio CONSÓRCIO VOLKSWAGEN
reconhece a existência de valores em nome do falecido. Destacou a não
ocorrência de litígio. Pugnou, assim, pelo provimento do recurso, para que
seja cassada a sentença, dando-se regular prosseguimento ao processo,
com a expedição do alvará judicial em nome dos requerentes, únicos
herdeiros, a fim de que possam levantar os valores referentes ao resíduo em
nome do de cujus existente no CONSÓRCIO VOLKSWAGEN.
 Não houve apresentação de contrarrazões ao recurso interposto.
 O Procurador de Justiça opinou pelo desprovimento do recurso
(ff.53/55).
 Conheço do apelo, presentes os pressupostos de admissibilidade.
Registre-se que a parte requerente encontra-se amparada pelos benefícios
da justiça gratuita.
 É sabido que a jurisdição voluntária não resolve conflitos, mas
apenas tutela interesses. Como o próprio nome diz, refere-se à homologação
de pedidos que não impliquem litígio.
 No âmbito da jurisdição voluntária, o magistrado não atua para
solucionar o conflito, nem para efetivar direito, nem para acautelar outro
processo. Ele somente pronuncia sobre o negócio jurídico ou ao ato de
interesse dos particulares, para verificação de sua conveniência ou de sua
validade formal, quando devidamente exigida sua participação.
 No caso em apreço, entendo que a demanda se enquadra no
âmbito da jurisdição voluntária, visto que, numa primeira análise dos autos,
os herdeiros do de cujus concordam em relação ao levantamento, por alvará
judicial, dos valores referentes ao resíduo em nome do de cujus existente no
CONSÓRCIO VOLKSWAGEN, tendo em vista a inexistência de inventário.
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Tribunal de Justiça de Minas Gerais
 Por outro lado, o CONSÓRCIO VOLKSWAGEN reconhece
administrativamente a existência de valores em nome do falecido, conforme
f.14, isto é, não apresenta pretensão resistida quanto ao pedido formulado na
inicial.
 Diante disso, face à concordância do CONSÓRCIO VOLKSWAGEN
com a pretensão dos requerentes, já que enviou correspondência em nome
do falecido, informando a existência de "saldos remanescentes", tenho que
não há como prosperar a sentença que extinguiu o processo sem resolução
do mérito.
 Como dito, examinando os autos, não há pretensão resistida, isto é,
l ide entre as partes que compõe o processo, o que viabil iza o
prosseguimento do presente feito nos moldes do pedido inicial.
 Contudo, cassada a sentença e retornando o processo a instância
de origem, devem ser cumpridos os requerimentos feitos pelo Ministério
Público à f.20, a fim de que o procedimento seja devidamente instruído.
 Por fim, em relação à possibilidade de expedição de alvará judicial
para o pagamento aos herdeiros de valores não recebidos em vida pelos
respectivos titulares, mister destacar os seguintes dispositivos da Lei nº
6.858/1980:
 Art. 1º - Os valores devidos pelos empregadores aos empregados e os
montantes das contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço e do Fundo de Participação PIS-PASEP, não recebidos em vida
pelos respectivos titulares, serão pagos, em quotas iguais, aos dependentes
habilitados perante a Previdência Social ou na forma da legislação específica
dos servidores civis e militares, e, na sua falta, aos sucessores previstos na
lei civil, indicados em alvará judicial, independentemente de inventário ou
arrolamento.
 § 1º - As quotas atribuídas a menores ficarão depositadas em
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Tribunal de Justiça de Minas Gerais
caderneta de poupança, rendendo juros e correção monetária, e só serão
disponíveis após o menor completar 18 (dezoito) anos, salvo autorização do
juiz para aquisição de imóvel destinado à residência do menor e de sua
família ou para dispêndio necessário à subsistência e educação do menor.
 § 2º - Inexistindo dependentes ou sucessores, os valores de que trata
este artigo reverterão em favor, respectivamente, do Fundo de Previdência e
Assistência Social, do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço ou do Fundo
de Participação PIS-PASEP, conforme se tratar de quantias devidas pelo
empregador ou de contas de FGTS e do Fundo PIS PASEP.
 Art. 2º - O disposto nesta Lei se aplica às restituições relativas ao
Imposto de Renda e outros tributos, recolhidos por pessoa física, e, não
existindo outros bens sujeitos a inventário, aos saldosbancários e de contas
de cadernetas de poupança e fundos de investimento de valor até 500
(quinhentas) Obrigações do Tesouro Nacional. (grifou-se)
 POSTO ISSO, dou provimento ao recurso, para cassar a sentença,
dando-se regular prosseguimento ao feito, atendidos os requerimentos feitos
pelo Ministério Público à f.20.
DES. EDUARDO MARINÉ DA CUNHA (REVISOR) - De acordo com o(a)
Relator(a).
DESA. MÁRCIA DE PAOLI BALBINO - De acordo com o(a) Relator(a).
 SÚMULA: "DERAM PROVIMENTO AO RECURSO"
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