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Parasitologia Médica – Dípteros ciclorrafos: As moscas

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27. DÍPTEROS CICLORRAFOS; MOSCAS.
PARASITOLOGIA 
MÉDICA
Complemento multimídia dos livros “Parasitologia” e “Bases da Parasitologia 
Médica”. Para a terminologia, consultar “Dicionário de termos técnicos de
Medicina e Saúde”, de
Luís Rey
Fundação Oswaldo Cruz
Instituto Oswaldo Cruz
Departamento de Medicina Tropical
Rio de Janeiro
Os dípteros ciclorrafos
Os Cyclorrapha são dípteros de
antenas curtas (ou braquíceros),
importantes porque várias espécies
transmitem doenças.
Além da mosca doméstica, aí
estão as glossinas (vetoras da
doença do sono), a mosca do berne
e várias outras produtoras de
miíases.
Os insetos adultos apresentam a
cabeça grande e muito móvel, onde
os olhos compostos ocupam a
maior parte da superfície.
Entre os olhos estão as duas
antenas com 3 segmentos cada, o
terceiro e mais longo trazendo uma
cerda simples ou plumosa, a arista.
Musca domestica, com as
asas entreabertas para
mostrar sua venação.
Morfologia e biologia das moscas
As antenas (d) ficam em uma
depressão circundada pela sutura
ptilineal que confina com um
esclerito em arco - a lúnula.
No vértice da cabeça (A) estão os
ocelos (a) em uma placa ocelar.
Nos muscóideos com aparelho
bucal lambedor-sugador (B, C) suas
peças estão reunidas em uma trom-
ba carnosa, com uma porção basal
ou rostro, um segmento intermediá-
rio (h) ou haustelo e o disco oral,
formado por 2 labelas (g) dotadas
de pseudotraquéias que, por capila-
ridade, absorvem líquidos.
Nas espécies que picam, as
peças bucais são rígidas, com den-
tículos nas extremidades que
cortam a pele.
A, B - cabeça de mosca: a, ocelos;
b; olhos compostos; c, arista; d,
antena; e, palpos; f, labro-
epifaringe; g, labelas; h, haustelo;
i, pseudo-traquéias; j, canal ali-
mentar; k, hipofaringe. C - tromba
de um muscóide (Calliphora),
segundo Souza Lopes.
Morfologia e biologia das moscas
O tórax (A, B) caracteriza-se
pela hipertrofia do mesotórax,
sendo mesonoto tudo que se vê
dorsalmente.
Duas suturas transversais o
dividem em pré-escudo, escudo
e escutelo. Os grupos de cerdas
aí implantadas e nos escleritos
laterais são utilizadas em siste-
mática desse insetos.
As asas também têm venação
característica para cada família
ou gênero. Na seção Caliptratae
encontram-se calípteras muito
desenvolvidas na base das asas.
O abdome possui 5 segmentos
aparentes e outros modificados
para constituir a genitália: ovipo-
sitor na fêmea e terminália no
macho.
A, vista dorsal, e B, vista lateral do
tórax, com indicação dos grupos de
cerdas utilizadas em sistemática.
As fases evolutivas
Em geral, a fêmea põe
ovos que se desenvolvem
no meio exterior. Mas al-
gumas espécies parem as
larvas no 1o estádio (Sar-
cophagidae) ou no 3o está-
dio (Pupipara e Glossina)
que logo passam a pupas.
Morfologia e biologia das moscas
As larvas típicas dos mus-
cóideos são vermiformes,
ápodas e com cabeça muito
reduzida (pseudocéfalo).
O último segmento é trun-
cado e por vezes deprimido,
trazendo as placas estigmá-
ticas, com as duas aberturas
espiraculares.
Estas formam desenhos va-
riados e úteis para a identi-
ficação de espécies.
Larva de Musca domestica: a) pseudo-
céfalo; b, espiráculo anterior; c, área
espinhosa ventral; d, espiráculo posterior;
e, tubérculos anais; f, placa espiracular.
A maioria dessas larvas
alimentam-se no solo de de-
tritos orgânicos, como lixo,
fezes e corpos em decompo-
sição.
Algumas crescem sobre
cadáveres de animais e,
eventualmente, em cadáve-
res humanos.
Biologia dos muscóideos
As larvas que crescem em
cadáveres humanos (necro-
biontófagas) permitem, de
acordo com o estádio larvário
em que se encontrem, cal-
cular quanto tempo o cadáver
ficou exposto às moscas, isto
é, a data mínima provável da
morte.
Esse é dado importante em
exames médicos legais.
Outras espécies de moscas
só se alimentam de tecidos
vivos (biontófagas), sendo
pois verdadeiros parasitos, na
fase juvenil.
Elas causam as miíases e
abandonam seus hospedeiros
para pupar.
Em geral, a pupa fica pro-
tegida dentro da pele do
último estádio larvário que,
endurecida, constitui o
pupário.
Os adultos são seres de
vida livre.
Ciclo vital da mosca: a, ovos; 
b, larva; c, pupa; d, inseto adulto.
Classificação dos Cyclorrhapha
A subordem Cyclorrhapha
compreende 3 séries:
- Aschiza,
- Schizophora (= Myodaria),
- Pupipara.
Na série Aschiza os insetos
não exibem a lúnula na cabe-
ça. Algumas espécies da
família Syrphidae, como
Eristalis tenax, têm sido re-
feridas como produtoras de
miíases.
A série Schizophora reune
as verdadeiras moscas, com
a cabeça livre e formando um
ângulo com o resto do corpo.
Possuem sutura ptilineal,
asas normais e pernas inseri-
das próximo à linha mediana.
Divide-se em 2 seções:
- Acalyptratae, com calípte-
ras rudimentares, reune as
famílias Drosophilidae e Chlo-
ropidae; nesta última encon-
tra-se o gênero Hippelates de
pequenas moscas conhecidas
como “lambe-olho”, vetor me-
cânico de infecções como o
tracoma e outras conjuntivi-
tes.
- Calyptratae, com calípte-
ras grandes e um sulco nítido
no 2o segmento das antenas.
Classificação dos Cyclorrhapha
As famílias mais importan-
tes de Calyptratae são:
- Muscidae,
- Cuterebridae,
- Calliphoridae,
- Sarcophagidae,
- Tachinidae,
- Oestridae,
- Gasterophilidae,
- Glossinidae.
Na série Pupipara encon-
tram-se moscas com hábitos
hematófagos que vivem per-
manentemente sobre seus
hospedeiros (aves e mamífe-
ros).
Não têm asas ou elas estão
atrofiadas. Só transmitem
doenças entre os animais.
FAMÍLIA MUSCIDAE
Insetos de tamanho médio,
corpo glabro ou com cerdas,
e cores foscas.
Têm hábitos alimentares
distintos:
a) moscas não picadoras,
dentre as quais destaca-se a
Musca domestica;
b) moscas picadoras, hema-
tófagas, como as do gênero
Stomoxys.
Stomoxys 
calcitrans
A mosca doméstica (1)
Morfologia e biologia
Constitui a quase totalidade
das moscas que invadem as
casas, medindo 6 a 9 mm de
comprimento.
A cor geral é cinza-escuro e a
cabeça cinzenta, com faixa
preta mediana na fronte. As
antenas são castanho-averme-
lhadas.
No dorso do tórax há 4 linhas
escuras longitudinais, típicas
da espécie, e o abdome é
amarelado, com uma faixa me-
diana escura que se torna
difusa no segmento terminal.
Durante a alimentação sua
saliva é lançada sobre os mate-
riais sólidos para dissolvê-los e
permitir que sejam aspirados.
Os alimentos recém chega-
gados acumulam-se no diver-
tículo esofágico. 
Depois, com calma, ela
regurgita o material e o en-
caminha para o estômago.
Musca 
domestica
A mosca doméstica (2)
Ao proceder assim, não é
raro que a mosca deposite
uma gotinha líquida, espécie
de vômito, sobre os lugares
onde pousa, antes de ingerir
definitivamente seu alimen-
to.
Tal hábito facilita a disse-
minação de microrganismos
(como bactérias, cistos de
protozoários, ovos de hel-
mintos etc.), se esses in-
setos tiverem estado, antes,
alimentando-se sobre as
matérias fecais, secreções
purulentas, lixo ou outros
substratos contaminados.
As pernas das moscas ter-
minam por um par de garras
(a), um par de púlvilos (b)
(espécie de coxins revestidos
de pêlos glandulares que
permitem aos insetos aderi-
rem a superfícies lisas) e uma
formação alongada (c), o
empódio.
Essas estruturas são res-
ponsáveis pelo transporte me-
cânico de microrganismos
existentes no solo ou em de-
jetos deixados a descoberto.
Extremidade da 
perna de uma 
mosca
A mosca doméstica (3)
Cada fêmea põe 500 a 600
ovos durante toda sua vida.
Quando as condições são
favoráveis e, mesmo conside-
rando que nem todos sobre-
vivem, a descendência de
uma só mosca pode chegar a
500 mil, ao fim de dois
meses.
Os ovos (a) eclodem ao fim
de algumas horas ou alguns
dias (em função inversa da
temperatura ambiente).
As larvas (b) alimentam-se
avidamente e sofrem mudas;
no 5o dia enterram-se no solo
para pupar (c).
Em 4 ou 5 dias o adulto
está formado (a), em lugares
de clima quente.
O intervalo de ovo a ovo pode
completar-se em 2 semanas,
vivendo uma mosca de 3 sema-
nas a 3 meses. A longevidade
diminui com a temperatura.
A mosca doméstica (4)
As moscas têm grande ca-
pacidade de vôo e portanto
grande poder de dispersão.
Seus hábitos são diurnos,
procurando sempre lugares
bem iluminados e quentes.
Aceitam qualquer tipo de
alimento, desde que líquidos
ou solúveis em sua saliva.
São atraídas tanto pelo lixo
e o esterco como pelo leite,
as substâncias açucaradas,
frutas e outros alimentos.
Sua abundância indica a
existência, por perto, de gran-
des depósitos de lixo, esterco
ou outras condições insalu-
bres.
Também a proximidade de
estábulos, matadouros, locais
de ordenha e mercados.
Combate às moscas
Dar destino adequado ao
lixo e dejetos humanos. O lixo
deve ser incinerado ou enter-
rado, para que a fermentação
mate as larvas.
Nas casas mantê-lo em reci-
pientes fechados.
Impedir o acesso das mos-
cas às fontes de alimentos,
pela telagem de portas e ja-
nelas e pela embalagem ou
cobertura adequada delas.
Usar inseticidas de efeito
imediato para destruir as
moscas que penetraram; e os
de efeito residual que ainda
se mostrem ativos: organo-
clorados, malation e diazinon,
inclusive misturados com lixo
ou esterco.
Outros muscídeos de interesse
A - Stomoxys calcitrans
B - Muscina stabulans
Stomoxys calcitrans, ou mosca
das estrebarias (A), é comum no
Brasil, mas tem distribuição
mundial.
É hematófaga, dotada de peças
bucais picadoras e palpos curtos. As
antenas têm a arista plumosa só de
um lado. O abdome é cinzento com
algumas manchas escuras.
Transmite tripanossomíases de
animais.
Muscina stabulans (B) é espécie
cosmopolita e muito abundante nas
estrebarias.
Pouco maior que a mosca domés-
tica, distingue-se por ter as faixas
do dorso mais largas, borda do
escutelo vermelho e tíbias amarelas.
A tromba é carnosa e retrátil.
Em regiões quentes é substituída
por Synthesiomyia nudiseta com an-
tenas e palpos vermelho-intensos.
A
B
Outros muscídeos de interesse
No gênero Neivamyia (A) há
espécies de moscas picadoras, me-
nos abundantes que S. calcitrans,
mas como esta, importantes vetores
dos ovos da mosca do berne (P).
Na família Cuterebridae, de gran-
des moscas, com reflexos metálicos,
cerdas pouco desenvolvidas e peças
bucais rudimentares, encontra-se a
espécie neotropical – Dermatobia
hominis ou mosca do berne (B).
Ela é robusta e mede 15 mm de
comprimento.
Face amarela, genas e fronte es-
curas; tórax castanho com reflexos
azulados e abdome azul metálico
com tonalidade violeta. Pernas ala-
ranjadas. O 3o segmento antenal é
longo, cor de laranja e provido de
arista plumosa dorsalmente.
Neivamyia sp. com uma penca de
ovos de Dermatobia hominis (P)
colada no abdome: e, larvas.
B
Dermatobia hominis e o berne
As peças bucais de
Dermatobia são atrofiadas,
pois o inseto adulto não se
alimenta durante sua curta
existência de 2 a 19 dias.
Para desovar a fêmea (A)
procura agarrar um inseto
zoófilo (sobretudo hemató-
fago) e, em pleno vôo, nele
cola seus ovos (B).
Após uma semana, quan-
do o inseto vetor pousar ou
for alimentar-se sobre um
animal ou uma pessoa, as
larvas levantam o opérculo
do ovo e passam para a
pele, onde penetram (C) em
1 hora e 15 minutos.
De cada vez, uma fêmea põe 15
a 20 ovos; podendo produzir 800
ao todo. As larvas eclodem 1 se-
mana depois, mas podem perma-
necer ativas no ovo por 20 a 28
dias.
Dermatobia hominis e o berne
O berne é uma dermatite
parasitária devida às larvas
dessa mosca e freqüente em
hortos florestais e plantações
de eucaliptos, onde alguns
moradores são afetados.
A larva perfura a pele (ou
penetra pela picada do inse-
to), instalando-se com os
espiráculos posteriores aflo-
rando à superfície cutânea,
para respirar.
Pelo extremo anterior, pro-
vido de 2 ganchos, alimenta-
se e cresce. Faz suas mudas,
aí, durante o período larvário
que dura 37 a 40 dias ou
mais.
A, penca de ovos de D. hominis (P),
colados ao abdome de uma mosca
(Neivamyia), algumas larvas proje-
tando-se para o exterior (e). B,
larvas de primeiro e último estádio.
Ao fim desse tempo, aban-
dona o hospedeiro para pupar
no solo. O estágio pupal dura
de 1 a 2,5 meses.
Cerca de 3 horas depois
dos adultos saírem do pupário
dá-se a fecundação e dias
mais tarde começa a
oviposição.
Dermatobia hominis e o berne
Patologia e tratamento
Ao penetrar, as larvas po-
dem produzir sensação de
picada ou prurido, que soem
passar despercebidos.
Em torno delas surge infla-
mação e a formação de uma
cápsula fibrosa.
Externamente a lesão pare-
ce um furúnculo, em cujo
vértice há pequeno orifício
onde, com uma lupa, pode-se
ver a placa espiracular.
Cada lesão corresponde a
uma larva, podendo o pacien-
te apresentar uma ou mais,
localizando-se freqüentemen-
te no dorso; menos vezes, nas
pernas, braços ou na cabeça.
Além da tumoração local,
os pacientes se queixam de
dores agudas, como ferroa-
das, e sentem os movimen-
tos da larva.
O diagnóstico é clínico e
não oferece dificuldades.
O tratamento é feito pela
retirada da larva.
Um método prático consis-
te em aplicar uma faixa de
esparadrapo sobre a região.
Procurando respirar, a larva
sai, aderida ao esparadrapo.
Em alguns casos, pode ser
necessária a extração cirúr-
gica, mediante prévia aneste-
sia local.
Família Calliphoridae
As “varejeiras” são moscas de porte
médio, corpo curto e grosso, cores metá-
licas brilhantes (azuis, verdes ou cúpreas).
No gênero Cochliomyia (=Callitroga) estão
C. hominivorax e C. macellaria.
C. hominivorax é parasito obrigatório na
fase larvária (larvas biontófagas) e portanto
produtora de miíases.
Os adultos apresentam aparelho bucal do
tipo lambedor, alimentando-se de matéria
orgânica animal.
As fêmeas medem 8-10 mm e põem 20 a 400 ovos na
margem de feridas, arranhões etc. Em menos de 24 horas as
as larvas eclodem e passam a nutrir-se vorazmente de
tecidos vivos. Após 6 a 7 dias, caem ao solo para pupar. No
laboratório podem viver 65 dias.
As larvas de C. macellaria e de outras espécies da família
são necrobiontófagas: alimentam-se sobre cadáveres e
animais mortos, sendo de interesse para a Medicina Legal.
C. hominivorax
Família Sarcophagidae
Macho de Bercia cruenta
(= Sarcophaga haemorrhoi-
dalis). O inseto mede 10 a
14 mm e faz parte da fauna
cadavérica. Por vezes,
produz miíases (James,
1947).
Compreende numerosas espécies de
tamanho médio ou grande (6 a 16 mm),
cor uniforme, cinzenta, com 3 faixas
negras no mesonoto e manchas com
reflexos cinzentos ou negros no abdome
formando um desenho xadrez.
A genitália do macho é grande, bem
evidente e, em alguns casos, vermelha.
Os insetos adultos alimentam-se de
fezes, da carne de animais mortos e de
sucos de frutas.
As fêmeas são larvíparas e depositam
suas larvas onde haja matéria orgânica
em decomposição ou cadáveres.
Elas parem umas 50 larvas, cuja evo-
lução leva 10 a 54 dias, variando com a
temperatura. As pupas penetram no solo
para completar seu desenvolvimento.
Além de Bercia cruenta, várias outras
espécies fazem parte da fauna cadavé-
rica e interessam à Medicina Legal.
As miíases humanas
São infecções produzidas
pelas larvas de moscas em
órgãos ou tecidos humanos
ou de animais vertebrados,
onde elas se nutrem e evolu-
em como parasitos.
Há 2 tipos de miíases:
1. As produzidas por larvas
biontófagas, capazes de inva-
dir tecidos normais e iniciar
um processo patológico. São
devidas a Dermatobia hominis
e a Cochliomyia hominivorax.
2. As produzidas por larvas
necrobiontófagas, que são in-
vasoras secundárias de le-
sões anatomopatológicas pré-
existentes.
Entre as muitas espécies
responsáveis encontram-se:
Cochliomyia macellaria, al-
guns Sarcophagidae e espé-
cies dos gêneros Phaenicia,
Chrysomyia, Fannia, Musca e
Muscina.
Outros autores separam:
1. Miíases específicas, que
coincidem com as do primeiro
tipo antes mencionado.
2. Miíases semi-específicas,
devidas a moscas que habitu-
almente desenvolvem-se no
lixo, no esterco ou em cadáve-
res de animais; mas ocasional-
mente em humanos.
As miíases humanas
Exemplos de miíases semi-
específicas são as devidas a
Bercaea cruenta, Sarcodexia
lambens, Cochliomyia macel-
laria e muitas outras.
3. Miíases acidentais, cau-
sadas por larvas que só rara-
mente são encontradas no
organismo humano, em geral
no tubo digestivo ou em
outros órgãos cavitários (be-
xiga, uretra, vulva etc.), mas
também em feridas necrosa-
das.
Espécies dos gêneros:
Musca, Muscina, Fannia, Sar-
cophaga, Stomoxys, Megase-
lia, Eristalis etc. são incrimi-
nadas.
Uma classificação clínica
distingue apenas miíases cu-
tâneas e miíases cavitárias.
Nas regiões de leishmanía-
se tegumentar, os pacientes
com lesões mucosas estão
sujeitos à infestação das ca-
vidades nasais com miíases
que agravam o quadro clínico,
com irritação, dor, epistaxes e
cefaléia.
Particularmente grave, nes-
ses casos é a presença de
Cochliomyia hominivorax, que
acelera a destruição de carti-
lagens e do arcabouço naso-
facial, invadindo os seios
paranasais e podendo atingir
a cavidade craniana.
As miíases humanas
Paciente com perfuração do
palato devido a miíase por
Cochliomyia hominivorax.
Doc. do Dr. H. Frahia Neto,
Inst. Evandro Chagas, Belém.
Em reduzido número de casos
registraram-se miíases do conduto
auditivo, das vias urinárias e outras.
Mais freqüentes são as miíases do
tubo digestivo, devidas a alimentos
contaminados pelas moscas de
várias espécies.
Os sintomas ora são discretos, ora
produzem náuseas, vômitos e
diarréia, dependendo do número de
larvas presentes.
O diagnóstico é feito pelo reconhe-
cimento das larvas. O exame das
placas espiraculares, nas larvas de 3o
estádio, permite identificar o gênero
ou a espécie.
O tratamento é feito pela remoção
das larvas e, no caso das miíases
intestinais, pela administração de um
anti-helmíntico.
Leituras complementares
GUIMARÃES, J. H. & PAPAVERO, N. – Myiasis in man and
animals in the Tropical Region. Bibliographic database. São
Pulo, FAPESP/Plêiade, 1999.
MINISTÉRIO DA SAÚDE, FUNASA – Doenças Infecciosas e
Parasitárias. Brasília, MS/FUNASA, 2000 [219 páginas].
REY, L. – Bases da Parasitologia. 2a edição. Rio de Janeiro,
Editora Guanabara, 2002 [380 páginas].
REY, L. – Dicionário de Termos Técnicos de Medicina e Saúde.
2a edição, ilustrada. Rio de Janeiro, Editora Guanabara,
2003 [950 páginas].
REY, L. – Parasitologia. 3a edição. Rio de Janeiro, Editora
Guanabara, 2001 [856 páginas].
	Número do slide 1
	Os dípteros ciclorrafos
	Morfologia e biologia das moscas
	Morfologia e biologia das moscas
	Morfologia e biologia das moscas
	Biologia dos muscóideos
	Classificação dos Cyclorrhapha
	Classificação dos Cyclorrhapha
	A mosca doméstica (1)
	A mosca doméstica (2)
	A mosca doméstica (3)
	A mosca doméstica (4)
	Outros muscídeos de interesse
	Outros muscídeos de interesse
	Dermatobia hominis e o berne
	Dermatobia hominis e o berne
	Dermatobia hominis e o berne
	Família Calliphoridae
	Família Sarcophagidae
	As miíases humanas
	As miíases humanas
	As miíases humanas
	Leituras complementares

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