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Aula.7.D.Coisas

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USUCAPIÃO DE 
IMÓVEIS
PROFESSOR: DENIS DE SOUZA LUIZ
www.denis-souza.blogspot.com.br
Etimologia da palavra:
usus (do latim, uso) + capionem (do latim, aquisição), que significa aquisição pelo uso.
USUCAPIÃO
Usucapião, na verdade, é uma palavra do gênero feminino, que quer dizer captar a coisa pelo uso. 
CONCEITO: modo originário de aquisição de propriedade através do exercício de uma posse qualificada ao longo de um prazo legal.
É a chamada prescrição aquisitiva.
Aquisição quando atingidos os requisitos.
USUCAPIÃO
Corrente subjetivista: o fundamento da usucapião é a presunção de que o proprietário abandonou o bem, renunciando-o tacitamente.
Corrente objetivista: A usucapião tem, como fundamento a consolidação da propriedade, dando juridicidade a uma situação de fato: a posse unida ao tempo. A posse é o fato objetivo, e o tempo, a força que opera a transformação do fato em direito. 
FUNDAMENTO
Posse contínua: 
Exercer poderes inerentes àpropriedade, ininterruptamente. 
Se há abandono e regresso, não se pode falar em “sem interrupção”.
REQUISITOS GERAIS
Posse mansa e pacífica: 
Não pode haver resistência do proprietário. (proprietário inerte) 
Essa resistência não pode ser física nem jurídica (ação possessória em face do possuidor). 
Se tiver algum interdito possessório, o tempo anterior é descartado.
REQUISITOS GERAIS
Lapso temporal: 
Varia de 2 a 15 anos, dependendo da espécie de usucapião que será utilizada para aquisição da propriedade imóvel. 
Varia de 3 a 5 anos se tratar de bem móvel.
REQUISITOS GERAIS
“Animus domini”: 
É o animo de proprietário e o comportamento de como se proprietário fosse. 
Por esta razão, dizemos que locatário não tem animus domini. O comportamento tem que transparecer aparência de dono
REQUISITOS GERAIS
 
Referem-se às características pessoais, para usucapir, é necessário que o adquirente tenha capacidade jurídica, na forma da lei civil. 
Por outro lado, há que serem observadas as causas obstativas, suspensivas e interruptivas da prescrição elencadas nos arts. 197 a 202, CC/2002.
REQUISITOS PESSOAIS
 
Referem-se ao objeto da usucapião, é dizer, aos bens e direitos suscetíveis de usucapião.
Assim é que podem ser usucapidos os bens apropriáveis, estando, pois, excluídos os bens fora do comércio, os bens públicos e bens que, pela natureza da relação jurídica que autoriza a posse do possuidor, não podem ser usucapidos. 
REQUISITOS REAIS
 
Os requisitos formais referem-se à posse (que deve ser exercida com animus domini), ao prazo e à sentença judicial (declaratória). 
A posse deve ser justa, não sendo condição essencial a boa-fé. 
Dessa forma, a posse há de ser: mansa, pacífica, pública, contínua e duradoura.
REQUISITOS FORMAIS
STF Súmula nº 263 - 13/12/1963 - Possuidor - Citação - Ação de Usucapião
O possuidor deve ser citado, pessoalmente, para a ação de usucapião.
STF Súmula nº 391 - 03/04/1964 - Confinante Certo - Citação - Ação de Usucapião
confinante certo deve ser citado pessoalmente para a ação de usucapião.
Súmula n° 340, STF: Bens Públicos. Aquisição por usucapião. 
Desde a vigência do Código Civil [1916], os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião.
STF Súmula nº 237 - 13/12/1963 - Usucapião - Argüição em Defesa
O usucapião pode ser argüido em defesa.
ALGUMAS SÚMULAS
A sentença é declaratória, onde a aquisição se consuma quando os requisitos se tornam presentes. (Art 1241 do C.C.), mas também não deixa de ter um pouco do aspecto constitutiva.
Art. 1.241. Poderá o possuidor requerer ao juiz seja declarada adquirida, mediante usucapião, a propriedade imóvel.
Parágrafo único. A declaração obtida na forma deste artigo constituirá título hábil para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
NATUREZA DA SENTENÇA
MODALIDADES DE USUCAPIÃO
Pressupõe posse mansa e pacífica (sem oposição), com animus domini, ininterruptamente, por 15 anos, independente de título e boa-fé. 
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA
Pro-morata: Imóvel destinado à moradia (Art. 1238 § Único do.C.C.) – 10 anos.
Pro-labore: Imóvel destinado à moradia ou nele realizado obras os serviços de caráter produtivo – (Art. 1238 § Único) - 10 anos.
Art. 1.238. § único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
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USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA
 
Ele exige além dos requisitos da posse usucapieda, o justo título e boa-fé, bem como o prazo de 10 anos. 
Justo título: aquele que aparentemente é hábil para o registro. Hábil a produzir o efeito jurídico almejado, ou seja, gerar a transferência do direito reais.
Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos.
USUCAPIÃO ORDINÁRIA
 
Ele Pró-morata: Imóvel destinado à moradia – O prazo é de 5 anos
Pró-labore: Imóvel destinado à moradia ou nele realizado obras os serviços de caráter produtivo – O prazo é de 5 anos.
Art. 1.242. § único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico.
USUCAPIÃO ORDINÁRIA
 
Art. 1.239, CC: morar e plantar em área rural, terreno de até 50 hectares. Não ter outra propriedade. 
Prazo: 5 anos. 
Se possuidor for proprietário de outro imóvel, poderá adquirir por outra usucapião, mas não a rural, e o prazo mudará, não será mais o de 5 anos.
USUCAPIÃO RURAL
 
Usucapião especial urbano: CC 1240 e CF 183
5 anos + posse + área menor de 250m2 + não ser proprietário de outro imóvel + moradia
Rito sumário – intervenção obrigatória do Ministério Público (artigo 12, § 1o., da Lei 10.257/2001)
USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA
 
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m², cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
USUCAPIÃO POR ABANDONO DO LAR
 
V Jornada de Direito Civil STJ e CJF enunciados:
498. A fluência do prazo de 2 anos previsto pelo art. 1.240-A para a nova modalidade de usucapião nele contemplada tem início com a entrada em vigo da Lei n. 12.424/2011. 
499. A aquisição da propriedade na modalidade de usucapião prevista no art. 1.240-A do Codigo Civil só pode ocorrer em virtude de implemento de seus pressupostos anteriormente ao divórcio. O requisito "abandono de lar" deve ser interpretado de maneira cautelosa, mediante a verificação de que o afastamento do lar conjugal representa descumprimento simultâneo de outros deveres conjugais, tais como assistência material e sustento do lar, onerando desigualmente aquele que se manteve na residência familiar e que se responsabiliza unilateralmente pelas despesas oriundas de manutenção da família e do próprio imóvel, o que justifica a perda da propriedade e a alteração do regime de bens quanto ao imóvel objeto de usucapião.
USUCAPIÃO POR ABANDONO DO LAR
 
V Jornada de Direito Civil STJ e CJF enunciados:
500. A modalidade de usucapião prevista no art. 1.240-A do Código Civil pressupõe a propriedade comum do casal e compreende todas as formas de família ou entidaes familiares, inclusive
homoafetivas.
501. As expressões "ex-cônjuge"  e "ex-companheiro", contidas no art. 1.240-A do Código Civil, correspondem à situação fática da separação, independentemente de divórcio.
502. O conceito de posse direta referido no art. 1.240-A do Código Civil não coincide com a acepção empregada no art. 1.197 do mesmo Código.
USUCAPIÃO POR ABANDONO DO LAR

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