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DISSERTACAO FABIANO STAUT FINAL (1)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA 
ESCOLA POLITÉCNICA DA UFBA 
MESTRADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL URBANA 
 
 
 
 
 
 
FABIANO STAUT 
 
 
 
 
 
 
O PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DE PARQUES EÓLICOS 
NO NORDESTE BRASILEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador 
2011 
 
FABIANO STAUT 
 
 
 
 
 
 
 
O PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DE PARQUES EÓLICOS NO 
NORDESTE BRASILEIRO 
 
 
 
 
 
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa 
de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental 
Urbana da Escola Politécnica da Universidade 
Federal da Bahia, como requisito para obtenção do 
grau de mestre. 
 
 
 
 
Orientador: Prof. Dr. Juan Pedro Moreno Delgado 
Co-orientador: Prof. Dr. Roberto Bagattini Portella 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador 
2011 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
S798 Staut, Fabiano 
 
O Processo de implantação de parques eólicos no 
nordeste brasileiro / Fabiano Staut. – Salvador, 2011. 
164 f. : il. color. 
Orientador: Prof. Dr. Juan Pedro Moreno Delgado 
Co-orientador: Prof. Dr. Roberto Bagattini Portella 
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal da Bahia. 
Escola Politécnica, 2011. 
1. Energia eólica. 2. Impacto ambiental. 3. Meio ambiente. 
3. Educação ambiental - Legislação. 4. Gestão ambiental. I. 
Delgado, Juan Pedro Moreno. II. Portella, Roberto Bagattini. III. 
Universidade Federal da Bahia. IV. Título. 
CDD: 621.31 
 
 
EPÍGRAFE 
 
 
 
“Gaia é um invólucro esférico fino de matéria que cerca o interior 
incandescente. Começa onde as rochas crustais encontram o magma do 
interior quente da Terra, uns 160 quilômetros abaixo da superfície, e 
avançam outros 160 quilômetros para fora através do oceano e ar até a 
ainda mais quente termosfera, na fronteira com o espaço. Inclui a 
biosfera e é um sistema fisiológico dinâmico que vem mantendo nosso 
planeta apto para a vida há mais de 3 bilhões de anos. Chamo Gaia de 
um sistema fisiológico porque parece dotada do objetivo inconsciente de 
regular o clima e a química em um estado confortável para a vida” 
(LOVELOCK, 2006, p. 27) 
 
 
"The answer, my friend, is blowin' in the 
wind...The answer is blowin' in the 
wind..." 
Bob Dylan 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho aos meus pais: Vagner e 
Lea Mara pela educação e retidão; minha irmã 
Gabi pelo incentivo; minha esposa Ellen pelo 
amor, companheirismo e compreensão, e 
minhas filhas Sofia e Laura pelos momentos de 
alegria proporcionados nas coisas mais simples 
da vida. 
 
AGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOS 
 
 
Aos antigos e atuais moradores de Sumidouro e Boa Vista que concederam 
entrevistas, aos funcionários da empresa DESENVIX (Márcio e Rúbio) e todas as 
demais pessoas que colaboraram para a realização dessa dissertação. 
Meu agradecimento especial ao Prof. Juan pela orientação e ao Prof. Portella pela 
análise crítica e posterior contribuições. Agradeço também aos demais professores do 
MEAU principalmente ao Prof. Luizão, ao Prof. Arthur Caldas, ao Prof. Roberto 
Guimarães, a Profª. Iara e a Profª Ilce. 
A Profª Neyde Maria da Universidade Federal da Bahia (UFBA) que participou das 
bancas de projeto, seminário e dissertação, dando ao trabalho preciosas contribuições 
sobre climatologia. 
Ao professor Sylvio Carlos Bandeira de Mello e Silva da Universidade Federal da 
Bahia (UFBA) e Universidade Católica do Salvador (UCSAL) que gentilmente 
aceitou participar da banca de dissertação, contribuindo com seus conhecimentos 
sobre o espaço geográfico. 
 
À Turma do MEAU 2009 pela troca de experiências e conhecimento durante as 
nossas aulas. Em especial aos amigos Ernesto e João Anísio e as amigas Fabíola e 
Rose pelo apoio e incentivo e também pelos debates altamente enriquecedores 
diversos grupos de trabalho nas disciplinas cursadas. 
Gostaria também de agradecer aos antigos professores da graduação em Ciências 
Biológicas da UNESP-Assis especialmente as professoras Solange, Verinha, Marin e 
Alexandra e ao professor Carlos Alberts. 
Aos meus amigos bioloucos Sérgio Oba, Grilo, Birigui e Breila pelos momentos de 
alegria e aprendizado da biologia durante a graduação. Amigos da UNESP de 
outros cursos (Psicologia, Letras e História) e anos diferentes como: Élitão (amigo e 
meu “cumpade” de casório), Moisés, Marcelão, Eddy, Fabiana, Fábio, Reinaldo, 
Nelson, “Schumacher”, Silvinha, Roberta, Larissa, Tati, Marcelo Perrenoud, Maomé, 
Valdir,Eneida, Go, Mateus... 
Amigos também de fora na Universidade, mas que também tiveram um papel muito 
importante na minha formação como estudante e que nos churrascos nas repúblicas 
e nas mesas alcoólicas do Ex-Tensão Universitária, acrescentaram conhecimento na 
escola da vida!!! 
 
Aos meus amigos “Explorers”: José Aurélio, Leonardo e Gustavo Gradiski Neves, 
Daniel, Guga, Rafa e Vitinho e em especial André Zanoti (amigo-irmão ou seria 
irmão-amigo?). André (também meu cumpade de casório) to te esperando aqui na 
Bahia para montarmos uma pimenta “retada”, ok???? Kkkkkkkkkk. Grande abraço 
meu irmão!!! 
 
Aos amigos de trabalho de ontem e hoje como: Hórus e Martinho (Ampla Terra), 
Arlinda, Edisiene, Michelle, Joana, Lucas Neiva e Boccanera, e Edson (todos SENAI-
CETIND), Mário Alberto (Sócio fundador da Uirapuru), Victor Vieira (atual sócio da 
Uirapuru), Marcinha e Sil (amigonas do peito)!!!! Angelo Brasileiro (Naturea), Zitos 
(figuraça!!!!), Susana, (SWT), Maécio, Carlos V. Rios, Ramiro e Pedro (todos ex-SWT). 
Rafael Valverde (SICM), Ricardo Fraga (Geoklock); Teresa Murici, Leíla Torres, 
Pepeu, Sildes, Anaílton, Júlio e Rodrigo (todos Casa dos Ventos). 
 
 
Dedico também este trabalho a minha família. Mamãe: Minha livre docente 
preferida!!! Meu espelho maior nesse mundo acadêmico. Exemplo de professora 
educadora!!! 
 
Ao meu pai pelo ensino da palavra “honestidade” e pelos palavras de incentivo 
durante o decorrer do curso. 
 
Minha mana Gabi também pelas palavras de força e fé durante esta caminhada!!! 
 
Minhas mulheres: Ellen, amor da minha vida. Esposa dedicada e cúmplice do meu 
esforço. Por muitas vezes teve que compreender a minha necessidade de isolamento 
para concentrar-me durante o processo criativo!!! Perdoe-me pelos momentos de 
stress e mau humor!!! “Olha só nosso castelo como já tá grande hein”??? 
 
Sofia e Laurinha: meus pequenos amores. Amor incondicional e eterno!!! Por quantas 
vezes seus sorrisos, abracinhos e beijinhos me fizeram superar todos os obstáculos 
nesta jornada acadêmica!!! Amo vocês de paixão!!! 
 
Ufa!!! Terminei.... 
 
Por fim agradeço ao dom de VIVER!!! 
 
Letra de Frank Sinatra, porém prefiro com ao som de Sex Pistols!!! Let’s Rock!!!! 
 
“My Way 
 
And now the end is near 
And so I face the final curtain 
My friend, I'll say it clear 
I'll state my case of which I'm certain 
 
I've lived a life that's full 
I traveled each and every highway 
And more, much more than this 
I did it my way 
 
Regrets, I've had a few 
But then again, too few to mention 
I did what I had to do 
And saw it through without exemption 
 
I've planned each charted course 
Each careful step along the byway 
And more, much more than this 
I did it my way 
 
Yes there were times, I'm sure you knew 
When I bit off more than I could chew 
But through it all when there was doubt 
I ate it up and spit it out 
 
 
I faced it all and I stood tall 
And did it my wayI've loved, I've laughed and cried 
I've had my fill, my share of losing 
And now as tears subside 
I find it all so amusing 
 
To think I did all that 
And may I say, not in a shy way 
Oh no, oh no, not me 
I did it my way 
 
For what is a man, what has he got? 
If not himself, than he has naugth 
To say the things he truly feels 
And not the words of one who kneels 
 
The record shows, I took the blows 
And did it my way” 
 
 
 
 
RESUMO 
 
A falta de planejamento integrado dos recursos energéticos e investimentos no setor 
elétrico brasileiro originou, no ano de 2001, uma crise energética a qual culminou, 
num episódio denominado de “apagão”. Desde então, o governo tem proporcionado 
incentivos a investimentos na geração de energia elétrica a partir de fontes 
alternativas. Atualmente, inúmeras empresas nacionais e multinacionais estão se 
instalando no país, principalmente na região nordeste, onde estudos técnico-
científicos atestam que há o potencial econômico e de condições ambientais 
favoráveis, para geração de energia elétrica através dos ventos (energia eólica). O 
objetivo deste trabalho é analisar os impactos ambientais e os aspectos jurídicos do 
processo de implantação de parques eólicos no nordeste brasileiro, especificamente 
na Bahia. Têm-se como subsídios empírico e teórico, estudos ambientais de alguns 
parques eólicos no nordeste do Brasil como o Parque Eólico Rio do Fogo em Rio do 
Fogo e Touros - RN, Parque Eólico Valparaíso em Ubajara - CE, Complexo Eólico 
Desenvix em Brotas de Macaúbas - BA e Complexo Eólico Cristal Enel em Morro do 
Chapéu - BA, levantamento bibliográfico, entrevistas com técnicos-consultores, 
representantes do governo (órgão ambiental e secretarias) e as comunidades na 
área de influência direta do Complexo Eólico Desenvix em Brotas de Macaúbas - 
BA. Como produto da comparação das metodologias utilizadas nos diferentes 
estudos ambientais, identificaram-se os principais critérios e/ou fatores (meio físico, 
biótico e socioeconômico) considerados na avaliação dos impactos ambientais de 
parques eólicos no nordeste, sua regulamentação e normas técnicas existentes na 
legislação nacional. Foram consideradas as particularidades dos seus contextos 
regulatórios, socioeconômicas e de mercado, além da análise entre os impactos 
ambientais descritos na literatura com os observados in loco, assim como, as 
principais divergências. Como principal conclusão identificou-se que os estudos 
ambientais na forma de um Relatório Ambiental Simplificado – RAS ou como um 
Estudo de impacto ambiental e respectivo Relatório de Impacto do Meio Ambiente - 
EIA/RIMA, somados à falta de estrutura dos órgãos ambientais estaduais e 
dificuldades para a regularização das terras para a implantação de parques eólicos, 
geram alguns conflitos ambientais, sociais e econômicos. Este tipo de energia pode 
ser considerado uma das energias alternativas que podem ser utilizadas para a 
mudança do modelo atual de geração de energia utilizada no país, como as 
hidrelétricas e as termoelétricas, desde que o atual modelo de licenciamento 
ambiental seja mais participativo desde o início da formulação de um projeto eólico. 
Como resultado, espera-se contribuir para a construção de um marco regulatório 
para a energia eólica no Brasil e em especial no estado da Bahia. 
 
 
 
 
PALAVRAS CHAVE: Energia Eólica, Impactos Ambientais; Meio Ambiente, 
Legislação Ambiental, Gestão Ambiental. 
 
ABSTRACT 
 
In 2001, the lack of energetic resources integrated planning and investments in the 
Brazilian electric sector created an energetic crisis that culminated in an episode 
called apagão (big black out). Since then, the government has encouraged 
investments in the generation of electric energy from alternative sources. Currently, 
innumerous national and multinational companies are being set in the country, mainly 
in the Northeast region, where technical-scientific studies prove that there is 
economic potential and favorable environment conditions for the generation of 
electric energy through wind (eolic energy). The aim of this work is to analyze the 
environmental impacts and the juridical aspects of the eolic parks implementation 
process in the Brazilian Northeast, more specifically in Bahia. One has as both 
empiric and theoretical tools the environmental studies of some eolic parks in the 
Northeast of Brazil such as Rio do Fogo Eolic Park in Rio do Fogo and Touros – Rio 
Grande do Norte, Valparaíso Eolic Park in Ubajara – Ceará, Desenvix Eolic Complex 
in Brotas de Macaúbas – Bahia and Cristal Enel Eolic Complex in Morro do Chapéu 
– Bahia, bibliography research, interviews with consultant-technicians, government 
representatives (environmental agency and secretaries) and the communities in the 
area directly influenced by the Desenvix Eolic Complex in Brotas de Macaúbas – 
Bahia. As comparison methodologies product used in the different environmental 
studies, were identified the main criteria and/or factors (physic medium, biotic and 
socioeconomic) considered in the evaluation of Northeast eolic parks environmental 
impacts, their regulation and technical standards in the national legislation. Their 
regulatory context, socioeconomic and market specificities were considered as well 
as the analysis between the environmental impacts described in literature and the 
ones observed in loco and their main differences. As main conclusion, it was 
identified that the environmental studies in the form of a Simplified Environmental 
Report – SER or as an Environmental Impact Study and respective Environmental 
Impact Report – EIS/EIR, added to the state environmental agencies lack of structure 
and difficulties to regularize the land for eolic parks implementation generate some 
environmental, social and economic conflicts. This kind of energy may be considered 
one of the alternative energies that might be used for the current energy generation 
model used in the country, as hydroelectrics and thermoelectrics, since the current 
environmental licensing model is more participant since an eolic project creation. As 
a result, one hopes to contribute to the construction of a regulatory mark for the wind 
energy in Brazil, especially in the state of Bahia. 
 
 
 
 
 
KEYWORD: Wind Power, Environmental Impact, Environmental, Environmental Law, 
Environmental Management. 
 
 
LISTA DE MAPAS
Mapa 1 - Localização do Parque Eólico Valparaíso - CE ............................................... 93 
Mapa 2 - Localização do Parque Eólico Rio do Fogo - RN .......................................... 107 
Mapa 3 - Localização do Complexo Eólico Cristal - BA ................................................ 111 
Mapa 4 - Localização do Complexo Eólico Brotas de Macaúbas - BA ....................... 117 
 
 
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Roteiro Metodológico ......................................................................................... 26 
Figura 2 - Formação dos ventos devido ao deslocamento das massas de ar. ........... 49 
Figura 3 - Comportamento do vento sob a influência das características do terreno 50 
Figura 4 – Evolução da Energia Eólica no mundo ........................................................... 52 
Figura 5 – Os dez maiores produtores mundiais de energia eólica. ............................. 53 
Figura 7 - Turbina eólica de eixo vertical (TEEVs) ........................................................... 54 
Figura 8 - Estrutura e funcionamento de um aerogerador .............................................. 56 
Figura 9 - Esquema básico de uma turbina eólica. .......................................................... 57 
Figura 10 – Complementaridade Hidrelétrica/Eólica ....................................................... 60 
Figura 11 - Atlas Eólico do Brasil, 2001. ............................................................................61 
Figura 12 – Potencial Eólico no Nordeste do Brasil, 2001.............................................. 62 
Figura 13 – Potencial Eólico no estado da Bahia. ............................................................ 63 
Figura 14 – Participação das fontes de energia elétrica no país ................................... 64 
Figura 15 - Evolução da capacidade instalada nos próximos 10 anos ......................... 70 
Figura 16 - Torre anemométrica com sensores combinados e sistema eletrônico para 
armazenagem e envio de dados coletados, Casa dos Ventos Energias Renováveis, 
2011. ........................................................................................................................................ 74 
Figura 17 - Detalhe dos sensores combinados instalados na torre anemométrica, 
Casa dos Ventos Energias Renováveis, 2011.................................................................. 75 
Figura 18 - Sistema eletrônico, Casa dos Ventos Energias Renováveis, 2011. ......... 76 
Figura 19- Croqui de uma torre anemométrica, Sowitec, 2009. .................................... 77 
Figura 20- Resultados das mortes de quirópteros registradas no monitoramento de 
morcegos do Parque Eólico de Osório – RS (RUI; BARROS, 2008). ........................... 86 
Figura 21 - Imagem PE Valparaíso - CE ........................................................................... 93 
Figura 22 - Imagem Parque Eólico Rio do Fogo - RN ................................................... 109 
Figura 23 - Aerogeradores no Parque Eólico Rio do Fogo-RN .................................... 110 
Figura 24 - Imagem do Complexo Eólico Cristal - BA(Cristal, Primavera e São 
Judas). ................................................................................................................................... 112 
Figura 25- Imagem Complexo Eólico Brotas de Macaúbas - BA ................................. 117 
Figura 26 - Comunidade de Sumidouro ........................................................................... 123 
Figura 27 Aerogeradores ainda em instalação no Complexo Eólico de Brotas de 
Macaúbas – BA .................................................................................................................... 124 
Figura 28 - Vista da estrada entre a comunidade de Sumidouro e a comunidade Boa 
Vista ....................................................................................................................................... 125 
 
 
 
LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Escala Beaufort baseada em sua velocidade de deslocamento ................ 48 
Quadro 2- Protocolos assinados em 2009 com o governo da Bahia ............................ 65 
Quadro 3 - Projetos e Potência total - Leilão de reserva 2009 ...................................... 66 
Quadro 4 - Resultado do Leilão de reserva 2009............................................................. 67 
Quadro 5 - Parques em operação no Brasil em 2011 ..................................................... 71 
Quadro 6 - Parques em construção em 2011 ................................................................... 72 
Quadro 7 - Panorama para 2013 ........................................................................................ 73 
Quadro 8 - Resumo dos fatores ambientais hoje, com e sem a instalação do 
Complexo Eólico Cristal. ..................................................................................................... 113 
Quadro 9 - Resumo dos impactos ambientais nos meio físico, biótico e 
socioeconômico. .................................................................................................................. 119 
Quadro 10 - Resumo dos impactos ambientais em cada fase do Complexo Eólico de 
Brotas de Macaúbas - BA ................................................................................................... 120 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
AAE Avaliação Ambiental Estratégica 
ABEEÓLICA Associação Brasileira de Energia Eólica 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
AEGE Acompanhamento de Empreendimentos Geradores de Energia 
AIA Avaliação de Impactos Ambientais 
AIE Agência Internacional de Energia 
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica 
APP Área de Preservação Permanente 
AWEA American Wind Energy Association 
BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 
CBEE Centro Brasileiro de Energia Eólica 
CCEE Câmara de Comercialização de Energia Elétrica 
CEPEL Centro de Pesquisas de Energia Elétrica 
CHESF Companhia Hidroelétrica do São Francisco 
CMSE Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico 
COELBA Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia 
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente 
COSERN Companhia Energética do Rio Grande do Norte 
CRESEB Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito 
EA Estudos Ambientais 
EIA/RIMA Estudo de Impacto Ambiental / Relatório de Impacto do Meio Ambiente 
ELETROBRÁS Centrais Elétricas Brasileiras 
EMBASA Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A 
EPE Empresa de Pesquisas Energéticas 
EWEA European Wind Energy Association 
GWEC Global Wind Energy Council 
IEA/CTA (Instituto de Aeronáutica e Espaço/Centro de Tecnologia Aeroespacial) 
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
 
IDEA Instrumento para Desenvolvimento de Estudos Ambientais 
IDEMA Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN 
IMA Instituto do Meio Ambiente 
INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária 
INEMA Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos 
INMET Instituto Nacional de Meteorologia 
MAGIA Modelo de Avaliação e Gestão de Impactos Ambientais 
MDL Mecanismo de Desenvolvimento Limpo 
MW Mega Watts 
NBR Norma Brasileira 
PCHs Pequenas Centrais Hidrelétricas 
PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
RAS Relatório Ambiental Simplificado 
SEAGRI Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária 
SEMA Secretaria de Meio Ambiente 
SEMACE Secretaria de Meio Ambiente do estado do Ceará 
SEMARH Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos 
SICM Secretaria de Indústria Comércio e Mineração 
SIG Sistema de Informações Geográficas 
SIN Sistema Interligado Nacional 
TR Termo de Referência 
UFBA Universidade Federal da Bahia 
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
UTE Usina Termelétrica 
WWEA World Wind Energy Association 
ZEE Zoneamento Ecológico-Econômico 
 
SUMÁRIO 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .......................................................................... xii 
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 15 
1.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 21 
1.2 Objetivos específicos .................................................................................................. 21 
1.3 Justificativa ................................................................................................................. 22 
1.4 Organização da dissertação ........................................................................................ 23 
2. METODOLOGIA ...................................................................................................... 24 
3. MARCO TEÓRICO ................................................................................................... 27 
3.1 Avaliação de impactos ambientais (AIA) .................................................................. 27 
3.2 Geração de energia elétrica e seus principais impactos ambientais ........................... 38 
3.3 A energia eólica .......................................................................................................... 45 
3.3.1 Processos eólicose a ação dos ventos ................................................................... 45 
3.3.2 Histórico e evolução da energia eólica .................................................................. 50 
3.3.3 Funcionamento de um Parque Eólico .................................................................... 53 
3.3.4 A energia eólica no Brasil...................................................................................... 58 
3.3.5 Etapas do desenvolvimento de um projeto eólico ................................................. 73 
3.4 Impactos Ambientais descritos em literatura ............................................................. 80 
3.5 Legislação ambiental aplicada ao setor elétrico ......................................................... 86 
3.6 O Licenciamento ambiental de empreendimentos eólicos nos estados do Rio Grande 
do Norte, Ceará e Bahia ........................................................................................................ 90 
4. ESTUDOS AMBIENTAIS COMPARATIVOS DE PARQUES EÓLICOS ............ 92 
4.1 Parque Eólico Valparaíso - CE ................................................................................... 92 
4.2 Parque Eólico de Rio do Fogo - RN ......................................................................... 106 
4.3 Complexo Eólico Cristal-Morro do Chapéu – BA ................................................... 111 
4.4 Complexo Eólico Desenvix - Brotas de Macaúbas - BA ......................................... 116 
4.4.1 A opinião da população da área de influência do parque eólico de Brotas de 
Macaúbas - BA ................................................................................................................... 122 
4.5 Síntese dos impactos ambientais: singularidades na Bahia ...................................... 125 
5. O PROCESSO DE LICENCIAMENTO: A OPINIÃO DOS ESPECIALISTAS DA 
BAHIA ............................................................................................................................... 126 
5.1 Empreendedores ....................................................................................................... 127 
5.2 Consultores ............................................................................................................... 127 
5.3 Governo .................................................................................................................... 128 
5.4 Analistas do Órgão ambiental .................................................................................. 129 
5.5 Síntese: a percepção dos especialistas ...................................................................... 131 
6. DISCUSSÃO ............................................................................................................ 133 
CONCLUSÕES .................................................................................................................. 136 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 139 
ANEXOS ............................................................................................................................ 145 
 
15 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A energia é a base de tudo que acontece no planeta, desde os aspectos 
biológicos e fisiológicos inerentes a todos os seres vivos até o funcionamento e o 
crescimento das sociedades modernas. Ela é necessária para se criar bens com 
base em recursos naturais e para fornecer muitos dos serviços com os quais tem 
nos beneficiado e permeiam todos os setores da sociedade – economia, trabalho, 
ambiente, relações internacionais, assim como nossas próprias vidas – moradia, 
alimentação, saúde, transporte, lazer e muito mais (HINRICHS & KLEINBACH, 
2010). Ainda segundo os autores, a energia é mais bem descrita pelo que ela pode 
fazer. Não podemos “ver” a energia, apenas seus efeitos; não podemos fazê-la, 
apenas usá-la e não podemos destruí-la, apenas desperdiçá-la. 
Até o século XVI o trabalho realizado pelo homem era baseado na sua força 
física, na tração animal, na energia hidráulica (rodas d’água) e na energia dos 
ventos (moinhos). Inicialmente, ao uso de força animal foi acrescida à energia 
hidráulica, que mais tarde, recebeu os derivados de petróleo e posteriormente, a 
essa matriz, foi adicionada a energia elétrica (GUENA, 2007). 
Com a migração da população rural para as cidades, inicialmente na Inglaterra 
e posteriormente em toda a Europa, houve um aumento da demanda de alguns 
produtos de consumo que antes não eram solicitados. A produção destes produtos 
exigiu um incremento na produção industrial que se iniciava naquele momento. 
Entender a energia significa entender os recursos energéticos e suas 
limitações, bem como as consequências ambientais da sua utilização. Energia, meio 
ambiente e desenvolvimento estão forte e intimamente conectados (HINRICHS & 
KLEINBACH, 2010). 
Um dos maiores desafios que a ciência enfrenta atualmente é a incapacidade 
de modelar os diferentes cenários de mudanças que envolvem a relação sociedade-
natureza. É importante considerar ainda que a natureza é condição concreta da 
existência humana. Portanto, a vulnerabilidade do sistema natural deve ser 
compreendida como o grau de capacidade de ajustamento desde a atuação de 
variáveis externas, que geram respostas complexas até a conscientização da 
sociedade. Para apoio à tomada de decisão, lança-se mão de estudos de 
16 
 
caracterizações ambientais, aliados às suas associações e impactos (positivos e 
negativos). 
Os diversos componentes que constituem a “Natureza”, tão importantes e 
valorizados, vêm sendo constantemente ameaçados há décadas pelo próprio ser 
humano nas mais variadas formas de degradação. Muitas empresas que, de alguma 
forma utilizam-se do meio ambiente natural, através da sua modificação ou 
exploração, vêm adotando medidas de controle ambiental (monitoramento 
ambiental), assim como medidas compensatórias objetivando, desse modo, evitar ou 
mesmo minimizar os impactos causados pelos seus empreendimentos. 
O resultado que estas empresas buscam é justamente a melhoria das 
condições ambientais em nível local e regional, melhorando, consequentemente, a 
qualidade de vida das pessoas envolvidas, através do comprometimento público do 
próprio empreendedor com a conservação do meio ambiente, refletindo, certamente, 
no estabelecimento de uma conceituação de empresa “ecologicamente correta”. 
O homem tem se voltado para a natureza buscando nos seus elementos as 
alternativas energéticas capazes de fornecer energia para sustentar o seu 
desenvolvimento. Dessa forma, as formas alternativas de energia eólica e solares 
provenientes dos recursos naturais estão sendo retomadas. Ainda nos primórdios o 
homem já utilizava a energia contida nas massas de ar, sobretudo para o 
armazenamento quando o vento soprava como afirma James Lovelock (2006). 
O grau de desenvolvimento de uma nação está diretamente ligado à 
disponibilidade e ao padrão de consumo de energia que ela exige. Para nações e 
países desenvolvidos, cujo ritmo de crescimento é acelerado e o padrão de vida da 
sua população é considerado alto, a disponibilidade de energia para fornecimento, 
torna-se cada vez mais importante, obrigando-as a viabilizar cada vez mais fontes 
de energia para seu suprimento, buscando aliar seu desenvolvimento com a 
preservação ambiental. 
Os padrões atuais de produção e consumo de energia está baseada nas fontes 
fósseis, o que gera emissões de poluentes locais, gases de efeito estufa e põem em 
risco o suprimento de longo prazo no planeta. É preciso mudar esses padrões 
estimulando as energias renováveis, e, nesse sentido, o Brasil apresenta uma 
17 
 
condição bastante favorável em relação ao resto do mundo (GOLDEMBERG & 
LUCON, 2007). 
Com o crescimento populacional mundial avançando em escalageométrica, 
tanto nos países desenvolvidos como nos em desenvolvimento, ditos periféricos, a 
demanda global por energia avança mesmos patamares de crescimento. 
Atualmente, vários países vêm investindo na complementação e transformação de 
seus parques energéticos com a introdução de fontes alternativas de energia, onde 
as questões ambientais alavancaram em muito estes investimentos, principalmente 
devido aos impactos causados pelas formas tradicionais de geração de energia. Na 
utilização de soluções energéticas que agridem em menor escala o meio ambiente 
tem destaque a energia eólica como uma fonte alternativa de grande importância na 
elaboração de novos cenários energéticos. 
No Brasil e, em especial, nos estados do nordeste brasileiro, a energia eólica 
tem sido considerada uma das energias alternativas mais viáveis devido as suas 
características geográficas não apenas na costa destes estados, mas também nas 
regiões interioranas. A partir desta constatação vários estudos anemométricos 
(direção e intensidade dos ventos) publicados no país, nos últimos anos, atestam a 
existência de ventos com velocidades médias altas, pouca variação nas direções e 
baixa turbulência durante todo o ano, comprovando, dessa forma, a existência de 
um gigantesco potencial comercial de aproveitamento eólico ainda não explorado. A 
instalação de uma turbina de 75 kW na ilha de Fernando de Noronha, no ano de 
1992, marcou o início do aproveitamento dos recursos eólicos para a geração de 
energia elétrica no Brasil. 
Desde então, com a criação do Programa Nacional de Incentivo às Fontes 
Alternativas de Energia – PROINFA (Decreto nº 5.025, de 2004), o governo federal 
adotou diversas medidas orientadas a aumentar a participação das fontes 
alternativas renováveis complementares na produção nacional de eletricidade 
igualmente dividida entre as Tecnologias de Biomassa, Energia Eólica e Pequenas 
Centrais Hidrelétricas – PCHs no Sistema Elétrico Interligado Nacional - SIN. 
Os principais benefícios deste programa foram a Geração de 150 mil postos de 
trabalho diretos e indiretos durante a construção e a operação, sem considerar os de 
efeito-renda, o investimento de R$ 4 bilhões na indústria nacional de equipamentos 
e materiais; a complementaridade energética sazonal entre os regimes 
18 
 
hidrológico/eólico na região nordeste, a redução da emissão 2,5 milhões de 
toneladas de CO2/ano e os investimentos privados da ordem de R$ 8,6 bilhões 
(MME, 2010). Como resultado deste programa, 54 centrais eólicas foram instaladas 
em 8 estados brasileiros com a capacidade de geração de 1.422,92MW. No 
nordeste, apenas 5 estados foram contemplados com o incremento desta fonte de 
energia: Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí, Pernambucano e Paraíba. 
O Governo Federal, a partir de 2004 (leis 10.847 e 10.848), definiu um novo 
marco regulatório para o setor de energia. As novas leis tiveram como principais 
objetivos estabelecer regras claras para a indústria de energia elétrica, garantir as 
tarifas mais baixas possíveis para o consumidor e assegurar abastecimento de 
energia para evitar novos racionamentos. Para atingir estes objetivos, o novo 
modelo do setor elétrico alterou a forma da compra de energia pelas distribuidoras 
das geradoras, o mecanismo de repasse do custo desta energia para as tarifas e as 
regras para licitação de novas usinas. As novas regras também asseguraram a 
assinatura de contratos de compra de energia de longo prazo para os vencedores 
dos leilões, servindo como um instrumento eficaz para a obtenção de financiamento 
e possibilitando a redução do risco do investimento. 
A partir deste novo modelo foram criadas a Empresa de Pesquisa Energética 
(EPE), a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e do Comitê de 
Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). A EPE é a responsável pelos estudos do 
setor energético, incluindo energia elétrica, petróleo, gás natural e fontes alternativas 
de energia, para subsidiar o MME na execução do planejamento, a CCEE pela 
administração dos contratos de compra e venda de energia e o CMSE pelo 
monitoramento das condições de atendimento no curto prazo. 
A compra de energia para os consumidores passou a ser feita, exclusivamente, 
por leilões. As novas usinas de diversas fontes de geração (hidroelétrica, 
termoelétrica, solar, biomassa e eólica) passaram a ser licitadas pelo critério de 
menor tarifa e, além disso, os empreendimentos seriam levados a leilão com o 
licenciamento ambiental aprovado, evitando atraso de obras e garantindo a 
segurança no abastecimento. As distribuidoras passaram a ser obrigadas a comprar 
toda a sua energia em leilões pelo critério do menor preço. Foram instituídos três 
tipos de leilões: 
19 
 
• A5 - leilão de energia para entrega cinco anos após o contrato. São 
leilões de energia de novos empreendimentos de geração 
• A3 - leilão de energia para entrega três anos após o contrato. Também 
são leilões de novos empreendimentos. 
• A1 - leilão de energia para entrega no ano seguinte. São leilões de 
energia de usinas existentes. 
Como uma das exigências para a participação nos leilões é a licença 
ambiental, na forma de licença prévia (LP) ou licença de localização (LL). Inúmeros 
problemas surgiram, principalmente nos estados do nordeste, pois inicialmente, os 
locais identificados com maior potencial para a geração de energia eólica eram os 
localizados no litoral. Diversos parques eólicos, principalmente nos estados do 
Ceará e Rio Grande do Norte foram licenciados e implantados nessas regiões. 
Grande parte deles foi implantada em Áreas de Preservação Permanente (APP), 
principalmente em dunas, causando assim impactos ambientais aos ecossistemas a 
elas associados e dificultando o trânsito de comunidades locais aos acessos 
existentes. 
O Ministério Público (MP) moveu várias ações coletivas questionando os 
estudos ambientais realizados e as respectivas licenças concedidas pelos órgãos 
ambientais estaduais. Estas licenças foram obtidas em grande parte através da 
realização de um Relatório Ambiental Simplificado - RAS (resolução CONAMA 
279/01) ao invés de serem realizados na forma de um Estudo de Impacto Ambiental 
e Relatório de Impacto ao Meio Ambiente - EIA/RIMA (resolução CONAMA 01/86). 
Desta forma, os estudos foram realizados de uma forma mais simplificada, de modo 
a se conseguir a licença ambiental a tempo de participar dos leilões de energia. 
Além da licença ambiental, os contratos de arrendamento e compra de 
propriedades também são exigidos, porém, nos estados com potencial eólico 
litorâneo, estes foram mais fáceis de conseguir. As áreas identificadas para a 
implantação dos parques eólicos, nesses estados, tinham a documentação, em dia, 
devido à localização propícia ao desenvolvimento do turismo e à pressão do setor 
imobiliário. 
No estado da Bahia, as regiões identificadas com maior potencial para geração 
de energia eólica encontram-se no interior, mais especificamente nas áreas 
20 
 
elevadas das Chapadas. Estas áreas também se encontram em APP, porém com 
uma diferença em relação aos demais estados: são áreas que até pouco tempo 
atrás, ou seja, antes do descobrimento do seu potencial eólico, não tinham valor 
imobiliário algum. São áreas localizadas em topo de morros e montanhas onde não 
há água para utilização em algum tipo de plantação, seja de subsistência ou em 
escalas maiores. Possuem elevados índices de endemismos de espécies da fauna e 
flora constatadas em estudos acadêmicos de diversas universidades brasileiras, 
apesar da necessidade da realização de novos estudos contemplando um maior 
número de grupos taxonômicos. 
A partir do ano de 2008, várias empresas nacionais e estrangeiras sabendo 
deste alto potencial eólico da Bahia, começaram a realizar, com recursos próprios, 
as medições anemométricas em diversas regiões no estado.Atestando este 
potencial, contratos de arrendamento de terra para futuras instalações de parques 
eólicos foram sendo firmados entre os proprietários e essas empresas. Contratos 
estes que, além dos valores monetários elevados, que, a depender da política de 
cada empresa, pode começar a vigorar a partir da instalação de uma torre 
anemométrica ou apenas quando e se for realmente instalado um parque eólico na 
referida propriedade. 
A disputa pela terra passou a ser um fator estratégico para as empresas, pois, 
com os contratos de arrendamentos ou a aquisição de propriedades com o potencial 
eólico atestado pelas torres, elas teriam assegurado um uso futuro seja para a 
instalação dos próprios parques eólicos, ou apenas para especulação imobiliária, 
tornando-as grandes proprietárias de terras. Unidades de Conservação (UCs) de 
uso restrito ou não, como áreas de proteção ambiental (APAs), Parques Estaduais, 
Nacionais, refúgios da vida silvestre, etc. foram também sendo objeto de estudo 
para estas empresas, já que nestas UCs ainda vivem inúmeras comunidades que 
possuem documentação legal ou não e que ainda não foram indenizadas pelo 
estado pela criação das mesmas. 
A questão fundiária atrelada às questões ambientais, sociais e econômicas e 
ao fato do Estado na competência de seu órgão estadual, o Instituto de Meio 
Ambiente da Bahia – INEMA não ter uma estrutura humana e a aparelhagem técnica 
suficiente para atender à demanda crescente para o licenciamento ambiental de 
empreendimentos eólicos, faz com que muitas licenças sejam liberadas sem o rigor 
21 
 
técnico apropriado com extrema rapidez e sem análise técnica devida, 
contemplando todas as variáveis ambientais, sociais, econômicas e de estrutura 
fundiária. 
Somado a isto, o fator tempo também deve ser considerado, pois os leilões de 
energia promovidos pela EPE são realizados semestralmente. Dentro os 
documentos exigidos para a participação no leilão estão à licença ambiental 
(Licença Prévia – LL ou Licença de Localização LL). Estabelece-se então uma 
incompatibilidade de cronogramas entre os órgãos ambientais estaduais e a EPE. 
Mesmo que os estudos sejam apresentados na forma de RAS, EIA/RIMA ou 
até mesmo outra modalidade, os mesmos possuem limitações naturais, pois não têm 
uma análise profunda em relação às alternativas tecnológicas e de localização, de 
se levar em conta, satisfatoriamente, os impactos cumulativos e os impactos 
indiretos que são inerentes a esta forma de avaliação de impacto ambiental. As 
avaliações de projetos são feitas de uma forma individual e frequentemente geram 
desconfortos às comunidades próximas a estes projetos, reforçando assim a ideia 
de que as decisões são tomadas, anteriormente, ou decorrem da mera continuidade 
de políticas já estabelecidas elaboradas pelo governo ou pelo setor privado sem 
levar em consideração a opinião das mesmas. 
1.1 Objetivo Geral 
 
A proposta desta dissertação é analisar o processo de implantação de parques 
eólicos no nordeste do Brasil. 
1.2 Objetivos específicos 
 
• Comparar os impactos ambientais de diferentes parques eólicos nos 
estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Bahia na fase de sua 
implantação; 
• Contextualizar a inserção da energia eólica na matriz energética 
brasileira, visando contribuir para seu marco regulatório; 
22 
 
1.3 Justificativa 
 
Diante de um cenário mundial em que as constantes mudanças climáticas 
estão ocasionando verdadeiras catástrofes “naturais” e que especialistas atribuem 
como o principal fator a utilização de combustíveis fósseis, a busca por fontes 
alternativas que não emitam gases poluentes, como CO2 e CH4, já são uma 
realidade presente em muitos países desenvolvidos e em desenvolvimento. 
Em relação a outros países, o Brasil destaca-se por ter a sua matriz energética 
baseada em energias renováveis principalmente pelo elevado número de 
hidrelétricas instaladas no país, fato este facilmente explicado por dispor da maior 
bacia hidrográfica do mundo. Características físicas e geográficas foram 
determinantes para a consolidação deste modelo. As primeiras hidrelétricas no 
Brasil começaram a ser construídas ainda no final do século XIX e consolidaram sua 
participação no mercado de energia ao longo do século XX. Junto com elas surgiram 
vários conflitos pela geração de impactos econômicos, sociais e ambientais, além da 
constatação, através de estudos científicos, da emissão de gases poluentes e 
contribuintes do fenômeno “efeito estufa”. Este tipo de energia considerada, até 
pouco tempo atrás, com o conceito de “energia limpa”, ou seja, aquela que não 
libera (ou libera poucos) gases ou resíduos que contribuem para o aquecimento 
global, em sua produção ou consumo, já está sendo revista e retificada. 
Esta dissertação justifica-se pelo crescente interesse governamental e de 
grupos econômicos nacionais e estrangeiros em desenvolver e implantar projetos 
eólicos na região nordeste do Brasil, principalmente nos estados do Ceará, Rio 
Grande do Norte e, especificamente, no estado da Bahia. Como este tipo de energia 
atualmente é considerado como uma das energias limpas e mais viáveis sob o ponto 
de vista da sustentabilidade, onde a tríade econômica, social e ambiental se 
equilibram em todos os aspectos, faz-se necessário uma reflexão sobre esta 
realidade já que existem poucos estudos deste tipo no país. A implantação da 
energia eólica realmente segue os preceitos da sustentabilidade? Os aspectos 
econômicos, sociais e ambientais estão sendo discutidos e respeitados durante o 
processo de implantação? O atual modelo de contratação pelo governo deste tipo de 
energia é funcional? Estas e outras indagações serão analisadas e discutidas neste 
trabalho. 
23 
 
1.4 Organização da dissertação 
 
Esta dissertação está organizada em 5 capítulos, as referências bibliográficas e 
os anexos ao final, conforme sucintamente se descreve a seguir. 
O Capítulo 1 é uma breve introdução que aborda a importância da energia no 
mundo e no Brasil, sua evolução e as alternativas energéticas disponíveis e 
utilizadas atualmente. Ainda neste capítulo são apresentados os objetivos gerais e 
específicos e a sua justificativa. 
No Capítulo 2 é apresentada a metodologia utilizada para atingir os objetivos 
propostos no Capítulo 1. O marco teórico deste trabalho é apresentado no Capítulo 
3, com as subdivisões nas diversas formas de geração de energia elétrica e seus 
principais impactos ambientais, e em especial, como foco principal, a energia eólica, 
descrevendo como se formam os ventos, o funcionamento de um parque eólico, o 
histórico e a evolução desta tecnologia no mundo. Discute-se também o panorama 
eólico brasileiro, as etapas de desenvolvimento de um projeto eólico e os impactos 
descritos na literatura. Ainda neste capítulo são apresentados os conceitos de 
impacto ambiental e sua avaliação, a legislação ambiental federal, estadual (Ceará, 
Rio Grande do Norte e Bahia) e, particularmente, o processo de licenciamento 
ambiental no estado da Bahia. 
No Capítulo 4 estão apresentados os estudos ambientais de parques eólicos 
no nordeste, como o Parque Eólico Rio do Fogo em Rio do Fogo e Touros - RN, o 
Parque Eólico Valparaíso em Ubajara – CE, o Complexo Eólico Desenvix em Brotas 
de Macaúbas - BA e Complexo Eólico Cristal Enel em Morro do Chapéu - BA. Ainda 
neste capítulo, é apresentada uma síntese dos impactos ambientais de 
empreendimentos eólicos no estado da Bahia tendo como base as normas legais de 
licenciamento e as entrevistas com a população que vive na área de influência do 
Complexo Eólico da Desenvix em Brotas de Macaúbas – BA, já que este é o 
primeiro Parque Eólico do estado a ser implantado e a entrar em funcionamento 
ainda no ano de 2011. 
Já no Capítulo 5, está o resultado da opinião dos especialistas 
(empreendedores, consultores ambientais,funcionários do Governo e técnicos do 
órgão ambiental – INEMA) em relação aos impactos positivos e negativos durante a 
etapa de implantação de parques eólicos. A discussão, assim como as conclusões 
24 
 
sobre a operação de parques eólicos no estado da Bahia é apresentada no Capítulo 
6. As referências para esta dissertação estão contidas nos anexos, bem como os 
demais documentos e fotos. 
 
2. METODOLOGIA 
 
A metodologia pode ser definida como a descrição, análise e avaliação crítica 
dos métodos de investigação, sendo necessário distinguir dentro da mesma, a 
técnica e o método. O método é um procedimento ou conjunto de procedimentos, 
que servem de instrumento para alcançar os fins da investigação, enquanto que as 
técnicas são meios auxiliares que concorrem para a mesma finalidade. 
Em relação ao significado de “método”, os autores mais citados nas teses e 
dissertações analisadas convergem para o entendimento de que ele seria o caminho 
para se chegar a determinado fim. Assim, a palavra “caminho” pode ser encontrada 
nas definições de Richardson (2008), Gil (2007) e Marconi & Lakatos (2007): 
[...] método vem do grego méthodos (meta = além de, 
após de + ódos = caminho). 
Portanto, seguindo a sua origem, método é o caminho 
ou a maneira para chegar a determinado fim ou 
objetivo. (RICHARDSON, 2008, p. 22). 
[...] pode-se definir método como caminho para se 
chegar a determinado fim. E método científico como o 
conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos 
adotados para se atingir o conhecimento (GIL, 2007, p. 
26). 
[...] método é o conjunto das atividades sistemáticas e 
racionais que, com maior segurança e economia 
permite alcançar o objetivo — conhecimentos válidos 
verdadeiros —, traçando o caminho a ser seguido 
detectando erros e auxiliando as decisões do cientista. 
(MARCONI & LAKATOS, 2007, p. 83). 
(Grifo nosso). 
 
Para cumprir os objetivos deste trabalho foi realizada a análise bibliográfica dos 
principais impactos descritos em teoria e uma análise dos relatórios/estudos 
ambientais dos Parques Eólicos: Rio do Fogo em Rio do Fogo e Touros - RN, 
Valparaíso em Ubajara - CE, Complexo Eólico Desenvix em Brotas de Macaúbas - 
BA e Complexo Eólico Cristal Enel em Morro do Chapéu – BA. Sob o ponto de vista 
da sustentabilidade foi analisado o processo de implantação de parques eólicos no 
25 
 
nordeste brasileiro, em especial no estado da Bahia, visando contribuir para seu 
marco regulatório. 
Uma das técnicas utilizadas foi o envio de um questionário para os 
especialistas (consultores, empreendedores, técnicos do INEMA e funcionários do 
governo). Já em relação ao Complexo Eólico Desenvix em Brotas de Macaúbas – 
BA foram realizadas entrevistas com funcionários da empresa e lideranças locais 
nas comunidades diretamente afetadas pela obra com objetivo de comparar os 
impactos descritos na literatura com a realidade encontrada nos licenciamentos 
ambientais. 
Somado a estas técnicas, foram elencadas a legislação aplicada para o 
licenciamento de parques eólicos nos estado do Rio Grande do Norte, Ceará e 
Bahia, além das metodologias usualmente utilizadas para a avaliação de impactos 
ambientais em empreendimentos desta natureza. 
A partir do cruzamento destas técnicas de entrevistas e a aplicação do 
questionário com especialistas, pode-se chegar a uma síntese com a realidade 
encontrada atualmente no licenciamento ambiental nos estados no nordeste e em 
especial no estado da Bahia. Ao final da dissertação são apresentadas algumas 
discussões e conclusões sobre o licenciamento ambiental de empreendimentos 
eólicos, procurando enfatizar os aspectos ambientais, sociais, econômicos e 
normativos. A figura 1 exemplifica na forma de fluxograma o roteiro metodológico. 
 
26 
 
 
Figura 1 – Roteiro Metodológico 
 
27 
 
3. MARCO TEÓRICO 
3.1 Avaliação de impactos ambientais (AIA) 
 
A AIA se dá a partir dos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e ou modalidades 
de estudos ambientais requeridas pelos órgãos ambientas estaduais e até 
municipais no caso do licenciamento ser de responsabilidade do município. Estes 
estudos integram um conjunto de atividades técnicas e científicas que incluem o 
diagnóstico ambiental, a fim de identificar, prevenir, medir e interpretar, quando 
possível, os impactos ambientais. 
Para Pimentel (1992), a AIA não é um instrumento de decisão, mas sim, de 
fornecimento de subsídios para o processo de tomada de decisão. Seu propósito é 
suprir informações por meio do exame sistemático das atividades do projeto. Isto 
permite maximizar os benefícios, considerando os fatores saúde, bem-estar humano 
e meio ambiente, elementos dinâmicos no estudo para avaliação. 
A AIA é, assim, um componente integrado no desenvolvimento de projeto e 
parte do processo de decisão, proporcionando retroalimentação contínua entre 
conclusões e concepção da proposta (VERDUM, 1992). A este respeito, Barbieri 
(2004), ao discorrer sobre esse tipo de avaliação na legislação brasileira, retoma a 
definição da AIA de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente (PNUMA), e afirma que problemas, conflitos e agressões ao meio 
ambiente devem ser vistos sob os seguintes pontos: danos à população, a 
empreendimentos vizinhos e ao meio físico e biológico, de tal forma que se garanta 
o tratamento dos efluentes em seu estágio preliminar de planejamento do projeto. 
O autor Baasch (1995), em estudo sobre AIA, a concebe como instrumento de 
política ambiental capaz de tornar viável o desenvolvimento em harmonia com o uso 
dos recursos naturais e econômicos. Portanto, pode ser vista como ciência e arte, ao 
refletir as preocupações com aspectos técnicos que fornecem subsídios à tomada 
de decisão, considerando as vantagens e desvantagens de uma proposta em sua 
dimensão econômica, social e ecológica. 
Os métodos utilizados numa AIA envolvem, além da inter e 
multidisciplinaridade exigida pelo tema, as questões de subjetividade, os parâmetros 
que permitam quantificação e os itens qualitativos e quantitativos. Desta forma, é 
28 
 
possível observar a magnitude de importância destes parâmetros e a probabilidade 
dos impactos ocorrerem, a fim de se obter dados que aproximem o estudo de 
conclusão mais realística. 
Em termos de Brasil, segundo Verdum (1992), a AIA surge por exigência de 
órgãos financiadores internacionais, sendo, posteriormente, incorporada como 
instrumento da política nacional do meio ambiente, no início da década de 80. A sua 
legislação fundamenta-se nas leis dos Estados Unidos da América (EUA), primeiro 
país a exigi-la para projetos, programas e atividades do Governo, isto já ao final dos 
anos 60, como recurso de planejamento para prevenir impactos ao meio ambiente. 
A aplicação prática da legislação da AIA, no Brasil, prioriza o licenciamento de 
projetos, à semelhança da abordagem francesa, surgida nos meados dos anos 70. 
Em outras palavras, a legislação brasileira vincula a utilização da AIA aos sistemas 
de licenciamento de órgãos estaduais de controle ambiental para atividades 
poluidoras ou mitigadoras do meio ambiente, em três versões a serem requeridas 
pelos responsáveis dos empreendimentos, a saber: Licença Prévia (LP) - é utilizada 
na fase preliminar do projeto, contendo requisitos básicos para localização, 
instalação e operação, observando-se os planos municipais, estaduais e federais de 
uso do solo; Licença de Instalação (LI) - autoriza o início da implantação, de acordo 
com as especificações constantes no projeto executivo aprovado; Licença de 
Operação (LO) - autoriza, após verificação, o início das atividades licenciadas e o 
funcionamento de seus equipamentos de controle de poluição. 
Nos EIA e RIMAs, que dão origem à AIA para os licenciamentos exigidos pela 
resolução 001/86, três setores são estudados e enfocados porequipes 
multidisciplinares, objetivando obter o cenário daquele momento, a fim de que se 
possa construir um programa que controle o uso múltiplo dos recursos naturais 
envolvidos. São eles: Meio Físico – estuda a climatologia, qualidade do ar, o ruído, a 
geologia, a geomorfologia, os recursos hídricos (hidrologia, hidrologia superficial, 
oceanografia física, qualidade das águas, uso da água), e o solo; Meio Biótico - 
estuda os ecossistemas terrestre, aquático e de transição; Meio Antrópico - estuda a 
dinâmica populacional, o uso e a ocupação do solo, o nível de vida, a estrutura 
produtiva e de serviço e a organização social. Isto é, a AIA recorre a métodos e 
técnicas estruturados para coletar, analisar, comparar e organizar dados e 
informações sobre impactos ambientais nesses três setores. 
29 
 
Ainda de acordo com a Resolução CONAMA 001/86, para a AIA deverão ser 
considerados: 
“II - análises dos impactos ambientais do projeto e de suas 
alternativas, através de identificação, previsão de magnitude e 
interpretação da importância dos prováveis impactos 
relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos 
(benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a 
médio e longo prazos, temporários e permanentes; seu grau 
de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e 
sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais;” 
 
Por ser uma fonte de energia com impactos reduzidos ao meio ambiente, os 
estudos de impacto ambiental são bem simplificados e mais rápidos, que os 
requeridos por fontes tradicionais de geração de energia elétrica. Estes estudos 
compõem o chamado Relatório Ambiental Simplificado – RAS, utilizado para a 
obtenção da Licença de Localização junto ao órgão ambiental competente. Esta 
Licença Ambiental é um dos documentos requeridos pela Empresa de Pesquisa 
Energética – EPE na etapa de Habilitação Técnica para participação nos leilões de 
contratação de energia elétrica do Ministério de Minas e Energia, de acordo com a 
Portaria MME nº 21/2008. A Resolução CONAMA 279/01 estabelece em seu artigo 
1º os procedimentos para elaboração do RAS: 
[...] procedimentos e prazos estabelecidos nesta 
Resolução, aplicam-se, em qualquer nível de competência, 
ao licenciamento ambiental simplificado de 
empreendimentos elétricos com pequeno potencial de 
impacto ambiental, aí incluídos: 
I - Usinas hidrelétricas e sistemas associados; 
II - Usinas termelétricas e sistemas associados; 
III - Sistemas de transmissão de energia elétrica (linhas de 
transmissão e subestações). 
IV - Usinas Eólicas e outras fontes alternativas de 
energia. 
Parágrafo único. Para fins de aplicação desta Resolução, 
os sistemas associados serão analisados conjuntamente 
aos empreendimentos principais. 
 
Licenciamento ambiental é o procedimento administrativo pelo qual o órgão 
ambiental competente verifica a localização, instalação, ampliação e operação de 
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais considerados 
efetivos ou potencialmente poluidores, ou que, sob qualquer forma, possam causar 
degradação ambiental. (Resolução CONAMA 237/97) O artigo 12, § 1º desta 
30 
 
Resolução estabelece a prerrogativa do órgão licenciador definir a natureza do 
estudo ambiental requerido para o licenciamento, podendo estabelecer um 
procedimento de Licenciamento Ambiental Simplificado, com base na constatação 
de que os fatores ambientais afetados não são considerados os mais importantes, 
todos os impactos prováveis são facilmente identificados, analisados e de pequena 
magnitude, as medidas mitigadoras são de eficiência comprovada e o programa de 
monitoramento ser de fácil estabelecimento e execução. 
• A resolução CONAMA nº 001/1986 define impacto ambiental como: 
[...] considera-se impacto ambiental qualquer 
alteração das propriedades físicas, químicas e 
biológicas do meio ambiente, causada por qualquer 
forma de matéria ou energia resultante das atividades 
humanas que, direta ou indiretamente, afetam: 
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
II - as atividades sociais e econômicas; 
III - a biota; 
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio 
ambiente; 
V - a qualidade dos recursos ambientais. (CONAMA, 
art. 1º, 1986) 
 
Como alerta SÁNCHES (2007), este conceito legal tem uma limitação, porque 
considera como impacto apenas aqueles gerados por poluição e, paradoxalmente a 
definição legal de poluição1 define melhor impacto ambiental (com a ressalva de que 
se limita apenas a impacto negativo). No entanto, mesmo com tal limitação, a norma 
assume “impacto” como qualquer alteração seja ele negativo ou positivo sobre as 
múltiplas dimensões do meio ambiente, conceito este também claramente 
estabelecido na Lei 6.938 (Política Nacional do Meio Ambiente), e que vai além dos 
aspectos físico-ecológicos. Portanto uma análise de impactos ambientais não deve 
se limitar aos efeitos deletérios como também aos efeitos positivos sobre o meio 
ambiente, conceito este aqui considerado no seu sentido mais amplo. 
Portanto, deve-se considerar que impacto ambiental é um conceito mais 
abrangente que poluição, podendo ser positivo ou negativo e não tem a poluição 
 
1
 Conceito de Poluição de acordo com a Lei Federal 6938 de 31 de agosto de 1981(Política Nacional do Meio 
Ambiente): A degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: 
Prejudiquem a saúde, segurança e o bem-estar da população; Criem condições adversas às atividades sociais e 
econômicas; Afetem às condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; Lancem matéria ou energia em 
desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. 
31 
 
como causa. Neste estudo de caso pode-se perceber claramente que os impactos 
ambientais não estão relacionados à poluição, pois a geração de energia elétrica 
através da energia eólica não é poluente. A metodologia utilizada para ponderar os 
impactos previstos, envolveu parâmetros tais como: importância/magnitude/efeito, 
extensão, periodicidade, natureza, duração, reversibilidade, caráter e possibilidade 
de ocorrência. 
 
Técnicas e Métodos de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) 
A partir da promulgação do National Environmental Policy Act (NEPA), de 
1969, institui-se, formalmente, nos EUA, o processo de AIA. Desde então, se dá o 
início de desenvolvimento de métodos e técnicas, a fim de sistematizar as análises 
efetivadas, utilizando, algumas vezes, técnicas de outras áreas do conhecimento. 
Embora a maioria dos trabalhos de análise de impacto ambiental tenha sido 
elaborada nesse país, o interesse pela temática se expandiu tanto nos países 
industrializados quanto nos países em desenvolvimento (COSTA et al, 2005). 
As linhas metodológicas de avaliação são mecanismos estruturados para 
comparar, organizar e analisar informações sobre impactos ambientais de uma 
proposta, incluindo os meios de apresentação escrita e visual dessas informações. 
No entanto, face à diversidade de métodos de AIA, muitos dos quais incompatíveis 
com as condições socioeconômicas e políticas do Brasil, é necessário seleção 
criteriosa e adaptações, para que sejam realmente úteis na tomada de decisão dos 
projetos. Fica, então, a critério de cada equipe técnica a escolha do(s) método(s) 
mais adequado(s) ou parte(s) dele(s), segundo as atividades previstas (COSTA et al, 
2005). 
A aplicação de determinada linha metodológica demanda de um razoável 
domínio dos conceitos subjacentes; uma compreensão detalhada do projeto 
analisado e de todos os seus componentes e um razoável entendimento da 
dinâmica socioambiental do local ou região potencialmente afetada (SÁNCHES, 
2007). 
Dentre as opções, destacam-se estas linhas metodológicas para a avaliação de 
impactos ambientais: Métodos espontâneas (Ad hoc), Listagens(Check-list), 
Matrizes de interações, Redes de interações (Networks), Métodos quantitativas, 
32 
 
Modelos de simulação, Mapas de superposição (Overlays) e Projeção de cenários. A 
seguir, estão descritos os principais métodos de AIA e conforme descrito por Costa 
et al (2005). 
 
Métodos Ad hoc 
Alguns autores consideram os métodos ad hoc também como uma categoria 
de método de AIA, porém com as legislações ambientais regulamentando os 
estudos de impactos ambientais vigentes na maioria dos países ocidentais, esse 
método ou abordagem dificilmente seria aceito pelas respectivas autoridades 
ambientais em um estudo de impacto ambiental (EIA), pois na verdade é 
considerada uma etapa dos processos de avaliação, mas não como o método 
absoluto desses processos. Este método propicia uma orientação mínima para 
avaliação de impactos de forma qualitativa, destacando-se as áreas ou setores 
passíveis de serem impactados, ao invés de definir parâmetros específicos a serem 
investigados. 
Normalmente o conhecimento empírico de experts2 do assunto e/ou da área 
em questão é utilizado através de brainstorm e a AIA é apresentada de forma 
simples, objetiva e de maneira dissertativa. São adequadas para casos com 
escassez de dados, fornecendo orientação para outras avaliações. Apresentam 
como vantagem uma estimativa rápida da evolução de impactos de forma 
organizada, facilmente compreensível pelo público. Porém, não realizam um exame 
mais detalhado das intervenções e variáveis ambientais envolvidas, geralmente 
considerando-as de forma bastante subjetiva, qualitativa e pouco quantitativa. Em 
algumas aplicações desse método, pessoas consideradas não especialistas, mas de 
alguma forma envolvidas com o projeto, como por exemplo, moradores da área de 
influência, fazem parte da AIA. 
 
Método de Listagens (Check-list) 
Esse método apresenta uma lista específica de parâmetros ambientais 
passíveis de serem impactados por um determinado empreendimento, e, por 
 
2
 Termo utilizado para referenciar especialistas em determinada área de conhecimento. 
33 
 
conseguinte, merecedores de alguma forma de investigação. Elas ainda podem ser 
subdivididas em quatro grupos: 
• Simples: tem os fatores ambientais e seus indicadores listados e verificados 
qualitativamente. Os fatores ambientais são listados e verificados de acordo 
com as fases do projeto. Ressalta-se a forma singela e pouco informativa 
apresentada por esse método, em termos de avaliação de impacto; 
• Descritivas: as listas de verificação descritivas apresentam o elenco dos 
parâmetros ambientais, assim como alguma forma de orientação para a 
análise dos impactos. Essa abordagem mais se assemelha a um 
documento instrutivo do órgão ambiental para o agente executor do estudo 
do que propriamente a um método de AIA; 
• Escalares (qualitativos): listas de verificação deste tipo possibilitam meios de 
atribuição de valores numéricos para cada um dos fatores ambientais o que 
permite certa hierarquização destes, embora mais baseada na opinião de 
especialistas do que em uma ponderação mais realista. Nesse caso, 
comparações podem ser feitas entre alternativas tecnológicas ou 
locacionais, ou mesmo entre projetos, desde que os parâmetros utilizados 
estejam padronizados. Contudo, sua confiabilidade é bastante restrita. 
• Escalares ponderadas: componentes quali/quantitativos incorporam, às listas 
escalares, o grau de importância de cada impacto, para a ponderação de 
um valor de magnitude para cada processo impactante sob análise. As 
aplicações mais bem sucedidas destes métodos referem-se aos projetos de 
uso de recursos hídricos, notadamente o Environmental Evaluation System, 
de Dee e co-autores (1973). Apesar de apresentar algumas vantagens, 
esse método não estabelece as relações de causa e efeito entre as ações 
do projeto e seus impactos como também não congregam técnicas de 
previsão dos impactos, limitando sua aplicação. Além disso, pode torna-se 
vulnerável pela ponderação efetuada a priori. 
Este método apresenta deficiências na agregação de impactos de naturezas 
diferentes. Este fato faz com que se percam as informações sobre os danos e os 
benefícios, sendo que os resultados finais mascaram as vantagens e as 
desvantagens do projeto e de suas alternativas. Este método também não é capaz 
34 
 
de lidar com a distribuição temporal dos impactos e com a geração de impactos 
indiretos. Na visão de Moreira (1992), esse método ainda é falho na interação dos 
impactos, e, por conseguinte a adoção de medidas mitigadoras deixa de ser 
contempladas. Essas listas, em alguns casos, são mais úteis para os órgãos 
ambientais prepararem termos de referência do que para serem empregadas como 
métodos de avaliação. 
 
Matrizes de Interação 
As matrizes de interação, por sua vez são largamente utilizadas na etapa de 
identificação dos impactos, funcionando como listas de verificação bidimensionais, 
dispondo, no eixo vertical, as ações de implantação do projeto, e no eixo horizontal, 
os fatores ambientais passíveis de serem impactados. Esse procedimento permite 
assinalar nas quadrículas correspondentes às interseções das linhas e colunas, os 
impactos de cada ação sobre os componentes por ela modificados. Uma vez 
completada a matriz, o elenco de impactos gerados pelo empreendimento é avaliado 
e as ações que provocam maior número de impactos são destacadas e trabalhadas 
no sentido de serem substituídas por alternativas menos impactantes. 
O método matricial mais conhecido é a matriz de Leopold, desenvolvida pelo 
United States Geological Survey - USGS. Esse método apresenta o cruzamento de 
100 ações sobre 88 componentes ambientais, resultando um conjunto de 8.800 
células de interseção. A descrição dessas interações é feita a partir dos atributos de 
magnitude e importância. A magnitude mede a intensidade do impacto, enquanto a 
importância mede a relevância do impacto e do fator ambiental afetado, frente aos 
outros impactos e às características ambientais da área em questão. 
Cada célula representando um possível impacto é marcada com um traço em 
diagonal. Na parte superior da diagonal registra-se o valor da magnitude, usando 
uma escala de 1 (menor magnitude) a 10 (maior magnitude), além de identificar se o 
impacto é positivo ou negativo. Na parte inferior, registra-se o valor da importância 
do impacto. Os impactos podem ser agregados, ou por linha ou por coluna, ou ainda 
pela soma algébrica dos produtos dos valores de magnitude e importância de cada 
um. E assim é montada uma matriz para cada alternativa de projeto e elaborado um 
texto discutindo os resultados. 
35 
 
Essas matrizes apenas identificam os impactos diretos, não considerando os 
aspectos temporais e espaciais de cada um. Para suprir essa deficiência foram 
desenvolvidos outros tipos de matrizes de interação que cruzam os fatores 
ambientais entre si, introduzem símbolos ou utilizam técnicas de operação para 
ampliar a abrangência dos resultados (MOREIRA, 1992). 
Essas matrizes têm aplicação com eficiência na identificação dos impactos 
diretos, sendo, porém bastante limitadas para utilização como método de AIA, 
isoladamente. Além dos problemas de subjetividade de julgamento sobre os valores 
dos impactos, as matrizes de interação não atendem à maioria das tarefas 
necessárias ao desenvolvimento de um estudo de impacto ambiental. 
 
Superposição de Cartas - Overlays 
Esse método é baseado em um conjunto de mapas temáticos envolvendo os 
meios físico, biótico e antrópico, da área de influência do empreendimento. Ele 
herda algumas características das Cartas Ecodinâmicas de Tricart, que se 
fundamenta nas restrições impostas pela dinâmica dos sistemas ambientais para a 
determinação de um zoneamento territorial, de modo a evitar a degradaçãode 
recursos naturais. 
De uma maneira geral, esse método consiste na preparação de um conjunto de 
cartas na mesma e escala e projeção geográfica, da área de influência do 
empreendimento, representando individualmente componentes ambientais, tais 
como uso de solo, cobertura vegetal, rede drenagem, dentre outros, além da planta 
do empreendimento, contento os limites de todas as suas instalações. Utilizando um 
critério de classificação, as áreas menos restritivas ou mais aptas ao 
desenvolvimento do empreendimento em questão e as mais restritivas ou de todo 
inaptas são assinaladas, empregando cores que possam produzir um gradiente 
entre elas. Do mosaico resultante estariam evidenciadas algumas categorias 
principais, desde as menos restritivas, as mais restritivas, também considerando as 
intermediárias. 
Esse método aplica-se muito bem a estudos ambientais de empreendimentos 
com características lineares como estradas, linhas de transmissão e oleodutos. 
Entretanto, apresenta algumas restrições básicas, como sérias limitações na 
36 
 
quantificação dos impactos, ausência de fatores ambientais que não podem ser 
representados em mapas e a difícil integração dos impactos socioeconômicos. Por 
outro lado, os avanços tecnológicos realizados, como a acessibilidade a imagens 
aeroespaciais e os sistemas geográficos de informação (GIS), vem suprindo parte 
das principais restrições encontradas nesse método, aumentando sua capacidade 
de resolução e trabalhando com grande número de cartas temáticas, tornando-o 
bem mais abrangente e completo. 
 
Redes de Interação - Networks 
Esse método possibilita a identificação de impactos indiretos e suas interações, 
através do uso de diagramas. As redes de interação propiciam uma abordagem 
integrada à análise dos impactos ambientais, já que na maioria das vezes as ações 
sobre o ambiente geram mais do que um impacto e desencadeiam uma série de 
outros impactos. Ao contrário das matrizes e check lists, que podem restringir a 
apreciação de cada fator ambiental isoladamente, essas redes promovem a 
integração interdisciplinar inerente aos estudos ambientais. 
O surgimento desse método data de 1971, quando Sorensen, então aluno da 
Universidade da Califórnia, em Berkeley, aplicou esses princípios em um estudo 
sobre ordenamento territorial em uma região costeira da Califórnia. A partir do 
desdobramento de uma matriz, a rede de interação de Sorensen abordou as 
consequências ambientais das diferentes categorias de uso do solo, suas 
respectivas partes conflitantes e interferências. Para esse estudo foram 
considerados seis componentes ambientais, a saber: água, clima, condições 
geofísicas, condições de acesso e estética, além do conjunto de atividades que os 
modificaram. 
Em uma aplicação da rede de Sorensen para o componente ambiental água, 
foram estabelecidas as seguintes etapas de trabalho para o desenvolvimento do 
método: 
• Identificação dos usos; 
• Identificação dos fatores causais; 
• Identificação dos impactos primários (condições iniciais); 
37 
 
• Identificação dos impactos secundários (condições consequentes); 
• Identificação dos impactos terciários (efeitos); 
• Identificação de medidas corretivas e/ou mecanismos de controle dos 
impactos. 
Uma das mais importantes críticas ao trabalho de Sorensen refere-se ao fato 
de que ele se dedica apenas aos impactos negativos, deixando de estudar os 
positivos e suas interações. 
 
Métodos Integrados 
Esses métodos reúnem as melhores características dos demais, combinando e 
integrando as listas de verificação quali-quantitativas, as matrizes de interação e as 
redes, sendo assistidos por sistemas computacionais específicos. Esses métodos 
possibilitam a identificação das atividades associadas à implantação de projetos de 
natureza diversa, assim como dos diferentes impactos nos vários níveis de 
ocorrência. Também propiciam ferramentas de cunho analítico, de forma a 
estabelecer relações de causa e efeito, além de instrumentos determinantes e 
quantificadores dos impactos potenciais. E ainda promovem orientações para 
formulação de ações minimizadoras e medidas de controle e mitigação, facilitando a 
preparação e elaboração dos documentos e relatórios requeridos nos processos de 
licenciamento. 
Os exemplos clássicos desses métodos são o Environmental Impact 
Assessment Study for Army Military Programs, de Jain e co-autores (1973), e o 
Computer-Aided Environmental Impact Analysis for Construction Activities: User 
Manual, de Urban e co-autores (1975). Atualmente o Modelo de Avaliação e Gestão 
de Impactos Ambientais - MAGIA (1986/89) e o software derivado Instrumento para 
Desenvolvimento de Estudos Ambientais - IDEA (1993/95), apresentam um dos 
maiores avanços em termos de métodos de AIA, planejamento ambiental, 
formulação de cenários ambientais, bem como realização de práticas de 
monitoração, controle e gestão ambientais. 
 
38 
 
3.2 Geração de energia elétrica e seus principais impactos ambientais 
 
Neste item serão mencionados os diversos tipos de geração de energia 
elétrica, em especial a energia eólica, assim como os seus principais impactos 
ambientais. 
 
Usinas Termelétricas - UTE 
As Usinas Termelétricas (UTE) utilizam como fonte de energia elétrica os 
combustíveis fósseis, carvão mineral, derivados de petróleo (óleo e gás natural), os 
nucleares pelos elementos radioativos como urânio, tório, e plutônio, e a biomassa 
(oriunda de florestas energéticas e bagaço de cana-de-açúcar). 
Os impactos ambientais deste tipo de energia elétrica estão associados 
principalmente à poluição térmica, devido às altas temperaturas em que a água 
utilizada no processo é lançada nos corpos d’água. 
As térmicas a carvão têm seu impacto causado no momento da lavra a céu 
aberto, provocando de imediato impacto visual, modificando a paisagem local. 
Ocorrem problemas associados de erosão, geração de poeiras, ruídos, vibrações e 
gases emanados das detonações e deposições de rejeitos e material estéril (KOPPE 
& COSTA, 2002). Podem provocar também impactos no lençol freático, conflitos no 
uso da terra, danos à saúde dos trabalhadores, a poluição de águas superficiais, 
além da poeira e material particulados emitidos. Como consequência, tem um efeito 
potencial de causar problemas na água na área do entorno da mina proveniente da 
drenagem ácida, sedimentação, poluentes químicos, metais-traço e sólidos 
dissolvidos suspensos. 
Nas minas subterrâneas temos também impactos embora reduzidos 
comparados às minas a céu aberto: alterações geomorfológicas, no regime 
hidrológico ocasionado pelo rebaixamento do lençol freático, vibrações ocasionadas 
por explosões, poeiras, gases e liberação de metano no solo, deposição de material 
estéril e rejeito na superfície, podem ocorrer desmoronamentos. A alta concentração 
de metano é responsável por explosões ocorridas em minas subterrâneas 
(HIRSCHBERG et al, 2004). 
39 
 
O carvão contém até 6% de enxofre em seu peso, e a sua queima responde 
pela maior parte das emissões de dióxido de enxofre, aproximadamente 20 milhões 
de toneladas por ano (HINRICHS & KLEINBACH, 2010). Seu lançamento pelas 
chaminés das usinas contamina o ar e os corpos d’água pelo lançamento de gases 
como SOx, NOx e Co2 assim como compostos orgânicos como hidrocarbonetos, 
ácido sulfúrico (H2SO4) e ácido nítrico (HNO3). Estes dois últimos compostos podem 
ocasionar a chuva ácida que causa desequilíbrios aos ecossistemas terrestres e 
aquáticos. Possuem desvantagens como os altos custos da matéria prima, já que o 
gás é um derivado do petróleo, e o alto consumo de água utilizado para o 
resfriamento, além de oferecerem risco de acidentes principalmente nas etapas de 
extração (exploração/ perfuração/produção) e devido aos possíveis vazamentos na 
rede de distribuição, geralmente com

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