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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
A APICAÇÃO DA LEI MARIA DA PENHA PARA CASAIS HOMOAFETIVOS 
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO 
2017
APLICAÇÃO DA LEI MARIA DA PENHA PARA CASAIS HOMOAFETIVOS 
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO 
2017 
APLICAÇÃO DA LEI MARIA DA PENHA PARA CASAIS HOMOAFETIVOS 
Monografia apresentada ao Instituto de Ciências jurídicas da Universidade Paulista, Campos de São José do Rio Preto, como requisito parcial a obtenção do título de graduação em Direito.
Orientado por: 
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO 
2017 
"Tenho a impressão de ter sido criança brincando à beira-mar, divertindo mim descobrir uma pedrinha mais lisa ou uma concha mais bonita que as outras, enquanto o imenso oceano da Verdade continua misterioso diante dos meus olhos". 
(Isaac Newton)
RESUMO
O presente trabalho visa aanálise de um assunto muito controverso e delicado no direito brasileiro: a possibilidade da aplicação da Lei Maria da Penha nas relações homoafetivas onde a unidade familiar seria formada por dois homens. Fazendo primeira análise do surgimento da Lei 11340/2006 Lei Maria da Penha, uma vez que a lei foi criada para coibir violência doméstica e familiar contra a mulher, apresentando seus aspectos históricos, e a origem do nome “Maria da Penha” dado a presente Lei 11340/2006. Analise sobre quais os objetivos da Lei, bem como a prevenção e a forma de coibição da violência doméstica e familiar contra a mulher, o presente trabalho visa discutir se essa proteção dada a mulher pode ser ampliada para proteger o homem vítima de violência doméstica e familiar, caso se encontre em uma situação de vulnerabilidade. Ademais é discutido sobre a constitucionalidade da lei, para reconhecer se o homem pode ser vítima de violência doméstica, se essa proteção afrontaria a lei, pois a lei “Maria da Penha” somente tem previsão de proteção de violência contra a mulher. E por fim, concluindo que é possível a aplicação da Lei Maria da Penha nas relações homoafetivas, tendo como embasamento e fundamentação os posicionamentos atuais dos tributos superiores, e das decisões dos juízes singulares que aplicam a lei 11340 em analogia para proteger o homem vítima de violência doméstica e familiar, sempre que este estiver em situação de vulnerabilidade na relação familiar, sendo que a questão a ser analisada é a vulnerabilidade na entidade familiar. Portanto se o homem estiver em situação de vulnerabilidade na relação familiar, pode ser amparado pela lei “11340/06”, pois o intuito da lei, é proteger a pessoa que se encontre sendo vítima de violência doméstica e familiar, estando m situação de vulnerabilidade. 
Palavras-chave: violência. Mulher. União. homoafetiva.
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ABSTRACT
The present work aims at the analysis of a very controversial and delicate subject in Brazilian law: the possibility of applying the Maria da Penha Law in homoaffective relations where two men would form the family unit. Taking first analysis of the emergence of Law 11340/2006 Law Maria da Penha, once the law was created to curb domestic and family violence against women, presenting its historical aspects, and the origin of the name "Maria da Penha" given to this Law 11340/2006. The purpose of this study is to analyze the objectives of the Law, as well as the prevention and the way of preventing domestic and family violence against women. The present study aims at discussing whether this protection given to women can be extended to protect the victim of domestic and family violence , if you are in a situation of vulnerability. In addition, it is discussed about the constitutionality of the law, to recognize if the man can be a victim of domestic violence, if this protection would face the law, since the "Maria da Penha" law only has protection against violence against the woman. Finally, concluding that it is possible to apply the Maria da Penha Law in homoaffective relations, based on the current positions of higher taxes and the decisions of the singular judges who apply law 11340 in analogy to protect the victim of domestic and family violence, whenever this is in a situation of vulnerability in the family relationship, and the issue to be analyzed is vulnerability in the family entity. Therefore, if the man is in a situation of vulnerability in the family relationship, it can be protected by law "11340/06", since the intention of the law is to protect the person who is a victim of domestic and family violence, being a situation of vulnerability .
Keywords: violence. Woman. Homoafetive. Union.
SUMÁRIO
	1- INTRODUÇÃO………………………………………………………………………….11
	2- ASPECTOS GERAIS............................................................................................13
	2.1- BREVE HISTÓRICO..........................................................................................13
	2.2- CONCEITOS E TIPOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR.................15
	2.2.1 - VIOLÊNCIA FÍSICA.......................................................................................17
	2.2.2 - VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA..........................................................................18
	2.2.3 - VIOLÊNCIA SEXUAL.....................................................................................19
	2.2.4 - VIOLÊNCIA PATRIMONIAL...........................................................................19
	2.2.5 - VIOLÊNCIA MORAL.......................................................................................19
	3 - VIOLÊNCIA E SEUS AUTORES..........................................................................21 
	3.1 - SUJEITOS ATIVOS...........................................................................................21 
	3.2 - SUJEITO PASSIVO...........................................................................................22
	4 - DIFERENÇA ENTRE GÊNERO E SEXO.............................................................23
	5 - RECONHECIMENTO DE CASAIS HOMOAFETIVOS.........................................26
	5.1 - PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS....................................................................30
	5.1.1 - PRINCÍPIO DA ISONOMIA.............................................................................30
	5.1.1.1 - PRINCÍPIO DA IGUALDADE ENTRE HOMEM E MULHER.......................32 
	5.1.2 - PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA....................................35
	6 - APLICAÇÃO DA LEI MARIA DA PENHA PARA CASAIS HOMOAFETIVOS...38
	7 – CONCLUSÃO......................................................................................................41
	REFERENCIAS..........................................................................................................43
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INTRODUÇÃO 
A união homoafeiva por muito tempo foi tratada com intolerância, preconceito e indignação de uma sociedade norteada pelo princípio de que a família deve ser formada por homem e mulher, nos dias atuais ainda há certa resistência por parte de sociedade em aceitar a união entre pessoas do mesmo sexo, mais este preconceito com o passar do tempo vem sendo amortizado, pois a sociedade vem se modernizando e aceitando a homossexualidade com mais tolerância.
Ainda há muito para se mudar, pois vivemos ainda em uma sociedade muito preconceituosa, mais com o passar do tempo esse preconceito vem sendo mais aceitado pela sociedade, e esta vem aceitando e principalmente respeitando a opção sexual de cada um. 
Nos dias atuais, a união de casais homoafetivos, vem ganhando cada vez mais espaço e tendo seus direitos reconhecidos perante a sociedade, o reconhecimento da união homoafetiva como entidade familiar, veio para dar um passo de reconhecimento dos direitos dos casais homoafetivos, sendo reconhecidos como família como qualquer outra família formadapor homem e mulher, sendo este reconhecimento o primeiro passo para que a união homoafetiva adquirisse o respeito e direito perante a sociedade. 
A Lei Maria da Penha visa coibir a violência doméstica e familiar contra mulher, não tendo reconhecido sua aplicabilidade para casais homossexuais, no entanto seria possível a aplicação da lei para lésbicas, travestis e transexuais vítima de agressão advinda de companheiras ou companheiros? 
O objetivo final do trabalho não é discutir a constitucionalidade da Lei 13340/2006, muito menos entendimento de doutrinadores e jurisprudências, o objetivo é demonstrar que a Lei, visa proteger a integridade física, psíquica, moral, patrimonial, e sexual, pois protege o gênero feminino e não somente o sexo mulher. 
Sendo que o agressor vem a ser companheiro, marido, pai, filho ou até mesmo irmão, mas também seria aplicada ao gênero feminino, quando possuir uma relação homoafetiva e sofreu uma agressão por parte do companheiro ou companheira. 
Este trabalho será dividido em seis capítulos, sendo o primeiro capitulo um breve relato histórico sobre a violência doméstica familiar, origem do nome Lei Maria da Penha, conceitos e tipos de violência doméstica, o segundo capitulo é sobre quem são os atores da violência doméstica, ou seja sujeito ativo e sujeito passivo, o terceiro capítulo é sobre a diferença entre gênero e sexo, esclarecimento de real aplicabilidade da lei 11340/06, o quarto capítulo trata do reconhecimento de casais homoafetivos pelo supremo tribunal federal, tratando em meios aos princípios constitucionais, da isonomia, igualdade entre os sexos, dignidade da pessoa humana, e por fim o quinto capitulo onde é tratado a aplicabilidade da Lei Maria da Penha para casais homossexuais, quando a pessoa estiver em situação de vulnerabilidade em uma entidade familiar, ou seja quando for vítima de violência doméstica e familiar.
Com toda essa discussão espera alcançar o intuito da preferência sobre o tema: analisar a aplicação da Lei Maria da Penha. Sendo que desde já adverte o leitor que esta monografia, de forma alguma almeja esgotar o tema propostos sendo o estudo de dissertação de caráter limitado. 
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2.ASPECTOS GERAIS 
2.1- BREVE HISTÓRICO 
A lei 11340/2006, tem este nome em homenagem a farmacêutica Maria da Penha que durante anos de sua vida conjugal, foi vítima de violência doméstica por parte de seu marido.
 O ponto final para as agressões sofridas por ela, foi quando Maria resolver denunciar o marido após ter levado um tiro nas costas enquanto dormia, ocasião esta em que ficou paraplégica. De forma simbólica o presidente Lula quando sancionou a Lei disse: “Essa mulher renasceu das cinzas para transformar em um símbolo da luta contra a violência doméstica no nosso país”. Maria da Penha foi mais uma vítima de violência doméstica, dentre um país que ainda é abarrotado de violência contra mulher. 
Essa origem do nome vem de uma história dolorosa de Maria da Penha que após esta tentativa de assassinato por parte do marido, teve em junho de 1983 iniciadas as investigações de violência doméstica, mas a denúncia contra o marido de Maria da Penha só foi oferecida em setembro de 1984. 
Em 1991, o réu foi condenado pelo Tribunal do Júri a oito anos de prisão, onde recorreu em liberdade e um ano após o julgamento anulado, teve novo julgamento em 1996 onde teve pena imposta de dez anos e seis meses de prisão, mais uma vez recorreu a decisão em liberdade e após 19 anos e 6 meses do fato o marido de Maria da Penha foi preso. Em outubro de 2002, foi liberado após cumprir dois anos de prisão. 
Após muitos anos de luta contra a violência, e impunidade, Maria da Penha, juntamente com CEJIL-Brasil (Centro para a justiça e o direito internacional) e o CLADEM-Brasil (Comitê latino-americano e do Caribe para a defesa dos direitos da mulher) enviaram o caso a CIDH/OEA (Comissão interamericana de Direitos Humanos da organização dos Estados americanos) em 2001, a CDIH responsabilizou o estado brasileiro por omissão, negligência e tolerância.
Considerou que neste caso se devam as condições de violência doméstica e de tolerância e pelo Estado definidos na convenção de Belém do Pará, dando ensejo assim a origem da lei 11340/2006.
Neste sentido, se manifestou a convenção:
Considera conveniente lembrar aqui o fato inconteste de que a justiça brasileira esteve mais de 15 anos sem proferir sentença definitiva neste caso indique o processo se encontra, desde 1997, á Espera da decisão do segundo recurso de apelação perante o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. A esse respeito, a comissão considera, ademais, que houve atraso injustificado na tramitação da denúncia, atraso que se agrava pelo fato de que pode acarretar a prescrição do delito e, por conseguinte, a impunidade definitiva do perpetrador e a impossibilidade de ressarcimento da vítima (...)"
O Brasil não respondeu a denúncia perante a convenção internacional dos direitos humanos. 
Em 2001, a convenção interamericana de direitos humanos em seu informe nº 54 de 2001, responsabilizou o estado brasileiro por negligência, omissão e tolerância em relação à violência doméstica contra as mulheres, recomendando, entre outras medidas: a finalização do processamento penal do responsável da agressão. Proceder a uma investigação a fim de determinar a responsabilidade pelas irregularidades e atrasos injustificados no processo, bem como tomar medidas administrativas, legislativas e judiciárias correspondentes. Sem prejuízo das ações que possam ser instauradas contra responsável civil da agressão, a reparação simbólica e material pelas violações sofridas por Penha por parte do estado brasileiro por sua por sua falha em oferecer um recurso rápido e efetivo. E a adoção de políticas públicas voltadas à prevenção, punição e erradicação da violência contra a mulher.
O caso Maria da Penha foi o primeiro caso de aplicação da convenção de Belém do Pará. A utilização deste instrumento internacional de proteção aos direitos das mulheres e o segmento das peticionárias perante a comissão, sobre o cumprimento da decisão do estado brasileiro, foi decisiva para o que o processo fosse concluído em âmbito nacional e, posteriormente, para que o agressor fosse preso, em outubro de 2002, quase 20 anos após o crime, poucos meses antes da prescrição da pena. Entretanto, é necessário ainda, que estado brasileiro cumpra com restante das recomendações do caso Maria da Penha. É de direito o que se reivindica e espera que ocorra.
O relato detalhado do caso pode ser encontrado no livro "sobrevivi, posso contar" escrito pela própria Maria da Penha, publicado em 1994, com o apoio do Conselho cearense de direitos da mulher (CCDM) e da secretaria de cultura do Estado do Ceará. 
O projeto de lei teve seu início em 2002, foi elaborado por um consórcio de organizações não governamentais, formado por CLADEM/Brasil- comitê latino americano e do Caribe para a defesa dos direitos da mulher; CEPIA- cidadania, estudo, pesquisa, informação e ação; CFEMEA- centro feminista de estudos e Assessoria; IPE- Instituto para promoção da Equidade e THEMIS- assessoria jurídica e Estudos de gênero.
O projeto teve como relatora a deputada Jandira Feghali, lei 4.559/ 04 onde realizou audiência públicas em vários estados e apresentou um substantivo. O Senado levou novas alterações pela PLC 37/06. E finalmente a lei 11.340/06 foi sancionada pelo Presidente da República, no dia 7 de agosto de 2006 e entrou em vigor no dia 22 de setembro de 2006.
O real responsável pela eficácia da Lei é o judiciário. Pois, além das inúmeras decisões dos juízes e dos tribunais, o Supremo Tribunal Federal é o grande articulador para que a lei atenda às suas finalidades, de se não eliminar a violência, ao menos que reduza muito os números de violência doméstica no Brasil.
2.2- CONCEITOS E TIPOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
A Lei 11.340/06 no seu artigo 5º "caput" define a violência doméstica, vejamos "Verbis".
"Art 5º". Para os efeitos desta lei, configura violênciadoméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual psicológico e dano moral ou patrimonial.”
Nesse sentido, dispõe a convenção interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher, também conhecida como convenção de Belém do Pará: "[...]qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico a mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada [...]"�
Já Teles e Melo, afirma o seguinte:
Violência, em seu significado mais frequente, quer dizer uso da força física, psicológico intelectual para obrigar outra pessoa a fazer algo que não está com vontade; é constranger, tolher a liberdade, é incomodar, é impedir a outra pessoa de manifestar seu desejo e sua vontade, sob pena de viver gravemente ameaçada ou até mesmo ser espancada, lesionada ou morta. �
A violência doméstica com toda certeza é um ciclo perverso, onde a vítima é hostilizada, humilhada, pelo simples conceito de que " em briga de marido e mulher ninguém mete a colher". Sendo assim há vários entendimentos a respeito do conceito de violência doméstica.
A desembargadora Maria Berenice Dias, entende que:
A absoluta falta de consciência social do que seja violência doméstica é que acabou condenado este crime a invisibilidade. Ninguém duvida que a mulher ainda goza de uma posição de menos valia. Sua vontade não é respeitada e não tem ela liberdade de escolha. Aliás as agressões contra mulher sequer eram identificadas como violação de direitos humanos [...]"�
Portanto a violência doméstica pode ser conceituada de uma forma ampla, considerando várias formas possíveis de agressão, sendo elas violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. Essas formas de violência são elencadas na lei 11.340/2006 em seu artigo 7º, que traz as o capítulo II Das formas de violência doméstica e familiar contra a mulher.
São consideradas formas de violência doméstica, conforme Lei 11.340/2006, as seguintes situações:
Art. 7° são formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal; 
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e a autodeterminação; 
III - a violência sexual, entendido como qualquer conduta que ele constranja a presenciar, manter ou participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação o uso da força; que a induza a comercializar utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou a prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos; 
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades; 
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
2.2.1 - VIOLÊNCIA FÍSICA
A violência física é aquela que a conduta do agressor ofende a integridade física ou saúde corporal da vítima. Ainda que a agressão não deixe marcas visíveis, a força empregada que é o fim do corpo e a saúde da mulher, já constitui vis corporalis expressão que define violência física. Arranhões e hematomas, sintomas somente facilitam a identificação de uma vítima de violência doméstica.�
Não é somente a integridade física que é protegida, judicialmente pela lei, a saúde corporal também está amparada. 
Ainda que não tenha havido mudança na descrição do tipo penal, ocorreu a ampliação do seu âmbito de abrangência, o conceito de "relações domésticas" constante no tipo penal, passa a ter uma nova leitura.
Portanto em havendo omissão da Lei Maria da Penha, somente condutas praticadas dolorosamente configuram violência física, pois quanto as lesões culposas, sua tripicidade é excepcional.�
2.2.2 - VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA 
A violência psicológica é toda conduta que causar dano emocional ou cause de diminuição de autoestima, prejudicando o desenvolvimento, ou que visehumilhar ou controlar as ações das vítimas, sobre seus comportamentos, crenças, e até mesmo decisões, mediante ameaça, humilhação, manipulação, entre outros, ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e a autodeterminação.
A proteção da autoestima e saúde psicológica, não existindo esta previsão na legislação Pátria, tendo sido introduzida no nosso ordenamento jurídico através da convenção interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência doméstica, também conhecida como convenção de Belém do Pará.
Segundo entendimento de Cunha e pinto: 
A violência psicológica consiste na agressão emocional, que é tão ou mais grave que a violência física. O comportamento típico se dá quando o agente ameaça, rejeita, humilha o discrimina a vítima, demonstrando prazer quando vê o outro se sentir amedrontado, inferiorizado e diminuído, configurando a vis compulsiva.�
A violência psicológica encontra Amparo nas relações desiguais que há entre os sexos, de todas as violências é a mais frequente e menos denunciada. 
Para configuração do dano psicológico não é necessário a realização de perícia. Quando reconhecida pelo juiz é cabível a concessão de medida protetiva de urgência.
É de salientar-se que o delito praticado mediante a violência psicológica impõe a majoração da pena (CP, art. 61, II, f).
2.2.3 - VIOLÊNCIA SEXUAL
Já a violência sexual é qualquer conduta que constranja vítima a presenciar, manter e até mesmo participar de relação sexual que não deseja, por meio de intimidação, ameaça, coação, dentre outras formas que anula o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos. Foi reconhecida pela convenção de Belém do Pará, que a violência sexual como violência contra a mulher, tendo muita resistência por parte da doutrina e da jurisprudência em admitir a ocorrência de violência sexual nos vínculos familiares. Felizmente, hoje a doutrina penal evoluiu ao ponto de reconhecer a violência sexual como violência contra a mulher.
2.2.4 - VIOLÊNCIA PATRIMONIAL
Patrimonial é a conduta derreter, subtrair, destruir, total ou parcialmente seus objetos, a fim de satisfazer as suas necessidades. Atualmente é definida entre delitos contra o patrimônio como fruto, dano, apropriação indébita etc.
Para novo definição de violência doméstica, reconhece que para a violência patrimonial não se aplicam às imunidades absolutas ou relativas, presentes no Código Penal, quando a vítima mantiver com o autor da infração vínculo de natureza familiar. Portanto o ato de "subtrair" objetos da mulher, o que nada mais é furtar. Sendo assim, se subtrair para si coisa alheia móvel configura delito de furto, não se admite escusa absolutória o fato de agente manter relação de ordem afetiva com a vítima. 
2.2.5 - VIOLÊNCIA MORAL
A moral é qualquer conduta que confere crime como calúnia, difamação e injúria.
De modo geral tanto a violência psicológica quanto à violência moral dão ensejo na esfera civil o direito de ajuizamento de ação de indenização por dano moral e material. Não sendo necessário haver relação direta dessas violências com os crimes contra o patrimônio e contrahonra.
Além das formas de violência elencadas no artigo 7º da Lei, temos que definir que a violência contra mulher é qualquer conduta de discriminação, agressão ou coerção, sendo ocasionada pelo simples fato da vítima ser mulher, que lhe cause dano, morte, sofrimento, essa violência pode ocorrer tanto no espaço público quanto privado. É considerado violência doméstica, pois ocorre em casa, em ambiente doméstico, ou em uma relação de familiaridade, afetividade ou coabitação. 
A violência familiar acontece dentro da família, ou seja, nas relações entre membros da família, formado por vínculos de parentesco natural ou civil, por afinidade ou afetividade.
Portanto, a violência doméstica e familiar, pode ser conceituada de mais de uma forma, haja Vista que existem várias formas de violência elencadas na Lei, por isso qualquer ato ou palavra que ofendeu desmoralize, fere, machuca pode ser considerado violência, e se ocorrer no âmbito familiar, nas relações com vínculo de parentesco, afinidade ou até mesmo a afetividade, pode ser amparada a vítima pela lei 11340/2006.
3-VIOLÊNCIA E SEUS AUTORES 
3.1 - SUJEITOS ATIVOS 
Para que configura a violência doméstica não é necessário que as partes sejam marido e mulher, nem mesmo estejam casados. Não se exige a diferença de sexos entre os envolvidos. 
O sujeito ativo, ou seja, o agressor pode ser tanto um homem, como outra mulher, sendo possível tanto na união heterossexual quanto na união homossexual, basta somente um vínculo da relação doméstica, de relação familiar ou de afetividade.
Nas relações de parentesco é possível reconhecer a violência e como doméstico ou familiar, quando exista motivação de gênero em situação de vulnerabilidade. Sendo assim é admitida pelos tribunais a incidência de violência entre irmãos e ascendentes e descendentes, conforme julgados abaixo:
Penal. Medidas protetivas indeferidos. Litígio entre irmãos. Disputa pela gestão do genitor enfermo. Lei Maria da Penha. Inaplicabilidade. Não provimento da aplicação. Unanimidade. 1. No caso destes atos, inexiste qualquer motivação de gênero ou situação de vulnerabilidade que caracteriza hipótese de relação íntima que pode causar violência doméstica ou familiar contra a ora apelante, sendo Mister a manutenção de decisão que indeferiu as medidas protetivas de urgência pleiteadas. 2 o fato de a pelada exercer a função de policial civil, por si, não tem o condão de tornar aplicável ao caso a Lei Maria da Penha, sendo certo que as partes reciprocamente, possuem sua meios de iniciar a percetutio criminis. 4 unanimidade (TJPE, APL 1490175020098170001 PE 0149017 - 50.2009.8.17.0001,4 °C. Crim, J. 24.05.2011, rel. Augusto Rodrigues de Lima). 
Processual penal, conflito negativo de competência. Lesão corporal leve praticada em tese por irmão contra irmã. Violência real. Coabitação. Vulnerabilidade e fragilidade da vítima em razão do gênero caracterizados. Aplicação das disposições da Lei Maria da Penha competência do juizado da violência doméstica e familiar contra a mulher, suscitado, (TJRN, Conf. Neg, de Comp. 149.337 RN 2011. 014933-7, j 07.12. 2011, rel. Des. Dilermando Mota). 
Conflito de jurisdição. Convenção penal. Aplicação da Lei Maria da Penha para aplicação da Lei 11340/2006 basta que o fato delituoso incidam os requisitos da Lei Maria da Penha, podendo tratar-se de crime ou contravenção. Contravenção cometida por filho contra mãe, restando Clara a situação de fragilidade da vítima. Necessidade intervenção estatal. Conflito julgado procedente. (TJRS, CJ 70040593899, 1°. C.Crim, j. 15. 06. 2011, rel, ManuelJosé Martinez Lucas)
Ademais agressores de ambos os sexos, se sujeitam aos efeitos da Lei, sendo necessário que a agressão tenha cunho familiar. 
3.2 - SUJEITO PASSIVO
No que tange o sujeito passivo, ou vítima da violência, a exigência de uma qualidade especial, tem que ser mulher. Portanto lésbicas, transexuais, travestis e Transgêneros, que tenho identidade social com sexo feminino estão amparados pela Lei Maria da Penha. Sendo que se houver agressão no âmbito familiar configura violência doméstica, pois descabe deixar à margem da proteção legal, aqueles que reconhecem como mulher, sendo este entendimento adotado pela jurisprudência, abaixo:
Conflito negativo de competência. Violência doméstica e familiar. Homologação de auto de prisão em flagrante. Agressões praticadas pelo companheiro contra a pessoa civilmente identificado como sendo do sexo masculino. Vítima submetida a cirurgia de adequação de sexo por ser hermafrodita. Adoção do sexo feminino. Presença de órgãos reprodutivos femininos que lhe conferem a condição de mulher. Retificação do registro civil de já readquirida judicialmente. Possibilidade de aplicação, no caso concreto, da Lei 11340/2006. Competência do juízo suscitante conflito improcedente. "TJSC, CJ 2009.006461- 6, j. 14.08.2009,3 C.Crim, rel. Des. Roberto Lucas Pacheco).
Na atual jurisprudência, já foi reconhecido que a união homoafetiva é possível a concessão de medida protetiva, quando um dos parceiros é vítima de violência.
4 - DIFERENÇA ENTRE GÊNERO E SEXO
Sexo são as características biológicas de um indivíduo, enquanto gênero advém de aspectos sociais, culturais e políticos. 
Por exemplo, uma pessoa por poder ter o sexo masculino, mas se incluir no gênero feminino, mas se incluir no gênero feminino, sendo ele, por exemplo, um travesti é um transexual.
Nesse sentido, Grossi explica:
Gênero serve, portanto, para determinar tudo o que é social, cultural e historicamente determinado [...] Quando falamos de sexo, referimo-nos apenas a dois sexos: homem e mulher (o macho e fêmea, para sermos mais biológicos), dois sexos morfológicos sobre os quais "apoiamos" nossos significados do que é ser homem ou ser mulher.�
Neste mesmo sentido, afirma Cabral e Diaz: 
Sexo refere-se as características biológicas de homens e mulheres, ou seja, as características específicas dos aparelhos reprodutores femininos e masculinos, ao seu funcionamento e aos caracteres sexuais secundários decorrentes dos hormônios. Gênero refere-se as relações sociais desiguais de poder entre homens e mulheres que são resultado de uma construção social do papel do homem e da mulher a partir das Diferenças sexuais.� 
A palavra gênero é apenas uma construção sociológica, é um conceito muito mais subjetivo e amplo, sendo mais ligado às condições sociais do indivíduo, do que por suas características biológicas.
Esse tema complexo de conceitos sobre gênero e sexo, nos faz concluir que sexo é uma pessoa determinada após seu nascimento, diz respeito ao estado biológico da pessoa. Já gênero se perfaz no decorrer da vida, se referindo ao estado psicológico da pessoa. 
Para Brandão gênero é:
Esse conceito de gênero é uma construção social, não se apresentando, pois, de maneira uniforme em todas as épocas e lugares. Assim, depende da Cultura, dos costumes e das criações oriundas da experiência social, tais como as leis, as religiões, a vida política. Ademais, dentro de uma mesma sociedade encontramos valores que influem diretamente nesse conceito, tais como a idade, a raça e a classe social.� 
Portanto com base no princípio de liberdade sexual, todos são livres para escolher sua opção sexual, sendo importante destacar que a orientação sexual refere-se a qual gênero, masculino ou feminino, a pessoa se sente atraída, de maneira que o indivíduo quer exercer sua sexualidade.
Outro ponto importante, no que diz respeito à identidade de gênero, sendo necessário explicar que a identidade de gênero e orientação sexual são diferentes. Como nos esclarece sites sobre o tema, a identidade de gênero como sendo:
A maneira como alguém se sente e se apresenta para si e para as demais pessoas como masculino ou feminino, ou ainda pode ser uma mescla, uma mistura de ambos, independentemente do sexo biológico (macho ou fêmea) ou da orientação sexual (orientação dodesejo: homessexual, heterossexual, bissexual). É a forma como nós reconhecemos a nós mesmos e desejamos que os outros nos reconheçam. Isso inclui a maneira como agimos (jeito de ser), a maneira como nos vestimos, andamos, falamos (o linguajar que utilizamos) e também, nos vestimos. 
Por isso concluímos que o indivíduo do sexo masculino, que se identifica com o gênero feminino, é amparado para a lei, pois o que é levado em consideração para análise de vulnerabilidade, é o gênero feminino, e não sexo.
Ademais, nossos tribunais vêm se consolidando sobre o tema explanado, sendo a favor ao reconhecimento de proteção ao indivíduo que seja do sexo masculino, mas se identifica como condição social, deixando de lado sua condição biológica, senão vejamos entendimentos jurisprudenciais senão vejamos entendimentos jurisprudenciais:
Concessão de medida protetiva ao homem em fase de agressão que foi vítima por parte de seu companheiro (RS. Proc: n indisponível, Juiz de Direito Osmar de Aguiar Pacheco, j. 23/02/2011). � 
"conflito de competência. Violência doméstica. Relações homoafetivas. Ofendida mulher. Gênero Independente de orientação sexual. Competência da vara especializada. 1 - a Lei Nº 11340/2006 destina-se a proteger a mulher de violência doméstica, não importa sua opção sexual, nem que envolva relações homoafetivas e a agressora seja mulher. 2 - Artigo 5°da Lei estabelece como um âmbito de incidência a proteção da mulher na unidade doméstica, abrangendo os indivíduos que nela convivem ou qualquer relação de afeto, vínculo familiar, mesmo que não mais coabitem, independente da orientação sexual. A lei não é limitada pelo gênero do agressor, sua finalidade é sempre proteger a mulher, independente da opção sexual (parágrafo único artigo 5º). 3 - Compete à vara de violência doméstica exercida na Comarca pela Vara da Família. Conflito procedente (TJ-RS, conf. Jurisd. 70036742047, 3 C .Crim, Rel. Desa. Elba Aparecida Nicole Bastos, j. 22/07/2010).�
Como nos traz o artigo 5º da lei 11340/2006, a violência doméstica é configurada somente baseada no gênero, sendo todo e qualquer violência praticada contra o gênero. Por outro lado, se interpretarmos o artigo 5° ignorando a exigência do gênero, para qualificar uma conduta, ou até mesmo se atribuir o gênero ao sexo feminino, estaríamos violando.
Princípio constitucional da igualdade de sexos, pois o fato de ser mulher não pode torna-la possível a pena especial.� 
Neste sentido, Prado dispõe que:
"[...] Sob a pena de inconstitucionalidade, violência doméstica não se confunde com violência de gênero. É necessário, atentar para a diferença que existe entre violência doméstica e violência de gênero por essência discriminatória, da qual a mulher é a principal vítima[...]"�
Portanto a Lei Maria da Penha não abrange todo e qualquer violência doméstica e familiar contra a mulher, mas sim aquela violência que pode ser qualificado como violência de gênero, sendo levado em consideração estado social, que um indivíduo se encontre, o gênero atribuído a si, podendo ser um indivíduo sexo masculino, que se identificar e se considerar perante a sociedade a si mesmo, como sendo do gênero mulher, este estará amparado pela Lei, que em seu artigo 5º diz: "[...] Configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero [...]" , Portanto para real incidência da Lei, o que é levado em consideração é o gênero feminino e não sexo feminino. 
5 - RECONHECIMENTO DE CASAIS HOMOAFETIVOS
Com a Constituição da República Federativa do Brasil conceito de família foi ampliada, afastando modelo convencional de família que foi formado pelos laços do matrimônio.
Esta transformação se fez necessário para se buscar um conceito que abrange todas as formas de convívio em que as pessoas se encontrarem, para se alcançar o objetivo fim que é a família.
Autora Maria Berenice Dias, definir que: 
O parâmetro deixou de ser o casamento. Também a capacidade criativa ou o exercício da sexualidade não mais servem para defini-la. Quer a liberdade sexual dos tempos de hoje, quer as múltiplas formas de reprodução assistida, agora todos, independentemente de ter um par, podem realizar o sonho de ter filhos.� 
Diante desta nova realidade de conceitos sobre família, o que se estabelece como identificador é a origem, o vínculo afetivo que se encontra presente em todas as formas de convívio. Neste novo conceito se inseriu as famílias homoafetivas, que foi alvo de tantas discriminações e preconceitos, sendo O legislador sempre inerte a seu respeito. Porém mesmo com a inércia do legislador nada, absolutamente nada justifica negar os vínculos homoafetivos, ou negar de seus direitos, são uniões que tem origem em um elo de afetividade, pois a convivência leva o estabelecimento de vidas e a confusão patrimonial. 
Este impasse foi confrontado por diversas vezes pela jurisprudência e Coroado pela lei Maria da Penha, sendo esta violência que ocorre no seio familiar, conceituando família como uma relação íntima de afeto, entrelaçando este conceito as uniões homoafetivas, sendo que esta primeira referência no âmbito infraconstitucional de família constituída por pessoa do mesmo sexo. Este precedente trouxe enorme repercussão. 
No âmbito da jurisprudência foi maior avanço e significativos, pois as uniões homoafetivas eram relegados pelo direito. 
Os Pioneiros para o reconhecimento da União homoafetivas, foram os Gaúchos, ao definir a competência das varas de família para o julgamento das ações que envolvem uniões homoafetivas.� O tribunal do Rio Grande do Sul foram os primeiros a reconhecer a união homoafetiva como entidade familiar, deferiu a adoção homoparental a duas mulheres.� 
Com estas iniciativas, encorajaram os demais tribunais a proferir julgamentos adotando posicionamentos parecidos. 
Mas o julgado que teve maior repercussão, foi o julgamento unânime do Supremo Tribunal Federal, reconhecendo as uniões homoafetivas como entidade familiar, ratificando 10 anos de Avanço No Poder Judiciário, que já havia milhares de decisões assegurado direitos à população LGBT - lésbicas, gays, bissexuais e travestis.
Essa decisão foi proferida em âmbito de ação direta de inconstitucionalidade, tendo caráter vinculante e eficácia erga omnes, por isso ninguém, nem mesmo a justiça ou órgão pode negar união de pessoas do mesmo sexo, formando uma entidade familiar, que têm os mesmos direitos e deveres de uma união estável, a partir daí a definição trazida pela lei Maria da Penha não cabe mais na natureza dos vínculos formados por pessoas do mesmo sexo.
Tais avanços foram expressivos para o direito, pois colocou fim a uma discussão na doutrina sobre o assunto. Segundo a nossa Constituição Federal as uniões homossexuais Também merece uma proteção especial por parte do Estado, conforme art.266 § 3° e 5° dá CF/88 e art. 1514, 1517 e 1723 do Código Civil não afasta as uniões formadas por pessoas do mesmo sexo, da esfera de proteção.
Com esse pronunciamento do Supremo Tribunal Federal, surgiram os questionamentosse os casais homossexuais poderiam se casar. Já que a decisão coloca os casais homossexuais em patamar igual aos casais heterossexuais. Este direito foi dado aos homossexuais, sob pena de desobediência para aqueles que se negarem. Portanto, muitos juízes passaram autorizar conversão da União homoafetiva em casamento, sendo requeridas tanto por via judicial, quanto administrativa, dependendo da Lei de organização judiciária de cada estado. 
Até que eu Superior Tribunal de Justiça admitiu a habilitação para o casamento junto ao registro civil, sem a necessidade de formalizar a união para depois a transformá-la em casamento.
Com todos esses avanços, restam poucos projetos de lei que visa a regulamentação da união civil, perdendo assim seu objeto, haja vista que a Lei Maria da Penha conceitua entidade familiar, não importando a orientação sexual de seus participantes.
No dia 23.08.2011, foi apresentado anteprojeto de lei, sob a forma de microssistema,assim de se fazer necessário para atender o segmento salvo da vulnerabilidade social, além de elencar princípios, este estatuto dispõe sobre normas de conteúdo material processual de natureza civil e penal, que consagram uma série de prerrogativas e direitos aos homossexuais, lésbicas, bissexuais, transexuais, travestis, transgêneros e intersexuais. 
As uniões homoafetivas é assegurado no direito das famílias, sucessórios, previdenciários e trabalhista, principalmente proteção contra a violência doméstica.
Portanto, a jurisprudência vem se posicionando em reconhecer a competência da vara especializada da violência doméstica, aplicando a lei Maria da Penha relação homoafetiva, mesmo que a vítima é transexual. 
Conforme entendimento jurisprudencial abaixo:
CIVIL. RELAÇÃO HOMOSSEXUAL UNIÃO ESTÁVEL. RECONHECIMENTO EMPREGADA ANALOGIA. 1."a regra do art. 266 § 3° da Constituição, que se refere ao reconhecimento da união estável entre homem e mulher, representou a superação da distinção que se fazia anteriormente entre o casamento e as relações de companheirismo. Trata-se de Norma inclusiva, tinha inspiração antidiscriminatória, que não deve ser interpretada como norma excludente e discriminatória, voltada a impedir a aplicação do regimento da união estável, as relações homoafetivas". 2. É juridicamente possível pedido de reconhecimento de união estável do casal homossexual, uma vez que não há no ordenamento jurídico brasileiro, vedação explícita ao ajuizamento de demanda com tal propósito. Competência do juízo de Vara da Família para julgar o pedido. 3 arts. 4° e 5° da Lei de introdução do Código Civil autorizaram o julgador a reconhecer a união estável entre pessoas do mesmo sexo. 4. A extensão, aos relacionamentos homoafetivos dos efeitos jurídicos do regime da união estável aplicável aos casais homossexuais traduz a corporificação dos princípios constitucionais da igualdade e da dignidade da pessoa humana. 5. A Lei Maria da Penha atribuiu as uniões homoafetivas o caráter de entidade familiar, ao prever, em seu artigo 5º, parágrafo único que as relações pessoais mencionadas naquele dispositivo independem de orientação sexual. 6. Recurso especial desprovido. STJ - REsp. 827962 RS 2006/0057725-5, Relator: Ministro JOÃO OTÁVIO NORONHA. Data do julgamento: 21/06/2011. T4 - QUARTA TURMA. Data da publicação: DJe 08/08/2011.
Conflito negativo de competência. Violência doméstica e familiar. Homologação do auto de prisão em flagrante. Agressões praticadas pelo companheiro contra a pessoa civilmente identificado como sendo do sexo masculino. Vítima submetida a cirurgia de adequação de sexo por ser hermafrodita. Adoção do sexo feminino. Presença de órgãos reprodutivos femininos que lhe conferem a condição de mulher. Retificação do registro civil já requerida judicialmente. Possibilidade de aplicação, no caso concreto da lei 11.340/2006. Competência do juízo suscitante. Conflito improcedente. (TJSC, CC. 2009. 006461- 6, 3° Vara Criminal, j, 29. 06. 2009, rel. Des. Roberto Lucas Pacheco).
Ainda assim que a lei tenha por finalidade proteger a mulher, com o novo conceito de família, independente do sexo dos parceiros. Sendo invocado o princípio da igualdade e a proibição de discriminação que são constitucionalmente consagrados. Diante dessa nova definição legal, a proteção jurídica é estendida aos casais homoafetivos, quando houver violência doméstica em que a vítima seja mulher, travesti e transexual gay, é reconhecida como violência doméstica contra eles.
Sendo assim, a unidade familiar não se resume em casais heterossexuais, haja vista que os casais homossexuais ganha um status de unidade familiar. A nossa legislação acompanha essa evolução para garantir a integridade física e psíquica dos membros de qualquer família, seja ela formada por casal heterossexual ou homossexual.
Os ministros do Supremo Tribunal Federal, ao julgar a ação direta de inconstitucionalidade 4277 e a arguição de descumprimento de preceito fundamental 132, reconhecem como união estável para casais do mesmo sexo. Tal o julgamento foi para dar interpretação conforme a constituição federal de 1988, para excluir qualquer significado queimpeça reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo como sendo uma entidade familiar.
O ministro relator Ayres Brito, vetou com no art. 3°, inciso IV da CF, onde veda qualquer tipo de discriminação em virtude de sexo, raça, cor, e muito menos ser diminuído ou discriminado em razão de sua preferência sexual, sendo suas palavras: "o sexo das pessoas, salvo disposição contrária, não se presta para desigualação jurídica". Observou o ministro, para concluir que qualquer depreciação da união estável homoafetiva colide, portanto com o inciso IV do artigo 3° da CF. �
O Ministro Luiz fux, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello e César Peluso, bem como as ministras Carmen Lúcia, Antunes Rocha e Ellen Gracie, acompanhar um entendimento do ministro Ayres Britto, pela procedência das ações e com efeito vinculante, no sentido de dar interpretação conforme a Constituição Federal para excluir qualquer significado do artigo 23 do Código Civil que impeça o reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar.
Tal o julgamento trouxe o reconhecimento da União homoafetiva, como entidade familiar, sendo igual à da união estável.
5.1 - PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
5.1.1 PRINCÍPIO DA ISONOMIA
Os direitos fundamentais estão inseridos na nossa atual Constituição Federal tem por objetivo proteger o indivíduo, sem fazer distinção entre eles, sendo chamado de princípio da isonomia ou igualdade. Entende-se como igualdade quando uma lei é aplicada a todos os indivíduos sem levar em consideração qualidades pessoais.
Neste sentido, Canotilho:
Ser igual perante a lei não significa apenas aplicação de leis igual da lei. A lei, ela própria, deve tratar por igual todos os cidadãos. Neste sentido, entende-se que a lei deve ser aplicada sem analisar qualidades pessoais dos cidadãos.�
A atual CF/88 da Igualdade em seu art. 5º
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Neste viés, homens e mulheres possuem igualdade em direitos e deveres, devendo ambos contribuir para o sustento e mantença familiar. 
Sendo assim, com essa redação, a lei garante que homens e mulheres têm direitos e deveres iguais perante a sociedade. Por isso quando houver a ocorrência de violência dentro do seio da família, cometida por uma mulher contra o homem, deve a este ser assegurado o direito a não violência, sem distinção de gênero. Os princípios são normas e devem ser obedecidas.
O princípio da Igualdade atua em duas vertentes: perante a lei e na lei. Por igualdade perante a lei entende-se o dever de aplicar o direito no caso concreto, por sua vez, a igualdade na lei pressupõe que as normas jurídicas não devem conhecer distinções, exceto as constitucionalmente autorizadas.
O princípio da Igualdade opera tentando impedir a possibilidade de criação de tratamentos abusivamente diferenciados a pessoa que se encontra em situação Idêntica. 
Em outras palavras, na obrigatoriedade ao intérprete, de aplicar a lei de forma igual sem estabelecimento de diferença em razão de sexo, religião, convicções filosóficas ou políticas, raça e classe social. 
Portanto tratamento igual entre homens e mulheres, previsto no inciso I do art 5º CF/88, pressupõe que o sexo não pode ser utilizado com discriminação como pressuposto de colocar em situação de desigualdade homens e mulheres. 
Sendo assim a lei 11340/2006, pode e deve ser aplicada a homens que se identificam como sendo do gênero mulher, para que não haja discriminação e consequentemente violação do princípio da isonomia/igualdade.
Assim, Nery entendi que: [...] Dar tratamento isonômico às partes significa tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades".� 
Conclui-se, portanto, que o princípio constitucional da igualdade, exposto no artigo5º, da Constituição Federal, traduz-se em Norma eficácia plena, cuja exigência de Essencial comprimento impede de qualquer norma regulamentadora, assegurando a todos, indistintamente, independentemente de raça, cor, sexo, classe social, situação econômica, orientação sexual, convicções políticas e religiosas, igual tratamento perante a lei, mas, também e principalmente, igualdade material e substancial. 
5.1.1.1 - PRINCÍPIO DA IGUALDADE ENTRE HOMEM E MULHER
 
A nossa Constituição traz a seguinte colocação: 
Art. 5º todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, a liberdade, a igualdade, a segurança e a propriedade, nos termos seguintes: 
1 - Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição: 
Este princípio, não deixa dúvidas de que a CF/88 Confere o princípio de igualdade, importância ampla o maior possível, para que homens e mulheres sejam iguais, perante a sociedade. Para que as desigualdades de muitos séculos que trazem privilégio aos homens, seja extinto.
Essa igualdade visa a confirmação de direitos e obrigações iguais diante do casamento e perante aos filhos, conforme nos traz o art. 226 § 5º. Todo este cuidado em estabelecer esta é que é equiparação entre os sexos não impede o constituinte em adotar tratamento diferenciado em alguns casos. 
Este princípio visa a proibição a situações, que o legislador ordinário, passa a considerar arbitrárias, tais situações corresponde a um tratamento igual, a todos, independentemente de sexo, raça, cor, religião, orientação sexual, partido político, dentre outras as supostas causas de tratamento desigual na sociedade supostas causas de tratamento desigual na sociedade. 
Princípio da Igualdade entre homens e mulheres deve ser valorizado pelo legislativo a fim de que as diferenças e semelhanças entre os fatos, resulta em uma certa ponderação e coerente, para que não haja violação desse princípio tão importante no nosso ordenamento.
É da natureza do ser humano, dentro de suas diferenças, devem ser tratados de forma igual perante a lei, diante dessa desigualdade necessária haverá uma discriminação positiva, para que tenha um resultado mais justo e equilibrado para ambas as partes, não se trata de discriminação, trata de colocar em igualdade, quem já está em situação de desigualdade.
O autor Celso Antônio Bandeira Mello dispõe que:
Por via do princípio de igualdade, O que é a ordem jurídica pretende firmar é a impossibilidade de equiparações fortuitas ou injustificadas. Para atingir este bem, este valor absorvido pelo direito, o sistema normativo concebeu fórmulas hábil que interdita, o quanto possível, Tais resultados, posto que, exigindo igualdade, assegura que os preceitos genéricos, os abstratos e os atos concretos colham a todos sem especificações arbitrárias, assim proveitosas ao detrimento para os atingidos.�
Diante disso, embora o dispositivo constitucional dispõe que todos são iguais perante a lei, não se admitindo qualquer distinção, pode ocorrer situação em que a igualdade formal descrita na lei não é aplicada, haja vista que o ser humano é diferente por natureza. Portanto não há igualdade absoluta ou de situações ou fatos, devem ser analisados caso a caso para real aplicação da Igualdade entre os indivíduos.
Nesse sentido Alexandre de Moraes entende que:
A constituição federal de 1988 adotou o princípio de igualdade de direitos prevendo a igualdade de aptidão, uma igualdade de possibilidades virtuais, ou seja, todos os cidadãos têm o direito de tratamento idêntico pela lei, em consonância com os critérios albergados pelo ordenamento jurídico. Dessa forma, o que se veda são as diferenciações atribuídas, as discriminações absurdas, pois, o tratamento desigual dos casos, na medida em que se desigualam, é exigência do próprio conceito de Justiça pois o que realmente protege são certas finalidades, somente se tendo por lesado o princípio constitucional quando o elemento discriminador se encontra a serviço de uma finalidade acolhida pelo direito.� 
Portanto, perseguido com o artigo 226 § 5º, os direitos e deveres concernentes a sociedade conjugal são exercidos de forma igualitária pelo homem e pela mulher. Significa que tanto o homem quanto a mulher são responsáveis pela família. Não havendo hierarquia na relação conjugal, haja vista que foi abolido este poder com o art. Introduzido com a Constituição Federal. As mulheres conquistaram seu espaço, expondo suas opiniões e não mais se calando as submissões ao homem. 
Nos dias atuais, homens e mulheres têm direitos e deveres iguais, reconhecidos na Carta Magna, sendo este princípio um dos mais importantes do nosso ordenamento jurídico.
Portanto é direito do indivíduo, seja ele homem ou mulher, o direito de ser respeitado por suas escolhas sexuais, devendo ser tratado como qualquer outro indivíduo que tenha concepções diferentes das suas. Este princípio resguarda o ser humano ao direito de escolha sobre sua sexualidade, e que esta escolha não o fará diferente de ninguém na sociedade.
Tendo seu tratamento Igual aos demais membros da sociedade, sendo que o homossexualismo não pode ser tratado com diferenças, já que vivemos numa sociedade, que prega a igualdade entre todos, sem levar em análise, sexo, religião, poder econômico, e etc.
A corrente interpretação do dispositivo elencado em lei como inaceitável a discriminação pelo sexo, até mesmo quando o sentido for de nivelar materialmente homem e mulher, porém aceito quando tiver a finalidade de atenuar os desníveis.
O princípio da Igualdade em relação homoafetiva e entidade familiar, que é realmente o ponto alto do trabalho, teve como entendimento do Supremo Tribunal Federal que o texto constitucional proíbe de forma expressa o preconceito em razão do sexo, ou até mesmo da natural diferença entre homens e mulheres, afirmando que existe isonomia entre os sexos.
Assim a garantia de não sofrer qualquer tipo de discriminação por sua opção sexual, ou pelo fato de deixar de fazer uso de sua sexualidade, destacou o ministro Ayres Britto, que "obsta que a união de pessoas do mesmo sexo possa ser reconhecida como entidade familiar opta a merecer proteção estatal".� concluindo ao final que" as mesmas regras e com idênticas consequências de união estável heteroafetiva", Pois para o entendimento do ministro quando pessoas convivem em união contínua e duradoura, mesmo sendo pessoas do mesmo sexo, é entendida como família.
Neste mesmo sentido Ministro Celso Mello dispõe: "[...] É direito de qualquer pessoa de construir família, independentemente de sua orientação sexual [...]�
O Superior Tribunal Federal, seguindo esse mesmo entendimento reconheceu que a parceria homoafetiva é uma das modalidades de entidade familiar, para os efeitos de partilha, entendo até sobre a possibilidade do casamento de pessoas do mesmo sexo, afirmando que o casamento é entidade plural, e que não é destinatário de proteção do estado, mas sim apenas um intermediário de um propósito muito maior, que a proteção à dignidade da pessoa humana.
5.1.2 - PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
Conforme a nossa Constituição Federal nos traz, o Brasil é formado por uma união que não se dissolve, formada por Estados, municípios e o Distrito Federal, construindo assim um estado democrático de direito, tendo como um dos fundamentos a dignidade da pessoa humana.
A dignidade da pessoa humana é um direito fundamental, assegurando que todos os indivíduos de uma sociedade temdireito de ter uma vida digna, no sentido subjetivo e objetivo, com direitos subjetivos ou fundamentais.
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamada pela Organização das Nações Unidas em 1948, no seu art 1 traz: "todos os homens nascem livres e Iguais em dignidade e direitos", por esse artigo entendemos que somos todos titulares do direito à dignidade humana.
Com o intuito de se esclarecer o que realmentevem a ser dignidade Rizzatto Nunes aponta que: "dignidade é um conceito que foi sendo elaborado no decorrer da história e chega ao início do século XXI repleto de si mesmo como valor Supremo construindo pela razão jurídica."�
Nesse sentido, entende-se como um dos papéis do direito, é um instrumento pelo qual se controla os erros dos seres humanos, controlando seus impulsos, para que não sejam prejudiciais à sociedade.
A dignidade da pessoa humana apresenta vários entendimentos de conceitos, não sendo pacífico apenas um conceito.
A Carta Magna trata a dignidade da pessoa humana como princípio constitucional, haja vista que nossa CF foi elaborada pós-ditadura, o que trouxe profundo sentimento de necessidade de solidariedade entre os povos.
Portanto, o princípio da dignidade humana, ao qual nos é reportado a ideia democrática, é um dos fundamentos do Estado democrático do direito, tornando-se elemento referência para interpretação e aplicação das normas jurídicas. Não se pode tratar o ser humano como um simples objeto, principalmente na condição de trabalhador, acho que muitas vezes é tratado apenas como uma peça de engrenagem para girar e girar a economia.
Acerca do tema, existem dois prismas a respeito do princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, sendo um objetivo sendo a garantia de um mínimo existencial, e subjetivo tratando do sentimento de auto estima e respeito.
Sendo que qualquer pessoa deve ter esse direito respeito, sendo preservado a sua dignidade, haja vista que este princípio está elencado na nossa carta maior a Constituição Federal. 
Nucci entendi que:
A dois prismas para o princípio constitucional Regente da dignidade da pessoa humana: o objetivo e o subjetivo. Sob o aspecto objetivo, significa a garantia de um mínimo existencial ao ser humano, atendendo suas necessidades básicas, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e Previdência Social, nos moldes fixados pelo art 7° IV da CF. Sob o aspecto subjetivo, trata-se do sentimento de respeitabilidade e auto estima, inerentes ao ser humano, desde o nascimento, em relação aos quais não se cabe qualquer espécie de renúncia ou desistência.�
Ademais, o princípio da dignidade humana é direito irrenunciável, haja que o indivíduo não pode abrir mão de sua dignidade, é um direito inerente à sua vontade.
Portanto esse princípio não faz distinção entre os seres humanos, não levando em conta suas condições, sexo, religião, política e etc, pois todos os seres humanos têm direito à dignidade da pessoa humana. 
No que concerne ao homossexualismo não torna diferente que nenhum outro indivíduo da sociedade, tendo os mesmos direitos e deveres de qualquer outro indivíduo tenha.
Esse princípio exerce uma função ordenadora, conferindo circunstância a ordenamento jurídico brasileiro. Tomando como fundamento todo sistema de direitos fundamentais, de maneira que esses desdobramentos da dignidade da pessoa é a base da Interpretação para a concretização dos direitos da dignidade da pessoa humana.
Cada ser humano representa o valor absoluto, cabendo ao estado o dever de respeito, proteção e promoção para o exercício plenos do exercício dos direitos fundamentais.
Ao fim da exposição dos princípios constitucionais, há de salientar que em respeito da Constituição da República e aos direitos humanos, Tais princípios servem como embasamento para argumentação da aplicabilidade da lei 11340/2016 para casais homoafetivos, uma vez que o que é levado em consideração é o gênero e não a sexualidade do indivíduo.
Portanto, segundo princípios elencados na Constituição de 1998 é aplicado a Lei Maria da Penha para uniões homoafetivas, com fundamento na própria lei de jurisprudências ao redor do tema.
6 - APLICAÇÃO DA LEI MARIA DA PENHA PARA CASAIS HOMOAFETIVOS
Hoje, temos um novo modelo de família, que foge do "homem-mulher" podemos dizer que é a família democrática, baseada nos laços de afeto, na qual todos colaboram para as decisões e todos são sujeitos de direitos perante o estado. Nos fundamentos da decisão do STF, quem Entendeu ser constitucional a união homoafetiva, vemos com clareza essa interpretação. O ministro Ayres Britto, em seu voto, entendeu a família como sendo fato cultural e espiritual, não como fato biológico, pouco importando "se formal ou informalmente constituída, ou se integrada por casais heterossexuais ou por pessoas assumidamente homoafetivas". Não só a mulher é vulnerável em uma relação afetiva e a violência doméstica não se impõe somente em relação ao sexo oposto. 
Através da interpretação exclusiva do artigo 5º da Lei Maria da Penha ("as relações pessoais anunciadas neste artigo independente da orientação sexual"), podemos incluir a proteção à mulher vítima de outra mulher, bem como o homem vítima, tanto de mulher quanto de homem. Os juízes que aplicam nesses casos, entendi que qualquer pessoa vulnerável pode ser beneficiada, já que a constituição prevê igualdade a todos perante a lei. A lei não precisa ser expressa para ter uma resposta do direito.
Dessa forma, pode-se afirmar que, assim como as mulheres, um dos homens dessas famílias pode se apresentar em situação tão vulnerável presente nas relações familiares tradicionais.
Se a Lei Maria da Penha surgiu para proteger as mulheres, independentemente da sua orientação sexual, significa que a violência decorre dos problemas advindos da família em si. Tal como as famílias formadas por duas mulheres ou uma mulher em um homem, as unidades familiares formadas por dois homens apresentam a mesma fragilidade e complexibilidade daquelas. O que significa que, independentemente de quem seja os integrantes da família, os membros merecem a proteção legal igual nos casos de violência doméstica. Se houve a consequente aplicação da Lei Maria da Penha para os casais de lésbicas, por conseguinte, os casais homossexuais formados por homens merecem Idêntica proteção.
Ao mesmo tempo em que o Supremo Tribunal Federal se posicionou no sentido de que o art 1° da lei 11.340 é constitucional, e que sendo assim, mesmo nas situações em que o homem é vítima de violência doméstica, este não possui os mesmos direitos que a mulher, através do disposto no artigo 226 § 8º da Constituição Federal, entende-se que o estado deverá assegurar assistência a todos aqueles, que nas relações intrafamiliares, se encontra em situação de vulnerabilidade Independente de sexo, raça, condição intelectual, etc. 
Estando na condição de vulnerável, o homem deve as mesmas garantias assegurados as mulheres, uma vez que deve ser utilizado o princípio da igualdade, corolário nas relações familiares.
Portanto, para aplicação real da lei 11340/2006 a Lei Maria da Penha, deve-se analisar o indivíduo que se encontra em situação de vulnerabilidade na relação do seio familiar.
Se um indivíduo for do sexo masculino, mas se identificar, considerar-se do gênero feminino, e estiver em situação de vulnerabilidade, aplica-se a Lei Maria da Penha para ele, uma vez que a lei prioriza a proteção de indivíduos que sofreu violência no seio da entidade familiar, seja formada por heterossexuais homossexuais. 
Como definir Maria Berenice Dias: [...] Lésbicas, transexuais, travestis e transgêneros, quem tem uma identidade social com sexo feminino estão ao abrigo da Lei Maria da Penha [...].�
Desta forma a lei, alcança o conceito de família formada por casal homoafetivo, aplicando a lei Maria da Penha quando houver violência doméstica cometida em âmbito familiar, estando a vítima em situação de vulnerabilidade.
De acordo com o pensamento da autora, mesmo que a Lei Maria da Penha tem protegido somente a mulher, esta proteção estende-se aos homens vítimas de violência doméstica, não importando, o sexo. 
Segundo dispositivo constitucional que prevê o princípio da igualdade, tal regra deve ser também estendida aos casais homossexuais formados por dois homens, como defende brilhantemente.
[...] Como já foram mencionados anteriormente, osincisos do artigo 5º da Lei nº 11340/2006 enumere o campo de abrangência da Lei quais sejam âmbito doméstico, âmbito familiar relação íntima de afeto. É vital que se leve em consideração que, quando a lei fala de "qualquer relação íntima de afeto", ela está se referindo tanto a casais heterossexuais, como a casais homossexuais. [...]� 
Sendo assim, a violência em casa nas relações afetivas atinge em maior proporção as mulheres, o que justifica a criação de um Juizado da e a edição de um estatuto protetivo específico. No entanto, caso um homem padeça do mesmo mal, não fará nenhum sentido negar-lhe as medidas protetivas adequadas.
Não é vergonha nenhuma um homem se socorrer ao poder judiciário para fazer cessar as agressões da qual vem sendo vítima. Também não é um ato de covardia. É sim, ato de sensatez, já que não procura o homem/vítima se utilizar de atos violentos com uma demonstração de força ou vingança. E compete à justiça fazer o seu papel de envidar todos os esforços em busca de uma solução de conflitos, em busca de uma paz social.
Podemos constatar que a violência, nas modalidades da Lei Maria da Penha, estiver sendo utilizada, não há dúvida que as medidas protetivas desta lei podem ser aplicadas para favoreceu o homem, impondo-se a analogia in bonam partem – para favorecer a gente. Todavia, como percebeu-se esse entendimento não está pacificada, mas, sabiamente, caminha nesse sentido.
Essa aplicação da forma na lógica tornou-se possível com base no poder geral de cautela que o juiz tem de conceder medidas cautelares inominados as necessidades de proteção do Estado, desde que venha a requerê-las.
Desse modo, a não aplicação da analogia da Lei Maria da Penha, ao caso concreto de violência doméstica contra os homens ferem o princípio da Igualdade garantido na constitucionalidade. Assim, por se tratar de uma afronta a um direito fundamental característica caracteriza uma inconstitucionalidade. E, desse modo, confirma a hipótese da presente pesquisa, de que é aplicada a lei 11340/2006 ao indivíduo que esteja em situação de vulnerabilidade, em uma violência doméstica advinda de uma entidade familiar homoafetiva.
7 – CONCLUSÃO
A decisão do juiz, estendendo a ampliação da Lei Maria da Penha, originalmente destinada a punição da agressão contra a mulher na relação doméstica familiar e, portanto, sendo a aparentemente incoerente no plano formal, representa a caracterização de uma coerência na forma, mas de fundo, ou seja, um compromisso com a busca da justiça para o caso concreto, com a aplicação de um princípio maior constitucional - o da isonomia.
Essa decisão de aplicar por analogia a lei aos casais homoafetivos, mostra que o formalismo excessivo deturpa natureza do direito e não resolve as novas situações emergidas do social. Assim, as normas não devem ser entendidas como tendo um caráter fixo, estático, pelo contrário, é função do aplicador do direito atualizar no processo das normas conforme a moral política da comunidade a mobilidade das circunstâncias históricas.
Conflito negativo de competência. Violência doméstica e familiar. Homologação do auto de prisão em flagrante. Agressões praticadas pelo companheiro contra a pessoa civilmente identificado como sendo do sexo masculino. Vítima submetida a cirurgia de adequação de sexo por ser hermafrodita. Adoção do sexo feminino. Presença de órgãos reprodutivos femininos que lhe conferem a condição de mulher. Retificação do registro civil já requerida judicialmente. Possibilidade de aplicação, no caso concreto da lei 11.340/2006. Competência do juízo suscitante. Conflito improcedente. (TJSC, CC. 2009. 006461- 6, 14.08.2009 3° Vara Criminal, j, rel. Des. Roberto Lucas Pacheco).
Segundo jurisprudência de nossos tribunais: 
Portanto a lei 11340/2006 só deve ser aplicado quando restar verificada que a causa (motivo) da violência foi em razão do gênero, isto é, que tenha um agressor, seja homem ou mulher, monte de uma relação de afetividade intimidade com uma vítima.
Assim considerando que o verdadeiro objetivo da Lei Maria da Penha prevenir, punir e erradicar a violência doméstica e familiar contra a mulher, não em razão do sexo, mas em virtude do gênero, (violência doméstica violência doméstica), bem como diante do Império do princípio da Igualdade entre os sexos, cabível, é necessária a aplicação da Lei Maria da Penha 11340/2006 - aos crimes praticados contra homem nas relações domésticas. O que caracteriza a violência doméstica não é o sexo, mas sim a existência de relação familiar ou afetividade entre as pessoas envolvidas, desde que uma esteja em situação de vulnerabilidade em relação a outra.
Atualmente, nossos tribunais vêm decidindo da seguinte forma:
VETO N° 718
MANDATO DE SEGURANÇA 2097361-61.2015.8.26.0000
COMARCA DE SÃO PAULO (VARA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA)
IMPETRANTE. GABRIELA DA SILVA PINTO NOME SOCIAL (JEAN CARLOS DA SILVA PINTO NOME CIVIL)
IMPETRADO: MM. JUIZ DO JUIZADO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER �
O relator do mandado de segurança concedeu a aplicação das medidas previstas na Lei Maria da Penha, que havia sido negados pelo M.M juiz de primeira instância. 
Como sabe nesse julgamento em vários julgados vem se apresentando em nosso ordenamento jurídico, fica evidente que a Lei Maria da Penha deve ser aplicado quando a vítima sem contração de vulnerabilidade.
Ademais, o reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo confirma que a lei 11340/2006 também se aplica aos casais homossexuais, sempre que a vítima se encontra em situação de vulnerabilidade, e seja vítima de violência doméstica.�
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