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Capitalismo e a desigualdade social

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Capitalismo e a desigualdade social
O texto tem como objetivo analisar de uma forma clara e simples a desigualdade social na sociedade capitalista contemporânea e os conflitos gerados pela mesma, visto que se trata de um tema muito amplo e controverso, evidenciando assim a lógica de reprodução do sistema capitalista que conduz um processo de desenvolvimento da humanidade numa escala jamais vista antes, do ponto de vista da tecnologia e da ciência. Porém por outro lado tem levado a humanidade de uma forma geral o afastamento do horizonte emancipatório.
A desigualdade social começou a partir do momento que o homem dominou a natureza, possibilitando assim a exploração do homem pelo homem, desde os primórdios o homem começou a produzir mais que o necessário para sua sobrevivência e consequentemente tornando desnecessária a produção e o consumo coletivo, desta forma nasce então o poder com base na opressão de uma classe sobre a outra, o fato de ocorrer é devido ao excedente produzido ser apropriado por uma minoria da sociedade e assim fica evidenciado a separação da função da produção e acumulação entre os homens foi historicamente engendrando um novo complexo social denominado por desigualdade social.
O surgimento do excedente na produção no final das comunidades primitivas determinou novas relações entre os homens que passaram a assentar-se na exploração do homem pelo homem ou seja o trabalho humano passou então a ser lucrativo para um determinado grupo social, assim explorando um ao outro.
A história do homem é construída através de um processo dialético onde passa por processos de mudanças de uma forma geral, interagindo com os homens, com a realidade e consigo mesmo.
A sociedade passa cada vez mais a precisar de formas de organização entre os homens que passaram então a se dividir em grupos sociais e também criando regras e normas de formas que pudessem ter um auto controle.
Vários filósofos e sociólogos que estudaram a história do homem, compreendem dois processos que são determinantes nas relações estabelecidas entre os homens que é a necessidade e liberdade. O homem nas suas primeiras relações com a natureza e com os outros homens buscava suprir suas necessidades mais essenciais, e a partir desta garantia, busca também a liberdade.
A partir do momento em que as relações tornam-se mais complexas, com as relações capitalistas e com a busca pela modernização da sociedade, muitos destes homens não conseguem suprir as suas necessidades mais básicas, nem alcançar sua liberdade, reduzindo-se a simples lealdade ao estado.
Uma das maiores consequências causadas pela desigualdade social podemos ver no Brasil, resultado da forma como os homens agem, pensam e aceitam os padrões mínimos de sobrevivência de cada indivíduo.
No Brasil a pobreza não advém de falta de recursos e tão pouco mão de obra e sim a desigual distribuição de recursos. O Brasil é um pais rico, porém com um dos maiores índices de desigualdade no mundo isso gera um conflito negativo de grande magnitude a todos.
A comparação internacional entre o grau de desigualdade de renda no Brasil e o observado em outros países comprova não só que a desigualdade brasileira é das mais elevadas em todo o mundo, mas contribui também para entender como um país com renda per capita relativamente elevada pôde manter, nos últimos 20 anos, em média, cerca de 40% da sua população abaixo da linha de pobreza (FARIA, 2000, p. 21).
Foi possível perceber, que a desigualdade social e a pobreza fizeram parte de todo o processo histórico, estando presentes muitas vezes, nas principais pautas de discussão, porém, não como objetos de efetivas ações que buscassem o enfrentamento da problemática.
Contraditoriamente, busca-se uma forma de amenizar os problemas decorrentes da pobreza, através da culpa lançada às pessoas que se encontram nesta situação. A representação que a sociedade capitalista adotou do sujeito que está em situação de pobreza, é de “vagabundo”, “analfabeto”, “desqualificado”, entre outros. O que permite culpar uma única pessoa por um problema que é criado pela sociedade e que cabe a esta resolver.
Na sociedade moderna temos muitas situações onde as normas e regras acabam direcionando suas posições em busca de defender o desenvolvimento do capital e dos interesses da classe que encontra-se no “poder”, perdem seu caráter de impessoalidade. As regras não são construída de acordo com o interesse de todos e sim de grupos restritos, por isso, a dificuldade da aceitação por todos.
Voltando um pouco para o Brasil partindo do ponto de vista histórico vemos que o planejamento não se voltava para os interesses de melhorar o pais e as condições de viver de sua população. Até mesmo o processo de ocupação de território visava suprir interesses do mercado externo como podemos ver até nos dias atuais. 
A forma de desenvolvimento adotado, precário e desigual, proporcionava o enriquecimento apenas dos que estavam no comando. A desigualdade e consequentemente a pobreza, sempre presentes no decorrer da história, agravam-se e apresentam-se com novas características a partir do processo de industrialização e com o surgimento do capitalismo.
Através dessa breve reflexão podemos perceber que a desigualdade social e como consequência a pobreza refletem em ações direcionadas e determinadas pelas formas de pensar e de planejar nossa sociedade. Onde mesmo existindo pensamentos e concepções sobre o mundo variam de acordo com cada indivíduo o planejamento e pensamento acaba sendo dominante por poucos que detém o poder. Neste sentido, não basta avançarmos apenas em instrumentos ditos democráticos, deve-se colocá-los como possibilidade de acesso a grande parte da população, não apenas como instrumentos que servem para mascarar as ações do capital, mas que voltem para as reais necessidades da maioria dos homens, compreendidos como seres capazes de traçar sua história, através daquilo que acreditam.
Com base no pensamento de vários autores entendemos que a ordem social capitalista é essencialmente contraditória, visto que ao mesmo tempo que podemos ter grandes riquezas podemos ter várias barbáries humanas, que nada mais é do que o reflexo do antagonismo de classes gerado pela exploração do trabalho e acumulação do capital por uma minoria.
Portanto as contradições permanecem as condições materiais da pobreza e desigualdade social entre os homens necessita ser desvelado em suas raízes materiais situando sua historicidade com a proposição de criar uma alternativa para o desenvolvimento humano, centrado nas necessidades humanas e não nas necessidades de reprodução do capital que dentro da sua lógica de acumulação limita a humanidade a emancipação política, ou seja, a direitos e liberdades formais que nada mais são que a justificativa da sua real desigualdade social.
Referências
ABRANCHES, S. H. Política Social e Combate à Pobreza: A teoria da prática, in Política Social e Combate à Pobreza. 4.ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998.
BERGER, P. L.; LUCKMANN, T. A Construção Social da Realidade – tratado de sociologia do conhecimento. Petrópolis: Editora Vozes, 1976.
HELLER, A. Além da Justiça. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

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