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Escola de Engenharia de Lorena - USP - Cinética Química Capítulo 07 – Introdução a Reatores Químicos _____________________________________________________ Notas de Aula - Prof. Dr. Marco Antonio Pereira 1 - Introdução “A cinética química e o projeto de reatores estão no coração de quase todos os produtos químicos industriais. É, principalmente, o conhecimento da cinética química e o projeto do reator que distinguem o engenheiro químico dos outros engenheiros” (Fogler – Capítulo 1 – Introdução de seu livro) 2 – Tipos de Processos Os três tipos de processos mais comuns são os seguintes: • Descontínuo (ou Batelada) – Exemplo (a) da Figura 1 • Contínuo - Exemplo (b) da Figura 1 • Semi Batelada (ou semi contínuo) - Exemplos (c), (d) e (e) da Figura 1 Figura 1 – Formas de alimentação de um sistema (Levenspiel) Para cada uma das formas de alimentação apresentadas na Figura 4, a Tabela 1 apresenta um resumo da análise da variação do volume e da composição do meio reacional em função do tempo. EXEMPLO OPERAÇÃO VOLUME COMPOSIÇÃO (a) Batelada Constante Variável (b) Contínua Constante Constante (no mesmo ponto) (c) Semi Batelada Variável Variável (d) Semi Batelada Variável Constante (e) Semi Batelada Constante Variável Tabela 1 - Análise da variação do volume e da composição do meio reacional em função do tempo para diferentes formas de operação de um reator. Escola de Engenharia de Lorena - USP - Cinética Química Capítulo 07 – Introdução a Reatores Químicos _____________________________________________________ Notas de Aula - Prof. Dr. Marco Antonio Pereira 3 – Os Reatores Ideais Básicos 3.1- Reator descontínuo (ou batelada) – é um tanque com agitação mecânica no qual todos os reagentes são introduzidos no reator em uma única vez. Em seguida são misturados e reagem entre si. Após um tempo, os produtos obtidos são descarregados de única vez deste reator. Em inglês é conhecido como: Batch Reactor (vide figura 2a) 3.2 – Reator Tubular – é um tubo sem agitação no qual todas as partículas escoam com a mesma velocidade na direção do fluxo. Em inglês é conhecido como: Tubular Reactor ou Plug Flow Reactor (PFR). (vide figura 2b) 3.3 – Reator de mistura – é um tanque agitado com escoamento contínuo e sem acúmulo de reagentes ou produtos e é operado de acordo com as seguintes características: � composição uniforme dentro do reator � a composição de saída é igual à composição do interior do reator � a taxa da reação é a mesma em todo o reator, inclusive na saída. Em inglês é conhecido como: Continuous Stirred Tank Reactor (CSTR). (vide figura 2c) Figura 5 – Principais Tipos de Reatores Ideais Para cada um destes três principais tipos de reatores ideais, uma pergunta básica que permite distinguir bem os três reatores entre si é a seguinte: O que ocorre com a composição no meio reacional do reator (___________) se forem coletadas alíquotas de seu interior: (1) em tempos diferentes de um mesmo local? (2) em locais diferentes ao mesmo tempo? Reator (1) Variação de Ci com o tempo (2) Variação de Ci no espaço Batch varia não varia CSTR Não varia não varia PFR não varia varia Tabela 2 - Análise da variação da concentração em função do tempo em uma posição fixa ou da variação da concentração em função da posição no reator num tempo fixo. Escola de Engenharia de Lorena - USP - Cinética Química Capítulo 07 – Introdução a Reatores Químicos _____________________________________________________ Notas de Aula - Prof. Dr. Marco Antonio Pereira 4 – Sistemas Contínuos: Conceitos Gerais Velocidade molar (ou vazão molar): é a razão entre o número de moles pelo tempo. Seu símbolo é F. Vazão: é a relação entre o volume por unidade de tempo. Seu símbolo é v0 . Relação entre velocidade molar (F) e vazão (v0) Conversão para Operações Contínuas C volume mol tempo volume tempo mol v F tempo volume v tempo molF = = =⇒ = = Em resumo : i i C v F = − = − = t N t N t N N NN X A AA A AA A 0 0 0 0 Em resumo : 0 0 A AA A F FF X − = 5 – Equação Geral de Balanço de Massa O ponto inicial para o estudo de reatores é o balanço de massa das espécies químicas (reagentes ou produtos) que participam de uma reação química. Este balanço de massa é representado, de uma forma geral, pela equação 1. + + = volumede elemento no reagente do acúmulo de Taxa volumede elemento no Química Reação à devido reagente de consumo de Taxa volumede elemento do fora para reagente de escoamento de Taxa volumede elemento do dentro para reagente de escoamento de Taxa [Entra] = [Sai] + [Reage] + [Acumula] ___________________________________________________________ Equação 1 – Balanço de Massa Genérico Para um elemento de volume do reator, o balanço de massa é representado na Figura 3. Figura 3 – Balanço de massa para um elemento de volume do reator (Levenspiel) Escola de Engenharia de Lorena - USP - Cinética Química Capítulo 07 – Introdução a Reatores Químicos _____________________________________________________ Notas de Aula - Prof. Dr. Marco Antonio Pereira 6 – Equações Gerais de Reatores Ideais 6.1 – Reator Descontínuo Ideal entra = sai + reage + acumula Como não existe entrada ou saída durante a reação, os termos entra e sai são portanto iguais a ZERO, e a equação geral de balanço de massa de um reator batelada se resume a : ⊕ (Reage) = (-) (Acumula) ( ) ( ) −= + reator do dentroA reagente do acúmulo Velocidade química reação à devidoreator do dentroA reagente do consumo de Velocidade [ ] ( ) ( )( ) =−= = reagente mistura pela ocupado reator do volume reagente fluido do volumetempo A reagente do molesV r po)(moles/tem reação pela A de consumo Re Aage [ ] ( ) ( )[ ] dt dXN dt XNd dt dN acúmulo AA AAA 0 0 1 omoles/temp A de acúmulo −= − == = ( ) dt dN A=− V rA ⇒ ( ) ( ) ( ) −−=− dt dXN V r AAA 0 ( )V r dX N dt A AA0 − = ⇒ ( )∫ −= A 0 X 0 A A A V r dX Nt Escola de Engenharia de Lorena - USP - Cinética Química Capítulo 07 – Introdução a Reatores Químicos _____________________________________________________ Notas de Aula - Prof. Dr. Marco Antonio Pereira 6.2 – Reator de Mistura Ideal entrada = saída + consumo + acúmulo Como não existe acumulo durante a reação, o termo acumulo é portanto igual a ZERO, e a equação geral de balanço de massa de um reator de mistura se resume a : Entrada = Saída + Consumo entrada de A,mol/tempo = ( ) 000 AAA FX1F =− ; saída de A, mol/tempo = ( )AAA X1FF 0 −= ; () ( ) =− reagente fluido pelo ocupado reator do volume reagente fluido do volume tempo A reagente de molesV r mol/tempo reação, pela A de consumo A entrada = saída + consumo ( )V r XF FF AAAAA 000 −+−= ( )V rXF AAA0 −= ⇒ ( )A AA r XF V 0 − = Escola de Engenharia de Lorena - USP - Cinética Química Capítulo 07 – Introdução a Reatores Químicos _____________________________________________________ Notas de Aula - Prof. Dr. Marco Antonio Pereira 6.3 – Reator Tubular Ideal entrada = saída + consumo + acúmulo Como não existe acumulo durante a reação, o termo acumulo é portanto igual a ZERO, e a equação geral de balanço de massa de um reator de mistura se resume a : Entrada = Saída + Consumo entrada de A, moles/tempo = FA; saída de A, moles/tempo = FA + dFA; ( )dVrA−= omoles/temp reação pela A de consumo = ( ) ( ) reagente fluido do volume tempo A reagente de moles * aconsideradreator do seção na fluido do volume (entrada) = (saída) + (consumo) FA = FA + dFA + (-rA) dV (-rA) dV = (-) dFA → mas ( )[ ] ( ) AAAAA dX FX1F ddF 00 −=−= → então : ( ) AAA dX FdV r 0=− ( )∫ ∫ −= V 0 X 0 A A A A 0 r dXFdV ⇒ ( )∫ −= A 0 X 0 A A A r dX FV 6.4 – Quadro Resumo das Equações Gerais de Reatores Ideais Reator Forma diferencial Forma integral Forma algébrica Batch ( )V r dt dN A A −=− ( )∫ −−= A 0A N N A A V r dN t - CSTR - - ( )A AA r FF V − − = 0 PFR ( )AA rdV dF −= ( )∫ −= A A F F A A r dFV 0 - Quadro 1 – Equações em função de NA Escola de Engenharia de Lorena - USP - Cinética Química Capítulo 07 – Introdução a Reatores Químicos _____________________________________________________ Notas de Aula - Prof. Dr. Marco Antonio Pereira Reator Forma diferencial Forma integral Forma algébrica Batch ( )V rA0 −=dt dXN AA ( )∫ −= A 0 0 X A A V r dX t AN - CSTR - - ( )A AA r XF V − = 0 PFR ( )AAA rdt dXF −= 0 ( )∫ −= AX A A A r dXFV 00 - Quadro 2 – Equações em função de XA 7 – Tabela Estequiométrica Seja a reação química: aA + bB → rR + sS s N r N b N a N SRBA ∆ = ∆ = ∆ = ∆ AAAB XN a b ∆N a b ∆N 0 == AAAR XN a r ∆N a r ∆N 0 == AAAS XN a s ∆N a s ∆N 0 == 7.1 - Operação Descontínua aA + bB → rR + sS em t = 0 ⇒ 00000 ISRBA N,N,N,N,N em t = t ⇒ ΙSRΒΑ Ν,Ν,Ν,Ν,Ν Espécie Início da reação Reage Final da reação A 0AN AA XN 0− AAA XNN 00 − B 0B N AA XN 0a b − AAB XNN 00 a b − R 0R N AA XN 0a r + AAR XNN 00 a r + S 0SN AA XN 0a s + AAS XNN 00 a s + I 0I N _ 0I N Escola de Engenharia de Lorena - USP - Cinética Química Capítulo 07 – Introdução a Reatores Químicos _____________________________________________________ Notas de Aula - Prof. Dr. Marco Antonio Pereira É comum expressar os parâmetros reacionais da reação em função de concentração. Entretanto, como concentração é função do volume a tabela estequiométrica deve ser montada para N (número de moles) e em seguida aplicada às reações químicas com variação de volume (onde 0ξA ≠ ) ou sem variação de volume (onde 0ξA = ). Para as reações químicas a volume variável [ ( )AA0 Xξ1 VV += ], tem-se: Espécie Final da reação (Ni) Final da reação (Ci) A AAA XNN 00 − ( )AA Xξ+ − 1 XCC AAA 00 B AAB XNN 00 a b − ( )AA X a b ξ+ − 1 XC C AAB 00 R AAR XNN 00 a r + ( )AA X a r ξ+ + 1 XC C AAR 00 S AAS XNN 00 a s + ( )AA X a s ξ+ + 1 XC C AAS 00 I 0I N ( )AA Xξ+1 C 0I Para as reações químicas a volume constante (onde 0ξA = ), tem-se que: Espécie Final da reação (Ni) Final da reação(Ci) A AAA XNN 00 − AAA XCC 00 − B AAB XNN 00 a b − AAB XCC 00 a b − R AAR XNN 00 a r + AAR XCC 00 a r + S AAS XNN 00 a s + AAS XCC 00 a s + I 0IN 0IC 7.2 – Operação Contínua aA + bB → rR + sS em t = 0 ⇒ 00000 ISRBA F,F,F,F,F em t = t ⇒ ΙSRΒΑ F,F,F,F,F Escola de Engenharia de Lorena - USP - Cinética Química Capítulo 07 – Introdução a Reatores Químicos _____________________________________________________ Notas de Aula - Prof. Dr. Marco Antonio Pereira Espécie Início da reação Reage Final da reação A 0AF AA XF 0− AAA XFF 00 − B 0BF AA XF 0a b − AAB XFF 00 a b − R 0RF AA XF 0a r + AAR XFF 00 a r + S 0SF AA XF 0a s + AAS XFF 00 a s + I 0IF _ 0IF Como concentração é função do volume, e para operação continua: v FC ii = . Para as reações químicas a volume variável [ ( )AA0 Xξ1 VV += ], tem-se: Espécie Final da reação (Fi) Final da reação(Ci) A AAA XFF 00 − ( )AA Xξ+ − 1 XCC AAA 00 B AAB XFF 00 a b − ( )AA X a b ξ+ − 1 XC C AAB 00 R AAR XFF 00 a r + ( )AA X a r ξ+ − 1 XC C AAR 00 S AAS XFF 00 a s + ( )AA X a s ξ+ − 1 XC C AAS 00 I 0IF ( )AA Xξ+1 C 0I Para as reações químicas a volume constante (onde 0ξA = ), tem-se que: Espécie Final da reação (Fi) Final da reação(Ci) A AAA XFF 00 − AAA XCC 00 − B AAB XFF 00 a b − AAB XCC 00 a b − R AAR XFF 00 a r + AAR XCC 00 a r + S AAS XFF 00 a s + AAS XCC 00 a s + I 0IF 0IC Escola de Engenharia de Lorena - USP - Cinética Química Capítulo 07 – Introdução a Reatores Químicos _____________________________________________________ Notas de Aula - Prof. Dr. Marco Antonio Pereira 8 – Revisão de Conceitos Gerais de Diluição 8.1 - Sistemas Descontínuos Conforme já visto no curso de Cinética tem-se que: solução 1 solução 2 Seja: CA1 concentração da substancia A na solução 1 CA2 concentração da substancia A na solução 2 CA0 concentração inicial da substancia A para a reação química (após a mistura de ambas as soluções) V1 volume da solução 1 V2 volume da solução 2 V0 volume inicial da reação (V1 + V2 ) A regra geral de uma diluição sempre será somar os números de moles de cada uma das soluções: 21 AAA NNN o += e que analisada sobre o conceito de concentração, conduz a : 21 21 VCVCVC AAAo += e que conduz a : V VCVC C AAAo 21 21 += 8.2 - Sistemas Contínuos Raciocínio idêntico ao anterior se aplica aos sistemas contínuos (que serão amplamente estudados na disciplina de Reatores). corrente 1 corrente 2 Seja: FA1 velocidade molar da substancia A na corrente 1 FA2 velocidade molar da substancia A na corrente 2 FA0 velocidade molar da substancia A no inicio da reação química (após a mistura de ambas as soluções) v1 vazão da solução 1 v2 vazão da solução2 v0 vazão inicial da reação (v1 + v2 ) A regra geral de uma diluição sempre será somar os números de moles de cada uma das soluções (expressos aqui em função do tempo): 21 AAA FFF o += e que analisada sobre o conceito de concentração, conduz a : 21 21 vCvCvC AAoAo += e que conduz a : o AA A v vCvC C o 21 21 +=
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