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FACULDADE CAPIXABA DE NOVA VENÉCIA 
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
 
 
 
MIQUÉIAS TEIXEIRA DA SILVA 
RAIMUNDO JULIO DE MORAES GUIMARÃES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA AS 
COMPANHIAS BRASILEIRAS: ESTUDO DE CASO PARA ANÁLISE 
ECONÔMICO-FINANCEIRA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOVA VENÉCIA 
2012 
 
 
 
MIQUÉIAS TEIXEIRA DA SILVA 
RAIMUNDO JULIO DE MORAES GUIMARÃES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA AS 
COMPANHIAS BRASILEIRAS: ESTUDO DE CASO PARA ANÁLISE 
ECONÔMICO-FINANCEIRA. 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso II apresentado 
ao Programa de Graduação em Ciências 
Contábeis da Faculdade Capixaba de Nova 
Venécia, como requisito parcial para obtenção do 
grau de Bacharel em Ciências Contábeis. 
rientadora: Prof.ª Maria das Graças Santana 
Fernandes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOVA VENÉCIA 
2012 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Catalogação na fonte elaborada pela “Biblioteca Pe. Carlos Furbetta”/UNIVEN 
 
 
 
MIQUÉIAS TEIXEIRA DA SILVA 
RAIMUNDO JULIO DE MORAES GUIMARÃES 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA AS 
COMPANHIAS BRASILEIRAS: ESTUDO DE CASO PARA ANÁLISE 
ECONÔMICO-FINANCEIRA. 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso II apresentado ao Programa de Graduação em Ciências Contábeis 
da Faculdade Capixaba de Nova Venécia, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel 
em Ciências Contábeis. 
 
 
Aprovada em ____ de novembro de 2012. 
 
 
 
 
 
COMISSÃO EXAMINADORA 
 
 
 
 
 
______________________________________ 
Prof.ª Maria das Graças Santana Fernandes. 
Faculdade Capixaba de Nova Venécia 
Orientadora 
 
 
 
 
 
_____________________________________ 
Prof.º 
Faculdade Capixaba de Nova Venécia 
Membro 1 
 
 
 
 
 
____________________________________ 
Prof.º 
Faculdade Capixaba de Nova Venécia 
Membro 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Miquéias Teixeira da Silva 
Dedico este trabalho a toda minha família 
e amigos que me auxiliaram e 
compreenderam-me nos momentos 
difíceis dessa jornada, mas em especial 
dedico a duas pessoas que contribuíram 
de forma incondicional em minha 
formação pessoal e profissional, meus 
pais: Daci Martins da Silva e Maria Marta 
de Jesus Teixeira Silva, que me apoiaram 
e acreditaram em mim, mesmo quando as 
circunstâncias diziam não, eles 
mantiveram a fé. 
 
Raimundo Julio de Moraes Guimarães 
Esse trabalho é dedicado aos meus pais 
Jair G. Guimarães (in memória) e Elza de 
M. Guimarães e minha esposa Nadyezda 
N.S.S. Guimarães pela fé e confiança 
demonstrada no decorrer dessa jornada, 
apoiando, acompanhado e principalmente 
acreditando em mim. Aos meus amigos 
pela cumplicidade, ajuda e amizade e a 
todos que contribuíram direta e 
indiretamente na realização deste 
trabalho. Dedico à chegada de minha filha 
Nicoly. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Miquéias Teixeira da Silva 
Agradeço a Deus por ter me dado o dom 
da vida e forças para chegar até aqui. Aos 
meus pais pela motivação contínua em 
meus dias de desesperança. Aos meus 
grandes amigos que estiveram sempre ao 
meu lado nessa caminhada. Aos meus 
professores queridos, e a minha 
orientadora Maria das Graças Santana 
Fernandes que juntos contribuíram de 
forma responsável em minha formação, 
dando as bases necessárias para 
realização desta pesquisa. Agradeço à 
Faculdade Capixaba de Nova Venécia, 
por ter disponibilizado uma formação de 
ensino de qualidade, com um corpo 
docente formado por profissionais 
altamente qualificados. Por fim, agradeço 
a todos que contribuíram de forma direta 
e indireta na realização desse trabalho. 
 
Raimundo Julio de Moraes Guimarães 
Agradeço a Deus, pela força espiritual 
para a realização desse trabalho, por ter 
me oferecido a oportunidade de viver e 
evoluir a cada dia e aprender aceitar as 
dificuldades impostas pelo caminho, pois: 
“Para tudo há uma ocasião certa; há 
tempo certo para cada propósito debaixo 
do Céu”. (Eclesiastes 3:1) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Não há ensino sem pesquisa e pesquisa 
sem ensino. Esses quefazeres que se 
encontram um no corpo do outro. 
Enquanto ensino contínuo buscando, 
reprocurando. Ensino porque busco, 
porque indaguei, porque indago e me 
indago. Pesquiso para constatar, 
constatando intervenho, intervindo educo 
e me educo. Pesquiso para conhecer o 
que ainda não conheço e comunicar ou 
anunciar a verdade”. 
 
Paulo Freire 
 
 
RESUMO 
 
A realização deste trabalho vem mostrar a importância das publicações das 
Demonstrações Financeiras de acordo com as normas internacionais de 
contabilidade e seus princípios fundamentais. Foram abordadas as Leis e suas 
alterações que regulam essas demonstrações financeiras no Brasil na atualidade e, 
ainda, na fundamentação teórica discorreu-se sobre as principais demonstrações 
financeiras, a contabilidade geral e seus aspectos, os usuários das informações 
contábeis e seus interesses nas demonstrações financeiras, por fim, as analises 
financeiras e econômicas das demonstrações contábeis, concluindo assim a parte 
teórica. Em uma segunda fase foi analisado os indicadores econômicos e financeiros 
das demonstrações (Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do 
Exercício), consolidadas de uma Empresa “X” Sociedade Anônima que faz parte de 
um grupo econômico no ramo varejista, os exercícios analisados foram de 2009, 
2010 e 2011. Na terceira e ultima fase encontra-se a conclusão dos resultados 
obtidos e a resposta da hipótese levantada, confirmando assim a importância das 
demonstrações financeiras e suas análises para a tomada de decisões dos usuários. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Normas Internacionais de Contabilidade. Leis Nº 11.638/2007 e 
11.941/2009. Usuários das Demonstrações Financeiras. 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
QUADRO 1 - MECANISMOS DE FUNCIONAMENTO DO IASC................... 31 
QUADRO 2 - COMPARAÇÃO DO ATIVO DA LEI Nº 6.404/1976 COM A 
LEI 11.638/2007........................................................................ 
 
39 
QUADRO 3 - COMPARAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO DA LEI Nº 
6.404/1976 COM A LEI Nº 11.638/2007................................... 
 
40 
QUADRO 4 - COMPARAÇÃO DO ATIVO DA Nº 11.638/2007 COM A LEI 
Nº 11.941/2009......................................................................... 
 
41 
QUADRO 5 - COMPARAÇÃO DO PASSIVO DA LEI Nº 11.638/2007 COM 
A LEI Nº 11.941/2009................................................................ 
 
43 
QUADRO 6 - PROCESSO CRONOLÓGICO DA ANÁLISE DAS 
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS........................................ 
 
54 
QUADRO 7 - INDICADORES DE LIQUIDEZ.................................................. 57 
QUADRO 8 - INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAL...................... 58 
QUADRO 9 - INDICADORES DE RENTABILIDADE...................................... 59 
QUADRO 10 - INDICADORES DE ROTAÇÃO OU ATIVIDADE...................... 61 
QUADRO 11 - ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL (BP)............................. 63 
QUADRO 12 - ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL (DRE).......................... 66 
QUADRO 13 - ANÁLISE DA SITUAÇÃO ECONÔMICA................................... 70 
QUADRO 14 - ANÁLISE DA SITUAÇÃO FINANCEIRA................................... 76 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
ABRASCA – AssociaçãoBrasileira das Companhias Abertas. 
 
AICPA – Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados. 
 
APIMEC – Associação dos Analistas e profissionais de Investimento do Mercado de 
Capitais. 
 
BM&FBOVESPA – Bolsa de Mercadorias, Valores e futuros. 
 
BOARD – Comitê de Monitoramento. 
 
BP – Balanço Patrimonial. 
 
CFC – Conselho Federal de Contabilidade. 
 
CMV – Custo da Mercadoria Vendida. 
 
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. 
 
CSSL – Contribuição Social Sobre o Lucro líquido. 
 
CVM – Comissão de Valores Mobiliários. 
 
DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa. 
 
DLPA – Demonstração do Lucro Prejuízo Acumulado. 
 
DMPL – Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido. 
 
DOAR – Demonstração da Origem e Aplicação de Recursos. 
 
 
 
DRE – Demonstração do Resultado do Exercício. 
 
DVA – Demonstração do Valor Adicionado. 
 
EUA – Estados Unidos da América. 
 
FASB – Junta de Normas de Contabilidade. 
 
FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis Atuarias e Financeiras. 
 
IAS – Normas Contábeis Internacionais. 
 
IASB – Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade. 
 
IASC – Comitê de Normas Contábeis Internacionais. 
 
IASCF – Fundação do Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade. 
 
IBRACON – Instituto de Auditores Independentes do Brasil. 
 
IFRC – Comitê de Interpretação das Normas Internacionais de Relatórios 
Financeiros. 
 
IFRS – Normas e Padrões Internacionais de Contabilidade. 
 
IR – Imposto de Renda. 
 
MP – Medida Provisória. 
 
PMPC – Prazo Médio de Pagamento das Compras. 
 
PMRE – Prazo Médio de Rotação do Estoque. 
 
PMRV – Prazo Médio de Recebimento das Vendas. 
 
 
S/A – Sociedade Anônima. 
 
SAC – Conselho Consecutivo de Normas. 
 
US GAAP – Princípios Contábeis Geralmente Aceitos nos Estados Unidos. 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO.................................................................... 15 
1.1 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA DO TEMA....................... 16 
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA.................................................................. 17 
1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA....................................................... 17 
1.4 OBJETIVOS........................................................................................ 18 
1.4.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................. 18 
1.4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS....................................................................... 18 
1.5 HIPÓTESE.......................................................................................... 18 
1.6 METODOLOGIA................................................................................. 19 
1.6.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA................................................................ 19 
1.6.2 TÉCNICAS PARA COLETA DE DADOS........................................................ 21 
1.6.3 FONTES PARA COLETA DE DADOS.......................................................... 21 
1.7 APRESENTAÇÃO DO CONTEÚDO DAS PARTES DO 
TRABALHO....................................................................................... 
 
22 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................. 23 
2.1 A CONTABILIDADE E SEUS OBJETIVOS....................................... 23 
2.1.1 USUÁRIOS DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS............................................. 26 
2.2 O PROCESSO DE NORMATIZAÇÃO CONTÁBIL NO BRASIL....... 29 
2.2.1 LEI Nº 6.404/1976 DAS SOCIEDADES POR AÇÕES................................... 34 
2.2.2 PROMULGAÇÃO DA LEI Nº 11.638/2007 E A MP 449/2008...................... 36 
2.3 ALTERAÇÕES NA ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES 
FINANCEIRAS................................................................................... 
 
38 
2.3.1 LEI Nº 11.638/2007............................................................................. 38 
2.3.2 LEI Nº 11.941/2009............................................................................. 41 
2.4 AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS BRASILEIRAS.................. 44 
2.4.1 BALANÇO PATRIMONIAL (BP)................................................................ 45 
2.4.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE)........................... 46 
2.4.3 DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA).......... 47 
2.4.4 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL).......... 48 
2.4.5 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (DFC)........................................... 50 
 
 
2.4.6 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA)..................................... 52 
2.5 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS........................ 53 
2.5.1 VISÃO HISTÓRICA E EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE ANÁLISE..................... 53 
2.5.2 TÉCNICAS DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS.................... 55 
2.5.2.1 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL........................................................... 55 
2.5.2.2 ANÁLISE POR ÍNDICES OU QUOCIENTES................................................... 56 
2.5.2.2.1 INDICADORES DE LIQUIDEZ..................................................................... 56 
2.5.2.2.2 INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAIS.............................................. 58 
2.5.2.2.3 INDICADORES DE RENTABILIDADE........................................................... 59 
2.5.2.2.4 INDICADORES DE ROTAÇÃO OU ATIVIDADE............................................... 60 
 
3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE COMPARATIVA DOS 
DADOS................................................................................ 
 
62 
3.1 EMPRESA X OBJETO DE ESTUDO DA PESQUISA........................ 62 
3.2 ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL (BP)....................................... 63 
3.3 ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL (DRE) ................................... 66 
3.4 ANÁLISE DA SITUAÇÃO ECONÔMICA............................................ 70 
3.4.1 ANÁLISE DOS INDICADORES DE ROTAÇÃO OU DE ATIVIDADE...................... 71 
3.4.2 ANÁLISE DOS INDICADORES DE RENTABILIDADE....................................... 72 
3.5 ANÁLISE DA SITUAÇÃO FINANCEIRA............................................. 76 
3.5.1 ANÁLISE DOS INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAL.......................... 77 
3.5.2 ANÁLISE DOS INDICADORES DE LIQUIDEZ................................................. 79 
3.6 ANÁLISE GERAL DOS RESULTADOS OBTIDOS............................ 81 
 
4 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES............................... 84 
4.1 CONCLUSÃO..................................................................................... 84 
4.2 RECOMENDAÇÕES........................................................................... 87 
 
5 REFERÊNCIAS................................................................... 88 
 
 ANEXOS 
 ANEXO A – DEMONSTRAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL....... 91 
 
 
 ANEXO B – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 96 
15 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Com o advento da globalização e o crescimento cada vez mais rápido dos mercados 
de capitais em diversos países do mundo influenciando empresas, investidores e 
empreendedores a entrar nesse novo mercado com grande potencial lucrativo, tem 
se criado a estrutura perfeita para o aumento das relações internacionais e o 
intercambio entre as grandes companhias de capital aberto. 
 
Esses gigantes econômicos tem se estabelecido cada vez mais em outros países 
através de fusões, incorporações, aquisições de coligadas e abertura de novas 
subsidiárias ou, até mesmo, implantando um novo tipo de negócio envolvendo 
capital de terceiro ou estrangeiro. Por outro lado, as empresas e companhias 
nacionais tem tidoacesso a esse mercado internacional por intermédio de tomada 
de financiamentos externos e emissão de títulos de suas ações em bolsas de 
valores espalhadas pelo mundo. 
 
Dessa forma Schmidt, Santos e Fernandes (2010, p. 1-2) relatam que: 
 
Nos dias de hoje, os conceitos de economia, capitais, produtos e empresas 
nacionais, isoladamente, passam a ter menor relevância. O processo de 
globalização dos mercados trouxe à tona a necessidade de harmonização 
contábil em todo o mundo, pois os investidores, de forma geral, são atraídos 
para mercados que conhecem e nos quais confiam. 
 
Diante dessas novas condições de mercado, surgem novos desafios para 
estudiosos, profissionais e usuários da contabilidade, bem como para as 
entidades responsáveis pela emissão de normas contábeis, que passam a 
desempenhar um importante papel no processo de harmonização das 
praticas contábeis. 
 
No decorrer dessa grande evolução surge para contabilidade a necessidade de se 
adequar a esse novo cenário econômico, transpassando as barreiras impostas pela 
língua, moeda e principalmente as diferenças existentes entre as praticas contábeis 
exercidas em diversos países, de modo a viabilizar o entendimento das 
demonstrações contábeis entre os mercados, tornando uniformes as praticas 
contábeis. 
 
16 
 
Nesse sentido, o Brasil vem moldando sua contabilidade ano após ano, de forma a 
incorporar as normas brasileiras aos padrões internacionais, viabilizando uma maior 
transparência e interpretação das demonstrações contábeis para todos os seus 
usuários tanto internos, quanto externos: empresários, investidores, sócios, 
fornecedores etc. 
 
Sendo assim, Montoto (2011) afirma que diante da internacionalização da 
contabilidade e as mudanças que estão ocorrendo nos setores contábeis, vê à 
necessidade de um estudo sobre as demonstrações financeiras e suas mudanças 
mais recentes, para analisar sua importância para as entidades e os usuários 
dessas demonstrações. 
 
Desse modo, o presente trabalho priorizará a importância das demonstrações 
financeiras elaboradas pelas grandes companhias, visando entender seus conceitos, 
as finalidades, os seus usuários e as transformações ocorridas com a harmonização 
das normas brasileiras advindas através da lei Nº 11.638/2007 e como essas 
demonstrações influenciam na tomada de decisão das grandes organizações. 
 
 
1.1 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA 
 
A contabilidade brasileira está aderindo a contabilidade internacional desde 2007 por 
meio da edição da Lei Nº 11.638/2007 e da Lei Nº 11.941/2009, que alteraram a Lei 
Nº 6.404/1976 dando autoridade aos órgãos públicos para criação de um comitê de 
pronunciamento, chamado CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis), que 
traduz as normas internacionais. 
 
A princípio, as demonstrações contábeis brasileiras eram realizadas de acordo com 
os princípios estipulados pela legislação e regidos em sua maioria pelos dispositivos 
da Lei das sociedades por ações. Com a internacionalização da contabilidade 
brasileira os profissionais contábeis, estudiosos, empresários, investidores e 
usuários em potencial, se depararam em um pequeno espaço de tempo com um 
conjunto de modificações estruturais e conceituais. Iniciando, dessa forma, uma 
corrida incessante pela busca de informação, pois a contabilidade brasileira a partir 
17 
 
de 2008 já vigorava de acordo com os novos dispositivos inseridos pela Lei Nº 
11.638/2007. 
 
O tema abordado neste trabalho justifica-se pela necessidade de informação quanto 
às mudanças inseridas pela internacionalização da contabilidade brasileira em 
especialmente no que tange a importância da elaboração das demonstrações 
financeiras, pois são elas responsáveis pela principal fonte de recursos de qualquer 
organização. 
 
 
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA 
 
O trabalho limitou-se a analisar a importância, estrutura e os benefícios advindos da 
elaboração das demonstrações financeiras para as sociedades anônimas brasileiras, 
de acordo com os novos parâmetros internacionais instituídos pela Lei Nº 11.638/07. 
 
Não se pretende nesse trabalho apresentar todas as técnicas de análise de 
demonstrações contábeis, pois não serão abordados todos os demonstrativos 
financeiros exigidos pela legislação societária brasileira. Entretanto será realizado 
estudo comparativo das demonstrações financeiras da empresa x (balanço 
patrimonial e demonstração do resultado do exercício), findos de 2009, 2010 e 2011. 
 
 
1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA 
 
Com a consolidação do crescimento do processo de negociação de ações, é 
necessário conhecer as variantes que devem ser levadas em consideração na hora 
de assumir o risco de um negócio. Sendo assim, a contabilidade é de suma 
importância, pois é através das demonstrações financeiras que se têm as principais 
informações sobre o patrimônio das organizações e suas respectivas mutações. 
 
As demonstrações financeiras elaboradas pelas grandes companhias de capital 
aberto de acordo com Lei Societária brasileira são importantes meios de 
informações para quem deseja entrar nesse mercado ou investir nesse ramo de 
18 
 
atividade, pois são elas que demonstram a real situação financeira e econômica das 
organizações, e são através delas que os usuários da contabilidade se informam 
sobre: o capital de giro investido, a utilização de capital de terceiro ou próprio, 
rendimentos das ações etc. 
 
A partir desse contexto, o presente trabalho pretende responder a seguinte questão: 
Qual a importância da análise das demonstrações financeiras para avaliação 
econômica e financeira das sociedades anônimas brasileiras? 
 
 
1.4 OBJETIVOS 
 
 
1.4.1 OBJETIVO GERAL 
 
Verificar a importância da análise das demonstrações financeiras para avaliar a 
situação econômico-financeira das sociedades anônimas brasileiras. 
 
 
1.4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 Apresentar aspectos gerais do processo de normatização contábil no Brasil; 
 Apresentar as principais mudanças estruturais nas demonstrações financeiras; 
 Demonstrar as principais técnicas de análise das demonstrações financeiras, 
utilizadas para tomada de decisão; 
 Analisar, as demonstrações financeiras (balanço patrimonial e demonstração do 
resultado do exercício), disponibilizado pela empresa x. 
 
 
1.5 HIPÓTESE 
 
Com a promulgação da lei Nº 11.638/2007, e as constantes atualizações em seus 
dispositivos através de medidas provisórias, a contabilidade vem passando por 
diversas transformações principalmente com relação às demonstrações financeiras, 
19 
 
pois se localizam no foco central da discussão: o processo de convergência das 
Normas Brasileiras de Contabilidade as Normas Internacionais. 
 
Portanto, para os usuários da contabilidade, faz-se necessário um estudo minucioso 
das leis e das suas alterações, para que as demonstrações financeiras elaboradas 
sejam uniformes entre si. E proporcione uma análise consistente do que realmente 
ocorreu na empresa, viabilize uma tomada de decisão estratégica, a aquisição de 
novos investimentos na companhia e também uma demonstração da capacidade 
econômico-financeira da entidade, etc. 
 
Sendo assim, torna-se indiscutível a importância das demonstrações financeiras, 
não só para as companhias de capital aberto, mas também para as empresas de um 
modo geral. Essas demonstrações financeiras possibilitam as empresas maximizar 
seus lucros e reduzir seus tributos com bases em previsões futuras e comparar a 
situação econômico-financeira de seus exercícios anteriores para uma projeção 
estatística de crescimento futuro. 
 
 
1.6 METODOLOGIA 
 
 
1.6.1 CLASSIFICAÇÃODA PESQUISA 
 
Para a realização desse trabalho de pesquisa será necessária a classificação da 
mesma quanto aos objetivos, pois conforme Gil (2002, p. 41): 
 
É sabido que toda e qualquer classificação se faz mediante algum critério. 
Com relação às pesquisas, é usual a classificação com base em seus 
objetivos gerais. Assim, é possível classificar as pesquisas em três grandes 
grupos: exploratórias, descritivas e explicativas. 
 
Neste sentido, o presente trabalho classifica-se em exploratório e descritivo. Ao 
abordar sobre a pesquisa exploratória Marconi e Lakatos (2002), afirmam que é um 
tipo de pesquisa de natureza empírica tem por objetivo a evidenciação de um 
problema ou de questões com finalidades distintas: desenvolver hipóteses, aumentar 
20 
 
a familiaridade do pesquisador com um ambiente, chegar-se a um fato ou fenômeno 
para realização de pesquisa futura mais precisa e ajudar a clarificar os conceitos. 
 
Na concepção de Gil (2002, p.43) a pesquisa exploratória tem como objetivo: 
 
Proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo 
mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas 
têm como objetivo principal aprimoramento de ideias ou a descoberta de 
intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que 
possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato 
estudado. 
 
Marconi e Lakatos (2002) falam que as pesquisas descritivas consistem na 
investigação empírica, cuja principal finalidade é a análise das características de 
fatos ou fenômenos, a avaliação de programas, isolamento de variáveis principais. 
Os artifícios utilizados são quantitativos tendo por objetivo a coleta de dados sobre 
populações, programas, ou amostra de população e programas. 
 
Conforme, Cervo e Bervian (2002, p. 66): 
 
A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou 
fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. [...] Procura descobrir, com a 
precisão possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e 
conexão com outros, sua natureza e características. [...] A pesquisa 
descritiva desenvolve-se, principalmente, nas ciências, abordando aqueles 
dados e problemas que merecem ser estudados e cujo registro não consta 
de documentos. 
 
Para a realização e a concretização dos objetivos deste trabalho foi utilizada a 
pesquisa exploratória com o intuito de obter mais informações sobre a importância 
das demonstrações financeiras, analisando os demonstrativos contábeis da empresa 
pesquisada. Enquanto que a pesquisa descritiva, pela possibilidade de ser possível 
a coleta de dados para descrever as principais técnicas de análise financeiras 
utilizadas pelas companhias brasileiras, além de poder correlacionar as possíveis 
variáveis. 
 
 
 
 
21 
 
1.6.2 TÉCNICAS PARA COLETA DE DADOS 
 
Segundo Cervo e Bervian (2002, p. 64), o interesse e a curiosidade do homem pelo 
saber levam a investigar a realidade sob os mais diversificados aspectos e 
dimensões. 
 
Barros e Lehfeld (1986, p. 29) conceituam como “pesquisa bibliográfica é a pesquisa 
exploratória que os alunos realizam para obter conhecimentos, procurando encontrar 
informações publicadas em livros, documentos (catálogos, folhetos, artigos etc.)”. 
 
Já Cervo e Bervian (2002, p. 65) definem que: 
 
A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a parti de referências 
teóricas publicadas em documentos. Pode ser realizada independentemente 
ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental, Em ambos os casos, 
busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do 
passado existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema. 
 
Na realização deste trabalho foi utilizada a pesquisa bibliográfica, pois foram 
utilizados documentos já publicados e que não sofreram alterações. Foram utilizadas 
as demonstrações financeiras da empresa em questão, considerando que todo esse 
material já foi publicado e revisado para o desenvolvimento da pesquisa, por 
abranger muita informação abordar-se-á apenas as informações concretas, 
classificadas com bibliográficas. 
 
 
1.6.3 FONTES PARA COLETA DE DADOS 
 
Na visão de Andrade (2001, p. 43): 
 
Fontes primárias são constituídas por obras, ou textos originais, material 
ainda não trabalhado, sobre determinado assunto. As fontes secundárias 
referem-se a determinadas fontes primárias, isto é, são constituídas pela 
literatura originada de determinadas fontes primárias e constituem-se em 
fontes das pesquisas bibliográficas. 
 
Richardson (1999) afirma que, fontes de dados classificam-se em fontes primárias e 
fontes secundárias. Uma fonte primária é aquela que teve uma relação física direta 
22 
 
com os fatos analisados, existindo um relato ou registro da experiência vivenciada e 
uma fonte secundária é aquela que não tem uma relação direta com o 
acontecimento registrado, será através de algum elemento intermediário. 
 
Para a coleta de dados foram utilizadas as fontes secundárias, pois o trabalho se 
concretizou com base em documentos, artigos, leis e livros publicados, que servirão 
para apoiar teoricamente e cientificamente, enriquecendo com dados concretos da 
pesquisa. 
 
 
1.7 APRESENTAÇÃO DO CONTEÚDO DAS PARTES DO TRABALHO 
 
O presente trabalho está dividido em cinco capítulos apresentados da seguinte 
forma: 
 
No capítulo 1 é feita a introdução, justificativa da escolha do tema, delimitação e 
formulação do problema, os objetivos geral e específicos, a hipótese e a 
metodologia utilizada; 
 
No capítulo 2 é abordado o conceito teórico que fundamenta a importância da 
realização deste estudo de pesquisa. 
 
No capítulo 3 é desenvolvida a apresentação e análise comparativa dos dados 
obtidos através da pesquisa. 
 
No capítulo 4 aborda-se a conclusão do trabalho e as possíveis recomendações 
para pesquisas e implementações futuras. 
 
E por fim, no quinto capítulo aborda-se as referências utilizadas no desenvolvimento 
desta monografia. 
 
23 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
 
2.1 A CONTABILIDADE E SEUS OBJETIVOS 
 
A Contabilidade é muito antiga e já era utilizada em sua forma primitiva desde que o 
homem percebeu a necessidade de contar, controlar, negociar, valorizar, classificar, 
entre outros motivos, isso a tornou indispensável à evolução da sociedade. 
 
Com o passar do tempo, a contabilidade foi se adaptando às diversas necessidades 
do homem, numa busca incessante pelo acúmulo de riquezas. Entretanto, no mundo 
sua definição, seus objetivos e importância ficaram mais claros após a crise 
econômica da bolsa de valores de Nova Iorque. Isso ocasionou perdas sem 
precedentes pelo mundo, onde empresários, auditores, analistas, membros do 
governo e congressistas dos EUA se focaram na análise das razões que podiam ter 
desencadeado a crise e nas medidas que eles tomariam para remediá-la. 
 
Após diversas análises, chegaram à conclusão de que as medidas de prevenção 
deveriam ser adotadas dentro da contabilidade e precisariam de um novo 
reposicionamento do governo para que houvesse uma normatização contábil voltada 
para o preparo de auditoria e das demonstrações financeiras. 
 
Com isso a contabilidade deu um salto na evolução de seus conceitos e objetivos 
passando a ser o elo entre empresa e governo, conciliando e auxiliando gestores na 
tomada de decisões, e se transformou hoje na ciência social que estuda, controla e 
orienta a administração econômica das entidades. 
 
Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, 
mediante o registro, a demonstração expositiva e a interpretação dos fatos nelesocorridos, com o fim de oferecer informações sobre sua composição e variação, bem 
como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial 
(CREPALDI, 2008, p. 3). 
 
24 
 
Montoto (2011, p. 35) define o termo contabilidade como “uma ciência social que 
estuda o Patrimônio de uma entidade econômico-administrativa, pessoa física ou 
jurídica, com objetivo de obter registros classificados e sintetizados dos fenômenos 
que afetam a sua situação patrimonial e financeira”. 
 
As informações geradas pela contabilidade têm como objetivo principal o auxílio da 
administração no controle e execução das metas planejadas pela empresa. Essas 
informações devem ser precisas para serem confiáveis, e apenas seguindo os 
princípios de contabilidade no exercício da função, pode se ter essa precisão. Esses 
princípios são os seguintes: 
 
 O princípio da competência; 
 O princípio da continuidade; 
 O princípio da prudência; 
 O princípio da atualização monetária; 
 O princípio do registro pelo valor original; 
 O princípio da oportunidade; 
 O princípio da entidade. 
 
Iudicíbus e Marion (2002, p. 89) definem que: 
 
Os Princípios Fundamentais de Contabilidade são os conceitos básicos que 
constituem o núcleo essencial que deve guiara profissão na consecução 
dos objetivos da Contabilidade, que, como vimos, consistem em apresentar 
informações estruturadas para os usuários. 
 
Neste sentido, quando os fatos contábeis ocorridos na entidade são registrados e 
controlados de acordo com as normas e princípios de Contabilidade vigentes, 
consequentemente as demonstrações financeiras que são os resultados de todos 
esses fatos passam a proporcionar relatórios precisos, análises estratégicas e 
decisões acertadas, contribuindo para que os usuários das informações contábeis 
disponham de diversas informações coerentes entre si sobre o patrimônio da 
entidade em questão. 
 
25 
 
Marion (2009, p. 28) acredita que a contabilidade “é uma ciência social, pois estuda 
o comportamento das riquezas que se integram no patrimônio, em face das ações 
humanas (portando, a Contabilidade ocupa-se de fatos humanos)”. 
 
Na concepção de Montoto (2011, p. 38): 
 
A Contabilidade é, portanto, uma ciência que estuda e pratica suas funções 
a partir dos fatos contábeis produzidos pela entidade em determinado 
período. Assim, registra os fatos contábeis nos livros, controla a entidade a 
partir das demonstrações financeiras e orienta os gestores a parti das 
Analise das Demonstrações Financeiras a da Auditoria em toda a produção 
de fatos contábeis da entidade. 
 
Os principais objetivos da contabilidade é a coleta de dados, registros e 
processamento das informações, com intuito de gerar relatórios sobre o patrimônio, 
principal objeto da contabilidade, para demonstrar aos usuários da contabilidade e 
outros interessados esses resultados, que tem por finalidade o auxiliar nas tomadas 
de decisões. 
 
Os relatórios contábeis por sua própria definição vêm com o propósito de relatar a 
situação do patrimônio no presente e suas mutações no tempo com precisão e 
transparência para que os usuários vislumbrem uma visão da continuidade da 
entidade. 
 
A contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar 
decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos, mensurando-os 
monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em forma de relatórios ou de 
comunicados, que contribuem sobremaneira para a tomada de decisões (MARION, 
2009, p. 25). 
 
O objetivo principal da contabilidade, portanto, conforme a Estrutura Conceitual 
Básica da Contabilidade é o de permitir a cada grupo principal de usuários a 
avaliação de situação econômica e financeira da entidade, num sentido estático, 
bem como fazer inferências sobre suas tendências futura (MARION, 2009, p. 28). 
 
26 
 
O conceito de contabilidade hoje está “vinculado ou impregnado” como instrumento 
essencial na administração é gerência do patrimônio de uma entidade, visando não 
só o registro das informações, mais auxiliando nas tomadas de decisões e no 
planejamento de ações a serem tomados. 
 
Como se expressa Gouveia (2001, p. 1): 
 
A importância de registrar as transações de uma companhia é proveniente 
de uma série de fatores, como por exemplo: o dinamismo das empresas, 
com mudança dos seus dirigentes e do pessoal que as opera (como na 
documentação hipotética colocada); a necessidade de comprovar, com 
registro e documentos, a veracidade das transações ocorridas: a 
possibilidade de reconstruir, com detalhes, transações ocorridas muitos 
anos antes; a necessidade de registrar as dívidas contraídas, os bens 
adquiridos, ou o capital que os proprietários investiram no negócio. 
 
E, ainda, informa os reflexos que as transações provocam na situação 
econômico-financeira de uma companhia para que os diversos interessados 
em seu passado, presente ou futuro tenham conhecimento do seu 
progresso, estagnação financeira ou retrocesso. 
 
A contabilidade veio evoluindo no processo de registro e controle do patrimônio 
transformando-se em uma ferramenta muito importante para os seus usuários. 
 
 
2.1.1 USUÁRIOS DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS 
 
A contabilidade ao passar por diversas transformações no decorrer dos anos, veio 
aprimorando cada vez mais seu campo de atuação, deixando de lado aquele velho 
paradigma “que somente o profissional contábil precisa da contabilidade”. 
 
No mundo atual, onde a informação é a chave para tomada de decisão, a 
contabilidade surge como uma ferramenta de vital importância para bom 
funcionamento da grande engrenagem que move o mundo da economia. 
 
Nesse sentido as analises das demonstrações financeiras se caracterizam como 
uma técnica contábil que permite a seus usuários uma diversidade de informações 
de uma determinada organização quer sejam econômico-financeiras, gerencias ou 
27 
 
administrativas, dessa forma seus usuários têm em mãos o espelho da empresa 
avaliada monetariamente. 
 
Na concepção de Assaf Neto (2010, p. 39): 
 
A análise das demonstrações contábeis de uma empresa pode atender a 
diferentes objetivos consoantes os interesses de seus vários usuários ou 
pessoas físicas ou jurídicas que apresentam algum tipo de relacionamento 
com a empresa. Nesse processo de avaliação, cada usuário procurará 
detalhes específicos e conclusões próprias e, muitas vezes, não 
coincidentes. 
 
Para Montoto (2011), no quadro dos usuários das demonstrações contábeis, 
incluem-se investidores atuais e potenciais, empregados, credores por empréstimos, 
fornecedores e outros credores comerciais, clientes, governos e suas agências e o 
público. Apesar das variáveis, cada usuário das demonstrações financeiras utiliza de 
forma específica a análise desses demonstrativos, pois necessitam de informações 
diversificadas para determinados grupos de usuários que se encaixar. Dessa forma 
conceituam-se: 
 
 Investidores 
 
Podem ser considerados como os potenciais usuários da contabilidade, são eles e 
seus analistas responsáveis pela avaliação de uma entidade, preocupam-se com o 
risco do investimento, utilizam-se das demonstrações financeiras para decidirem se 
devem realizar um investimento ou mantê-lo para negociação futura. Juntamente 
nessa classificação de usuário encontram-se os acionistas, que necessitam de 
informações sobre o patrimônio da organização para avaliar se ela possui 
capacidade de pagar dividendos. 
 
 Empregados 
 
Preocupam-se com a empresa onde atuam, e necessitam de informações sobre o 
nível de crescimento e o grau de lucratividade de seus empregadores. Avaliam ainda 
os fatores ocorridosdentro da entidade que possam prejudicar seus níveis de 
28 
 
remuneração, suas oportunidades de emprego ou de crescimento na própria 
entidade, seus benefícios e direitos trabalhistas. 
 
 Credores por empréstimos 
 
Estes usuários necessitam de informações de natureza econômico-financeira, pois 
evidenciam a capacidade que a entidade possui de liquidar seus financiamentos, 
empréstimos. Avaliam ainda o patrimônio da entidade, caso esta não honre com 
seus compromissos até que valor a entidade pode liquidar a dívida com seu 
patrimônio. 
 
 Fornecedores 
 
Buscam por informações que lhes permitam avaliar se os seus direitos devidos 
serão pagos no prazo estipulado em contrato. Estes, por sua vez, diferenciam-se 
dos credores por empréstimos, pois se preocupam com o índice de liquidez da 
entidade ou contas a pagar em curto prazo. 
 
 Clientes 
 
Tendem a avaliar a estabilidade da entidade, os seus ciclos econômicos e sua 
capacidade operacional, basicamente seus interesses são sobre a continuidade da 
empresa no mercado na qual esta inserida, isso fica mais evidenciado quando existe 
alguma relação de curto ou longo prazo com ela, ou trata-se de um fornecedor 
importante. 
 
 Governo 
 
Caracteriza-se como analista em potencial, pois se preocupam com a capitalização 
de impostos e a destinação de recursos, portanto tem foco nas atividades 
operacionais e não operacionais da entidade. Utilizam essas informações para 
avaliações de origens fiscais, e buscam através delas estabelecer o nível de 
crescimento dos diversos setores da economia, implementando cada vez mais suas 
políticas fiscais, com o intuito de aumentar cada vez mais a renda nacional. 
29 
 
 Público 
 
As entidades em seus campos de atuação (atividades diárias) afetam a sociedade 
na qual está inserida de diversas formas. Os modos como elas fazem as restituições 
à sociedade são distintas, podendo ser a contribuição do crescimento local, a 
utilização de mão de obra da comunidade. Neste sentido as entidades utilizam de 
duas ferramentas contábeis: o balanço social que demonstra as atividades sociais 
desenvolvidas na comunidade onde está inserida e as demonstrações financeiras 
onde podem se informar sobre desempenho da entidade e suas conquistas 
recentes. 
 
 
2.2 O PROCESSO DE NORMATIZAÇÃO CONTÁBIL NO BRASIL 
 
Ante as diversas exigências e mudanças impostas quanto à contabilidade, tornou-se 
necessária a revisão do processo de normatização contábil. Logo as normas 
internacionais de contabilidade é algo novo no Brasil quem vem se desenvolvendo 
desde 2007 com a promulgação da Lei Nº 11.638/2007, mas pelo mundo ela já era 
vista e falada há muito tempo, suas origens remontam a década de 30. 
 
Após o cataclismo econômico e social provocado pela crise da Bolsa de Nova Iorque 
em 1929, membros do Governo dos Estados Unidos, congressistas daquele país, 
dirigentes empresariais, auditores, analistas de crédito e do mercado de ações e 
pesquisadores acadêmicos se debruçaram na análise das razoes para a crise e na 
concepção de mecanismos para superá-la. Dentre as medidas imaginadas e 
implantadas estava um reposicionamento relativo à regulação governamental e à 
normatização contábil voltadas para o preparo e auditoria de demonstrações 
financeiras, também chamadas de demonstrações contábeis (LEMES, 2010, p. 1). 
 
Nota-se que após a revolução causada pela crise de 1929 várias empresas 
espalhadas pelo mundo quebraram. Investidores, acionistas, empresários todos 
saíram perdendo, e o governo capitalista da época foi um dos responsabilizados 
pela crise, a omissão dos parlamentares em intervir para criação de medidas de 
30 
 
escape, foi um dos motivos que levou centenas de empresas a falência 
repentinamente. 
 
Apesar de tudo, foi neste contexto que se falou pela primeira vez em uma 
contabilidade unificada em que todos pudessem elaborá-la e entendê-la de forma 
igual, nasciam então as normas internacionais de contabilidade. 
 
Lemes (2010) relata que foi criado em meados de 1930 nos Estados unidos o 
Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados (AICPA). Órgão voltado 
para produção de normas contábeis ate o inicio dos anos 70. Essas normas eram 
denominadas de Princípios Contábeis Geralmente Aceitos nos Estados Unidos (US 
GAAP). Em 1973, esse órgão foi substituído por uma entidade sem fins lucrativos, 
que assumiu a tarefa de emitir tais normas, desenvolvia-se então a Junta de Normas 
de Contabilidade Financeira (FASB). 
 
Alicerçado no pensamento de Lemes, constata-se que, até a década de 70, somente 
os americanos possuíam esses institutos específicos para tratamento de normas de 
contabilidade, o que gerou grandes resultados para a alavancagem após a crise. 
Nesse mesmo espaço de tempo nascia uma ideia que mudaria a história da 
contabilidade pelo mundo, e elevaria o patamar da profissão contábil a nível de 
importância internacional. 
 
Foi criado um organismo internacional com o propósito de produzir normas 
contábeis não sob a ótica de um país em particular, porém com a intenção 
de serem normas genuinamente internacionais, no sentido de 
“supranacionais”: nascia o Comitê de Normas Contábeis Internacionais 
(IASC) [...]. 
 
Esse organismo gerou Normas Contábeis Internacionais (IAS), até 2001 
algumas das quais ainda estão vigentes. Nesse ano de 2001, houve grande 
consenso na comunidade empresarial internacional quanto a necessidade 
de dotar de mais consistência o preparo de tais normas internacionais, e 
procedeu-se a uma reforma constitucional no mecanismo de funcionamento 
do antigo IASC, que passou a adotar a forma hoje vigente [...] (LEMES, 
2010, p. 2). 
 
Para melhor compreensão de desenvolvimento desses mecanismos segue quadro 
com algumas das organizações criadas e suas respectivas atribuições no preparo e 
desenvolvimento das normas internacionais: 
31 
 
Entidade Criada Função desenvolvida 
 
 
 
(BOARD – Monitoring Board) 
Organismo desenvolvido para supervisionar o 
modo de funcionamento da entidade que 
produz as normas contábeis. Sua intenção e 
que os reguladores dos mercados de capitais 
que exigem ou permitem o uso das normas 
IFRS em suas jurisdições possam de maneira 
mais eficaz desincumbir-se de seus deveres 
relativos à proteção a investidores, 
integridade dos mercados e formação de 
capital; 
 
 
 
 
(IASCF – International Accounting 
Standards Committee Foundation) 
Fundação criada desde o inicio das normas 
internacionais, mas que não têm como tarefa 
escrever normas contábeis, seus objetivos é: 
 Promover, no interesse público, um 
conjunto único de normas contábeis de 
alta qualidade; 
 Promover o uso e rigorosa aplicação 
de tais normas; 
 Atender as pequenas e medias 
empresas no que se refere às normas 
contábeis e viabilizar a convergência 
das normas contábeis nacionais ruma 
as internacionais; 
 
 
 
(IASB – International Accounting 
Standards Board) 
Sob a fundação da IASCF, encontra o IASB 
principal corpo de profissionais responsáveis 
pela efetiva discursão e elaboração das 
normas contábeis internacionais. Possui 
regime de dedicação de tempo integral, dirige 
e supervisiona o trabalho de um quadro 
técnico de profissionais também de tempo 
integral na minuta e discursão de normas ate 
sua aprovação final; 
 
(IFRIC – International Financial 
Repotting Interpretations 
Committee) 
Criado com o objetivo de interpretação, o 
IFRIC é responsável por interpretar as 
aplicações dos padrões do IASC. Esse 
organismo atua de forma não exclusiva e em 
tempo parcial; 
 
 
 
(SAC – Standards Advisory 
Council) 
Criada com o intuito de oferecer sugestões 
sobrea agenda de trabalho do IASB e sobre 
o andamento e os rumos de pronunciamentos 
contábeis internacionais específicos. É 
composta por creca de 40 representantes 
diretos de instituições envolvidas diretas ou 
indiretamente com os desafios encontrados 
pela contabilidade ao redor do mundo com 
legítimos interesses no processo de 
normatização contábil internacional. 
Quadro1 – Mecanismos de funcionamento do IASC 
Fonte: Lemes, 2010. 
32 
 
As normas internacionais denominadas de IAS, a partir de 2001, passaram a se 
chamar de Normas Internacionais de Relatórios Financeiros (IFRS), cujo objetivo 
não só abrange a contabilidade de forma isolada societária ou fiscal, mas sim em 
desenvolver todo o leque de temas envolvidos na elaboração e divulgação das 
atividades operacionais de uma entidade por meio de demonstrações de fluxo de 
caixa, balanços patrimoniais, demonstrações de resultado e etc. 
 
A elaboração e emissão de uma norma IFRS é o último passo de um processo 
rigoroso de discursão entre entidades envolvidas, a fim de desenvolver a melhor 
solução possível com base em experiências vividas no ambiente contábil. O 
resultado final dessa discursão não é decidido por uma pessoa individualmente nem 
por um restrito grupo de pessoas, ninguém possui autonomia para a decisão da 
escolha final a se seguir. 
 
Lemes (2010) destaca que o processo de elaboração de uma IFRS se inicia quando 
o IASB aceita incluir em sua agenda ativa, sugestões de temas ou opiniões sobre 
determinado assunto referente ao campo da contabilidade, vindas dos mais 
diferentes usuários da contabilidade empresas, contabilistas em geral, investidores e 
a acionistas a fins de solução para determinada discursão. O pessoal técnico 
permanente do IASB se focaliza na análise da questão e na busca que existam ao 
redor do mundo, essa busca conduz a um documento para audiência pública 
mundial denominada “Minuta para Discussão”. 
 
Neste sentido os usuários da contabilidade ao redor do mundo podem acessar esse 
documento e enviar comentários sobre omissões, interpretações faltantes ou 
incorretas e suas próprias opiniões sobre o determinado assunto em questão. Após 
a revisão dessas cartas de comentários pelo IASB realizados em uma audiência 
pública a quem se propôs comentar e opinar sobre a futura norma, é então 
deliberada a emissão de uma norma IFRS em caráter final e oficial. 
 
No Brasil com o desenvolvimento da economia em função do mercado internacional 
e a aceleração do processo de globalização, tornou-se indiscutível a necessidade de 
uma harmonização contábil. Processo este que traz consigo uma série de benefícios 
e oportunidades para o mercado brasileiro. 
33 
 
Para Andrade (apud SCHMIDT; SANTOS; FERNANDES, 2010, p. 3), 
 
Argumenta que a harmonização, em primeiro lugar, abre o mercado 
brasileiro aos investidores internacionais, além de tornar o mercado de 
capitais e o sistema financeiro brasileiro mais transparente para as agências 
internacionais, melhorando assim o nosso relacionamento e a nossa 
imagem com esses organismos internacionais, além de reduzir o risco país. 
 
Criada com o intuito de aperfeiçoar e evoluir o sistema contábil no Brasil a Lei Nº 
6.404/1976 - Lei das sociedades anônimas - foi um marco para o desenvolvimento 
da economia brasileira, contudo, ao passar dos anos viu-se a necessidade de 
aperfeiçoamento de alguns dispositivos da referida Lei, pois já não atendia as 
necessidades do mercado atual que evoluía rapidamente. 
 
A existência da Lei (das Sociedades por Ações), se por um lado foi a maior alavanca 
para a melhoria da Contabilidade no Brasil nas últimas décadas, com o decorrer do 
tempo levou a uma situação de camisa de força que impediu a evolução, 
principalmente rumo às Normas Internacionais de Contabilidade (IUDÍCIBUS et al, 
2010, p. 14). 
 
Nesse sentido foi entregue ao congresso para votação um projeto de Lei que tinha 
por objetivos a alteração de alguns dispositivos da Lei Nº 6.404/1976, com o anseio 
de adequar a Contabilidade brasileira aos padrões internacionais, que recebeu a 
numeração de projeto Nº 3.741/2000. 
 
Esse processo de votação, no congresso, perdurou por quase uma década. Durante 
o processo de votação para transformar o projeto Nº 3.741/2000 em Lei, houve 
também adiamentos de sessões e pressionamento dos profissionais de 
contabilidade e empresários da época, o que culminou em um importante passo no 
Brasil, a criação do CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis). 
 
E um importante passo, no Brasil, foi dado pela criação do CPC – Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis. Depois de duas décadas, seis entidades não 
governamentais entraram em acordo, uniram-se, e cinco delas pediram à 
sexta a formalização do Comitê. Assim, o CFC – Conselho Federal de 
Contabilidade, e pedido da APIMEC NACIONAL – Associação dos Analistas 
e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais -, da ABRASCA – 
Associação Brasileira das Companhias Abertas -, da BM&FBOVESPA – 
Bolsa de Mercadorias, Valores e Futuros -, da FIPECAFI – Fundação 
Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (conveniada à 
34 
 
FEA/USP) -, e do IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do 
Brasil -, emitiu sua resolução 1.055/05, criando esse Comitê. 
 
Ele está sendo suportado materialmente pelo Conselho Federal de 
Contabilidade, mas possui total e completa independência em suas 
deliberações (Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações) 
(IUDÍCIBUS et al, 2010, p. 15). 
 
Dentre as variáveis qualitativas do CPC, sua criação teve como principal objetivo dar 
início ao longo processo de convergências das normas brasileiras as normas 
internacionais emitidas pelo IASB. Iudícibus (2010), ainda destaca que os 
pronunciamentos e as interpretações e as orientações emanadas do CPC são, 
basicamente, traduções das normas internacionais, com raras adaptações de 
linguagem e de algumas situações específicas. Contudo não existe uma única 
determinação do CPC que não esteja abrigada pelas normas internacionais. 
 
 
2.2.1 LEI Nº 6.404/1976 DAS SOCIEDADES POR AÇÕES 
 
A Lei das Sociedades por Ações Lei Nº 6.404/1976 surgiu para regular e controlar as 
sociedades por ações, além disso, veio para substituir o decreto Nº 2.627 de 1940 
que regulava as sociedades de capital aberto. Essa Lei foi de grande avanço para 
contabilidade Brasileira na época de sua publicação, e, apesar dos contadores não 
estarem preparados para mudanças, foi de grande aceitação. 
 
De acordo com Iudícibus et al (2000, p. 24): 
 
[...] com intuído não só de auxiliar no processo de viabilidade pratica da Lei 
nº 6.404/76, então recém-editada para efetiva aplicação a parti de 1978, 
como também visado dar entendimento e interpretação uniformes a 
inúmeras disposições daquela Lei e da legislação de Imposto de Renda que 
acabava de ser profundamente alterada. De fato, toda aquela nova 
legislação representou uma verdadeira “revolução” no campo da 
contabilidade, introduzindo inclusive muitas técnicas para as quais uma 
parcela substancial dos profissionais da área não estava preparada. 
 
Apesar de sofrer varias alterações até os dias de hoje, a Lei Nº 6.404/76 na sua 
época estava à frente de seu tempo era uma Lei moderna, essas alterações na Lei 
Nº 6.404/76 foram para que ela ficasse o mais próximo o possível das 
demonstrações financeiras aceitas internacionalmente. Junto à Lei Nº 6.404/76 
35 
 
surgiu a Lei Nº 6.385, de 1976 que criou a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) 
que fiscaliza e registra as Sociedades por Ações. 
 
De acordo com o Iudícibus et al (2000), “a Lei nº 6.404/76 é um texto legislativo que 
preserva sua essência através do tempo, ou seja, desdeo ano de 1976, em que foi 
aprovada pelo congresso nacional. No entanto essa essência pode ser confrontada 
com a realidade contábil”. 
 
Depois de ser sancionada em 15 de dezembro de 1976, a lei Nº 6.404 recebeu 
várias alterações significativas e importantes, para se adaptar às evoluções 
contábeis não só no cenário nacional, mais também internacional. A Lei sofreu muita 
dessas atualizações para se adaptar às normas contábeis que são emitidas pelo 
CFC (Conselho Federal de Contabilidade) e CVM, e com apoio do IBRACON 
(Instituto dos Auditores Independentes do Brasil) procuram o aperfeiçoamento para 
uma técnica contábil simplificada e clara para que as entidades publiquem suas 
demonstrações financeiras para todos os usuários da contabilidade moderna, interna 
e externa. 
 
Existia uma grande dificuldade para adaptar as demonstrações financeiras contábeis 
na forma da legislação fiscal vigente com os princípios da contabilidade até o 
surgimento da Lei Nº 6.404/76 e suas alterações, que visam colocar as normas 
contábeis de demonstrações alinhadas com as leis fiscais. 
 
Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros 
permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta 
Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar 
métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações 
patrimoniais segundo o regime de competência (Redação dada pela Lei nº 
6.404/76). 
 
Essas atualizações na Lei Nº 6.404/76 estão se aprimorando para adequar a Lei das 
Sociedades Anônimas a legislação fiscal vigente e a internacionalização da 
contabilidade e as demonstrações aceitas internacionalmente. 
 
 
 
36 
 
2.2.2 PROMULGAÇÃO DA LEI Nº 11.638/2007 E A MP 449/2008 
 
A Lei Nº 6.404/1976 em sua totalidade foi um marco para a evolução da 
contabilidade no Brasil, pois incorporou uma legislação específica para as 
sociedades de grande porte da época que crescia e se desenvolvia rapidamente 
necessitando de uma contabilidade focada em suas atividades e necessidades, 
desde a escrituração a divulgação das demonstrações contábeis. 
 
Com o aumento das relações internacionais no Brasil, viu-se o crescente aumento 
dos custos e a onerosidade dos contabilistas e das grandes companhias para 
elaboração de duas contabilidades, uma realizada de acordo com os parâmetros 
brasileiros e pela lei Nº 6.404/76 e outra focada nos padrões internacionais de cada 
país, visando elaborar informações para os diversos usuários, principalmente 
investidores e acionistas internacionais ou multinacionais instaladas no Brasil. 
 
Com isso, no Brasil, no ano 2000, foi elaborado o projeto de lei Nº 3.741/2000 de 
iniciativa da CVM para ser analisado e votado no congresso nacional brasileiro que 
visava alterar e revogar alguns dispositivos da lei Nº 6.404/1976, que em seu 
desenvolvimento buscava não só mudanças no balanço patrimonial e na 
demonstração do resultado do exercício, mas a adoção de mais duas 
demonstrações financeiras para as companhias brasileiras de capital aberto. 
 
Após tramitar por quase uma década no congresso brasileiro, o projeto de lei Nº 
3.741/2000 foi transformado em Lei Nº 11.638/2007. 
 
A Lei n. 11.638, de 28 de dezembro de 2007, alterou, revogou e introduziu 
dispositivos da Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e estendeu às 
sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação 
de demonstrações financeiras. 
 
Embora a Lei n. 11.638/2007 não tenha promovido todas as alterações 
esperadas por alguns setores da sociedade, conforme propunha o projeto 
de Lei n. 3.741/2000 de iniciativa da Comissão de Valores Mobiliários 
(CVM), é preciso considerar que as mudanças efetuadas principalmente na 
parte que trata dos procedimentos contábeis e de elaboração das 
demonstrações financeiras representam, sem dúvida, um grande avanço 
em relação aos procedimentos contábeis até então praticados no Brasil. 
 
As alterações ocorreram nos arts. 176, 177, 178, 179, 181, 182, 183, 184, 
187 e 188, todos do Capítulo XV, que trata do exercício social e das 
37 
 
demonstrações financeiras; nos arts. 197 e 199, ambos do Capítulo XVI, 
que trata do lucro, das reservas e dos dividendos; no art. 226 do Capitulo 
XVII, que trata da dissolução, liquidação e extinção; e no art. 248 do 
Capítulo XX, que trata das sociedades coligadas, controladoras e 
controladas. 
 
Além das mudanças nos artigos supramencionados, a Lei n. 11.638/2007 
introduziu o art. 195-A que trata de reservas para incentivos fiscais 
(RIBEIRO, 2008, p. 3). 
 
Após a vigência da Lei Nº 11.638/2007, os rumores de uma legislação defasada se 
confirmaram, a respectiva Lei trouxe em sua redação várias divergências tanto na 
área fiscal como contábil. Os problemas iam desde o entendimento da nova 
legislação à execução das demonstrações dentro das normas internacionais. 
 
O projeto de Lei Nº 3.741/2000 ficara tramitando no congresso há quase uma 
década, neste processo, a sociedade e o mercado estavam em movimento, 
evoluindo sua forma de pensar e agir, dessa forma a Lei Nº 11.638/2007 possuía em 
seu texto, dispositivos que precisavam ser atualizados para atender as novas 
necessidades do mercado internacional e das grandes companhias. Diante disso o 
governo federal sancionou a MP 449/2008, que foi convertida em Lei Nº 11.941/2009 
em 27 de maio de 2009. 
 
Em sua redação, a Lei Nº 11.941/2009 fez mudanças significativas no campo da 
contabilidade e principalmente na estrutura das demonstrações financeiras, embora 
seu texto traga mudanças em diferentes campos contábeis, abordar-se-á daqui em 
diante apenas as transformações no campo das estruturas das demonstrações 
financeiras. 
 
Entre as novidades da nova Lei Nº 11.941/2009 que altera alguns dispositivos da Lei 
Nº 6.404/1976 e consequentemente a Lei Nº 11.638/2007 no grupo das 
demonstrações em seu art. 37, § 1º, se encontra a extinção do grupo de contas do 
“ativo permanente” e a segregação elaborada do ativo que foi subdividido em: ativo 
circulante, e ativo não circulante. Este primeiro passou a identificar as 
disponibilidades da entidade de valores imediatos, ou seja, valores monetários que a 
empresa dispõe ou que podem consegui-los com mais facilidade. E o ultimo passou 
a se formar pelo grupo de contas: realizável a longo prazo, investimentos, 
imobilizado e intangível. 
38 
 
Trouxe também modificações o grupo do passivo art. 37, § 2º, que exclui o passivo 
exigível a longo prazo, dessa forma subdividido em: passivo circulante, não 
circulante e patrimônio líquido. 
 
 
2.3 ALTERAÇÕES NA ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 
 
 
2.3.1 LEI Nº 11.638/2007 
 
A Lei Nº 11.638/2007 em sua autonomia substituiu uma demonstração contábil por 
outra e incluiu mais uma demonstração ao quadro de divulgação das companhias 
brasileiras: 
 
 Substituição da demonstração das origens e aplicações de recursos (DOAR), 
pela demonstração dos fluxos de caixa (DFC). (art. 174, inciso V, da Lei 
11.638/2007). 
 
 Inclusão, entre as demonstrações obrigatórias a demonstração do valor 
adicionado (DVA). (art. 174, inciso V, da Lei 11.638/2007). 
 
Ocorreram mudanças significativas quanto à nova estrutura do balanço patrimonial 
no que tange o ativo permanente e o patrimônio líquido: 
 
Ativo Permanente 
 
A principal alteração dessa classificação de ativos foi a criação do grupo intangível, 
os bens e direitos desse grupo até então eram classificados no ativo imobilizado, 
sendo eles representativos de bens imateriais. (art. 178, § 1º, alínea c). 
 
O intangível compõe-se dos bens de propriedade industrial ou comercial legalmente 
conferidosà empresa, originando-se disto seu valor, e não da propriedade física dos 
mesmos. Como exemplos de bens permanentes intangíveis podem ser citados 
39 
 
direitos autorais, patentes, marcas, fundo de comércio (ou goodwill), gastos com 
desenvolvimento de novos produtos etc. (ASSAF NETO, 2010, p. 56). 
 
O ativo imobilizado sofreu mudanças em seu conceito, dando espaço para que 
outros bens possam ser classificados nesta conta. Neste sentido, a Lei Nº 
6.404/1976, art. 179, inciso IV determina que: 
 
As contas serão classificadas do seguinte modo: 
 
IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens destinados 
à manutenção das atividades da companhia e da empresa, ou exercidos 
com essa finalidade, inclusive os de propriedades industrial ou comercial; 
[...] 
 
De acordo com a nova redação dada pela Lei Nº 11.638/2007, art. 179, inciso IV que 
trata do conceito de ativos imobilizados, ficou da seguinte forma: 
 
As contas serão classificadas do seguinte modo: 
 
IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos 
destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou 
exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que 
transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; 
[...] 
 
Para maior entendimento das mudanças ocorridas no balanço patrimonial pela Lei 
Nº 11.638/2007 segue um quadro comparativo com a Lei Nº 6.404/1976 abaixo: 
 
ATIVO – Lei Nº 6.404/1976 ATIVO – Lei Nº 11.638/2007 
Ativo Circulante Ativo Circulante 
Ativo Realizável a Longo Prazo Ativo Realizável a Longo Prazo 
Ativo Permanente Ativo Permanente 
 Investimentos Investimentos 
 Imobilizado Imobilizado 
 Diferido Intangível 
 Diferido 
Quadro 2 – Comparação do ativo da Lei nº 6.404/1976 com a Lei nº 11.638/2007 
Fonte: Desenvolvido pelos autores. 
 
No grupo do ativo do Balanço Patrimonial não houve grandes alterações em suas 
estruturas, apenas a inclusão do novo subgrupo intangível, nesta conta classificará 
40 
 
os ativos que tem por bases bens incorpóreos destinados à manutenção das 
atividades operacionais da empresa. 
 
Patrimônio Líquido 
 
No grupo do patrimônio líquido ocorreram várias mudanças, tanto extinção de 
contas, como as inclusões de novas no grupo do patrimônio líquido, na qual Ribeiro 
(2008, p. 6) relata: 
 
Foi extinta a conta Lucros Acumulados, entretanto se manteve a conta 
Prejuízo Acumulados. O lucro líquido apurado em cada exercício deverá ser 
totalmente destinado à constituição de reservas de lucros, na compensação 
de prejuízos ou na distribuição de dividendos. Os órgãos da administração 
da companhia submeterão, com as demonstrações financeiras do exercício, 
à assembleia geral ordinária proposta sobre a destinação a ser dada ao 
lucro líquido. 
 
Extinguiu-se o grupo das reservas de reavaliação. 
 
Foi criado o grupo “Ajustes de Avaliação Patrimonial”, no qual se deverão 
classificar as contrapartidas de determinadas avaliações de ativos a preço 
de mercado (instrumentos financeiros) e, ainda, os ajustes de conversão 
com base na variação cambial de investimentos societários no exterior. 
 
O prêmio recebido na emissão de debêntures e as doações e subvenções 
recebidas, que antes geravam Reservas de Capital, agora devem ser 
considerados como receitas do período, transitando pela DRE. 
 
A parcela do lucro líquido relativa a doações ou subvenções governamentais para 
investimentos, decorrentes de incentivos fiscais, poderá, no entanto, ser destinada à 
constituição da reserva por incentivos fiscais (art. 195-A da Lei Nº 6404/1976). 
 
Para melhor compreensão segue um quadro comparativo da Lei Nº 6.404/1976 com 
as atualizações da Lei Nº 11.638/2007 em relação ao patrimônio líquido: 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO – LEI Nº 
6.404/1976 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO – LEI Nº 
11.638/2007 (continua) 
Patrimônio Líquido Patrimônio Líquido 
 Capital Social Capital Social 
 Reservas de Capital Reservas de Capital 
Quadro 3 – Comparação do patrimônio líquido da Lei nº 6. 404/1976 com a Lei nº 11.638/2007 
Fonte: Desenvolvido pelos autores. 
 
41 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO – LEI Nº 
6.404/1976 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO – LEI Nº 
11.638/2007 (conclusão) 
 Reservas de Reavaliação Ajustes de Avaliação Patrimonial 
 Reservas de Lucros ou Prejuízos 
Acumulados 
 Reservas de Lucros 
(-) Ações em Tesouraria 
(-) Prejuízos Acumulados 
Quadro 3 – Comparação do patrimônio líquido da Lei nº 6. 404/1976 com a Lei nº 11.638/2007 
Fonte: Desenvolvido pelos autores. 
 
Apesar das mudanças estéticas e conceituais estabelecidas pela Lei Nº 11.638/2007 
no que tange o balanço patrimonial, esta por sua vez ainda não conseguiu estruturar 
o balanço patrimonial de acordo com as normas internacionais, somente com a 
aprovação da MP 449/2008 em Lei, é que se estabeleceram os padrões 
normatizados. 
 
 
2.3.2 LEI Nº 11.941/2009 
 
A Lei Nº 11.941/2009 provocou grandes mudanças na estética do balanço 
patrimonial o que ocasionou inserção e extinção de contas e mudanças quanto à 
classificação de grupo, as mudanças foram estabelecidas em ambos os lados do 
balanço patrimonial tanto ativo como passivo. 
 
Ativo 
 
Para melhor visualizar segue o quadro comparativo do balanço patrimonial da Lei Nº 
11.638/2007 com as atualizações da Lei Nº 11.941/2007: 
 
ATIVO – LEI Nº 11.638/2007 ATIVO – LEI Nº 11.941/2009 
Ativo Circulante Ativo Circulante 
Ativo Realizável a Longo Prazo Ativo Não Circulante 
Ativo Permanente Realizávela Longo Prazo 
 Investimentos Investimentos 
 Imobilizado Imobilizado 
 Intangível Intangível 
 Diferido 
Quadro 4 – Comparação do ativo da Lei nº 11.638/2007 com a Lei nº 11.941/2009 
Fonte: Desenvolvido pelos autores. 
42 
 
A grande novidade dessa nova atualização foi a divisão do grupo do ativo em 
apenas “ativo circulante e ativo não circulante”, em seu art. 37 a Lei Nº 11.941/2009 
altera o art. 178 da Lei Nº 6.404/1976 que consequentemente altera a redação dada 
pela Lei Nº 11.638/02007. 
 
O art. 178, § 1º, alínea a, b, c da Lei Nº 6.404/1976 relata: 
 
No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de 
liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: 
 
a) Ativo circulante; 
b) Ativo realizável a longo prazo; 
c) Ativo permanente, dividido em investimentos, imobilizado, intangível e 
diferido. (redação dada pela Lei Nº 11.638/2007). 
 
De acordo com os novos parâmetros estabelecidos pela Lei Nº 11.941/2009, a 
estrutura do balanço patrimonial segue a seguinte nova estrutura, em que a referida 
Lei trata em seu art. 37: 
 
A Lei Nº 6.404/1976, de 15 de dezembro de 1976, passa a vigorar com as 
seguintes alterações: 
 
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos 
do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o 
conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. 
 
§ 1º. No ativo as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de 
liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: 
 
a) ativo circulante; e 
b) ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, 
investimentos, imobilizado e intangível. 
 
Em sua redação a Lei Nº 11.941/2009, retirou as figuras do ativo realizável a longo 
prazo e ativo permanente como grupos, sendo estes agora subgrupo do ativo não 
circulante. Extingui a conta do diferido do balanço, mas deu respaldo as 
organizações que possuíam saldo nessa conta, em que em relata em seu art. 38: 
 
A Lei Nº 6.404/1976, de 15 de dezembro de 1976, passa a vigorar acrescida 
dos arts. 184 – A, 299 – A e 299 – B: 
 
“Art. 299 – A. o saldo existente em 31 de dezembro de 2008 noativo 
diferido que, pela sua natureza, não puder ser alocado a outro grupo de 
contas, poderá permanecer no ativo sob essa classificação até sua 
completa amortização, sujeito à análise sobre a recuperação de que se trata 
o paragrafo 3º do art. 183 desta Lei.” 
43 
 
Dessa forma as demonstrações contábeis e especialmente o balanço patrimonial 
após a promulgação da Lei Nº 11.941/2009, deverão alocar ou reconhecer as contas 
do diferido como gastos pré-operacionais como despesa do período. A permanência 
da conta diferido no balanço serão apenas permitido para entidades que não tenha 
como alocar seus “bens e direitos” em outra conta. 
 
Passivo 
 
Como no ativo a Lei Nº 11.941/2009 trouxe mudanças nas contas do lado do passivo 
do balanço patrimonial. A nomenclatura do grupo do exigível a longo prazo deixa de 
existir dando espaço para o grupo do passivo não circulante, com isso foi extinta a 
conta para resultados de exercícios futuros, que era classificada como direitos 
antecipados ou receitas antecipadas. Para melhor compreensão das mudanças nas 
contas do passivo, segue quadro comparativo da Lei Nº 11.638/2007 com as 
atualizações da Lei Nº 11.941/2009: 
 
Passivo – lei Nº 11.638/2007 Passivo – Lei Nº 11.941/2009 
Passivo Circulante Passivo Circulante 
Passivo Exigível a Longo Prazo PassivoNão Circulante 
Resultado de Exercícios Futuros Patrimônio Líquido 
Patrimônio Líquido Capital Social 
 Capital Social Reservas de Capital 
 Reservas de capital Ajustes da Avaliação Patrimonial 
 Ajustes de Avaliação Patrimonial Reservas de lucros 
 Reservas de lucros (-) Ações em Tesouraria 
(-) Ações em Tesouraria (-) Prejuízos Acumulados 
(-) Prejuízos Acumulados 
Quadro 5 – Comparação do passivo da Lei nº 11.638/2007 com a Lei nº 11.941/2009 
Fonte: Desenvolvida pelos autores. 
 
A Lei 6.404/1976 após as atualizações da Lei Nº 11.638/2007, em seu art. 178, § 2º, 
alínea a, b, c editava que: 
 
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos 
do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o 
conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. 
 
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: 
a) passivo circulante; 
b) passivo exigível a longo prazo; 
c) resultados de exercícios futuros. 
44 
 
Com as devidas atualizações necessárias ao sistema normativo contábil 
internacional a Lei Nº 11.941/2009 em seu art. 37 alterou os dispositivos da Lei Nº 
6.404/1976, dessa forma o art. 178, § 2º da Lei das sociedades anônimas, passou a 
vigorar da seguinte maneira: 
 
A Lei Nº 6.404/1976, de 15 de dezembro de 1976, passa a vigorar com as 
seguintes alterações: 
 
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos 
do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o 
conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. 
 
§ 2º No passivo as contas serão classificadas nos seguintes grupos: 
 
a) passivo circulante; 
b) passivo não circulante; e 
c) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes 
de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e 
prejuízos acumulados. (redação dada pela Lei Nº 11.638/2007). 
 
Em resumo as mudanças ocorridas no balanço patrimonial com a Lei Nº 
11.638/2007 e a Lei Nº 11.941/2009 têm por principais objetivos adequação das 
informações contábeis às normas internacionais de contabilidade. 
 
Este é um processo lento, pois se trata do patrimônio das organizações e, apesar de 
estar sendo desenvolvido no Brasil a passos largos, cabe aos profissionais 
contábeis e seus respectivos usuários um estudo aprofundado dessas mudanças 
que vêm ocorrendo no campo das demonstrações financeiras. 
 
 
2.4 AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS BRASILEIRAS 
 
O processo de normatização contábil no Brasil trouxe consigo, um acervo enorme de 
conceitos e princípios a serem seguidos no processo de elaboração das 
demonstrações financeiras. Com isso torna-se importante o conhecimento sobre os 
demonstrativos exigidos pela legislação fiscal brasileira e uma revisão sistemática 
desses processos para que se tenha a certeza e confiança na hora de elaborar tais 
demonstrativos, que atualmente seguem os princípios internacionais de 
contabilidade. 
 
45 
 
Esses relatórios são de vital importância para as empresa e seus potenciais usuários 
que ficam a par de toda estrutura e movimentação financeira da instituição. Os 
objetivos da elaboração de tais relatórios são diversos que vão desde a 
transparência das atividades operacionais da empresa a captação de recursos para 
a manutenção da organização. 
 
Sendo assim, Perez Junior e Begalli (2002, p. 230), definem os objetivos da 
empresa em relação à elaboração das demonstrações financeiras, dos quais são: 
 
Extrair informações das informações das demonstrações contábeis úteis 
para tomada de decisão, de forma a concluir sobre a saúde econômico-
financeira da empresa e sobre o desempenho de sua atividade operacional; 
 
Obter os dados nos relatórios contábeis e transformá-los em informações. 
 
Atualmente as sociedades anônimas de capital aberto são as únicas instituições no 
Brasil, obrigadas à elaboração e divulgação das demonstrações contábeis ou 
financeiras, o que não impede que outras instituições elaborem tais demonstrativos. 
Essas companhias normalmente assim chamadas são regidas pela Lei Nº 
6.404/1976, que rege sobre a disciplina das demonstrações financeiras em seus 
arts. 176 a 188. Com isso a referida Lei Nº 6.404/1976 em seu art. 176, estipula e 
conceitua os demonstrativos contábeis exigidos pela legislação fiscal brasileira: 
 
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base 
na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações 
financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da 
companhia e as mutações ocorridas no exercício: 
 
I – balanço patrimonial; 
II – demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; 
III – demonstração do resultado do exercício; e 
IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (redação dada pela Lei Nº 
11.638/2007) 
V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. 
 
 
2.4.1 BALANÇO PATRIMONIAL (BP) 
 
O balanço patrimonial é um relatório contábil que evidencia em sua estrutura a 
posição financeira e patrimonial de uma determinada entidade. Em sua essência o 
balanço traz consigo três partes fundamentais para uma análise consistente de suas 
46 
 
contas, que são denominadas: ativo, passivo e patrimônio líquido. Cada uma dessas 
partes apresentam conceitos diferentes para classificação. 
 
No ativo classifica-se todas as contas de bens e direitos da entidade, quanto ao 
passivo se relacionam as contas identificadas como exigibilidade e obrigações da 
empresa e enquanto o patrimônio líquido é representado pela diferença entre o total 
do ativo e do passivo ou mais caracterizado como recursos próprios da empresa. 
 
Para Ribeiro (2008, p. 39), “o Balanço Patrimonial deve compreender todos os bens 
e direitos, tanto tangíveis (materiais) como intangíveis (imateriais), as obrigações e o 
Patrimônio Líquido da entidade, levantados a partir dos resultados contábeis no seu 
livro razão”. 
 
Na visão de Assaf Neto (2010, p. 47): 
 
O balanço apresenta a posição patrimonial e financeira de uma empresa em 
dado momento. A informação que esse demonstrativo fornece é totalmente 
estática e, muito provavelmente, sua estrutura se apresentará relativamente 
diferente algum tempo após seu encerramento. No entanto, pelas 
relevantes informações de tendências que podem ser extraídas de seu 
diversos grupos de contas, o balançoservirá como elemento de partida 
indispensável para o conhecimento da situação econômica e financeira de 
uma empresa. 
 
Dessa forma a Lei Nº 6.404/1976 em seu art. 178 estabelece que “no balanço, as 
contas serão classificadas segundo elementos do patrimônio que registrem, e 
agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da 
companhia”. 
 
 
2.4.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) 
 
A demonstração do resultado do exercício apresenta de forma resumida, mas bem 
organizada, as operações realizadas na entidade durante seu exercício social a que 
está obrigada, a fim de destacar o resultado ou lucro obtido pela organização. 
 
47 
 
No processo de elaboração da demonstração do resultado do exercício Ribeiro 
(2008, p. 53) destaca dois tipos de contas: 
 
A DRE é composta por contas de Resultado e Patrimoniais: as contas de 
resultado referem-se a todas as contas que representam as despesas, os 
custos e as receitas, observando o principio da competência. As contas 
patrimoniais são aquelas representativas das deduções e das participações 
no resultado. 
 
Com um conceito sistêmico Perez Junior e Begalli (2002, p. 140), estabelecem os 
processos dessa demonstração: 
 
A empresa de informar a terceiros interessados em seu balanço como foi 
obtido o resultado do exercício, lucro ou prejuízo, transferido para a conta 
de lucros ou prejuízos acumulados. 
 
Essa informação sobre o resultado do período é fornecida, em sua maior 
parte, pela Demonstração do Resultado do Exercício – DRE -, que nada 
mais é do que a apresentação das contas de receitas e despesas, feitas de 
modo ordenado. 
 
Tal ordenação consiste, basicamente, na separação das receitas, custos e 
despesas operacionais e não operacionais e em sua apresentação na forma 
indicada pela legislação vigente, de forma vertical e dedutiva. 
 
Contudo a demonstração do resultado do exercício apresenta os aumentos e as 
reduções efetuadas no patrimônio líquido da organização. Para Blatt (2001, p. 25), 
“[...] a DRE, é um resumo ordenado das receitas e despesas, não envolvendo 
necessariamente entrada ou saída de numerário”. 
 
 
2.4.3 DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA) 
 
A demonstração dos lucros e prejuízos acumulados é um relatório contábil utilizado 
de forma específica para caracterizar e definir os meios em que se se destinou o 
lucro do exercício da entidade. 
 
Como forma de conceituação Assaf Neto (2010, p.75 e 76), estabelece que: 
 
A DLPA promove a integração entre o Balanço Patrimonial e a 
demonstração de Resultados do Exercício (DRE). Seu objetivo básico é o 
de demonstrar a destinação do lucro líquido do exercício: parcela distribuída 
aos acionistas e aquela retida pela empresa para reinvestimento. [...] Pela 
48 
 
Lei atual das sociedades por ações, a conta “Lucros Acumulados” não pode 
apresentar saldo positivo ao final do exercício social. 
 
Os resultados apurados no exercício que não foram pagos aos acionistas – 
permaneceram retidos na empresa para reinvestimento em seus ativos – 
devem obrigatoriamente ser destinados a reservas próprias. 
 
Para Ribeiro (2008), a DLPA antes da Lei Nº 11.638/2007, era utilizada para 
evidenciar as mutações ocorridas na conta “lucros ou Prejuízos acumulados”, agora 
todo lucro apurado no final do exercício deve ser destinado à compensação de 
prejuízos, à constituição de reservas e à distribuição de dividendos. 
 
Como a Lei Nº 11.638/2007 não alterou o art. 186 da Lei Nº 6.404/1976 que trata da 
DLPA, acredita-se que esta demonstração tem como principal objetivo elaborar e 
evidenciar o saldo inicial da conta prejuízos acumulado se houver ajustes de 
exercícios anteriores, as reversões de reservas, bem como o lucro líquido apurado e 
sua destinação. 
 
A Lei 6.404/1976 em seu art. 186 disciplina sobre a estruturação da DLPA em que 
fala: 
 
Art. 186. A demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados discriminará: 
 
I – o saldo do inicio do período, os ajustes de exercícios anteriores e a 
correção monetária do saldo inicial; 
II – as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; 
III – as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros 
incorporada ao capital e o saldo ao fim do período. 
 
 
2.4.4 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL) 
 
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) e completa e envolve 
todo o Patrimônio Líquido e suas contas, registrando diminuições ou acréscimo em 
transações aferidas nas contas que compõe o Patrimônio Líquido. A Demonstração 
das Mutações do Patrimônio Líquido demonstra essas diminuições e acréscimo de 
uma forma simples, através de tabela que apresenta as vicissitudes do exercício que 
findaram as contas do Patrimônio Líquido, incluindo a Demonstração de Lucro e 
Prejuízo Acumulado (DLPA). 
49 
 
A demonstração das mutações patrimoniais abrange todas as contas do patrimônio 
líquido, identificando os fluxos ocorridos entre uma conta e outra e as variações 
(acréscimos e diminuições) verificados no exercício (ASSAF NETO, 2010, p. 78). 
 
A DMPL não e obrigatória pela Lei das Sociedades por Ações, Lei Nº 6.404/1976, 
por sua vez ela se tornou obrigatória depois de publicações da CVM, CPC 26 e 
CFC, tornando-a obrigatória, e veio para substituir a DLPA. 
 
A Lei n. 6.404/76 (Lei das S/A) só exige a DPLA. A CVM por sua vez, só 
exige a DMPL para as S/A de Capital aberto. Já o CPC 26 (CFC) exige a 
DMPL para todas as sociedades de grande porte. O CPC-PME exige a 
DMPL para todas as sociedades de pequeno e médio porte. 
 
Entretanto, as PMEs em que as únicas alterações do PL derivem do lucro 
líquido, do pagamento de dividendos e de ajuste no PL em função de erros 
ou mudanças de critérios contábeis podem elaborar somente a DLPA 
(MONTOTO, 2011, p. 726). 
 
A Lei Nº 6.404/76 reconhecendo a importância da DMPL apresenta como opção de 
publicação a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, se esta trouxer em 
seu corpo a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, a Demonstração do 
Lucro ou Prejuízo Acumulado é obrigatório pela Lei Nº 6.404/76. 
 
Art. 186. § 2º. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá 
indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser 
incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada 
e publicada pela companhia (Lei 6.404/76). 
 
 A DMPL tem sua importância em meio às demonstrações contábeis no Brasil por 
ela ser de simples apresentação e inserir todas as contas que compõem o 
Patrimônio Líquido. A DMPL demonstra a sequência e o valor das operações feitas 
no Patrimônio Líquido, completando assim as demais demonstrações com suas 
informações precisas sobre a criação das reservas e onde foram destinadas suas 
reservas do período anterior. 
 
A DMPL é de muita utilidade, pois fornece a movimentação ocorrida durante 
o exercício nas diversas contas componentes do Patrimônio Líquido; faz 
clara indicação do fluxo de uma conta para outra e indica a origem e o valor 
de cada acréscimo ou diminuição no Patrimônio Líquido durante o exercício. 
Trata-se, portando, de informações que complementa os demais dados 
constantes do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do 
Exercício; é particularmente importante para as empresas que tenham seu 
50 
 
Patrimônio Líquido formados por diversas contas e mantenham com elas 
inúmeras transações. 
 
[...] pois a demonstração indicará claramente a formação e a utilização de 
todas as reservas, e não apenas das originadas por lucros. Servirá também 
para melhor compreensão, inclusive quanto ao cálculo dos dividendos 
obrigatórios (IUDÍCIBUS et al, 2010,p. 554). 
 
A DMPL será demonstrada em uma planilha disposta em colunas trazendo as 
contas do PL mostrando as operações e transformações nos valores aferidos no 
período apurado. 
 
[...] a DMPL é composta por colunas onde são evidenciadas as operações ocorridas 
no Patrimônio Liquido. No que se refere à apresentação das Reservas de Capital, de 
Lucro e Outros resultados Abrangentes, a divulgação de forma analítica (com uma 
coluna para cada conta) ou sintética (com o agrupamento das contas) fica a critério 
da entidade (IUDÍCIBUS et al, 2010, p. 558). 
 
 
2.4.5 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (DFC) 
 
A Demonstração do fluxo de Caixa só passou a ser obrigatório a partir da Lei Nº 
11.638/2007. 
 
Em dezembro de 2007, a legislação societária brasileira, Lei nº 6.404/76 foi 
modificada pela Lei nº 11.638 que trouxe a obrigatoriedade de elaboração da 
Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) em substituição à demonstração das 
Origens e Aplicações de Recursos (DOAR). Entretanto não tratou de sua forma de 
apresentação de maneira detalhada (IUDÍCIBUS et al, 2010, p. 564). 
 
A Demonstração do Fluxo de Caixa tem por finalidade demonstrar para os usuários 
das demonstrações a situação da empresa em honrar com seu equivalente de caixa 
suas dividas do período. 
 
A DFC permite que se analise, principalmente, a capacidade da empresa em honrar 
seus compromissos financeiros, gerar resultados de caixa futuros, e sua liquidez e 
solvência financeira (ASSAF NETO, 2010, p. 84). 
51 
 
A demonstração dos fluxos de caixa tem o objetivo de apresentar aos usuários das 
demonstrações financeiras as modificações ocorridas no “Caixa” de uma empresa 
durante um exercício social (MONTOTO, 2011, p. 763). 
 
[...] é prover informações relevantes sobre os pagamentos e recebimentos, em 
dinheiro, de uma empresa, ocorrido durante um determinado período, e com isso 
ajudar os usuários das demonstrações contábeis na análise da capacidade da 
entidade de gerar caixa e equivalente de caixa, bem como suas necessidades para 
utilizar esses fluxos de caixa (IUDÍCIBUS et al, 2010, p. 565). 
 
A DFC mostra com eficiência a movimentação do Caixa da empresa e os 
equivalentes de caixas, que são contas com liquides imediatas, essas 
movimentações deveram ser demonstradas no mínimo em três fluxos. 
 
O art. 188 da Lei n. 6.404/76, transcrito a seguir, especifica quais as 
informações mínimas que o demonstrativo dos fluxos de caixa deve 
apresentar: 
 
“Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 
176 desta Lei indicarão, no mínimo: (Redação dada pela Lei n. 11.638, de 
2007). 
 
I – demonstração dos fluxos de caixa – as alterações ocorridas, durante o 
exercício, no saldo de caixa e equivalente de caixa, segregando-se essas 
alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: (Redação dada pela Lei. 11.638, 
de 2007) (MONTOTO, 2011, p. 763). 
 
Esses três fluxos se encontram descritos da seguinte forma: operacional, 
investimentos e dos financiamentos por Assaf Neto (2010, p. 84): 
 
Fluxos Financeiros Operacionais: descrevem basicamente as transações 
registradas na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). 
 
Entradas de caixa: recebimento de vendas realizadas a vista e de títulos 
representativos de vendas a prazo; recebimentos de receitas financeiras 
provenientes de aplicações no mercado financeiro, dividendos de 
participações acionárias em outra empresa, outros recebimentos como 
indenizações de seguros, sentença judiciais favoráveis etc. 
 
Saídas de Caixa: pagamento a fornecedores por compras a vista e de 
títulos representativos de compras a prazo, pagamentos de impostos, 
contribuições e taxas, pagamentos de encargos financeiros de empréstimos 
e financiamentos etc. 
 
52 
 
Fluxos Financeiros de Investimentos: são geralmente determinados por 
variações nos ativos não circulantes (ativos de longo prazo) e destinados à 
atividade operacional de produção e venda da empresa. 
 
Entrada de Caixa: recebimento pela venda de título de aplicações de longo 
prazo (investimento) e participação acionária, de imobilizados etc. 
 
Saídas de Caixa: aquisições de títulos de longo prazo para investimentos, 
desembolsos para participações acionárias em outras companhias, compras 
avista de bens imobilizados etc. 
 
Fluxos Financeiros de Financiamentos: referem-se basicamente às 
operações com credores e investidores. 
 
Entradas de Caixa: captações no mercado através de emissão de títulos de 
dívida, integralização de ações emitidas etc. 
 
Saídas de Caixa: pagamentos de dividendos e juros sobre o capital próprio 
aos acionistas, amortização de empréstimos e financiamentos (pagamento 
de principal) etc. 
 
 
2.4.6 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA) 
 
A Demonstração do Valor Adicionado se refere à riqueza gerada pela empresa, e 
demonstra em grupos distintos sua distribuição e seus efeitos no patrimônio da 
empresa. 
 
Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caputdo art. 176 
desta Lei indicarão, no mínimo: (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) 
 
II – demonstração do valor adicionado – o valor da riqueza gerada pela 
companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a 
geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, 
governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. (Redação 
dada pela Lei nº 11.638,de 2007). (Lei 6.404/76). 
 
Montoto (2011), Demonstração do Valor adicionado passou a ser obrigatória 
somente para sociedades por ações de capital aberto a partir da alteração que a Lei 
6.404/76 sofreu em seu art. 176, inc. V com advento da Lei 11.638, de 2007, que 
obrigou as sociedades de capital aberto a publicarem essa demonstração. 
 
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base 
na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações 
financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da 
companhia e as mutações ocorridas no exercício: 
 
V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.(Incluído pela 
Lei nº 11.638, de 2007). (Lei 6.404/76) 
53 
 
2.5 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 
 
A análise dos demonstrativos financeiros consiste num processo rigoroso de índices 
e coeficientes extraídos dos lançamentos efetuados na publicação das 
demonstrações financeiras. Essas análises variam de acordo com as necessidades 
dos usuários que buscam informações quanto a situação financeira ou econômica 
da organização. 
 
A maneira com que os indicadores de análise são utilizados é particular de quem faz 
a análise, sobressaindo-se, além do conhecimento técnico, a experiência e a própria 
intuição do analista. Dois analistas podem chegar a conclusões bem diferentes 
sobre a mesma empresa, mesmo tendo eles trabalhado coma as mesmas 
informações e utilizando iguais técnicas de análise. [...] (ASSAF NETO, 2010, p. 36). 
 
Para Blatt (2001), a análise das demonstrações financeiras ou análises econômico-
financeiras dos demonstrativos contábeis visa determinar a involução ou evolução 
das situações financeira e econômica de uma entidade. 
 
Correlacionando com essas afirmações Iudícibus (1998) relata que “a análise das 
demonstrações contábeis pode ser conceituadas como a arte de saber extrair 
relações uteis, para o objetivo econômico que tivermos em mente, dos relatórios 
contábeis e de suas extensões e detalhamentos”. 
 
 
2.5.1 VISÃO HISTÓRICA E EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE ANÁLISE 
 
Se tratando do processo histórico de análise das demonstrações financeiras, autores 
em conjunto afirmam que este processo e tão antigo quanto o surgimento da 
contabilidade. 
 
Marion (2012, p. 6-7) relata que:Se nos reportarmos para o início provável da Contabilidade (+/- 4000 a. C.), 
em sua forma primitiva, encontraremos os primeiros inventários de rebanhos 
(o homem que voltava sua atenção para a principal atividade econômica: o 
54 
 
pastoreio) e a preocupação da variação de sua riqueza (variação do 
rebanho). 
 
A análise da variação da riqueza realizada entre a comparação de dois 
inventários em momentos distintos leva-nos a um primeiro sintoma de que 
aquela afirmação (análise tão antiga quanto a própria Contabilidade) é 
possível. 
 
Portanto, a partir dessa definição constata-se que mesmo em tempos longínquos, já 
era realizado mesmo que de forma simples uma averiguação do patrimônio 
constatando dessa forma se houve acréscimo ou uma redução de seus recursos, 
configurando dessa forma uma análise mesmo que precária da posição financeira de 
seus bens e riquezas. 
 
Com o passar dos tempos e a evolução da sociedade, o processo de análise das 
demonstrações financeiras foi-se aprimorando até se tornar hoje uma ferramenta 
gerencial de vital importância dentro das organizações. Contudo seus aspectos e 
marcos durante o desenvolver dos tempos são correlatados a seguir: 
 
No final do século passado, banqueiros americanos passaram a solicitar balanços 
das empresas tomadoras de empréstimos; 
Em 9-2-1895, o Conselho Executivo da Associação de Bancos de Nova Iorque 
recomendou a seus membros que solicitassem balanços aos tomadores de 
empréstimos; 
Em 1900, a associação divulgou um formulário de proposta de crédito que incluía 
espaço para balaço; 
Em 1919, Alexander Wall (considerado o pai da análise de balanços) desenvolveu 
um modelo de análises de índices; 
Em 1925, Stephen Gilman propôs a análise horizontal; 
Em 1930, surgiu na Du Pont um modelo de análise de rentabilidade (ROI – 
ReturnonInvestment) que decompunha o retorno em margem e giro; 
Em 1931, a Dun&Bradstreet passou a elaborar e divulgar índices padrões para os 
diversos ramos de atividades dos EUA; 
No brasil, em 1968, foi criada a SERASA e surgiu a metodologia de análise e de 
construção de índices-padrões. 
Quadro 6 – Processo cronológico da análise das demonstrações financeiras 
Fonte: Perez Junior e Begalli, (2002). 
 
Todavia, o processo de análise das demonstrações financeiras remonta-se de forma 
concreta e objetiva no final do século XIX, com o surgimento dos bancos 
governamentais com interesse na situação econômico-financeira das organizações e 
a abertura do capital por parte das grandes corporações, possibilitaram a evolução 
do processo de análise dos demonstrativos financeiros. 
55 
 
2.5.2 TÉCNICAS DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 
 
Dentre o processo de análise das demonstrações financeiras o analista em questão 
se disponibiliza de uma serie de técnicas que possibilitam uma análise consistente 
da situação econômico-financeira da empresa. Esses indicadores como são 
normalmente conhecidos, se analisados separadamente produzem informações 
insuficientes para o processo de análise de quaisquer demonstrativos contábil. Mas 
quando agrupados de forma linear, produzem uma análise consistente sobre a 
situação da empresa em questão. 
 
Dentre as técnicas de análise mais utilizadas para se ter um conhecimento da 
posição econômico-financeira de certa organização em determinado período se 
destacam: 
 
 Análise vertical e horizontal; 
 Indicadores financeiros e econômicos; 
 
 
2.5.2.1 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL 
 
O processo de análise de qualquer demonstração segue duas características 
principais, em que Assaf Neto (2010, p. 93), discorre que “são elas a comparação 
dos valores obtidos em determinado período com aqueles levantados em períodos 
anteriores e o relacionamento desses valores com outros fins”. 
 
Dessa forma o processo de comparação de valores de contas entre si, evidencia 
com clareza a posição estática das demonstrações analisadas. Com isso esse 
processo comparativo de dados é caracterizado pela análise horizontal e análise 
vertical. 
 
A análise horizontal também denominada de análise de números-índices avalia uma 
conta ou grupo de contas de forma temporal, avaliando a evolução ou regressão de 
seus valores em determinado período. 
 
56 
 
Blatt (2001, p. 60) destaca que esse processo “tem por objetivo demonstrar o 
crescimento ou queda ocorrida em itens constituem as demonstrações contábeis em 
períodos consecutivos”. 
 
A análise vertical, também denominado de análise por coeficientes, consiste na 
análise de comparação de certos grupos de contas em relação ao seu conjunto total. 
Para Assaf Neto (2010, p. 101) este “é também um processo comparativo, expresso 
em porcentagem, que se aplica ao se relacionar uma conta ou grupo de contas com 
um valor afim ou relacionável, identificando no mesmo demonstrativo”. 
 
 
2.5.2.2 ANÁLISE POR ÍNDICES OU QUOCIENTES 
 
Considerada por muitos autores como uma técnica fácil e dinâmica, a análise por 
índices e quocientes se destacam por avaliar profundamente o nível de liquidez de 
determinada empresa ao ser analisada, ou seja, apresenta de forma sucinta a 
situação financeira da organização em relação a seus clientes e fornecedores. 
 
Para Blatt (2001, p. 61), considera que: 
 
Os índices são relações que se estabelecem entre duas grandezas; 
facilitam sensivelmente o trabalho do analista, uma vez que a apreciação de 
certas relações ou percentuais é mais significativa (relevante) que a 
observação de montantes por si só. 
 
Este tipo de análise, basicamente se empenhar em avaliar através de indicadores, o 
desempenho passado, presente e suas futuras projeções. 
 
 
2.5.2.2.1 INDICADORES DE LIQUIDEZ 
 
A capacidade de informações deste grupo de índices é muito importante para 
avaliação financeira do balanço patrimonial, pois avaliam o ativo circulante em 
relação as obrigações passivas da entidade. Esses indicadores se classificam em 
liquidez corrente, liquidez imediata, liquidez seca e liquidez geral, conforme segue: 
57 
 
Liquidez Corrente (Ativo Circulante) / (Passivo Circulante) 
Liquidez Imediata (Disponível) / (Passivo Circulante) 
Liquidez Seca (Ativo Circulante – Estoque) / (Passivo 
circulante) 
Liquidez Geral (Ativo Circulante + Realizável a Longo 
Prazo) / (Passivo Circulante + Exigível a 
Longo Prazo) 
Quadro 7 – Indicadores de liquidez 
Fonte: Desenvolvido pelos autores. 
 
 Liquidez corrente 
 
De acordo com Blatt (2001, p. 75), “um índice de liquidez corrente maior que 1 
significa que o valor contábil do ativo circulante é maior que o passivo circulante. 
Sendo menor que 1 significa que a empresa não possui ativos líquidos suficientes 
para sanar sua dividas”. Nessa avaliação quanto maior o índice melhor. 
 
 Liquidez imediata 
 
Considerado um dos índices mais importantes, pois evidenciam os ativos a curto 
prazo em relação aos passivos a curto prazo. Para Assaf Neto (2010, p. 163), “este 
índice revela a porcentagem das dividas a curto prazo (circulante) em condições de 
serem liquidadas imediatamente”. 
 
 Liquidez seca 
 
Segundo Silva (2012, p. 141), “este indicador é muito útil quando necessitamos ver a 
capacidade de pagamento da empresa nas situações em que a mesma tem uma 
rotação de estoque muito baixa [...]”. 
 
 Liquidez geral 
 
Para Assaf Neto (2010, p. 164), “esse indicador revela a liquidez, tanto a curto como 
a longo prazo. De cada R$ 1,00 que a empresa mantém de dívida, o quanto existe 
de direitos e haveres no ativo circulante e no realizável a longo prazo”. 
 
 
58 
 
2.5.2.2.2 INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAIS 
 
Estes indicadores viabilizam a análise quantoa composição dos capitais existentes 
dentro da organização, ou seja, capitais próprios e de terceiros. Evidenciando as 
vantagens e consequências desses investimentos em alto nível, permitindo dessa 
forma que o analista vislumbre: a participação de capitais de terceiros, o grau de 
endividamento, imobilização do patrimônio liquido e a imobilização dos recursos não 
correntes. 
 
Participação de Capitais de Terceiros (Exigível Total) / (Patrimônio Líquido) x 
100 
Grau do Endividamento (Passivo Circulante) / (Exigível Total) x 
100 
Imobilização do Patrimônio Líquido (Ativo Permanente) / (Patrimônio 
Líquido) x 100 
Imobilização dos Recursos Não 
Correntes 
(Ativo Permanente) / (Patrimônio líquido 
+ Exigível a longo Prazo) x 100 
Quadro 8 – Indicadores de estrutura de capitais 
Fonte: Desenvolvido pelos autores 
 
 Participação de capitais de terceiros 
 
Na visão de Assaf Neto (2010, p. 137), este índice “revela a dependência da 
empresa em relação a suas exigibilidades totais”. [...] Por exemplo, se o índice for 
igual a 0,60, significa que 60% do ativo encontra-se financiado por dívidas (recursos 
de terceiros) e 40% por capital próprio, neste caso quanto menor o índice melhor. 
 
 Grau de endividamento 
 
Na concepção de Silva (2012, p. 144), “através dessa análise é possível mensurar o 
volume de dívidas da empresa com vencimento no curto prazo em relação à dívida 
total”. 
 
 Imobilização do patrimônio líquido 
 
Na avaliação deste índice, Blatt (2001, p. 69) indica que “esta relação indica qual 
porcentagem do patrimônio líquido ou dos recursos próprios está investida no ativo 
59 
 
permanente. Quanto maior for o índice resultante da relação, menos capital de giro 
próprio está sendo investido no giro dos negócios”. 
 
 Imobilização dos recursos não correntes 
 
Este indicador permite evidenciar o quanto de recursos não correntes esta injetado 
no ativo permanente da empresa, proporcionando a análise de quanto a organização 
possui de capital próprio circulante. 
 
Silva (2012, p. 146) define que “quando este indicador for superior a 100%, teremos 
a evidenciação de que o patrimônio líquido juntamente com o passivo não circulante 
não apresenta valor suficiente para cobrir os investimentos no ativo permanente”. 
 
 
2.5.2.2.3 INDICADORES DE RENTABILIDADE 
 
Este indicador apresenta o nível de rendimentos que a empresa possui de acordo 
com seus investimentos, a análise da rentabilidade de uma empresa é uma das 
operações mais realizadas no momento de se investir ou de requerer um 
financiamento. 
 
Todas as empresas estão inseridas no processo capitalista, ou seja, visam o lucro e 
o acumulo de bens para expandir seus negócios, pois de nada adianta uma empresa 
realizar investimentos e operações financeiras se estas não forem rentáveis. Neste 
processo surgem os seguintes indicadores que contribuem para essa avaliação: giro 
do ativo, margem líquida, rentabilidade do ativo, rentabilidade do patrimônio líquido. 
 
Giro do ativo Vendas líquidas / ativo médio 
Margem líquida Lucro líquido / vendas líquidas 
Rentabilidade do ativo (ROA ou ROI) Lucro líquido / ativo médio 
Rentabilidade do patrimônio líquido 
(ROE) 
Lucro líquido / patrimônio líquido médio 
Quadro 9 – Indicadores de rentabilidade 
Fonte: Desenvolvido pelos autores. 
 
 
60 
 
 Giro do ativo 
 
Este índice mede o grau de eficiência de uma empresa, que leva em consideração 
as bases do ativo da organização para medir suas vendas no período. Para Blatt 
(2001, p. 83), “este índice revela quão efetiva uma empresa é em gerar vendas a 
partir de sua base de ativos; é uma indicação de eficiência geral de uma empresa”. 
 
 Margem líquida 
 
Considerado como um dos índices mais importantes do processo de análise, pois 
são de interesse principalmente dos sócios e investidores da empresa. De acordo 
com Blatt (2001, p. 83), “a margem de lucro mostra a porcentagem de resultado 
líquido produzida pelas vendas líquidas”. 
 
 Rentabilidade do ativo 
 
Este indicador leva em consideração o ativo da empresa para definir o nível de 
retorno dos investimentos realizados na empresa. Para Perez Júnior e Begalli (2002, 
p. 240), “é o retorno sobre os investimentos totais (ativo total) efetuados na empresa, 
independente de sua procedência, seja dos proprietários (capital próprio), das 
operações da empresa ou de terceiros (capital de terceiros)”. 
 
 Rentabilidade do patrimônio líquido 
 
Este indicador leva em consideração o patrimônio líquido da organização para definir 
o nível de retorno dos investimentos realizados na empresa. De acordo com Perez 
Júnior e Begalli (2002, p. 240), este índice “representa o nível de remuneração do 
capital investido pelos sócios acionistas, quotistas, proprietários”. 
 
 
2.5.2.2.4 INDICADORES DE ROTAÇÃO OU ATIVIDADE 
 
Os índices deste grupo evidenciam a eficiência da empresa com base no 
gerenciamento de seus recursos que estão a sua disposição, sendo uns dos 
61 
 
principais os estoques, duplicatas a receber e outros. Dentre os componentes desse 
índice se encontram a evidenciação do prazo médio de rotação dos estoques, prazo 
médio de recebimento das vendas, prazo médio de pagamento das compras. 
 
Prazo médio de rotação dos estoques (estoque médio / CMV) X 360 
Prazo médio de recebimento das vendas (contas a receber médio / receita líquida) 
X 360 
Prazo médio de pagamento de compras (fornecedores médio / compras) X 360 
Quadro 10 – Indicadores de rotação ou atividade 
Fonte: Desenvolvido pelos autores. 
 
 Prazo médio de rotação de estoques (PMRE) 
 
Para Perez Júnior e Begalli (2002, p. 241), “esse índice fornece o numero de dias, 
semanas ou meses de cobertura de estoques existentes e mede a eficiência com 
que a empresa administra seus investimentos em estoques. Esse índice deve ser o 
menor possível [...]”. 
 
 Prazo médio de recebimento das vendas (PMRV) 
 
De acordo com Blatt (2001, p. 89), “o prazo médio de recebimento de vendas indica, 
em média, quantos dias a empresa espera para receber suas vendas”. Ao analisar 
esse índice, devem-se levar em consideração os resultados obtidos do PMRE e 
PMPC. 
 
 Prazo médio de pagamento de compras (PMPC) 
 
Normalmente quando se trata de pagamentos de compras de mercadorias as 
empresas buscam a maximização de sua conta de fornecedores para que este 
período sempre seja maior que seu prazo de recebimento de clientes, para que esse 
valor financie seus investimentos no ativo circulante. Para Perez Júnior e Begalli 
(2002, p. 241), 
 
esse índice mede o numero de dias, semanas ou meses que a empresa 
leva para pagar seus fornecedores. [...] Geralmente, quando o PMPC é 
superior àquele concedido pelo fornecedor, significa que a empresa esta 
com problemas de liquidez. 
62 
 
3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE COMPARATIVA DOS DADOS 
 
 
3.1 EMPRESA “X” OBJETO DE ESTUDO DA PESQUISA 
 
A Empresa “X”, fundada na década de 40, foi a pioneira no Brasil no setor varejista 
de alimentos e hoje, é a maior empresa de distribuição do País, com mais de 1.300 
unidades em supermercados, hipermercados, lojas especializadas e atacarejo, além 
de postos de combustíveis e drogarias. A referida empresa mantém operações em 
18 estados de todas as regiões do Brasil e no Distrito Federal, totalizando mais de 
2,8 milhões de m² de vendas. 
 
A Empresa “X” tem ações listadas na Bovespa desde outubro de 1995 e na bolsa de 
Nova York, desde maio de 1997. Fazem parte desse Grupo Econômico, empresas 
que fecham um conglomerado com uma estratégia multiformato com os modelos de 
supermercados, hipermercados,lojas de bens duráveis e lojas de conveniências e 
atacarejo. A empresa também atua no comércio eletrônico nas áreas de alimentos e 
não alimentos através de sites. 
 
Esse grupo econômico em particular atua no ramo varejista, ramo este, que vem 
crescendo no Brasil com a união de vários segmentos, formando grandes grupos 
econômicos com crescimento acelerado, dessa forma, sendo uma Sociedade 
Anônima a mesma está obrigada a apresentar as demonstrações contábeis de 
acordo com a Lei das Sociedades Anônimas Brasileiras. 
 
Quando surgiu o interesse de falar das demonstrações financeiras, apareceram as 
empresas coligadas no ramo de varejo, em destaque. 
 
 
 
63 
 
3.2 ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL (BP) 
 
ANALISE HORIZONTAL E VERTICAL EMPRESA X 
 
Exercícios Findos em: 31/12/11 
 
31/12/10 
 
31/12/09 
Descrição da conta Valor AV AH 
AH 
acumulada 
Valor (mil) AV AH 
 
Valor (mil) AV AH 
ATIVO TOTAL 33.769.005 100,00% 13,42% 81,00% 
 
29.772.263 100,00% 59,58% 
 
18.657.033 100,00% 100,00% 
 
ATIVO CIRCULANTE 17.276.392 51,16% 17,74% 105,68% 
 
14.673.067 49,28% 74,68% 
 
8.399.748 45,02% 100,00% 
 
Disponibilidade 4.969.955 14,72% 12,48% 112,22% 
 
4.418.607 14,84% 88,67% 
 
2.341.927 12,55% 100,00% 
 
Clientes – Contas a Receber 5.717.121 16,93% 32,43% 130,96% 
 
4.317.214 14,50% 74,41% 
 
2.475.373 13,27% 100,00% 
 
Estoques 5.552.769 16,44% 15,11% 96,39% 
 
4.823.768 16,20% 70,60% 
 
2.827.463 15,15% 100,00% 
 
Outros 1.036.547 3,07% -6,91% 37,29% 
 
1.113.478 3,74% 47,48% 
 
754.985 4,05% 100,00% 
 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 16.492.613 48,84% 9,23% 60,79% 
 
15.099.196 50,72% 47,20% 
 
10.257.285 54,98% 100,00% 
 
Realizável a longo Prazo 3.854.880 11,42% 22,13% 55,02% 
 
3.156.339 10,60% 26,93% 
 
2.486.684 13,33% 100,00% 
 
Com pessoas ligadas 662.854 1,96% 7,35% 58,13% 
 
617.497 2,07% 47,31% 
 
419.191 2,25% 100,00% 
 
Outras 3.192.026 9,45% 25,73% 54,39% 
 
2.538.842 8,53% 22,80% 
 
2.067.493 11,08% 100,00% 
 
Permanente 12.637.733 37,42% 5,82% 62,64% 
 
11.942.857 40,11% 53,69% 
 
7.770.601 41,65% 100,00% 
 
Investimentos 253.250 0,75% 8,91% 30,39% 
 
232.540 0,78% 19,73% 
 
194.227 1,04% 100,00% 
 
Imobilizado 7.358.250 21,79% 8,30% 37,37% 
 
6.794.337 22,82% 26,84% 
 
5.356.601 28,71% 100,00% 
 
Intangível 5.026.233 14,88% 2,24% 126,43% 
 
4.915.980 16,51% 121,46% 
 
2.219.773 11,90% 100,00% 
 
Diferido 0 0,00% 0,00% 0,00% 
 
0 0,00% 0,00% 
 
0 0,00% 100,00% 
 
PASSIVO E P.LÍQUIDO 33.769.005 100,00% 13,42% 81,00% 
 
29.772.263 100,00% 59,58% 
 
18.657.033 100,00% 100,00% 
 
 
PASSIVO CIRCULANTE 13.501.202 39,98% 23,60% 123,76% 
 
10.923.437 36,69% 81,04% 
 
6.033.725 32,34% 100,00% 
 
Fornecedores 6.278.757 18,59% 16,95% 56,80% 
 
5.368.738 18,03% 34,07% 
 
4.004.395 21,46% 100,00% 
 
Duplicatas Descontadas 0 0,00% 0,00% 0,00% 
 
0 0,00% 0,00% 
 
0 0,00% 100,00% 
 
Financiamentos (inclui Debêntures) 4.917.498 14,56% 68,69% 615,16% 
 
2.915.116 9,79% 323,95% 
 
687.612 3,69% 100,00% 
 
Impostos, Taxas e Contribuições 1.091.079 3,23% 22,86% 47,07% 
 
888.039 2,98% 19,70% 
 
741.860 3,98% 100,00% 
 
Adiantamento de Clientes 0 0,00% 0,00% 0,00% 
 
0 0,00% 0,00% 
 
0 0,00% 100,00% 
 
Provisões Diversas 266.084 0,79% 115,52% 383,15% 
 
123.464 0,41% 124,18% 
 
55.073 0,30% 100,00% 
 
Outras Contas a Pagar 947.784 2,81% -41,79% 73,97% 
 
1.628.080 5,47% 198,85% 
 
544.785 2,92% 100,00% 
64 
 
 
 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 10.173.378 30,13% 8,83% 70,51% 
 
9.348.234 31,40% 56,68% 
 
5.966.583 31,98% 100,00% 
 
Exigível a longo Prazo 10.173.378 30,13% 8,83% 70,51% 
 
9.348.234 31,40% 56,68% 
 
5.966.583 31,98% 100,00% 
 
Financiamentos 6.240.900 18,48% 11,61% 74,20% 
 
5.591.936 18,78% 56,09% 
 
3.582.599 19,20% 100,00% 
 
Dívidas com pessoas ligadas 1.756.076 5,20% 1,48% 1,94% 
 
1.730.508 5,81% 0,46% 
 
1.722.661 9,23% 100,00% 
 
Outros 2.176.402 6,44% 7,43% 229,10% 
 
2.025.790 6,80% 206,32% 
 
661.323 3,54% 100,00% 
 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 10.094.425 29,89% 6,25% 51,64% 
 
9.500.592 31,91% 42,72% 
 
6.656.725 35,68% 100,00% 
Quadro 11 – Análise horizontal e vertical (BP) 
Fonte: Própria. 
 
65 
 
De fato a Empresa “X” mostrou crescimento em suas contas em referência ao ano 
base de 2009, podendo ser constatado nos índices horizontais que demonstram um 
crescimento de 59,58% no ano de 2010 e 81,00% no ano de 2011 no acumulado de 
acorda o QUADRO 3.2. 
 
A empresa analisada demonstrou um aumento no Ativo Circulante em comparação 
ao Ativo Não Circulante, aumentando a participação de todas as contas do ativo 
circulante em referência ao Ativo Total da empresa, no ano 2009 para 2011. 
 
O Ativo Circulante o que mais alavancou esse crescimento, com os índices de 
74,68% em 2010 e 105,68% em 2011, referente ao ano base de 2009, esse 
aumento se deu a uma variação perceptível na conta Clientes, onde em 2010 
cresceu 74,41% e 130,96% em 2011, sua participação no ativo passou de 13,27% 
em 2009 para 16,93% em 2011, tendo um aumento de 3,66% que representa uma 
expressão significativa monetária. 
 
No Passivo e o PL houve um aumento de capital de terceiros comprovado 
principalmente no Passivo Circulante, onde sua representatividade de 2009 para 
2011 partiu de 32,34% para 39,98% respectivamente. A conta do passivo que sofreu 
a maior alteração foi a de financiamento, variando de 3,69% para 14,56% tendo um 
aumento de 10,87% do ano base 2009 para o ano de 2011. 
66 
 
3.3 ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL (DRE) 
 
ANALISE HORIZONTAL E VERTICAL DRE 
Exercícios Findos em: 31/12/11 31/12/10 31/12/09 
Descrição da conta Valor (mil) AV AH AH acumulada Valor (mil) AV AH Valor(mil) AV AH 
Descrição da conta 
 
 
Receita Bruta de Vendas/Serviços 46.594.486 100,00% 45,19% 100,90% 32.091.674 100,00% 38,37% 23.192.758 100,00% 100,00% 
(–) Deduções da Receita Bruta 0 0,00% 0,00% 0,00% 0 0,00% 0,00% 0 0,00% 100,00% 
(=) Receita Líquida de Vendas 46.594.486 100,00% 45,19% 100,90% 32.091.674 100,00% 38,37% 23.192.758 100,00% 100,00% 
(–) Custo de Bens e/ou Serv. Vend. -33.932.964 -72,83% 39,98% 93,97% -24.241.476 -75,54% 38,57% -17.493.806 -75,43% 100,00% 
(=) Resultado Bruto 12.661.522 27,17% 61,29% 122,17% 7.850.198 24,46% 37,75% 5.698.952 24,57% 100,00% 
(+) Despesas/Receitas Operacionais -11.856.867 -25,45% -65,14% 137,19% -7.179.746 -22,37% 43,63% -4.998.898 -21,55% 100,00% 
Despesas com Vendas -7.936.647 -17,03% 63,09% 124,68% -4.866.289 -15,16% 37,76% -3.532.481 -15,23% 100,00% 
Gerais e Administrativas -1.683.097 -3,61% 76,99% 147,67% -950.959 -2,96% 39,93% -679.581 -2,93% 100,00% 
Receitas/Financeiras Líquidas -939.240 -2,02% 63,63% 74,65% -573.996 -1,79% 6,74% -537.773 -2,32% 100,00% 
Receitas Financeiras -124.070 -0,27% -931,08% -601,68% -12.033 -0,04% -148,66% 24.731 0,11% 100,00% 
Despesas Financeiras -815.170 -1,75% 45,06% 44,92% -561.963 -1,75% -0,10% -562.504 -2,43% 100,00% 
Resultado da Equivalência Patrimonial 34.825 0,07% 0,94% 543,48% 34.499 0,11% 537,45% 5.412 0,02% 100,00% 
Outras Rec./Desp. Oper. Líquidas -1.332.708 -2,86% 61,93% 423,71% -823.001 -2,56% 223,41% -254.475 -1,10% 100,00% 
Outras Receitas Operacionais 593.250 1,27% 78,85% 137,27% 331.698 1,03% 32,66% 250.030 1,08% 100,00% 
 Outras Despesas Operacionais -1.925.958 -4,13% 66,79% 281,75% -1.154.699 -3,60% 128,88% -504.505 -2,18% 100,00% 
(=) Resultado Operacional 804.655 1,73% 20,02% 14,94% 670.452 2,09% -4,23% 700.054 3,02%100,00% 
(=) Resultado Antes do I.R e C. Social 804.655 1,73% 20,02% 14,94% 670.452 2,09% -4,23% 700.054 3,02% 100,00% 
(–) Provisão p/ IR/Contrib. Social -84.999 -0,18% -0,56% -9,59% -84.522 -0,26% -10,10% -94.015 -0,41% 100,00% 
(–) IR Diferido 0 0,00% 0,00% 0,00% 0 0,00% 0,00% 0 0,00% 100,00% 
(=) Resultado Antes Participações 719.656 1,54% 22,82% 100,00% 585.930 1,83% 100,00% 0 0,00% 100,00% 
(–) Participações/Contrib.Estatutárias 0 0,00% 0,00% 0,00% 0 0,00% 0,00% 0 0,00% 100,00% 
(–) Rev. dos Juros S. Capital Próprio 0 0,00% 0,00% 0,00% 0 0,00% 0,00% 0 0,00% 100,00% 
67 
 
(–) Part. de Acion. Não Controladores 0 0,00% 0,00% 0,00% 0 0,00% 0,00% 0 0,00% 100,00% 
(–) Outras participações 0 0,00% 0,00% 0,00% 0 0,00% 0,00% 0 0,00% 100,00% 
(=) Lucro/Prejuízo do Exercício 719.656 1,54% 22,82% 18,75% 585.930 1,83% -3,32% 606.039 2,61% 100,00% 
 
Quadro 12 – Análise horizontal e vertical (DRE) 
Fonte: Própria. 
68 
 
Observando de forma sucinta os dados obtidos das análises vertical e horizontal da 
DRE, constata-se em linha de frente, uma evolução significativa da receita líquida de 
vendas da Empresa X, que tendo por base o ano de 2009, representou um aumento 
de 38,37% e 45,19% em 2010 e 2011 respectivamente, totalizando assim um 
crescimento de suas vendas líquidas em 2011 de 100,90% em relação a 2009. 
 
Junto a essa evolução é de se esperar que seus custos dos produtos vendidos 
também se elevem como pode ser observado um aumento de 38,57% e 39,98% em 
2010 e 2011, respectivamente. Mas, tais custos em 2009 absorviam 75,43% da 
receita de vendas e em 2011 passaram a absolver apenas 72,83%. 
 
Nesse sentido, percebe-se uma queda na representatividade dos custos diretos da 
empresa objeto da análise, que mesmo diante do crescimento favorável das vendas 
do período a empresa conseguiu manter seus custos abaixo do valor estimado em 
2009, e alavancar suas vendas. 
 
Diante disto, o resultado bruto da referida empresa passou a acumular um 
crescimento de 61,29% em 2011, tendo por base o ano de 2009, um resultado 
positivo ao comparar essa análise com outras empresas do ramo, que fecham seus 
resultados brutos abaixo de 50% de suas receitas liquidas de vendas. 
 
As despesas operacionais dentro da evolução das vendas tiveram grande 
participação, pois em 2009, 2010 e 2011 representavam 21,55%, 22,37% e 25,45% 
respectivamente das vendas líquidas da empresa, essa representatividade é 
comprovada quando se observa a evolução das despesas operacionais da Empresa 
“X” através dos períodos que são de 22,37% e 65,14% em 2010 e 2011, dessa 
forma, comparando o grau de evolução da conta de despesas operacionais em 
relação a 2009 constata-se um crescimento de 137,19% em 2011. 
 
As provisões realizadas pela empresa analisada de IR e CSSL absorviam em 2009 
0,41% das vendas líquidas e regrediram para 0,26% e 0,18% em 2010 e 2011 
respectivamente. 
 
69 
 
Essas conclusões básicas de análise se dão pelo fato da mencionada empresa 
efetuar um bom planejamento estratégico tanto de vendas como gestão 
administrativa, pois percebe-se através dessa análise uma discrepância de 
resultados, pois com o aumento das vendas acarretaria um aumento do CPV das 
despesas operacionais, mas isso não ocorre, as despesas e o CPV aumentaram de 
acordo com as vendas oscilando em um percentual gradativo. 
 
70 
 
3.4 ANÁLISE DA SITUAÇÃO ECONÔMICA 
 
EMPRESA X 
ANÁLISE DOS INDICADORES ECONÔMICOS 
Indicadores de Atividade 31/12/11 31/12/10 31/12/09 
ROTAÇÃO DOS ESTOQUES (PMRE) ((Estoque Médio/CMV) x 360) 55 57 29 
RECEBIMENTO DAS VENDAS (PMRV) (Contas Receber de Clientes Médio/Receita Líquida) x 360 39 38 19 
PAGAMENTO DAS COMPRAS (PMPC) (Fornecedores Médio/Compras) x 360 60 64 35 
 
Indicadores da Rentabilidade 31/12/11 31/12/10 31/12/09 
GIRO DO ATIVO Vendas Líquidas/Ativo Médio 1,47 1,33 2,49 
MARGEM LÍQUIDA Lucro Líquido/Vendas Líquidas 1,54% 1,83% 2,61% 
RENTABILIDADE DO ATIVO (ROA ou ROI) Lucro Líquido/Ativo Médio 2,27% 2,42% 6,50% 
RENTABILIDADE DO PATRIM. LÍQUIDO (ROE) Lucro Líquido/Patrimônio Líquido Médio 7,35% 7,25% 18,21% 
RENTAB. DO ATIVO – Sistema Dupont Margem Líquida x Giro do Ativo 2,27% 2,42% 6,50% 
Quadro 13 – Análise da situação econômica 
Fonte: Própria. 
 
71 
 
3.4.1 ANÁLISE DOS INDICADORES DE ROTAÇÃO OU DE ATIVIDADE 
 
De acordo com Assaf Neto (2010, p. 171), “os indicadores da atividade operacional 
são mais dinâmicos e permitem que seja analisado o desempenho operacional da 
empresa e suas necessidades de investimento em giro”. Através dos cálculos 
efetuados obtiveram-se os seguintes resultados: 
 
 Prazo médio de Rotação dos estoques 
 
Para Silva (2012, p. 132), “normalmente, o ideal é que a empresa tenha um alto 
índice de rotação de seus estoques (ou seja, gire o estoque em menos dias), desde 
que isso seja reflexo de alto grau de comercialização de seus produtos”. 
 
A Empresa “X” apresentou em seus exercícios findos de 2009, 2010 e 2011 uma 
rotação de estoque de aproximadamente 29, 57 e 55 dias respectivamente. Estes 
quocientes evidenciam que os produtos ou mercadorias da referida empresa ficaram 
estocados 29, 57 e 55 dias para cada exercício antes de serem vendidos. Os 
quocientes apurados demonstram uma elevação do prazo de estocagem das 
mercadorias em relação a 2009, que permaneceu no estoque 28 dias a mais em 
2010 e manteve a estabilidade em 2011, essa elevação é devido ao aumento do 
volume de vendas percebido pela analise da DRE que consequentemente aumenta 
o volume de compras. 
 
 Prazo médio de recebimentos das vendas 
 
De acordo com Silva (2012, p. 133), “este indicador mostra quantos dias ou meses, 
em media a empresa leva para receber suas vendas. [...] quanto maior o prazo de 
recebimento pior será para a empresa”. 
 
Apurados os resultados verifica-se que a Empresa “X” recebia suas vendas a prazo 
em 19, 38 e 39 dias nos exercícios de 2009, 2010 e 2011 respectivamente. Nota-se 
um aumento do prazo de recebimento da citada empresa, de 2009 para 2010 que 
forneceu a seus clientes 19 dias a mais para pagarem suas compras. Com esse 
quociente pode-se concluir que o aumento das vendas ocorrido na empresa se deu 
72 
 
em grande maioria por venda a prazo, ou seja, não havendo nesse caso entrada de 
dinheiro no caixa da empresa. 
 
 Prazo médio de pagamento de compras 
 
Na análise desse quociente Perez Júnior (2002, p. 241), relata que “esse índice 
mede o numero de dias, semanas ou meses que a empresa leva para pagar seus 
fornecedores [...] geralmente quando o PMPC é superior àquele concedido pelo 
fornecedor, significa que a empresa está com problemas de liquidez”. 
 
A Empresa “X” apresentou um prazo de pagamento de 35 dias em 2009, e nos dois 
exercícios seguintes apresentou 64 dias em 2010 e 60 dias em 2011. Neste caso, 
considera-se que as compras efetuadas pela empresa devido o aumento de suas 
vendas, foram feitas com base em um bom planejamento tanto de mercado como 
junto a seus fornecedores, que permitiu um maior prazo para quitar suas obrigações. 
Comprovando essa afirmativa temos a comparação feita entre o PMRV e PMPC, 
pois em 2009 a referida empresa recebia suas vendas em 19 dias e tinha disponível 
16 dias a mais para pagar suas contas, em 2010 recebia em 38 dias e pagava com 
64 dias e em 2011 recebia com 39 e quitava suas contas com 60 dias. Dessa forma 
comprova-se que em todos os períodos a empresa manteve seu ciclo operacional de 
compra e venda estáveis, mesmo com o crescimento do volume de vendas e 
compras da empresa. 
 
 
3.4.2 ANÁLISE DOS INDICADORES DE RENTABILIDADE 
 
Este indicador viabiliza a informação de quantoa empresa obteve de êxito 
econômico em determinado período econômico, ou seja, traça parâmetros de 
valores em relação ao investimentos feitos na empresa com os resultados obtidos. 
 
 Giro do ativo 
 
Para Blatt (2001, p. 83), “este índice revela quão efetiva uma empresa é em gerar 
73 
 
vendas a partir de sua base de ativos; é uma indicação da eficiência geral de uma 
empresa”. 
 
A Empresa “X” vendeu, para cada R$ 1,00 de investimento total, 2,49 vezes em 
2009, 1,33 vezes em 2010 e 1,47 vezes em 2011. Com esse resultado, constata-se 
que os investimentos totais da empresa analisada giraram 2,49, 1,33, 1,47 vezes 
nos exercícios de 2009, 2010 e 2011, respectivamente. Entre os períodos 
analisados, o de 2009 apresentou melhor resultado, pois a referida empresa obteve 
249% de retorno do capital investido contra apenas 133% em 2010 e 147% em 
2011. No entanto, para se ter certeza se este quociente é satisfatório, deve-se 
analisar o quociente de margem liquida. 
 
 Margem líquida 
 
De acordo com Silva (2012, p. 148), “[...] este índice compara o Lucro Líquido em 
relação às Vendas Líquidas do período, apresentando o percentual de 
LUCRATIVIDADE gerado”. 
 
A Empresa “X” obteve de cada R$ 100,00 vendidos, 2,61% de lucro em 2009, 1,83% 
em 2010 e 1,54% em 2011. Neste indicador comprova que para cada R$ 100,00 
reais em vendas a empresa obteve R$ 2,61 em 2009, R$ 1,83 em 2010 e R$ 1,54 
em 2011, de lucro líquido. Nos exercícios de 2010 e 2011 a margem líquida teve 
uma queda considerável em relação às operações da empresa. 
 
Analisando os dois quocientes de giro de ativo e margem líquida, podemos dizer que 
houve uma variação significativa das vendas da empresa e que em relação aos 
ativos dela consegue-se ter um retorno considerável, mas seus resultados de 
margem líquida revela um alto grau de custos e despesas da empresa nos três 
exercícios analisados, pois mesmo a empresa vendendo em larga escala seus 
custos e despesas em 2009, 2010 e 2011 absorveram 97,39%, 98,17% e 98,46% da 
margem liquida esperada, ou seja, suas vendas efetuadas foi suficiente para cobrir 
os custos e despesas restando ainda mesmo que pequeno uma margem de lucro 
liquido. 
 
74 
 
 Rentabilidade do ativo 
 
O nível de retorno ou mais conhecido rentabilidade do ativo caracteriza-se como um 
importante índice de avaliação quando se trata de investimentos tanto internos 
quanto externos. Para melhor compreensão Perez Júnior e Begalli (2002, p. 240), 
conceituam, “é o retorno sobre os investimentos totais (ativo Total) efetuados na 
empresa, independente de sua procedência, seja dos proprietários (capital próprio), 
das operações da empresa ou de terceiros”. 
 
A empresa, objeto de análise, apresentou em 2009 os valores de 6,50%, em 2010, 
2,42% e em 2011, 2,27% para cada R$ 100,00 de investimento total. A análise deste 
quociente nos revela que para cada real investido no ativo da Empresa “X” houve 
uma lucratividade de R$ 6,50 em 2009, R$ 2,42 em 2010 e R$ 2,27 em 2011. Com 
estes resultados pode-se avaliar o desempenho futuro da organização, ou seja, o 
cálculo do retorno de capital total investido na entidade, para identificar em quanto 
tempo a empresa terá duplicado o valor do seu ativo. 
 
Cálculo: 
 
2009 2010 2011 
1 ano = 6,50% 
X anos = 100% 
 
X= 100 / 6,50 
X = 15,38 anos 
1 ano = 2,42% 
X anos = 100% 
 
X = 100 / 2,42 
X = 41,32 anos 
1 ano = 2,27% 
X anos = 100% 
 
X = 100 / 2,27 
X = 43,91 anos 
 
Com isso conclui-se que, utilizando somente os lucros apurados nos exercícios, a 
empresa analisada precisaria de 15,38 anos em 2009, 41,32 anos em 2010 e 43,91 
anos em 2011 para conseguir dobrar seus investimentos realizados no seu ativo. 
 
 Rentabilidade do patrimônio líquido 
 
Caracterizado normalmente como taxa de retorno de sobre o patrimônio líquido, este 
indicador viabiliza a informação de retorno de investimentos de capitais próprios, 
diferente do indicador anterior que analisa todos os investimentos efetuados próprios 
75 
 
e de terceiros. Silva (2012, p. 150) define que “este indicador apresenta o retorno 
que os acionistas ou quotistas da empresa estão obtendo em relação aos seus 
investimentos na empresa [...]”. 
 
A Empresa “X” apresentou o indicador de 18,21% em 2009, 7,25% em 2010 e 7,35 
em 2011. Estes resultados indicam que a empresa x obteve R$ 18,21, R$ 7,25, R$ 
7,35 em 2009, 2010 e 2011 respectivamente de lucro líquido para cada R$ 100,00 
de capital próprio investido. 
 
Com estes quocientes também é possível calcular o prazo de retorno do capital 
investido: 
 
Cálculo: 
 
2009 2010 2011 
1 ano = 18,21% 
X anos = 100% 
 
X= 100 / 18,21 
X = 5,49 anos 
1 ano = 7,25% 
X anos = 100% 
 
X = 100 / 7,25 
X = 13,79 anos 
1 ano = 7,35% 
X anos = 100% 
 
X = 100 / 7,35 
X = 13,60 anos 
 
Com esses resultados concluímos que os proprietários da empresa citada terão de 
volta o valor do capital que investiram em 5,49 anos em 2009, 13,79 anos em 2010 e 
13,60 anos em 2011. 
 
76 
 
3.5 ANÁLISE DA SITUAÇÃO FINANCEIRA 
 
EMPRESA X 
ANÁLISE DOS INDICADORES ECONÔMICOS E FINANCEIROS 
 
Indicadores da Estrutura de Capital 31/12/11 31/12/10 31/12/09 
PART. DE CAPITAL DE TERCEIROS Capital de Terceiros/Patr. Líquido 234,53% 213,37% 180,27% 
COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO Pas. Circ./ Capital Terceiros 57,03% 53,89% 50,28% 
IMOBILIZAÇÃO DO PATRIM. LÍQUIDO Ativo Permanente/Patrimônio Líquido 125,20% 125,71% 116,73% 
IMOB. DOS RECUR. NÃO CORRENTES Ativo Permanente/(Passivo Não Circulante + Pat. Liquido) 62,35% 63,36% 61,56% 
 
Indicadores da Liquidez 31/12/11 31/12/10 31/12/09 
LIQUIDEZ GERAL (Ativo Circ+RLP)/(Passivo Circ+ELP) 0,89 0,88 0,91 
LIQUIDEZ CORRENTE Ativo Circulante/Passivo Circulante 1,28 1,34 1,39 
LIQUIDEZ SECA (At Circ – Estoque)/Passivo Circulante 0,87 0,90 0,92 
LIQUIDEZ IMEDIATA Disponibilidades/Passivo Circulante 0,37 0,40 0,39 
 
Quadro 14 – Análise da situação financeira 
Fonte: Própria. 
77 
 
3.5.1 ANÁLISE DOS INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAL 
 
Este indicador é de suma importância para o analisador, pois se identifica e 
estabelece os meios e formas no qual as empresas se financiam, quer sejam mais 
por capitais próprios ou de terceiros. 
 
 Participação de capital de terceiros 
 
Para Blatt (2001, p. 67), “este coeficiente indica a dependência da empresa em 
relação ao capital de terceiros (quanto menor, melhor será a capacidade financeira 
da empresa)”. 
 
Avaliando os dados obtidos deste quociente, tem-se 180,27% em 2009, 213,37% em 
2010 e 234,53% em 2011. Isto significa que para cada R$ 100,00 de capitais 
próprios aplicados na Empresa “X”, existem R$ 180,27, R$ 213,37 e R$ 234,53 de 
capitais de terceiros, nos exercícios de 2009, 2010 e 2011, respectivamente. 
 
Estes resultados evidenciam um alto grau de dependência de recursos financeiros 
de terceiros, onde no exercício de 2010 e 2011 se obteve os índices mais altos em 
relação a 2009. Tendo por base a afirmação de Blatt (2001), de que quanto menor 
esse índice melhor para a empresa fica claro que não houve um bom planejamento 
por parte da administração no que tange os financiamentos e investimentos da 
empresa em análise. 
 
 Composição do endividamento 
 
Na visão de Silva (2012, p. 144), “através desta análise é possível mensurar o 
volume de dívidas da empresa com vencimento no curto prazo em relação à dívida 
total. [...] O estudo deste indicador nos permite visualizar o perfil da dívida da 
empresa”. 
 
Na apuração deste quociente obteve-se 50,28, 53,89 e 57,03 nos exercícios de 
2009, 2010 e 2011, respectivamente. Issosignifica que para cada R$ 100,00 de 
dívidas totais a Empresa “X” possui R$ 50,28 em 2009, R$ 53,89 em 2010 e R$ 
78 
 
57,03 em 2011 de obrigações vencíveis a curto prazo, ou seja, a referida empresa 
terá de repor a curto prazo 50,28%, 53,89% e 57,03% em 2009, 2010 e 2011, 
respectivamente, dos capitais de terceiros. 
 
Analisando esse quociente verifica-se uma situação equilibrada quanto aos 
parcelamentos das dívidas da Empresa “X”, pois 50% delas serão pagas a curto 
prazo, e os outro 50% a longo prazo, ou após um ano em relação ao exercício 
seguinte, tendo dessa forma tempo necessário para que ele gere bens e serviços 
para saldar com suas obrigações. 
 
 Imobilização do patrimônio líquido 
 
Para Silva (2012, p. 145), 
 
quanto mais uma empresa investir no ativo permanente, mais ela se torna 
dependente de capitais de terceiros para o seu capital de giro. A analise 
deste índice possibilita a identificação de quanto do patrimônio líquido da 
empresa esta aplicado no ativo permanente [...]. 
 
Os índices obtidos da empresa, objeto de análise, foram 116,73 em 2009, 125,71 
em 2010 e 125,20 em 2011. Estes resultados evidenciam que para cada R$ 100,00 
do capital próprio (patrimônio líquido), a empresa imobilizou R$ 116,73, R$ 125,71 e 
R$ 125,20 em 2009, 2010 e 2011, respectivamente. 
 
Analisando esses dados conclui-se que mais de 50% do capital próprio da 
organização foi imobilizado, o que não é recomendado de acordo com a definição de 
Silva (2012), pois é necessário que esse capital esteja em giro na empresa, pois é 
mais fácil conseguir um financiamento a curto ou a longo prazo para solucionar 
problemas no ativo não circulante, que conseguir recursos monetários em imediato 
para giro de capital. 
 
 Imobilização dos recursos não correntes 
 
De acordo com Silva (2012, p.146), “este indicador permite identificar quanto dos 
recursos não correntes da empresa está a p l i c a d o no ativo permanente [...]. é ideal 
79 
 
que este indicador se mantenha inferior a 100%”. 
 
A Empresa “X” apresentou em 2009 um resultado de 61,56, em 2010 63,36 e em 
2011 62,35, ou seja, para cada R$ 100,00 do patrimônio líquido a empresa investiu 
R$ 61,56 em 2009, R$ 63,36 em 2010 e R$ 62,35 em 2011, de recursos gerados a 
longo prazo. 
 
 
3.5.2 ANÁLISE DOS INDICADORES DE LIQUIDEZ 
 
De acordo com Marion (2012, p. 75), “os índices de liquidez são utilizados para 
avaliar a capacidade de pagamento da empresa, isto é, constituem uma apreciação 
sobre se a empresa tem capacidade para saldar seus compromissos”. Essa 
capacidade de pagamento pode ser avaliada, considerando: longo prazo, curto 
prazo ou prazo imediato. 
 
 Liquidez Geral; 
 
A Empresa “X” obteve os indicadores de liquidez geral, basicamente iguais nos três 
períodos avaliados, apesar de demonstrar uma pequena queda ao ano, pois no ano 
de 2009 estava em 0,91, em 2010 caiu para 0,88 e em 2011 ficou em 0,89 indicando 
estabilidade na política de controle desse índice nesses três períodos avaliados. 
 
Esse índice, conforme Marion (2012, p. 81), “mostra a capacidade de pagamento da 
empresa a Longo Prazo, considerando tudo o que ela converterá em dinheiro (a 
Curto e Longo Prazo), relacionando-se com tudo o que já assumiu como dívida (a 
Curto e Longo Prazo)”. 
 
 Liquidez Corrente; 
 
A empresa analisada obteve consecutivamente em 2009, 2010 e 2011 os índices de 
1,39, 1,34 e 1,28, nesses indicadores pode-se observar que os índices estão 
diminuindo no decorre das demonstrações, pois de 1,39 em 2009 passou para 1,28 
em 2011, indicando uma queda de 0,11, constatando que a capacidade de pagar 
80 
 
suas contas a curto prazo estão se reduzindo, no entanto, a referida empresa em 
todos os períodos conseguiu manter sua atividade de liquidez estável, mesmo com a 
redução dos índices em cada período. 
 
Para Silva (2012, p. 140), 
 
este índice demonstra quanto a empresa possui em dinheiro, em bens e em 
direitos realizáveis no curto prazo, comparando com suas dívidas a serem 
pagas no mesmo período. É o índice mais utilizado para medir a situação 
(saúde) financeira das empresas. 
 
Constatamos que a empresa avaliada está perdendo sua autonomia para pagar 
suas contas a curto prazo, comprovada na analise horizontal, onde o Ativo 
Circulante teve um crescimento de 105% em 2011 no acumulado, em referencia ao 
ano base de 2009, e o Passivo Circulante teve um crescimento de 123% em 2011 
no acumulado em referencia ao mesmo ano. Mesmo com a representatividade do 
Ativo Circulante no Ativo Total da empresa ter aumentado de 45,02% em 2009 para 
51,16% em 2011. 
 
 Índice de Liquidez Seca 
 
No índice de Liquidez Seca não houve muita variação, apenas de 0,92 em 2009 
passou para 0,87 em 2011, esse índice apesar de esta abaixo de 1,00 não esta 
ruim, pois para cada R$ 1,00 real de divida a empresa tem R$ 0,87 real para saldar 
suas dividas, sem contar com o estoque. 
 
Conforme Marion (2012, p. 81), “o índice de Liquidez Seca, por fim, é bastante 
conservador para que possamos apreciar a situação financeira da empresa”. 
 
 Liquidez Imediata; 
 
Para Morante (2009, p. 35), o objetivo do índice de Liquidez Imediata é: 
 
Demonstrar a capacidade de pagamento de todo o passivo circulante com 
os recursos disponíveis (moeda corrente) no momento da análise. Trata-se 
de um índice bastante rigoroso e pouco explorado, até pela dificuldade de 
obtenção de resultados satisfatórios, na data do balanço, uma vez que o 
81 
 
disponível, quando composto de aplicações financeiras, pode ser 
circunstancial. 
 
A Empresa “X” manteve seu índice de Liquidez Imediata estável nos dois períodos 
em relação para com o ano base, pois em 2009 o índice estava em 0,39 passando 
para 0,37 em 2011, tendo uma variação pequena em dois anos. 
 
 
3.6 ANÁLISE GERAL DOS RESULTADOS OBTIDOS 
 
Observando os dados levantados através do estudo de caso feito a partir do balanço 
patrimonial e da demonstração do resultado do exercício findos em 2009, 2010 e 
2011, é possível identificar pontos positivos e negativos evidenciados nas 
demonstrações financeiras da empresa avaliada. 
 
Através da análise vertical e horizontal da DRE evidencia-se um bom crescimento 
das vendas da empresa, que tendo por base o ano de 2009, apresentou uma receita 
em 2011 superior ao ano base de 2009 de 100,90%, considerando esta 
alavancagem em dois períodos. Os custos diretos mantiveram estáveis e evoluíram 
de acordo com a receita de vendas não extrapolando o limite desejável. 
 
Nesse sentido, a grande dificuldade visualizada através do estudo da DRE é em 
consideração as despesas operacionais da empresa que evoluíram 
significativamente no decorrer dos períodos analisados, pois tendo por base o 
período de 2009 as despesas operacionais apresentaram em 2011 um crescimento 
de 137,19% em relação ao ano base, crescimento este superior até mesmo da 
receita de vendas, o que não e recomendável, pois em qualquer organização é de 
se esperar que as vendas se desenvolva mais que seus custos diretos ou indiretos. 
 
Na análise da situação financeira da Empresa “X”, os indicadores de estrutura de 
capital e índices de liquidez, foram claros, pois evidenciaram uma dependência de 
recursos de terceiros na organização, em que no período de 2011 chegou a 
234,53%, ou seja, para cada R$ 100,00 de capital próprio da referida empresa, 
existe aplicado na mesma R$ 234,53 de terceiros, o que significa que os 
82 
 
investimentos efetuados pela empresa em grande parte foi financiado por capitais de 
terceiros. 
 
Essa evidenciação de dependência de capital é comprovada na análisedos índices 
de liquidez que em grande maioria demonstrou pouca eficiência da empresa 
avaliada quanto a liquidez de suas dívidas. No entanto com o auxilio do estoque 
essa situação é revertida, pois consegue se manter adimplente com suas 
obrigações. 
 
Na análise econômica da empresa ora avaliada, se observa o índice de rentabilidade 
da mesma, que em proporção ao setor que esta inserida não demonstrou 
planejamento e eficiência quanto a sua rentabilidade, pois de 100% da receita obtida 
no período de 2009, 2010 e 2011, a referida empresa conseguiu apenas absorver 
para si como lucro do período 2,61%, 1,83% e 1,54% respectivamente, um índice 
extremamente baixo de lucratividade, que se persistir nos próximos períodos a 
empresa não conseguirá arcar com suas obrigações tanto próprias (retorno do 
capital investido), quanto de terceiros (obrigações acessórias). 
 
Apesar da receita de vendas da organização ser bem eficiente, necessita haver um 
reposicionamento tanto na área dos custos da empresa, quanto no controle 
administrativo a que se refere às despesas operacionais. Por se tratar de uma 
organização varejista atuante nos mais diferentes segmentos deste mercado sua 
analise de liquidez é aceitável, pois em grande parte seu maior investimento se 
encontra em seus estoques de mercadorias e no imobilizado, no que tange as 
instalações de vendas e de industrializações, considerando ainda seus maquinários 
de auto valor. 
 
Quanto ao ciclo operacional da empresa, objeto da análise, esta por sua vez 
demonstrou eficácia no recebimento de suas vendas e nos prazos de pagamentos 
de suas dívidas que demonstraram serem maiores, dando espaço de tempo para 
que a empresa gere recursos para pagar com folga suas dividas. 
 
Analisando somente BL e a DRE da Empresa “X”, foi possível extrair informações de 
sentidos econômicos e financeiros, demonstrando os pontos fortes da organização e 
83 
 
suas deficiências as quais precisam ser trabalhadas para que haja uma evolução 
significativa desses dados nos exercícios posteriores. 
 
Contudo, as demonstrações financeiras aqui analisadas mesmo que de forma 
superficial, pois existem inúmeros métodos de analises, contribuíram para o seu 
proposito; gerar informações e contribuir para o planejamento estratégico da 
organização evidenciando de forma monetária suas deficiências e conquistas 
durante o exercício social. 
 
84 
 
4 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES 
 
 
4.1 CONCLUSÃO 
 
O processo de análise das demonstrações financeiras está atualmente vinculado ao 
mercado global, pois suas análises respondem e direcionam ao principal objetivo 
das grandes organizações, que consiste na capitação de recursos financeiros e a 
maximização de seus lucros. 
 
A análise contábil é uma ferramenta que permite extrair informações relevantes das 
demonstrações financeiras, tais resultados possibilitam aos diversos usuários um 
diversificado conjunto de informações da situação tanto econômica quanto financeira 
da entidade, possibilitando uma tomada de decisão correta quanto aos 
investimentos, gerenciamentos, concessão de financiamentos e ate mesmo em 
transações comerciais. 
 
O setor varejista brasileiro é um dos setores da economia que mais cresce devido 
sua alta capacidade de gerar lucros e sua diversidade de produtos e serviços, no 
qual se destaca a Empresa “X”, objeto deste trabalho. No qual foram propostos 
objetivos específicos e um geral para responder a problemática levantada para a 
realização deste trabalho, ou seja, verificar qual a importância da análise das 
demonstrações financeiras para avaliação econômica e financeira das sociedades 
anônimas brasileiras. 
 
Quanto ao primeiro objetivo específico, foi respondido no item 2.2 deste trabalho, 
onde foi demonstrado os principais aspectos do processo de normatização contábil 
no Brasil, tendo por base legal os dispositivos inseridos nas Leis Nº 6.404/1976, Nº 
11.638/2007 e Nº 11.941/2009 que em seus textos trazem informações quanto as 
analises, elaboração e evidenciação das demonstrações financeiras de acordo com 
os padrões internacionais. 
 
85 
 
Já o segundo objetivo específico, foi atendido em consonância com o primeiro 
objetivo no item 2.2.2.1, em que foi constado diversas mudanças no decorrer de 
uma década desde a elaboração da Lei das sociedades anônimas, mudanças 
significativas quanto a elaboração e reconhecimento de diversas contas que compõe 
as demonstrações financeiras. Mudanças estas que se focaram tanto na inclusão de 
uma nova demonstração contábil exigida pela legislação fiscal brasileira, quanto na 
extinção e adição de contas do ativo, passivo e patrimônio líquido do balanço 
patrimonial, devido as exigências dos padrões internacionais de contabilidade. 
 
O terceiro objetivo especifico foi respondido no item 2.5.2 deste trabalho em que foi 
evidenciado através de pesquisa bibliográfica as principais técnicas de analises das 
demonstrações financeiras definidas por diversos autores especialistas quanto a 
essa questão. No qual tais técnicas foram utilizadas para elaboração do estudo de 
caso deste trabalho, para comprovação da importância dessas técnicas nas grandes 
corporações de capital aberto do país. 
 
O quarto objetivo especifico levantado, foi respondido no decorrer de todo o capitulo 
3 deste trabalho, em que foi realizado o estudo de caso sobre as duas principais 
demonstrações financeiras, o (BP) e a (DRE) no que tange os períodos findos de 
2009, 2010 e 2011. Constatando dessa forma, a grande importância dessa técnica 
contábil para as empresas de modo geral, pois ficou evidenciado o leque de 
informação que ela produz, tanto de ordem econômica quanto financeira, que podem 
auxiliar os diversos usuários da contabilidade a tomar decisões eficazes e de forma 
consciente. 
 
O objetivo geral deste trabalho foi respondido no decorrer dos objetivos específicos 
e no que tange os itens 3.2.3 e 3.2.4, que evidenciam a situação econômica e 
financeira da Empresa “X”, no qual demonstrou grande dependência de capital de 
terceiros para financiar seus investimentos em todos os períodos, não havendo 
indício de redução da participação de capitais de terceiros, mas sim um aumento 
nos índices, podendo no futuro apresentar dificuldades para cumprir com suas 
obrigações internas e externas, gerando uma insolvência. 
 
86 
 
A referida empresa não apresentou boa liquidez nos períodos analisados, seus 
índices ficaram abaixo do percentual aceito, exceto o índice de liquidez corrente, que 
apresentou situação favorável, pois leva em consideração os estoques da empresa 
em que estão situados seus maiores investimentos. 
 
A situação econômica da empresa avaliada no que tange seus índices de atividade 
constatou-se bons resultados tanto do (PMRV), quanto do (PMPC), que inseridos no 
ciclo operacional a empresa consegue efetuar suas compras com prazos de 
pagamentos maiores que seus recebimentos de vendas, tendo assim um bom 
espaço de prazo entre contas a pagar e a receber. 
 
Quanto à rentabilidade da empresa ora analisada, constataram-se deficiências 
profundas na ordem dos retornos dos investimentos nos três períodos analisados. 
Apesar das vendas evoluírem de forma extraordinária nos períodos, a maior parte 
dessa receita fica a destino do (CMV) e das despesas operacionais, que no total dos 
três períodos absorveram 97,86% da receita da empresa contribuindo para uma 
baixa margem de lucro evidenciado na análise do (DRE). 
 
Neste caso, é necessário que haja uma avalição quanto aos custos e margem de 
lucros das mercadorias da Empresa “X”, e principalmente uma reavaliação do 
planejamento de despesasda organização. 
 
Contudo, a hipótese levantada deste trabalho foi verdadeira, pois evidenciou uma 
serie de mudanças tanto de conceitos como normas, no que tange as 
demonstrações financeiras e como a elaboração desses demonstrativos influenciam 
no processo de decisão de qualquer organização, quer sejam tanto para decisões 
internas; avaliação dos custos e despesas da entidade, novos planejamentos de 
vendas, previsões futuras de crescimento analisando os períodos passados, metas e 
objetivos a longo prazo, quanto para decisões externas; reposicionamento de 
mercado, aquisição de novos investimentos. 
 
No entanto para que o produto final dessas analise sejam verdadeiros e uniformes 
entre si, é necessário que haja um estudo abrangente deste processo por parte dos 
usuários da contabilidade, para não haver duvidas quantos aos resultados obtidos. 
87 
 
Pois sabe-se que o processo de normatização contábil no Brasil foi iniciado, mas 
sempre há alterações e inserção de novos dispositivos na legislação, pois este é um 
processo longo ate que haja uma consonância entre os mercados. 
 
 
4.2 RECOMENDAÇÕES 
 
Sugere-se um estudo comparativo entre outros segmentos de mercado, comparando 
através das analises das demonstrações financeiras três empresas do mesmo setor 
econômico analisando de forma objetiva as novas demonstrações contábeis 
obrigatórias pela legislação fiscal brasileira a (DMPL) e a (DFC), considerando 
nessas analise variáveis que podem influenciar no processo de tomada de decisão 
como: situação de mercado, índices inflacionários e etc. 
 
88 
 
5 REFERÊNCIAS 
 
1. ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do Trabalho 
cientifico: elaboração de trabalhos na graduação. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 
 
2. ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços: um enfoque 
econômico-financeiro. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
 
3. BARROS, Aidil Jesus Paes de Barros; LEHFELD, Aparecida de Souza. Um guia 
para inicialização científica. São Paulo: McGraw-Hill, 1986. 
 
4. BLATT, Adriano. Análise de balanços: estrutura e avaliação das demonstrações 
financeiras e contábeis. São Paulo: MAKRON Books, 2001. 
 
5. BRASIL. Lei Nº. 6.404 de 15 de Dezembro de 1976. Legislação vigente da lei 
das sociedades anônimas. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 
Brasília, 15 dez. 1976. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 15 
maio 2012. 
 
6. ______. Lei Nº. 11.638 de 28 de Dezembro de 2007. Institui o processo de 
normatização contábil no Brasil. Diário Oficial [da] República Federativa do 
Brasil, Brasília, 28 dez. 2007. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. 
Acesso em: 15 maio 2012. 
 
7. ______. Lei Nº. 11.941 de 27 de Maio de 2009. Altera e revoga dispositivos da 
lei das sociedades anônimas. Diário Oficial [da] República Federativa do 
Brasil, Brasília, 27 maio 2009. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm>. 
Acesso em: 26 maio 2012. 
 
8. CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia cientifica. 5. ed. 
São Paulo: Prentice hall, 2002. 
 
9. CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade gerencial: teoria e prática. 4. ed. 
São Paulo: Atlas, 2008. 
 
10. DEMONSTRAÇÕES Contábeis publicadas. Disponível em: 
<http://rigpa.grupopaodeacucar.com.br/grupopaodeacucar/web/arquivos/GPA_D
FP_2011_PORT.pdf>. Acesso em: 28 fev. 2012. 
 
11. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: 
Atlas, 2002. 
 
12. GOUVEIA, Nelson. Contabilidade básica. 2º edição. São Paulo: Harbra, 2001. 
 
13. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de Balanços. 7 ed. São Paulo: Atlas, 1998. 
 
89 
 
14. IUDÍCIBUS, Sergio de; MARION, José Carlos. Introdução à teoria da 
contabilidade para o nível de graduação. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
 
15. IUDÍCIBUS, Sergio de, et al. Manual de contabilidade societária: aplicável a 
todas as sociedades de acordo com as normas internacionais e do CPC. São 
Paulo: atlas, 2010. 
 
16. ______. Manual de contabilidade societária: aplicável as demais sociedades. -
5.ed. São Paulo: Atlas, 2000. 
 
17. LEMES, Sirlei; CARVALHO, L. Nelson. Contabilidade internacional para 
graduação: texto, estudos de casos e questões de múltipla escolha. São Paulo: 
Atlas, 2010. 
 
18. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa: 
planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, 
elaboração, análise e interpretação de dados. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
 
19. MARION, José Carlos. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade 
empresarial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
 
20. ______. Contabilidade empresarial. 15. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
 
21. MONTOTO, Eugenio. Contabilidade geral esquematizado. São Paulo: Saraiva, 
2011. 
 
22. MORANTE, Antonio Salvador. Análise das demonstrações financeiras: 
aspectos contábeis da demonstração de resultado e do balanço patrimonial. 2. 
ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
 
23. PEREZ JUNIOR, José Hernandez; BEGALLI, Glaucos Antonio. Elaboração das 
demonstrações contábeis. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
 
24. RIBEIRO, Osni Moura. Demonstrações Financeiras: mudanças na Lei das 
sociedades por ações: como era e como ficou. São Paulo: Saraiva, 2008. 
 
25. RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São 
Paulo, 1999. 
 
26. SCHMIDT, Paulo; SANTOS, José Luiz dos; FERNANDES, Luciane Alves. 
Contabilidade internacional avançada. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
 
27. SILVA, Alexandre Alcantara da. Estrutura, análise e interpretação das 
demonstrações contábeis. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
 
28. Site. Disponível em: 
<http://www.taeq.com.br/data/Pages/LUMIS0AE68E36PTBRIE.htm>. Acesso em: 
11 nov. 2012.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXOS
91 
 
ANEXO A – DEMONSTRAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL 
 
 
DFs Consolidadas / Balanço Patrimonial Ativo (REAIS MIL) 
Código da Descrição da Conta Último Exercício Penúltimo Exercício Antepenúltimo Exercício 
Conta 31/12/2011 31/12/2010 31/12/2009 
1 Ativo Total 33.769.005 29.772.263 18.657.033 
1.01 Ativo Circulante 17.276.392 14.673.067 8.399.748 
1.01.01 Caixa e Equivalentes de Caixa 4.969.955 3.817.994 2.341.927 
1.01.02 Aplicações Financeiras 0 600 613 0 
1.01.02.01 Aplicações Financeiras Avaliadas a Valor Justo 0 600 613 0 
1.01.02.01.01 Títulos para Negociação 0 600 613 0 
1.01.03 Contas a Receber 5.717.121 4.317.214 2.475.373 
1.01.03.01 Clientes 5.437.500 4.047.234 2.475.373 
1.01.03.02 Outras Contas a Receber 279.621 269.980 0 
1.01.04 Estoques 5.552.769 4.823.768 2.827.463 
1.01.06 Tributos a Recuperar 907.702 888.355 416.550 
1.01.06.01 Tributos Correntes a Recuperar 907.702 888.355 416.550 
1.01.07 Despesas Antecipadas 105.794 225.123 333.551 
1.01.08 Outros Ativos Circulantes 23.051 0 4.884 
1.01.08.03 Outros 23.051 0 4.884 
1.02 Ativo Não Circulante 16.492.613 15.099.196 10.257.285 
1.02.01 Ativo Realizável a Longo Prazo 3.854.880 3.156.339 2.486.684 
1.02.01.01 Aplicações Financeiras Avaliadas a Valor Justo 0 7.389 0 
1.02.01.01.02 Títulos Disponíveis para Venda 0 7.389 0 
1.02.01.03 Contas a Receber 662.854 617.496 419.191 
1.02.01.03.01 Clientes 555.841 527.939 0 
1.02.01.03.02 Outras Contas a Receber 107.013 89.557 419.191 
1.02.01.06 Tributos Diferidos 1.249.687 1.136.462 1.207.712 
1.02.01.06.01 Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos 1.249.687 1.136.462 1.207.712 
1.02.01.07 Despesas Antecipadas 36.899 54.986 19.911 
1.02.01.08 Créditos com Partes Relacionadas 133.415 176.241 118.650 
1.02.01.08.04 Créditos com Outras Partes Relacionadas133.415 176.241 118.650 
1.02.01.09 Outros Ativos Não Circulantes 1.772.025 1.163.765 721.220 
1.02.01.09.04 Impostos a Recuperar 729.998 213.506 255.194 
92 
 
1.02.01.09.05 Depósitos para Recursos Judiciais 737.688 645.920 466.026 
1.02.01.09.07 Opção de compra - Bartira 304.339 304.339 0 
1.02.02 Investimentos 253.250 232.540 194.227 
1.02.02.01 Participações Societárias 253.250 232.540 194.227 
1.02.02.01.01 Participações em Coligadas 252.790 232.540 193.757 
1.02.02.01.04 Outras Participações Societárias 460 0 470 
1.02.03 Imobilizado 7.358.250 6.794.337 5.356.601 
1.02.03.01 Imobilizado em Operação 6.827.551 5.925.461 5.342.744 
Código da Descrição da Conta Último Exercício Penúltimo Exercício Antepenúltimo Exercício 
Conta 31/12/2011 31/12/2010 
1.02.03.02 Imobilizado Arrendado 185.025 167.934 0 
1.02.03.03 Imobilizado em Andamento 345.674 700.942 13.857 
1.02.04 Intangível 5.026.233 4.915.980 2.219.773 
1.02.04.01 Intangíveis 5.026.233 4.915.980 2.219.773 
1.02.04.01.02 Intangíveis 5.026.233 4.915.980 2.219.773 
Fonte: Site < http://rigpa.grupopaodeacucar.com.br/grupopaodeacucar/web/arquivos/GPA_DFP_2011_PORT.pdf>, 2012. 
 
93 
 
DFs Consolidadas / Balanço Patrimonial Passivo 
(Reais Mil) 
Código da Descrição da Conta Último Exercício Penúltimo Exercício Antepenúltimo Exercício 
Conta 31/12/2011 31/12/2010 31/12/2009 
2 Passivo Total 33.769.005 29.772.263 18.657.033 
2.01 Passivo Circulante 13.501.202 10.923.437 6.033.725 
2.01.01 Obrigações Sociais e Trabalhistas 758.663 589.186 428.188 
2.01.01.01 Obrigações Sociais 96.376 120.825 52.733 
2.01.01.02 Obrigações Trabalhistas 662.287 468.361 375.455 
2.01.02 Fornecedores 6.278.757 5.368.738 4.004.395 
2.01.02.01 Fornecedores Nacionais 6.229.796 5.253.034 4.001.523 
2.01.02.02 Fornecedores Estrangeiros 48.961 115.704 2.872 
2.01.03 Obrigações Fiscais 332.416 298.853 313.672 
2.01.03.01 Obrigações Fiscais Federais 324.826 292.658 311.711 
2.01.03.01.01 Imposto de Renda e Contribuição Social a Pagar 151.052 25.463 19.750 
2.01.03.01.02 Outros (Pis, COFINS,IOF,INSS, Funrural) 173.774 267.195 291.961 
2.01.03.03 Obrigações Fiscais Municipais 7.590 6.195 1.961 
2.01.04 Empréstimos e Financiamentos 4.917.498 2.915.116 687.612 
2.01.04.01 Empréstimos e Financiamentos 4.334.011 2.329.974 631.194 
2.01.04.01.01 Em Moeda Nacional 3.778.186 1.872.639 292.915 
2.01.04.01.02 Em Moeda Estrangeira 555.825 457.335 338.279 
2.01.04.02 Debêntures 501.844 520.675 19.386 
2.01.04.03 Financiamento por Arrendamento Financeiro 81.643 64.467 37.032 
2.01.05 Outras Obrigações 947.784 1.628.080 544.785 
2.01.05.01 Passivos com Partes Relacionadas 27.878 274.291 31.734 
2.01.05.01.01 Débitos com Coligadas 11.764 69.254 0 
2.01.05.01.03 Débitos com Controladores 15.772 187.128 0 
2.01.05.01.04 Débitos com Outras Partes Relacionadas 342 17.909 31.734 
2.01.05.02 Outros 919.906 1.353.789 513.051 
2.01.05.02.01 Dividendos e JCP a Pagar 103.396 116.287 98.052 
2.01.05.02.04 Serviços Públicos 18.917 5.383 5.636 
2.01.05.02.05 Aluguéis 48.991 68.226 47.424 
2.01.05.02.06 Propaganda 89.682 33.615 32.333 
2.01.05.02.07 Repasse a Terceiros 158.134 201.224 0 
2.01.05.02.08 Financiamento por Compra de Ativos 14.211 14.211 14.212 
2.01.05.02.09 Demais Contas a Pagar 431.746 617.359 305.007 
2.01.05.02.10 Aquisição de Sociedades 54.829 297.484 0 
94 
 
2.01.05.02.11 Seguros 0 0 10.387 
2.01.06 Provisões 266.084 123.464 55.073 
2.01.06.02 Outras Provisões 266.084 123.464 55.073 
2.01.06.02.02 Provisões para Reestruturação 12.957 6.372 0 
Código da Descrição da Conta Último Exercício Penúltimo Exercício Antepenúltimo Exercício 
Conta 31/12/2011 31/12/2010 31/12/2009 
2.01.06.02.05 Impostos Parcelados 171.212 54.071 55.073 
2.01.06.02.06 Receitas Antecipadas 81.915 63.021 0 
2.02 Passivo Não Circulante 10.173.378 9.348.234 5.966.583 
2.02.01 Empréstimos e Financiamentos 6.240.900 5.591.936 3.582.599 
2.02.01.01 Empréstimos e Financiamentos 3.908.594 4.423.220 2.019.136 
2.02.01.01.01 Em Moeda Nacional 3.097.465 3.744.762 1.507.489 
2.02.01.01.02 Em Moeda Estrangeira 811.129 678.458 511.647 
2.02.01.02 Debêntures 2.137.518 1.067.472 1.481.356 
2.02.01.03 Financiamento por Arrendamento Financeiro 194.788 101.244 82.107 
2.02.02 Outras Obrigações 1.756.076 1.730.508 1.722.661 
2.02.02.02 Outros 1.756.076 1.730.508 1.722.661 
2.02.02.02.03 Impostos Parcelados 1.291.810 1.377.758 1.205.579 
2.02.02.02.04 Demais Contas a Pagar 275.664 137.690 308.900 
2.02.02.02.05 Aquisições de Sociedades 188.602 215.060 0 
2.02.02.02.06 Fornecedor 0 0 208.182 
2.02.03 Tributos Diferidos 1.114.873 1.028.986 0 
2.02.03.01 Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos 1.114.873 1.028.986 0 
2.02.04 Provisões 680.123 809.337 661.323 
2.02.04.01 Provisões Fiscais Previdenciárias Trabalhistas e Cíveis 680.123 809.337 661.323 
2.02.04.01.01 Provisões Fiscais 375.510 520.110 199.005 
2.02.04.01.02 Provisões Previdenciárias e Trabalhistas 132.853 131.494 111.182 
2.02.04.01.03 Provisões para Benefícios a Empregados 48.669 52.858 35.107 
2.02.04.01.04 Provisões Cíveis 123.091 104.875 316.029 
2.02.06 Lucros e Receitas a Apropriar 381.406 187.467 0 
2.02.06.02 Receitas a Apropriar 381.406 187.467 0 
2.03 Patrimônio Líquido Consolidado 10.094.425 9.500.592 6.656.725 
2.03.01 Capital Social Realizado 6.129.405 5.579.259 5.374.751 
2.03.02 Reservas de Capital 384.342 463.148 647.232 
2.03.02.02 Reserva Especial de Ágio na Incorporação 238.930 344.605 428.553 
2.03.02.04 Opções Outorgadas 138.014 111.145 83.223 
2.03.02.07 Reserva de Capital 7.398 7.398 135.456 
2.03.04 Reservas de Lucros 1.111.526 980.915 602.237 
95 
 
2.03.04.01 Reserva Legal 248.249 212.339 176.217 
2.03.04.05 Reserva de Retenção de Lucros 80.147 66.654 426.020 
2.03.04.10 Reserva para Expansão 783.130 701.922 0 
2.03.09 Participação dos Acionistas Não Controladores 2.469.152 2.477.270 32.505 
Fonte: Site < http://rigpa.grupopaodeacucar.com.br/grupopaodeacucar/web/arquivos/GPA_DFP_2011_PORT.pdf>, 2012. 
 
96 
 
ANEXO B – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
 
DFs Consolidadas / Demonstração do Resultado 
(Reais Mil) 
Código da Descrição da Conta Último Exercício Penúltimo Exercício Antepenúltimo Exercício 
Conta 01/01/2011 à 31/12/2011 01/01/2010 à 31/12/2010 01/01/2009 à 31/12/2009 
3.01 Receita de Venda de Bens e/ou Serviços 46.594.486 32.091.674 23.192.758 
3.02 Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos -33.932.964 -24.241.476 -17.493.806 
3.03 Resultado Bruto 12.661.522 7.850.198 5.698.952 
3.04 Despesas/Receitas Operacionais -10.524.159 -6.356.745 -4.744.423 
3.04.01 Despesas com Vendas -7.936.647 -4.866.289 -3.532.481 
3.04.02 Despesas Gerais e Administrativas -1.683.097 -950.959 -679.581 
3.04.04 Outras Receitas Operacionais -124.070 -12.033 24.731 
3.04.04.01 Resultado com Ativo Permanente -48.820 -21.182 24.731 
3.04.04.02 Outras Receitas Operacionais -75.250 9.149 0 
3.04.05 Outras Despesas Operacionais -815.170 -561.963 -562.504 
3.04.05.01 Depreciação/Amortização -680.547 -446.129 -459.900 
3.04.05.02 Outras Despesas Operacionais -134.623 -115.834 -102.604 
3.04.06 Resultado de Equivalência Patrimonial 34.825 34.499 5.412 
3.05 Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos 2.137.363 1.493.453 954.529 
3.06 Resultado Financeiro -1.332.708 -823.001 -254.475 
3.06.01 Receitas Financeiras 593.250 331.698 250.030 
3.06.02 Despesas Financeiras -1.925.958 -1.154.699 -504.505 
3.07 Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro 804.655 670.452 700.054 
3.08 Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro -84.999 -84.522 -94.015 
3.08.01 Corrente -142.117 -52.052 -68.081 
3.08.02 Diferido 57.118 -32.470 -25.934 
3.09 Resultado Líquido das Operações Continuadas 719.656 585.930 606.039 
3.11 Lucro/Prejuízo Consolidado do Período 719.656585.930 606.039 
3.11.01 Atribuído a Sócios da Empresa Controladora 718.219 618.498 609.431 
3.11.02 Atribuído a Sócios Não Controladores 1.437 -32.568 -3.392 
3.99 Lucro por Ação - (Reais / Ação) 
97 
 
3.99.01 Lucro Básico por Ação 
3.99.01.01 ON 2,61000 2,27000 2,34000 
3.99.01.02 PN 2,87000 2,50000 2,59000 
Fonte: Site < http://rigpa.grupopaodeacucar.com.br/grupopaodeacucar/web/arquivos/GPA_DFP_2011_PORT.pdf>, 2012.

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