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A IMPORTÂNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA AS COMPANHIAS BRASILEIRAS

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FACULDADE CAPIXABA DE NOVA VENÉCIA 
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
 
 
 
MIQUÉIAS TEIXEIRA DA SILVA 
RAIMUNDO JULIO DE MORAES GUIMARÃES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA AS 
COMPANHIAS BRASILEIRAS: ESTUDO DE CASO PARA ANÁLISE 
ECONÔMICO-FINANCEIRA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOVA VENÉCIA 
2012 
 
 
 
MIQUÉIAS TEIXEIRA DA SILVA 
RAIMUNDO JULIO DE MORAES GUIMARÃES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA AS 
COMPANHIAS BRASILEIRAS: ESTUDO DE CASO PARA ANÁLISE 
ECONÔMICO-FINANCEIRA. 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso II apresentado 
ao Programa de Graduação em Ciências 
Contábeis da Faculdade Capixaba de Nova 
Venécia, como requisito parcial para obtenção do 
grau de Bacharel em Ciências Contábeis. 
rientadora: Prof.ª Maria das Graças Santana 
Fernandes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOVA VENÉCIA 
2012 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Catalogação na fonte elaborada pela “Biblioteca Pe. Carlos Furbetta”/UNIVEN 
 
 
 
MIQUÉIAS TEIXEIRA DA SILVA 
RAIMUNDO JULIO DE MORAES GUIMARÃES 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA AS 
COMPANHIAS BRASILEIRAS: ESTUDO DE CASO PARA ANÁLISE 
ECONÔMICO-FINANCEIRA. 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso II apresentado ao Programa de Graduação em Ciências Contábeis 
da Faculdade Capixaba de Nova Venécia, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel 
em Ciências Contábeis. 
 
 
Aprovada em ____ de novembro de 2012. 
 
 
 
 
 
COMISSÃO EXAMINADORA 
 
 
 
 
 
______________________________________ 
Prof.ª Maria das Graças Santana Fernandes. 
Faculdade Capixaba de Nova Venécia 
Orientadora 
 
 
 
 
 
_____________________________________ 
Prof.º 
Faculdade Capixaba de Nova Venécia 
Membro 1 
 
 
 
 
 
____________________________________ 
Prof.º 
Faculdade Capixaba de Nova Venécia 
Membro 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Miquéias Teixeira da Silva 
Dedico este trabalho a toda minha família 
e amigos que me auxiliaram e 
compreenderam-me nos momentos 
difíceis dessa jornada, mas em especial 
dedico a duas pessoas que contribuíram 
de forma incondicional em minha 
formação pessoal e profissional, meus 
pais: Daci Martins da Silva e Maria Marta 
de Jesus Teixeira Silva, que me apoiaram 
e acreditaram em mim, mesmo quando as 
circunstâncias diziam não, eles 
mantiveram a fé. 
 
Raimundo Julio de Moraes Guimarães 
Esse trabalho é dedicado aos meus pais 
Jair G. Guimarães (in memória) e Elza de 
M. Guimarães e minha esposa Nadyezda 
N.S.S. Guimarães pela fé e confiança 
demonstrada no decorrer dessa jornada, 
apoiando, acompanhado e principalmente 
acreditando em mim. Aos meus amigos 
pela cumplicidade, ajuda e amizade e a 
todos que contribuíram direta e 
indiretamente na realização deste 
trabalho. Dedico à chegada de minha filha 
Nicoly. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Miquéias Teixeira da Silva 
Agradeço a Deus por ter me dado o dom 
da vida e forças para chegar até aqui. Aos 
meus pais pela motivação contínua em 
meus dias de desesperança. Aos meus 
grandes amigos que estiveram sempre ao 
meu lado nessa caminhada. Aos meus 
professores queridos, e a minha 
orientadora Maria das Graças Santana 
Fernandes que juntos contribuíram de 
forma responsável em minha formação, 
dando as bases necessárias para 
realização desta pesquisa. Agradeço à 
Faculdade Capixaba de Nova Venécia, 
por ter disponibilizado uma formação de 
ensino de qualidade, com um corpo 
docente formado por profissionais 
altamente qualificados. Por fim, agradeço 
a todos que contribuíram de forma direta 
e indireta na realização desse trabalho. 
 
Raimundo Julio de Moraes Guimarães 
Agradeço a Deus, pela força espiritual 
para a realização desse trabalho, por ter 
me oferecido a oportunidade de viver e 
evoluir a cada dia e aprender aceitar as 
dificuldades impostas pelo caminho, pois: 
“Para tudo há uma ocasião certa; há 
tempo certo para cada propósito debaixo 
do Céu”. (Eclesiastes 3:1) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Não há ensino sem pesquisa e pesquisa 
sem ensino. Esses quefazeres que se 
encontram um no corpo do outro. 
Enquanto ensino contínuo buscando, 
reprocurando. Ensino porque busco, 
porque indaguei, porque indago e me 
indago. Pesquiso para constatar, 
constatando intervenho, intervindo educo 
e me educo. Pesquiso para conhecer o 
que ainda não conheço e comunicar ou 
anunciar a verdade”. 
 
Paulo Freire 
 
 
RESUMO 
 
A realização deste trabalho vem mostrar a importância das publicações das 
Demonstrações Financeiras de acordo com as normas internacionais de 
contabilidade e seus princípios fundamentais. Foram abordadas as Leis e suas 
alterações que regulam essas demonstrações financeiras no Brasil na atualidade e, 
ainda, na fundamentação teórica discorreu-se sobre as principais demonstrações 
financeiras, a contabilidade geral e seus aspectos, os usuários das informações 
contábeis e seus interesses nas demonstrações financeiras, por fim, as analises 
financeiras e econômicas das demonstrações contábeis, concluindo assim a parte 
teórica. Em uma segunda fase foi analisado os indicadores econômicos e financeiros 
das demonstrações (Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do 
Exercício), consolidadas de uma Empresa “X” Sociedade Anônima que faz parte de 
um grupo econômico no ramo varejista, os exercícios analisados foram de 2009, 
2010 e 2011. Na terceira e ultima fase encontra-se a conclusão dos resultados 
obtidos e a resposta da hipótese levantada, confirmando assim a importância das 
demonstrações financeiras e suas análises para a tomada de decisões dos usuários. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Normas Internacionais de Contabilidade. Leis Nº 11.638/2007 e 
11.941/2009. Usuários das Demonstrações Financeiras. 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
QUADRO 1 - MECANISMOS DE FUNCIONAMENTO DO IASC................... 31 
QUADRO 2 - COMPARAÇÃO DO ATIVO DA LEI Nº 6.404/1976 COM A 
LEI 11.638/2007........................................................................ 
 
39 
QUADRO 3 - COMPARAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO DA LEI Nº 
6.404/1976 COM A LEI Nº 11.638/2007................................... 
 
40 
QUADRO 4 - COMPARAÇÃO DO ATIVO DA Nº 11.638/2007 COM A LEI 
Nº 11.941/2009......................................................................... 
 
41 
QUADRO 5 - COMPARAÇÃO DO PASSIVO DA LEI Nº 11.638/2007 COM 
A LEI Nº 11.941/2009................................................................ 
 
43 
QUADRO 6 - PROCESSO CRONOLÓGICO DA ANÁLISE DAS 
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS........................................ 
 
54 
QUADRO 7 - INDICADORES DE LIQUIDEZ.................................................. 57 
QUADRO 8 - INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAL...................... 58 
QUADRO 9 - INDICADORES DE RENTABILIDADE...................................... 59 
QUADRO 10 - INDICADORES DE ROTAÇÃO OU ATIVIDADE...................... 61 
QUADRO 11 - ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL (BP)............................. 63 
QUADRO 12 - ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL (DRE).......................... 66 
QUADRO 13 - ANÁLISE DA SITUAÇÃO ECONÔMICA................................... 70 
QUADRO 14 - ANÁLISE DA SITUAÇÃO FINANCEIRA................................... 76 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
ABRASCA – AssociaçãoBrasileira das Companhias Abertas. 
 
AICPA – Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados. 
 
APIMEC – Associação dos Analistas e profissionais de Investimento do Mercado de 
Capitais. 
 
BM&FBOVESPA – Bolsa de Mercadorias, Valores e futuros. 
 
BOARD – Comitê de Monitoramento. 
 
BP – Balanço Patrimonial. 
 
CFC – Conselho Federal de Contabilidade. 
 
CMV – Custo da Mercadoria Vendida. 
 
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. 
 
CSSL – Contribuição Social Sobre o Lucro líquido. 
 
CVM – Comissão de Valores Mobiliários. 
 
DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa. 
 
DLPA – Demonstração do Lucro Prejuízo Acumulado. 
 
DMPL – Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido. 
 
DOAR – Demonstração da Origem e Aplicação de Recursos. 
 
 
 
DRE – Demonstração do Resultado do Exercício. 
 
DVA – Demonstração do Valor Adicionado. 
 
EUA – Estados Unidos da América. 
 
FASB – Junta de Normas de Contabilidade. 
 
FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis Atuarias e Financeiras. 
 
IAS – Normas Contábeis Internacionais. 
 
IASB – Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade. 
 
IASC – Comitê de Normas Contábeis Internacionais. 
 
IASCF – Fundação do Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade. 
 
IBRACON – Instituto de Auditores Independentes do Brasil. 
 
IFRC – Comitê de Interpretação das Normas Internacionais de Relatórios 
Financeiros. 
 
IFRS – Normas e Padrões Internacionais de Contabilidade. 
 
IR – Imposto de Renda. 
 
MP – Medida Provisória. 
 
PMPC – Prazo Médio de Pagamento das Compras. 
 
PMRE – Prazo Médio de Rotação do Estoque. 
 
PMRV – Prazo Médio de Recebimento das Vendas. 
 
 
S/A – Sociedade Anônima. 
 
SAC – Conselho Consecutivo de Normas. 
 
US GAAP – Princípios Contábeis Geralmente Aceitos nos Estados Unidos. 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO.................................................................... 15 
1.1 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA DO TEMA....................... 16 
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA.................................................................. 17 
1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA....................................................... 17 
1.4 OBJETIVOS........................................................................................ 18 
1.4.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................. 18 
1.4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS....................................................................... 18 
1.5 HIPÓTESE.......................................................................................... 18 
1.6 METODOLOGIA................................................................................. 19 
1.6.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA................................................................ 19 
1.6.2 TÉCNICAS PARA COLETA DE DADOS........................................................ 21 
1.6.3 FONTES PARA COLETA DE DADOS.......................................................... 21 
1.7 APRESENTAÇÃO DO CONTEÚDO DAS PARTES DO 
TRABALHO....................................................................................... 
 
22 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................. 23 
2.1 A CONTABILIDADE E SEUS OBJETIVOS....................................... 23 
2.1.1 USUÁRIOS DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS............................................. 26 
2.2 O PROCESSO DE NORMATIZAÇÃO CONTÁBIL NO BRASIL....... 29 
2.2.1 LEI Nº 6.404/1976 DAS SOCIEDADES POR AÇÕES................................... 34 
2.2.2 PROMULGAÇÃO DA LEI Nº 11.638/2007 E A MP 449/2008...................... 36 
2.3 ALTERAÇÕES NA ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES 
FINANCEIRAS................................................................................... 
 
38 
2.3.1 LEI Nº 11.638/2007............................................................................. 38 
2.3.2 LEI Nº 11.941/2009............................................................................. 41 
2.4 AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS BRASILEIRAS.................. 44 
2.4.1 BALANÇO PATRIMONIAL (BP)................................................................ 45 
2.4.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE)........................... 46 
2.4.3 DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA).......... 47 
2.4.4 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL).......... 48 
2.4.5 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (DFC)........................................... 50 
 
 
2.4.6 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA)..................................... 52 
2.5 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS........................ 53 
2.5.1 VISÃO HISTÓRICA E EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE ANÁLISE..................... 53 
2.5.2 TÉCNICAS DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS.................... 55 
2.5.2.1 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL........................................................... 55 
2.5.2.2 ANÁLISE POR ÍNDICES OU QUOCIENTES................................................... 56 
2.5.2.2.1 INDICADORES DE LIQUIDEZ..................................................................... 56 
2.5.2.2.2 INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAIS.............................................. 58 
2.5.2.2.3 INDICADORES DE RENTABILIDADE........................................................... 59 
2.5.2.2.4 INDICADORES DE ROTAÇÃO OU ATIVIDADE............................................... 60 
 
3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE COMPARATIVA DOS 
DADOS................................................................................ 
 
62 
3.1 EMPRESA X OBJETO DE ESTUDO DA PESQUISA........................ 62 
3.2 ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL (BP)....................................... 63 
3.3 ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL (DRE) ................................... 66 
3.4 ANÁLISE DA SITUAÇÃO ECONÔMICA............................................ 70 
3.4.1 ANÁLISE DOS INDICADORES DE ROTAÇÃO OU DE ATIVIDADE...................... 71 
3.4.2 ANÁLISE DOS INDICADORES DE RENTABILIDADE....................................... 72 
3.5 ANÁLISE DA SITUAÇÃO FINANCEIRA............................................. 76 
3.5.1 ANÁLISE DOS INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAL.......................... 77 
3.5.2 ANÁLISE DOS INDICADORES DE LIQUIDEZ................................................. 79 
3.6 ANÁLISE GERAL DOS RESULTADOS OBTIDOS............................ 81 
 
4 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES............................... 84 
4.1 CONCLUSÃO..................................................................................... 84 
4.2 RECOMENDAÇÕES........................................................................... 87 
 
5 REFERÊNCIAS................................................................... 88 
 
 ANEXOS 
 ANEXO A – DEMONSTRAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL....... 91 
 
 
 ANEXO B – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 96 
15 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Com o advento da globalização e o crescimento cada vez mais rápido dos mercados 
de capitais em diversos países do mundo influenciando empresas, investidores e 
empreendedores a entrar nesse novo mercado com grande potencial lucrativo, tem 
se criado a estrutura perfeita para o aumento das relações internacionais e o 
intercambio entre as grandes companhias de capital aberto. 
 
Esses gigantes econômicos tem se estabelecido cada vez mais em outros países 
através de fusões, incorporações, aquisições de coligadas e abertura de novas 
subsidiárias ou, até mesmo, implantando um novo tipo de negócio envolvendo 
capital de terceiro ou estrangeiro. Por outro lado, as empresas e companhias 
nacionais tem tidoacesso a esse mercado internacional por intermédio de tomada 
de financiamentos externos e emissão de títulos de suas ações em bolsas de 
valores espalhadas pelo mundo. 
 
Dessa forma Schmidt, Santos e Fernandes (2010, p. 1-2) relatam que: 
 
Nos dias de hoje, os conceitos de economia, capitais, produtos e empresas 
nacionais, isoladamente, passam a ter menor relevância. O processo de 
globalização dos mercados trouxe à tona a necessidade de harmonização 
contábil em todo o mundo, pois os investidores, de forma geral, são atraídos 
para mercados que conhecem e nos quais confiam. 
 
Diante dessas novas condições de mercado, surgem novos desafios para 
estudiosos, profissionais e usuários da contabilidade, bem como para as 
entidades responsáveis pela emissão de normas contábeis, que passam a 
desempenhar um importante papel no processo de harmonização das 
praticas contábeis. 
 
No decorrer dessa grande evolução surge para contabilidade a necessidade de se 
adequar a esse novo cenário econômico, transpassando as barreiras impostas pela 
língua, moeda e principalmente as diferenças existentes entre as praticas contábeis 
exercidas em diversos países, de modo a viabilizar o entendimento das 
demonstrações contábeis entre os mercados, tornando uniformes as praticas 
contábeis. 
 
16 
 
Nesse sentido, o Brasil vem moldando sua contabilidade ano após ano, de forma a 
incorporar as normas brasileiras aos padrões internacionais, viabilizando uma maior 
transparência e interpretação das demonstrações contábeis para todos os seus 
usuários tanto internos, quanto externos: empresários, investidores, sócios, 
fornecedores etc. 
 
Sendo assim, Montoto (2011) afirma que diante da internacionalização da 
contabilidade e as mudanças que estão ocorrendo nos setores contábeis, vê à 
necessidade de um estudo sobre as demonstrações financeiras e suas mudanças 
mais recentes, para analisar sua importância para as entidades e os usuários 
dessas demonstrações. 
 
Desse modo, o presente trabalho priorizará a importância das demonstrações 
financeiras elaboradas pelas grandes companhias, visando entender seus conceitos, 
as finalidades, os seus usuários e as transformações ocorridas com a harmonização 
das normas brasileiras advindas através da lei Nº 11.638/2007 e como essas 
demonstrações influenciam na tomada de decisão das grandes organizações. 
 
 
1.1 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA 
 
A contabilidade brasileira está aderindo a contabilidade internacional desde 2007 por 
meio da edição da Lei Nº 11.638/2007 e da Lei Nº 11.941/2009, que alteraram a Lei 
Nº 6.404/1976 dando autoridade aos órgãos públicos para criação de um comitê de 
pronunciamento, chamado CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis), que 
traduz as normas internacionais. 
 
A princípio, as demonstrações contábeis brasileiras eram realizadas de acordo com 
os princípios estipulados pela legislação e regidos em sua maioria pelos dispositivos 
da Lei das sociedades por ações. Com a internacionalização da contabilidade 
brasileira os profissionais contábeis, estudiosos, empresários, investidores e 
usuários em potencial, se depararam em um pequeno espaço de tempo com um 
conjunto de modificações estruturais e conceituais. Iniciando, dessa forma, uma 
corrida incessante pela busca de informação, pois a contabilidade brasileira a partir 
17 
 
de 2008 já vigorava de acordo com os novos dispositivos inseridos pela Lei Nº 
11.638/2007. 
 
O tema abordado neste trabalho justifica-se pela necessidade de informação quanto 
às mudanças inseridas pela internacionalização da contabilidade brasileira em 
especialmente no que tange a importância da elaboração das demonstrações 
financeiras, pois são elas responsáveis pela principal fonte de recursos de qualquer 
organização. 
 
 
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA 
 
O trabalho limitou-se a analisar a importância, estrutura e os benefícios advindos da 
elaboração das demonstrações financeiras para as sociedades anônimas brasileiras, 
de acordo com os novos parâmetros internacionais instituídos pela Lei Nº 11.638/07. 
 
Não se pretende nesse trabalho apresentar todas as técnicas de análise de 
demonstrações contábeis, pois não serão abordados todos os demonstrativos 
financeiros exigidos pela legislação societária brasileira. Entretanto será realizado 
estudo comparativo das demonstrações financeiras da empresa x (balanço 
patrimonial e demonstração do resultado do exercício), findos de 2009, 2010 e 2011. 
 
 
1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA 
 
Com a consolidação do crescimento do processo de negociação de ações, é 
necessário conhecer as variantes que devem ser levadas em consideração na hora 
de assumir o risco de um negócio. Sendo assim, a contabilidade é de suma 
importância, pois é através das demonstrações financeiras que se têm as principais 
informações sobre o patrimônio das organizações e suas respectivas mutações. 
 
As demonstrações financeiras elaboradas pelas grandes companhias de capital 
aberto de acordo com Lei Societária brasileira são importantes meios de 
informações para quem deseja entrar nesse mercado ou investir nesse ramo de 
18 
 
atividade, pois são elas que demonstram a real situação financeira e econômica das 
organizações, e são através delas que os usuários da contabilidade se informam 
sobre: o capital de giro investido, a utilização de capital de terceiro ou próprio, 
rendimentos das ações etc. 
 
A partir desse contexto, o presente trabalho pretende responder a seguinte questão: 
Qual a importância da análise das demonstrações financeiras para avaliação 
econômica e financeira das sociedades anônimas brasileiras? 
 
 
1.4 OBJETIVOS 
 
 
1.4.1 OBJETIVO GERAL 
 
Verificar a importância da análise das demonstrações financeiras para avaliar a 
situação econômico-financeira das sociedades anônimas brasileiras. 
 
 
1.4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 Apresentar aspectos gerais do processo de normatização contábil no Brasil; 
 Apresentar as principais mudanças estruturais nas demonstrações financeiras; 
 Demonstrar as principais técnicas de análise das demonstrações financeiras, 
utilizadas para tomada de decisão; 
 Analisar, as demonstrações financeiras (balanço patrimonial e demonstração do 
resultado do exercício), disponibilizado pela empresa x. 
 
 
1.5 HIPÓTESE 
 
Com a promulgação da lei Nº 11.638/2007, e as constantes atualizações em seus 
dispositivos através de medidas provisórias, a contabilidade vem passando por 
diversas transformações principalmente com relação às demonstrações financeiras, 
19 
 
pois se localizam no foco central da discussão: o processo de convergência das 
Normas Brasileiras de Contabilidade as Normas Internacionais. 
 
Portanto, para os usuários da contabilidade, faz-se necessário um estudo minucioso 
das leis e das suas alterações, para que as demonstrações financeiras elaboradas 
sejam uniformes entre si. E proporcione uma análise consistente do que realmente 
ocorreu na empresa, viabilize uma tomada de decisão estratégica, a aquisição de 
novos investimentos na companhia e também uma demonstração da capacidade 
econômico-financeira da entidade, etc. 
 
Sendo assim, torna-se indiscutível a importância das demonstrações financeiras, 
não só para as companhias de capital aberto, mas também para as empresas de um 
modo geral. Essas demonstrações financeiras possibilitam as empresas maximizar 
seus lucros e reduzir seus tributos com bases em previsões futuras e comparar a 
situação econômico-financeira de seus exercícios anteriores para uma projeção 
estatística de crescimento futuro. 
 
 
1.6 METODOLOGIA 
 
 
1.6.1 CLASSIFICAÇÃODA PESQUISA 
 
Para a realização desse trabalho de pesquisa será necessária a classificação da 
mesma quanto aos objetivos, pois conforme Gil (2002, p. 41): 
 
É sabido que toda e qualquer classificação se faz mediante algum critério. 
Com relação às pesquisas, é usual a classificação com base em seus 
objetivos gerais. Assim, é possível classificar as pesquisas em três grandes 
grupos: exploratórias, descritivas e explicativas. 
 
Neste sentido, o presente trabalho classifica-se em exploratório e descritivo. Ao 
abordar sobre a pesquisa exploratória Marconi e Lakatos (2002), afirmam que é um 
tipo de pesquisa de natureza empírica tem por objetivo a evidenciação de um 
problema ou de questões com finalidades distintas: desenvolver hipóteses, aumentar 
20 
 
a familiaridade do pesquisador com um ambiente, chegar-se a um fato ou fenômeno 
para realização de pesquisa futura mais precisa e ajudar a clarificar os conceitos. 
 
Na concepção de Gil (2002, p.43) a pesquisa exploratória tem como objetivo: 
 
Proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo 
mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas 
têm como objetivo principal aprimoramento de ideias ou a descoberta de 
intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que 
possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato 
estudado. 
 
Marconi e Lakatos (2002) falam que as pesquisas descritivas consistem na 
investigação empírica, cuja principal finalidade é a análise das características de 
fatos ou fenômenos, a avaliação de programas, isolamento de variáveis principais. 
Os artifícios utilizados são quantitativos tendo por objetivo a coleta de dados sobre 
populações, programas, ou amostra de população e programas. 
 
Conforme, Cervo e Bervian (2002, p. 66): 
 
A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou 
fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. [...] Procura descobrir, com a 
precisão possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e 
conexão com outros, sua natureza e características. [...] A pesquisa 
descritiva desenvolve-se, principalmente, nas ciências, abordando aqueles 
dados e problemas que merecem ser estudados e cujo registro não consta 
de documentos. 
 
Para a realização e a concretização dos objetivos deste trabalho foi utilizada a 
pesquisa exploratória com o intuito de obter mais informações sobre a importância 
das demonstrações financeiras, analisando os demonstrativos contábeis da empresa 
pesquisada. Enquanto que a pesquisa descritiva, pela possibilidade de ser possível 
a coleta de dados para descrever as principais técnicas de análise financeiras 
utilizadas pelas companhias brasileiras, além de poder correlacionar as possíveis 
variáveis. 
 
 
 
 
21 
 
1.6.2 TÉCNICAS PARA COLETA DE DADOS 
 
Segundo Cervo e Bervian (2002, p. 64), o interesse e a curiosidade do homem pelo 
saber levam a investigar a realidade sob os mais diversificados aspectos e 
dimensões. 
 
Barros e Lehfeld (1986, p. 29) conceituam como “pesquisa bibliográfica é a pesquisa 
exploratória que os alunos realizam para obter conhecimentos, procurando encontrar 
informações publicadas em livros, documentos (catálogos, folhetos, artigos etc.)”. 
 
Já Cervo e Bervian (2002, p. 65) definem que: 
 
A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a parti de referências 
teóricas publicadas em documentos. Pode ser realizada independentemente 
ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental, Em ambos os casos, 
busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do 
passado existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema. 
 
Na realização deste trabalho foi utilizada a pesquisa bibliográfica, pois foram 
utilizados documentos já publicados e que não sofreram alterações. Foram utilizadas 
as demonstrações financeiras da empresa em questão, considerando que todo esse 
material já foi publicado e revisado para o desenvolvimento da pesquisa, por 
abranger muita informação abordar-se-á apenas as informações concretas, 
classificadas com bibliográficas. 
 
 
1.6.3 FONTES PARA COLETA DE DADOS 
 
Na visão de Andrade (2001, p. 43): 
 
Fontes primárias são constituídas por obras, ou textos originais, material 
ainda não trabalhado, sobre determinado assunto. As fontes secundárias 
referem-se a determinadas fontes primárias, isto é, são constituídas pela 
literatura originada de determinadas fontes primárias e constituem-se em 
fontes das pesquisas bibliográficas. 
 
Richardson (1999) afirma que, fontes de dados classificam-se em fontes primárias e 
fontes secundárias. Uma fonte primária é aquela que teve uma relação física direta 
22 
 
com os fatos analisados, existindo um relato ou registro da experiência vivenciada e 
uma fonte secundária é aquela que não tem uma relação direta com o 
acontecimento registrado, será através de algum elemento intermediário. 
 
Para a coleta de dados foram utilizadas as fontes secundárias, pois o trabalho se 
concretizou com base em documentos, artigos, leis e livros publicados, que servirão 
para apoiar teoricamente e cientificamente, enriquecendo com dados concretos da 
pesquisa. 
 
 
1.7 APRESENTAÇÃO DO CONTEÚDO DAS PARTES DO TRABALHO 
 
O presente trabalho está dividido em cinco capítulos apresentados da seguinte 
forma: 
 
No capítulo 1 é feita a introdução, justificativa da escolha do tema, delimitação e 
formulação do problema, os objetivos geral e específicos, a hipótese e a 
metodologia utilizada; 
 
No capítulo 2 é abordado o conceito teórico que fundamenta a importância da 
realização deste estudo de pesquisa. 
 
No capítulo 3 é desenvolvida a apresentação e análise comparativa dos dados 
obtidos através da pesquisa. 
 
No capítulo 4 aborda-se a conclusão do trabalho e as possíveis recomendações 
para pesquisas e implementações futuras. 
 
E por fim, no quinto capítulo aborda-se as referências utilizadas no desenvolvimento 
desta monografia. 
 
23 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
 
2.1 A CONTABILIDADE E SEUS OBJETIVOS 
 
A Contabilidade é muito antiga e já era utilizada em sua forma primitiva desde que o 
homem percebeu a necessidade de contar, controlar, negociar, valorizar, classificar, 
entre outros motivos, isso a tornou indispensável à evolução da sociedade. 
 
Com o passar do tempo, a contabilidade foi se adaptando às diversas necessidades 
do homem, numa busca incessante pelo acúmulo de riquezas. Entretanto, no mundo 
sua definição, seus objetivos e importância ficaram mais claros após a crise 
econômica da bolsa de valores de Nova Iorque. Isso ocasionou perdas sem 
precedentes pelo mundo, onde empresários, auditores, analistas, membros do 
governo e congressistas dos EUA se focaram na análise das razões que podiam ter 
desencadeado a crise e nas medidas que eles tomariam para remediá-la. 
 
Após diversas análises, chegaram à conclusão de que as medidas de prevenção 
deveriam ser adotadas dentro da contabilidade e precisariam de um novo 
reposicionamento do governo para que houvesse uma normatização contábil voltada 
para o preparo de auditoria e das demonstrações financeiras. 
 
Com isso a contabilidade deu um salto na evolução de seus conceitos e objetivos 
passando a ser o elo entre empresa e governo, conciliando e auxiliando gestores na 
tomada de decisões, e se transformou hoje na ciência social que estuda, controla e 
orienta a administração econômica das entidades. 
 
Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, 
mediante o registro, a demonstração expositiva e a interpretação dos fatos nelesocorridos, com o fim de oferecer informações sobre sua composição e variação, bem 
como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial 
(CREPALDI, 2008, p. 3). 
 
24 
 
Montoto (2011, p. 35) define o termo contabilidade como “uma ciência social que 
estuda o Patrimônio de uma entidade econômico-administrativa, pessoa física ou 
jurídica, com objetivo de obter registros classificados e sintetizados dos fenômenos 
que afetam a sua situação patrimonial e financeira”. 
 
As informações geradas pela contabilidade têm como objetivo principal o auxílio da 
administração no controle e execução das metas planejadas pela empresa. Essas 
informações devem ser precisas para serem confiáveis, e apenas seguindo os 
princípios de contabilidade no exercício da função, pode se ter essa precisão. Esses 
princípios são os seguintes: 
 
 O princípio da competência; 
 O princípio da continuidade; 
 O princípio da prudência; 
 O princípio da atualização monetária; 
 O princípio do registro pelo valor original; 
 O princípio da oportunidade; 
 O princípio da entidade. 
 
Iudicíbus e Marion (2002, p. 89) definem que: 
 
Os Princípios Fundamentais de Contabilidade são os conceitos básicos que 
constituem o núcleo essencial que deve guiara profissão na consecução 
dos objetivos da Contabilidade, que, como vimos, consistem em apresentar 
informações estruturadas para os usuários. 
 
Neste sentido, quando os fatos contábeis ocorridos na entidade são registrados e 
controlados de acordo com as normas e princípios de Contabilidade vigentes, 
consequentemente as demonstrações financeiras que são os resultados de todos 
esses fatos passam a proporcionar relatórios precisos, análises estratégicas e 
decisões acertadas, contribuindo para que os usuários das informações contábeis 
disponham de diversas informações coerentes entre si sobre o patrimônio da 
entidade em questão. 
 
25 
 
Marion (2009, p. 28) acredita que a contabilidade “é uma ciência social, pois estuda 
o comportamento das riquezas que se integram no patrimônio, em face das ações 
humanas (portando, a Contabilidade ocupa-se de fatos humanos)”. 
 
Na concepção de Montoto (2011, p. 38): 
 
A Contabilidade é, portanto, uma ciência que estuda e pratica suas funções 
a partir dos fatos contábeis produzidos pela entidade em determinado 
período. Assim, registra os fatos contábeis nos livros, controla a entidade a 
partir das demonstrações financeiras e orienta os gestores a parti das 
Analise das Demonstrações Financeiras a da Auditoria em toda a produção 
de fatos contábeis da entidade. 
 
Os principais objetivos da contabilidade é a coleta de dados, registros e 
processamento das informações, com intuito de gerar relatórios sobre o patrimônio, 
principal objeto da contabilidade, para demonstrar aos usuários da contabilidade e 
outros interessados esses resultados, que tem por finalidade o auxiliar nas tomadas 
de decisões. 
 
Os relatórios contábeis por sua própria definição vêm com o propósito de relatar a 
situação do patrimônio no presente e suas mutações no tempo com precisão e 
transparência para que os usuários vislumbrem uma visão da continuidade da 
entidade. 
 
A contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar 
decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos, mensurando-os 
monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em forma de relatórios ou de 
comunicados, que contribuem sobremaneira para a tomada de decisões (MARION, 
2009, p. 25). 
 
O objetivo principal da contabilidade, portanto, conforme a Estrutura Conceitual 
Básica da Contabilidade é o de permitir a cada grupo principal de usuários a 
avaliação de situação econômica e financeira da entidade, num sentido estático, 
bem como fazer inferências sobre suas tendências futura (MARION, 2009, p. 28). 
 
26 
 
O conceito de contabilidade hoje está “vinculado ou impregnado” como instrumento 
essencial na administração é gerência do patrimônio de uma entidade, visando não 
só o registro das informações, mais auxiliando nas tomadas de decisões e no 
planejamento de ações a serem tomados. 
 
Como se expressa Gouveia (2001, p. 1): 
 
A importância de registrar as transações de uma companhia é proveniente 
de uma série de fatores, como por exemplo: o dinamismo das empresas, 
com mudança dos seus dirigentes e do pessoal que as opera (como na 
documentação hipotética colocada); a necessidade de comprovar, com 
registro e documentos, a veracidade das transações ocorridas: a 
possibilidade de reconstruir, com detalhes, transações ocorridas muitos 
anos antes; a necessidade de registrar as dívidas contraídas, os bens 
adquiridos, ou o capital que os proprietários investiram no negócio. 
 
E, ainda, informa os reflexos que as transações provocam na situação 
econômico-financeira de uma companhia para que os diversos interessados 
em seu passado, presente ou futuro tenham conhecimento do seu 
progresso, estagnação financeira ou retrocesso. 
 
A contabilidade veio evoluindo no processo de registro e controle do patrimônio 
transformando-se em uma ferramenta muito importante para os seus usuários. 
 
 
2.1.1 USUÁRIOS DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS 
 
A contabilidade ao passar por diversas transformações no decorrer dos anos, veio 
aprimorando cada vez mais seu campo de atuação, deixando de lado aquele velho 
paradigma “que somente o profissional contábil precisa da contabilidade”. 
 
No mundo atual, onde a informação é a chave para tomada de decisão, a 
contabilidade surge como uma ferramenta de vital importância para bom 
funcionamento da grande engrenagem que move o mundo da economia. 
 
Nesse sentido as analises das demonstrações financeiras se caracterizam como 
uma técnica contábil que permite a seus usuários uma diversidade de informações 
de uma determinada organização quer sejam econômico-financeiras, gerencias ou 
27 
 
administrativas, dessa forma seus usuários têm em mãos o espelho da empresa 
avaliada monetariamente. 
 
Na concepção de Assaf Neto (2010, p. 39): 
 
A análise das demonstrações contábeis de uma empresa pode atender a 
diferentes objetivos consoantes os interesses de seus vários usuários ou 
pessoas físicas ou jurídicas que apresentam algum tipo de relacionamento 
com a empresa. Nesse processo de avaliação, cada usuário procurará 
detalhes específicos e conclusões próprias e, muitas vezes, não 
coincidentes. 
 
Para Montoto (2011), no quadro dos usuários das demonstrações contábeis, 
incluem-se investidores atuais e potenciais, empregados, credores por empréstimos, 
fornecedores e outros credores comerciais, clientes, governos e suas agências e o 
público. Apesar das variáveis, cada usuário das demonstrações financeiras utiliza de 
forma específica a análise desses demonstrativos, pois necessitam de informações 
diversificadas para determinados grupos de usuários que se encaixar. Dessa forma 
conceituam-se: 
 
 Investidores 
 
Podem ser considerados como os potenciais usuários da contabilidade, são eles e 
seus analistas responsáveis pela avaliação de uma entidade, preocupam-se com o 
risco do investimento, utilizam-se das demonstrações financeiras para decidirem se 
devem realizar um investimento ou mantê-lo para negociação futura. Juntamente 
nessa classificação de usuário encontram-se os acionistas, que necessitam de 
informações sobre o patrimônio da organização para avaliar se ela possui 
capacidade de pagar dividendos. 
 
 Empregados 
 
Preocupam-se com a empresa onde atuam, e necessitam de informações sobre o 
nível de crescimento e o grau de lucratividade de seus empregadores. Avaliam ainda 
os fatores ocorridosdentro da entidade que possam prejudicar seus níveis de 
28 
 
remuneração, suas oportunidades de emprego ou de crescimento na própria 
entidade, seus benefícios e direitos trabalhistas. 
 
 Credores por empréstimos 
 
Estes usuários necessitam de informações de natureza econômico-financeira, pois 
evidenciam a capacidade que a entidade possui de liquidar seus financiamentos, 
empréstimos. Avaliam ainda o patrimônio da entidade, caso esta não honre com 
seus compromissos até que valor a entidade pode liquidar a dívida com seu 
patrimônio. 
 
 Fornecedores 
 
Buscam por informações que lhes permitam avaliar se os seus direitos devidos 
serão pagos no prazo estipulado em contrato. Estes, por sua vez, diferenciam-se 
dos credores por empréstimos, pois se preocupam com o índice de liquidez da 
entidade ou contas a pagar em curto prazo. 
 
 Clientes 
 
Tendem a avaliar a estabilidade da entidade, os seus ciclos econômicos e sua 
capacidade operacional, basicamente seus interesses são sobre a continuidade da 
empresa no mercado na qual esta inserida, isso fica mais evidenciado quando existe 
alguma relação de curto ou longo prazo com ela, ou trata-se de um fornecedor 
importante. 
 
 Governo 
 
Caracteriza-se como analista em potencial, pois se preocupam com a capitalização 
de impostos e a destinação de recursos, portanto tem foco nas atividades 
operacionais e não operacionais da entidade. Utilizam essas informações para 
avaliações de origens fiscais, e buscam através delas estabelecer o nível de 
crescimento dos diversos setores da economia, implementando cada vez mais suas 
políticas fiscais, com o intuito de aumentar cada vez mais a renda nacional. 
29 
 
 Público 
 
As entidades em seus campos de atuação (atividades diárias) afetam a sociedade 
na qual está inserida de diversas formas. Os modos como elas fazem as restituições 
à sociedade são distintas, podendo ser a contribuição do crescimento local, a 
utilização de mão de obra da comunidade. Neste sentido as entidades utilizam de 
duas ferramentas contábeis: o balanço social que demonstra as atividades sociais 
desenvolvidas na comunidade onde está inserida e as demonstrações financeiras 
onde podem se informar sobre desempenho da entidade e suas conquistas 
recentes. 
 
 
2.2 O PROCESSO DE NORMATIZAÇÃO CONTÁBIL NO BRASIL 
 
Ante as diversas exigências e mudanças impostas quanto à contabilidade, tornou-se 
necessária a revisão do processo de normatização contábil. Logo as normas 
internacionais de contabilidade é algo novo no Brasil quem vem se desenvolvendo 
desde 2007 com a promulgação da Lei Nº 11.638/2007, mas pelo mundo ela já era 
vista e falada há muito tempo, suas origens remontam a década de 30. 
 
Após o cataclismo econômico e social provocado pela crise da Bolsa de Nova Iorque 
em 1929, membros do Governo dos Estados Unidos, congressistas daquele país, 
dirigentes empresariais, auditores, analistas de crédito e do mercado de ações e 
pesquisadores acadêmicos se debruçaram na análise das razoes para a crise e na 
concepção de mecanismos para superá-la. Dentre as medidas imaginadas e 
implantadas estava um reposicionamento relativo à regulação governamental e à 
normatização contábil voltadas para o preparo e auditoria de demonstrações 
financeiras, também chamadas de demonstrações contábeis (LEMES, 2010, p. 1). 
 
Nota-se que após a revolução causada pela crise de 1929 várias empresas 
espalhadas pelo mundo quebraram. Investidores, acionistas, empresários todos 
saíram perdendo, e o governo capitalista da época foi um dos responsabilizados 
pela crise, a omissão dos parlamentares em intervir para criação de medidas de 
30 
 
escape, foi um dos motivos que levou centenas de empresas a falência 
repentinamente. 
 
Apesar de tudo, foi neste contexto que se falou pela primeira vez em uma 
contabilidade unificada em que todos pudessem elaborá-la e entendê-la de forma 
igual, nasciam então as normas internacionais de contabilidade. 
 
Lemes (2010) relata que foi criado em meados de 1930 nos Estados unidos o 
Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados (AICPA). Órgão voltado 
para produção de normas contábeis ate o inicio dos anos 70. Essas normas eram 
denominadas de Princípios Contábeis Geralmente Aceitos nos Estados Unidos (US 
GAAP). Em 1973, esse órgão foi substituído por uma entidade sem fins lucrativos, 
que assumiu a tarefa de emitir tais normas, desenvolvia-se então a Junta de Normas 
de Contabilidade Financeira (FASB). 
 
Alicerçado no pensamento de Lemes, constata-se que, até a década de 70, somente 
os americanos possuíam esses institutos específicos para tratamento de normas de 
contabilidade, o que gerou grandes resultados para a alavancagem após a crise. 
Nesse mesmo espaço de tempo nascia uma ideia que mudaria a história da 
contabilidade pelo mundo, e elevaria o patamar da profissão contábil a nível de 
importância internacional. 
 
Foi criado um organismo internacional com o propósito de produzir normas 
contábeis não sob a ótica de um país em particular, porém com a intenção 
de serem normas genuinamente internacionais, no sentido de 
“supranacionais”: nascia o Comitê de Normas Contábeis Internacionais 
(IASC) [...]. 
 
Esse organismo gerou Normas Contábeis Internacionais (IAS), até 2001 
algumas das quais ainda estão vigentes. Nesse ano de 2001, houve grande 
consenso na comunidade empresarial internacional quanto a necessidade 
de dotar de mais consistência o preparo de tais normas internacionais, e 
procedeu-se a uma reforma constitucional no mecanismo de funcionamento 
do antigo IASC, que passou a adotar a forma hoje vigente [...] (LEMES, 
2010, p. 2). 
 
Para melhor compreensão de desenvolvimento desses mecanismos segue quadro 
com algumas das organizações criadas e suas respectivas atribuições no preparo e 
desenvolvimento das normas internacionais: 
31 
 
Entidade Criada Função desenvolvida 
 
 
 
(BOARD – Monitoring Board) 
Organismo desenvolvido para supervisionar o 
modo de funcionamento da entidade que 
produz as normas contábeis. Sua intenção e 
que os reguladores dos mercados de capitais 
que exigem ou permitem o uso das normas 
IFRS em suas jurisdições possam de maneira 
mais eficaz desincumbir-se de seus deveres 
relativos à proteção a investidores, 
integridade dos mercados e formação de 
capital; 
 
 
 
 
(IASCF – International Accounting 
Standards Committee Foundation) 
Fundação criada desde o inicio das normas 
internacionais, mas que não têm como tarefa 
escrever normas contábeis, seus objetivos é: 
 Promover, no interesse público, um 
conjunto único de normas contábeis de 
alta qualidade; 
 Promover o uso e rigorosa aplicação 
de tais normas; 
 Atender as pequenas e medias 
empresas no que se refere às normas 
contábeis e viabilizar a convergência 
das normas contábeis nacionais ruma 
as internacionais; 
 
 
 
(IASB – International Accounting 
Standards Board) 
Sob a fundação da IASCF, encontra o IASB 
principal corpo de profissionais responsáveis 
pela efetiva discursão e elaboração das 
normas contábeis internacionais. Possui 
regime de dedicação de tempo integral, dirige 
e supervisiona o trabalho de um quadro 
técnico de profissionais também de tempo 
integral na minuta e discursão de normas ate 
sua aprovação final; 
 
(IFRIC – International Financial 
Repotting Interpretations 
Committee) 
Criado com o objetivo de interpretação, o 
IFRIC é responsável por interpretar as 
aplicações dos padrões do IASC. Esse 
organismo atua de forma não exclusiva e em 
tempo parcial; 
 
 
 
(SAC – Standards Advisory 
Council) 
Criada com o intuito de oferecer sugestões 
sobrea agenda de trabalho do IASB e sobre 
o andamento e os rumos de pronunciamentos 
contábeis internacionais específicos. É 
composta por creca de 40 representantes 
diretos de instituições envolvidas diretas ou 
indiretamente com os desafios encontrados 
pela contabilidade ao redor do mundo com 
legítimos interesses no processo de 
normatização contábil internacional. 
Quadro1 – Mecanismos de funcionamento do IASC 
Fonte: Lemes, 2010. 
32 
 
As normas internacionais denominadas de IAS, a partir de 2001, passaram a se 
chamar de Normas Internacionais de Relatórios Financeiros (IFRS), cujo objetivo 
não só abrange a contabilidade de forma isolada societária ou fiscal, mas sim em 
desenvolver todo o leque de temas envolvidos na elaboração e divulgação das 
atividades operacionais de uma entidade por meio de demonstrações de fluxo de 
caixa, balanços patrimoniais, demonstrações de resultado e etc. 
 
A elaboração e emissão de uma norma IFRS é o último passo de um processo 
rigoroso de discursão entre entidades envolvidas, a fim de desenvolver a melhor 
solução possível com base em experiências vividas no ambiente contábil. O 
resultado final dessa discursão não é decidido por uma pessoa individualmente nem 
por um restrito grupo de pessoas, ninguém possui autonomia para a decisão da 
escolha final a se seguir. 
 
Lemes (2010) destaca que o processo de elaboração de uma IFRS se inicia quando 
o IASB aceita incluir em sua agenda ativa, sugestões de temas ou opiniões sobre 
determinado assunto referente ao campo da contabilidade, vindas dos mais 
diferentes usuários da contabilidade empresas, contabilistas em geral, investidores e 
a acionistas a fins de solução para determinada discursão. O pessoal técnico 
permanente do IASB se focaliza na análise da questão e na busca que existam ao 
redor do mundo, essa busca conduz a um documento para audiência pública 
mundial denominada “Minuta para Discussão”. 
 
Neste sentido os usuários da contabilidade ao redor do mundo podem acessar esse 
documento e enviar comentários sobre omissões, interpretações faltantes ou 
incorretas e suas próprias opiniões sobre o determinado assunto em questão. Após 
a revisão dessas cartas de comentários pelo IASB realizados em uma audiência 
pública a quem se propôs comentar e opinar sobre a futura norma, é então 
deliberada a emissão de uma norma IFRS em caráter final e oficial. 
 
No Brasil com o desenvolvimento da economia em função do mercado internacional 
e a aceleração do processo de globalização, tornou-se indiscutível a necessidade de 
uma harmonização contábil. Processo este que traz consigo uma série de benefícios 
e oportunidades para o mercado brasileiro. 
33 
 
Para Andrade (apud SCHMIDT; SANTOS; FERNANDES, 2010, p. 3), 
 
Argumenta que a harmonização, em primeiro lugar, abre o mercado 
brasileiro aos investidores internacionais, além de tornar o mercado de 
capitais e o sistema financeiro brasileiro mais transparente para as agências 
internacionais, melhorando assim o nosso relacionamento e a nossa 
imagem com esses organismos internacionais, além de reduzir o risco país. 
 
Criada com o intuito de aperfeiçoar e evoluir o sistema contábil no Brasil a Lei Nº 
6.404/1976 - Lei das sociedades anônimas - foi um marco para o desenvolvimento 
da economia brasileira, contudo, ao passar dos anos viu-se a necessidade de 
aperfeiçoamento de alguns dispositivos da referida Lei, pois já não atendia as 
necessidades do mercado atual que evoluía rapidamente. 
 
A existência da Lei (das Sociedades por Ações), se por um lado foi a maior alavanca 
para a melhoria da Contabilidade no Brasil nas últimas décadas, com o decorrer do 
tempo levou a uma situação de camisa de força que impediu a evolução, 
principalmente rumo às Normas Internacionais de Contabilidade (IUDÍCIBUS et al, 
2010, p. 14). 
 
Nesse sentido foi entregue ao congresso para votação um projeto de Lei que tinha 
por objetivos a alteração de alguns dispositivos da Lei Nº 6.404/1976, com o anseio 
de adequar a Contabilidade brasileira aos padrões internacionais, que recebeu a 
numeração de projeto Nº 3.741/2000. 
 
Esse processo de votação, no congresso, perdurou por quase uma década. Durante 
o processo de votação para transformar o projeto Nº 3.741/2000 em Lei, houve 
também adiamentos de sessões e pressionamento dos profissionais de 
contabilidade e empresários da época, o que culminou em um importante passo no 
Brasil, a criação do CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis). 
 
E um importante passo, no Brasil, foi dado pela criação do CPC – Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis. Depois de duas décadas, seis entidades não 
governamentais entraram em acordo, uniram-se, e cinco delas pediram à 
sexta a formalização do Comitê. Assim, o CFC – Conselho Federal de 
Contabilidade, e pedido da APIMEC NACIONAL – Associação dos Analistas 
e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais -, da ABRASCA – 
Associação Brasileira das Companhias Abertas -, da BM&FBOVESPA – 
Bolsa de Mercadorias, Valores e Futuros -, da FIPECAFI – Fundação 
Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (conveniada à 
34 
 
FEA/USP) -, e do IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do 
Brasil -, emitiu sua resolução 1.055/05, criando esse Comitê. 
 
Ele está sendo suportado materialmente pelo Conselho Federal de 
Contabilidade, mas possui total e completa independência em suas 
deliberações (Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações) 
(IUDÍCIBUS et al, 2010, p. 15). 
 
Dentre as variáveis qualitativas do CPC, sua criação teve como principal objetivo dar 
início ao longo processo de convergências das normas brasileiras as normas 
internacionais emitidas pelo IASB. Iudícibus (2010), ainda destaca que os 
pronunciamentos e as interpretações e as orientações emanadas do CPC são, 
basicamente, traduções das normas internacionais, com raras adaptações de 
linguagem e de algumas situações específicas. Contudo não existe uma única 
determinação do CPC que não esteja abrigada pelas normas internacionais. 
 
 
2.2.1 LEI Nº 6.404/1976 DAS SOCIEDADES POR AÇÕES 
 
A Lei das Sociedades por Ações Lei Nº 6.404/1976 surgiu para regular e controlar as 
sociedades por ações, além disso, veio para substituir o decreto Nº 2.627 de 1940 
que regulava as sociedades de capital aberto. Essa Lei foi de grande avanço para 
contabilidade Brasileira na época de sua publicação, e, apesar dos contadores não 
estarem preparados para mudanças, foi de grande aceitação. 
 
De acordo com Iudícibus et al (2000, p. 24): 
 
[...] com intuído não só de auxiliar no processo de viabilidade pratica da Lei 
nº 6.404/76, então recém-editada para efetiva aplicação a parti de 1978, 
como também visado dar entendimento e interpretação uniformes a 
inúmeras disposições daquela Lei e da legislação de Imposto de Renda que 
acabava de ser profundamente alterada. De fato, toda aquela nova 
legislação representou uma verdadeira “revolução” no campo da 
contabilidade, introduzindo inclusive muitas técnicas para as quais uma 
parcela substancial dos profissionais da área não estava preparada. 
 
Apesar de sofrer varias alterações até os dias de hoje, a Lei Nº 6.404/76 na sua 
época estava à frente de seu tempo era uma Lei moderna, essas alterações na Lei 
Nº 6.404/76 foram para que ela ficasse o mais próximo o possível das 
demonstrações financeiras aceitas internacionalmente. Junto à Lei Nº 6.404/76 
35 
 
surgiu a Lei Nº 6.385, de 1976 que criou a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) 
que fiscaliza e registra as Sociedades por Ações. 
 
De acordo com o Iudícibus et al (2000), “a Lei nº 6.404/76 é um texto legislativo que 
preserva sua essência através do tempo, ou seja, desdeo ano de 1976, em que foi 
aprovada pelo congresso nacional. No entanto essa essência pode ser confrontada 
com a realidade contábil”. 
 
Depois de ser sancionada em 15 de dezembro de 1976, a lei Nº 6.404 recebeu 
várias alterações significativas e importantes, para se adaptar às evoluções 
contábeis não só no cenário nacional, mais também internacional. A Lei sofreu muita 
dessas atualizações para se adaptar às normas contábeis que são emitidas pelo 
CFC (Conselho Federal de Contabilidade) e CVM, e com apoio do IBRACON 
(Instituto dos Auditores Independentes do Brasil) procuram o aperfeiçoamento para 
uma técnica contábil simplificada e clara para que as entidades publiquem suas 
demonstrações financeiras para todos os usuários da contabilidade moderna, interna 
e externa. 
 
Existia uma grande dificuldade para adaptar as demonstrações financeiras contábeis 
na forma da legislação fiscal vigente com os princípios da contabilidade até o 
surgimento da Lei Nº 6.404/76 e suas alterações, que visam colocar as normas 
contábeis de demonstrações alinhadas com as leis fiscais. 
 
Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros 
permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta 
Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar 
métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações 
patrimoniais segundo o regime de competência (Redação dada pela Lei nº 
6.404/76). 
 
Essas atualizações na Lei Nº 6.404/76 estão se aprimorando para adequar a Lei das 
Sociedades Anônimas a legislação fiscal vigente e a internacionalização da 
contabilidade e as demonstrações aceitas internacionalmente. 
 
 
 
36 
 
2.2.2 PROMULGAÇÃO DA LEI Nº 11.638/2007 E A MP 449/2008 
 
A Lei Nº 6.404/1976 em sua totalidade foi um marco para a evolução da 
contabilidade no Brasil, pois incorporou uma legislação específica para as 
sociedades de grande porte da época que crescia e se desenvolvia rapidamente 
necessitando de uma contabilidade focada em suas atividades e necessidades, 
desde a escrituração a divulgação das demonstrações contábeis. 
 
Com o aumento das relações internacionais no Brasil, viu-se o crescente aumento 
dos custos e a onerosidade dos contabilistas e das grandes companhias para 
elaboração de duas contabilidades, uma realizada de acordo com os parâmetros 
brasileiros e pela lei Nº 6.404/76 e outra focada nos padrões internacionais de cada 
país, visando elaborar informações para os diversos usuários, principalmente 
investidores e acionistas internacionais ou multinacionais instaladas no Brasil. 
 
Com isso, no Brasil, no ano 2000, foi elaborado o projeto de lei Nº 3.741/2000 de 
iniciativa da CVM para ser analisado e votado no congresso nacional brasileiro que 
visava alterar e revogar alguns dispositivos da lei Nº 6.404/1976, que em seu 
desenvolvimento buscava não só mudanças no balanço patrimonial e na 
demonstração do resultado do exercício, mas a adoção de mais duas 
demonstrações financeiras para as companhias brasileiras de capital aberto. 
 
Após tramitar por quase uma década no congresso brasileiro, o projeto de lei Nº 
3.741/2000 foi transformado em Lei Nº 11.638/2007. 
 
A Lei n. 11.638, de 28 de dezembro de 2007, alterou, revogou e introduziu 
dispositivos da Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e estendeu às 
sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação 
de demonstrações financeiras. 
 
Embora a Lei n. 11.638/2007 não tenha promovido todas as alterações 
esperadas por alguns setores da sociedade, conforme propunha o projeto 
de Lei n. 3.741/2000 de iniciativa da Comissão de Valores Mobiliários 
(CVM), é preciso considerar que as mudanças efetuadas principalmente na 
parte que trata dos procedimentos contábeis e de elaboração das 
demonstrações financeiras representam, sem dúvida, um grande avanço 
em relação aos procedimentos contábeis até então praticados no Brasil. 
 
As alterações ocorreram nos arts. 176, 177, 178, 179, 181, 182, 183, 184, 
187 e 188, todos do Capítulo XV, que trata do exercício social e das 
37 
 
demonstrações financeiras; nos arts. 197 e 199, ambos do Capítulo XVI, 
que trata do lucro, das reservas e dos dividendos; no art. 226 do Capitulo 
XVII, que trata da dissolução, liquidação e extinção; e no art. 248 do 
Capítulo XX, que trata das sociedades coligadas, controladoras e 
controladas. 
 
Além das mudanças nos artigos supramencionados, a Lei n. 11.638/2007 
introduziu o art. 195-A que trata de reservas para incentivos fiscais 
(RIBEIRO, 2008, p. 3). 
 
Após a vigência da Lei Nº 11.638/2007, os rumores de uma legislação defasada se 
confirmaram, a respectiva Lei trouxe em sua redação várias divergências tanto na 
área fiscal como contábil. Os problemas iam desde o entendimento da nova 
legislação à execução das demonstrações dentro das normas internacionais. 
 
O projeto de Lei Nº 3.741/2000 ficara tramitando no congresso há quase uma 
década, neste processo, a sociedade e o mercado estavam em movimento, 
evoluindo sua forma de pensar e agir, dessa forma a Lei Nº 11.638/2007 possuía em 
seu texto, dispositivos que precisavam ser atualizados para atender as novas 
necessidades do mercado internacional e das grandes companhias. Diante disso o 
governo federal sancionou a MP 449/2008, que foi convertida em Lei Nº 11.941/2009 
em 27 de maio de 2009. 
 
Em sua redação, a Lei Nº 11.941/2009 fez mudanças significativas no campo da 
contabilidade e principalmente na estrutura das demonstrações financeiras, embora 
seu texto traga mudanças em diferentes campos contábeis, abordar-se-á daqui em 
diante apenas as transformações no campo das estruturas das demonstrações 
financeiras. 
 
Entre as novidades da nova Lei Nº 11.941/2009 que altera alguns dispositivos da Lei 
Nº 6.404/1976 e consequentemente a Lei Nº 11.638/2007 no grupo das 
demonstrações em seu art. 37, § 1º, se encontra a extinção do grupo de contas do 
“ativo permanente” e a segregação elaborada do ativo que foi subdividido em: ativo 
circulante, e ativo não circulante. Este primeiro passou a identificar as 
disponibilidades da entidade de valores imediatos, ou seja, valores monetários que a 
empresa dispõe ou que podem consegui-los com mais facilidade. E o ultimo passou 
a se formar pelo grupo de contas: realizável a longo prazo, investimentos, 
imobilizado e intangível. 
38 
 
Trouxe também modificações o grupo do passivo art. 37, § 2º, que exclui o passivo 
exigível a longo prazo, dessa forma subdividido em: passivo circulante, não 
circulante e patrimônio líquido. 
 
 
2.3 ALTERAÇÕES NA ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 
 
 
2.3.1 LEI Nº 11.638/2007 
 
A Lei Nº 11.638/2007 em sua autonomia substituiu uma demonstração contábil por 
outra e incluiu mais uma demonstração ao quadro de divulgação das companhias 
brasileiras: 
 
 Substituição da demonstração das origens e aplicações de recursos (DOAR), 
pela demonstração dos fluxos de caixa (DFC). (art. 174, inciso V, da Lei 
11.638/2007). 
 
 Inclusão, entre as demonstrações obrigatórias a demonstração do valor 
adicionado (DVA). (art. 174, inciso V, da Lei 11.638/2007). 
 
Ocorreram mudanças significativas quanto à nova estrutura do balanço patrimonial 
no que tange o ativo permanente e o patrimônio líquido: 
 
Ativo Permanente 
 
A principal alteração dessa classificação de ativos foi a criação do grupo intangível, 
os bens e direitos desse grupo até então eram classificados no ativo imobilizado, 
sendo eles representativos de bens imateriais. (art. 178, § 1º, alínea c). 
 
O intangível compõe-se dos bens de propriedade industrial ou comercial legalmente 
conferidosà empresa, originando-se disto seu valor, e não da propriedade física dos 
mesmos. Como exemplos de bens permanentes intangíveis podem ser citados 
39 
 
direitos autorais, patentes, marcas, fundo de comércio (ou goodwill), gastos com 
desenvolvimento de novos produtos etc. (ASSAF NETO, 2010, p. 56). 
 
O ativo imobilizado sofreu mudanças em seu conceito, dando espaço para que 
outros bens possam ser classificados nesta conta. Neste sentido, a Lei Nº 
6.404/1976, art. 179, inciso IV determina que: 
 
As contas serão classificadas do seguinte modo: 
 
IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens destinados 
à manutenção das atividades da companhia e da empresa, ou exercidos 
com essa finalidade, inclusive os de propriedades industrial ou comercial; 
[...] 
 
De acordo com a nova redação dada pela Lei Nº 11.638/2007, art. 179, inciso IV que 
trata do conceito de ativos imobilizados, ficou da seguinte forma: 
 
As contas serão classificadas do seguinte modo: 
 
IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos 
destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou 
exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que 
transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; 
[...] 
 
Para maior entendimento das mudanças ocorridas no balanço patrimonial pela Lei 
Nº 11.638/2007 segue um quadro comparativo com a Lei Nº 6.404/1976 abaixo: 
 
ATIVO – Lei Nº 6.404/1976 ATIVO – Lei Nº 11.638/2007 
Ativo Circulante Ativo Circulante 
Ativo Realizável a Longo Prazo Ativo Realizável a Longo Prazo 
Ativo Permanente Ativo Permanente 
 Investimentos Investimentos 
 Imobilizado Imobilizado 
 Diferido Intangível 
 Diferido 
Quadro 2 – Comparação do ativo da Lei nº 6.404/1976 com a Lei nº 11.638/2007 
Fonte: Desenvolvido pelos autores. 
 
No grupo do ativo do Balanço Patrimonial não houve grandes alterações em suas 
estruturas, apenas a inclusão do novo subgrupo intangível, nesta conta classificará 
40 
 
os ativos que tem por bases bens incorpóreos destinados à manutenção das 
atividades operacionais da empresa. 
 
Patrimônio Líquido 
 
No grupo do patrimônio líquido ocorreram várias mudanças, tanto extinção de 
contas, como as inclusões de novas no grupo do patrimônio líquido, na qual Ribeiro 
(2008, p. 6) relata: 
 
Foi extinta a conta Lucros Acumulados, entretanto se manteve a conta 
Prejuízo Acumulados. O lucro líquido apurado em cada exercício deverá ser 
totalmente destinado à constituição de reservas de lucros, na compensação 
de prejuízos ou na distribuição de dividendos. Os órgãos da administração 
da companhia submeterão, com as demonstrações financeiras do exercício, 
à assembleia geral ordinária proposta sobre a destinação a ser dada ao 
lucro líquido. 
 
Extinguiu-se o grupo das reservas de reavaliação. 
 
Foi criado o grupo “Ajustes de Avaliação Patrimonial”, no qual se deverão 
classificar as contrapartidas de determinadas avaliações de ativos a preço 
de mercado (instrumentos financeiros) e, ainda, os ajustes de conversão 
com base na variação cambial de investimentos societários no exterior. 
 
O prêmio recebido na emissão de debêntures e as doações e subvenções 
recebidas, que antes geravam Reservas de Capital, agora devem ser 
considerados como receitas do período, transitando pela DRE. 
 
A parcela do lucro líquido relativa a doações ou subvenções governamentais para 
investimentos, decorrentes de incentivos fiscais, poderá, no entanto, ser destinada à 
constituição da reserva por incentivos fiscais (art. 195-A da Lei Nº 6404/1976). 
 
Para melhor compreensão segue um quadro comparativo da Lei Nº 6.404/1976 com 
as atualizações da Lei Nº 11.638/2007 em relação ao patrimônio líquido: 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO – LEI Nº 
6.404/1976 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO – LEI Nº 
11.638/2007 (continua) 
Patrimônio Líquido Patrimônio Líquido 
 Capital Social Capital Social 
 Reservas de Capital Reservas de Capital 
Quadro 3 – Comparação do patrimônio líquido da Lei nº 6. 404/1976 com a Lei nº 11.638/2007 
Fonte: Desenvolvido pelos autores. 
 
41 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO – LEI Nº 
6.404/1976 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO – LEI Nº 
11.638/2007 (conclusão) 
 Reservas de Reavaliação Ajustes de Avaliação Patrimonial 
 Reservas de Lucros ou Prejuízos 
Acumulados 
 Reservas de Lucros 
(-) Ações em Tesouraria 
(-) Prejuízos Acumulados 
Quadro 3 – Comparação do patrimônio líquido da Lei nº 6. 404/1976 com a Lei nº 11.638/2007 
Fonte: Desenvolvido pelos autores. 
 
Apesar das mudanças estéticas e conceituais estabelecidas pela Lei Nº 11.638/2007 
no que tange o balanço patrimonial, esta por sua vez ainda não conseguiu estruturar 
o balanço patrimonial de acordo com as normas internacionais, somente com a 
aprovação da MP 449/2008 em Lei, é que se estabeleceram os padrões 
normatizados. 
 
 
2.3.2 LEI Nº 11.941/2009 
 
A Lei Nº 11.941/2009 provocou grandes mudanças na estética do balanço 
patrimonial o que ocasionou inserção e extinção de contas e mudanças quanto à 
classificação de grupo, as mudanças foram estabelecidas em ambos os lados do 
balanço patrimonial tanto ativo como passivo. 
 
Ativo 
 
Para melhor visualizar segue o quadro comparativo do balanço patrimonial da Lei Nº 
11.638/2007 com as atualizações da Lei Nº 11.941/2007: 
 
ATIVO – LEI Nº 11.638/2007 ATIVO – LEI Nº 11.941/2009 
Ativo Circulante Ativo Circulante 
Ativo Realizável a Longo Prazo Ativo Não Circulante 
Ativo Permanente Realizávela Longo Prazo 
 Investimentos Investimentos 
 Imobilizado Imobilizado 
 Intangível Intangível 
 Diferido 
Quadro 4 – Comparação do ativo da Lei nº 11.638/2007 com a Lei nº 11.941/2009 
Fonte: Desenvolvido pelos autores. 
42 
 
A grande novidade dessa nova atualização foi a divisão do grupo do ativo em 
apenas “ativo circulante e ativo não circulante”, em seu art. 37 a Lei Nº 11.941/2009 
altera o art. 178 da Lei Nº 6.404/1976 que consequentemente altera a redação dada 
pela Lei Nº 11.638/02007. 
 
O art. 178, § 1º, alínea a, b, c da Lei Nº 6.404/1976 relata: 
 
No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de 
liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: 
 
a) Ativo circulante; 
b) Ativo realizável a longo prazo; 
c) Ativo permanente, dividido em investimentos, imobilizado, intangível e 
diferido. (redação dada pela Lei Nº 11.638/2007). 
 
De acordo com os novos parâmetros estabelecidos pela Lei Nº 11.941/2009, a 
estrutura do balanço patrimonial segue a seguinte nova estrutura, em que a referida 
Lei trata em seu art. 37: 
 
A Lei Nº 6.404/1976, de 15 de dezembro de 1976, passa a vigorar com as 
seguintes alterações: 
 
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos 
do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o 
conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. 
 
§ 1º. No ativo as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de 
liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: 
 
a) ativo circulante; e 
b) ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, 
investimentos, imobilizado e intangível. 
 
Em sua redação a Lei Nº 11.941/2009, retirou as figuras do ativo realizável a longo 
prazo e ativo permanente como grupos, sendo estes agora subgrupo do ativo não 
circulante. Extingui a conta do diferido do balanço, mas deu respaldo as 
organizações que possuíam saldo nessa conta, em que em relata em seu art. 38: 
 
A Lei Nº 6.404/1976, de 15 de dezembro de 1976, passa a vigorar acrescida 
dos arts. 184 – A, 299 – A e 299 – B: 
 
“Art. 299 – A. o saldo existente em 31 de dezembro de 2008 noativo 
diferido que, pela sua natureza, não puder ser alocado a outro grupo de 
contas, poderá permanecer no ativo sob essa classificação até sua 
completa amortização, sujeito à análise sobre a recuperação de que se trata 
o paragrafo 3º do art. 183 desta Lei.” 
43 
 
Dessa forma as demonstrações contábeis e especialmente o balanço patrimonial 
após a promulgação da Lei Nº 11.941/2009, deverão alocar ou reconhecer as contas 
do diferido como gastos pré-operacionais como despesa do período. A permanência 
da conta diferido no balanço serão apenas permitido para entidades que não tenha 
como alocar seus “bens e direitos” em outra conta. 
 
Passivo 
 
Como no ativo a Lei Nº 11.941/2009 trouxe mudanças nas contas do lado do passivo 
do balanço patrimonial. A nomenclatura do grupo do exigível a longo prazo deixa de 
existir dando espaço para o grupo do passivo não circulante, com isso foi extinta a 
conta para resultados de exercícios futuros, que era classificada como direitos 
antecipados ou receitas antecipadas. Para melhor compreensão das mudanças nas 
contas do passivo, segue quadro comparativo da Lei Nº 11.638/2007 com as 
atualizações da Lei Nº 11.941/2009: 
 
Passivo – lei Nº 11.638/2007 Passivo – Lei Nº 11.941/2009 
Passivo Circulante Passivo Circulante 
Passivo Exigível a Longo Prazo PassivoNão Circulante 
Resultado de Exercícios Futuros Patrimônio Líquido 
Patrimônio Líquido Capital Social 
 Capital Social Reservas de Capital 
 Reservas de capital Ajustes da Avaliação Patrimonial 
 Ajustes de Avaliação Patrimonial Reservas de lucros 
 Reservas de lucros (-) Ações em Tesouraria 
(-) Ações em Tesouraria (-) Prejuízos Acumulados 
(-) Prejuízos Acumulados 
Quadro 5 – Comparação do passivo da Lei nº 11.638/2007 com a Lei nº 11.941/2009 
Fonte: Desenvolvida pelos autores. 
 
A Lei 6.404/1976 após as atualizações da Lei Nº 11.638/2007, em seu art. 178, § 2º, 
alínea a, b, c editava que: 
 
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos 
do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o 
conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. 
 
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: 
a) passivo circulante; 
b) passivo exigível a longo prazo; 
c) resultados de exercícios futuros. 
44 
 
Com as devidas atualizações necessárias ao sistema normativo contábil 
internacional a Lei Nº 11.941/2009 em seu art. 37 alterou os dispositivos da Lei Nº 
6.404/1976, dessa forma o art. 178, § 2º da Lei das sociedades anônimas, passou a 
vigorar da seguinte maneira: 
 
A Lei Nº 6.404/1976, de 15 de dezembro de 1976, passa a vigorar com as 
seguintes alterações: 
 
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos 
do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o 
conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. 
 
§ 2º No passivo as contas serão classificadas nos seguintes grupos: 
 
a) passivo circulante; 
b) passivo não circulante; e 
c) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes 
de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e 
prejuízos acumulados. (redação dada pela Lei Nº 11.638/2007). 
 
Em resumo as mudanças ocorridas no balanço patrimonial com a Lei Nº 
11.638/2007 e a Lei Nº 11.941/2009 têm por principais objetivos adequação das 
informações contábeis às normas internacionais de contabilidade. 
 
Este é um processo lento, pois se trata do patrimônio das organizações e, apesar de 
estar sendo desenvolvido no Brasil a passos largos, cabe aos profissionais 
contábeis e seus respectivos usuários um estudo aprofundado dessas mudanças 
que vêm ocorrendo no campo das demonstrações financeiras. 
 
 
2.4 AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS BRASILEIRAS 
 
O processo de normatização contábil no Brasil trouxe consigo, um acervo enorme de 
conceitos e princípios a serem seguidos no processo de elaboração das 
demonstrações financeiras. Com isso torna-se importante o conhecimento sobre os 
demonstrativos exigidos pela legislação fiscal brasileira e uma revisão sistemática 
desses processos para que se tenha a certeza e confiança na hora de elaborar tais 
demonstrativos, que atualmente seguem os princípios internacionais de 
contabilidade. 
 
45 
 
Esses relatórios são de vital importância para as empresa e seus potenciais usuários 
que ficam a par de toda estrutura e movimentação financeira da instituição. Os 
objetivos da elaboração de tais relatórios são diversos que vão desde a 
transparência das atividades operacionais da empresa a captação de recursos para 
a manutenção da organização. 
 
Sendo assim, Perez Junior e Begalli (2002, p. 230), definem os objetivos da 
empresa em relação à elaboração das demonstrações financeiras, dos quais são: 
 
Extrair informações das informações das demonstrações contábeis úteis 
para tomada de decisão, de forma a concluir sobre a saúde econômico-
financeira da empresa e sobre o desempenho de sua atividade operacional; 
 
Obter os dados nos relatórios contábeis e transformá-los em informações. 
 
Atualmente as sociedades anônimas de capital aberto são as únicas instituições no 
Brasil, obrigadas à elaboração e divulgação das demonstrações contábeis ou 
financeiras, o que não impede que outras instituições elaborem tais demonstrativos. 
Essas companhias normalmente assim chamadas são regidas pela Lei Nº 
6.404/1976, que rege sobre a disciplina das demonstrações financeiras em seus 
arts. 176 a 188. Com isso a referida Lei Nº 6.404/1976 em seu art. 176, estipula e 
conceitua os demonstrativos contábeis exigidos pela legislação fiscal brasileira: 
 
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base 
na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações 
financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da 
companhia e as mutações ocorridas no exercício: 
 
I – balanço patrimonial; 
II – demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; 
III – demonstração do resultado do exercício; e 
IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (redação dada pela Lei Nº 
11.638/2007) 
V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. 
 
 
2.4.1 BALANÇO PATRIMONIAL (BP) 
 
O balanço patrimonial é um relatório contábil que evidencia em sua estrutura a 
posição financeira e patrimonial de uma determinada entidade. Em sua essência o 
balanço traz consigo três partes fundamentais para uma análise consistente de suas 
46 
 
contas, que são denominadas: ativo, passivo e patrimônio líquido. Cada uma dessas 
partes apresentam conceitos diferentes para classificação. 
 
No ativo classifica-se todas as contas de bens e direitos da entidade, quanto ao 
passivo se relacionam as contas identificadas como exigibilidade e obrigações da 
empresa e enquanto o patrimônio líquido é representado pela diferença entre o total 
do ativo e do passivo ou mais caracterizado como recursos próprios da empresa. 
 
Para Ribeiro (2008, p. 39), “o Balanço Patrimonial deve compreender todos os bens 
e direitos, tanto tangíveis (materiais) como intangíveis (imateriais), as obrigações e o 
Patrimônio Líquido da entidade, levantados a partir dos resultados contábeis no seu 
livro razão”. 
 
Na visão de Assaf Neto (2010, p. 47): 
 
O balanço apresenta a posição patrimonial e financeira de uma empresa em 
dado momento. A informação que esse demonstrativo fornece é totalmente 
estática e, muito provavelmente, sua estrutura se apresentará relativamente 
diferente algum tempo após seu encerramento. No entanto, pelas 
relevantes informações de tendências que podem ser extraídas de seu 
diversos grupos de contas, o balanço

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