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CRIMES DE PERICLITACAO INDIVIDUAL

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(venéreo = sexual, genital) 
Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado:
1) Basta a exposição ao perigo, não é necessário que haja contágio.
2) A moléstia tem que ser venérea (genital, sexual). Apesar disso não é levado muito em serio pela Jurisprudência. Tanto AIDS como sífilis não são moléstias venéreas, pois podem ser transmitidos de diversas formas não sexuais.
3) O autor do crime tem que saber que é infectado, ou ao menos deve saber (dolo eventual). Se não sabe, e não tem por que deveria saber, não é crime, por ausência de dolo. 
4) O consentimento da vitima é irrelevante no que concerne à tipicidade, por causa da indisponibilidade do bem jurídico tutelado,
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QUALIFICADORA:
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
É dolo direto, mas não precisa transmitir a moléstia, basta ter a intenção de faze-lo, pois se houver dano será por este absorvido. 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
 
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA:
§ 2º - Somente se procede mediante representação.
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Art. 131 Perigo de contágio de moléstia grave 
1- A diferença é que neste artigo a moléstia não é venérea, e a intenção deve ser a de transmitir a doença. 
2 -A forma de transmissão pode ser qualquer uma, inclusive o ato sexual, desde que a moléstia não seja venérea. 
3 - Assim, se se entende, que HIV não seja moléstia venérea, a transmissão intencional de HIV pelo ato sexual ainda seria abrangido por este artigo. Porém não tutela este artigo a pratica de atos que possibilitam a transmissão, se não há intenção de transmissão. 
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Art. 133 – Abandono de incapaz
SUJEITO ATIVO: pessoa com as obrigações de cuidado, guarda, vigilancia ou autoridade (próprio).
 
SUJEITO PASSIVO: pessoa sob cuidado, guarda, vigilancia ou autoridade do autor (próprio).
BEM JURÍDICO: a vida e a saúde
TIPO OBJETIVO: abandonar: desamparar (comissivo), mas cabível praticá-lo via omissão. 
TIPO SUBJETIVO: dolo direto ou eventual. 
CONSUMAÇÃO: com ao perigo resultante do abandono (perigo concreto). 
TENTATIVA: cabível .
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Tipos de obrigações a configurar o abandono segundo N. Hungria apud Greco:
 Cuidado:
Assistência a pessoas que, de regra, são capazes de valer a si mesmas, mas que acidentalmente, venham perder essa capacidade. Ex. Marido obrigado a cuidar da esposa enferma.
Guarda:
Assistência a pessoas que necessitam dela e compreende necessariamente a vigilância. Ex. Curador.
 
 Vigilância:
Importa em zelo pela segurança pessoal, mas sem rigor da guarda. Ex. Guia alpino.
Autoridade: é assistência devida em razão de vínculo de poder de uma pessoa sobre outra, quer a potesta seja de direito público, quer de direito privado. 
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Formas qualificadas:
§1º - resulta lesão corporal de natureza grave;
§2º - resulta morte.
(crimes eminentemente preterdolosos)
Causas de aumento de pena (1/3):
I – lugar ermo (deserto);
II – se o agente C,A,D,I,T ou C.
III – vítima maior de 60 anos. 
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Art. 135 - Omissão de socorro 
 Se alguém tiver medo de se contaminar, ou ser vitima de um assalto, e por isso não ajuda em caso de acidente, tem a obrigação de chamar a autoridade competente. A omissão de chamar socorro é inescusável. 
 Ninguém tem obrigação de tocar em uma vitima com sangramento, ou parar em lugar ermo, para socorrer, porque isso pode configura risco pessoal, mas tem que chamar socorro. 
MAJORANTE:
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
 
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Outras previsões de omissão de socorro:
Art. 97 do Estatuto do Idoso (lei 10.741/03)
Art. 302, § único, art. 303, § único e art. 304 do Código de trânsito brasileiro (Lei 9.503/97)
Art. 121, §4º e art. 129, §7º do Código penal. 
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 O crime de maus tratos
				
			é um delito próprio, exigindo como pressuposto a existência de uma relação jurídica preexistente entre os sujeitos ativo e passivo. Somente poderá ser agente (sujeito ativo) quem mantiver sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia o sujeito passivo. 
	Desta forma podemos citar como agentes os pais, tutores, curadores, professores, carcereiros, diretores de colégios, enfermeiros dentre outros e como sujeitos passivos, ou sejam, pessoas que se encontram sob a subordinação dos citados,  os filhos, tutelados, curatelados, alunos, presos etc.
      
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 	Por privação de alimentação devemos entender os indispensáveis ao subordinado e desde que a forma praticada se dê de maneira dolosa, ou seja, privar a pessoa de maneira de intencional, portanto  exclue-se a ilicitude no caso em que  o agente venha a praticar o ato em razão de pobreza, onde inclusive sua própria alimentação estiver prejudicada. Ressalta-se ainda que não constitui o crime a privação de “caprichos alimentares” impostos pelo subordinado.
Em relação a cuidados indispensáveis estes englobam cuidados diversos que o subordinado venha necessitar sejam eles em razão do que for. Uma criança ou um idoso, por exemplo, que necessite de medicação periódica e não a receba, um doente impedido de locomover-se e que dependa exclusivamente de pessoa que o leve ao banheiro, dentre outras. 
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Quanto a trabalho excessivo  podemos entender trabalhos que vão além da capacidade física ou até mesmo mental da pessoa, trabalhos que desejados de forma habitual cause estresse e fadiga ao subordinado. No mesmo sentido é o trabalho inadequado que se dá em razão da forma diversa da ora estabelecida entre as partes, ou em razão de sua incompatibilidade, seja em razão do sexo, idade ou qualquer outro fator que venha a ser julgado incompatível.  Em ambos os casos há de se averiguar as condições de exposição a fim de se verificar a ocorrência do referido crime.

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