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PÉ TORTO CONGÊNITO Profª Isabella Lôbo O PÉ • Os pés são estruturas importantes para: sustentação corporal e para a locomoção, • Formados por ossos, músculos, bursas e tendões. • E se caracteriza como uma complexa estrutura que atua como suporte do corpo, recebe e distribuição de cargas, sendo indispensável para a locomoção e estabilidade corporal • Músculos e articulações: estabilidade e mobilidade. • Formato anatômico adequado, inclusive com um arqueamento na sola para favorecer a distribuição do peso corporal. ANATOMIA: • O pé é a parte distal do membro inferior, que contem 26 ossos. • O esqueleto do pé é formado por 7 ossos tarsais, 5 metatarsais e 14 falanges. PARA REVISAR... • O pé e seus ossos podem ser divididos em três partes anatômicas e funcionais: • A parte posterior do pé (retropé): tálus e calcâneo. • A parte média do pé (mediopé): navicular, cuboide e cuneiformes. • A parte anterior do pé (antepé): metatarsais e falanges O QUE É PÉ T0RTO(PTC)? • Malformação músculo esquelética que apresenta deformidade pé. • Pé em flexão plantar ao nível do tornozelo, com inversão e adução da articulação talocalcânea e nas articulações do metatarso. Conceito: Pé Torto Congênito (PTC) INCIDÊNCIA: 1 a 2: 1000 RN vivos TEORIAS QUANTO A ETIOLOGIA: A causa do pé torto congênito ainda não é bem conhecida. Entende-se como Multifatorial. Algumas teorias procuram explicar o mecanismo pelo qual se desenvolve essa deformidade, tais como: Esquelética: deformidade dos ossos do retropé; Muscular: Alterações nas fibras musculares; Neurológica: Alterações em nervos periféricos; Vascular: anomalias arteriais “crise” vascular; Parada do desenvolvimento: Alterações intra-útero CLASSIFICAÇÃO Podendo ser divididas em quatro grupos: Idiopático: caracteriza-se por ser rígido, com deformidades bem- estruturadas, e não reduz com manipulações. Seu tratamento conservador é bem menor. O pé torto congênito pode surgir como deformidade isolada ou acompanhada de outras malformações TERATOLÓGICO: principalmente em mielomeningocele e a artrogripose múltipla congênita, não há resposta ao tratamento conservador. Pés muito rígidos, com pele lisa e sem pregas ou dobras cutâneas, alto índice de reincidência, mesmo com tratamento cirúrgico bem estabelecido. • POSTURAL: é o "falso pé torto", ou seja, o pé apresenta-se na posição de equino varo, porém é redutível e não apresenta as deformidades estruturais clássicas. Pode ser uni ou bilateral. • Sindrômico: quando faz parte de uma síndrome bem definida. Geralmente bilateral. DIAGNÓSTICO O DIAGNÓSTICO DO PTC É FÁCIL, POIS O ASPECTO EXTERNO DO PÉ É BEM CARACTERÍSTICO.AS ALTERAÇÕES BÁSICAS QUE DEFINEM O PTC SÃO: Equinismo de retropé; Varismo acentuado do calcâneo; Varismo e supinação do antepé; Cavo plantar acentuado. A padronização do exame radiográfico é essencial para a avaliação do pé torto congênito. Uma radiografia realizada de maneira incorreta pode nos levar a erros na avaliação e, consequentemente, a condutas inadequadas. DIAGNÓSTICO O PÉ DO RN NO RECÉM- NASCIDO OBSERVAMOS OS SEGUINTES NÚCLEOS DE OSSIFICAÇÃO: CALCÂNEO TALUS CUBOIDE METATARSIANO FALANGES O terceiro cuneiforme às vezes esta presente. O navicular só aparece a partir dos três anos de idade. Nas primeiras fases só é visível um pequeno núcleo de ossificação que na realidade esta circundado por grande massa cartilaginosa. IMAGEM As posições importantes para as avaliações radiográficas são duas, sendo elas ântero-posterior e em perfil. Nos pacientes não tratados e em pacientes com deformidades reincidentes, a avaliação radiográfica é muito eficaz, pois facilita o estudo e a programação do plano de tratamento cirúrgico, permitindo uma correção adequada. TRATAMENTO CONSERVADOR O método de Ponseti: Consiste na manipulação e colocação de gesso a cada semana nos pés do bebê e utilização de umas botas ortopédicas. TRATAMENTO CONSERVADOR O tratamento conservador para pé torto congênito deve ser feito pelo médico ortopedista e inclui: 1. Manipulação do pé e colocação de gesso a cada semana em um total de 5 a 7 trocas de gesso. 2. Uma vez por semana o médico mexe e roda o pé do bebê de acordo com o método de Ponseti, sem dor para o bebê, e coloca o gesso, como mostra a primeira imagem; TRATAMENTO CONSERVADOR Antes da colocação do último gesso, o médico faz a TENOTOMIA do tendão do calcanhar que consiste em um procedimento com sedação e anestesia no pé do bebê para reparar o tendão; O bebê deve ficar com o último gesso durante 3 meses TRATAMENTO CONSERVADOR Depois da retirada do último gesso, o bebê deve usar uma órtese de DENIS BROWNE, que são botas ortopédicas com uma barra no meio, como mostra a segunda imagem, 23 horas por dia, durante 3 meses; Depois dos 3 meses, a órtese deve ser usada durante 12 horas à noite e de 2 a 4 horas por dia, até a criança fazer 3 ou 4 anos para completar a correção do pé torto com a manipulação e o gesso e impedir recidivas. Tratamento cirúrgico para pé torto congênito O tratamento cirúrgico para pé torto congênito deve ser feito quando o tratamento conservador não estiver funcionando, ou seja, quando depois dos 5 a 7 gessos não se observarem resultados. A cirurgia deve ser feita entre os 3 meses e 1 ano de idade. Depois da operação a criança deve usar gesso durante 3 meses. Contudo, a CIRURGIA NÃO CURA O PÉ TORTO, melhora a aparência do pé e a criança consegue andar, no entanto, ela diminui a força dos músculos dos pés e das pernas do bebê, podendo causar rigidez e dor a partir dos 20 anos. E A FISIOTERAPIA... O tratamento deve ser iniciado logo após o nascimento, para que essa criança tenha uma resposta adequada ao tratamento, pois nessa época existe muita elasticidade ligamentar e ainda não ocorreram alterações secundárias adaptativas. Os resultados iram variar de acordo com a extensão e severidade do caso. A FISIOTERAPIA visa: Correção de todas as deformidades, Manter o aspecto anatômico normal e esteticamente corrigido, Promover mobilidade funcional e fazer com que esse paciente tenha inicio da marcha na idade normal. FISIOTERAPIA Atuação da fisioterapia no pé torto congênito idiopático 1º ESTÁGIO: Evita-se deformidades e mantém a amplitude de movimento realizando manipulações que evitem ou diminuam as contraturas nas extremidades inferiores, atuando na melhoria do posicionamento em prono e decúbito lateral. Alongamento: Deve ser feito para aumentar a mobilidade dos tecidos moles e subsequente melhora a amplitude de movimento FISIOTERAPIA Liberação miofascial : A fáscia plantar é uma densa tira de tecido conjuntivo fibroso que se origina na tuberosidade do calcânea e apresentam muita tensão nessa região, Mobilização. FISIOTERAPIA • A mobilização deve ser realizada diariamente, manobra que devem ser realizadas suavemente para evitar danos articulares e também uma força exagerada em dorsiflexão do pé pode levar ao pé mataborrão. • FISIOTERAPIA 2º ESTÁGIO • É mantido o objetivo de diminuir contraturas e manter a amplitude de movimento explorando a posição prono pois evita contraturas na musculatura flexora de quadril e estimula o desenvolvimentode extensores; • Explora-se também a posição em decúbito lateral pois permite que a criança leve a mão na linha média incitando a postura simétrica FISIOTERAPIA O objetivo maior é que essa criança tenha um bom controle da cabeça e do tronco, enfatizando reações adequadas para ficar de pé, para que o desenvolvimento do controle da cabeça e do tronco, possa ser eficaz. FISIOTERAPIA 3º ESTÁGIO Posicionamento em prono; Atividades motoras e habilidades finas de coordenação de olhos Equilíbrio melhorando. FISIOTERAPIA 4º ESTÁGIO • Inicio da fase deambulatória; • Treinamento de equilíbrio sentado; • Transferências de peso laterais. OBRIGADA !!!
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