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Expressão Gráfica I Apostila 1 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO Palhoça EXPRESSÃO GRÁFICA-I EXPRESSÃO GRÁFICA I Apostila Professores ARNOLDO DEBATIN NETO SUELY FERRAZ DE ANDRADE Desenho Leonardo da Vinci “Aprender a desenhar é realmente uma questão de aprender a ver- ver corretamente-, o que implica muito mais do que ver apenas com os olhos” KIMON NICOLAIDES, The Natural Way to Draw, 1941. Expressão Gráfica I Apostila 2 ÍNDICE CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO............................................1 1 PROGRAMA DO CURSO............................................................7 1.1 EMENTA ........................................................................................7 1.2 OBJETIVOS....................................................................................7 1.2.1 GERAIS: ................................................................................................7 1.2.2 ESPECÍFICOS: ........................................................................................7 1.3 METODOLOGIA...............................................................................7 1.4 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ...............................................................7 2 INTRODUÇÃO .........................................................................8 2.1 O ATO DE DESENHAR......................................................................8 2.2 O PROCESSO DE DESENHO .............................................................9 2.2.1 OBSERVAR ............................................................................................9 2.2.2 IMAGINAR..............................................................................................9 2.2.3 REPRESENTAR ........................................................................................9 2.3 PERCEPÇÃO VISUAL........................................................................9 2.3.1 RECEPÇÃO.............................................................................................9 2.3.2 EXTRAÇÃO .............................................................................................9 2.3.3 INFERÊNCIA............................................................................................9 2.4 A OBSERVAÇÃO FACILITA O DESENHO ............................................10 2.5 O DESENHO MELHORA A OBSERVAÇÃO ..........................................11 2.6 A IMAGINAÇÃO INSPIRA O DESENHO...............................................12 2.7 O DESENHO ESTIMULA A IMAGINAÇÃO ............................................12 2.8 COMUNICAÇÃO VISUAL.................................................................13 2.9 LENDO DESENHOS........................................................................14 3 MÉTODOS DE REPRESENTAÇÃO...............................................16 3.1 MATERIAL ....................................................................................16 3.1.1 TÉCNICA À LÁPIS ..................................................................................16 3.1.2 TÉCNICA À NANQUIM.............................................................................19 3.2 TÉCNICA- POSICIONAMENTO DAS MÃO. ..........................................19 4 DESENHO DE OBSERVAÇÃO ...................................................21 5 TRAÇO/ LINHA E PONTO..........................................................21 5.1 LINHA..........................................................................................21 5.2 CONTORNO .................................................................................22 5.3 DESENHO DE CONTORNO ..............................................................23 5.4 DESENHO DE CONTORNO-cego ......................................................23 5.5 DESENHO DE CONTORNO-modificado...............................................25 5.6 DESENHO DE CONTORNO CRUZADO................................................25 5.7 COMO MELHORAR SEUS TRAÇOS...................................................27 5.8 PRINCÍPIOS DO BOM GRAFISMO (*).................................................27 6 FORMA................................................................................31 6.1 VENDO FORMAS...........................................................................31 6.2 FUNDO-FIGURA.............................................................................32 6.3 FORMAS POSITIVAS E NEGATIVAS ..................................................32 6.4 ORGANIZANDO FORMAS................................................................33 7 FORMA/ SOMBRA E FUNDO/ TEORIA DA GESTALT .......................34 7.1 CONCEITUAÇÃO: Definição da Teoria da Gestalt .................................34 7.2 LEIS DA TRANSPOSIÇÃO- FORMAS EM CIMA DE OUTRAS- CAMUFLAGEM 34 7.3 LEI DA FIGURA E DO FUNDO ...........................................................35 7.4 SEGREGAÇÃO DA FIGURA E DO FUNDO (INVERSÃO FIGURA E FUNDO)..35 7.5 PROJEÇÃO...................................................................................36 7.6 SEGREGAÇÃO DAS UNIDADES : ......................................................36 7.7 LEI DA BOA FORMA (PREGNÂNCIA) (TENDÊNCIA A COMPLETAR A FORMA) 38 7.8 LEI DA HIERARQUIZAÇÃO ...............................................................39 7.9 LEI DA BOA FORMA (PREGNÂNCIA) (CONTER OU ESTAR CONTIDO) .......39 7.10 . RELAÇÃO DE FUNDO E FORMA (INVERTER COR DO FUNDO E DA FORMA) 39 7.11 . RELAÇÕES DE FUNDO E FORMA: ILUSIONISMO...............................39 8 DESENHO DE CAMPO/ OBSERVAÇÃO .......................................40 8.1 TÉCNICAS DE OBSERVAÇÃO ..........................................................41 9 TOM E TEXTURA/ SOMBRA ......................................................45 9.1 INTRODUÇÃO ...............................................................................45 9.2 VALOR TONAL ..............................................................................45 Expressão Gráfica I Apostila 3 9.3 COR E VALOR ..............................................................................45 9.4 FORMAS DE DESENHO DESTES PADRÕES: ......................................46 9.4.1 HACHURAS ..........................................................................................47 9.4.2 HACHURAS- LINHAS CRUZADAS..............................................................49 9.4.3 RABISCOS...........................................................................................50 9.4.4 PONTILHADOS......................................................................................52 9.5 TRANSMITINDO LUZ ......................................................................54 9.6 LUZ, SOMBRA E PENUMBRA...........................................................56 9.7 TOM E TEXTURAS .........................................................................58 9.7.1 Descrevendo a textura ...........................................................................59 9.7.2 Modificando fatores...............................................................................59 10 PERSPECTIVA A MÃO LIVRE .................................................62 10.1 TEORIA .......................................................................................62 10.2 . ELEMENTOS DA PERSPECTIVA ......................................................62 10.3 . MUDANÇA DE COR E VALOR ........................................................64 10.4 CURVAS E OBLÍQUAS....................................................................65 10.5 PLANOS INCLINADOS ....................................................................6610.6 . DETALHES/ APLICAÇÕES ..............................................................67 10.7 COLOCAR PESSOAS CORRETAMENTE ..............................................68 10.8 DETERMINAÇÃO DA PROFUNDIDADE/ LARGURA E ALTURA DA PERSPECTIVA. ..........................................................................................69 10.9 . REFLEXOS..................................................................................71 10.10 SOMBRAS...............................................................................72 11 TÉCNICA DE NANQUIN ........................................................73 12 COMPOSIÇÃO DE PAINÉIS/ ESTRUTURA.................................77 12.1 CAMPO DO DESENHO ...................................................................77 12.2 TAMANHO DO DESENHO ...............................................................79 12.3 RELAÇÕES DE FIGURA E FUNDO .....................................................81 12.4 PRINCÍPIOS DE ORDEM..................................................................82 12.5 ÊNFASE.......................................................................................82 12.6 EQUILÍBRIO..................................................................................83 12.7 HARMONIA ..................................................................................84 13 DESENHO NO CONTEXTO ....................................................86 13.1 IMPORTÂNCIA ..............................................................................86 13.2 . PAISAGEM/ ENTORNO ..................................................................86 13.3 VEGETAÇÃO- ÁRVORES E ARBUSTOS. .............................................87 13.4 . ÁGUA........................................................................................89 13.5 . CÉU ..........................................................................................90 13.6 . FIGURA HUMANA ........................................................................91 13.6.1 ESCALA ..........................................................................................92 13.6.2 DISPOSIÇÃO ...................................................................................94 13.6.3 ATIVIDADE ......................................................................................94 13.7 OUTROS......................................................................................96 13.7.1 MOBILIÁRIOS ..................................................................................96 13.7.2 VEÍCULOS.......................................................................................98 14 SISTEMAS DE REPRESENTAÇÃO -ESTUDO PRELIMINAR ............99 14.1 PLANTAS E IMPLANTAÇÕES ............................................................99 14.2 . DIAGRAMAS GRÁFICOS .............................................................100 14.2.1 CONCEITO ....................................................................................100 14.2.2 TÉCNICAS E MEIOS ........................................................................101 14.3 . PERSPECTIVA ...........................................................................103 14.4 . FACHADAS ..............................................................................105 14.5 . DIAGRAMAÇÃO DA PRANCHA .....................................................106 15 CONCLUSÃO...................................................................107 16 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA..............................................108 Expressão Gráfica I Apostila 4 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 2-1 Fonte: CHING(1998) .................................................................................................... 8 Figura 2-2 Fonte: CHING(1998) .................................................................................................... 8 Figura 2-3 Os olhos vêem e a mente interpreta. Fonte: CHING(1998) ................................................ 10 Figura 2-4 Busto da Rainha Nefertiti-o padrão do movimento dos olhos da pessoa vendo uma figura(Pesquisa feita por Alfred. L. Yarbus do Instituto de Problemas de Transmissão de Informação de Moscou). Fonte: CHING(1998)....................................................................................................... 10 Figura 2-5. Mesmo desenho invoca duas imagens distintas -Mulher jovem x Mulher velha– Desenho do Psicólogo E.G. Boring (1930). Fonte: apud. CHING (1998) ................................................... 10 Figura 2-6 . Exercícios à mão livre. ............................................................................................... 12 Figura 2-7 O desenho de imaginação é essencial a prática do processo de projetar. Fonte: CHING (1998)13 Figura 2-8. O projeto é posterior ao estudo e desenvolvimento de croquis. Fonte:CHING(1998) ............ 13 Figura 2-9 A fundamental questão na arte do desenho está em como o observador deste possa interpreta-lo conforme a intenção do seu autor.Fonte: CHING(1998) ......................................................... 14 Figura 2-10 (12) O que se faz no papel pode não ser possível dentro da realidade. Fonte: CHING (1998) 15 Figura 3-1. Tipos de Lápis e pontas ............................................................................................. 17 Figura 3-2. Os efeitos dos traços variam muito conforme o tipo de grafite utilizado no desenho. Fonte: PARRAMÓN EDICIONES (1999). ....................................................................................... 18 Figura 3-3 Posicionamento correto do lápis (foto superior). Desenhando em um bloco de desenho pode ser desconfortável para os iniciantes, quando a mão desliza ao longo da sua borda. Fonte WANG (2002) ................................................................................................................................... 19 Figura 3-4 Esta posição é muito parecida com a posição da escrita – é muito útil para linhas curtas e detalhes, exigindo mais controle do artista, mas é uma posição menos propensa a erros. Fonte: WANG (2002)................................................................................................................ 20 Figura 3-5. Posição B é ideal para sombrear (traços curtos), pois a mão fica fácil de se movimentar e com apoio, bem como traçar linhas maiores deslizando a mão sobre os dedos apoiados (foto superior). A posição C permite girar o lápis, e favorece o desenho de linhas longas, pois evita, se assim se desejar, qualquer forma de movimento da mão ou dedo, além de favorecer ao apontamento do grafite. ................................................................................................................................... 20 Figura 4-1 Saber ver é o primeiro passo para um bom desenho. Fonte: CHING (1998)........................... 21 Figura 5-1 O desenho e a Linha. Fonte: CHING (1998) .................................................................... 21 Figura 5-2 A cena urbana convertida em linhas. Fonte: CHING (1998) ................................................ 22 Figura 5-3 O contorno descreve a forma. Fonte: CHING (1998) ........................................................ 22 Figura 5-4 A linha pode surgir da limitação da luz e da sombra ou dos limites da figura e seu fundo. Fonte: CHING (1998) ............................................................................................................... 23 Figura 5-5. Saber olhar é guiar os olhos pelos limites que definem as linhas, O Processo é mais táctil que visual. Fonte: CHING (1998)............................................................................................. 24 Figura 5-6 Fonte: CHING (1998) ................................................................................................. 24 Figura 5-7. A observação de todos os detalhes, espessurade material e o julgamento de sua importância, mantendo um nível de precisão adequado a sua compreensão. Fonte:CHING (1998).................... 25 Figura 5-8. Pode-se visualizar melhor um desenho quando se consegue imaginá-lo em fatias que definem sua forma. Fonte: CHING (1998) ............................................................................................ 26 Figura 6-1. A forma não existe sozinha. Ela só pode ser vista em relação a outras formas sobre o espaço que a circunda. Fonte:CHING (1998) ....................................................................................... 31 Figura 6-2 A percepção visual , o campo visual e o fundo.Fonte CHING (1998)..................................... 32 Figura 6-3 A figura tanto pode se destacar sobre um fundo claro como em um fundo escuro. Fonte CHING (1998). ........................................................................................................................ 32 Figura 6-4. Formas negativas nem sempre são facilmente reconhecidas. Fonte CHING (1998). ................ 33 Figura 7-1. Fonte: QUARANTE (1994) .......................................................................................... 34 Figura 7-2. Segregação da figura e do fundo. Influência da simetria.Fonte: QUARANTE (1994) ................ 35 Figura 7-3 Repassagem de um plano para outro. Figuras do artista Escher –holandês (1898-1972)........ 35 Figura 7-4 A mente é fator fundamental na percepção do desenho, é ela que traz significado as imagens. Fonte CHING (1998)....................................................................................................... 36 Figura 7-5 O que se vê neste padrão de luz e formas escuras? CHING (1998) ..................................... 36 Figura 7-6. Uma mancha de tinta pode estimular a tendência do cérebro de buscar um significado para a imagem, mesmo que incomum e ambíguo. Fonte: CHING(1998) ................................................36 Figura 7-7. A busca de um padrão. Fonte: CHING(1998)..................................................................37 Figura 7-8 Fonte: CHING(1998) ..................................................................................................38 Figura 7-9 Tendência do cérebro de completar as formas. Fonte: QUARANTE (1994) ............................38 Figura 7-10 Cérebro tende a completar as formas fortes. Fonte: QUARANTE (1994).............................39 Figura 7-11. Destaca-se o desenho proporcionalmente ao contraste com seu fundo. Figuras do artista Escher –holandês (1898-1972) ........................................................................................39 Figura 7-12. Ilusão de Muller- Lyer. Linhas todas do mesmo comprimento tendem a aparentar diferenças nos comprimentos. A ilusão é mais forte que a realidade (1°figura). Experiência de Poggendorf- segmentos oblíquos estão no mesmo alinhamento (2°figura). Iusão de F. Zoliner- figuras verticais são realmente paralelas (3°figura). Ilusão de Ponzo segmentos superiores aparentam ser maiores que os inferiores (4°figura). Fonte: QUARANTE (1994) ..................................................................................40 Figura 7-13. Modificação da percepção do valor do cinza em função dos diferentes fundos. Fonte: QUARANTE (1994) .........................................................................................................40 Figura 7-14. Experiência de Titchener. Círculos do mesmo tamanho aparentam dimensões diferentes. Interferência entre elementos ao redor da figura. Fonte: QUARANTE (1994) ..............................40 Figura 7-15 Experiência de Delboeuf- Círculos idênticos com percepção equivocada.Fonte: QUARANTE (1994) .........................................................................................................................40 Figura 8-1 Dispositivo de Albrecht Dürer para o desenho de observação. Fonte: CHING(1998) ...............41 Figura 8-2 Com a ponta do lápis ou caneta pode-se aferir os comprimentos e ângulos relativos das linhas. Fonte: CHING (1998). .....................................................................................................42 Figura 8-3 Fonte: CHING(1998) ..................................................................................................42 Figura 8-4. Enquadrar a cena por meio de uma moldura. Fonte: LIN (1993) ..........................................43 Figura 8-5. Tirar medidas no local por meio do lápis ou lapiseira.Manter braço esticado sempre da mesma forma. Fonte: ALBERT (1994) ...........................................................................................43 Figura 8-6. Tirando medidas com lápis.Fonte: ALBERT (1994) ...........................................................44 Figura 9-1 As cores correspondem a gradações de cinza. Fonte: CHING (1998). .................................46 Figura 9-2. Só existe forma se houver luz e sombra e para isso deve-se inserir os valores tonais. Fonte: CHING (1998). ..............................................................................................................46 Figura 9-3. Fonte: CHING (1998). ...............................................................................................47 Figura 9-4. Fonte: CHING (1998). ...............................................................................................47 Figura 9-5. Exemplo de Hachuras. Fonte: CHING (1998) ..................................................................48 Figura 9-6. Exemplo de Hachuras. Fonte CHING (1998) ...................................................................48 Figura 9-7. Fonte CHING (1998) .................................................................................................49 Figura 9-8. Exemplo de Linhas Cruzadas. Fonte CHING (1998)...........................................................49 Figura 9-9. Exemplo de Linhas Cruzadas. Fonte CHING (1998)...........................................................50 Figura 9-10. Fonte CHING (1998) ...............................................................................................50 Figura 9-11. Exemplo de Rabiscos. Fonte CHING (1998) .................................................................51 Figura 9-12. Exemplo de Rabiscos. Fonte CHING (1998) .................................................................51 Figura 9-13. Fonte CHING (1998) ...............................................................................................52 Figura 9-14. Exemplo de Pontilhados. Fonte CHING (1998) ..............................................................52 Figura 9-15. Exemplo de pontilhados. Fonte: CHING (1998). ............................................................53 Figura 9-16. Escalas de Valores Tonais. Fonte: CHING (1998). .........................................................53 Figura 9-17. Escalas de Valores Tonais. Fonte: CHING (1998). .........................................................54 Figura 9-18. Desenho com técnica a lápis. Fonte: HERZBERGER (1996)..............................................54 Figura 9-19. Escalas de Valores Tonais. Fonte: CHING (1998). .........................................................54 Figura 9-20. Valores Tonais e Volumes. Fonte: HERZBERGER (1996) .................................................54 Figura 9-21 . Valores Tonais definem os volumes. Fonte: HERZBERGER (1996) ....................................55 Figura 9-22 Aspectos da textura. Fonte: CHING (1998). .................................................................55 Figura 9-23 Aplicação dos valores tonais envolve o valor local+ padrão de luz e sombra. Fonte: CHING(1998) ................................................................................................................56 Figura 9-24. Sombras Projetadas. Fonte: CHING(1998)...................................................................57Figura 9-25. Aplicação da luz, sombra e valor local. Fonte: CHING (1998) ...........................................57 Figura 9-26. As áreas de sombra e penumbra são quase nunca são uniformes. Fonte: CHING(1998) .........58 Figura 9-27. Texturas apresentam tipos de traços mais adequados para sua representação. Fonte: CHING (1998). ........................................................................................................................59 Expressão Gráfica I Apostila 5 Figura 9-28. Tecido e cerâmica vitrificada. Fonte: CHING (1998)....................................................... 60 Figura 9-29. Metal polido/ grama e tecido, três materiais e três formas de representação. Fonte: CHING (1998). ........................................................................................................................ 61 Figura 10-1. Elementos Básicos da Perspectiva. Fonte LIN (1993) .................................................... 62 Figura 10-2. Linhas dos Volumes convergem para os pontos de fuga. Fonte: REID (1987)...................... 62 Figura 10-3 Tipos de Perspectivas quanto ao n° de pontos de Fuga. Fonte LIN (1993).......................... 62 Figura 10-4. O objeto visado pode variar sua perspectiva segundo o ponto onde o observador se encontra.. Fonte: LIN (1993) .......................................................................................................... 63 Figura 10-5 Pode-se tirar os ângulos da perspectivas do desenho de observação por meio de duas tiras de cartolina articuladas. Fonte: METZGER (1997)...................................................................... 63 Figura 10-6. Na perspectiva com um ponto de fuga, obtenção dos ângulos internos. Fonte: METZGER (1997) ................................................................................................................................... 63 Figura 10-7. Na perspectiva externa, obtenção da angulação das linhas dos volumes e direção dos pontos de fuga. Fonte: METZGER (1997) .......................................................................................... 63 Figura 10-8 . Determinação do centro do volume de uma perspectiva. Fonte: METZGER (1997) .............. 64 Figura 10-9 . Forma de dividir corretamente em perspectiva. Fonte: METZGER (1997) .......................... 64 Figura 10-10. Exemplo dos valores tonais e as distintas profundidades e distâncias. Fonte CHING (1998).64 Figura 10-11. Planos mais próximos maior valor tonal. Fonte CHING (1998)......................................... 65 Figura 10-12 . O elemento curvo deve ser sempre desenhado utilizando o quadrado para inseri-lo corretamente na perspectiva. Fonte: LIN (1993). ................................................................. 65 Figura 10-13. Desenho de linhas curvas em perspectiva - evitar achatamentos dos círculos. Fonte: METZGER (1997) ......................................................................................................................... 65 Figura 10-14. Prática do desenho de elementos curvos. Fonte: METZGER (1997)................................ 66 Figura 10-15. Determinação ponto de fuga da cobertura. CHING (2000) ............................................ 66 Figura 10-16. Perspectiva de uma escada. CHING (2000)................................................................ 67 Figura 10-17 Determinação dos ângulos de um tipo de água furtada. Fonte: METZGER (1997)................ 67 Figura 10-18. Posteamento. Fonte: METZGER (1997)..................................................................... 67 Figura 10-19. Determinação dos espaços de um ladrilhamento em perspectiva. Fonte: METZGER (1997) .. 68 Figura 10-20. Divisão em partes iguais. Fonte CHING (2000) ........................................................... 68 Figura 10-21. Cuidados com as linhas conduzidas para os pontos de fuga. Este é um erro muito comum nas perspectivas. Fonte: METZGER (1997)............................................................................... 68 Figura 10-22. Pessoas situadas em um mesmo plano apresentam, simplificadamente (nem todos tem a mesma altura) , a cabeça na mesma linha -no nível do olhar. Fonte: LIN (1993)...................................... 69 Figura 10-23. As pessoas apresentam a posição de suas cabeças no nível do olhar quando se encontram no mesmo plano do observador, caso contrário, quando em planos diferentes a figura deve ser inserida conduzido-a para o referido ponto, por meio do ponto de fuga e planos de profundidade .Fonte: CHING (1998) ............................................................................................................... 69 Figura 10-24. Estabelecem-se relações de medidas e distâncias para inserir as pessoas de forma correta. Fonte: CHING (1998)...................................................................................................... 69 Figura 10-25 Determinação da profundidade. Fonte LIN (1993) ........................................................ 70 Figura 10-26 Inserção de pessoas e profundidade. Fonte CHING (1998)............................................ 70 Figura 10-27.Inclina-se qualquer escala em múltiplos da 20, e com compasso marcam-se e definem-se as profundidades. Fonte:LIN (1993)....................................................................................... 70 Figura 10-28. Exemplo de reflexo na água. Fonte WANG (2002)........................................................ 71 Figura 10-29.O ângulo de incidência e igual ao de reflexão. Fonte METZGER (1997) ............................. 71 Figura 10-30.O reflexo apresenta uma imagem espelhada quando refletida em algum lago. METZGER (1997) ................................................................................................................................... 71 Figura 10-31 . Triângulo de 45° em perspectiva determina os pontos PF-BD e a cobertura determina o PF- RL. As linhas horizontais são conduzidas para os pontos de fuga da edificação. Fonte CHING (1998) ................................................................................................................................... 72 Figura 11-1. Variação do valor tonal pode ser obtido variando espaçamento entre as linhas. Fonte: KASPRISIN (1999) ......................................................................................................... 74 Figura 11-2. Variação do valor tonal pode ser obtido cruzando ou rabiscando de forma mais ou menos intensa. Fonte: KASPRISIN (1999)..................................................................................... 74 Figura 11-3. Rabiscos podem ser em forma de letra curva “e” ou “s”, ficam melhores quando mais intensos (maior número). Fonte: KASPRISIN (1999)........................................................................... 74 Figura 11-4. Variações tonais com caneta nanquim. Mantendo o mesmo espaçamento, porém cruzando mais linhas. Fonte: KASPRISIN (1999) .......................................................................................75 Figura 11-5. Tipos de Linhas. Fonte: KASPRISIN (1999) ..................................................................75 Figura 11-6. Texturas com pontos, podem variar com a densidade de pontos ou espessura da caneta . Fonte: KASPRISIN (1999) ................................................................................................76 Figura 11-7. Exemplo da aplicação de vários tipos de texturas e sombras com caneta de nanquim. Fonte: KASPRISIN (1999)..........................................................................................................76 Figura 11-8. Exemplo da aplicação de vários tipos de texturas e sombras com caneta de nanquim. Fonte: KASPRISIN (1990)..........................................................................................................76 Figura12-1. Forma de visualização do campo. Fonte: CHING (1998) ..................................................77 Figura 12-2. Evitar colocar o centro de atenção no centro do campo (figura superior). Múltiplos pontos de atenção- determinar ponto de balanço- centro de gravidade do conjunto. Fonte: CHING (1998)....78 Figura 12-3. Evitar linhas diagonais que conduzem os olhos para fora do desenho ou mesmo colocar dois centros opostos aos limites do campo. Fonte: CHING (1998).................................................78 Figura 12-4. Dominância da região inferior ou superior na composição do desenho. Fonte: CHING (1998). 78 Figura 12-5. Evitar dividir o campo do desenho em duas partes iguais. Importante manter a informação vindo da esquerda para a direita. Fonte: CHING (1998) .................................................................79 Figura 12-6. Colocação de elementos gráficos para aumentar a qualidade da apresentação. Fonte: CHING (1998). ........................................................................................................................79 Figura 12-7. Cuidados em diagramar desenhos com escalas distintas. Quanto maior o desenho maior definição dos detalhes, logo maior seu“peso”. Fonte: CHING (1998). ......................................80 Figura 12-8. Na presença de muitos detalhes em um desenho, deve-se escolher instrumento de desenho adequado (pena mais fina). Fonte: CHING (1998) ..................................................................81 Figura 12-9. Evitar ampliar muito a figura, pois seu campo cada vez mais começa a interagir com seu fundo. Fonte: CHING (1998) ......................................................................................................81 Figura 12-10. Diagramação evitando com que o fundo ocupe mais de dois terços do campo. Fonte: CHING (1998) .........................................................................................................................82 Figura 12-11. Propiciar o princípio de ordem e unidade dos elementos. Fonte: CHING (1998). ...............82 Figura 12-12. Propiciar a ênfase de algum elemento na diagramação. Fonte: CHING (1998) ....................83 Figura 12-13. Exemplo de equilíbrio simétrico. Fonte: CHING (1998)..................................................83 Figura 12-14. Composição assimétrica, equilíbrio baseia-se no balanço dos pesos dos elementos da composição. Fonte: CHING (1998) ....................................................................................84 Figura 12-15. Harmonia se refere à consonância ou o agrupamento agradável das partes de um desenho. Fonte: CHING (1998) ......................................................................................................84 Figura 12-16. É muito cuidadoso o limite da tensão entre a desordem e a ordem, da unidade e a variedade que envolve a harmonia. Fonte: CHING (1998)......................................................................85 Figura 13-1. . Exemplo de ambientação de uma praça- desenho a nanquim. Fonte: KASPRISIN (1999) .......87 Figura 13-2. Entorno de uma edificação -desenho a lápis.. Fonte: WANG (2002) ..................................87 Figura 13-3. Conformação dos galhos e adição de folhas- Vistas e plantas. Fonte: CHING (1998). ..........87 Figura 13-4. A sombra dá volume na vegetação em planta. Fonte: CHING (1998). .................................88 Figura 13-5. A vegetação conífera e a perspectiva isométrica. Fonte: CHING (1998).............................88 Figura 13-6. Evitar que o fundo e a vegetação tenham um peso maior que a própria edificação. Fonte: CHING (2000) .........................................................................................................................88 Figura 13-7. A vegetação deve ser transparente. Fonte CHING (1998) ..............................................88 Figura 13-8 Construção de uma árvore, passo à passo. Fonte LIN (1993). ..........................................89 Figura 13-9. Texturas de arbustos e grama. Fonte: WANG (2002) .....................................................89 Figura 13-10. Texturas de grama e forrações em geral. Fonte: WANG (2002) ......................................89 Figura 13-11. . Exemplo da aplicação de vários tipos de texturas, água sombras e reflexos na técnica de nanquim. Fonte: KASPRISIN (1999) ....................................................................................90 Figura 13-12. Textura da água é feita c/ caneta bem fina- a mão livre com linhas às vezes se tocando. Fonte: KASPRISIN (1999)..........................................................................................................90 Figura 13-13. Tipo de nuvem- linhas verticais- desenho a lápis...........................................................91 Figura 13-14 Céu com associação de traços paralelos com várias inclinações. Fonte: WANG (1977) ........91 Figura 13-15. Proporções das figuras humanas. Fonte: ALBERT (1991) ..............................................93 Figura 13-16. A escala humana pode ser de 71/2 , 8 ou 81/2 cabeças. PARRAMÓN (1999) ......................93 Figura 13-17. A escala humana feminina com 8 cabeças. PARRAMÓN (1999) .......................................93 Figura 13-18. A escala humana masculina com 8 cabeças. PARRAMÓN (1999) .....................................93 Expressão Gráfica I Apostila 6 Figura 13-19. Desenvolvimento do desenho da figura humana nas suas atividades. Fonte: FRANCIS (1998)94 Figura 13-20. Desenvolvimento do croqui da figura humana nas suas atividades. Fonte: FRANCIS (1998) .. 94 Figura 13-21 Pode-se começar seu croqui como uma junção de cones móveis. Fonte ALBERT (1994) ...... 95 Figura 13-22 O croqui da figura humana pode ser esboçado como um esqueleto com seus ligamentos. Fonte ALBERT (1994).............................................................................................................. 95 Figura 13-23. O croqui surge por meio do esqueleto estilizado. Fonte: CHING (1998).......................... 95 Figura 13-24. As calungas são inseridas para contextualizar a cena urbana. Fonte: PERES (1999) ........... 95 Figura 13-25. A figura deve ser solta com um traço leve que não precisa ser interrompido. Fonte ALBERT (1994) ......................................................................................................................... 96 Figura 13-26 Inserção da figura humana - desenho de Norman Foster- prédio da BBC. Fonte SMITH (1995) ................................................................................................................................... 96 Figura 13-27. O mobiliário, assim com qualquer objeto mais complexo, deve ser elaborado dentro de formas geométricas mais simples. Fonte: CHING (1998). ................................................................. 97 Figura 13-28. Cadeiras tradicionais e sua representação. Fonte: CHING (1998)................................... 97 Figura 13-29. Exemplo da base de construção de uma automóvel. Fonte: CHING (1998)........................ 98 Figura 13-30. Exemplo de veículos inseridos na perspectiva- desenho com caneta de nanquim. Fonte: KASPRISIN (1999) ......................................................................................................... 98 Figura 14-1 Exemplo de planta baixa no estudo preliminar. ................................................................ 99 Figura 14-2. Implantação de uma edificação. Fonte CHING (1998) .................................................. 100 Figura 14-3. Exemplo do desenvolvimento da determinação da volumetria da edificação. Fonte: CHING (2000). ...................................................................................................................... 101 Figura 14-4. Volumetria . Fonte: CHING (2000). ..........................................................................102 Figura 14-5. Diagrama Gráfico apresentando as variáveis que nortearam o projeto. FRANCIS (2000)...... 102 Figura 14-6 Exemplo de diagrama gráfico. LIN (1993).................................................................... 103 Figura 14-7. Exemplo de diagrama gráfico. LIN (1993)................................................................... 103 Figura 14-8 . Perspectiva acompanhada de um corte esquemático.................................................... 104 Figura 14-9. Posicionamento da planta na perspectiva cônica dois pontos de fuga. Fonte: LIN (1993) .... 104 Figura 14-10. Determinação dos pontos de fuga na perspectiva cônica . Fonte: LIN (1993) ................. 104 Figura 14-11. Método da Perspectiva Cônica com dois pontos de fuga. Fonte: LIN (1993).................. 105 Figura 14-12. Acabamento com linhas espessas e mais grossas. Fonte : LIN (1993) ........................... 105 Figura 14-13.Colocar um “peso” na base das fachadas. Fonte LIN (1993) ........................................ 105 Figura 14-14. Exemplo de fachada desenhada com sombras, texturas e contexto, com técnica a lápis sobre papel manteiga. ............................................................................................................ 106 Figura 14-15. Seqüência recomendada para a diagramação de uma prancha. Fonte CHING (1998) ......... 107 Expressão Gráfica I Apostila 7 1 PROGRAMA DO CURSO 1.1 EMENTA Desenvolvimento do raciocínio espacial e da capacidade de proposição de espaços tridimensionais. Exploração do potencial expressivo utilizando técnicas e materiais em função da intenção plástica. Prática de desenho técnico, de observação e de criação. 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 GERAIS: ⇒ Desenvolver no aluno as habilidades de expressão e representação gráfica ⇒ Desenvolver capacidade de expressar suas idéias por meio da comunicação visual específica de projeto ⇒ Estimular sua criatividade e imaginação ⇒ . 1.2.2 ESPECÍFICOS: ⇒ Desenvolver no aluno o raciocínio espacial ⇒ Dar subsídios para que o aluno habilite-se à apresentar esteticamente o espaço arquitetônico ⇒ Desenvolver sua capacidade de abstração dos elementos espaciais e suas texturas ⇒ Explorar seu potencial expressivo, com a prática do desenho de observação, imaginativo e técnico ⇒ Introduzir o aluno na aprendizagem das técnicas de expressão gráfica (lápis, carvão, nanquim e aguadas, sangüínea.) e o manuseio correto dos materiais mais utilizados. 1.3 METODOLOGIA Aulas teóricas sobre aspectos conceituais da expressão gráfica, promovendo-se experiência sensorial; psíquica ou espiritual (relações e significações) através da elaboração de trabalhos práticos- teóricos, desenhos de criação e sua forma de expressão. As aulas práticas serão desenvolvidas em atelier, sobre os temas tratados em aula. O curso culminará com a exposições dos melhores trabalhos desenvolvidos durante o semestre, escolhidos pelos próprios alunos. 1.4 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO Existirão três avaliações: uma resultante da produção e participação diária dos exercícios desenvolvidos em aula; e outras duas da entrega de trabalhos individuais programados. . Expressão Gráfica I Apostila 8 2 INTRODUÇÃO A primeira lição em termos de representação ou expressão gráfica, é a atenção que deve-se ter a todos os aspectos formais que a cerca. Atentar não somente à beleza (ou não) dos objetos, mas entender a maneira com que suas partes constituintes se relacionam. A fim de melhor apresentar todos as nuances envolvidas no processo de representação gráfica, este trabalho buscou fazer uma revisão bibliográfica de diversas obras de autores do mundo todo (cujos títulos figuram na bibliografia deste trabalho), e elegeu-se para esta disciplina os tópicos que satisfizessem a ementa e, é claro, a instrumentação dos acadêmicos. Assim, sendo, para a primeira parte do assunto a ser abordado, traduziu-se as partes iniciais do livro Design Drawing, de Francis Ching e Steven P. Juroszek. Além destes autores, esta apostila conta também com a experiência pessoal dos professores ministrantes, dos feedbacks de turmas anteriores e de sugestões discentes e docentes. Esta apostisla não pretende esgotar-se em si, mas servir de base para futuras melhoras e acréscimos (ou não) de conteúdos e atividades. Figura 2-1 Fonte: CHING(1998) Espera-se que os alunos a tenham como um guia no qual se possa pesquisar, divirtar-se e, lógico, aprender também. 2.1 O ATO DE DESENHAR... Desenhar é um processo ou técnica de representar algo (um objeto ou uma idéia) através de linhas sobre uma superfície. Embora seja linear, o desenho pode incluir elementos pictóricos (pontos, sombreados, etc.) que podem ser interpretados como linhas. Qualquer que seja a forma que o desenho assuma, seu princípio significa organizar e expressar as visualizações e percepções. Desenhar não é somente uma expressão artística, mas uma ferramenta na formulação e desenvolvimento de projetos. O coração do desenho é um processo interativo entre observar, imaginar e representar. Figura 2-2 Fonte: CHING(1998) Expressão Gráfica I Apostila 9 2.2 O PROCESSO DE DESENHO 2.2.1 OBSERVAR A visão é o primeiro canal sensorial através do qual toma-se contato com o mundo. Ele é o sentido melhor desenvolvido, o de alcance mais longo e o primeiro que se confia na maioria das atividades diárias de cada um. A observação melhora a habilidade para desenhar e vice-versa. 2.2.2 IMAGINAR Os dados visuais são processados, manipulados e filtrados pela mente em sua busca ativa por estrutura e significado. O olho mental cria a imagem que se vê e estas são as imagens que se busca representar no desenho. Desenhar é portanto mais do que uma habilidade manual: envolve o pensamento que estimula a imaginação, enquanto fornece o ímpeto para o desenho. 2.2.3 REPRESENTAR Em desenho, faz-se marcas sobre uma superfície para representar graficamente o que se viu anteriormente ou o que imaginou. Desenhar é um meio natural de expressão, criando um mundo separado, mas paralelo de imagens que falam aos olhos 2.3 PERCEPÇÃO VISUAL O ato de observar é um processo criativo e dinâmico. Ele é capaz de fornecer uma percepção estável do movimento tri-dimensional, mudando imagens as quais maquiam o mundo visual. Existem três fases neste processo de construção das imagens que se vê: 2.3.1 RECEPÇÃO Os olhos recebem energia em forma de luz - que pode se dar através de uma fonte ou pela reflexão de superfícies iluminadas. Os raios de luz ao chegarem na retina são coletados por um grupo de células nervosas, as quais são uma extensão do cérebro. Estas células foto-sensitivas transformam energia eletromagnética em sinais eletroquímicos e possibilitam a montagem ponto-a-ponto da intensidade da luz recebida. 2.3.2 EXTRAÇÃO A mente extrai os padrões visuais básicos. Esta entrada - basicamente um padrão de luzes e sombras - é posteriormente processada por outras células nervosas na retina e deslocada para baixo do nervo óptico. Depois disso, chega ao córtex visual do cérebro, o qual possui células que extraem padrões específicos da entrada visual: a locação e orientação de eixos, movimento, tamanho e cor. 2.3.3 INFERÊNCIA Sobre as bases destes padrões, é que se faz as inferências acerca do mundo de cada um. Somente uma área muito pequena da retina é capaz de distinguir detalhes refinados. Os olhos devem portanto varrer continuamente um objeto e seu ambiente para vê-lo inteiramente. Quando se olha para alguma coisa, o que se vê é realmente construído sob uma rápida sucessão de imagens retinais interconectadas. Todos são capazes de perceber uma imagem estável mesmo quando os olhos estão fazendo uma observação.O sistema visual faz mais do que armazenar passiva e mecanicamente os padrões físicos de um estímulo visual. Ele transforma impressões sensoriais de luz em formas com significado. Ver, ou observar, é um vigoroso processo de busca de padrões. O olho mental usa as entradas extraídas da imagem retinal como base para construir suposições acerca do que se encontra. Inferenciar é fácil para a mente. O olho mental procura ativamente aqueles padrões que se encaixam na imagem do mundo de cada um. Ela procura por proximidade - significado e entendimento nos padrões que ela recebe. Tem-se a capacidade de formar imagens a partir de um simples andaime de dados visuais, preenchendo-o as imagens se necessário, com informações que não estão realmente lá. Por exemplo, pode-se não reconhecer um padrão incompleto de luz e sombra, mas uma vez reconhecido, ele não pode ser visto. Expressão Gráfica I Apostila 10 Figura 2-3 Os olhos vêem e a mente interpreta. Fonte: CHING(1998) Figura 2-4 Busto da Rainha Nefertiti-o padrão do movimento dos olhos da pessoa vendo uma figura(Pesquisa feita por Alfred. L. Yarbus do Instituto de Problemas de Transmissão de Informação de Moscou). Fonte: CHING(1998). A percepção visual é portanto a criação dos olhos da mente. O olho é cego para o que a mente não vê. A figura na cabeça não é somente baseada em entradas extraídas da imagem da retina, mas também moldada por interesses pessoais e pelo conhecimento e experiências que cada um traz ao ato de observar.O ambiente cultural também modifica as percepções e ensina como interpretar o fenômeno visual que se vivência. Figura 2-5. Mesmo desenho invoca duas imagens distintas -Mulher jovem x Mulher velha– Desenho do Psicólogo E.G. Boring (1930). Fonte: apud. CHING (1998) 2.4 A OBSERVAÇÃO FACILITA O DESENHO O desenho de coisas que se vê diante de si, inclusive o trabalho de mestres, têm tradicionalmente sido um treinamento fundamental para artistas e profissionais do desenho. O desenho de observação é o método clássico para desenvolver a coordenação olho-mente-mão. Experienciar e examinar o mundo visível de uma maneira direta através do desenho faz com que as pessoas sejam mais conscientes da dinâmica da vista. Este entendimento, por sua vez, ajuda a desenhar. Expressão Gráfica I Apostila 11 2.5 O DESENHO MELHORA A OBSERVAÇÃO Não se vê normalmente tudo o que é observado. Noções pré- concebidas do que espera-se ou acredita-se estar lá fora geralmente direcionam a observação. Através da familiaridade, tende-se a passar sobre objetos aos quais confronta-se todos os dias sem realmente observá-los. Este preconceito perceptivo torna a vida mais simples e segura. Não se tem que prestar atenção a cada e todo estímulo visual como se observásse algo pela primeira vez todos os dias. Ao invés disso, pode-se selecionar somente aqueles objetos que fornecem informações pertinentes as necessidades momentâneas. Esta forma expedita de observar conduz ao uso comum de imagens estereotipadas e clichês visuais. A etiqueta de estereótipos visuais, quando necessários para evitar o caos perceptivo, pode também prevenir de procurar de novo o que se vê como familiar. O ambiente visual é geralmente mais cheio e rico do que, normalmente se percebe num relance. A fim de fazer um uso completo da faculdade visual - ver mais do que símbolos - deve-se aprender a ver objetos como se fosse desenhá-los. Desenhar encoraja a prestar mais atenção e vivenciar completamente o fenômeno visual, além de apreciar a singularidade da coisa mais comum. Em benefício de uma elevada e crítica preocupação com o ambiente visual, o desenho também nutre o entendimento e melhora a memória visual. No desenho de imaginação, lembra-se de percepções passadas e desenha-se sobre estas memórias. A percepção não é limitada pelo que se pode ver aqui e agora. Imagens freqüentemente aparecem espontaneamente em resposta à uma percepção sensorial - alguma coisa vista, tocada ou cheirada. Mesmo sem qualquer tipo de estímulo sensorial, pode-se ter a faculdade mental de lembrar ou recriar imagens. Facilmente, quase sem esforço, pode-se imaginar alguma coisa tantas quantas forem sugeridas. Por exemplo: ⇒ Lugares, como o quarto de criança, a rua onde se morou, um uma cena descrita em um romance; ⇒ Coisas, como um triângulo ou um quadrado, um balão flutuando no ar, ou o relógio do vovô; ⇒ Pessoas, como um grande amigo, parente ou apresentador de TV; ⇒ Atividades, como uma porta aberta, andar de bicicleta ou chutar uma bola; ⇒ Operações, como um cubo rotacionando-se no espaço, uma bola rolando abaixo na ladeira, ou um pássaro alçando vôo. Em resposta a todos estes estímulos verbais, desenha-se com o olho mental. Esta-se, sempre pensando visualmente. O pensamento visual - pensar em imagens - permeia toda a atividade humana. É parte essencial da vida diária. Pensa-se em termos visuais quando se está em uma rua procurando por um endereço, ajustando a lista de convidados para uma festa, ou contemplando um movimento em um jogo de xadrez. O pensamento tem uma forma visual quando procura-se por constelações em uma noite estrelada, construindo-se um armário a partir de um conjunto de desenhos ou projetando um edifício. Em cada uma destas atividades, busca-se ativamente encaixar as imagens que se vê com aquelas que se tem no olho mental. As imagens de cada mente não são limitadas ao que se vê no presente. Ela é capaz de formar, explorar e recombinar imagens além das fronteiras de tempo e espaço. Com a imagem anterior visualiza-se memórias de coisas, lugares e eventos do passado. Com a imagem posterior, se é capaz de procurar a frente no tempo - usar a imaginação para prever um futuro possível. A imaginação portanto, habilita-se a ter tanto um senso de história quanto um plano de futuro. Ela estabelece conexões - pontes visuais - entre passado, presente e futuro. Expressão Gráfica I Apostila 12 2.6 A IMAGINAÇÃO INSPIRA O DESENHO Figura 2-6 . Exercícios à mão livre. As imagens construídas a partir da mente são confusas, breves e muito evasivas. Mesmo se vívidas e claras, elas podem vir à mente e de repente desaparecer. A menos que capturadas em um desenho, elas podem facilmente ser perdidas despercebidamente e serem trocadas por outras na corrente da consciência. Desenhar portanto é uma extensão natural e necessária do pensamento visual. Como a figura mental guia o movimento dos olhos e mão sobre o papel, o desenho emergente tempera simultaneamente a imagem de cada cabeça. Além disso, pensamentos vêm à mente e são integrados no processo de imaginar e desenhar. As imagens que se constrói a partir da mente são confusas, breves e muito evasivas. Mesmo se vívidas e claras, elas podem vir à mente e de repente desaparecer. A menos que capturadas em um desenho, elas podem facilmente ser perdidas despercebidamente e serem trocadas por outras na corrente da consciência. Desenhar portanto é uma extensão natural e necessária do pensamento visual. Como a figura mental guia o movimento dos olhos e mão sobre o papel, o desenho emergente tempera simultaneamente a imagem na cabeça. Além disso, pensamentos vêm à mente e são integrados no processo de imaginar e desenhar. 2.7 O DESENHO ESTIMULA A IMAGINAÇÃO O desenho é um meio que influencia o pensamento assim como o pensamento dirige o desenho. Esboçar uma idéia no papel permitirá que seja explorada e esclarecida, da mesma maneira, que se poderia formulá-la e ordená-la como um pensamento colocado em palavras. Tornar os pensamentos concretos e visíveis se permite agir sobre eles. Pode-se analisá-los, vê-los sob uma nova luz, combiná-los de novas maneiras e transformá-los em novas idéias. Usado desta maneira,o desenho promove o estímulo à imaginação da qual ela brota. Este tipo de desenho é essencial para as fases iniciais e no desenvolvimento do processo de projeto. Um artista contempla várias composições para uma pintura, um coreógrafo orquestra uma seqüência de dança no palco, e um arquiteto organiza as complexidades espaciais de um edifício - todos utilizam desenhos em sua maneira exploratória para imaginar possibilidades e especular sobre o futuro. Expressão Gráfica I Apostila 13 Figura 2-7 O desenho de imaginação é essencial a prática do processo de projetar. Fonte: CHING (1998) Figura 2-8. O projeto é posterior ao estudo e desenvolvimento de croquis. Fonte:CHING(1998) Um desenho nunca pode reproduzir a realidade; ele pode somente tornar visível, percepções daquela realidade exterior e das visões interiores de uma imagem mental. No processo de desenho, cria-se uma realidade separada a qual é paralela a experiência de cada pessoa. As percepções são holísticas, incorporando toda a informação que se possuí sobre o fenômeno que se vivencia experimentalmente. Um simples desenho, contudo, pode somente expressar uma porção limitada da experiência. No desenho de observação, se dirige a atenção para aspectos particulares do campo visual e escolhe-se, tanto consciente ou inconscientemente, ignorar outros. A escolha do meio e técnica que se elege para usar, também, afetam o que se está apto a transferir para o desenho. Pode-se também desenhar o que se sabe a respeito de um assunto, o qual pode ser expresso de outras maneiras, diferentes daquela que aparece para o olho. O desenho de imaginação, por exemplo, é limitado às vistas perceptuais da realidade óptica. Pode-se desenhar, ao invés disso, uma vista conceitual do que a mente vê. Tanto as vistas perceptuais quanto as conceituais são meios legítimos de ver um desenho. A escolha de um sobre outros depende do objetivo do desenho e do que se pretende comunicar do assunto. 2.8 COMUNICAÇÃO VISUAL Todos os desenhos comunicam em sua extensão que eles estimulam uma inteiração com parte daqueles que os observam. Os desenhos devem capturar primeiro o olho antes que eles possam comunicar ou instruir . Uma vez que eles prendem o observador, eles podem auxiliar a imaginação e convidar à uma resposta. Os desenhos são, por natureza, ricos em informação. Poderia ser difícil descrever adequadamente com palavras o que um desenho é capaz de revelar de uma só vez. Mas apenas se cada um se vê de uma forma diferente, pode-se ver o mesmo desenho e interpretá-lo de diferentes maneiras. Qualquer desenho que for utilizado para comunicar uma informação visual deve portanto representar coisas de maneira que seja compreensiva para os outros. Quanto mais abstrato Expressão Gráfica I Apostila 14 um desenho, mais ele deve confiar nas convenções e textos para comunicar uma mensagem ou transmitir uma informação. Uma forma comum de comunicação visual é o diagrama, um desenho simplificado que pode ilustrar um processo, esclarecer um conjunto de relações ou descrever um padrão de mudança ou crescimento. Outro exemplo é o conjunto de desenhos de apresentação os quais oferecem uma exposição de projeto a outros, para sua revisão e evolução. Mais formas utilitárias de comunicação gráfica incluem padrões de projetos, desenhos para trabalho e ilustrações técnicas. Essas instruções visuais guiam as pessoas na construção de um projeto ou na transformação de uma idéia em realidade. Figura 2-9 A fundamental questão na arte do desenho está em como o observador deste possa interpreta-lo conforme a intenção do seu autor.Fonte: CHING(1998) 2.9 LENDO DESENHOS Enquanto se é capaz de ler desenhos e não desenhar, o inverso não é verdadeiro. Não se pode construir um desenho a menos que seja capaz de decifrar as marcas gráficas que se faz e entender a maneira de outras pessoas vê-los e interpretá-los. Uma parte essencial de aprender a desenhar é aprender a ler os desenhos que se vê tanto quanto os que se faz. Ser capaz de ler um desenho significa que se entende a relação entre o assunto e como é representado no desenho. Por exemplo, qualquer desenho, se criado em computador ou à mão, pode ser construído desapropriadamente e conter erros na idéia tri-dimensional que ele representa. Deve-se ser capazes de reconhecer quando um desenho transmite algo que não é possível em realidade, mesmo quando a imagem possa fornecer a impressão oposta. Para uma crítica mais positiva e melhorar o próprio desenho, deve-se cultivar o hábito de lê-lo de forma como outras pessoas o leriam. É fácil convencer os olhos de que o desenho que se fez, realmente oferece o que se acredita que ele representa. É muito fácil perceber enganos em desenhos de outros porque aqueles que se esta vendo pela primeira vez. Olhando um desenho de cabeça para baixo, à distância ou através de um espelho, conduz a vê-los de uma nova maneira. As mínimas mudanças de observação habilita-se a ver os problemas em locais onde a mente se predispõe a ignorá-los. Mesmo pequenos erros que parecem ser triviais terão conseqüências, caso eles confundam a mensagem ou o significado do desenho. Expressão Gráfica I Apostila 15 Figura 2-10 (12) O que se faz no papel pode não ser possível dentro da realidade. Fonte: CHING (1998) A próxima etapa do estudo conduzirá aos conceitos relativos ao desenho de observação. Tais informações objetivam alertar o aluno ao imenso conjunto de fatores que influenciam no desenvolvimento de um bom trabalho de desenho; logicamente o principal deles é o empenho pessoal. Será através do desenho de observação que o aluno começará a desenvolver e aperfeiçoar suas capacidades psico-motoras no que diz respeito à transferência do objeto tri-dimensional ao espaço bi- dimensional (plano do papel). Receberá as informações básicas indispensáveis para transformar estes elementos em mensagens gráficas carregadas de significado e sentido. Expressão Gráfica I Apostila 16 3 MÉTODOS DE REPRESENTAÇÃO I. REPRESENTAÇÃO EM CROQUIS (À MÃO LIVRE) “SKETCH”. Usados para comunicar idéias graficamente. Apresentando-se como um método mais eficiente, de baixo custo, e rápido para transmitir o conceito inicial de um projeto. II. DIAGRAMAS (MANCHAS/ ZONEAMENTO) Outro recurso que pode ser desenvolvido rapidamente, até na presença do cliente, constando de uma prévia etapa de “lançamento” do projeto. Neste momento, pode-se estabelecer as relações espaciais entre as várias áreas do projeto, interrelacionando-as. Sem maiores aprofundamentos e detalhamentos subsequentes. É uma ferramenta muito eficiente, que pela flexibilidade e rapidez propicia alterações sem demandar muito tempo. III. REPRESENTAÇÃO DE PROJETOS EM PLANTAS ⇒ Plantas de Pavimentos em projeção ⇒ Plantas de Sítios ⇒ Plantas em Três Dimensões- tipo isométricas- apresentando o projeto cortado por um plano horizontal. IV. REPRESENTAÇÃO DE PROJETOS TIPO “COMPOSTO” COMO COMBINAÇÕES/ COLAGENS. É visualmente uma representação estimulante onde várias formas de representação são acopladas- fachadas/perspectivas/ plantas e cortes. Transmitindo o maior número de informações possíveis, de forma harmoniosa e equilibrada, num espaço limitado. V. MODELOS DE REPRESENTAÇÃO (MAQUETES) Dependendo do projeto há necessidade da execução de maquetes como uma forma de melhor comunicar a forma espacial do projeto. Vários tipos de modelos ou maquetes podem ser produzidos. Tanto os estudos de volumes quanto maquetes com alto nível de acabamento (Modelos cortados à laser- altamente detalhados). VI. OUTROS MODELOS DE REPRESENTAÇÃO São formas mais caras de representação, geralmente utilizadas como marketing, para representações competitivas, reembolsáveisou não, como parte publicitária na venda do produto ou idéia. ⇒ Representações refinadas- com desenhos laboriosos- de técnicas de aquarelas/guache/tintas acrílicas/ com resultados primorosos. ⇒ Processos que envolvem representações gráficas com sistemas de reprodução mais complexos como Reprografias/ Fotografias ⇒ Maquetes Eletrônicas/ Animação 3.1 MATERIAL 3.1.1 TÉCNICA À LÁPIS 3.1.1.1 Lápis Existem inúmeros tipos de lápis que são utilizados para se desenvolver um desenho, desde o carvão. Cada tipo determina um resultado diferente a ser obtido. A dureza é um dos aspectos que variam. O lápis para desenho tem como composição “carbono e grafite”, a proporção de maior ou menor quantidade deles é que determina sua maior ou menor dureza. (quanto +grafite+mole). Quanto mais mole o lápis, mais indicado é para croquis sem muita definição de detalhes. Expressão Gráfica I Apostila 17 Pode-se classificar sua dureza conforme uma escala que varia de altos Hs até altos Bs: Quanto (+ H) = (+ duro) e quanto (+ B) = (+ mole), assim: Médio: 2 ou HB Leve (mole): 3B Muito Leve (mole): 6 B/ 8B/ 9B...EE (só tem grafite) O ideal para os croquis de arquitetura é utilizar lapiseiras ou lápis com grafites bem moles, pois criam linhas mais escuras e também permitem uma graduação maior nos tons das sombras e texturas. Além disso permitem que quando se utilize a borracha, sejam facilmente apagados, sem danos ou marcas no papel. Existem variações na forma da ponta do grafite, variam de pontas retangulares, arredondadas ou bisotadas. As retangulares (tipo lápis de carpinteiro) podem cobrir áreas mais extensas de desenho, com efeitos próprios e de espessura maior. O ideal é ter no mínimo um lápis de cada dureza (média/mole/muito mole), com pelo menos um lápis de ponta retangular mole. O efeito do traço de um lápis depede muito da textura do papel, grafites moles em papéis texturizados tem um efeito muito diverso do que sobre um papel liso e vice-versa. Figura 3-1. Tipos de Lápis e pontas Expressão Gráfica I Apostila 18 Figura 3-2. Os efeitos dos traços variam muito conforme o tipo de grafite utilizado no desenho. Fonte: PARRAMÓN EDICIONES (1999). 3.1.1.2 Papéis Existem muitos tipos de papéis, cada qual indicado e recomendado para cada tipo de técnica. Eles variam na espessura, que é determinada pelo peso do papel. Papel tipo canson grão médio e qualidade média são os mais encontrados no mercado, sendo também o mais utilizado e mais versátil e que atende a maioria das técnicas: lápis, carvão, pastel, nanquim, lápis de cor, aquarela, etc. Apresenta-se em branco ou em cores, sua superfície pode ser mais ou menos texturizada. É adequado para um trabalho a lápis ou nanquim, recomendando-se uma gramatura mínima de 140g/m2. Existem outros tipos de papel como o sulfite, que para esboços rápidos podem ser utilizados, mas para trabalhos de acabamento final geralmente apresentam-se muito frágeis e finos, pouco encorpados. Fotocopiadoras geralmente utilizam este papel, algumas trabalham com papel deste tipo um pouco mais grosso, com gramatura de90g/m2 (usual é de 75 g/m2). Pode-se tirar xerox de um trabalho para fazer novos estudos, mas para acabamento final o ideal é xerocar e utilizar papel tipo cartolina com gramaturas de 120g/m2 (gramatura máxima permitida pela máquina de xerox). Blocos de papel para croquis (“sketch book”) geralmente são apresentados com vários tipos de papel, pode-se encontrar com várias gramaturas, mas são fundamentais para a prática diária do desenho de observação. O papel manteiga ou mesmo vegetal pode ser utilizado para desenhos e croquis à lápis ou nanquim. Apresentando a vantagem de poder ser revisado e, caso necessário, refeito sem precisar de mesa de luz. A única desvantagem é que não apresenta estrutura rígida para expor, sempre será necessário algum suporte e com fundo para sua fixação. Mas pode-se montar um desenho neste papel e após seu término, xerocá-lo em um papel mais incorpado e fosco. Existem papéis mais sofisticados, importados e mais específicos para cada técnica. A Canson Talens – fabrica uma linha de papéis Mi- Tienes, que é um canson de alta qualidade, com ampla variedade de cores e texturas; existe o papel Arches (França); Fabriano (Itália), Shoeller Parole (Alemanha); Canson & Montgolfier (França); Grumbacher (EUA); etc. Estes papéis apresentam geralmente sua marca em alto relevo na folha. Expressão Gráfica I Apostila 19 Dentro de cada tipo, todas as marcas fabricam papéis com texturas e gramaturas distintas. 3.1.2 TÉCNICA À NANQUIM 3.1.2.1 CANETAS Existem várias penas e canetas que utilizam tinta tipo nanquim, mais resistentas à água. A técnica é o que se chama de “bico de pena”. Pode-se utilizar até penas ou pontas fabricadas com pedaços de bambu, cortados e bizotados em várias espessuras. Será indicado para desenhos e croquis de arquitetura, para uma maior definição dos detalhes, as canetas utilizadas em desenho técnico à nanquim. Estas exigem muitos cuidados com sua manutenção, principalmente as com espessuras pequenas. Já as canetas com penas de feltro, de várias espessuras, são descartáveis e de fácil manutenção Existe a marca tipo Pigma MICRON, dentre outras, entretanto só deve-se cuidar para não entupí-la quando utilizá-la em cima de lápis de cor, pastel ou crayon. 3.1.2.2 Papéis (ver item 3.1.1.2) 3.2 TÉCNICA- POSICIONAMENTO DAS MÃO. Existem várias formas de se segurar um lápis para se fazer um croqui, mas a principal recomendação para a técnica encontra-se no estado de relaxamento e conforto que exige sua prática. Figura 3-3 Posicionamento correto do lápis (foto superior). Desenhando em um bloco de desenho pode ser desconfortável para os iniciantes, quando a mão desliza ao longo da sua borda. Fonte WANG (2002) Expressão Gráfica I Apostila 20 Figura 3-4 Esta posição é muito parecida com a posição da escrita – é muito útil para linhas curtas e detalhes, exigindo mais controle do artista, mas é uma posição menos propensa a erros. Fonte: WANG (2002) Figura 3-5. Posição B é ideal para sombrear (traços curtos), pois a mão fica fácil de se movimentar e com apoio, bem como traçar linhas maiores deslizando a mão sobre os dedos apoiados (foto superior). A posição C permite girar o lápis, e favorece o desenho de linhas longas, pois evita, se assim se desejar, qualquer forma de movimento da mão ou dedo, além de favorecer ao apontamento do grafite. Expressão Gráfica I Apostila 21 4 DESENHO DE OBSERVAÇÃO “ Aprender a desenhar é aprender a ver - ver corretamente - e significa um bom conjunto mais do que ver com os olhos. A maneira de ver, eu quero dizer, é uma observação que utiliza os cinco sentidos tanto quanto os olhos podem perceber de uma só vez.” Kimon Nicolaïdes - The Natural Way to Draw Figura 4-1 Saber ver é o primeiro passo para um bom desenho. Fonte: CHING (1998) A despeito da natureza subjetiva da percepção, a visão é ainda o sentido mais importante para acumular informação sobre o mundo. No processo de observação, todos são capazes de se estenderem através do espaço e traçar os eixos dos objetos, examinar superfícies, sentir texturas e explorar o espaço. A natureza tátil do desenho em resposta aos fenômenos sensoriais afina a interação com o presente, expande as memórias visuais do passado e estimula a imaginação para projetar o futuro. 5 TRAÇO/ LINHA E PONTO Um ponto não tem dimensão ou escala. Quando se torna visível como uma marca, o ponto estabelece uma posição no espaço. À medida que a marca se move através de uma superfície, ela traça o caminho de uma linha - o elemento mais básico no desenho. Apoia-se,principalmente, na linha para desenhar os eixos e contornos dos objetos que se vê no espaço visual. Ao delinear estas fronteiras, a linha naturalmente começa a definir a forma - o elemento pictórico que estabelece as figuras no campo visual e organiza a composição de um desenho. 5.1 LINHA Figura 5-1 O desenho e a Linha. Fonte: CHING (1998) Conceitualmente, a linha é um elemento unidimensional tendo extensão contínua no comprimento mas sem largura ou espessura. Uma linha não existe realmente no mundo físico. Contudo, pode-se observar que uma linha é de fato algo delgado ou sólido, tanto quanto um conjunto de fios, ou uma depressão muito estreita, como um vinco, ou uma descontinuidade na cor ou no valor tonal, ou onde um objeto Expressão Gráfica I Apostila 22 encontra sua sombra. Ainda assim a visão percebe tudo isto como linhas. Assim como as linhas são fundamentais para a maneira com que se percebe no mundo, elas são essenciais na representação das percepções no desenho. Figura 5-2 A cena urbana convertida em linhas. Fonte: CHING (1998) No desenho, pressiona-se ou arrasta-se a ponta de uma ferramenta através de uma superfície receptiva para se produzir uma linha. Como um elemento gráfico, a linha é um elemento unidimensional traçado sobre uma superfície bi-dimensional. Ainda assim, ela é o meio mais natural e eficiente que se tem para circunscrever e descrever a forma tri-dimensional de um objeto. Constrói-se estas linhas como se faz na observação a fim de recriar um senso de existência de forma no espaço. 5.2 CONTORNO O contorno domina a percepção do mundo visual. A mente infere a existência de contornos a partir de padrões de luz e sombra que os olhos recebem. O sistema visual procura e cria uma linha cognitiva ao longo de pontos onde dois campos de contrastes de luz ou cor se encontram. Alguns destes eixos são claros; outros estão perdidos no fundo de maneira que alteram o valor tonal ou a cor. Além disso, em sua necessidade para identificar objetos, a mente está apta a produzir linhas contínuas ao longo de cada eixo. No processo de observação a mente melhora estes eixos e os vê como contornos. Figura 5-3 O contorno descreve a forma. Fonte: CHING (1998) Os contornos mais notáveis são aqueles que separam um objeto de outro. Estes contornos dão origem às imagens dos objetos que se vê no espaço visual. Eles circunscrevem um objeto e definem a fronteira externa entre a figura e seu fundo. Limitando e definindo os eixos dos objetos, o contorno também descreve sua forma. Expressão Gráfica I Apostila 23 Figura 5-4 A linha pode surgir da limitação da luz e da sombra ou dos limites da figura e seu fundo. Fonte: CHING (1998) Mas os contornos fazem mais do que descrever uma linha exterior de um objeto chapado através de uma silhueta bi-dimensional: ⇒ Alguns contornos percorrem as dobras interiores ou quebram sobre um plano; ⇒ Outros são formados pela sobreposição ou pela projeção de partes; ⇒ Outros ainda descrevem as formas dos espaços e sombras dentro do objeto. 5.3 DESENHO DE CONTORNO O desenho de contorno é uma aproximação para o desenho de observação. Sua intenção primária é desenvolver a acuidade visual e sensibilidade para as qualidades da superfície e da forma. O processo de desenho de contorno suprime a abstração simbólica normalmente utilizada para desenhar objetos. Ao invés disto, ele obriga a se prestar muita atenção. Observar cuidadosamente e vivenciar o objeto tanto através da visão quanto do tato. O objetivo do desenho de contorno é chegar em uma correspondência precisa entre o olho que segue os eixos de uma forma e a mão que desenha as linhas que representam aqueles eixos. Assim como o olho traça vagarosamente os contornos de um objeto, a mão move o instrumento de desenho na mesma velocidade e peso e responde a todo corte e ondulação da forma. Isto é um meticuloso e metódico processo o qual envolve trabalho de detalhe a detalhe, parte a parte e forma a forma. O processo é muito mais tátil do que visual. Imagina-se um lápis ou caneta em contato direto com o objeto que se desenhou. Não se traça novamente ou apaga-se as linhas. O mais importante é desenhar devagar e de forma solta. Evitar a tentação de mover a mão mais rápido do que o olho pode ver; deve-se mover na velocidade do olho e examinar a forma de cada contorno que se vê no objeto sem considerar ou se preocupar sobre sua identidade. O desenho de contorno é melhor executado com um lápis mole, bem apontado ou uma caneta bem fina que seja capaz de produzir uma simples linha fina. Isto auxilia no sentimento de precisão que corresponde à acuidade da visão que o desenho de contorno proporciona. 5.4 DESENHO DE CONTORNO-cego O desenho de contorno cego envolve o desenho dos contornos enquanto se observa somente o objeto, não a superfície sobre a qual se está desenhando. Move-se o corpo para longe do papel e se concentra somente no objeto. Os olhos devem permanecer no objeto, assim como, a mão atentar para gravar no papel o que você vê. Focalizar o olho sobre o ponto definido claramente ao longo do contorno do objeto. Passe levemente a ponta da caneta ou lápis sobre o papel e imagine que ele está realmente tocando o objeto naquele ponto. De vagar e cuidadosamente segue-se o contorno com Expressão Gráfica I Apostila 24 os olhos, observando a todo minuto a mudança ou dobra do contorno. À medida que os olhos se movem, move-se também o lápis ou caneta sobre o papel à mesma velocidade, gravando cada variação de contorno que se vê. Figura 5-5. Saber olhar é guiar os olhos pelos limites que definem as linhas, O Processo é mais táctil que visual. Fonte: CHING (1998) Continua-se a desenhar cada eixo que se vê, pedaço por pedaço, de vagar, à mesma velocidade. Pode-se parar periodicamente para continuar a analisar o objeto, mas evita-se tornar estes pontos de parada muito proeminentes. Empenhe-se em gravar cada contorno a todo instante que você observa cada ponto ao longo do contorno. Deixe o olho, mente e mão responderem simultaneamente a todo evento. Nesta maneira de desenhar, sempre se resultam proporções exageradas e distorções. O desenho final não pretende ser igual ao objeto mas, antes de tudo, documentar e expressar a percepção cuidadosa destas linhas, formas e volumes. Figura 5-6 Fonte: CHING (1998) Expressão Gráfica I Apostila 25 5.5 DESENHO DE CONTORNO-modificado Em desenho de contorno modificado, inicia-se como um desenho de contorno cego. Mas a fim de checar relações de tamanho, comprimento e ângulo, pode-se, em certos intervalos, dar uma pequena observada no desenho emergente. Inicia-se um desenho de contorno cego. Seleciona-se qualquer ponto ao longo do contorno do objeto. Coloca-se a ponta do lápis ou caneta sobre a folha de papel e imagina-se entrando em contato com a mesma parte no objeto. Observa-se as relações de contorno para uma linha vertical ou horizontal. À medida que os olhos seguem o contorno no espaço, desenha-se cuidadosamente a linha de contorno ao mesmo tempo e velocidade. Trabalha-se de contorno em contorno, ao longo, através ou em torno dos eixos e superfícies de uma forma. Responde-se a cada e a toda moldagem da superfície com movimentos equivalentes das mãos. Em certos pontos - quebras em planos e dobras através dos contornos - uma linha de contorno pode desaparecer ao redor de uma dobra ou ser interrompida por outro contorno. Nestas junções, observa-se o desenho e realinha-se a caneta ou lápis com o eixo previamente determinado para manter um grau razoável de precisão e proporção. Somente com uma pequena olhada para realinhamento, continua-se a desenhar, mantendo-se os olhos sobre o objeto. Quanto
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