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Efeitos da condenação, medidas de segurança, ação penal e extinção da punibilidade Alexandre Reis de Carvalho Efeitos da condenação Condenação é o ato jurisdicional que impõe ao acusado as penas legal- mente previstas para a infração penal por ele praticada. Portanto, efeitos da condenação são os efeitos secundários, reflexos ou acessórios da sentença; en- quanto o efeito principal da sentença condenatória é fixar a pena. Ocorre que a condenação produz não só efeitos penais (lançar o nome do sentenciado no rol dos culpados, propiciar a reincidência, impedir a concessão ou promover a revogação do sursis em outro processo), mas também extrapenais (a atuação se dá fora do âmbito penal, v.g., os previstos no art. 109 do CPM). Embora no CPM ainda vigore um rol de penas acessórias (art. 98), com estas não se confundem os efeito da sentença (art. 109), uma vez que tais efeitos são cabíveis em qualquer espécie de condenação (efeitos genéricos) e, igualmente, tem a aplicação compulsória e automática. São efeitos da condenação: Art. 109. [...] I - tornar certa a obrigação de reparar o dano resultante do crime; e II - a perda, em favor da Fazenda Nacional, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; e b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a sua prática.” O primeiro dos efeitos extrapenais da condenação é “tornar certa a obri- gação de reparar o dano resultante do crime”. Trata-se de efeito automáti- co, que não necessita ser expressamente pronunciado pelo juiz na sentença condenatória e destina-se a formar título executivo judicial (art. 475-N, II, CPC) para a propositura da ação civil ex delicti. 57Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 58 Efeitos da condenação, medidas de segurança, ação penal e extinção da punibilidade Quando houver anistia, graça, indulto e prescrição da pretensão execu- tória, mantém a sentença condenatória a sua força de título executório, o mesmo não ocorrendo com a prescrição da pretensão punitiva, em que não há o trânsito em julgado da eventual culpabilidade do agente. Nesse caso, deve a vítima discutir, no cível, a culpa (lato sensu) do réu. Outro efeito da sentença penal transitada em julgado é o confisco (perda em favor do Estado) dos instrumentos (instrumenta) e produtos (producta) do crime (sceleris). Os instrumentos que podem ser confiscados pelo Estado são os ilícitos, ou seja, aqueles cujo porte, detenção, fabrico ou alienação é vedado, por exemplo: armas de uso exclusivo das Forças Armadas ou utili- zada sem o devido porte; documentos falsos; substância entorpecente. Tal confisco não vale para instrumentos de uso e porte lícito, motivo pelo qual o veículo utilizado em homicídio culposo em acidente de trânsito é restituído ao seu proprietário. Quanto ao confisco do produto do crime, trata-se daquilo que foi direta- mente conquistado com a prática delituosa, tal como dinheiro subtraído do banco ou a coleção de armas subtraída de um colecionador; enquanto o pro- veito do crime são os bens e valores convertidos/auferidos com o produto do crime, como, por exemplo, o apartamento ou automóvel adquirido com o dinheiro subtraído do banco roubado. Importante lembrar que a perda em favor do estado de objetos e instru- mentos lícitos esbarra na limitação contida na última parte do art. 109, II, que faz expressa ressalva ao direito do lesado ou de terceiro de boa-fé. Exempli- ficando: um Oficial das Forças Armadas que tem a sua pistola calibre 9 milí- metros, armamento classificado como de uso privativo das Forças Armadas, furtada poderá reavê-la após a recuperação desta, o que não ocorrerá com o proprietário civil que é legalmente impedido de ter o registro e porte desse tipo de armamento. Medidas de segurança Trata-se de uma forma de sanção penal (providência jurisdicional1), com caráter preventivo e curativo, visando a evitar que o autor de um fato havido como infração penal, que venha a ser considerado inimputável (ou semi-im- putável, em casos excepcionais), mostrando periculosidade, torne a cometer outro injusto. 1 ROMEIRO, Jorge Alberto. Curso de Direito Penal Militar. Parte Geral. São Paulo: Saraiva, 1994, p. 239. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Efeitos da condenação, medidas de segurança, ação penal e extinção da punibilidade 59 Distingue-se da pena, por ser esta retributiva e preventiva, enquanto a medida de segurança é apenas preventiva, ou seja, voltada para o futuro. Coube ao Código Penal Militar inaugurar no direito pátrio a adoção do sistema vicariante em matéria de medida de segurança, abolindo o sistema do duplo binário e as medidas de segurança detentivas para delinquentes perigosos, inclusive os imputáveis. O artigo 110 do CPM estabelece que as medidas de segurança são pesso- ais (detentivas e não detentivas) ou patrimoniais (interdição de estabelecimen- to ou sede de sociedade ou associação, e o confisco), podendo ser aplicadas aos civis e militares (art. 111). As medidas de segurança detentivas são a internação em manicômio ju- diciário e a internação em estabelecimento psiquiátrico anexo ao manicômio judiciário ou ao estabelecimento penal, ou em seção especial de um ou de outro; enquanto as não detentivas são a cassação de licença para direção de veículos motorizados, o exílio local e a proibição de frequentar determinados lugares. A internação em manicômio judiciário (atual hospital de custódia e trata- mento psiquiátrico, denominação introduzida pela LEP) é aplicável ao agente inimputável (art. 48, caput), que pelas suas condições pessoais e circunstâncias do fato praticado revelam que poderá oferecer perigo à incolumidade alheia. O prazo dessa internação é por tempo indeterminado, devendo ser fixado um mínimo entre 01 (um) a 03 (três) anos para a realização da primeira perí- cia médica de aferição da periculosidade do internado. A fixação desse prazo deve levar em conta a periculosidade do agente e não a gravidade do delito. Realizada a perícia médica ao término do citado prazo mínimo de interna- ção e, não sendo esta revogada (em decorrência da permanência do estado de periculosidade), a internação continuará (tempo indeterminado) e a cada ano será realizada nova perícia com o mesmo objetivo. Invariável a discussão doutrinária acerca da constitucionalidade do tempo indeterminado de duração da medida de segurança, tem prevalecido o en- tendimento de que somente por meio da cura poderá o agente ser liberado da internação2. Quando sobrevier a revogação da medida de segurança (desinternação), esta será condicional, devendo ser restabelecida a situação anterior, se o in- 2 NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal: parte geral: parte especial. 4. ed. 2. tir. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008, p. 545. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 60 Efeitos da condenação, medidas de segurança, ação penal e extinção da punibilidade divíduo, antes do decurso de 01 (um) ano, vier a praticar fato indicativo de persistência de sua periculosidade. Durante esse período de prova, o libe- rado fica sob observação cautelar e a proteção previstas para os casos de livramento condicional (art. 92). Ultrapassado o período dessa observação, demonstrando o agente ter recuperado sua higidez mental, será declarada, finalmente, a extinção da medida de segurança. Questão relevante no Direito Penal Militar refere-se à possibilidade de aplicação/concessão de tratamento ambulatorial (em analogia aoart. 96, II, do CPB) ao agente inimputável ou semi-imputável, que necessitar de es- pecial tratamento curativo. A jurisprudência do STM tem oscilado acerca dessa aplicação analógica, consoante o teor dos seguintes julgados: Contra – Apelações 1997.01.047970-0/RJ; 1999.01.048247-6/RJ; 2000.01.048597-1/ RJ; 2002.01.048722-6/DF. A favor – Apelações 1995.01.047454-6/RJ; 2001.01.048875-8/RJ; 2002.01.049145-7/RJ; 2004.01.049676-9/RJ. Medida de segurança para os semi-imputáveis – Já vimos que ao inim- putável é aplicada medida de segurança pessoal detentiva (internamento). O que fazer nos casos em que o agente portador de doença ou deficiência mental que, embora não lhe suprima, diminui consideravelmente sua ca- pacidade de entendimento da ilicitude do fato ou de autodeterminação? A resposta se encontra na conjugação dos artigos 113, caput, e 48, parágrafo único, do CPM, que tratam dos semi-imputáveis (fronteiriços). Nos casos de agentes reconhecidos como semi-imputáveis, o CPM possi- bilita ao juiz aplicar a pena reduzida (art. 48, parágrafo único) ou substituí-la por medida de segurança (art. 113, caput), desde que o sentenciado seja me- recedor de especial curativo. Note-se que o semi-imputável é condenado à pena privativa de liberda- de, sendo tal pena convertida em medida de segurança. É a substituição ca- racterística do sistema vicariante, ou seja, da aplicação exclusiva ou de pena ou de medida de segurança detentiva. Gozam dessa possibilidade de subs- tituição, também, os condenados reconhecidos como ébrios habituais ou toxicômanos (art. 113, §3.º). Os mesmos procedimentos se verificarão para os casos da cura ou persis- tência do estado mórbido do semi-imputável que teve a pena privativa de liberdade convertida em medida de segurança (art. 113, §§1.º e 2.º, c/c art. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Efeitos da condenação, medidas de segurança, ação penal e extinção da punibilidade 61 112, §§1.º a 4.º), uma vez que o sistema é vicariante. Nesse sentido, Romeiro3 afirma que deve prevalecer o disposto no artigo 664 do CPPM e a finalidade única da medida de segurança, qual seja a prevenção por meio do tratamen- to e cura do agente. Cassação da licença para dirigir (art. 115) – O prazo de cassação dessa licença será de, no mínimo, 01 (um) ano, executado a partir do dia em que terminou a execução da pena privativa de liberdade ou da medida de segu- rança detentiva, ou da data de suspensão condicional da pena ou da conces- são do livramento condicional. Trata-se de medida de segurança específica e não detentiva em que há a suspensão da licença de dirigir e não a mencionada cassação. A “suspen- são” da licença deve ser determinada ainda no caso de absolvição do réu em razão de inimputabilidade. Exílio local (art. 116) – Quando o juiz considerar necessário como medida preventiva, a bem da ordem pública ou do próprio condenado, determinará a proibição de que o sentenciado resida ou permaneça, durante 01 (um) ano, pelo menos, na localidade, município ou comarca em que o crime foi pratica- do. Tal medida deverá ser executada após o cumprimento da pena privativa de liberdade ou é suspensa condicionalmente seu cumprimento. Embora a redação do mencionado artigo seja clara, há algumas críticas quanto à analogia do exílio local com a pena de banimento, pena expressa- mente vedada pela Constituição (art. 5.º, XLVII, letra “d”). Ademais, a exigência de que o exílio tenha início após o cumprimento da pena privativa de liberdade parece esvaziar o sentido e a eficácia desta (detenção, reclusão, prisão). Proibição de frequentar determinados lugares (art. 117) – Consiste na privação do condenado, durante um ano, pelo menos, da faculdade de acesso a lugares que favoreçam, por qualquer motivo, seu retorno à ativida- de criminosa. O cumprimento dessa medida terá início do após o cumpri- mento da pena privativa de liberdade ou da suspensão condicional desta. A interdição de estabelecimento comercial ou industrial, ou de socie- dade ou associação (art. 118) – Será decretada por tempo não inferior a 15 (quinze) dias, nem superior a 06 (seis) meses, se o estabelecimento, socieda- de ou associação serve de meio ou pretexto para a prática de infração penal. A sociedade ou associação, cuja sede é interditada, não pode exercer em outro local as suas atividades. 3 Op. cit., p. 245. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 62 Efeitos da condenação, medidas de segurança, ação penal e extinção da punibilidade Confisco (art. 119) – O confisco como modalidade de medida de seguran- ça, previsto no artigo 119 do CPM, não se confunde com o confisco decor- rente dos efeitos extrapenais da sentença condenatória, contido no artigo 109, embora ambos determinem o apossamento dos instrumentos e do pro- duto do crime pelo Estado. Trata-se de norma semelhante ao disposto nos efeitos da sentença (art. 109). Enquanto nesta, há prolação de decreto condenatório, no artigo 119 é prolatada sentença absolutória própria (autoria desconhecida) ou imprópria (inimputabilidade ou imunidade penal). Como regra geral (art. 120), a imposição de medida de segurança deve ser imposta em sentença (condenatória ou absolutória), estabelecendo-lhe as condições e limites. Note-se que algumas medidas de segurança podem ser aplicadas ainda na fase do inquérito (confisco – art. 673 do CPPM) ou da instrução criminal (internação em manicômio; cassação da licença de dirigir; ou interdição de estabelecimento – art. 272 do CPPM). Ação penal: incondicionada, condicionada à requisição e subsidiária da pública A partir do Título VII do CPM encontram-se as normas gerais referentes à propositura da ação penal, a qual se classifica, em relação ao polo ativo, em: ação penal pública incondicionada (art. 121) e; pública condicionada à re- quisição (art. 122 do CPM e art. 95, parágrafo único, da Lei 8.457/92). Embora o CPM e o CPPM não contenham a previsão legal acerca da ação penal pri- vada subsidiária da pública, esta decorre do mandamento constitucional autoexecutável previsto no artigo 5.º, LIX, da CRFB. A norma penal estabelece as condutas consideradas reprováveis, fixando- -lhes as penas e demais consequências congêneres, e atribuindo ao Estado o direito subjetivo de punir os transgressores da lei penal. Romeiro4 ensina que a consumada violação da lei penal transforma aquele direito subjetivo de punir num poder concreto, atual e efetivo de punir, de- nominado pretensão punitiva. A fim de fazer valer a pretensão punitiva, ou melhor, de realizá-la em juízo, a lei institui um outro direito (público subjetivo), denominado direito de ação (penal), que se encontra expressamente assegurada na Constituição (art. 5.º, XXXV). 4 Op. cit. p. 251-252. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Efeitos da condenação, medidas de segurança, ação penal e extinção da punibilidade 63 Assim, ação penal (militar) é o direito de pleitear junto ao Poder Judiciário a aplicação da lei penal (militar) ao caso concreto, invocando a prestação jurisdi- cional, que, na esfera criminal, é a existência da pretensão punitiva do Estado. Autonomia da ação penal Embora haja conexão entre o direito de ação e o direito de punir (pre- tensão punitiva), a ação penal é autônoma em relação a este, uma vez que a pretensão punitiva surge da norma penal, enquanto a ação penal dispensa essa violação, pois é lícito ao juiz concluir, ao término da ação, que não foi infringida a lei penal. Outro ponto dessa distinção é o de que, enquanto a pretensão punitiva é consumível com o decurso do tempo ou outro motivo previsto em lei, a ação penal pode ser sempre exercitada, não havendo que se falar emprescrição da ação penal, como faz erroneamente o CPM ao se referir à extinção da pre- tensão punitiva pelo decurso do tempo (art. 125). De igual sorte, uma ação penal declarada nula não altera a pretensão punitiva (direito de punir do Estado) que poderá ser exercido por meio de uma nova ação. Ação penal pública incondicionada (art. 129, I, da CRFB, art. 121 do CPM e art. 29 do CPPM) Como regra geral, a ação penal militar é pública e incondicionada, ou seja, é promovida privativamente pelo Ministério Público (princípio da oficialida- de), que a exerce na qualidade de titular da ação penal (dominus litis). Para que o Ministério Público ofereça a peça exordial acusatória (denún- cia) basta que se apresentem provas de fato que, em tese, constitua crime (materialidade ou elemento objetivo do delito) e indícios de autoria (elemento subjetivo do delito), consoante o disposto no artigo 30 do CPPM. Note-se que não se trata de faculdade ou discricionariedade, mas ver- dadeiro poder-dever de agir imposto ao Ministério Público, decorrente do princípio da obrigatoriedade ou legalidade (art. 30, 1.ª parte). Deve-se res- saltar que, em alguns casos, exige-a requisição de uma autoridade para que o Ministério Público possa oferecer a denúncia. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 64 Efeitos da condenação, medidas de segurança, ação penal e extinção da punibilidade Apresentada a denúncia (e eventual recurso), o Ministério Público não poderá desistir da ação penal (princípio da indisponibilidade – artigo 32 do CPPM), como desdobramento natural do princípio da obrigatoriedade. Acentue-se que, após a denúncia, o pedido de absolvição do acusado for- mulado pelo Ministério Público (parágrafo único do art. 54 do CPPM) não importa em desistência da ação penal. Outro princípio decorrente da lógica do princípio da obrigatoriedade impõe que a denúncia formulada em desfavor de qualquer dos autores do crime obrigará ao processo todos os envolvidos (princípio da indivisibilida- de), salvo os impedimentos legais expressamente previstos. Ação penal pública condicionada à requisição (art. 122) No Direito Penal castrense, a ação penal pública, em alguns casos, está condicionada à requisição das seguintes autoridades: Ministro Militar da Força a que o agente estiver subordinado (que cor- � responde aos comandantes de Força: Marinha, Exército e Aeronáutica, de acordo com a LC 97/99) – nos crimes previstos nos artigos 136 a 141 e o agente for militar. Ministro da Justiça – nos crimes previstos nos art � igos 136 a 141 e o agente for civil. Presidente da República – em qualquer crime militar praticado em � tempo de guerra pelo Comandante do Teatro de Operações. A requisição, espécie de ato administrativo, não vincula o Ministério Públi- co, que fará a análise jurídica dos fatos e apresentará suas razões de convic- ção, ofertando eventual denúncia ou requerendo o arquivamento do feito. Todavia, sem a requisição não pode o Ministério Público ofertar a exordial acusatória nem tampouco o juiz recebê-la, pois a requisição revela-se verda- deira condição de procedibilidade ou de punibilidade, como preferem outros. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Efeitos da condenação, medidas de segurança, ação penal e extinção da punibilidade 65 Ação penal privada subsidiária da pública condicionada à requisição (art. 5.º, LIX, da CRFB) O CPM e o CPPM não contemplam a ação penal pública condicionada à representação, nem a ação penal privada (em suas várias espécies). Porém, em decorrência do disposto no artigo 5.º, LIX, da CRFB – “será ad- mitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal” – tal espécie de ação tem sido admitida no âmbito Direito Penal e Processual Penal Militar. O prazo a que se refere a Constituição Federal é o previsto no artigo 79 do CPPM, qual seja, 15 (quinze) dias para o oferecimento da denúncia, podendo ser prorrogado ao dobro e, em casos excepcionais, ao triplo. No caso de réu preso, o prazo de 05 (cinco) dias, improrrogáveis. A finalidade dessa autêntica forma de substituição processual, em que o particular substitui-se ao membro do Ministério Público, é impedir os males defluentes da desídia e da relapsia do Parquet. Assevera Romeiro5 que, enquanto não houver regulação desse instituto no âmbito do Direito Militar, a ação penal privada subsidiária será exercida nos termos do artigo 29 do Código de Processo Penal comum, por analogia (art. 3.º, letra “a”, do CPPM), diploma que recomendamos o estudo. Extinção da punibilidade A extinção da punibilidade é o desaparecimento, renúncia, abdicação que o Estado faz de seu próprio direito de punir (pretensão punitiva ou pre- tensão executória), em decorrência de certas contingências ou por motivo de conveniência ou política criminal. Em síntese, a extinção da punibilidade elide (impossibilita) a imposição (pretensão punitiva) de pena cominada na lei para determinado fato crimi- noso ou a execução da pena (pretensão executória) que a ele foi imposta. 5 Op. cit., p. 265-266. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 66 Efeitos da condenação, medidas de segurança, ação penal e extinção da punibilidade A extinção da punibilidade deverá ser reconhecida e declarada em qual- quer fase do processo, por iniciativa da autoridade judiciária ou a requeri- mento de qualquer das partes, ouvido sempre o Ministério Público, salvo se deste for proveniente o pedido (art. 81 do CPPM). Contudo, ainda que reconhecida a extinção da punibilidade, a imputação fática persiste como ilícito penal, gerando efeitos civis e criminais, em algu- mas situações, como a possibilidade de reincidência e a obrigação de reparar os danos causados. Causas de extinção da punibilidade (art. 123) No CPM a punibilidade extingue-se: I - pela morte do agente; II - pela anis- tia ou indulto; III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; IV - pela prescrição; V - pela reabilitação; e VI - pelo ressarci- mento do dano, no peculato culposo (art. 303, §4.º). Note-se que as causas de extinção da punibilidade previstas no CPM são distintas das contidas no CP (art. 107). Além das mencionadas causas genéricas (não taxativas), existem outras causas extintivas da punibilidade previstas na parte especial do CPM: a) re- tratação, nos casos do falso testemunho ou perícia (art. 346, §2.º); e b) perdão judicial, na receptação culposa (art. 255, parágrafo único). Interessante é a regra de que a extinção da punibilidade de crime, que é pressuposto (v.g., a receptação), elemento constitutivo ou circunstância agra- vante de outro (v.g., os crimes complexos – roubo e estupro), não se estende a este. Romeiro6 apresenta os seguintes exemplos: no primeiro caso, o crime contra o patrimônio (furto, apropriação indébita) é pressuposto do delito de receptação; no segundo caso, temos o roubo (constituído pelo furto e pelo constrangimento ilegal) e o furto (art. 240, §6.º) praticado com destruição de obstáculo à subtração da coisa (circunstância agravante, qualificativa do furto, que configura isoladamente o delito de dano – art. 259). A morte do agente (art. 123, I) – Sendo personalíssima a responsabilida- de penal, não podendo a pena passar da pessoa do autor do injusto (art. 5.º, XLV, 1.ª parte, da CRFB), a morte do agente impossibilita o Estado de exercer o jus puniendi, em cotejamento ao princípio geral de direito de que a morte tudo resolve (mors omni solvit). 6 Op. cit. p. 280-281. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Efeitos da condenação, medidas de segurança,ação penal e extinção da punibilidade 67 Para o reconhecimento da morte (e extinção da punibilidade) a lei penal (comum e militar) exige a apresentação da certidão de óbito (art. 81 do CPPM). Contudo, a extinção da punibilidade pela morte de um dos coauto- res não se estende ao demais. A anistia (art. 123, II, 1.ª parte) – É a declaração do poder público de que determinados fatos se tornam impuníveis por motivo de utilidade social, portanto, tal instituto visa diretamente fatos e não pessoas. Portanto, atinge fatos ainda sob investigação, em instrução criminal e os pendentes de trân- sito em julgado. A anistia (esquecimento) só é concedida por meio de lei editada pelo Con- gresso Nacional, possuindo efeito ex tunc, ou seja, apaga o crime e todos os efeitos penais da sentença (incluindo a reincidência – art. 71, §2.º), entretan- to não atinge os efeitos civis (v.g., a obrigação de repara o dano). O artigo 5.º, XLIII, da CRFB veda expressamente a concessão de anistia ou graça aos crimes de tortura, tráfico de entorpecente e drogas afins, terroris- mo e os definidos como crimes hediondos. Atualmente, dos crimes militares apenas o crime de tráfico de substância entorpecente (art. 290) enquadra-se nessa vedação constitucional. O indulto (art. 123, II, 2.ª parte) – O indulto pode ser coletivo (indulto pro- priamente dito) ou individual (graça). Ambos constituem forma de perdão da pena concedido privativamente pelo Presidente da República. O indulto e a graça (indulto individual) elidem somente a pena, enquanto os efeitos penais (secundários e acessórios) e civis permanecem. Não se deve confundir o indulto e graça com a comutação de pena, medida que também é rotineiramente adotada pelo Presidente da República no De- creto Natalino. Portanto, basta ter em conta que o indulto (e a graça) extin- gue a pena, enquanto na comutação há uma substituição de uma pena por outra mais branda ou dispensa do cumprimento de uma parcela da sanção cominada. A retroatividade da lei que não mais considera o fato como criminoso ou abolitio criminis (art. 123, III) – consoante estudado na aula n.º 1, trata-se de lei nova deixando de considerar determinada conduta como crime. Nesse caso, ocorre o fenômeno da retroatividade da lei penal mais benéfi- ca, não subsistindo nenhum efeito penal, mas apenas as consequências civis. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 68 Efeitos da condenação, medidas de segurança, ação penal e extinção da punibilidade A prescrição (art. 123, inc. IV) – É a perda da pretensão punitiva ou executó- ria do Estado pelo não exercício destas em determinado lapso temporal, uma vez que a lei fixa prazos, dentro dos quais o Estado pode-deve exercer o direito de aplicar a pena (jus puniendi) ou o direito de executá-la (jus punitionis). Ultrapassados tais prazos, a prescrição faz desaparecer a punibilidade, ou seja, extingue a punibilidade do fato. Para saber qual o prazo de prescrição da pretensão punitiva e executória, devemos verificar os limites temporais fixados no artigo 125 do Código Penal Militar, verbis: Art. 125. A prescrição da ação penal, alvo o disposto no §1.º deste artigo, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: I - em trinta anos, se a pena é de morte; II - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; III - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito e não excede a doze; IV - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro e não excede a oito; V - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois e não excede a quatro; VI - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; VII - em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano. A prescrição da pretensão punitiva se traduz pela perda do Estado (poder Judiciário) julgar uma ação penal e aplicar a sanção ao caso em concreto. Essa modalidade de prescrição verifica-se em período anterior ao trânsito em julgado da sentença condenatória. Para identificar qual o prazo da prescrição da pretensão punitiva, deve- mos verificar o limite da pena em abstrato prevista no preceito secundário (sancionador) do tipo penal e enquadrá-lo num dos incisos do mencionado artigo 125. Os marcos do início, término e interrupção da prescrição são relevantes para a determinação do lapso temporal necessário à verificação dessa mo- dalidade de extinção da punibilidade. Assim, a “prescrição da ação penal”, no dizer do CPM, ao se referir à prescrição da pretensão punitiva, começa a correr (artigo 125, §2.º): como regra geral, do dia em que o crime se consumou; � no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; � nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; � nos crimes de falsidade, da data em que o fato se tornou conhecido. � As causas de interrupção (art. 125, §5.º), ou seja, de nova contagem do lapso temporal para a ocorrência da prescrição da pretensão punitiva Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Efeitos da condenação, medidas de segurança, ação penal e extinção da punibilidade 69 (art. 128) são: a) a instauração do processo (recebimento da denúncia; e b) a prolação de sentença condenatória recorrível. A interrupção da prescrição produz efeito relativamente a todos os auto- res do crime; e nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, a interrupção relativa a qualquer deles estende-se aos demais. Prescrição da pretensão punitiva pela pena em concreto – De acordo com o disposto no artigo 125, §1.º, do CPM, a prescrição da pretensão pu- nitiva passa a regular-se pela pena em concreto quando há a prolação de sentença condenatória e desta somente o réu tenha recorrido. Como dito, em tal circunstância, a prescrição da pretensão punitiva passa a regular-se pela pena (em concreto) fixada na sentença condenatória, admi- tindo-se duas formas de prescrição (da pretensão punitiva) pela pena em con- creto: a intercorrente e a retroativa. Portanto, são requisitos dessas 02 (duas) espécies de prescrição: sentença condenatória e recurso somente do réu. Prescrição retroativa (art. 125, §1.º) – Opera-se pelo prazo correspon- dente à pena em concreto fixada na sentença condenatória (art. 125, caput, I a VII), entre os seguintes polos temporais: a data do termo inicial do delito (art. 125, §2.º) e a do recebimento da denúncia (art. 125, §5.º, I); ou entre esta e a da sentença condenatória recorrível (art. 125, §5.º, II). Em tais hipóteses, em que o prazo prescricional age retroativamente, ou seja, entre a data da prolação da sentença condenatória e as últimas (ante- riores) mencionadas causas interruptivas do curso da prescrição. Exemplo: um militar da ativa (contando com 20 anos de idade) é con- denado à pena de 03 (três) meses de detenção pelo crime de desrespeito a superior (art. 160). Como dessa decisão somente houve recurso da defesa, a prescrição da pretensão punitiva passa a regular-se pela pena em concreto (art. 125, §1.º). Ocorre que a prescrição da pretensão punitiva para a pena aplicada (06 meses) se efetivará (nos termos do art. 125, caput, VII) em 02 (dois) anos – lapso de tempo já decorrido entre a última causa de interrup- ção da prescrição, que foi o recebimento da denúncia, e a sentença conde- natória recorrível (art. 125, §5.º). Prescrição intercorrente superveniente ou subsequente (art. 125, §1.º) – opera-se para o futuro, ou seja, entre a data da sentença condenatória re- corrível (art. 125, §5.º, II) e o acórdão determinado pelo recurso, levando em conta a pena imposta (art. 125, §1.º). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 70 Efeitos da condenação, medidas de segurança,ação penal e extinção da punibilidade Exemplo: um militar (ou civil), condenado à pena de 06 (seis) meses de detenção, interpõe recurso de apelação, sem que houvesse recurso da acu- sação. Passados mais de 02 (dois) anos, o recurso da defesa é apreciado na 2.ª instância: caso não seja absolvido, deverá ser declarada extinta a punibilida- de pela prescrição da pretensão punitiva. A prescrição da pretensão executória da pena ou da medida de se- gurança que a substitui (art. 126) – traduz-se na perda de o Estado (poder Judiciário) executar o efetivo cumprimento da sanção (pena em concreto) imposta na sentença condenatória transitada em julgado, em decorrência de determinado lapso temporal. Portanto, o trânsito em julgado da sentença condenatória é conditio sine qua non para a ocorrência da extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão executória, que levará em conta o lapso temporal correspondente à pena em concreto fixada na sentença. Começa a correr a prescrição pretensão executória: a) do dia em que passa em julgado a sentença condenatória ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional; e b) do dia em que se in- terrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar- -se na pena. Redução do prazo prescricional (art. 129) – São reduzidos de metade o prazo da prescrição, quando o criminoso era ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos ou maior de 70 (setenta). Notes-se que em ambos os casos, tal aferição dá-se “ao tempo do crime”. Regras especiais – há alguns delitos e penas que recebem especial tra- tamento no CPM: para as penas de reforma ou de suspensão do exercício do posto, gra- � duação, cargo ou função, a prescrição opera-se no prazo de 04 (quatro) anos – art. 127; a execução das penas acessórias são imprescritíveis – art � igo 130, po- dendo ocorrer a prescrição da pretensão punitiva dessas penas; no crime de insubmissão, a prescrição começa a correr do dia em que � o insubmisso atinge a idade de 30 (trinta anos) – artigo 131; e Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Efeitos da condenação, medidas de segurança, ação penal e extinção da punibilidade 71 no crime de deserção, embora decorrido o prazo da prescrição (pre- � tensão punitiva), esta só extingue a punibilidade quando o desertor atinge a idade de 45 (quarenta e cinco) anos, e, se oficial, a de 60 (ses- senta) – artigo 132. Em relação à prescrição (pretensão punitiva) do crime de deserção, cabe ressaltar que a regra especial contida no artigo 132 aplica-se ao trânsfuga, militar que ainda se encontra ausente da Organização Militar. A partir do mo- mento em que o desertor apresenta-se no quartel ou é capturado, a prescri- ção passa a regular-se pela regra geral contida no artigo 125. A reabilitação (art. 123, V) – Diversamente do CPB, que prevê a reabilita- ção como instituto autônomo, no CPM a reabilitação permanece como causa extintiva da punibilidade, que poderá ser requerida após 05 (cinco) anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena principal ou terminar a execução desta ou da medida de segurança aplicada em substituição (art. 113), ou do dia em que terminar o prazo da suspensão condicional da pena ou do livramento condicional, desde que o condenado satisfaça as condi- ções estabelecidas no artigo 134. Jorge César de Assis7 assevera que, no direito penal militar, a reabilitação criminal assume vital importância, principalmente em seu aspecto moral. Ser reabilitado na vida militar significa estar quite com a justiça e com a cor- poração; ter cumprido integralmente as condições da sentença que lhe foi desfavorável, dando demonstração efetiva e constante de bom comporta- mento público e privado, enfim, ter sido reconhecido e poder seguir sua vida pessoal e profissional normalmente. O ressarcimento do dano, no peculato culposo (art. 303, §4.º), como última causa de extinção da punibilidade prevista no artigo 123 (inc. VI), revela- se como verdadeiro incitamento à reparação do dano com lucro para o Estado e, concomitantemente, benefício do criminoso que contri- buiu culposamente para o delito, sem obter qualquer vantagem com tal falta de cuidado. O ressarcimento somente extingue a punibilidade se o agente reparar o dano antes da sentença transitada em julgado; se lhe for posterior, reduz de metade a pena imposta. 7 Comentários ao Código Penal Militar: parte geral. 5. ed. Curitiba: Juruá, 2004, p. 260. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 72 Efeitos da condenação, medidas de segurança, ação penal e extinção da punibilidade Dicas de estudo Compreender o conceito e as hipóteses de incidência dos efeitos da � condenação no âmbito do Direito Militar, distinguindo-os das penas acessórias. Distinguir as medidas de segurança (pessoais e não pessoais) previstas � no Código Penal Militar das contidas no Código Penal comum. Pesquisar na jurisprudência do Superior Tribunal Militar as hipóteses � de concessão de tratamento ambulatorial ao inimputável e semi- -imputável. A partir da leitura do art � igo 5.º, LIX, da Constituição Federal, artigos 121 e 122, do Código Penal Militar, e artigo 95, parágrafo único, da Lei 8.457/92, identificar quais são as modalidades de ação penal previstas no âmbito da Justiça Militar da União. Identificar quais são as modalidades de extinção da punibilidade pre- � vistas na parte geral e especial do Código Penal Militar, com ênfase nas regras especiais previstas para os delitos de deserção e insubmissão. Referências ABREU, Jorge Luiz Nogueira de. Direito Administrativo Militar. São Paulo: Método, 2010. ASSIS, Jorge César. Comentários ao Código Penal Militar. (Parte geral). v. 1. 5. ed. Curitiba: Juruá Editora, 2004. ______ . Comentários ao Código Penal Militar. (Parte especial). v. 2. 3. ed. Curiti- ba: Juruá Editora, 2004. ______ . Direito Militar: aspectos penais, processuais penais e administrativos. 2. ed. Curitiba: Juruá, 2007. DA COSTA, Álvaro Mayrink. Crime Militar. 2. ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2005. FIGUEIREDO, Telma Angélica. Excludentes de Ilicitude no Direito Penal Militar. São Paulo: Lúmen Júris, 2005. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Efeitos da condenação, medidas de segurança, ação penal e extinção da punibilidade 73 KOERNER Jr., Rolf. Obediência Hierárquica. Belo Horizonte: Del Rey, 2003. LOBÃO, Célio. Direito Penal Militar. Brasília: Brasília Jurídica, 1999. NEVES, Cícero Robson Coimbra; STREIFINGER, Marcello. Apontamentos de Direi- to Penal Militar. (Parte geral). v. 1. São Paulo: Saraiva, 2005. ______ . Apontamentos de Direito Penal Militar. (Parte especial). v. 2. São Paulo: Saraiva, 2007. NUCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. (Parte geral e Parte espe- cial). 4. ed. 2. tir. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008. PORTO, Mario André da Silva. Direito Penal Militar. Rio de Janeiro: Fundação Trompowski, 2008. ROMEIRO, Jorge Alberto. Curso de Direito Penal Militar. (Parte geral). São Paulo: Saraiva, 1994. ROTH, João Ronaldo. Temas de Direito Militar. São Paulo: Suprema Cultura, 2004. SANTOS, Juarez Cirino dos. Direito Penal. (Parte geral). 2. ed. Curitiba: ICPC; Lúmen Júris, 2007. SARAIVA, Alexandre José de Barros Leal. Comentários à Parte Geral do Código Penal Militar. Fortaleza: ABC editora, 2007. ______ . Crimes Contra a Administração Militar. Belo Horizonte: Del Rey, 2000. ______ . Crimes Militares. Fortaleza: Relevo Gráfica e Editora Ltda., 2010. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A.,mais informações www.iesde.com.br
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