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APOSTILA BASES DA SAÚDE COLETIVA[1]

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APOSTILA 1 - BASES DA SAÚDE COLETIVA
PROF. ESP. CARLOS CESAR CUSTÓDIO
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA.
O QUE É SAÚDE? Segundo o conceito de 1947 da Organização Mundial da Saúde (OMS), com ampla divulgação e conhecimento em nossa área, a saúde é definida como: “Um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade.”
CONCEITO DE SAÚDE DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDEA “Organização  Mundial de Saúde” (OMS) define a saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afeções e enfermidades”.
A saúde passou, então, a ser mais um valor da comunidade que do indivíduo. É um direito fundamental da pessoa humana, que deve ser assegurado sem distinção  de raça, de religião, ideologia política ou condição  sócio-econômica. A saúde é, portanto, um valor coletivo, um bem de todos, devendo cada um gozá-la individualmente, sem prejuízo de outrem e, solidariamente, com todos.
No passado (1960), a saúde era a perfeição  morfológica, acompanhada da harmonia funcional, da integridade dos órgãos e aparelhos, do bom desempenho das funções vitais; era o vigor físico e o equilíbrio mental, apenas considerados em termos do indivíduo e ao nível da pessoa humana. Hoje, ela passou a ser considerada sob outro plano ou dimensão; saiu do indivíduo para ser vista, também, em relação  do indivíduo com o trabalho e com a comunidade.
ATTIGO Nº 196 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
CONCEITO AMPLIADO DE SAÚDE ( 8ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE DE 1986) Durante muito tempo, predominou o entendimento de que saúde era sinônimo de ausência de doenças físicas e mentais. Nesse sentido, os serviços de saúde privilegiaram na sua organização a atenção médica curativa. 
 A Organização Mundial de Saúde define que "saúde é o completo bem-estar físico, mental e social e não a simples ausência de doença". Essa definição aponta para a complexidade do tema, e a reflexão mais aprofundada sobre seu significado nos leva a considerar a necessidade de ações intersetoriais e interdisciplinares no sentido de criar condições de vida saudáveis. 
Atualmente, é senso comum entre a população e os militantes desse setor que o processo saúde-doença é um processo social caracterizado pelas relações dos homens com a natureza (meio ambiente, espaço, território) e com outros homens (através do trabalho e das relações sociais, culturais e políticas) num determinado espaço geográfico e num determinado tempo histórico (1). A garantia à saúde transcende, portanto, a esfera das atividades clínico-assistenciais, suscitando a necessidade de um novo paradigma que dê conta da abrangência do processo saúde-doença. Nesse sentido, a promoção à saúde aglutina o consenso político em todo o mundo e em diferentes sociedades como paradigma válido e alternativo aos enormes problemas de saúde e do sistema de saúde dos países (2). 
 A carta de intenções da Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada em Ottawa, Canadá, em 1986, denominada Carta de Ottawa, assim define a promoção à saúde: 
"...o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo maior participação no controle desse processo. Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social, os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente... Assim, a promoção à saúde não é responsabilidade exclusiva do setor da saúde, e vai para além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global."
DETERMINAÇÃO SOCIAL DA SAÚDE
 Importante analisar o conceito de que as condições de vida e trabalho dos indivíduos e grupos da população estão relacionados com sua situação de saúde. (Buss e Pellegrini Filho, 2007). Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), estabelecida em 2006, os DSS são: “os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população”. (BUSS; PELLEGRINI FILHO, 2007). 
As relações entre determinantes sociais e saúde consistem em estabelecer uma hierarquia de determinações entre fatores mais distais, sociais, econômicos e políticos e mais proximais relacionados diretamente ao modo de vida, sendo distintos os fatores que afetam a situação de saúde de grupos e de pessoas. Segundo relatório da CNDSS (2008) a análise da situação de saúde compreende os seguintes itens:
“- Situação e tendências da evolução demográfica, social e econômica do país: traça um panorama geral de referência para a análise da situação de saúde, descrevendo a evolução destes macrodeterminantes, particularmente nas últimas quatro décadas. Inclui dados sobre crescimento populacional, fecundidade, mortalidade, migrações, urbanização, estrutura do mercado de trabalho, distribuição de renda e educação; - A estratificação socioeconômica e a saúde: apresenta a situação atual e tendências da situação de saúde no país, destacando as desigualdades de saúde segundo variáveis de estratificação socioeconômica, como renda, escolaridade, gênero e local de moradia; - Condições de vida, ambiente e trabalho: apresenta as relações entre situação de saúde e condições de vida, ambiente e trabalho, com ênfase nas relações entre saneamento, alimentação, habitação, ambiente de trabalho, poluição, acesso à informação e serviços de saúde e seu impacto nas condições de saúde dos diversos grupos da população. - Redes sociais, comunitárias e saúde: inclui evidências sobre a organização comunitária e redes de solidariedade e apoio para a melhoria da situação de saúde, destacando particularmente o grau de desenvolvimento dessas redes nos grupos sociais mais desfavorecidos; - Comportamentos, estilos de vida e saúde: inclui evidências existentes no Brasil sobre condutas de risco como hábito de fumar, alcoolismo, sedentarismo, dieta inadequada, entre outros, segundo os diferentes estratos socioeconômicos da população. 
 Saúde materno-infantil e saúde indígena: por sua importância social e por apresentarem necessidades específicas de políticas públicas, são dedicadas seções especiais sobre saúde materno-infantil e saúde indígena.” Vários modelos foram propostos para estudar os determinantes sociais e a trama de relações entre os diversos fatores estudados através desses diversos enfoques. Um adotado pela CNDSS é o modelo de Dahlgren e Whitehead que inclui os DSS dispostos em diferentes camadas, desde uma camada mais próxima dos determinantes individuais até uma camada distal, onde se situam os macrodeterminantes. Os indivíduos estão na base do modelo, com suas características individuais de idade, sexo e fatores genéticos. Na camada imediatamente externa aparecem o comportamento e os estilos de vida individuais. A camada seguinte destaca a influência das redes comunitárias e de apoio. No próximo nível estão representados os fatores relacionados a condições de vida e de trabalho, disponibilidade de alimentos e acesso a ambientes e serviços essenciais, como saúde e educação. Finalmente, no últimonível estão situados os macrodeterminantes relacionados às condições econômicas, culturais e ambientais da sociedade e que possuem grande influência sobre as demais camadas. (BRASIL, 2008).
QUAIS SÃO OS PRINCIPIOS DOUTRINARIOS DO SUS:
Os princípios doutrinários são:
Universalidade – O Sus é universal, ou seja, todos tem direito ao SUS não importando classe social, cor da pele se brasileiro ou estrangeiro.
Integralidade – O ser humano é um ser composto por várias dimensões interligadas e em equilíbrio: fatores biológicos, mentais e sociais. O SUS deverá fornecer ações de recuperação, mas principalmente de ações de prevenção: Promoção e Proteção.
As ações de Promoção de Saúde são ações que visam dar condições ao próprio paciente de cuidar de sua saúde. Ex: Palestras sobre autocuidado, higiene oral, alimentação saudável e outras.
Ações de Proteção são aquelas que, de certa forma, buscam evitar que determinada pessoa ou grupo de pessoas venham a ficar doentes. Ex:Vigilância Sanitária, Saúde do Trabalhador, Imunização.
Equidade – A equidade é diferente de igualdade. Equidade significa tratar os desiguais com desigualdade a fim alcançar a igualdade. Em outras palavras significa dizer que, aqueles que precisam mais deverão receber maior atenção enquanto que aqueles que precisam menos deverão receber menos. Ex: Protocolo de Manchester.
 
O que é o Protocolo de Manchester?
Protocolo de Manchester é um processo de classificação de pacientes que visa otimizar o atendimento através da classificação em cores.
Em uma Unidade de Pronto Atendimento, aqueles que estão com risco iminente de morte  como no infarto agudo do miocárdio  deverão ser classificados como vermelho devendo ser atendido de imediato, enquanto aquele paciente que apresenta somente uma queixa de cefaleia sem outros sintomas associados será classificado na cor azul podendo esperar até 4 horas.
 OS PRINCIPIOS DOUTRINARIOS DO SUS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
A Universalidade vem explícito na Carta Maior em seu artigo 196 quando garante o DIREITO À SAÚDE como um direito social:
  “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação”.
A Constituição afirma que o SUS é universal ao afirmar 3 pontos:
1.Saúde como direito de todos e dever do Estado;
2. O Direito á Saúde garantido por meio de Políticas Externas.
As políticas externas vão atuar nos determinantes sociais de saúde, ou seja, atuam em outros setores como a educação, o lazer, a moradia, o saneamento básico e outros. Lembre-se que o conceito de saúde não apenas ausência de doença mas envolve todas as dimensões humanas: biopsicossociais.
3.Direito à Saúde garantido através do acesso universal e igualitário  às ações de promoção, proteção e recuperação.
Nesta última parte podemos verificar a presença dos três princípios ideológicos.  A Universalidade, equidade e a integralidade quando diz que se refere as ações de promoção, proteção e recuperação.
O conceito de igualidade evolui para a equidade na Lei Orgânica da Saúde ou Lei 8080 de 19 de setembro de 1990.
Equidade x Igualdade
O conceito de igualdade entre os povos só poderá ser alcançado quando se trata os desiguais com desigualdade. Na área da saúde, pacientes que necessitam de uma atenção mais qualificada deverão ser priorizados. Um bom exemplo é o protocolo de Manchester já explicitado acima.
Outro artigo da Constituição vem tratar dos princípios doutrinários do Sus:
O artigo 198 vem explicitar os princípios doutrinários e organizacionais do SUS quando diz:
“Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I – descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II – atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III – participação da comunidade.”

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