Gov e Adm Pub Unidade V

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Unidade V_Processo Legislativo:
Introdução:
Conceito→ O processo legislativo determina como são produzidos os chamados atos normativos primários, que estão relacionados no artigo 59 da Constituição Federal.
Observação: Por qual razão as leis são tão importantes? Em razão do princípio da legalidade, a lei se tornou um importante elemento jurídico, pois somente ela pode obrigar uma pessoa a fazer ou deixar de fazer algo, mesmo que não haja sua concordância. Isso é importante, pois ela estabelece limites para as vontades pessoais em benefício da maioria das pessoas que compõem a sociedade.
Processo Legislativo Ordinário:
Fase introdutória:
Conceito: Quem pode apresentar ao Congresso Nacional um projeto de lei.
Parlamentar:
Conceito: Como se pode observar, a iniciativa pode ser parlamentar, ou seja, de integrantes do Congresso Nacional. Dessa forma, qualquer Deputado Federal ou qualquer Senador pode, isoladamente, apresentar um projeto de lei. Da mesma forma, no âmbito da iniciativa parlamentar, qualquer Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional pode também realizar essa apresentação. 
Extraparlamentar:
Estabelece também a Constituição que o projeto pode ser apresentado por órgãos e pessoas que não pertencem ao Congresso Nacional, na chamada iniciativa extraparlamentar. Dessa forma, o Chefe do Poder Executivo, os Tribunais Superiores, o Ministério Público e os cidadãos podem também apresentar esses projetos.
Existem matérias que podem integrar projeto de lei apresentado por mais de um legitimado, neste caso falamos que, para aquela determinada matéria, a iniciativa é concorrente. Porém, existem matérias que somente podem integrar projetos de lei de iniciativa de um único legitimado, neste caso falamos em iniciativa exclusiva ou privativa.
Observação: Como regra, o Presidente da República, os Deputados, Senadores, as Comissões e os cidadãos possuem iniciativa concorrente para apresentar projetos de lei sobre todas as matérias, exceto se essa matéria for da competência exclusiva de algum outro legitimado. Por outro lado, os Tribunais Superiores e o Ministério Público, em regra, possuem competência exclusiva para tratar de determinados assuntos, especificamente detalhados pela Constituição Federal.
Iniciativa Popular:
Conceito: Ela está prevista no § 2º do artigo 61 da Constituição para leis federais. Artigo 61 [...] § 2º - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
O primeiro detalhe que deve ser notado é que o cidadão isoladamente não tem legitimidade para apresentar o projeto de lei, assim, trata-se de uma iniciativa conjunta que deve contar, no mínimo, com a adesão de um por cento do eleitorado nacional. Essa adesão se faz por meio de um grande abaixo assinado. Ocorre, porém que é necessário que as assinaturas sejam recolhidas em pelo menos cinco Estados diferentes. Um Estado somente pode ser admitido se pelo menos três décimos por cento de seus eleitores participarem dessa movimentação. Se não forem colhidos em determinado Estado esse mínimo de assinaturas, esse Estado e as assinaturas colhidas nele não são admitidos no cômputo geral.
Fase constitutiva:
Conceito: Essa fase possui duas etapas, a deliberação parlamentar e a deliberação executiva.
Deliberação Parlamentar:
A primeira Casa a analisar o projeto é chamada de Casa Iniciadora e a segunda de Casa Revisora. O projeto, ao ingressar na Casa Iniciadora, será remetido para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, onde será analisado sob o enfoque de sua constitucionalidade. Se o projeto for rejeitado nessa Comissão, ele é arquivado. Se ele for aprovado, segue para a Comissão Temática referente ao seu objeto. Após o parecer da Comissão Temática, ele segue para votação no plenário. Aprovado no plenário da Casa Iniciadora, o projeto segue para a Casa Revisora, onde novamente será submetido à sua Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, às Comissões Temáticas ligadas ao seu objeto e finalmente ao plenário.
Nas deliberações realizadas nas duas Casas o projeto pode ser amplamente modificado, porém a Constituição estabelece certos limites, principalmente quando há aumento de despesas. Dessa forma, encerra-se a fase da Deliberação Parlamentar. O projeto, após ser aprovado nas duas Casas do Congresso Nacional, segue para o Presidente da República, ou seja, inicia-se a segunda parte da Fase Constitutiva, com a chamada deliberação executiva.
Observação: Um detalhe importante é que o Regimento Interno da Câmara ou do Senado pode determinar que em certos projetos de lei pode ser dispensada a votação no plenário, porém é ressalvada a possibilidade de um décimo dos integrantes da Casa recorrerem dessa situação, forçando a votação pelo plenário.
Deliberação Executiva:
Conceito: Essa etapa se inicia com uma decisão do Presidente da República, ou seja, se ele irá sancionar ou vetar o projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional. Vamos entender como funciona o veto e como funciona a sanção, para que possamos entender seus mecanismos. A sanção representa a adesão do Presidente da República ao projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, sendo que após esse ato, não mais falaremos em projeto de lei, mas sim de lei. Ou seja, com a sanção nasce efetivamente a lei. Ela pode ser expressa, ou seja, quando o Presidente da República, sanciona, assinando o projeto. Ela pode ocorrer, também, de forma tácita, quando o Presidente da República recebe o projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e, no prazo de 15 dias úteis, não sanciona expressamente ou apresenta o seu veto.
Veto:
Em primeiro lugar, o veto pode ser total, se todo o projeto for vetado, ou parcial, se apenas uma parte dele for vetado. O veto parcial não pode ocorrer somente sobre alguma ou algumas palavras, o que era conhecido como veto de palavras. Deve incidir sobre artigos, parágrafos, incisos ou alíneas por inteiro. Não existe veto tácito, somente se admite o veto expresso e fundamentado.
 Se o Presidente da República está com um projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional por mais de 15 dias úteis, isso significa que ele sancionou tacitamente, como vimos. No veto sempre há uma supressão, nunca se pode acrescentar alguma coisa. O veto pode ser, também, classificado como político, se o Presidente da República julgar que o projeto de lei aprovado é contrário ao interesse público. A última possibilidade é a do chamado veto jurídico, em que o Presidente da República irá vetar o projeto por considerá-lo inconstitucional.
Se o veto for total, todo o projeto voltará ao Congresso Nacional para apreciação. Se ele for parcial, o Presidente irá sancionar a parte do projeto com a qual concorda e a parte vetada retorna ao Congresso.
Fase Complementar:
Conceito: Ela é composta de duas etapas: a promulgação e a publicação.
Promulgação É um ato pelo qual o Presidente da República, como regra, certifica que a lei é válida e deve ser					 executada.
 Quando o Presidente da República sanciona expressamente uma lei, em regra, ele conjuntamente 			 também a promulga, ou seja, no mesmo ato, ele faz as duas coisas.
 O Presidente da República tem 48 horas, após a sanção ou após ter sido comunicado da derrubada				 do veto pelo Congresso Nacional, para promulgar a lei.
Publicação Com a publicação, ocorre a presunção de que ela é por todos conhecida, razão pela qual, em regra,				 não se admite que alguém possa alegar o desconhecimento da lei para justificar o seu						 descumprimento.A lei pode determinar sua vigência a partir do ato de sua publicação. É bastante comum que as leis,	 normalmente no último artigo, digam que “essa lei entra em vigor na data de sua publicação”.
 
Observação: É bastante comum que a lei estabeleça o chamado vacatio legis, ou seja, um período de tempo entre a publicação da lei e a entrada em vigor. Nesse caso, normalmente, o legislador diz no último artigo que “essa lei entra em vigor seis meses após a sua publicação”, por exemplo.