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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES FACULDADE DE EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB Curso de Licenciatura em Pedagogia – modalidade EAD AVALIAÇÃO PRESENCIAL 2 – 2017.2 GABARITO Disciplina: Língua Portuguesa Instrumental Coordenadora: Helena Feres Hawad INSTRUÇÕES Esta prova é composta por um caderno de questões e por uma folha de respostas. Antes de iniciar, confira o material que você recebeu. O caderno de questões contém um texto e nove questões, no total de cinco páginas (incluindo esta página com cabeçalho e instruções). Verifique se o seu está completo. A prova deve ser feita com caneta azul ou preta. Todas as respostas devem ser apresentadas na folha de respostas. Não serão aceitas respostas escritas no caderno de questões, nem em folhas adicionais, fora do especificado no item anterior. Ao término do trabalho, entregue ao fiscal apenas a folha de respostas, após certificar-se de ter preenchido corretamente o cabeçalho. Leve com você o caderno de questões. Se quiser, você pode copiar suas respostas no caderno de questões para levar e conferir depois com o gabarito que será postado na sala de aula virtual. Rasuras, com ou sem corretor do tipo liquid paper, poderão ser toleradas, desde que não prejudiquem a legibilidade. A prova é individual, e não é permitido qualquer tipo de consulta, a pessoas ou a materiais de estudo. Releia toda a prova antes de entregar. BOM TRABALHO! O texto abaixo é a introdução de um artigo acadêmico. Após lê-lo, responda às questões que seguem. Linguagem oral e brincadeira letrada nas creches Gisela Wajskop O investimento nos três primeiros anos de vida, seja em programas educacionais ou por meio de ações pontuais junto às famílias, vem adquirindo enorme importância, na última década, em quase todos os países por meio de suas políticas governamentais. No Brasil, constata-se uma crescente valorização da criança pequena como sujeito histórico e de direitos que "[...] constrói sua identidade pessoal e coletiva quando brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura" (Brasil, 2010, p. 12). O documento legal mais recente que define as Diretrizes Nacionais Curriculares para a Educação Infantil (Brasil 2010) destaca, nessa direção, que têm se mostrado prioritárias as discussões sobre como orientar o trabalho junto às crianças de até três anos em creches, considerando, entre outros aspectos, a relevância da linguagem verbal, assim como da brincadeira de faz-de-conta no desenvolvimento da criança e na sua inclusão no mundo cultural. No entanto, o Brasil ainda enfrenta grandes desafios para implantar e implementar, na prática das creches, programas de qualidade condizentes com esses marcos legais para a educação infantil da nova democracia brasileira. Estudos recentes sobre qualidade das creches no Brasil revelam que, apesar de o Ministério da Educação ter desenvolvido orientações obrigatórias e parâmetros indutivos nacionais da qualidade da educação infantil, o trabalho pedagógico cotidiano implementado nas instituições é ainda muito empobrecido, especialmente no que se refere à leitura, à oralidade e às brincadeiras infantis. Apesar disso, sabe-se que a frequência e permanência em creche de qualidade constituem-se em fator de equidade social e "[...] esses efeitos são tão mais positivos quanto melhor a qualidade dessa educação" (Campos, 2011, p. 29). O impacto de uma creche de qualidade é mais significativo para as crianças mais pobres, pois a instituição educativa pode oferecer-lhes oportunidades de desenvolvimento cultural, social, cognitivo, afetivo e emocional, nem sempre acessíveis no interior de suas famílias de origem. Isso significa, também, que a frequência às creches pode oferecer às crianças ambientes letrados ricos em experiências de experimentação, exploração, investigação e brincadeiras que lhes possibilitem crescer e desenvolver-se de maneira criativa e protagonista. A frequência em creches e pré-escolas de qualidade contribui, também, para o sucesso nos anos iniciais da escola básica, e resultados de pesquisas reforçam a tendência de que creches de baixa qualidade não conseguem ter efeitos significativos no desempenho educacional, nem presente nem posterior, das crianças. Para Barros (2009, p. 227), "[...] poucas dimensões, mais especificamente a qualidade das atividades e a estrutura do programa, têm um impacto considerável no desenvolvimento da criança". Em recente publicação que analisou trabalhos acadêmicos sobre creches, Campos, Fullgraf e Wiggers (2006) constataram que a grande maioria desses trabalhos evidenciam problemas no âmbito da infraestrutura, dos materiais, da programação e da formação dos profissionais de educação infantil. Apontaram, também, para a necessidade de oferta de instituições de qualidade que respeitem as crianças e assegurem ambientes e experiências positivas para seu desenvolvimento. Outros trabalhos destacam a formação docente inicial precária como fator que cria dificuldades em consolidar, na prática, uma concepção de qualidade. Tais trabalhos revelam que os professores iniciantes não têm qualificação necessária para desenvolver trabalho educativo de qualidade, principalmente, com as crianças pequenas atendidas em período integral nas creches (Campos, 1999; 2003; Gatti, 2010; Kishimoto, 2005). Soma-se, à precariedade dos cursos de formação, a falta de uma definição mais clara do perfil do profissional para atuar com crianças pequenas. Em artigo que analisa dados obtidos em levantamento de pesquisas empíricas sobre a qualidade da educação infantil nas instituições brasileiras, divulgadas entre 1996 e 2003, Campos, Fullgraf e Wiggers (2006) demostram que as educadoras de creche têm dificuldade em superar as rotinas empobrecidas de cuidados com alimentação e higiene, incorporando práticas que levem ao desenvolvimento integral das crianças. Em outro trabalho, Campos et al. (2011) revelam que, na prática, a maioria das creches brasileiras ainda apresenta dificuldades em oferecer ambientes e contextos lúdicos e linguísticos significativos que possam incluir as crianças no mundo letrado, seja por meio de um trabalho mais sistemático com a oralidade ou com a leitura, seja em situações de comunicação real nas quais a linguagem é necessária. Além disso, ainda segundo essas autoras, são raras as instituições que possuem programas de qualidade que oferecem simultaneamente experiências enriquecedoras para as crianças e apoio à formação em serviço de seus profissionais para que sustentem esses mesmos programas. Considerando o panorama descrito acima, este artigo pretende apresentar parte dos resultados de uma investigação-ação em curso em 4 centros de educação infantil conveniados do município de São Paulo. Inspirada no projeto canadense desenvolvido pelo NOWPlay Project1 (Peterson et al., 2010), este artigo analisa parte dos resultados obtidos na pesquisa-ação compartilhada com os profissionais de creche envolvidos. A pesquisa foi utilizada como estratégia de formação continuada e buscou aprofundar, nas práticas docentes, a ideia da centralidade da brincadeira nas aprendizagens de crianças pequenas. Educação & Realidade. v.42 n.4 Porto Alegre. out./dez. 2017. Adaptado. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175- 62362017000401355&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt#fn3 1. (1,0) Aponte resumidamente as deficiências encontradas nas creches brasileiras, segundo o texto. O TRABALHO REALIZADO NAS CRECHESBRASILEIRAS É DEFICIENTE PRINCIPALMENTE NO QUE SE REFERE À LEITURA, À ORALIDADE E ÀS BRINCADEIRAS. OU AS CRECHES BRASILEIRAS APRESENTAM DEFICIÊNCIAS NA INFRAESTRUTURA, NOS MATERIAIS, NA PROGRAMAÇÃO E NA FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL. 2. (1,0) Explique por que, segundo o texto, uma boa creche é ainda mais importante no caso das crianças mais pobres. UMA BOA CRECHE PODE OFERECER, ÀS CRIANÇAS MAIS POBRES, OPORTUNIDADES DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL, CULTURAL, COGNITIVO E EMOCIONAL QUE ÀS VEZES NÃO EXISTEM NO ÂMBITO DA FAMÍLIA. 3. (1,0) Identifique os dois aspectos da educação infantil enfocados na pesquisa relatada no artigo. A LINGUAGEM ORAL E AS BRINCADEIRAS 4. (1,0) Indique: a. o ano do documento mais recente do governo brasileiro sobre a educação infantil; 2010 b. o parágrafo do texto que informa o objetivo do artigo. O ÚLTIMO PARÁGRAFO 5. (1,0) A frase abaixo foi extraída, com adaptações, do segundo parágrafo do texto. Apesar de o Ministério da Educação ter desenvolvido parâmetros da qualidade da educação infantil, o trabalho pedagógico cotidiano é ainda muito empobrecido. Reescreva essa frase, empregando o conectivo mas e conservando o mesmo sentido. Faça as alterações necessárias (e somente as necessárias) para conservar a mesma orientação argumentativa da frase original. O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO DESENVOLVEU PARÂMETROS DA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO INFANTIL, MAS O TRABALHO PEDAGÓGICO COTIDIANO É AINDA MUITO EMPOBRECIDO. 6. (1,5) As frases abaixo foram adaptadas a partir do resumo do artigo “Linguagem oral e brincadeira letrada nas creches”, cuja introdução se encontra acima. Reescreva as frases, empregando recursos adequados para torná-las impessoais. a. Neste artigo, discuto as relações entre a brincadeira de faz-de-conta e a aprendizagem da linguagem oral em creches. NESTE ARTIGO, DISCUTEM-SE (ou DISCUTE-SE) AS RELAÇÕES ENTRE A BRINCADEIRA DE FAZ-DE-CONTA E A APRENDIZAGEM DA LINGUAGEM ORAL EM CRECHES. OU NESTE ARTIGO, SÃO DISCUTIDAS AS RELAÇÕES ENTRE A BRINCADEIRA DE FAZ-DE-CONTA E A APRENDIZAGEM DA LINGUAGEM ORAL EM CRECHES. OU NESTE ARTIGO, FAZ-SE / DESENVOLVE-SE / APRESENTA-SE UMA DISCUSSÃO DAS RELAÇÕES ENTRE A BRINCADEIRA DE FAZ-DE-CONTA E A APRENDIZAGEM DA LINGUAGEM ORAL EM CRECHES. OU ESTE ARTIGO DISCUTE AS RELAÇÕES ENTRE A BRINCADEIRA DE FAZ-DE- CONTA E A APRENDIZAGEM DA LINGUAGEM ORAL EM CRECHES. b. Apresento resultados de pesquisa-ação em curso sobre construção de narrativas por crianças. APRESENTAM-SE (OU APRESENTA-SE) RESULTADOS DE PESQUISA-AÇÃO EM CURSO SOBRE CONSTRUÇÃO DE NARRATIVAS POR CRIANÇAS. OU SÃO APRESENTADOS RESULTADOS DE PESQUISA-AÇÃO EM CURSO SOBRE CONSTRUÇÃO DE NARRATIVAS POR CRIANÇAS. c. Concluo que a literatura infantil promove a integração entre brincar e aprender. CONCLUI-SE QUE A LITERATURA INFANTIL PROMOVE A INTEGRAÇÃO ENTRE BRINCAR E APRENDER. OU A CONCLUSÃO É QUE A LITERATURA INFANTIL PROMOVE A INTEGRAÇÃO ENTRE BRINCAR E APRENDER. 7. (1,0) Justifique o emprego das vírgulas na frase abaixo, extraída, com adaptações, do quinto parágrafo do texto. Em recente publicação que analisou trabalhos acadêmicos sobre creches, as autoras constataram que eles evidenciam problemas no âmbito da infraestrutura, dos materiais, da programação e da formação dos profissionais de educação infantil. A PRIMEIRA VÍRGULA ISOLA UM ADJUNTO ADVERBIAL ANTECIPADO. AS DUAS ÚLTIMAS SEPARAM ELEMENTOS DE UMA ENUMERAÇÃO (ITENS DE UMA LISTA, TERMOS DE MESMA FUNÇÃO SINTÁTICA). 8. (1,0) Leia a frase abaixo e faça o que se pede em seguida. O uso significativo da linguagem em contextos culturais específicos propicia aos alunos situações para que aprendam os significados e valores da cultura em que vivem. Escreva, na folha de respostas, a palavra que pode substituir o sinal em cada reescrita dessa frase, a seguir, em conformidade com a norma padrão. a. O uso significativo da linguagem em contextos culturais específicos propicia crianças situações para que aprendam os significados e valores da cultura em que vivem. ÀS ou A b. O uso significativo da linguagem em contextos culturais específicos propicia todas as crianças situações para que aprendam os significados e valores da cultura em que vivem. A 9. (1,5) Abaixo se encontram informações sobre três livros. Organize, com elas, uma lista de referências bibliográficas em conformidade com as normas usadas nos textos acadêmicos. Livro 1: Título: Aula nota 10 Autor: Doug Lemov Editora: Boa Prosa Ano: 2011 Cidade: São Paulo Livro 2: Título: Educação lúdica Autor: Paulo Nunes de Almeida Editora: Loyola Ano: 2000 Cidade: São Paulo Livro 3: Título: Repensando a leitura na escola Autor: Maurício da Silva Editora: EdUFF Ano: 2002 Cidade: São Paulo ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica. São Paulo: Loyola, 2000. LEMOV, Doug. Aula nota 10. São Paulo: Boa Prosa, 2011. SILVA, Maurício da. Repensando a leitura na escola. São Paulo: EdUFF, 2002.
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