Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES FACULDADE DE EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB Curso de Licenciatura em Pedagogia – modalidade EAD AVALIAÇÃO PRESENCIAL 1 – 2022.2 GABARITO Disciplina: Língua Portuguesa Instrumental Coordenadora: Profa. Helena Feres Hawad Aluno(a):_______________________________________________________________ Matrícula:_____________________ Polo: _________________ INSTRUÇÕES Esta prova é composta por um caderno de questões e por uma folha de respostas. Antes de iniciar, confira o material que você recebeu. O caderno de questões contém um texto e dez questões, no total de quatro páginas (incluindo esta página com cabeçalho e instruções). Verifique se o seu está completo. Cada questão vale 1,0 ponto. As questões 9 e 10 independem do texto. A prova deve ser feita com caneta azul ou preta. Todas as respostas devem ser apresentadas na folha de respostas. Não serão aceitas respostas escritas no caderno de questões, nem em folhas adicionais, fora do especificado no item anterior. Ao término do trabalho, entregue ao fiscal apenas a folha de respostas, após certificar-se de ter preenchido corretamente o cabeçalho. Leve com você o caderno de questões. Se quiser, você pode copiar suas respostas no caderno de questões e levar para conferir com o gabarito que será postado na sala de aula virtual. Rasuras, com ou sem corretor do tipo liquid paper, poderão ser toleradas, desde que não prejudiquem a legibilidade. A prova é individual, e não é permitido qualquer tipo de consulta, a pessoas ou a materiais de estudo. Releia toda a prova antes de entregar. BOM TRABALHO! O glamour da ignorância Natalia Pasternak Existe um mercado perverso que lucra em cima da desinformação. Vendedores de ilusões empurram suplementos, remédios ditos naturais, livros, DVDs, práticas sem base científica que prometem curar desde unha encravada até câncer e depressão, segredos da saúde que “eles” não querem que você saiba. Para fisgar clientes, o marketing da pseudociência usa duas iscas: medo e vaidade. A vaidade de acreditar fazer parte de um estilo de vida mais “espiritualizado” e “natural”, e o medo da morte, da doença — e do mundo moderno. O dinheiro que se ganha com isso não é nada desprezível. Reportagem recente do jornal britânico The Sunday Times estima o valor da indústria do bem-estar em 3,59 trilhões de libras (R$ 23 trilhões), o triplo do que fatura a indústria farmacêutica, em torno de 1,16 trilhão de libras. As duas linhas de marketing encontram seus consumidores, de forma geral, em dois tipos de público. O primeiro é composto de pessoas vulneráveis, assustadas, que passaram ou estão passando por momentos de vida difíceis, com elas mesmas ou entes queridos sofrendo ou sentindo-se traídos ou desenganados pelo sistema formal de saúde ou pelos próprios limites da ciência e da medicina. Afligidas pelo desespero e, não raro, pela frieza e falta de empatia de algum profissional de saúde, estas pessoas se voltam para camelôs de sonhos que, junto com o remédio inútil, vendem fórmulas mágicas e o tempo e a atenção tão escassos no sistema médico. O argumento costuma ser: “afinal, que mal tem”? O “mal” é que endossar medicina alternativa é uma aposta muito perigosa — para o indivíduo e para a sociedade. Pode atrasar diagnósticos de doenças graves, desviar pessoas de tratamentos reais, legitimar narrativas paranoicas como a do movimento antivacinas. Para resgatar as vítimas do marketing do medo e do desamparo, é importante reconhecer o direito do paciente de expressar receios e dúvidas, mas ser claro na hora de separar fato de ficção. Mas existe também o consumidor por vaidade, que se vê num plano espiritual superior porque consome bolinhas de açúcar com grife. Esse perfil, em geral, não espera ficar doente para correr atrás do terapeuta holístico: engolir placebos faz parte do estilo de vida. É o que em inglês se chama de “the healthy unwell”, ou “os saudáveis incomodados”, pessoas perfeitamente bem de saúde que esperam minimizar os incômodos inerentes à condição humana com simulacros de “terapia”. Essa turma mantém o mercado de pseudoprodutos de saúde vivo e lucrativo, fartando-se de suplementos vitamínicos desnecessários, remédios “tradicionais” feitos de partes do corpo de animais em extinção, bolinhas de açúcar, conhaquinho de conta-gotas e a água de torneira mais cara do mundo. Os consumidores que se banham nos raios do glamour da ignorância provavelmente não se importam de ser enganados ou de dar sustentação financeira e ideológica a um mercado que explora desesperados. São movidos pelo narcisismo de, mesmo tendo acesso aos melhores médicos e cientistas, preferir ignorá-los porque sua “verdade pessoal” é “mais verdadeira” do que os resultados de estudos clínicos controlados feitos por universidades e centros de pesquisa. Se eu acho que me curei de uma doença crônica da infância com bolinhas de açúcar, quem são esses cientistas para me dizer que estou errada? A única ferida insuportável é a do ego. Pode parecer inofensivo ir à lojinha de produtos naturais e comprar bolinha de açúcar para nariz entupido, floral para dor de cotovelo. Mas é esse consumo por vaidade que legitima socialmente a venda por desespero, que mantém viva a ideologia que despreza a ciência, mutila animais na África e na Ásia e mata crianças por falta de vacina. O Globo. 11/7/22. Adaptado. Disponível em https://oglobo.globo.com/blogs/a-hora-da- ciencia/post/2022/07/o-glamour-da-ignorancia.ghtml 1. Explique o que a autora chama de “glamour da ignorância”. A EXPRESSÃO SE REFERE À VAIDADE DAQUELES QUE SE ACREDITAM, DE ALGUMA FORMA, SUPERIORES POR CONSUMIR MEDICAMENTOS DITOS “NATURAIS” OU “ALTERNATIVOS”, QUE NÃO TÊM VALIDADE CIENTIFICAMENTE COMPROVADA (OU QUE SÃO SABIDAMENTE INEFICAZES, INÚTEIS, PELOS CRITÉRIOS CIENTÍFICOS). (ESSE ESTILO DE CONSUMO SERIA UM SINAL DE QUE TAIS PESSOAS SÃO MAIS ESPIRITUALIZADAS, OU DE QUE SABEM COISAS QUE OS OUTROS NÃO SABEM, SE CUIDAM MELHOR QUE OS OUTROS.) 2. Identifique “as duas linhas de marketing” mencionadas no início do terceiro parágrafo. ESSAS DUAS LINHAS SÃO O MEDO E A VAIDADE. 3. Aponte as consequências maléficas da adesão às chamadas “terapias alternativas”, de acordo com o texto. ESSA PRÁTICA É PERIGOSA PORQUE PODE ATRASAR DIAGNÓSTICOS DE DOENÇAS GRAVES, DESVIAR PESSOAS DE TRATAMENTOS REAIS, LEGITIMAR NARRATIVAS PARANOICAS COMO A DO MOVIMENTO ANTIVACINAS. 4. Transcreva do texto a frase que serve como exemplo do narcisismo de certos consumidores de supostos medicamentos naturais. “SE EU ACHO QUE ME CUREI DE UMA DOENÇA CRÔNICA DA INFÂNCIA COM BOLINHAS DE AÇÚCAR, QUEM SÃO ESSES CIENTISTAS PARA ME DIZER QUE ESTOU ERRADA?” 5. Indique a que se referem as expressões sublinhadas nos fragmentos abaixo. a. O dinheiro que se ganha com isso não é nada desprezível. (2º parágrafo) O MARKETING DA PSEUDOCIÊNCIA (ou: O COMÉRCIO DE MEDICAMENTOS INEFICAZES, ILUSÓRIOS; O COMÉRCIO DE FALSOS MEDICAMENTOS) b. Essa turma mantém o mercado de pseudoprodutos de saúde vivo e lucrativo [...] (5º parágrafo) OS CONSUMIDORES POR VAIDADE (ou: AQUELES QUE COMPRAM MEDICAMENTOS ALTERNATIVOS POR VAIDADE, POR CREREM ESTAR EM UM PLANO ESPIRITUAL SUPERIOR) 6. O fragmento abaixo foi extraído, com adaptações, do terceiro parágrafo: Afligidas pelo desespero, estas pessoas se voltam para camelôs de sonhos. Indique, na folha de respostas, um conectivo que possa substituir o sinal em cada reescrita do fragmento a seguir, expressando adequadamente a relação de sentido entre as ideias. a. Estas pessoas se voltam para camelôs de sonhos estão afligidas pelo desespero. PORQUE, POIS, UMA VEZ QUE, JÁ QUE, VISTO QUE b. Estas pessoas estãoafligidas pelo desespero, se voltam para camelôs de sonhos. POR ISSO, PORTANTO, LOGO, ENTÃO 7. Reescreva o fragmento abaixo, extraído do quarto parágrafo, substituindo a palavra sublinhada por outra que expresse a ideia de necessidade. É importante reconhecer o direito do paciente de expressar receios e dúvidas. É NECESSÁRIO / PRECISO / IMPRESCINDÍVEL / INDISPENSÁVEL RECONHECER O DIREITO DO PACIENTE DE EXPRESSAR RECEIOS E DÚVIDAS. 8. No fragmento abaixo, extraído do último parágrafo, o verbo poder é empregado para dar ideia de possibilidade. Reescreva a frase, empregando um recurso diferente para exprimir a mesma ideia. Pode parecer inofensivo ir à lojinha de produtos naturais e comprar bolinha de açúcar para nariz entupido. TALVEZ PAREÇA INOFENSIVO IR À LOJINHA DE PRODUTOS NATURAIS E COMPRAR BOLINHA DE AÇÚCAR PARA NARIZ ENTUPIDO. É POSSÍVEL QUE PAREÇA INOFENSIVO IR À LOJINHA DE PRODUTOS NATURAIS E COMPRAR BOLINHA DE AÇÚCAR PARA NARIZ ENTUPIDO. 9. O fragmento abaixo foi extraído do trabalho de um estudante. Reescreva o fragmento, eliminando a redundância. É claro que classes sociais mais altas, aquelas que têm acesso à educação, terão a condição necessária para acessar a educação de qualidade. É CLARO QUE CLASSES SOCIAIS MAIS ALTAS TERÃO A CONDIÇÃO NECESSÁRIA PARA ACESSAR A EDUCAÇÃO DE QUALIDADE. 10. No fragmento a seguir, extraído do trabalho de um estudante, a palavra “educação” foi empregada quatro vezes. Reescreva o fragmento, empregando essa palavra, no máximo, duas vezes, e conservando as mesmas informações. Tendo em vista algumas causas e consequências da desigualdade na educação, cabe ao Ministério da Educação, juntamente com os profissionais da educação, elaborar, criar medidas que tornem a educação acessível a todos. TENDO EM VISTA ALGUMAS CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DA DESIGUALDADE EDUCACIONAL, CABE AO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, JUNTAMENTE COM OS PROFISSIONAIS DA ÁREA, ELABORAR, CRIAR MEDIDAS QUE TORNEM A EDUCAÇÃO ACESSÍVEL A TODOS. TENDO EM VISTA ALGUMAS CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DA DESIGUALDADE NA EDUCAÇÃO, CABE AO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, JUNTAMENTE COM OS PROFISSIONAIS DA ÁREA, ELABORAR, CRIAR MEDIDAS QUE TORNEM A ESCOLA / A FORMAÇÃO BÁSICA ACESSÍVEL A TODOS. TENDO EM VISTA ALGUMAS CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DA DESIGUALDADE EDUCACIONAL, CABE AO MINISTÉRIO RESPONSÁVEL, JUNTAMENTE COM OS PROFISSIONAIS DA ÁREA, ELABORAR, CRIAR MEDIDAS QUE TORNEM A EDUCAÇÃO ACESSÍVEL A TODOS.
Compartilhar