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RESUMÃO DE NUTRIÇÃO Enzimas As enzimas são catalisadores biológicos com alta especificidade. É o grupo mais variado de proteínas. Praticamente todas as reações do organismo são catalisadas por enzimas. Proteínas transportadoras Podemos encontrar proteínas transportadoras nas membranas plasmáticas e intracelulares de todos os organismos. Elas transportam substâncias como glicose, aminoácidos, etc. através das membranas celulares. Também estão presentes no plasma sanguíneo, transportando íons ou moléculas específicas de um órgão para outro. A hemoglobina presente nos glóbulos vermelhos transporta gás oxigênio para os tecidos. O LDL e o HDL também são proteínas transportadoras. Proteínas estruturais As proteínas participam da arquitetura celular, conferindo formas, suporte e resistência, como é o caso da cartilagem e dos tendões, que possuem a proteína colágeno. Proteínas de defesa Os anticorpos são proteínas que atuam defendendo o corpo contra os organismos invasores, assim como de ferimentos, produzindo proteínas de coagulação sanguínea como o fibrinogênio e a trombina. Os venenos de cobras, toxinas bactérias e proteínas vegetais tóxicas também atuam na defesa desses organismos. Proteínas reguladoras Os hormônios são proteínas que regulam inúmeras atividades metabólicas. Entre eles podemos citar a insulina e o glucagon, que possuem função antagônica no metabolismo da glicose. Proteínas nutrientes ou de armazenamento Muitas proteínas são nutrientes na alimentação, como é o caso da albumina do ovo e a caseína do leite. Algumas plantas armazenam proteínas nutrientes em suas sementes para a germinação e crescimento. Proteínas de motilidade ou contráteis Algumas proteínas atuam na contração de células e produção de movimento, como é o caso da actina e da miosina, que se contraem produzindo o movimento muscular. Arquivado em: Bioquímica BOMBA DE SÓDIO E POTÁSSIO As células são as menores unidades vivas de um organismo e são basicamente formadas por membrana celular (ou membrana plasmática ou membrana citoplasmática ou plasmalema), citoplasma e material genético. Cada uma dessas estruturas tem a sua função: o citoplasma é composto por inúmeras substâncias e organelas que mantêm a vida celular; o material genético é fundamental para a passagem de características hereditárias; a membrana celular é uma película muito fina que delimita o espaço interno e é constituída por moléculas de lipídios e proteínas organizadas em duas camadas lipoproteicas. Essa dupla camada lipídica permite o isolamento parcial dos conteúdos interno e externo da célula, tornando-a uma estrutura semipermeável, permitindo a passagem de água, oxigênio, gás carbônico e íons. As características físico-químicas da membrana citoplasmática permitem a passagem de certas substâncias e não permitem a passagem de outras. Esta característica é denominada de permeabilidade seletiva. Transporte ativo e transporte passivo Foto: Reprodução A diferença de concentração das substâncias e íons dentro e fora das células é mantida via transporte passivo ou transporte ativo. O transporte passivo caracteriza-se por ser realizado sem gasto de energia, como no caso da difusão e da osmose. O transporte ativo caracteriza-se por ser realizado com gasto de energia: é o movimento de substâncias e íons contra o gradiente de concentração, ocorre sempre de um meio onde estão menos concentradas (meio hipotônico) para o meio onde estão mais concentradas (meio hipertônico). Este processo é possível graças à presença de algumas proteínas na membrana plasmática que são capazes de combinar-se com a substância (ou íon) e transportá-lo para o meio onde está mais concentrado. A proteína sofre uma mudança em sua forma para receber a substância ou íon e a energia necessária a esta mudança é proveniente da quebra da molécula de ATP (adenosina trifosfato) em ADP (adenosina difosfato) e fosfato. Um exemplo de transporte ativo é a bomba de sódio e potássio. Bomba de sódio e potássio Foto: Reprodução A concentração de sódio é maior fora da célula (meio extracelular) enquanto a de potássio é maior dentro da célula (meio intracelular) e a manutenção dessas concentrações é realizada pelas proteínas que capturam os íons sódio (Na+) no citoplasma e bombeia-os para fora das células. Fora da célula, as proteínas capturam os íons potássio (K+) e os bombeiam para dentro da célula. A bomba de sódio e potássio é a responsável pelo transporte ativo e contínuo de íons sódio e potássio e está diretamente ligada aos processos de contração muscular e condução dos impulsos nervosos, além de facilitar a penetração de aminoácidos e açúcares. A manutenção da concentração de potássio no meio intracelular é importante para a síntese de proteína e respiração e o bombeamento de sódio para fora da célula permite a manutenção do equilíbrio osmótico. Além disso, através deste transporte, ocorre a estabilidade do volume celular e a concentração de água no meio intracelular. Osmose – Compreenda esse processo Osmose é o processo físico no qual acontece um transporte entre dois meios que possuem concentrações diferentes de soluto. Saiba mais! Quando estamos nos referindo ao meio molecular, é importante entendermos como acontece, por exemplo, o transporte de sais minerais e nutrientes em meio a concentração celular, e se fomos nos referir a este assunto será impossível não citarmos a Osmose, que nada mais é do que um processo físico no qual acontece um movimento entre dois meios com concentrações diferentes de soluto, onde a água percorre um determinado trajeto passando de um meio hipotônico, onde existe uma menor concentração soluta, para um hipertônico, com maior concentração de soluta. Mecanismo osmótico experimental | Imagem: Reprodução Quando esses dois meios se concentram em um único soluto, que recebe o nome de isotônico, dizemos que o processo de osmose chegou a seu estado final. Ela não acontece apenas nas células do corpo humano, onde por sinal possui extrema importância em seu desempenho, mas também ocorre em vários outros sistemas da natureza. Fluxo osmótico Como seu funcionamento não resulta em nenhum tipo de gasto energético, onde a concentração de sais nas células acontece de maneira controlada, é normal qualifica-la como um tipo de transporte passivo, de primordial importância para o sistema. A direção do que podemos chamar de fluxo osmótico vai acontecer de acordo com a pressão que equilibrará a entrada ou saída de água entre os dois meios em questão, o que tem uma tendência a resulta na homogeneidade. Se usarmos uma célula animal como exemplo, ao imergirmos uma hemácia em uma solução hipertônica, ao ser comparada com uma concentração citoplasmática, observaremos que ela perderá água por meio da osmose, vindo respectivamente a murchar, neste caso ela se denominará hemácia crenada. Já se essa mesma hemácia for ingerida em uma solução hipotônica, seu volume será acrescido em provimento à absorção de água. Como a membrana plasmática possui um limite de elasticidade, a pressão no interior da célula irá aumentar o que pode acarretar no que chamamos de plasmólise, que é quando essa membrana não suporta o seu conteúdo e acaba por se romper. Essa membrana é responsável por proteger o metabolismo celular, e a sua permeabilidade seletiva é de extrema importância na concentração interna da célula, o que contribui no controle de substâncias como íons, por exemplo. Pressão osmótica A osmose não sofre nenhum tipo de influencia pela natureza do soluto aplicado, mas sim pelo número de partículas em questão. Se por acaso suas soluções possuírem a mesma quantidade de partículas por unidade de volume, mesmo que ambas não possuam as mesmas características, não sendo do mesmo tipo, exercem uma mesma pressão osmótica, o que definimos como isotônicos. Se houver algumas separação por membrana acontecerá um fluxo de água nos dois sentidos de maneira equivalente e proporcional. Referente a esse fluxo através dessa membrana, a água se movimenta de forma livre, sempre indo dolocal de menos concentração soluta para o que existe uma maior concentração. Quando essa pressão da água atravessa a membrana nós dizemos que está acontecendo uma pressão osmótica. Água de coco é saudável, mas não está liberada para todo mundo Os nutrientes da água de coco podem alterar as taxas de quem tem problema renal A água de coco é uma substância preciosa. Contém poucas calorias, hidrata e refresca, ainda mais no calor desse verão. Mas nem todos podem desfrutar da bebida. Pessoas com problemas renais devem evitá-la para não agravar os problemas de saúde, como a falência do orgão. “A água de coco tem nutrientes que podem prejudicar os rins. Ela tem potássio e fosfato, além de vários nutrientes que podem alterar as taxas para quem tem problema renal”, destaca a nutricionista Daniele Serrano. O potássio e o fósforo são eliminados do organismo pelos rins. No paciente renal, a eliminação dessas substâncias forçam o orgão e agravam a doença. Contudo, para a especialista, o consumo da água de coco deve levar em conta a gravidade da doença renal. “Vai depender do problema. Se a pessoa faz hemodiálise, ou se é renal conservador, que é aquele que faz o controle para não piorar a doença. Mas tem que ter orientação médica para tomar”. Hipertensos Pessoas hipertensas também devem evitar o consumo exagerado da água de coco. “São 25 miligramas de sódio para cada 20 ml de água de coco. Não é muito, mas se o hipertenso passar disso, no dia, pode causar algum problema”, diz Daniele. Quem deve evitar Problemas nos rins Gravidade Dependendo da gravidade da doença nos rins, a pessoa deve evitar ingerir a água de coco. Neste caso, deve-se ter recomendação médica para fazer o uso da bebida. Líquido Além dos nutriente que prejudicam o rins, a água de coco é um líquido. e um dos pontos do tratamento para a pessoa com problema renal é exatamente o controle da quantidade de líquido eliminada pelo orgão. Prejuízos De acordo com a gravidade da doença, principalmente para os que fazem o tratamento de hemodiálise, a água de coco pode vir a provocar falência no orgão. Hipertenso Prejuízo A água de coco contém sódio, entre os nutrientes. O excesso desse composto pode aumentar a pressão arterial em quem sofre de hipertensão arterial. Recomendado Para os hipertensos, é recomendado ingerir, no máximo, 200 ml de água de coco por dia. Acima desse valor, o líquido pode causar problemas nesta parcela da população. A Dieta Dash: Como Funciona, Cardápio e Dicas em Dieta, Tipos de Dieta Com o avanço da ciência nutricional, está cada vez melhor e mais acessível fazer o controle da pressão alta e do colesterol. Nos Estados Unidos há muito problema de hipertensão, uma vez que é um dos países líderes em obesidade e a hipertensão é um problema associado à obesidade. No entanto, a hipertensão nem sempre é causada pelo excesso de peso. Seja como for, quem sofre com a hipertensão precisa estar atento ao que come. Depois de um longo estudo, o Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue americano chegou a dieta Dash, uma sigla em inglês que significa “abordagem dietética para impedir a hipertensão”. Conheça um pouco mais sobre a dieta DASH. Publicidade Como funciona a dieta DASH Como a dieta DASH foi criada para ajudar no controle da hipertensão, tudo nela é voltado para tal meta. A perda de peso, na verdade, acontece porque a dieta baseia-se em alimentos saudáveis, porções moderadas e a inclusão de uma atividade física. Ela não é uma dieta radical, mas tem lá suas restrições. A primeira dela é o consumo de sal. Ou seja, na hora de olhar o rótulo dos alimentos, você precisa procurar a palavra “sódio”, a substância no sal responsável pelo aumento da pressão porque ele constringe (“aperta”) os vasos sanguíneos, fazendo com que o coração se esforce mais, aumentando a pressão. A segunda restrição vai para as gorduras saturadas, aquelas encontradas nas carnes vermelhas, no frango, no leite, queijo, óleos (incluindo o de coco), manteiga, banhas e gordura vegetal. Esta gordura é perigosa porque quando consumida em excesso acumula-se rapidamente nas paredes das artérias, dificultando o fluxo sanguíneo. Uma pessoa saudável pode consumir até 10% de suas calorias em gordura saturada. Um hipertenso apenas 6%. Há também um limite para o consumo de açúcar, uma vez que o açúcar é um dos agentes causadores do sobrepeso, algo muito ruim para hipertensos. No mais, a dieta DASH se assemelha a outras dietas: inclusão de bastante frutas, verduras e legumes, inclusão controlada de gorduras boas (como as encontradas no salmão, atum, nozes, castanhas) e recomenda-se a prática de uma atividade física. O que comer na dieta DASH – Cardápio A dieta DASH foi feita para uma média de 2000 calorias por dia. Isso pode parecer bastante para quem quer perder peso, mas lembre-se de que: 1) A maioria dessas calorias vêm de alimentos saudáveis que não se estocarão automaticamente como gordura; 2) Esta dieta não foi feita para a perda de peso, e sim para o controle da hipertensão; 3) Você deve incluir atividade física, o que reduz o impacto negativo das calorias. Com isto em mente, vamos às regras. Grãos De 6 a 8 porções por dia. Inclui as versões integrais de pães, massas, arroz e também o grão em si, como aveia ou cereais. Carnes magras No máximo 6 porções por dia. Lembre-se que “magras” inclui não só o tipo da carne, mas também o modo de preparar. Dê preferência a grelhados, assados sem óleos, e peixe cozido no vapor (como a dieta de proteínas). Você nunca deve comer a pele das carnes, nem mesmo a de peixes. Procure incluir peixes que tenham omêga-3, um tipo de gordura que ajuda a diminuir o colesterol ruim. Laticínios De 2 a 3 porções por dia. Leites, iogurtes, queijos são algumas opções. Dê preferência às versões com pouca ou nenhuma gordura. Em relação aos queijos, lembre-se que mesmo os queijos mais saudáveis têm um teor de sódio um pouco mais elevado. Verduras e legumes De 4 a 5 porções diárias. Dê preferência aos frescos ou congelados, uma vez que os enlatados passaram por processos de cozimento que praticamente destruíram seus nutrientes e tem um teor elevadíssimo de sódio. Use verduras e legumes não só nas refeições principais, mas em sanduíches e outros lanches. Frutas De 4 a 5 porções diárias. Dê preferência ao consumo da fruta em si ao invés do suco, uma vez que as fibras são perdidas no suco. Sempre que possível, coma a fruta com casca para se beneficiar das fibras. Evite frutas enlatadas, pois a maioria delas têm adição de açúcar. Esteja também atento a frutas que interagem com certos medicamentos para a pressão e também a frutas que tenham muito açúcar, como uvas. Publicidade Nozes, castanhas, leguminosas De 4 a 5 porções por semana. Aqui entram todo tipo de noz, feijões, ervilhas, lentilhas e similares. Estes são alimentos extremamente nutritivos, ricos em fibras, minerais e as nozes contêm gorduras boas. No entanto, são calóricos e o excesso de gorduras (mesmo as boas) pode sobrecarregar o fígado. Óleos e gorduras De 2 a 3 porções. As porções são pequenas como uma colher de chá de margarina, uma colher de sopa de azeite. Estas são as gorduras saturadas. Já as gorduras trans, encontradas em biscoitos, bolachas e outros alimentos processados, devem ser evitadas ao máximo. Doces No máximo 5 porções por semana. Dê preferência aos doces com pouca ou nenhuma gordura. Recomendo que você leia o artigo “chocolate amargo engorda ou emagrece?”. Ele irá lhe ajudar com a melhor forma de ingerir um doce sem engordar. Álcool Na dieta DASH os homens podem beber até duas porções por dia e as mulheres apenas uma. O ideal é não beber, já que bebidas alcóolicas aumentam a pressão e são calóricas. Lembre-se de respeitar a porção de cada tipo de álcool, o vinho é uma taça, mas ninguém bebe uma taça de uísque. ARTIGOS COMPLEMENTARES Cafeína A dieta DASH não faz referência à cafeína porque ainda não se tem certeza do impacto dela na pressão. O que se sabe é que elaaumenta, ao menos temporariamente, a pressão. A cafeína está presente no café, alguns chás, refrigerantes e energéticos. Vantagens da dieta DASH Desenvolvida por cientistas através de estudos teóricos e experimentações com humanos; Saudável: compõe-se de alimentos saudáveis e nutritivos; Variada: há muita opção de comida e formas de preparar; Você tem direito a guloseimas e também ao álcool, tudo em moderação. Isso ajuda você a não entrar em crise por não poder consumir nada disso; Fácil de seguir; Ensina a pessoa a se alimentar; É um estilo de vida e não algo temporário. Desvantagens da dieta DASH Feita para um grupo específico de pessoas. Se você não é hipertenso, talvez tenha necessidades diferentes e possa comer de forma mais variada ou em quantidades maiores; Não foi feita para a perda de peso, embora ela aconteça. Se seu objetivo for a perda de peso e não o controle da hipertensão, talvez seja melhor escolher outro plano alimentar. Se você é hipertenso e tem interesse em seguir essa dieta, pode conversar com seu médico a respeito dela. Revisão Geral pela Dra. Patrícia Leite - (no G+) A diferença entre carboidratos integrais e refinado Qualquer pessoa que resolve melhorar a alimentação já troca logo o pão francês, o arroz branco e as bolachas recheadas pelas versões integrais desses alimentos. Mas você sabe por que essa mudança é benéfica? Qualquer tipo de carboidrato que consumirmos, no final de sua digestão, será convertido em açúcar, que irá gerar a liberação de um hormônio chamado insulina. A insulina tem a função de recolher esse açúcar, convertendo-o em energia para as atividades necessárias, e estocando-o como gordura quando não for totalmente utilizado. Os cereais refinados, também conhecidos como carboidratos brancos ou simples, passam por um processo de refinamento em que perdem grande parte do seu teor de fibras, vitaminas e minerais. Com a retirada desses nutrientes essenciais, este alimento será digerido muito mais rapidamente, e assim, convertido em uma maior quantidade de açúcar na corrente sanguínea. Essa situação pode provocar um maior acúmulo de gordura, pois nem sempre o organismo vai precisar de todo o açúcar disponibilizado. Além disso, o fato do alimento ser digerido mais rapidamente, fará com que você sinta fome mais depressa. Já os carboidratos integrais ou complexos são os cereais em sua forma intacta, e também serão convertidos em açúcar. Porém, por serem formados por moléculas maiores e possuírem uma maior quantidade de fibras que os carboidratos refinados, eles são digeridos de forma mais lenta. Isso reduzirá a quantidade de açúcar liberada na corrente sanguínea, diminuindo a chance deste nutriente ser estocado como gordura. A lentidão no processo digestivo dos carboidratos complexos promove, ainda, uma sensação de saciedade por mais tempo. Dica elaborada pela nutricionista: Luiza Miranda Campos – CRN: 9923 Carboidrato Bom, Carboidrato Ruim – Como Tomar a Decisão Certa 20 de agosto de 2015 Fernando Alimentos, Dicas 0 Os carboidratos são altamente controversos nos dias de hoje. As orientações dietéticas sugerem que a metade das nossas calorias sejam carboidratos. Por outro lado, alguns afirmam que os carboidratos causam obesidade e diabetes tipo 2 e que a maioria das pessoas deveriam evitá-los. Há bons argumentos para ambos os lados da moeda e parece que os requisitos para o consumo de carboidrato, dependem em grande parte do organismo de cada indivíduo. Algumas pessoas sentem-se melhores comendo menos carboidratos, enquanto para outras pessoas, comer carboidratos em abundância não tem nenhum efeito adverso. Este artigo lança um olhar detalhado sobre os carboidratos, seus efeitos na saúde e como você pode fazer as escolhas certas. O que São Carboidratos? Carboidratos ou hidratos de carbono, são moléculas que possuem átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio. Na nutrição, “hidratos de carbono” refere-se a um dos três macronutrientes. Os outros dois são, proteínas e gordura. Os carboidratos da dieta podem ser divididos em três categorias principais: Açucares: Doce, carboidratos de cadeia curta encontrado nos alimentos. Exemplos são glicose, frutose, galactose e sucrose. Amidos: Cadeias longas de moléculas de glicose, são eventualmente quebradas em partículas nos sistema digestivo. Fibras: Humanos não podem digerir fibra, embora a bactéria no sistema digestivo possa usar um pouco da fibra. O principal objetivo dos carboidratos na dieta é fornecer energia. A maioria dos hidratos de carbono são quebrados ou transformados em glicose, que pode ser usado como energia. Os carboidratos também podem ser transformados em gordura (energia armazenada) para uso posterior. A fibra é uma exceção. A fibra não fornece energia diretamente, mas alimenta as bactérias amigáveis do sistema digestivo. Estas bactérias podem utilizar a fibra para produzir ácidos gordos, que algumas das nossas células podem utilizar como energia. Os álcoois de açúcar também são classificados como carboidratos, têm um gosto doce, mas geralmente não fornecem muitas calorias. Resumo: Os hidratos de carbono são um dos três macronutrientes. Os principais tipos de carboidratos dietéticos são açúcares, amidos e fibras. Carboidratos “Integrais” vs “Refinados” Nem todos os carboidratos são criados iguais. Existem muitos tipos diferentes de alimentos que contêm hidratos de carbono e que variam muito nos seus efeitos sobre a saúde. Embora os carboidratos sejam muitas vezes referidos como “simples” vs “complexo”, o termo “integral” vs “refinado”, parece fazer mais sentido. Os carboidratos integrais não são processados e contêm fibra, encontrada naturalmente nos alimentos, enquanto os carboidratos refinados foram processados e tiveram a fibra natural retirada. Exemplos de carboidratos integrais são os vegetais, frutas orgânicas, legumes, batatas e cereais integrais, que são alimentos geralmente saudáveis. Por outro lado, os carboidratos refinados incluem as bebidas adoçadas com açúcar, sucos de frutas, doces, tortas, pão branco, macarrão branco, arroz branco e outros. Numerosos estudos mostram que o consumo de carboidratos refinados está associado com problemas de saúde, como obesidade e a diabetes tipo 2. Este tipo de carboidrato tende a causar grandes picos nos níveis de açúcar do sangue, seguido de uma queda subsequente, que pode desencadear a fome e a vontade de comer mais alimentos ricos em carboidratos. Esse efeito é conhecido como “montanha-russa de açúcar no sangue”, que muitas pessoas estão familiarizadas. Normalmente, falta de nutrientes essenciais nos alimentos ricos em carboidratos refinados. Em outras palavras, eles são calorias “vazias”. Os açúcares adicionados são outra história, eles são os piores carboidratos absolutos correlacionado a todos os tipos de doenças crônicas. No entanto, não faz sentido demonizar todos os alimentos que contêm carboidratos, por causa dos efeitos sobre a saúde dos seus homólogos processados. Existem fontes de carboidratos integrais carregados com nutrientes e fibras, que não causam os mesmos picos e depressões nos níveis de açúcar do sangue. Centenas de estudos sobre os carboidratos ricos em fibras, incluem os legumes, frutas, verduras e grãos integrais, ligados à melhoria da saúde metabólica e um menor risco de doença. Resumo: Nem todos os carboidratos são criados iguais. Os carboidratos refinados estão associados com a obesidade e doenças metabólicas, mas os alimentos ricos em carboidratos integrais são muito saudáveis. Dietas de Baixo Carboidrato São Fantásticas para algumas Pessoas Nenhuma conversa sobre carboidratos está completa sem mencionar as dietas de baixo carboidrato. Estas dietas restringem os hidratos de carbono, enquanto permite a abundância de proteínas e gorduras. Mais de 23 estudos demonstram, que as dietas pobres em carboidratos são muito mais eficazes do que o padrão de dieta com “baixo teor de gordura”, que tem sido recomendada nas últimas décadas. Esses estudos mostram que as dietas de baixo carboidratocausam mais perda de peso e conduzem a uma melhoria nos diversos indicadores de saúde, incluindo o colesterol “bom” HDL, triglicerídeos sanguíneos, açúcar no sangue, pressão arterial e outros. Para as pessoas que são obesas ou têm a síndrome metabólica e / ou diabetes tipo 2, as dietas de baixo carboidrato podem ter benefícios para salvar vidas. Isso não deve ser tomado como um simples ânimo, até porque estes indicadores de saúde são atualmente os maiores problemas de saúde do mundo, responsáveis por milhões de mortes por ano. Entretanto, apenas as dietas de baixo carboidrato são úteis para a perda de peso e tratamento de problemas metabólicos. Mas, definitivamente as dietas de baixo carboidrato não são a resposta para todos. Resumo: Mais de 23 estudos mostram que as dietas de baixo carboidrato são muito eficazes para a perda de peso e para uma saúde metabólica melhor. “Carboidratos” Não são a Causa da Obesidade A restrição de carboidratos pode muitas vezes (pelo menos parcialmente) reverter a obesidade. No entanto, isso não significa que os carboidratos foram a causa da obesidade. Isto realmente é um mito e não existe nada que prove o contrário. Embora seja verdade que os açúcares adicionados e carboidratos refinados estão ligados ao aumento da obesidade, o mesmo não acontece com os carboidratos ricos em fibras. Os seres humanos começaram a comer carboidratos há milhares de anos, de uma forma ou de outra. A epidemia da obesidade começou por volta de 1980 e a epidemia de diabetes tipo 2, logo em seguida. Culpar os novos problemas de saúde com um hábito antigo, não faz sentido. Tenha em mente que muitas populações estão em excelente saúde ao comer uma dieta rica em carboidratos, como os habitantes de Okinawa, Kitavans e os comedores de arroz asiáticos. O que todos eles tinham em comum, era que eles comem alimentos reais não processados. No entanto, as populações que comem uma grande quantidade de carboidratos refinados e alimentos processados tendem a ficar doente e insalúbres. Resumo: Os seres humanos comem carboidratos desde muito antes da epidemia da obesidade e há muitos exemplos de populações, que permaneceram em excelente saúde ao comer dietas ricas em carboidratos. Carboidratos Não São “Essenciais,” Mas Muitos Alimentos Saudáveis Contêm Carboidrato Muitos praticantes da dieta de baixo carboidrato afirmam que os carboidratos não são um nutriente essencial, o que é tecnicamente verdadeiro. O corpo pode funcionar sem um único grama de carboidrato na dieta. É um mito que o cérebro precise de 130 gramas de carboidratos por dia. Quando não há ingestão de carboidrato, parte do cérebro usa cetonas para energia. Além disso, o organismo pode produzir uma pequena quantidade de glicose que o cérebro precisa para um processo chamado de gluconeogênese. Entretanto, apenas porque os carboidratos não são “essenciais” – isso não significa que eles não possam ser benéficos. Muitos alimentos com carboidratos em suas composições, são saudáveis e nutritivos, como frutas e legumes. Estes alimentos possuem compostos benéficos e fornecem uma variedade de benefícios para a saúde. Embora seja possível sobreviver numa dieta de 0 carboidrato, talvez não uma escolha ideal. Resumo: Os hidratos de carbono (carboidratos) não são um nutriente “essencial”. No entanto, muitos alimentos vegetais ricos em carboidratos são carregados com nutrientes benéficos, assim evitá-los é uma má idéia. Como Fazer as Escolhas Certas Como regra geral, os carboidratos em sua forma natural, rico em fibra são saudáveis, enquanto aqueles despojados de fibra não são. Se é um carboidrato integral, um único ingrediente, então provavelmente é um alimento saudável para a maioria das pessoas, não importando o teor de carboidratos. Com isto em mente, é possível categorizar a maioria dos carboidratos como “bom” ou “ruim” – mas tenha em mente, que estas são apenas diretrizes gerais. As coisas raramente são preto e branco em nutrição. Bons Carboidratos: Vegetais: Todos eles. Se possível, coma uma variedade todos os dias. Frutas Integrais: Maçãs, bananas, morangos, etc. Legumes: Lentilhas, feijão roxo, ervilha, etc. Nozes: Amêndoa, nozes, avelã, macadâmia, amendoim, etc. Sementes de: Chia, abóbora. Grãos Integrais: Escolha os grãos de procedência, como a aveia, quinoa, arroz marrom, etc. Tubérculos: batata, batata doces, etc. As pessoas que estão tentando restringir os carboidratos precisam ter cuidado com o os grãos integrais, legumes, tubérculos e frutas com muito açúcar. Maus Carboidratos: Bebidas Adoçadas: Coca cola, Pepsi etc. As bebidas adoçadas são uma das coisas mais insalubres a serem consumidas por alguém. Sucos de Fruta: Infelizmente, os sucos de fruta podem ter efeitos metabólicos similares às bebidas adoçadas. Pão Branco: Esses carboidratos refinados são pobres em nutrientes essenciais e ruins para a saúde metabólica. Esta conclusão vale para qualquer tipo de pão branco. Pasteis, Biscoitos e Bolos: Esses produtos tendem a possuir muito açúcar e trigo. Sorvete: A maioria de sorvetes são ricos em açúcar, embora existem exceções. Doces e Chocolates: Se você for comer um chocolate, escolha um chocolate escuro de qualidade. Batata Frita e Chips: Batata integral é saudável, mas a batata frita e o os chips de batatas não são. Resumo: Carboidratos em sua forma natural, rico em fibras, são geralmente saudáveis. Os alimentos processados como os carboidratos refinados e açúcar são extremamente insalubres. Dieta de Baixo Carboidrato é Ótimo para Alguns, Mas Existem pessoas que Funcionam Melhor com a ingestão de Muito Carboidrato Não há uma regra única para a solução de todos em nutrição. A ingestão de carboidratos depende de inúmeros fatores, tais como idade, sexo, saúde metabólica, atividade física, cultura alimentar e preferência pessoal. Se você tem muito peso a perder, ou problemas de saúde como a síndrome metabólica e / ou diabetes tipo 2, então provavelmente você seja sensível a carboidrato. Neste caso, a redução da ingestão de carboidratos pode ter benefícios e salvar vidas. Por outro lado, se você é apenas uma pessoa saudável, então provavelmente não há razão para evitar “carboidratos” – se atenha apenas aos alimentos integrais, ingredientes individuais, o máximo possível. Se você é uma pessoa naturalmente magra e / ou fisicamente ativa, então você pode funcionar muito melhor com carboidratos em abundância em sua dieta. Leite. Devemos excluí-lo da dieta? O leite é o primeiro alimento consumido pelo homem e deve ser consumido com exclusividade até os 6 meses de idade, segundo a Organização Mundial da Saúde (1). Porém, muitos acreditam que o leite deve ser só o primeiro alimento, sendo consumido durante a fase de amamentação e não devendo mais fazer parte da dieta após esta fase. A espécie humana é a única na natureza que teve a capacidade de desenvolver a pecuária, entre outras atividades para garantir sua sobrevivência. Além disto, é a espécie com o maior grau de desenvolvimento e inteligência da natureza, o que pode ser devido à diversidade de sua dieta… Estes fatos já nos levam a refletir sobre o assunto com mais cuidado. A seguir, vamos conhecer um pouco mais sobre a importância do leite e suas propriedades nutricionais, entendendo que os alimentos lácteos devem fazer parte de uma alimentação equilibrada durante toda a vida. O leite de vaca tem composição nutricional que pode variar de acordo com a raça do animal, a alimentação, o tempo de gestação, a estação do ano, os intervalos entre as ordenhas, entre outros fatores. O leite de vaca é composto, em média, por água (87,5%), gordura (3,6%), proteínas (3,6%), lactose (4,5%), sais minerais (0,8%) (2). As proteínas do leite, de alto valor biológico, contemplam um perfil aminoacídico com todos os aminoácidos essenciais, e compreendem as caseínas (80%) e as proteínas do soro (3). As caseínas, são proteínas altamente estáveis e não são facilmente alteradas pelo calor (4). As proteínas do soro do leite estimulam a síntese de proteínas sanguíneas e teciduais,uma vez que são proteínas de fácil digestão (por não sofrerem alterações conformacionais pelos ácidos estomacais) e, portanto, seus aminoácidos são rapidamente absorvidos pelo intestino delgado, o que eleva rapidamente a concentração plasmática de aminoácidos, fazendo com que estas proteínas sejam consideradas proteínas de rápida metabolização, ideal para situações de estresse metabólico (3,5). Ainda, as proteínas do soro do leite revelam atividades imunomoduladoras, antimicrobiana, antiviral, e função protetora da mucosa gástrica e do sistema cardiovascular (3). Além das proteínas, os minerais estão presentes em abundância no leite. Os mais predominantes são o cálcio, o fósforo e o magnésio. Essencial para a saúde óssea e para a regulação de processos intracelulares, o cálcio representa de 1 a 2% do peso corporal de um adulto, tamanha a sua importância (6). O consumo adequado de cálcio durante toda a vida é fundamental para a prevenção da osteoporose, doença que afeta a arquitetura dos ossos, gerando maior fragilidade óssea e fraturas. O consumo diário de leite e derivados reduz o risco de osteoporose, pois os lácteos são as principais fontes de cálcio, em quantidade e percentual de absorção. As vitaminas também estão presentes no leite, o que reforça sua importância nutricional. Lipossolúvel, a vitamina A é abundante no leite integral e em quantidades proporcionalmente menores nas versões semidesnatado e desnatado. Para as crianças o leite é a principal fonte de vitamina A, portanto deve ser considerado o teor de gordura dos produtos lácteos destinados ao consumo das crianças. Atualmente, muitos classificam a gordura do leite como vilã para a saúde cardiovascular, havendo uma crescente demanda no consumo das versões lácteas sem gordura. Contudo, desde a década de 90, a ciência vem demonstrando que o consumo do leite integral tem efeito protetor na saúde cardiovascular (7,8). Não poderíamos deixar de falar da tão em moda, lactose! O açúcar do leite é um dissacarídeo composto por glicose e galactose. A lactose fornece energia ao corpo, contribuindo para o equilíbrio orgânico e a restrição de seu consumo deve acontecer somente se houver uma intolerância diagnosticada. Falaremos mais adiante sobre este aspecto! Dito isto, é fato que o leite é um alimento com atributos nutricionais relevantes e essenciais, sendo o leite e seus derivados as principais fontes de cálcio e alimentos altamente proteicos, com proteínas de alto valor biológico. Também é fato que para aqueles com alergia a proteína do leite ou intolerância à lactose, o leite pode ser restringido da dieta como parte da terapia nutricional, sempre com orientação de um profissional. Alergia a proteína do leite e intolerância a lactose são coisas diferentes! Quando há uma reação do sistema imunológico (do tipo IgE) às frações proteicas do leite, temos o quadro de alergia à proteína do leite, havendo manifestações cutâneas e digestivas (9) e, neste caso, o consumo de leite e derivados deve ser substituído, sempre com orientação e acompanhamento de um profissional nutricionista. Já a intolerância à lactose é caracterizada pela deficiência (total ou parcial) da enzima lactase, que participa da digestão da lactose e, neste caso os sintomas são sempre digestivos, pois não houve a correta digestão de um nutriente (10). Para esta condição digestiva, que varia desde manifestações leves até as mais graves, o consumo de lácteos é permitido, sempre levando em consideração a severidade do caso, podendo a intolerância ser momentânea e, em alguns casos, revertida. É fundamental que as pessoas tenham conhecimento sobre a diferença destas condições – alergia ou intolerância – e saber que se não houverem restrições clínicas corretamente diagnosticadas, o consumo do leite não fará nenhum mal, não trará nenhum problema, pelo contrário, só trará benefícios para a saúde! Notadamente, do ponto de vista nutricional, o leite não deve ser excluído da dieta. Não se deve, por argumentos infundados e de apelo estético, excluir este grupo alimentar da dieta. Portanto, o leite e seus derivados devem continuar fazendo parte da alimentação dos humanos durante toda a vida! Discussões sobre a pecuária, a sustentabilidade do agronegócio e o impacto no meio ambiente, é uma discussão a parte! Sabido é, que do ponto de vista nutricional, a exclusão do leite e seus derivados da dieta de pessoas saudáveis, não tem fundamento. Artigo de Ana Paula Wolf Tasca Del’Arco – Nutricionista CRN-3 18223 Doutoranda pelo Dpto. Pediatria da UNIFESP; Mestre em Ciência dos Alimentos pela UNESP e Nutricionista. Sócio proprietária da Capitão Pão Consultoria em Nutrição. Atualmente é membro da Câmara Técnica do Conselho Regional de Nutricionistas 3ª região. Pesquisadora e Gerente em Saúde e Nutrição na Danone Brasil (2008-2014); Coordenadora da Força Tarefa de Alimentos Funcionais do ILSI Brasil (International Life Sciences Institute) (2008-2010). DIABETES TIPO 2: SINTOMAS, TRATAMENTOS E CAUSAS O que é Diabetes tipo 2? O diabetes tipo 2 é uma doença crônica que afeta a forma como o corpo metaboliza a glicose, principal fonte de energia do corpo. A pessoa com diabetes tipo 2 pode ter uma resistência aos efeitos da insulina - hormônio que regula a entrada de açúcar nas células - ou não produz insulina suficiente para manter um nível de glicose normal. Quando não tratado, o diabetes pode ser fatal. Causas Ao contrário das pessoas com diabetes tipo 1, as pessoas com diabetes tipo 2 produzem insulina. Entretanto, o corpo pode criar uma resistência à insulina – ou seja, ele não responde da forma como deveria à ação da insulina e não a utiliza corretamente. Também pode acontecer de o paciente com diabetes tipo 2 não produzir insulina suficiente para suprir as demandas do seu corpo. Nesse processo, a insulina insuficiente não consegue carregar todo o açúcar para dentro das células, e ele acaba se acumulando no sangue. Quando se tem diabetes tipo 2, os adipócitos (células de gordura), os miócitos (células dos músculos) e os hepatócitos (células do fígado) não respondem corretamente à insulina, e por isso o açúcar não entra nessas células, ficando na corrente sanguínea. O adipócito é a nossa célula de estoque de gordura. Quando ele é sensível a insulina, significa que ele reconhece a glicose circulante e ativa mecanismos de "poupar", ou seja, ele não retira a gordura de dentro dele para disponibiliza-la ao corpo como forma de energia. Quando o adipócito é resistente a ação da insulina, ele não reconhece a glicose circulante e entende que o organismo está com falta de energia, com isso ele libera a gordura que está no seu interior para o sangue, é por isso que o paciente com diabetes além de ter glicose alta pode também ter colesterol alto. Os hepatócitos também funcionam de forma semelhante, isto é, quando são sensíveis à ação da insulina absorvem glicose e a estocam. Quando são resistentes, eles não reconhecem a glicose alta no sangue e entendem que existe falta de glicose, liberando mais glicose para o sangue e piorando o processo. As células dos músculos também: com a insulina elas absorvem glicose para usar como energia, sem a insulina entendem que está faltando e sinalizam para o corpo a necessidade de queimar gordura para fornecer energia. Fatores de risco Qualquer pessoa pode ter diabetes tipo 2. Mas existem algumas condições que aumentam o risco: Idade acima de 45 anos Obesidade e sobrepeso Diabetes gestacional anterior Histórico familiar de diabetes tipo 2 Pré-diabetes Sedentarismo Baixos níveis de colesterol HDL Triglicerídeos elevados Hipertensão Consumo elevado de álcool. Perguntas frequentes Meu exame de glicemia está acima dos 100 mg/dl. Estou com diabetes? Não necessariamente. O exame de glicemia do jejum é o primeiro passo para investigar o diabetes e acompanhar a doença. Os valores normais da glicemia do jejum ficam entre 75 e 99 mg/dL (miligramas de glicose por decilitro de sangue). Estar um pouco acima desses valores indica apenas que o indivíduoestá com uma glicemia no jejum alterada. Isso funciona como um alerta e o médico deve seguir com a investigação solicitando um exame chamado curva glicêmica, que define se o paciente possui intolerância à glicose, diabetes ou então apenas um resultado alterado. Diabetes é contagioso? O diabetes não passa de pessoa para pessoa. O que acontece é que, em especial no tipo 1, há uma propensão genética para se ter a doença e não uma transmissão comum. Já o diabetes tipo 2 geralmente é uma consequência de maus hábitos, como sedentarismo e obesidade. Posso consumir mel, açúcar mascavo e caldo de cana? Apesar de naturais, esses alimentos tem açúcar do tipo sacarose, que interfere no diabetes. Hoje, os padrões internacionais já liberam que 10% dos carboidratos ingeridos podem ser sacarose, mas sem o controle e a compensação, os níveis de glicose podem subir e desencadear uma crise. O paciente até pode consumir, mas ele deve ter noção de que não pode abusar e compensar com equilíbrio na dieta. Insulina causa dependência química? A aplicação de insulina não promove qualquer tipo de dependência química ou psíquica. O hormônio é importante para permitir a entrada de glicose na célula, tornando-se fonte de energia. Não se trata de dependência química e sim de necessidade vital. O paciente com diabetes precisa da insulina para sobreviver, mas não é dependente químico da substância. NÃO PARE AGORA... TEM MAIS DEPOIS DESSA PUBLICIDADE ;) Sintomas Sintomas de Diabetes tipo 2 Normalmente, as pessoas com diabetes tipo 2 não apresentam sintomas no início, podendo ter a doença assintomático por muito anos.Os primeiros sintomas de diabetes tipo 2 podem ser: Infecções frequentes. Alguns exemplos são bexiga, rins, pele e infecções de pele Feridas que demoram para cicatrizar Alteração visual (visão embaçada) Formigamento nos pés e furúnculos Vontade de urinar diversas vezes Fome frequente Sede constante. Na presença desses sintomas, principalmente associado aos fatores de risco, é importante visitar um médico e fazer uma investigação para o diabetes tipo 2. NÃO PARE AGORA... TEM MAIS DEPOIS DESSA PUBLICIDADE ;) Diagnóstico e Exames Diagnóstico de Diabetes tipo 2 O diagnóstico de diabetes tipo 2 normalmente é feito usando três exames: Glicemia de jejum A glicemia de jejum é um exame que mede o nível de açúcar no seu sangue naquele momento, servindo para monitorização do tratamento do diabetes. Os valores de referência ficam entre 65 a 99 miligramas de glicose por decilitro de sangue (mg/dL). O que significam resultados anormais: Valores acima de 100 mg/dL são indicativos para prosseguir a investigação com a curva glicêmica e hemoglobina glicada Duas glicemias de jejum acima de 126 mg/dL são diagnósticas para diabetes tipo 2. Valores acima de 200 mg/dL associados aos sintomas da doença, também são considerados diagnósticos para diabetes tipo 2. Hemoglobina glicada Hemoglobina glicada (HbA1c) é a fração da hemoglobina (proteína dentro do glóbulo vermelho) que se liga a glicose. Durante o período de vida da hemácia - 90 dias em média - a hemoglobina vai incorporando glicose, em função da concentração deste açúcar no sangue. Se as taxas de glicose estiverem altas durante todo esse período ou sofrer aumentos ocasionais, haverá necessariamente um aumento nos níveis de hemoglobina glicada. Dessa forma, o exame de hemoglobina glicada consegue mostrar uma média das concentrações de hemoglobina em nosso sangue nos últimos meses. Os valores da hemoglobina glicada irão indicar se você está ou não com hiperglicemia, iniciando uma investigação para o diabetes tipo 2. Valores normais da hemoglobina glicada: Para as pessoas sadias: entre 4,5% e 5,7% Meta para pacientes já diagnosticados com diabetes: abaixo de 7% Anormal próximo do limite: 5,8% e 6,4% Consistente para diabetes: maior ou igual a 6,5%. Curva glicêmica O exame de curva glicêmica simplificada mede a velocidade com que seu corpo absorve a glicose após a ingestão. O paciente ingere 75g de glicose e é feita a medida das quantidades da substância em seu sangue após duas horas da ingestão. No Brasil é usado para o diagnóstico o exame da curva glicêmica simplificada, que mede no tempo zero e após 120 minutos. Os valores de referência são: Em jejum: abaixo de 100mg/dl Após 2 horas: 140mg/dl Curva glicêmica maior que 200 mg/dl após duas horas da ingestão de 75g de glicose é diagnóstico para diabetes. A Sociedade Brasileira de Diabetes recomenda como critério de diagnóstico de diabetes tipo 2 as seguintes condições: Hemoglobina glicada maior que 6,5% confirmada em outra ocasião (dois testes alterados) Uma dosagem de hemoglobina glicada associada a glicemia de jejum maior que 200 mg/dl na presença de sintomas de diabetes Sintomas de urina e sede intensas, perda de peso apesar de ingestão alimentar, com glicemia fora do jejum maior que 200mg/dl Glicemia de jejum maior ou igual a 126 mg/dl em pelo menos duas amostras em dias diferentes Glicemia maior que 200 mg/dl duas horas após ingestão de 75g de glicose. É importante fazer esses exames regularmente, junto com o seu check-up médico. Isso porque o diabetes tipo 2 pode demorar para apresentar sintomas. NÃO PARE AGORA... TEM MAIS DEPOIS DESSA PUBLICIDADE ;) Tratamento e Cuidados Tratamento de Diabetes tipo 2 O tratamento do diabetes tipo 2 visa baixar os níveis de glicose no sangue do paciente e cuidar para que ele não sofra nenhum tipo de complicação. Os principais cuidados para tratar o diabetes tipo 2 incluem: Exercícios físicos A atividade física é essencial no tratamento do diabetes tipo 2, pois ela ajuda a manter os níveis de açúcar no sangue controlados e no emagrecimento. A prática de exercícios deve ser realizada pelo menos três vezes na semana. Caso o diabetes tipo 2 esteja descontrolado, com glicemia muito elevada, o exercício pode causar a liberação de hormônios contrarreguladores, aumentando mais ainda a glicemia – por isso, é importante visitar o seu médico e sempre fazer a medicação da glicemia antes de iniciar uma atividade física. É importante que o paciente com diabetes tipo 2 sempre combine com seus médicos quais são as melhores opções de atividade física e frequência. Lembrando que o ideal é privilegiar exercícios leves, pois quando o gasto calórico é maior do que a reposição de nutrientes após o treino, pode haver a hipoglicemia. Controle da dieta Pessoas com diabetes tipo 2 devem limitar os açúcares presentes nos doces e carboidratos simples, como massas e pães, pois eles possuem um índice glicêmico muito alto. Quando um alimento tem o índice glicêmico baixo, ele retarda a absorção da glicose, que não se concentra no sangue. Mas, quando o índice é alto, esta absorção é rápida e acelera o aumento das taxas de glicose no sangue, gerando uma hiperglicemia. Os carboidratos devem constituir de 50 a 60% das calorias totais ingeridas pela pessoa com diabetes, preferindo-se os carboidratos complexos (castanhas, nozes, grãos integrais) que serão absorvidos mais lentamente. Também é importante que a dieta do portador de diabetes tipo 2 seja balanceada, cortando os excessos de gordura e priorizando o consumo de frutas e vegetais. Quando for praticar exercícios é importante verificar o controle glicêmico antes do início da atividade, para então escolher o melhor alimento - se a glicemia está muito baixa, é aconselhável dar preferência aos carboidratos, assim como deve-se evitá-los se estiver alta. A escolha do alimento depende também do tipo de exercício: exercícios aeróbicos de grande duração (como corrida e natação) tendem a baixar a glicemia, sendo necessária uma ingestão maior de alimentos. Verificar a glicemia Alguns portadores de diabetes tipo 2 precisam fazer as medições regulares de insulina, alguns diariamente. Para fazer essa medida é necessário ter em casa um glicosímetro, dispositivo capaz de medir a concentração exata de glicose no sangue. Existem diferentes tipos de aparelhos. Normalmente, a pessoa fura o dedo com uma agulha pequena chamadalanceta. Uma pequena gota de sangue aparece na ponta do dedo. Coloca-se o sangue em uma tira reagente que é inserida no aparelho. Os resultados aparecem em cerca de 5 segundos. O médico ou outro profissional que trabalhe com diabetes ajudará a definir um cronograma de testes feitos em casa. O médico o ajudará a definir as metas relativas às taxas de glicose do paciente, que deve se basear nos resultados dos testes para alterar as refeições, suas atividades ou os medicamentos e, assim, manter os níveis de glicose normalizados. Este procedimento pode ajudar a identificar as altas e as baixas taxas de glicose no sangue antes que causem problemas. Maneire no consumo de bebidas alcoólicas O consumo de álcool não é proibido para quem tem diabetes tipo 2, mas deve ser moderado e sempre acompanhado de um alimento, pois o consumo isolado pode causar hipoglicemia. O que pode causar enjoo, tremores pelo corpo, fome excessiva, irritação e dores de cabeça. Também é importante fazer o monitoramento de glicemia antes e depois de consumir bebidas alcoólicas. Evite saunas e escalda pés O diabetes tipo 2 afeta a microcirculação, lesionando as pequenas artérias (arteríolas) que nutrem os tecidos, que atingem especialmente as pernas e os pés. Em função desta alteração circulatória, os riscos de exposição às altas temperaturas e aos choques térmicos podem agravar ou desencadear quadros de angiopatias e outros problemas cardíacos. Além disso, o diabetes afeta a sensibilidade dos pés, e a pessoa pode não perceber a água muito quente ao fazer escalda pés. Aumente os cuidados com os olhos As células da retina do paciente com diabetes tipo 2 pode apresentar diferenças que não se encontram na maioria daqueles que não tem diabetes. Controle o estresse Pessoas com diabetes têm maiores chances de ter ansiedade e depressão. Os pacientes podem sentir uma sensação de ansiedade em relação ao controle da hipoglicemia, da aplicação de insulina, ou com o ganho de peso. Corte o cigarro Diabetes e cigarro multiplicam em até cinco vezes o risco de infarto. As substâncias presentes no cigarro ajudam a criar acúmulos de gordura nas artérias, bloqueando a circulação. Consequentemente, o fluxo sanguíneo fica mais e mais lento, até o momento em que a artéria entope. Além disso, fumar também contribui para a hipertensão no paciente com diabetes tipo 2. Cuide da saúde bucal A higiene bucal após cada refeição para o paciente com diabetes é fundamental. Isso porque o sangue dos portadores de diabetes, com alta concentração de glicose, é mais propício ao desenvolvimento de bactérias. Por ser uma via de entrada de alimentos, a boca acaba também recebe diversos corpos estranhos que, somados ao acúmulo de restos de comida, favorecem a proliferação de bactérias. Realizar uma boa escovação e ir ao dentista uma vez a cada seis meses é essencial. Cuide das comorbidades No geral, o diabetes tipo 2 vem acompanhados de outros problemas, como obesidade e sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados e hipertensão. Dessa forma, é importante consultar seu médico e cuidar também dessas outras doenças e problemas que podem aparecer junto com o diabetes tipo 2. Dessa forma, você garante a sua saúde e consegue controlar todas as doenças com mais segurança. Medicamentos Entre os medicamentos que podem ser usados para controlar o diabetes tipo 2 estão: Inibidores da alfaglicosidase: são medicamentos que retardam a digestão e absorção de carboidratos no intestino. Os carboidratos vão determinar o aumento da glicose no sangue, então ao bloquear a absorção pretendese evitar que o carboidrato que foi ingerido cause aumento da glicemia. Seu principal uso é no controle do aumento da glicose após as refeições. No Brasil, temos disponível o medicamento acarbose, via oral. Biguanidas: a principal representante dessa classe é a metformina, via oral. A metformina reduz a produção hepática de glicose e combate a resistência à insulina e não causa hipoglicemia. Pelo seu efeito de agir diretamente na causa do diabetes tipo 2, que é a resistência insulínica, é o primeiro medicamento a ser pensado para começar o tratamento do diabetes tipo 2. Pode causar intolerância gastrointestinal e existem opções de comprimidos com liberação lenta que podem ser utilizados naqueles pacientes que apresentam intolerância gastrointestinal. Sulfonilureias: Estimulam a produção pancreática de insulina pelas células beta do pâncreas, mas podem causar hipoglicemia. São representantes mais conhecidos e utilizados desta classe: glibenclamida, gliclazida e glimepirida, todos via oral.Tiazolidinedionas: São medicamentos que agem dentro do núcleo celular, em um receptor chamado ppar-gama. Os efeitos dessa ativação incluem a redução da resistência insulínica, principalmente no músculo e tecido adiposo, agindo então na causa do diabetes tipo 2. Existem um representante da classe: pioglitazona, via oral. Ele pode gerar aumento de peso. Inibidores enzima DPP-4: sitagliptina, vildagliptina, saxagliptina, alogliptina e linagliptina são alguns medicamentos desta nova classe, todos ministrados via oral. O nosso intestino libera um peptídeo chamado GLP-1 imediatamente após a alimentação. A função do GLP-1 é estimular a liberação de insulina, diminuir a produção da glicose no fígado e aumentar a sensibilidade à insulina, dentro outras funções. O GLP-1 é rapidamente degradado pela enzima DPP-4, então esses medicamentos bloqueiam a DPP-4 e aumentam a ação do GLP-1. Por estimular a secreção de insulina, o GLP-1 é chamado de “incretina”. Inibidores do SGLT-2: dapagliflozina, empagliflozina e canagliflozina são medicamentos desta classe, todos ministrados via oral. Atuam através de uma maior excreção de glicose pela urinaGlinidas: repaglinida, via oral. Age também estimulando a produção de insulina pelo pâncreas, mas diferentemente das sulfoniluréias, seu efeito é mais rápido. Além disso, o efeito das glinidas é dependente da glicose, logo o efeito será maior quanto maior for a glicose. A redução da hemoglobina glicada é de 0,5 a 1,5%. Injetáveis: Para o tratamento do diabetes tipo 2 existe uma classe de medicamentos chamada análogos do GLP-1, que é injetável. O exenatide é um análogo sintético do GLP-1, o hormônio que estimula o pâncreas a produzir insulina. Foi o primeiro análogo a ser comercializado e quando adicionado ao tratamento dos pacientes que já utilizavam metformina e sulfoniluréias, levou à uma redução adicional de 1,1% da hemoglobina glicada. O liraglutide é um análogo de GLP-1, aplicado uma vez ao dia e quando usado no tratamento de pacientes com diabetes apresentou melhora do controle glicêmico e redução do peso corporal. Medicamentos para Diabetes tipo 2 Os medicamentos mais usados para o tratamento de diabetes do tipo 2 são: Diamicron MR Glibenclamida Gliclazida Glifage Glifage XR Glimepirida Galvus Galvus Met Metformina Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula. Complicações possíveis Retinopatia diabética Lesões que aparecem na retina do olho, podendo causar pequenos sangramentos e, como consequência, a perda da acuidade visual. Arteriosclerose Endurecimento e espessamento da parede das artérias Nefropatia diabética Alterações nos vasos sanguíneos dos rins que fazem com que ocorra uma perda de proteína pela urina. O órgão pode reduzir a sua função lentamente, mas de forma progressiva até a sua paralisação total. Neuropatia diabética Os nervos sofrem alterações, provocando sintomas, como formigamento, dormência ou queimação das pernas, pés e mãos, dores locais e desequilíbrio, enfraquecimento muscular, pressão baixa, distúrbios digestivos, excesso de transpiração e impotência. Pé diabético Ocorre quandouma área machucada ou infeccionada nos pés de quem tem diabetes tipo 2 desenvolve uma úlcera (ferida). Seu aparecimento pode ocorrer quando a circulação sanguínea é deficiente e os níveis de glicemia são mal controlados. Qualquer ferimento nos pés deve ser tratado rapidamente para evitar complicações que podem levar à amputação do membro afetado. Infarto do miocárdio e AVC Ocorrem quando os grandes vasos sanguíneos são afetados, levando à obstrução (arteriosclerose) de órgãos vitais como o coração e o cérebro. O bom controle da glicose, a atividade física e os medicamentos que possam combater a pressão alta, o aumento do colesterol e a suspensão do tabagismo são medidas imprescindíveis de segurança. A incidência desse problema é de duas a quatro vezes maior em pessoas com diabetes, tanto o tipo 1 quanto o diabetes tipo 2. Infecções O excesso de glicose pode causar danos ao sistema imunológico, aumentando o risco da pessoa com diabetes contrair algum tipo de infecção. Isso ocorre porque os glóbulos brancos (responsáveis pelo combate a vírus, bactérias etc.) ficam menos eficazes com a hiperglicemia. O alto índice de açúcar no sangue é propício para que fungos e bactérias se proliferem em áreas como boca e gengiva, pulmões, pele, pés, genitais e local de incisão cirúrgica. Hipertensão Existem alguns fatores de risco em comum entre diabetes do tipo 2 e a hipertensão arterial, como obesidade, sedentarismo e má alimentação. Além disso, o paciente com diabetes tem uma maior propensão a desenvolver problemas renais, e isso compromete a eliminação de substâncias pela urina, como o sal e a água. O aumento de sal e água na circulação está relacionado com o aumento da pressão arterial, levando à hipertensão. Outro problema recorrente em pacientes com diabetes tipo 2 é a oxidação dos vasos sanguíneos com mais rapidez do que o normal, devido ao excesso de açúcar no sangue. Com isso, as artérias podem se entupir, aumentando a pressão arterial. NÃO PARE AGORA... TEM MAIS DEPOIS DESSA PUBLICIDADE ;) Convivendo (prognóstico) Convivendo/ Prognóstico Pacientes com diabetes devem ser orientados a: Realizar exame diário dos pés para evitar o aparecimento de lesões Manter uma alimentação saudável Utilizar os medicamentos prescritos Praticar atividades físicas Manter um bom controle da glicemia, seguindo corretamente as orientações médicas. NÃO PARE AGORA... TEM MAIS DEPOIS DESSA PUBLICIDADE ;) Prevenção Prevenção Pacientes com história familiar de diabetes tipo 2 ou fatores de risco devem ser orientados a: Manter o peso normal Não fumar Controlar a pressão arterial Evitar medicamentos que potencialmente possam agredir o pâncreas Praticar atividade física regular. Frutose Faz Mal. Fuja dos Sucos. Explicação Completa 14/08/2014 Por Dr. Alexandre Feldman · (Última Atualização: 15/08/2014) Frutose Por Trás da Obesidade, Diabetes, Pressão Alta. Se você ainda não tem conhecimento dos problemas à saúde causados pela frutose, então já deve ter se perguntado de onde vem a epidemia de obesidade que estamos vivendo. Será a obesidade, tão comum e epidêmica nos tempos atuais, resultado meramente de uma combinação fatal de gula desenfreada (portanto ingestão de alimentos em quantidade excessiva) e preguiça contumaz (portanto uma falta de força de vontade para fazer atividades físicas)? Se fosse assim, então por que todos os países que adotaram a dieta ocidental passaram a sofrer, sem exceção, do mesmo problema – inclusive os japoneses, chineses e coreanos, que também sofrem atualmente com problemas de obesidade tão sérios a ponto de submeterem suas crianças a cirurgia bariátrica (de redução do estômago)? Será que todos esses países de repente se tornaram gulosos e preguiçosos? Em termos de alimentação e metabolismo, uma coisa é certa: para se ter energia para armazenar, queimar e portanto viver com saúde, é preciso comer. Precisamos comer para viver. A questão é o que comemos (e bebemos). Estudos mostram que comemos mais hoje que na década de 1980. Especificamente, crianças e adolescentes consomem hoje 275 calorias a mais; adultos homens, 187 calorias, e mulheres, 337 calorias a mais por dia, que na década de 1980. Isso não é difícil de acreditar – basta olhar ao redor e ver como a população em geral vem engordando nestes últimos 25 anos. Mas qual a razão disso? Qual o motivo desse consumo a mais de calorias atualmente? Será porque as comidas estão mais disponíveis e abundantes? Mas elas já eram disponíveis e abundantes na década de 1980. Existe no nosso organismo um hormônio chamado leptina, que provém das células de gordura e comunica ao cérebro a sensação de saciedade – ou seja, nos avisa quando estamos satisfeitos; nos informa quando parar de comer. Se hoje comemos mais que há décadas atrás, isso só pode querer dizer que nossa sensação de saciedade se alterou, ou seja, nossa leptina não está funcionando como deveria. Significa que algo deve estar errado com o sistema que controla nosso equilíbrio energético. A questão é: o que estaria provocando esse problema? De onde vêm essas calorias a mais? Da gordura? Terá a alimentação se tornado mais gordurosa nas últimas décadas? Estudos mostram que não. O que as pesquisas indicam é que a quase totalidade dessas calorias a mais vêm dos carboidratos. Ou seja, o mundo está ingerindo mais carboidratos hoje que na década de 1980. Já as autoridades de medicina e nutrição do mundo inteiro vêm nos advertindo, ao longo de todas essas décadas, no sentido de reduzir o quanto mais o consumo de gorduras, visando que a ingestão delas não ultrapasse 30% do total de calorias ingeridas. Da década de 1980 para cá, foi surgindo uma verdadeira infinidade de produtos “light”, sem gorduras, que hoje inundam o mercado alimentício. E de fato as estatísticas demonstram que essa meta foi atingida: a ingestão de gorduras foi, de fato reduzida, na população como um todo, para os limites preconizados. Mas para surpresa geral, os índices de obesidade – e também doença cardiovascular, acidente vascular cerebral e síndrome metabólica – aumentaram! É óbvio que o problema não está na gordura, mas nos carboidratos. Em qual dos carboidratos? Estudos mostram um aumento de 41% na ingestão de refrigerantes e 35% na ingestão de sucos de frutas. Uma lata de refrigerante ao dia significa 150 calorias. Multiplicado por 365 dias (1 ano), e dividido por 3500 calorias que correspondem a cerca de meio quilo de peso (pois para cada 3500 calorias ingeridas e não queimadas, ganha-se cerca de meio quilo de peso), resulta num ganho de cerca de 7 quilos por ano, acumulados sob a forma de gordura, que afinal é a forma padrão de armazenamento do excesso de peso. Isso tudo não é novidade. Mas a questão é: por que nosso mecanismo de saciedade não provoca, dentro desse contexto, a saciedade como deveria, de modo a controlar nosso apetite a contento, e assim estabilizar nosso equilíbrio energético? A primeira garrafa de refrigerante do mundo foi produzida nos Estados Unidos no ano de 1915, e continha 192 ml. Se um indivíduo bebesse 1 garrafinha dessas ao dia, então aplicando o cálculo acima, chegaríamos a um ganho de aproximadamente 3,5 quilos por ano. Em 1955, surgiram as garrafas de 300 ml (correspondendo a 5,9 kg/ano). Na década de 1960, surgiu a primeira latinha, contendo 350 ml (correspondendo a 7,25 kg/ano). Atualmente a garrafinha plástica de Coca-Cola contém 590 ml, correspondendo a 11,8 kg/ano. Uma garrafa de 1 litro ao dia corresponde a um acúmulo de cerca de 22 kg de gordura por ano. Quando vamos à lanchonete e pedimos um refrigerante, a diferença de preço entre o copo pequeno e o grande é tão mínima que, quase sempre, acabamos optando pelo tamanho maior. O que contêm os refrigerantes? 1. Cafeína – a cafeína é um estimulante do cérebro, isso todos sabemos. Mas a cafeína também possui um efeito diurético, fazendo-nos eliminar água do organismo. 2. Sal – uma latinha de refrigerante contém, em média, 55 miligramas de sódio. Se o cálculo da Folha de São paulo neste artigo(http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2602200813.htm ou aqui) estiver correto, chega-se à conclusão que essa quantidade de 55 mg de sódio de uma única latinha de refrigerante equivale à quantidade total de sódio de uma refeição composta por filé de frango, brócolis, arroz, feijão e salada de alface, pepino, cenoura e beterraba. Sabe o que acontece quando alguém ingere sódio e perde água? Fica com com MAIS sede! E consome MAIS refrigerante. Entendeu por que os refrigerantes contêm tanto açúcar? Para disfarçar o sal! Nós não percebemos quão salgados são os refrigerantes, graças ao açúcar que eles contêm. Quanto mais sal e cafeína contiver um refrigerante, mais sede esse refrigerante irá provocar e mais refrigerante essa pessoa irá consumir. Será o açúcar a causa da obesidade? Um estudo prospectivo do Dr. David Ludwig, professor de endocrinologia da Universidade de Harvard, publicado no The Lancet, volume 357, páginas 505 a 508, em 2001, afirma que “cada incremento no uso de bebidas açucaradas resulta, ao cabo de 19 meses, em um aumento de 0,24 kg/m2 no índice de massa corporal, e um aumento de 60% na probabilidade/risco de obesidade. Um estudo do tipo metaanálise (estudo que analisa, estatisticamente, uma porção de outros estudos realizados sobre um determinado tema), que analisou 88 outros estudos sobre consumo de refrigerantes/bebidas açucaradas, publicado em 2007 no American Journal of Public Health e que levou em conta fatores como peso corporal, ingestão calórica, ingestão de leite e cálcio, alimentação adequada, demonstrou clara associação entre consumo dessas bebidas e obesidade. Nesta metaanálise observou-se que os estudos patrocinados pela indústria de refrigerantes/bebidas açucaradas/sucos de frutas mostravam significativamente menos efeitos prejudiciais que estudos independentes. Um estudo publicado no British Medical Journal, volume 328, página 1237, mostrou o que acontece quando se retiram as máquinas de refrigerantes das escolas: enquanto a prevalência da obesidade permaneceu inalterada nas escolas em que se realizou este tipo de intervenção, ela continuou a aumentar, ao longo do ano letivo, nas escolas em que foram mantidas as máquinas. Um estudo publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA292:927) analisou a relação entre refrigerantes/bebidas açucaradas/sucos de frutas e diabetes do tipo 2, e demonstrou uma tendência estatisticamente significativa entre o consumo daquelas bebidas e a prevalência dessa doença. A Frutose é o Centro do Problema Você sabe qual o açúcar que a indústria acrescenta aos refrigerantes e sucos? Xarope de milho com alto teor de frutose. Nos Estados Unidos, uma pessoa consome, por ano, em média, 28 quilos de xarope de milho com alto teor de frutose (também rotulado como “açúcar invertido”). No Brasil não se sabe. Mas certamente não é um número muito distante deste, tendo em vista os carrinhos de supermercado repletos de refrigerantes, as escolas repletas de sucos de frutas consideradas tão saudáveis, as festas infantis servindo sucos e refrigerantes à vontade. O xarope de milho com alto teor de frutose (açúcar invertido) é composto por uma molécula de glicose para uma de frutose, em média. O motivo pelo qual o xarope de milho com alto teor de frutose (açúcar invertido) é utilizado pela indústria alimentícia é sua doçura. Se atribuírmos ao açúcar de cana (sacarose) um índice de doçura de 100, o xarope de milho com alto teor de frutose (açúcar invertido) possui um índice de 120! Bem mais doce! Você pode estar pensando: “Se é mais doce, então eu não preciso usar tanto para adoçar. Certo?” Errado! A indústria utiliza a mesma quantidade e até mais. Além de mais doce, o xarope de milho com alto teor de frutose (açúcar invertido) é um ingrediente mais barato que a sacarose. A frutose cristalina (forma pura de frutose em pó, obtida industrialmente, que já está começando a ser adicionada a sucos e refrigerantes), possui um índice de doçura muito maior, de 173. E essa frutose pura está sendo amplamente divulgada como um ingrediente saudável! E estão adicionando frutose cristalina em sucos e refrigerantes. Já uma molécula de pura glicose possui um índice de doçura de 74. Portanto a glicose não é particularmente doce. A frutose, seja na forma cristalina, ou na forma de açúcar invertido (xarope de milho com alto teor de frutose) é bem mais doce e barata. Glicose e Frutose Uma molécula de glicose constitui-se de um anel de 6 átomos de carbono, e uma molécula de frutose, um anel de 5 átomos de carbono. Portanto são duas moléculas diferentes entre si. Jamais acredite em alguém que possa vir a lhe dizer que “glicose e frutose são a mesma coisa”. Uma molécula de glicose, unida a uma molécula de frutose através de uma ligação éter, resulta em uma molécula de sacarose. A sacarose nada mais é do que o açúcar de cana, também conhecido como açúcar de mesa, ou simplesmente açúcar. Sacarose (açúcar de cana) = glicose + frutose No nosso tubo digestivo, a ligação éter da molécula de sacarose é quebrada por uma enzima (sacarase), resultando, quase que imediatamente, em uma molécula de glicose e outra de frutose. O xarope de milho com alto teor de frutose nada mais é que uma combinação de glicose e frutose, separadas, numa proporção de cerca de 50%. Portanto, não há diferença, na prática, entre sacarose e xarope de milho com alto teor de frutose (açúcar invertido), pois a sacarose, ao ser digerida pela enzima sacarase, resulta basicamente na mesma proporção de glicose e frutose. Tanto é assim, que estudos científicos demonstram que o metabolismo e impacto sobre a saciedade causado pelo xarope de milho com alto teor de frutose (açúcar invertido) é idêntico ao metabolismo e impacto sobre a saciedade causado pela sacarose (açúcar comum de mesa). Então, cientificamente falando, não há dúvida: não existe diferença entre açúcar comum e xarope de milho com alta concentração de frutose. Em outras palavras: ambos são igualmente péssimos para a saúde. Ambos são igualmente perigosos. Ambos contêm frutose e ambos são venenos. Continue lendo. Mas por que a frutose é um veneno? Por que os sucos e refrigerantes são muito mais (no mal sentido) que apenas calorias vazias? E como o consumo quotidiano de frutose pode levar a sérios problemas de saúde? A razão pela qual a frutose é um veneno vai muito, mas muito além das calorias que ela possui. Ou seja, mesmo esquecendo as calorias completamente, e independentemente das calorias, a frutose é um veneno. Vamos, antes, analisar a tendência de consumo de frutose nos últimos 100 anos. [Fontes: American Journal of Clinical Nutrition, 2004, Vol. 79, No. 4, 537-543; The Medscape Journal of Medicine, 2008;10(7):160] Nos tempos pré-industrialização dos alimentos, nós obtínhamos a frutose a partir das frutas e verduras frescas e integrais e muito eventualmente do mel. Isso totalizava uma quantidade média de 15 gramas ao dia de frutose. (Não sacarose, mas sim frutose apenas) Na década de 1970, com a introdução do xarope de milho com alto teor de frutose no mercado, o consumo médio individual de frutose mais que dobrou, para 37 gramas ao dia, ou 8% do número total de calorias diárias ingeridas. Na metade da década de 1990, o consumo médio individual de frutose aumentou para 55 gramas ao dia, ou 10,2% do consumo calórico total diário. Nos dias de hoje, um adolescente consome, em média, 72,8 g/dia de frutose, ou 12,1% da ingestão calórica total diária. Portanto, a cada ano que passa, uma porcentagem cada vez maior da nossa ingestão calórica provém da frutose, esteja ela presente no açúcar, no xarope de milho de alta concentração de frutose, na frutose cristalina, ou concentrada nos sucos de frutas. Assim, a população não está apenas comendo (e bebendo) mais a cada ano: ela também está comendo (e bebendo) mais açúcar. Para os adolescentes, o açúcar representa atualmente cerca de 12% da ingestão total de calorias. Sendo que para 25% desses adolecentes, a ingestão de frutose, isoladamente, representa 15% dototal de calorias ingeridas. Isso nada mais é que uma verdadeira catástrofe para a saúde, a respeito da qual ninguém faz nada. A ingestão de açúcar aumenta a cada dia. Enquanto isso, a ingestão de gorduras animais, ricas em nutrientes como vitaminas A e D, diminui. E a população está cada vez mais doente. Leia este artigo para compreender os fatores errôneos que levaram a gordura a ser rotulada injustamente de vilão da dieta saudável, e substituída prioritariamente por açúcar (como se vê na própria “pirâmide alimentar” vigente). Qual a explicação para isso estar acontecendo? Vejamos: Na década de 1960 e início de 70, os preços dos alimentos flutuavam exageradamente para cima e para baixo. Nenhum político no mundo é reeleito quando os preços da comida estão em alta. De modo que a diretriz tornou-se muito clara: era preciso baratear a comida. E para isso, deveriam ser encontrados e utilizados todos os métodos possíveis, sempre sob a égide da “guerra contra a pobreza” O xarope de milho com alto teor de frutose (açúcar invertido) foi inventado na década de 1950 (Marshall, R.O.; Kooi, E.R. Enzymatic Conversion of D-Glucose to D-Fructose. Science 1957, 125, 648-649) e seu patenteamento ocorreu na década de 1960 (Marshall, R.O. Enzymatic Conversion of Dextrose to Fructose. U.S. Patent 2,950,228, Aug 23, 1960). O aperfeiçoamento para a obtenção e a patente americana desse processo ocorreu em 26 de agosto de 1971 e sua introdução no mercado americano se deu em 1975. Assim que o xarope de milho com alto teor de frutose (açúcar invertido) entrou para valer no cenário econômico mundial, o custo com adoçamento dos produtos alimentícios industrializados se tornou muito barato. O preço do xarope de milho com alto teor de frutose (açúcar invertido) é cerca de metade do preço do açúcar comum de mesa (sacarose), e seu processo de produção permite que se mantenha sempre barato, com mínima flutuação. De tão barato, este ingrediente – xarope de milho com alto teor de frutose – invadiu o mercado de alimentos e hoje pode ser encontrado em praticamente tudo, até mesmo pães, confeitos, molhos de salada, ketchup – basicamente, o xarope de milho de alta concentração de frutose vem sendo adicionado a quase todos os produtos alimentícios processados industrialmente. Com a introdução do xarope de milho de alta concentração de frutose, o consumo mundial de sacarose (açúcar de mesa) diminuiu, ao mesmo tempo em que o consumo total de açúcar no mundo aumentou graças ao aumento enorme do consumo de xarope de milho de alta concentração de frutose. Introdução dos Sucos Naturais de Frutas Para Consumo em Massa E é exatamente naquela altura dos acontecimentos, na década de 1970, que os sucos foram introduzidos em larga escala, baixo preço e com forte apelo de marketing como saudáveis, no mercado. Eu mesmo me recordo nitidamente do súbito aparecimento das latas de sucos concentrados nas prateleiras dos supermercados na minha infância, no início da década de 1970. Nessa mesma década de 1970, começaram a ser implementados programas governamentais nos Estados Unidos, de distribuição de sucos concentrados de frutas para crianças carentes, com o (suposto) propósito de prevenir atraso de crescimento e desenvolvimento. Essa noção, de embasamento puramente político, de que sucos fazem bem à saúde das crianças, rapidamente se difundiu para o Brasil e resto do mundo. Atualmente, estima-se que o consumo total per capita de sacarose e xarope de frutose, somados, esteja em torno de 63 quilos por ano. Olhe bem para esse número – 63 kg/pessoa/ano de açúcar, entre alimentos e bebidas. Você não acha que essa quantidade de açúcar poderia provocar efeitos negativos na saúde da população? Frutose, Diabetes, Obesidade, Problemas Cardíacos Estudos realizados pelo departamento de nutrição da Harvard School of Public Health e publicado no British Medical Journal de 29 de agosto de 2013 mostram que o consmo de bebidas doces como sucos de frutas colabora com o desenvolvimento de diabetes tipo 2. Outros estudos demonstram que o consumo de suco e bebidas açucaradas colabora com obesidade e baixa estatura em crianças [Pediatrics 99:15-22, 1997], e obesidade em adultos [JAMA 292(8):927-934, 2004], além de doenças cardiovasculares, redução da qualidade de vida e aumento de despesas com saúde [Circulation Mar 23, 2010; 121(11):1356-1364]. Todos esses problemas vêm aumentando de forma assustadora desde 1970, e atingindo todas as idades, não poupando sequer crianças e bebês. Enquanto todo esse estrago continua acontecendo em proporções cada vez maiores, qual a mensagem que todos lemos, ouvimos e vemos, repetidamente, das associações, sociedades e outros órgãos oficiais de cardiologia, nutrição, pediatria, etc, do mundo inteiro? Que todos precisamos diminuir nosso consumo de gordura. Leia por que essa mensagem só tem causado prejuízos, e não benefícios à saúde, clicando aqui (o artigo abre numa página separada, para você poder voltar aqui com facilidade após a leitura). Além de retirar a gordura e colocar açúcar, a indústria alimentícia retira também as fibras dos alimentos a fim de prolongar a vida de prateleira e tornar mais rápido o processo de cozimento, sob a justificativa de tornar o produto alimentício mais “prático para o modo de vida contemporâneo”. O açúcar a mais também é utilizado para ajudar a dourar vários alimentos industrializados (até mesmo carnes). E esse tipo de adulteração, infelizmente, causa processos chamados glicação de proteínas e ligações cruzadas com proteínas, sendo que ambos esses processos são nocivos à saúde contribuem, entre outras coisas, com a aterosclerose (portanto doenças cardiovasculares). Em se tratando de dourar, a frutose forma sete vezes mais produtos de glicação, em comparação à glicose. A frutose inibe a supressão a grelina, um hormônio produzido no tubo digestivo e que regula a fome. Quando comemos, a grelina é suprimida e a fome passa. Se essa supressão é inibida, a grelina continua agindo e a pessoa continua com fome. Portanto se você dá a uma criança/adolescente um suco ou copo de refrigerante e em seguida a leva para um fast food da vida, essa criança/adolescente irá comer bem mais do que se não tivesse ingerido a frutose previamente. Em outras palavras: ela come mais, mesmo depois de ter bebido um suco/refrigerante que por si é bem calórico, mas que inibiu a supressão da grelina. A frutose não estimula a produção de insulina, uma vez que não há receptores para frutose nas células beta do pâncreas, que produzem insulina. O pâncreas não reconhece a frutose e não sabe o que fazer com a frutose. Por isso, simplesmente não há resposta do pâncreas à frutose. Mas se os níveis de insulina não sobem, os níveis de leptina também não aumentam. E se os níveis de leptina não aumentam, o cérebro não recebe a mensagem que você comeu. Então você continua comendo, mais e mais. Só aqui são dois mecanismos para inibir a saciedade e estimular o consumo excessivo e desenfreado de alimentos (calorias): 1) inibição da supressão da grelina, e 2) ausência de resposta de insulina e, portanto, de leptina. (E pensar que tem gente que fala da ausência de resposta de insulina como se fosse uma qualidade da frutose!) Por fim, e para piorar, o metabolismo hepático da frutose é totalmente diferente daquele da glicose. Isso nos leva ao próximo tópico: Frutose e Síndrome Metabólica A assim chamada síndrome metabólica é um conjunto de sintomas, entre os quais, obesidade, diabetes, alterações no perfil lipídico, hipertensão arterial e problemas cardiovasculares. Quando estes sintomas surgem em conjunto, dá-se o nome de síndrome metabólica. Para entender como a frutose colabora com a síndrome metabólica, analisemos primeiro o metabolismo da glicose, para fins de comparação. Metabolismo da Glicose Digamos que você consumiu 120 calorias de glicose – o equivalente a 2 fatias de pão. Dessas 120 calorias, 96 (portanto 80%) serão utilizadas por todos os nossos órgãos e tecidos. A glicose é prontamente reconhecida e utilizável por qualquercélula do nosso corpo – aliás, a glicose é utilizável por qualquer ser vivo existente no planeta. A glicose é a moeda corrente da energia para sustentar a vida na terra. As 24 calorias restantes (portanto 20%) irão para dentro do fígado. Essa glicose entra da circulação sanguínea para a célula hepática através de uma molécula transportadora chamada GLUT2 (abreviação do inglês GLUcose Transporter 2). A glicose ingerida é absorvida para a circulação sanguínea que, ao passar pelo pâncreas, estimula a produção de insulina. A insulina se liga aos seus receptores nas células do fígado e ao fazê-lo, leva um substrato chamado IRS-1 (do inglês Substrato Receptor de Insulina 1) a sofrer uma reação chamada fosforilação da tirosina (ou seja, adiciona um fostato à molécula de tirosina que faz parte desse substrato). O IRS-1, agora tirosina-fosforilado, se torna ativado, passa a se chamar “IRS-1-Tirosina” (IRS1-T) e estimula um segundo mensageiro chamado Akt (não é uma abreviação, é nome mesmo – também conhecido como PKB, Proteína Quinase B), que por sua vez estimula uma substância chamada SREBP-1 (abreviação de Proteína Ligadora de Elemento Regulador de Esterol 1, em inglês), que então ativa a glicoquinase, que transforma a glicose (que havia entrado na célula conforme descrito no parágrafo anterior) em glicose-6-fosfato (G-6-P). A glicose-6-fostafo fica fixada (“presa”) na célula hepática e somente poderá sair pela ação dos hormônios glucagon e adrenalina. O destino final de QUASE todas as moléculas de glicose-6-fosfato é se transformar em glicogênio, que é a forma pela qual a glicose é armazenada no fígado, e torna fácil a ação do glucagon e adrenalina, sempre que for necessário transportar glicose para fora da célula hepática. Não existe limite máximo, ou “tóxico”, de armazenamento de glicogênio. Ou seja, o fígado pode armazenar uma quantidade ilimitada de glicogênio. O glicogênio é uma forma totalmente não tóxica de armazenamento da glicose. De modo que toda a função da glicose no fígado é repletar o glicogênio. Quase toda a glicose no fígado é portanto armazenada na forma de glicogênio. Aquela pouca glicose que não se transforma em glicogênio passa por uma série de reações enzimáticas (coletivamente denominadas glicólise) para se transformar em piruvato que penetra nas mitocôndrias, verdadeiras “usinas” no interior das células, que têm por função transformar esse piruvato em ATP – adenosina trifosfato- a “moeda corrente” de energia que possibilita a vida. O piruvato, na mitocôndria, se tranforma em acetil co-A, que por sua vez é QUASE todo ele metabolizado por uma série de reações bioquímicas chamadas coletivamente de ciclo de Krebs (também conhecido como ciclo do ácido cítrico ou cíclo do ácido tricarboxílico) cujo produto final é o ATP (energia da vida) e também o gás carbônico que nós expiramos. Quase todo o acetil co-A entra no ciclo de Krebs. Aquela pouca quantidade de acetil co-A que eventualmente não tiver sido “queimada” na “fornalha de energia” da mitocôndria é transformada em citrato, que sai da mitocôndria através de um sistema especial de transporte molecular, e uma vez fora da mitocôndria é quebrado por 3 enzimas subservientes ao SREBP-1 citado anteriormente (são elas o ATP citrato liase, acetil-co-A carboxilase e ácido graxo sintase). Essa transformação enzimática resulta na formação de gordura e recebe o nome de “lipogênese de novo” (de novo aqui está em latim e não português – em português seria sinônimo de mais uma vez, como em começar de novo; mas aqui possui o sentido de algo que não existia antes e agora passou a existir): o citrato, gerado originalmente da glicose, se transforma em acil-co-A, que por intermédio de uma proteína chamada MTP (proteína mitocondrial trifásica) se transforma em VLDL e sai para a circulação sanguínea. Das 24 calorias iniciais, cerca de meia caloria se tranforma em VLDL. O VLDL serve como substrato para deposição de gordura nas células adiposas do corpo. Enquanto isso, o pico de insulina provocado pela glicose que está no sangue faz com que o cérebro receba o sinal de saciedade, e dê a ordem para parar de comer. Assim, cria-se uma alça de retroalimentação (feedback) negativa, entre o consumo de glicose, fígado, pâncreas e cérebro, que resulta no equilíbrio energético do indivíduo normal. Metabolismo do Álcool Agora que analisamos o metabolismo da glicose – um carboidrato; vamos analisar o metabolismo de outra substância: o etanol – em outras palavras, o álcool presente nas bebidas alcoólicas como cerveja, vinho, cachaça, whisky, vodka etc. É bem sabido que o álcool é nocivo e pode intoxicar o fígado, o cérebro e o corpo como um todo, dependendo da quantidade e frequência que é ingerido. Digamos que você consumiu 120 calorias de etanol – cerca de 1 taça de vinho ou 1 lata de cerveja. O estômago e intestino têm o chamado efeito de primeira passagem, consumindo de cara 10% dessas calorias (ao longo dessa passagem, o álcool também pode provocar inflamação no estômago, pâncreas e intestino), e assim que absorvido, o cérebro, músculos e rins consomem, de cara, outros 10%. Total já consumido até aqui: 20% ou 24 calorias. As demais 96 calorias (80%) vão para o fígado. Aqui já temos uma grande diferença em comparação com a glicose, da qual apenas 24 das mesmas 120 calorias (portanto apenas 20%) vão para o fígado. Ou seja, 4 vezes mais calorias do etanol atingem o fígado, que glicose. O etanol penetra nas células hepáticas por difusão passiva – não existem receptores nem proteínas transportadoras de etanol. As enzimas desidrogenase alcoólica (ADH) e desidrogenase aldeídica (ALDH) catalizam a oxidação do etanol em acetaldeído e ácido acético, respectivamente. O receptor universal de elétrons nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD+) participa da reação no papel de co-enzima. Uma vez no fígado, o etanol é convertido em acetaldeído. Aldeídos (como por exemplo o conhecido formaldeído – formol – e o acetaldeído mencionado aqui) são tóxicos e podem provocar uma série de problemas, inclusive o câncer, porque promovem um processo nocivo chamado conjugação de proteínas (atualmente mais conhecido e popularizado pelo termo “ligações cruzadas de proteínas“). Na conjugação (ligação cruzada), duas ou mais proteínas se ligam umas às outras através de ligações covalentes. Esse processo modifica a solubilidade e outras propriedades originais da proteína intacta, causando não só perda da função original dessas proteínas, mas uma série de malefícios. No fígado, o excesso de ligações cruzadas de proteínas pode provocar cirrose hepática. Além de promover ligações cruzadas, os aldeídos também provocam o aparecimento de espécies reativas de oxigênio, as quais também danificam proteínas hepáticas. Quanto mais bebida alcoólica, mais ligações cruzadas e espécies reativas acontecem. O acetaldeído, em seguida, se transforma em ácido acético, que penetra nas mitocôndrias e é convertido em acetil co-A, que por sua vez participa do ciclo de Krebs, resultando em geração de energia. Só que dessa vez é formada uma quantidade muito maior de citrato em comparação à glicose, pois agora são 96 calorias de etanol sendo metabolizadas pelas mitocôndrias. Lembra quantas das mesmas 120 calorias, só que de glicose chegaram às mitocôndrias para serem metabolizadas, após não terem sido convertidas em glicogênio? Meia (0,5) caloria apenas. Todo esse citrato será metabolizado em VLDL. Muito, mas muito mais VLDL que no caso da glicose, gerando a dislipidemia típica do alcoolismo. O fígado faz de tudo para exportar a gordura via VLDL, pois o acúmulo de gordura no fígado não faz bem. Uma parte dessa gordura sai do fígado na forma de ácidos graxos livres, os quais irão se acumular nos músculos e causar resistência à insulina por parte desses músculos. A resistência à insulina interfere negativamente com a função desses músculos – e também do fígado – além de provocar diabetes do tipo 2. Parte do acil co-A, de tão excessivo nem sequer consegue passar pelas reações enzimáticas seguintes, e acaba precipitandona forma de gotículas de gordura, provocando esteatose hepática (esteatohepatite alcoólica). O acil co-A, o etanol e as espécies reativas de oxigênio podem provocar a geração de uma enzima chamada JNK1 (do inglês c-jun-N-terminal-kinase 1), uma espécie de “ponte” entre metabolismo e inflamação. A geração de JNK1 pode causar lesão nas células do fígado. Metabolismo da Frutose Por fim, vamos à frutose. Frutose tem sabor doce e agradável ao paladar. Tanto que quase todo mundo ama aqueles pães, bolos industrializados, sucos, refrigerantes, comidas de redes de lanchonetes, etc, repletos de frutose. Digamos agora que você consumiu 120 calorias de sacarose. Basicamente 1 copo de suco de laranja. Sacarose contém 50% de glicose e 50% de frutose. Portanto 60 calorias de glicose e 60 de frutose. Das 60 calorias da fração glicose, 12 irão para o fígado (20%) e 48 (80%) para o resto do corpo. E das 60 calorias da fração frutose, praticamente todas as 60 (100%) irão para o fígado – pelo simples motivo que praticamente só o fígado consegue metabolizar a frutose. A frutose não estimula o pâncreas a produzir insulina, e entra nas células do fígado independente de qualquer mediação da insulina. Em seguida, a frutose reage com uma substância chamada frutoquinase para gerar frutose-1-fosfato. Neste processo ocorre perda de energia, pois para que possa ocorrer é necessário o gasto de ATP, que libera um fosfato para emprestar à frutose e transformá-la em frutose-1-fosfato. No exemplo das 120 gramas de glicose, acima, nós tinhamos um total de 24 calorias encaminhadas para fosforilação. Agora, com as 120 gramas de sacarose, nós temos 72 calorias necessitando fosforilação. O triplo do substrato. Toda essa perda de fosfato necessária para esse processo gera a ação de uma enzima “capturadora” do restante do fosfato do que restou da molécula de ATP (que agora passa a se chamar ADP) (o nome dessa enzima é AMP-desaminase 1), transformando o ADP em AMP e depois em IMP (inositol monofosfato) e, finalmente no produto de excreção, chamado ácido úrico. O ácido úrico é eliminado pela urina e seu excesso provoca a doença conhecida por gota, além de hipertensão arterial (pressão alta). Isso ocorre porque o ácido úrico bloqueia uma enzima chamada óxido nítrico sintase endotelial, cuja função seria produzir óxido nítrico. O óxido nítrico é nosso “anihipertensivo interno” – o qual, se for bloqueado, induz ao aumento da pressão. Um estudo realizado na universidade do Texas e publicado no JAMA, volume 300, n°8, págs 924-932, mostrou que, em adolescentes obesos e hipertensos, a administração da droga alopurinol (nome comercial Zyloric), que serve para baixar o ácido úrico, resultou também na diminuição da pressão arterial, tanto a máxima (sistólica) quanto a mínima (diastólica), demonstrando, de maneira cabal, que o ácido úrico elevado é um grande contribuinte para a pressão alta. E tem tanta gente sofrendo de pressão alta – uma verdadeira “epidemia”! – e toda essa gente é orientada para cortar o sal, quando o problema delas está no açúcar… mais especificamente na fração frutose do açúcar. Mas voltemos ao metabolismo da frutose. A frutose-1-fosfato é transformada em gliceraldeído (outro aldeído…), que por sua vez é convertido em piruvato, o qual penetra na mitocôndria, gerando no final uma quanidade enorme de citrato, com os prejuízos que já expliquei anteriormente no caso do etanol. Mas o metabolismo da frutose tem suas diferenças: A frutose-1-fosfato, além de se transformar em gliceraldeído (que se transforma em piruvato), também se converte em dihidroxiacetona fosfato. Essas duas substâncias podem formar uma terceira, chamada frutose 1,6-bis-fosfato, que reage com o mesmo gliceraldeído para formar xilulose-5-fosfato. Esta, por sua vez, estimula uma substância chamada PP2A (proteína fosfatase 2A), que então ativa outra substância, ChRESP (proteína ligadora do elemento responsivo do carboidrato), que por sua vez ativa as três enzimas responsáveis pela lipogênese de novo, explicada anteriormente. Considerando que existe uma enorme quantidade de citrato, e considerando que muito mais acil co-A será formado a partir desse citrato graças à produção aumentada das 3 enzimas que promovem essa transformação, e considerando que muito desse acil co-A poderá ser incorporado ao VLDL e se transformar em gordura, esse processo mostra como a frutose provoca não apenas obesidade, mas também a dislipidemia característica da obesidade. Um estudo publicado no Annual Review of Nutrition, volume 16, pág 523-557, demonstrou que, para uma mesma quantidade ingerida de glicose e frutose, ocorre um acúmulo de gordura muitas vezes maior com a frutose. O estudo mostrou que cerca de 30% das calorias da frutose ingerida se transformam em gordura, enquanto pouco mais de 0% das calorias da glicose ingerida tiveram o mesmo destino. Estudo publicado no Journal of Nutrition, vol. 138, n°6, págs. 1039-46, demonstrou que o nível de triglicérides no sangue aumenta muito mais com a ingestão de frutose. Portanto a ingestão de frutose aumenta o LDL, aumenta a lipogênese de novo, e aumenta os ácidos graxos livres que geram resistência à insulina. A ingestão de frutose promove a formação de gotículas lipídicas as quais, como vimos, causam esteatose hepática (esteatohepatite). Tanto o acil co-A quanto a frutose-1-fosfato ativam a enzima problemática JNK1. Além dos efeitos negativos já discutidos, a enzima JNK1 causa a serina fosforilada (e não a tirosina fosforilada) a reagir com o IRS1 (veja o metabolismo da glicose). O problema é que, ao contrário da Tirosina-IRS1, a Serina-IRS1 é inativa. Com o substrato receptor de insulina inativo, a insulina não pode realizar sua ação no fígado, e portanto resistência hepática de insulina. Isso sobrecarrega o pâncreas em sua função, produzindo níveis cada vez mais altos de insulina, o que leva a aumento da pressão arterial, aumento da produção de gordura, aumento da incorporação de gordura às células adiposas (obesidade), e para piorar, diminuição da sensação de saciedade, pois quanto maior a concentração de insulina, menor a sensibilidade do cérebro para a leptina. Isso leva não só à diminuição da saciedade, mas também ao aumento nos sinais cerebrais de recompensa, e tudo isso conspira para resultar num consumo desenfreado. Com o apetite fora de controle, ingere-se mais frutose e gera-se mais resistência à insulina, obesidade, dano hepático, estado inflamatório (daí o motivo pelo qual dores de cabeça e dores crônicas em geral são mais comuns em obesos), hipertensão arterial, enfim, num ciclo vicioso sem fim e sem limite, gerando a cada vez mais comum obesidade globular, mais-que-mórbida. Síndrome metabólica de A a Z. Frutose Faz Mal, Mas Comer Frutas Não Faz Mal A frutose – esse veneno – ocorre naturalmente nas plantas. A cana-de-açúcar, por exemplo, contém sacarose (glicose + frutose), e as frutas contêm frutose; e nada disso faz mal, desde que seja consumido por nós na forma integral, e não fracionada. Fracionar significa separar e descartar certos elementos – principalmente as fibras contidas nas plantas – e consumir somente o restante, na forma de suco ou “produtos alimentícios” processados industrialmente, sempre com adição de quantidades generosas de sacarose e/ou frutose. Note, a propósito, que praticamente nenhum produto alimentício industrializado é rico em fibras. A presença de fibras nos alimentos industrializados atrapalharia o congelamento e/ou diminuiria a vida de prateleira. Isso, em última análise, inviabilizaria a ampla distribuição do “produto alimentício” industrializado, resultando em diminuição drástica do lucro. Por outro lado, a presença da frutose no “produto almentício” industrializado e fracionado causa, conforme vimos, a supressão da sensação de saciedade sinalizada pelo cérebro, o que leva ao aumento do consumo (um comercial antigo já dizia: “É impossível comer um só!“). Sucos, achocolatados, refrigerantes, fórmulas lácteas para bebês, água tônica, pães, bolos, brigadeiros, sorvetes e até salgadinhosdas mais diferentes espécies, carnes processadas, molhos industrializados os mais diversos, ketchup, mini pizzas congeladas (que se servem em várias escolas e festas infantis), castanhas caramelizadas, iogurtinhos, compotas, geléias, bebidas isotônicas, energéticos, chás e cafés adoçados, itens de padaria, gelatinas, frutas secas, vinagre balsâmico e uma série de condimentos, mel, agave e muito mais, contêm frutose. Quase todos esses alimentos processados industrialmente não contêm praticamente nenhuma fibra, e nenhuma ou pouquíssima gordura. A exceção seriam os cereais industrializados, inclusive granola, flocos de milho e barras de cereais – porém estes podem conter uma quantidade monstruosa que pode chegar a até 40% do peso em puro açúcar/frutose adicionados. Além de ser açúcar demais, não é o tipo de fibra naturalmente associado à frutose – e essa fibra, na verdade, pode fazer muito mais mal ao sistema digestivo que se imagina. Frutas frescas, ao contrário dos produtos alimentícios repletos de frutose, contém fibras o suficiente para retardar e interferir com a absorção da frutose no intestino, propiciando uma absorção mais paulatina. Toda essa fibra contribui para a sensação de saciedade, o que evita a ingestão de muita frutose. No caso das frutas, a natureza, sábia como sempre, incluiu o antídoto (fibras) junto com o veneno (frutose). Nas frutas e verduras que conêm frutose, para cada grama de frutose há muitos gramas de fibras. Pense num pé de cana que você chupa, repleto de fibra. Agora pense no açúcar refinado, sem fibra nenhuma. Estudos clínicos do início do século 20 constataram que trabalhadores da lavoura que chupavam cana viviam mais que os trabalhadores urbanos que consumiam açúcar refinado. Frutas e verduras em seu estado natural também contêm micronutrientes que fazem bem ao fígado e ao organismo como um todo. As fibras presentes nas plantas que contêm frutose, além de retardar a absorção intestinal dos carboidratos (portanto também reduzindo a resposta insulínica à fração glicosedessas plantas), também aumentam a velocidade do trânsito do bolo alimentar, o que por sua vez estimula a produção de um fator químico chamado PYY (Peptídio YY), que promove a sensação de saciedade. Por fim, as fibras inibem a absorção intestinal de alguns ácidos graxos livres, que então se transformam em ácidos graxos de cadeia curta, que inibem a produção de insulina (ao contrário dos de cadeia longa, que estimulam a insulina). Quem já ou viu falar em dieta paleolítica sabe que o caminho reverso para a obesidade e diabetes do tipo 2 é ingerir alimentos na sua forma original, ou seja, exatamente do jeito que a natureza os criou. E isso com certeza inclui uma enorme quantidade de fibras. Enquanto você tiver total controle sobre suas crianças, não ofereça doces a elas. Dê frutas frescas para elas comerem. Dê água e não sucos, refrigerantes ou bebidas doces a seus filhos. Peça à escola de seu(s) filho(s) que não sirva suco a ele(s). Faça da comida de verdade a maior guloseima – este é o maior presente para suas crianças. Quanto mais cedo na vida a criança é exposta a doces (inclusive bebidas doces como sucos), mais viciada em doces ela se tornará mais tarde na vida. Lembre-se: é mais fácil educar que reeducar. PRINCIPAIS FUNÇÕES DO FÍGADO O fígado é um órgão vital, sem o qual não é possível sobreviver. Além de ser o maior órgão sólido e a maior glândula do corpo, o fígado também é responsável por centenas de funções no nosso organismo. Neste artigo iremos abordar as principais características do fígado, dando ênfase às principais funções deste órgão. Se você está à procura de informações sobre sintomas de problemas no fígado, leia: 12 SINTOMAS DO FÍGADO. O que é o fígado? O fígado é um grande órgão maciço, com aproximadamente 20 cm de diâmetro, 17 cm de altura e peso médio de 1.4 quilo, localizado no quadrante superior direito da cavidade abdominal, logo abaixo do diafragma. O suprimento sanguíneo do fígado é feito por duas vias, pela artéria hepática (20-40%) e pela veia porta (60-80%). O fígado é um órgão tão vascularizado que chega a receber 1.5 litro de sangue por minuto. Uma das mais interessantes caraterísticas do fígado é a sua incrível capacidade de se regenerar, sendo ele capaz de retornar ao tamanho normal mesmo após ter mais de 50% do seu volume retirado cirurgicamente. O fígado é uma complexa fábrica orgânica, com centenas de funções, entre as mais importantes, remover toxinas do sangue e processar alimentos vindos dos intestinos. Funções do fígado As células do fígado, chamadas hepatócitos, contêm milhares de enzimas que são responsáveis pela metabolização das substâncias presentes no sangue, sejam elas benéficas ou prejudiciais ao nosso organismo. O fígado também é capaz de armazenar nutrientes e outras substâncias úteis, além de produzir proteínas e vitaminas essenciais para nossa saúde. A ciência já conhece mais de 500 funções do fígado, vamos falar resumidamente das principias: 1- Metabolização dos nutrientes digeridos O processo de digestão consiste na quebra dos nutrientes em moléculas cada vez menores, até o ponto delas poderem ser absorvidas pela mucosa dos intestinos e depois lançadas na circulação sanguínea. Toda a circulação sanguínea do trato digestivo drena em direção à veia porta, de forma que nenhum nutriente ou substância ingerida consiga chegar ao resto do organismo sem antes passar pelo fígado. Este processo é de suma importância, pois é o fígado quem controla quanto, qual, em que forma cada substância originada da alimentação passará para o resto do corpo. Exemplos: a. Gorduras O processo de digestão quebras as gorduras em moléculas pequenas, chamadas ácidos graxos e glicerol. São estas as moléculas absorvidas pelos intestinos e lançadas em direção à veia porta. No fígado essa gordura é transformada em diversas substâncias, como fosfolipídios ou colesterol, que são essenciais na produção de nossas células. O fígado também usa as gorduras para sintetizar lipoproteínas, como o HDL, VLDL, e LDL, que são as moléculas responsáveis pelo transporte de colesterol pelo sangue (leia: COLESTEROL HDL | COLESTEROL LDL | TRIGLICERÍDEOS). O fígado também é quem determina se a gordura ingerida será usada para gerar energia ou será armazenada. Se o indivíduo consome gorduras em excesso, o fígado transforma o glicerol e o ácido graxo em triglicerídeos, armazenando-os no tecido subcutâneo, criando camadas de tecido adiposo (os famosos pneuzinhos). De forma oposta, se o corpo precisar de fontes extras de energia, o tecido adiposo quebra os triglicerídeos novamente em glicerol e o ácido graxo, enviando-os de volta para o fígado para que eles possam ficar disponíveis como fonte de energia para as células (leia: O QUE SÃO OS TRIGLICERÍDEOS?). b. Proteínas O processo de digestão quebra as proteínas ingeridas em moléculas chamadas aminoácidos. O fígado é o órgão que decide o destino destes aminoácidos, podendo utilizá-los como: – fonte para produção de proteínas essenciais para o organismo, como albumina, globulinas, lipoproteínas, fatores da coagulação, etc; – fonte para formação de massa muscular; – fonte para produção de gordura, pois, caso necessário, o fígado consegue transformar aminoácidos em triglicerídeos, num processo chamado lipogênese; – fonte para produção de glicose, em um processo chamado gliconeogênese. Pacientes com doenças graves do fígado apresentam níveis baixos de proteínas no sangue, principalmente albumina. A perda de massa muscular também é comum devido à perda de capacidade de lidar com os aminoácidos recebidos da alimentação. A deficiência de fatores da coagulação faz com que estes pacientes apresentem maior risco de sangramentos. A digestão das proteínas produz aminoácidos, mas também gera a amônia, uma substância tóxica para o organismo. O fígado é o responsável pela metabolização da amônia, transformando-a em ureia, uma substância infinitamente menos tóxica. Pacientes com cirrose e falência hepática perdem a capacidade de metabolizara amônia, fazendo com que a mesma se acumule no corpo, levando à chamada encefalopatia hepática, um processo de intoxicação dos neurônios. Leia também: O QUE SÃO PROTEÍNAS E AMINOÁCIDOS? c. Glicose Os carboidratos ingeridos são transformados em moléculas de glicose, que é a principal fonte de energia das células. Quando chega uma grande quantidade de glicose ao fígado, ele libera uma parte em direção à circulação sanguínea e armazena outra sob a forma de glicogênio, para que esta possa ser usada como fonte de energia nos períodos de jejum ou atividade física. Se o fígado já está cheio de glicogênio, mas o indivíduo continua ingerindo carboidratos em excesso, o mesmo passa a ser transformado em triglicerídeos (lipogênese), sendo enviado para os tecidos subcutâneos. É por isso que comer muito carboidrato engorda. Pacientes com grave doença hepática podem apresentar hipoglicemias, pois o fígado já não consegue armazenar glicose na forma de glicogênio, fazendo com que o paciente não tenha reservas de glicose facilmente disponíveis nos períodos de jejum. 2- Metabolização de substâncias tóxicas Assim como os nutrientes, qualquer outra substância ingerida também passará pelo fígado antes de chegar ao resto do organismo, incluindo remédios, drogas, toxinas ambientais e álcool. Os hepatócitos são ricos em citocromo P450, o nome dado a uma família de enzimas que têm a capacidade de metabolizar, inativar e facilitar a eliminação pelos rins de diversas substâncias. O exemplo mais famoso do processo de desintoxicação realizado pelo fígado é a metabolização de bebidas alcoólicas. O álcool é uma substância extremamente tóxica, mas que até certo ponto pode ser consumida, pois o fígado tem a capacidade de transformá-lo em ácido acético, uma metabólito muito menos tóxico e facilmente eliminado pelos rins através da urina. Se você quiser informações mais detalhadas sobre esse processo de metabolização do álcool pelo fígado, leia: O QUE É A RESSACA? (RESSACA – Causas, Sintomas e Como Curar Entenda por que ficamos bêbados e depois sofremos com a ressaca. Atualizado em 24 Jun, 2017 Compartilhe O álcool é uma das drogas mais consumidas em todo o mundo. Os mais recentes dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que cerca de 30% dos homens e 10% das mulheres no Brasil consomem álcool em excesso pelo menos uma vez por semana. Além disso, quase 80% dos jovens referem consumir bebidas alcoólicas regularmente. Neste texto vamos explicar o que é a ressaca, uma das consequências da intoxicação pelo álcool. Para saber mais sobre os perigos das bebidas alcoólicas, leia também os seguintes artigos: EFEITOS DO ÁLCOOL | Tratamento do alcoolismo INTERAÇÃO DO ÁLCOOL COM REMÉDIOS E ENERGÉTICOS Para entender a ressaca é preciso antes saber por que ficamos bêbados e quais os efeitos do excesso de álcool no organismo. Portanto, antes de falarmos propriamente da ressaca, vamos revisar o que acontece com álcool após o mesmo ser ingerido. Antes de seguirmos em frente, assista a essa curta animação que resume as informação que serão detalhadas nesse artigo Como o álcool é metabolizado no organismo? Quando comemos ou bebemos uma substância qualquer, ela passa basicamente por três estágios: digestão, absorção e metabolização pelo fígado. Ou seja, todo alimento que é absorvido pelo trato gastrointestinal obrigatoriamente passa pelo fígado antes de alcançar qualquer outro órgão. Isso vale para alimentos, álcool, remédios, drogas, etc. O fígado é uma espécie de centro de tratamento das substâncias ingeridas. A maior parte do que é ingerido só chega à circulação sanguínea central depois de ter sido processado pelo fígado. O nome desse processo é “metabolização hepática”. No caso do álcool, 80% passa fígado e 20% consegue atingir a circulação sanguínea diretamente. Esses 20% circulam pelo organismo e acabam chegando novamente ao fígado, onde serão metabolizados. Dentre os vários papeis da metabolização hepática, um deles é inativar substâncias tóxicas que tenham sido ingeridas, como álcool (etanol), por exemplo. Na verdade, o processo de metabolização hepática do álcool é curioso, pois, como o fígado humano não produz uma enzima que neutralize diretamente o álcool, ele primeiro o transforma em acetaldeído, e só depois em ácido acético, que é um metabólito não ativo e não tóxico. O problema é que o acetaldeído é uma substância ainda mais tóxica que o próprio álcool. Portanto, até que o fígado transforme o acetaldeído em ácido acético, o organismo acaba tendo que lidar com duas substâncias tóxicas. Algumas pessoas têm deficiência na enzima que transforma o acetaldeído em ácido acético, sendo elas muito mais propensas a ter níveis sanguíneos elevados de acetaldeído após a ingestão de álcool. Essa deficiência é muito comum nos indivíduos de origem asiática. Obs: O acetaldeído é um carcinogênico (substância que causa câncer) e pode levar à lesão do fígado se a exposição for frequente e prolongada (leia: CIRROSE HEPÁTICA | Sintomas e causas). Por que ficamos bêbados? Bom, até aqui já aprendemos que o álcool, que é uma substância tóxica, após ser ingerido é transformado em um outro elemento ainda mais tóxico antes de circular por todo o corpo. Mas o problema não termina aí. A absorção do álcool pelos intestinos é muito mais rápida do que a capacidade do fígado de metabolizá-lo. O fígado só consegue metabolizar o equivalente a 10 gramas de álcool por hora, o que é menos que uma 1 taça de vinho ou 300 ml de cerveja, que possuem cerca de 12 gramas de álcool. Portanto, se tomarmos o equivalente a 5 taças de vinho, o corpo vai demorar, em média, 6 horas para eliminar todo esse volume. Isso significa que após um consumo exagerado de álcool, por várias horas nosso organismo vai ter que lidar com duas substâncias altamente tóxicas circulando no sangue: álcool e acetaldeído. Quando estamos de estômago cheio, a absorção de etanol fica mais lenta, dando mais tempo ao fígado para metabolizar o álcool que chega. Por isso, a intoxicação por etanol é mais intensa quando bebemos em jejum. Bebidas alcoólicas gasosas são absorvidas mais lentamente e alimentos ricos em proteínas ou em açúcar reduzem a absorção do álcool. O álcool age em todo organismo, mas os seus efeitos mais visíveis são no cérebro, principalmente durante uma intoxicação aguda. Em pequenas quantidades, o álcool tem ação estimulante, levando à euforia, desinibição e maior interação social. Pequenas doses já afetam a coordenação motora e a capacidade de concentração. Conforme o nível de álcool se eleva, a capacidade de julgamento fica alterada e surgem os comentários e as ações impróprias. Doses maiores de álcool e acetaldeído na circulação intoxicam os neurônios, levando à inibição do funcionamento do sistema nervoso. Conforme a concentração sanguínea se eleva, o paciente vai passando pelas seguintes fases: letargia, sonolência, redução do nível de consciência, coma e, eventualmente, morte. Portanto, estar bêbado significa estar com os neurônios intoxicados por álcool (e acetaldeído). Os sintomas da bebedeira duram até o fígado conseguir neutralizar todo o álcool e o acetaldeído que circulam no sangue, o que já vimos que pode levar horas. O que é a ressaca? A noite acabou e você se depara com luz do sol ardendo nos seus olhos. A boca está seca e com gosto amargo. Você tenta se levantar e nota ainda uma tontura residual e uma fraqueza nas pernas. Neste momento, você repara que uma terrível dor de cabeça lhe atormenta. Como se não bastasse, ainda há um mal estar terrível e uma náusea que só não provoca vômitos porque o seu estômago está completamente vazio. Você corre para o banheiro e nota que está com diarreia, mas as fezes têm um cheiro diferente do habitual. Parece cheiro de … álcool. Sua mente está um nevoeiro e os detalhes da festa da noite passada são apenas flashes. Isso lhe soa familiar? Pois isso é nada mais do que os sintomas da ressaca, o resultado final de horas de exposição a substâncias tóxicas. Na verdade, a ressaca habitualmente surge quando onível de álcool no sangue já está bem baixo, quase zero, após intenso trabalho de limpeza feito pelo fígado. A ressaca parece ocorrer basicamente por três motivos: 1) Intoxicação pelo acetaldeído. 2) Queda da glicose sanguínea (hipoglicemia). 3) Desidratação. 1) O acetaldeído chega a ser até 30 vezes mais tóxico às células do que o etanol. No caso de um consumo exagerado de álcool pode haver presença deste metabólito tóxico na circulação ainda por várias horas após o indivíduo ter parado de beber. Grande parte do mal estar da ressaca é por consequência da exposição prolongada das células ao acetaldeído, o que provoca uma espécie de inflamação generalizada do organismo. Além disso, os neurônios ficam intoxicados, o que atrapalha o estabelecimento de um padrão adequado de sono. O sujeito fica sonolento, mas a qualidade do seu sono é ruim, mantendo-o cansado. 2) O processo de metabolização do etanol envolve vias enzimáticas do fígado que também participam da produção de glicose, principalmente em períodos de jejum. Como essa enzimas estão ocupadas metabolizando o etanol, temos uma queda no nível de glicose para o cérebro e outras regiões do organismo. Daí surgem os sintomas de fraqueza e mal-estar. 3) Um dos efeitos adversos do etanol no cérebro é inativar a produção de um hormônio chamado ADH (hormônio antidiurético). Os rins filtram em média 180 litros de sangue (água) por dia. Graças ao hormônio ADH, destes 180 litros filtrados, urinamos apenas 1 ou 2 por dia. O ADH é um dos principais mecanismos de controle da quantidade de água corporal. Quando ele é inibido, toda água que passa pelos rins acaba sendo eliminada na urina. Por isso, alguns minutos após o ingestão de álcool, começamos a urinar o tempo todo. Já reparou como é clara a urina após consumo de bebidas alcoólicas? Isso ocorre porque neste momento sua urina é basicamente água pura. Esse efeito diurético leva à desidratação, que causa os sintomas de boca seca, sede, dor de cabeça, irritação e câimbras. O ADH só volta a ser produzido pelo sistema nervoso central quando os níveis de álcool tornam-se baixos, geralmente após horas de eliminação excessiva de água. Como evitar a ressaca? A resposta óbvia é: não beba. Mas imagino que não seja isso que você está querendo saber. O risco de ressaca é maior quando há um consumo de pelo menos 4 taças de vinho ou 4 latas de cerveja (ou o equivalente em álcool de qualquer outra bebida) no intervalo de 2 horas. Está é uma quantidade de álcool consumido acima da capacidade de metabolização hepática, promovendo grande liberação de acetaldeído para a corrente sanguínea. Como já dito, beber mais devagar e depois de ingerir alimentos ricos em proteínas e carboidratos diminui a velocidade de absorção de álcool pelos intestinos, dando tempo para o fígado metabolizar o álcool que vai sendo consumido. O ideal é comer antes de começar a beber. Depois de bêbado, o álcool já foi todo absorvido, comer só vai aumentar o risco de você vomitar. Todavia, nada impede que você belisque durante a festa enquanto bebe, pois isso ajuda a retardar a absorção do álcool. Beber muita água antes, durante e depois da festa talvez seja a melhor dica. Toda vez que você for ao banheiro urinar, beba algo não alcoólico, seja água, suco ou refrigerantes (com açúcar de preferência). Curiosamente, bebidas mais escuras – como uísque, vinho tinto, tequila (que não é tão escura) e conhaque – geralmente causam ressacas piores do que o vinho branco, cerveja ou bebidas claras, como vodca ou gim. Porém, isso de modo algum significa que cerveja ou vodca não provoquem ressaca. Tomar medicamentos anti-ressaca, como Engov, antes de beber tem pouco fundamento científico. São drogas que misturam substâncias contra náuseas, analgésicos e cafeína, tentando amenizar alguns dos sintomas da ressaca. O problema é que o seu efeito já não é tão grande muitas horas depois de tomado, e alguns deles ainda contêm anti-inflamatórios ou aspirina, que são substâncias que irritam o estômago. O Engov (ou similares) não age sobre a desidratação, sobre a hipoglicemia, nem sobre a irritação que o acetaldeído provoca nas células. Além de não funcionarem bem como prevenção da ressaca, esses medicamentos ainda podem estimular o indivíduo a beber mais, pois o mesmo passa a achar que está protegido contra os efeitos maléficos de um consumo exagerado de álcool. Como curar a ressaca? Beba muitos líquidos ao acordar. A não ser que você esteja habituado a beber café de manhã, o ideal é evitá-lo, pois a cafeína também é um diurético. Água e sucos são o ideal. Isotônicos (tipo Gatorade) também podem ser usados. Não existe remédio que cure ressaca nem que acelere o metabolismo do etanol. De nada adianta banho frio, café, chás, produtos com cheiro forte ou qualquer outra medicação caseira. O importante é hidratação, carboidratos e bastante repouso. Habitualmente, a ressaca melhora até o final do dia.) O fígado também é capaz de desativar substâncias produzidas pelo próprio corpo, como hormônios, impedindo que haja excesso dos mesmos circulando pelo sangue. Pacientes com doenças hepática devem evitar álcool e determinados medicamentos, pois o fígado já não será mais capaz de metabolizá-los adequadamente. 3- Produção de bile Nossas hemácias (glóbulos vermelhos) são células que têm uma vida média de 120 dias. Quando ficam velhas, elas são levadas para o baço, onde são destruídas. Um dos produtos liberados neste processo é a bilirrubina, um pigmento amarelo-esverdeado. A bilirrubina produzida no baço não é solúvel em água e, portanto, não pode ser eliminada pelos rins, cabendo ao fígado este papel. A bilirrubina é metabolizada no fígado e acrescentada a bile, uma substância que auxilia na digestão de gorduras. A bile produzida pelo fígado é parte armazenada na vesícula biliar e parte liberada no intestino, para facilitar o processo de digestão. A presença da bilirrubina na bile é a responsável pela cor marrom das fezes. Pacientes com doenças no fígado ou nas vias biliares que impeçam a drenagem de bile para os intestinos apresentam problemas de digestão de gorduras e fezes esbranquiçadas. Se o fígado perder a capacidade de metabolizar e excretar a bilirrubina, a mesma se acumula no sangue e acaba se depositando na pele, tornando-a amarelada, um sinal que chamamos de icterícia (leia: ICTERÍCIA | Neonatal e adulto). 4- Produção de substâncias essenciais ao organismo Além da produção de proteínas importantes, como albumina e fatores da coagulação, já explicados acima, o fígado também é capaz de produzir, metabolizar e armazenar uma grande diversidade de outras substâncias, como vitaminas e ferro. 5- Destruição de bactérias e outros germes. O fígado possui células de defesas, chamadas células de Kupffer, capazes de eliminar germes e fragmentos de células mortas que passem pelo fígado. Se você quiser ler sobre as principais doenças do fígado, acesse nosso arquivo sobre doenças hepáticas: ARQUIVO DE HEPATOLOGIA. PEDRA NA VESÍCULA – Sintomas, Causas e Cirurgia A colecistite é a inflamação da vesícula biliar que ocorre normalmente após obstrução da mesma por um cálculo. A vesícula biliar é uma pequena bolsa em forma de pera, localizada no quadrante superior direito do abdômen, logo abaixo do fígado. Colelitíase é o nome que damos à presença de pedras dentro da vesícula, uma condição que pode ser assintomática em alguns casos, mas pode também provocar intensa dor abdominal se houver inflamação da vesícula. Neste texto vamos abordar as seguintes questões: Para que serve a vesícula. Como surgem as pedras na vesícula. O que é lama biliar. Fatores de risco. Quais são os sintomas. O que é colecistite. Complicações da colelitíase. Qual é o tratamento para. Para que serve a vesícula? A vesícula é uma pequena bolsa localizada abaixo do fígado, cuja principal função é armazenar a bile, um líquido amarelo-esverdeado, rico em colesterol, pigmentos e bicarbonato, produzido pelo próprio fígado. A bile é uma substância que auxilia na digestão das gordurasda alimentação. Como age a bile? A bile, após sua produção pelas células do fígado, é escoada pelos ductos hepáticos até as vias biliares, juntando-se a substâncias produzidas no pâncreas, formando, assim, um suco de enzimas essencial para a digestão dos alimentos. Esta mistura é lançada no duodeno, onde irá encontrar com os alimentos recém saídos do estômago. Como a bile é uma substância usada na digestão, não há necessidade de liberá-la para o duodeno quando não há comida saindo do estômago. Por isso, enquanto estamos de estômago vazio, a saída da via biliar fica fechada e toda a bile produzida é armazenada na vesícula biliar. Portanto, quando estamos em jejum, a bile produzida pelo fígado fica sendo armazenada na vesícula. Quando comemos, a vesícula se contrai e expulsa a bile em direção às vias biliares, para que estas possam chegar ao duodeno. A capacidade de armazenamento da vesícula é de mais ou menos 50 ml, o que não é muita coisa. A solução encontrada pelo organismo para suprir esta pequena capacidade de armazenamento foi concentrar ao máximo a bile para que ela, ao se dissolver no suco pancreático e aos alimentos, tenha uma ação muito potente. Para concentrar a bile, a vesícula começa a perder água, tornando-a cada vez mais espessa e muito mais forte do que a bile originalmente produzida pelo fígado. Como surgem as pedras na vesícula – colelitíase? O processo de concentração da bile na vesícula é feito de modo a torná-la mais espessa, porém, sem que a mesma se solidifique. As pedras na vesícula, chamadas de colelitíase ou cálculo biliar, surgem quando ocorre um desequilíbrio entre a quantidade de água e as substâncias presentes na bile. A pedra pode surgir quando a quantidade de água retirada da vesícula biliar for excessiva ou quando quantidade de substâncias na bile, como colesterol e pigmentos, estiver em quantidades exageradas, tornando-a saturada. Lama biliar A lama biliar é um estágio logo antes da solidificação da bile. É uma bile gelatinosa, muito espessa. Na maioria dos casos a lama biliar não causa sintomas e acaba sendo eliminada normalmente pela vesícula. A lama biliar é um achado comum na vesícula de mulheres grávidas. O problema da lama é que ela é um grande fator de risco para formação dos cálculos biliares, principalmente aqueles formados por colesterol. O paciente que tem lama está a um passo de formar pedras. Fatores de risco para a colelitíase Idade: incomum em pessoas jovens, o risco de se desenvolver colelitíase (cálculo na vesícula) é 4x maior a partir dos 40 anos de idade. Sexo: a pedra na vesícula é 3 vezes mais comuns em mulheres, provavelmente como resultado da ação do estrogênio sobre a bile. Após a menopausa, o risco de desenvolver pedras cai bastante, tornando-se semelhantes ao dos homens. Gravidez: o excesso de estrogênio durante a gestação aumenta a saturação da bile. Reposição hormonal: outro mecanismo em que o estrogênio está envolvido. Obesidade: é o principal fator de risco em jovens, principalmente do sexo feminino (leia: OBESIDADE | Definições e consequências). História familiar positiva: ter parentes de 1º grau com história de pedras na vesícula aumenta em 2x o risco. Rápida perda de peso: grandes perdas de peso em pouco tempo ou dietas com muito baixa caloria também são fatores de risco e estão associados ao surgimento de lama biliar. Diabetes (leia: DIABETES MELLITUS | Sintomas, tipos e diagnóstico). Cirrose (leia: CIRROSE HEPÁTICA – Causas e Sintomas). Jejum prolongado: quanto maior o tempo da bile na vesícula, mais desidratada ela fica e maior o risco de formação de pedras. Jejum prolongado também pode causar lama biliar. Medicamentos: Ceftriaxona, anticoncepcionais e fibratos são drogas que aumentam o risco de formação de pedras na vesícula. Sedentarismo. Doença de Crohn (leia: ENTENDA A DOENÇA DE CROHN E A RETOCOLITE ULCERATIVA). Anemia falciforme (leia: ANEMIA FALCIFORME | TRAÇO FALCIFORME). Sintomas de pedra na vesícula A maioria das pessoas com pedras na vesícula não apresenta sintomas. As pedrinhas ficam lá dentro da vesícula, quietinhas, sem causar nenhum problema. Às vezes, são tão pequenas que saem junto da bile e acabam sendo eliminadas nas fezes, sem que o paciente tome ciência do fato. Os sintomas começam a surgir quando a pedra torna-se maior que o orifício de saída da vesícula. Uma pedra grande pode ficar impactada na saída da vesícula biliar, impedindo a drenagem do restante da bile. Quando o paciente se alimenta, o estômago e o duodeno enviam sinais à vesícula avisando que está chegando comida, fazendo com que a mesma se contraia. O problema é que a saída está obstruída e a contração acaba gerando uma grande pressão dentro da vesícula, levando à típica dor da cólica biliar. A cólica biliar é uma forte dor no lado direito do abdome, abaixo das costelas, que ocorre habitualmente após uma refeição. Quanto mais gordurosa for a alimentação, maior é o estímulo para contração da vesícula e, consequentemente, mais intensa é a cólica biliar. A dor em geral ocorre 1 hora após a refeição, momento em que o alimento começa a chegar ao duodeno. Depois que o alimento todo passa pelo duodeno, a vesícula relaxa, a pressão dentro dela diminui e a dor desaparece. A cólica biliar é, portanto, uma dor tipicamente associada à alimentação. Em alguns casos o paciente apresenta múltiplos cálculos dentro da sua vesícula. Quanto maior o número de pedras, maior a chance de ocorrerem obstruções e sintomas. Complicações possíveis do cálculo biliar Colecistite A colecistite é a inflamação da vesícula biliar que ocorre normalmente após obstrução persistente da mesma por uma pedra. A vesícula obstruída fica mais susceptível a infecções e inflamações. Bactérias naturais dos intestinos, como E.coli, Enterococo, Klebsiella e Enterobacter, costumam infectar a bile que fica estagnada dentro da vesícula obstruída, levando ao quadro de colecistite infecciosa. A colecistite (inflamação da vesícula) é, portanto, uma complicação da colelitíase (pedra na vesícula). Ao contrário da cólica biliar onde a dor é limitada e desaparece após o relaxamento da vesícula fora dos períodos de alimentação, na colecistite a vesícula torna-se permanentemente inflamada e a dor é constante, estando habitualmente associada a vômitos e febre. Na colecistite a dor também pode piorar com a alimentação, mas não desaparece por completo com o jejum. Curiosamente, cerca de 10% dos pacientes com colecistite não apresentam evidências de pedras na vesícula, não havendo causa aparente para o surgimento da inflamação. E quando a pedra fica presa nas vias biliares? Além da cólica biliar e da colecistite, a pedra na vesícula pode causar ainda outro problema. Alguns cálculos são pequenos o suficiente para sair da vesícula, mas são maiores que o diâmetro das vias biliares, ficando impactado nas mesmas, sem conseguir chegar ao duodeno. A impactação de uma pedra nos ductos biliares também causa obstrução à passagem da bile. Este quadro se chama coledocolitíase. Quando há obstrução apenas da vesícula, a bile armazenada fica estagnada, mas a bile que continua sendo produzida no fígado consegue ser normalmente escoada pelas vias biliares. Por outro lado, quando a pedra impacta na via biliar, nem a bile do fígado nem a bile da vesícula conseguem ultrapassar a barreira. Esta bile represada volta para o fígado e começa a ser absorvida pelo sangue, levando a um quadro chamado icterícia, que é a coloração amarelada da pele e dos olhos devido ao acumulo de bilirrubina (bile) no sangue e na pele. A icterícia também ocorre em outras doenças do fígado, como hepatite e cirrose (leia: ICTERÍCIA | Neonatal e adulto). Um quadro ainda mais grave surge quando a bile obstruída é contaminada por alguma bactéria vinda dos intestinos. Assim como a bile estagnada na vesícula pode se infectar causando a colecistite, a bile estagnada nas vias biliares quando contaminada provoca um quadro chamado colangite. A colangite é uma infecção grave das vias biliares, uma situação que costuma levar à sepsee tem alta mortalidade (leia: SEPSE / CHOQUE SÉPTICO). Pancreatite por cálculo biliar Um terceiro modo de obstrução causado por uma cálculo biliar é a impactação da pedra na saída do ducto do pâncreas. Neste caso, a pedra impede a secreção das enzimas do pâncreas, levando a um quadro de pancreatite aguda (leia: PANCREATITE CRÔNICA E PANCREATITE AGUDA). Diagnóstico da pedra na vesícula O exame inicial para o diagnóstico das doenças da vesícula e das vias biliares é a ultrassonografia. No paciente com dor abdominal o diagnóstico é feito em duas partes, primeiro identificamos a presença da(s) pedra(s) e depois tentamos saber se estas são a causa dos sintomas. Pedras na vesícula são muito comuns e nem toda dor abdominal pode ser atribuídas às mesmas. Muitas vezes o paciente tem uma gastrite, mas acaba culpando uma pedra assintomática pela sua dor. Tanto a cólica biliar quanto a colecistite possuem quadro clínico característico. Não basta achar uma pedra na vesícula para achar que o diagnóstico de qualquer dor abdominal estará feito (leia: DOR NA BARRIGA | DOR ABDOMINAL | Principais causas). Exames como a cintilografia, ressonância magnética ou tomografia computadorizada podem ser úteis quando há dúvidas se existe inflamação ou não vesícula. Tratamento da pedra na vesícula Nos pacientes assintomáticos, que encontram uma pedra acidentalmente em exames de rotina, em geral, a conduta é expectante. Trabalhos mostram que menos de 15% das pessoas com pedras desenvolvem sintomas em um prazo de 10 anos. Além disso, a maioria dos pacientes que apresenta sintomas pelo cálculo biliar o fazem como cólica biliar, e não colecistite, colangite ou pancreatite. Portanto, a não ser que haja outros dados na história clínica, habitualmente não se leva à cirurgia pacientes com colelitíase assintomática. Cirurgia de vesícula Se o paciente apresenta sintomas da pedra, mesmo que somente cólicas biliares, a cirurgia está indicada. O tratamento mais comum nestes casos é a colecistectomia, retirada cirúrgica da vesícula. A colecistectomia pode ser feita por cirurgia tradicional ou por laparoscopia. Atualmente a cirurgia laparoscópica é a mais usada. Nos casos de colangite, cálculos nas vias biliares ou pancreatite, o procedimento também é cirúrgico e visa a desobstrução das vias biliares. Após a desobstrução, retira-se também a vesícula no mesmo ato cirúrgico para evitar recorrências. A vesícula é um órgão importante, mas não é vital. A maioria dos pacientes sem vesícula vive sem grandes problemas. Os principais sintomas que surgem após a retirada da vesícula são aumento dos gases e fezes mais amolecidas, principalmente após a ingestão de alimentos gordurosos. Tratamento não cirúrgico do cálculo biliar Nos pacientes com pedras predominantemente de colesterol e sem evidências de complicações, há a opção pelo tratamento com remédios. Existe uma substância chamada ácido ursodeoxicólico, ou ursodiol, que dissolve este tipo de cálculo. Através da tomografia computadorizada muitas vezes é possível avaliar a composição das pedras e indicar o tratamento com remédios. O tratamento com esta droga é bem lento e pode durar anos até dissolver totalmente a pedra. Se o paciente estiver tendo cólicas biliares, este tipo de tratamento não está indicado, pois ninguém vai manter o paciente com dor por tanto tempo. Existe ainda a opção pelo tratamento com ondas de choque (litotripsia), semelhante ao feito com o cálculo renal. O grande problema do tratamento não cirúrgico é a alta taxa de recorrência das pedras. Mais de 50% dos pacientes voltam a apresentar pedras em um intervalo de 5 anos. Cálculos formados pelo uso do antibiótico ceftriaxona costumam desaparecer espontaneamente algumas semanas após a suspensão do medicamento. Glucagon O pâncreas é o órgão responsável pela produção do hormônio denominado insulina e glucagon. É a insulina que controla a glicemia no sangue. O pâncreas é uma glândula endocrina retroperitoneal situado póstero inferior ao estômago, que realiza duas funções: Exócrinas: produz o suco pancreático, que contém enzimas digestivas. Endócrinas: produz vários hormônios importantes, como a insulina e o glucagon. O pâncreas endócrino é composto de aglomerações (clusters) de células especiais denominadas ilhotas de Langerhans. O “cansaço” crónico destas células leva ao aparecimento da diabetes no pâncreas. As ilhotas de langerhans tem duas celulas a alfa que produz o glucagon e a beta que produz a insulina. Pâncreas Aspectos fisiopatológicos do pâncreas O pâncreas produz dois hormônios que ajudam a controlar a glicemia ( taxa de glicose no sangue) são eles: a insulina e o glucagon. A insulina é o hormônio responsável pela redução da glicemia ao promover o ingresso de glicose nas células. É produzida nas ilhotas de Langerhans, células do pâncreas endócrino. Quando a produção de insulina é deficiente, a glicose se acumula no sangue e na urina, matando as células de fome: é a diabetes mellitus. O glucagon é um hormônio polipeptídeo produzido nas células alfa das ilhotas de Langerhans do pâncreas. Palavra glucagon deriva de gluco, glucose (glicose) e agon, agonista, ou agonista para a glicose. Sua ação mais conhecida é aumentar a glicemia, contrapondo-se aos efeitos da insulina. O glucagon age na conversão do ATP (trifosfato de adenosina) a AMP-cíclico, composto importante na iniciação da glicogenólise, com imediata produção e liberação de glicose pelo fígado. Fonte: www.geocities.com Glucagon O Glucagon é um hormônio polipeptídeo produzido nas células alfa das ilhotas de Langerhans do pâncreas e também em células espalhadas pelo trato gastrintestinal. São conhecidas várias formas de glucagon, sendo que a forma biologicamente ativa tem 29 aminoácidos. A palavra glucagon deriva de [gluco], glucose (glicose) e [agon], agonista, ou agonista para a glicose. Sua ação mais conhecida é aumentar a glicemia, contrapondo-se aos efeitos da insulina. O glucagon age na conversão do ATP (trifosfato de adenosina) a AMP-cíclico, composto importante na iniciação da glicogenólise, com imediata produção e liberação de glicose pelo fígado. Quando estimulado, o glucagon pode causar gliconeogênese, glicogenólise, proteólise e lipólise. Em condições normais, a ingestão de glicose suprime a secreção de glucagon. Há aumento dos níveis séricos de glucagon durante o jejum. A secreção de glucagon é estimulada por aminoácidos e alguns peptídeos gastrintestinais; sua secreção é inibida pela somatostatina e por ácidos graxos livres. O que é Glucagon O glucagon é um hormônio peptídeo, produzido por células alfa do pâncreas, que aumenta os níveis de glicose no sangue. Seu efeito é oposto a de insulina, o que reduz os níveis de glicose no sangue. O pâncreas libera glucagon quando de açúcar no sangue (glicose) cair muito baixo. O glucagon faz com que o fígado para converter armazenados glicogênio em glicose, que é liberado na corrente sanguínea. Níveis de glicose elevado no sangue estimulam a liberação de insulina. A insulina permite que a glicose a ser incorporados e utilizados pelos tecidos insulino-dependentes. Assim, glucagon e insulina são parte de um sistema de feedback que mantém os níveis de glicose no sangue em um nível estável. Glucagon pertence a uma família de várias outras hormonas relacionadas . O que é glucagon e onde ele e produzido? O glucagon é um hormônio produzido pelas células alfa das ilhotas de Langerhans que provoca um aumento da glicemia. O alvo primário desse hormônio é o fígado onde ele estimula a gliconeogênese (síntese de glicose) e o catabolismo do glicogênio (quebra do glicogênio, que é um polímero de moléculas de insulina). O glucagon está disponível para prescrição no tratamento de casos de hipoglicemia severa. Fonte: www.laboratoriobiolider.com.br Glucagon Insulina, glucagon e glicose sangüínea Como a diabetes é uma doença que afeta a habilidade do corpo de usar glicose, vamos começar vendo o que é glicose e como seu corpo a controla. Glicose é um açúcarsimples que fornece energia para todas as células do seu corpo. As células captam a glicose do sangue e a quebram para obter energia. Algumas células, como as células cerebrais e as células sangüíneas vermelhas, dependem somente da glicose para combustível. A glicose do sangue vem do alimento que você come. Quando você come um alimento, a glicose é absorvida pelos intestinos e distribuída através da corrente sangüínea para todas as células do corpo. Seu corpo tenta manter um suprimento constante de glicose para as células, mantendo uma concentração constante de glicose no sangue, caso contrário, as células teriam mais glicose do que o necessário logo após a refeição e ficariam sem nada entre as refeições e durante a noite. Portanto, quando você tem um suprimento excessivo de glicose, o corpo armazena o excesso no fígado e nos músculos fabricando glicogênio, que é feito de cadeias longas de glicose. Quando as reservas de glicose estão baixas, seu corpo mobiliza a glicose armazenada como glicogênio e/ou estimula você a comer. O importante é manter um nível constante de glicose no sangue. Para manter um nível constante de glicose no sangue, seu corpo depende de dois hormônios produzidos no pâncreas que têm ações opostas: insulina e glucagon. O pâncreas tem muitas ilhotas que contêm células beta produtoras de insulina e células alfa produtoras de glucagon Pâncreas Seu pâncreas está localizado no abdome, abaixo do estômago. Produz muitas enzimas digestivas que quebram os alimentos (função exócrina) e hormônios (função endócrina) que regulam a glicose no sangue. Insulina é feita e secretada pelas células beta das ilhotas pancreáticas, pequenas ilhas de células endócrinas no pâncreas. A insulina é um hormônio protéico que contém 51 aminoácidos. Ela é necessária para quase todas as células do corpo, mas seus principais alvos são as células do fígado, células adiposas e células musculares. Nessas células, a insulina faz o seguinte: Estimula as células do fígado e dos músculos a armazenar glicose em forma de glicogênio; estimula as células adiposas a formar gorduras a partir De ácidos graxos e glicerol; estimula as células do fígado e dos músculos a fazer proteínas a partir de aminoácidos; impede as células do fígado e Dos rins de fazer glicose a partir de compostos intermediários das vias metabólicas (gliconeogênese). Desse modo, a insulina armazena os nutrientes logo após uma refeição, diminuindo assim as concentrações de glicose, ácidos graxos e aminoácidos na corrente sangüínea. Glucagon Em concentrações muito altas, geralmente acima dos níveis máximos encontrados no corpo, o glucagon pode agir sobre as células adiposas degradando as gorduras em ácidos graxos e glicerol, liberando os ácidos graxos na corrente sangüínea. Contudo, isso é um efeito farmacológico e não fisiológico. Então, o que acontece quando você não come? Quando está em jejum, o pâncreas libera glucagon para que seu corpo possa produzir glicose. O glucagon é outro hormônio protéico feito e secretado pelas células alfa das ilhotas pancreáticas. O glucagon age nas mesmas células que a insulina, mas tem efeitos opostos: Estimula o fígado e os músculos a quebrarem o glicogênio armazenado (glicogenólise) e liberar glicose Estimula a gliconeogênese no fígado e rins. Diferente da insulina, o glucagon mobiliza glicose das reservas de dentro do corpo e aumenta as concentrações de glicose na corrente sangüínea; caso contrário, a glicose do seu sangue cairia para níveis perigosamente baixos. A insulina e o glucagon têm efeitos opostos sobre o fígado e outros tecidos no controle dos níveis de glicose sangüínea E como o seu corpo sabe quando deve secretar glucagon ou insulina? Normalmente, os níveis de insulina e glucagon são equilibrados na corrente sangüínea. Por exemplo, logo após comer uma refeição seu corpo está pronto para receber a glicose, ácidos graxos e aminoácidos absorvidos da comida. A presença dessas substâncias no intestino estimula as células beta do pâncreas a liberarem insulina no sangue e impedir as células pancreáticas alfa de secretarem glucagon. Os níveis de insulina no sangue começam a subir e agem sobre as células (particularmente do fígado, adiposas e musculares) para que absorvam as moléculas de glicose, ácidos graxos e aminoácidos que estão entrando. Essa ação da insulina impede que a concentração de glicose no sangue (assim como as concentrações de ácidos graxos e de aminoácidos) aumentem substancialmente na corrente sangüínea. Desse modo, seu corpo mantém uma concentração constante de glicose sangüínea em particular. Por outro lado, quando você está entre as refeições ou dormindo, seu corpo fica essencialmente em inanição. Suas células precisam de suprimentos de glicose do sangue para continuar funcionando. Durante esses períodos, pequenas quedas nos níveis de açúcar do sangue estimulam a secreção de glucagon pelas células alfa pancreáticas e inibem a secreção de insulina das células beta. Os níveis de glucagon no sangue aumentam. Ele age sobre os tecidos do fígado, músculos e rins para mobilizar glicose a partir de glicogênio ou para fazer glicose que seja liberada no sangue. Essa ação impede que a concentração de glicose no sangue caia drasticamente. Como você pode ver, o intercâmbio entre a secreção de insulina e de glucagon ao longo do dia ajuda a manter a concentração de glicose do seu sangue constante, ficando em cerca de 90 mg por 100 ml de sangue (5 milimolares). Teste de tolerância à glicose O teste de tolerância à glicose é um teste de diagnóstico para diabetes. Após passar a noite em jejum, você colhe uma glicemia de jejum e recebe para beber uma solução com alta concentração de açúcar (75 gr de glicose) e é colhida nova glicemia após 2 horas. O teste de tolerência oral à glicose é considerado positivo quando a glicemia fica acima de 200 mg/dl após 120 min. Normalmente, a glicose não sobe muito e retorna ao normal após duas a três horas. Em um diabético, a glicose sangüínea é geralmente mais alta após o jejum, sobe mais depois de ingerir a solução de glicose e leva quatro a seis horas para descer. Diabetes Agora que você sabe como seu corpo lida com a glicose usando insulina e glucagon está pronto para compreender a diabetes. A diabetes é classificada em três tipos: tipo 1, tipo 2 e gestacional. Tipo 1, também chamado de diabete juvenil ou diabete insulino-dependente, é causado por uma falta de insulina. Esse tipo é encontrado em 5% a 10% dos diabéticos e geralmente ocorre em crianças e adolescentes. Os diabéticos tipo 1 têm um teste de tolerância à glicose positivo e glicemia de jejum elevados. Nos diabéticos tipo 1, as células beta das ilhotas pancreáticas são destruídas, possivelmente pelo próprio sistema imunológico do indivíduo ou por fatores genéticos ou ambientais. Tipo 2, também chamado de diabetes do adulto ou diabetes não dependente de insulina, ocorre quando o corpo não responde à sua própria insulina (resistência à insulina). O tipo 2 ocorre em 90 a 95% dos diabéticos e geralmente em adultos acima dos 40 anos, mais freqüentemente entre os 50 e 60 anos de idade. Os diabéticos tipo 2 têm um teste de tolerância à glicose positivo e glicemias de jejum elevadas. Nos diabéticos tipo 2 a resistência à insulina está vinculada à obesidade, provavelmente por uma alteração da sensibilidade e do número de receptores de insulina. Alguns estudos sugerem que o número de receptores de insulina nas células do fígado, adiposas e musculares está reduzido, enquanto que outros sugerem que as vias intracelulares ativadas pela insulina nessas células estão alteradas. Diabetes gestacional pode ocorrer em algumas mulheres grávidas e é similar a diabetes tipo 2. As diabéticas gestacionais têm um teste de tolerância à glicose positivo e glicemia de jejum. Durante a gravidez, vários hormônios bloqueiam parcialmente as ações da insulina, deixando assim a mulher menos sensível à sua própria insulina. Ela desenvolve uma diabetes que pode ser tratada com uma dieta especial e/ou injeçõessuplementares de insulina. Geralmente, o problema desaparece depois que nasce o bebê. Independente do tipo da diabetes, os diabéticos exibem vários, mas não necessariamente todos dos sintomas a seguir: Sede excessiva (polidipsia) urina freqüente (poliúria) fome extrema (polifagia) perda de peso inexplicável presença de glicose na urina (glicosúria) Cansaço ou fadiga alterações na visão dormência ou formigamento nas extremidades (mãos e pés) demora para cicatrizar feridas e machucados Freqüência de infecções mais alta do que a normal Esses sintomas podem ser compreendidos quando observamos como a deficiência de insulina ou a resistência à insulina afetam a fisiologia do corpo. O alto nível de glicose sangüínea na diabetes produz glicose na urina e faz a pessoa urinar freqüentemente pelo efeito osmótico nos rins Inefetividade da insulina Agora que você conhece os sintomas da diabetes (alto nível de glicose no sangue, fome e sede excessiva, urina freqüente) vamos ver o que acontece com seu corpo durante a diabetes. Para facilitar a discussão, vamos supor que você tenha uma diabetes que não foi diagnosticada e, portanto, não está sendo tratada. Vamos ver como a falta de insulina ou resistência à insulina afeta seu corpo para produzir os sintomas e sinais clínicos da diabetes: Causa diretamente altos níveis de glicose no sangue durante o jejum e após uma refeição (tolerância à glicose reduzida). Suas células não absorvem glicose da corrente sangüínea, o que faz com que você tenha altos níveis de glicose no sangue. Como não tem glicose proveniente do sangue entrando nas células, seu corpo “pensa” que está faminto. Suas células alfa do pâncreas secretam glucagon e os níveis de glucagon no sangue aumentam. Glucagon age no fígado e nos músculos quebrando o glicogênio armazenado e liberando glicose no sangue. O glucagon também age no fígado e nos rins para produzir e liberar glicose através da gliconeogênese. As duas ações do glucagon aumentam ainda mais os níveis de glicose no sangue. O alto nível de glicose no sangue faz com que apareça glicose na sua urina: Os altos níveis de glicose no sangue aumentam a quantidade de glicose filtrada pelos seus rins; a quantidade de glicose filtrada excede a Quantidade que os rins podem reabsorver; o excesso de glicose fica perdido na urina e pode ser detectado por medidores de glicose em tiras. Veja em Como funcionam os rins detalhes sobre filtração e reabsorção. O alto nível de glicose no sangue faz com que você urine freqüentemente: O alto nível de glicose no sangue aumenta a quantidade de glicose filtrada pelos rins; como a carga filtrada de glicose nos rins excede a quantidade Que esses podem absorver, a glicose permanece dentro do lúmen tubular; a glicose no túbulo retém água, o que aumenta o fluxo de urina através Do túbulo; o aumento do fluxo de urina faz com que você urine freqüentemente. A falta ou resistência à insulina age sobre muitos órgãos, produzindo uma variedade de efeitos O alto nível de glicose no sangue e o aumento do fluxo de urina fazem você ficar constantemente sedento: Os altos níveis de glicose no sangue aumentam a pressão osmótica do sangue e estimulam diretamente os receptores de sede no seu cérebro; o aumento no fluxo de urina faz com que você perca sódio corporal, o que também estimula os receptores de sede; você fica constantemente faminto. Não está claro exatamente o que estimula os centros de fome do seu cérebro, possivelmente, a falta de insulina ou os altos níveis de glucagon; você perde peso apesar de estar comendo mais freqüentemente. A falta ou resistência à insulina estimulam diretamente a degradação de gorduras nas células adiposas e de proteínas nos músculos, levando à perda de peso; O metabolismo dos ácidos graxos leva à produção de corpos cetônicos liberados (cetoacidose), o que pode levar a problemas respiratórios, cheiro de acetona no seu hálito, irregularidades no seu coração e depressão do sistema nervoso central, o que leva ao coma; você se sente cansado porque suas células não conseguem absorver glicose, deixando-as sem combustível para obter energia; Os altos níveis de glicose sangüínea aumentam a pressão osmótica do seu sangue; O a pressão osmótica aumentada atrai água dos tecidos, fazendo com que fiquem desidratados; A água do seu sangue se perde nos rins através da urina, o que diminui o volume sangüíneo; A redução no volume sangüíneo deixa seu sangue mais espesso (concentração mais alta de células sangüíneas vermelhas), com uma consistência parecida com a do melado e com mais resistência ao fluxo (má circulação); A má circulação de sangue causa dormência nas mãos e pés, alterações na visão, os ferimentos demoram para cicatrizar e você tem infecções freqüentes. O alto nível de glicose no sangue também pode deprimir o sistema imunológico. Por fim, isso pode levar a gangrena dos membros e cegueira. Felizmente, pode-se lidar com essas conseqüências corrigindo a glicose sangüínea elevada através de dieta, exercícios e medicamentos, como discutiremos a seguir. Fonte: www.profdorival.com.br Glucagon Insulina e Glucagon Insulina é o hormônio responsável pela redução da glicemia (taxa de glicose no sangue), ao promover o ingresso de glicose nas células. Ela também é essencial no consumo de carboidratos, na síntese de proteínas e na armazenagem de lipídios (gorduras). É produzida nas ilhotas de Langerhans, células do pâncreas endócrino. Ela age em uma grande parte das células do organismo, como as células presentes em músculos e no tecido adiposo, apesar de não agir em células particulares como as células nervosas. A insulina é uma proteína de estrutura química plenamente conhecida, e pode ser sintetizada a partir de diversos animais. Mais recentemente, surgiram os medicamentos análogos de insulina, que não são propriamente a insulina em si, mas moléculas de insulina modificadas em laboratório. Quando a produção de insulina é deficiente, a glicose se acumula no sangue e na urina, matando as células de fome: é a diabetes mellitus. Para pacientes nessa condição, a insulina é provida através de injeções, ou bombas de insulina. O controle na produção de insulina pelo corpo é um exemplo de sistema de feedback. O Glucagon é um hormônio polipeptídeo produzido nas células alfa das ilhotas de Langerhans do pâncreas e também em células espalhadas pelo trato gastrointestinal. São conhecidas inúmeras formas de glucagon, sendo que a forma biologicamente ativa tem 29 aminoácidos. A palavra glucagon deriva de gluco, glucose (glicose) e agon, agonista, ou agonista para a glicose. Sua ação mais conhecida é aumentar a glicemia, contrapondo-se aos efeitos da insulina. O glucagon age na conversão do ATP (trifosfato de adenosina) a AMP-cíclico, composto importante na iniciação da glicogenólise, com imediata produção e liberação de glicose pelo fígado. Em condições normais, a ingestão de glicose suprime a secreção de glucagon. Há aumento dos níveis séricos de glucagon durante o jejum. A secreção de glucagon é estimulada por aminoácidos e alguns peptídeos gastrointestinais; sua secreção é inibida pela somatostatina e por ácidos graxos livres. A insulina possui três efeitos principais: 1.Estimula a captação de glicose pelas células (com exceção dos neurônios e hepatócitos) 2.Estimula o armazenamento de glicogênio hepático e muscular (glicogênese); e 3.Estimula o armazenamento de aminoácidos (fígado e músculos) e ácidos graxos (adipócitos). Como resultado dessas ações, há a queda gradual da glicemia (hipoglicemia) que estimula as células E-pancreáticas a liberar o glucagon. Este hormônio possui ação antagônica à insulina, com três efeitos básicos: 1.Estimula a mobilização dos depósitos de aminoácidos e ácidos graxos 2.Estimula a glicogenólise 3.Estimula a neoglicogênse. Glucagon Para manter a glicemia constante, o pâncreas também produz outro hormônio antagónico à insulina, denominado glucagon. Ou seja, quando a glicemia cai, mais glucagon é secretado visando reestabelecer o nível de glicose na circulação.Oglucagon é o hormônio predominante em situações de jejum ou de estresse, enquanto a insulina tem seus níveis aumentados em situações de alimentação recente. O glucagon é um hormônio de estrutura polipeptídica produzido nas células alfa das ilhotas de Langerhans do pâncreas e também em células espalhadas pelo trato gastrointestinal. São conhecidas inúmeras formas de glucagon, sendo que a forma biologicamente ativa tem 29 aminoácidos. Ele é um hormônio muito importante no metabolismo dos carboidratos. Sua função mais conhecida é aumentar o nível de glicose no sangue, contrário aos efeitos da insulina. O glucagon age na conversão do ATP (trifosfato de adenosina) a AMP-cíclico, composto importante na iniciação da glicogenólise, com imediata produção e liberação de glicose pelo fígado. Exercícios sobre insulina e glucagon Exercícios de Biologia A insulina e o glucagon são hormônios de ação antagônica produzidos pelo pâncreas. Publicado por: Vanessa Sardinha dos Santos questão 1 O pâncreas é uma glândula mista, ou seja, possui função endócrina e exócrina. Na porção endócrina, o pâncreas produz dois hormônios: a insulina e o glucagon. Esses hormônios são produzidos em regiões constituídas por milhares de células denominadas: Glicogênio. Ilhotas de Langerhans. Glicocálix. Ilhotas de mucosa. Ilhotas Ranvier Ver Resposta questão 2 Um indivíduo foi diagnosticado com diabetes tipo I. Esse tipo de diabete é causado em razão de uma redução na produção do hormônio __________. Esse hormônio é produzido nas __________ das ilhotas de Langerhans. Marque a alternativa que completa corretamente as frases acima: Insulina e glucagon. Insulina e células alfa. Glucagon e pâncreas. Insulina e células beta. Glucagon e células beta. Ver Resposta questão 3 Marque a alternativa onde são descritas a função da insulina e do glucagon, respectivamente: Facilita a absorção de glicose e aumenta o nível de glicose disponível no sangue. Aumenta a quantidade de glicose disponível no sangue e aumenta a produção de glicose. Aumenta a quantidade de insulina no sangue e diminui a taxa de respiração celular. Facilita a absorção da glicose e diminui a concentração de glicose no sangue. Ambos atuam facilitando a absorção de glicose. Ver Resposta questão 4 (UFMG) Na atualidade, uma das doenças que mais frequentemente se detecta na população mundial é o diabetes melito. E, no tratamento dessa doença, vem-se utilizando, com relativo sucesso, o transplante de células. Analise este esquema: Considerando-se as informações contidas nesse esquema e outros conhecimentos sobre o assunto, é CORRETO afirmar que, em tal situação, as células cultivadas são: a) pancreáticas e possuem genes para a síntese de insulina. b) hepáticas e geneticamente modificadas para sintetizar hormônios. c) hepáticas e vão sintetizar glucagon, que reduz a taxa de glicose no sangue. d) pancreáticas e capazes de captar insulina por meio de receptores. Ver Resposta questão 5 (UEL- PR) Pesquisadores franceses identificaram um gene chamado de RN, que, quando mutado, altera o metabolismo energético do músculo de suínos, provocando um acúmulo de glicogênio muscular, o que prejudica a qualidade da carne e a produção de presunto. (Pesquisa "FAPESP", nº. 54, p. 37, 2000). Com base nos conhecimentos sobre o glicogênio e o seu acúmulo como reserva nos vertebrados, é correto afirmar: a) É um tipo de glicolipídeo de reserva muscular acumulado pela ação da adrenalina. b) É um tipo de glicoproteína de reserva muscular acumulado pela ação do glucagon. c) É um polímero de glicose estocado no fígado e nos músculos pela ação da insulina. d) É um polímero de frutose, presente apenas em músculos de suínos. e) É um polímero proteico estocado no fígado e nos músculos pela ação do glucagon. Ver Resposta respostas Questão 1 Alternativa “b”. As Ilhotas de Langerhans são porções de células que ficam aglomeradas no tecido pancreático. É na região das ilhotas que os hormônios insulina e glucagon são produzidos. A insulina é produzida nas células beta das ilhotas, enquanto o glucagon é produzido nas células alfa. Voltar a questão Questão 2 Alternativa “d”. A diabete tipo I é caracterizada pela deficiência na produção de insulina, hormônio que reduz a concentração de glicose na corrente sanguínea. A insulina é produzida nas ilhotas de Langerhans em células chamadas de células beta. Voltar a questão Questão 3 Alternativa “a”. A função da insulina é reduzir a concentração de glicose na corrente sanguínea através da facilitação da absorção de glicose por alguns tecidos. Já o glucagon atua aumentando o nível de glicose no sangue através da transformação do glicogênio em glicose. Voltar a questão Questão 4 Alternativa “a”. As células cultivadas devem ser células pancreáticas, pois é no pâncreas que o hormônio insulina é naturalmente produzido. Essas células cultivadas deverão ter genes para a síntese de insulina, uma vez que a diabete é causada pela deficiência desse hormônio. Voltar a questão Questão 5 Alternativa “c”. A insulina promove a formação de glicogênio a partir de glicose e armazena-o para períodos de necessidade.