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RESUMÃO DE NUTRIÇÃO

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RESUMÃO DE NUTRIÇÃO
Enzimas
As enzimas são catalisadores biológicos com alta especificidade. É o grupo mais variado de proteínas. Praticamente todas as reações do organismo são catalisadas por enzimas.
Proteínas transportadoras
Podemos encontrar proteínas transportadoras nas membranas plasmáticas e intracelulares de todos os organismos. Elas transportam substâncias como glicose, aminoácidos, etc. através das membranas celulares. Também estão presentes no plasma sanguíneo, transportando íons ou moléculas específicas de um órgão para outro. A hemoglobina presente nos glóbulos vermelhos transporta gás oxigênio para os tecidos. O LDL e o HDL também são proteínas transportadoras.
Proteínas estruturais
As proteínas participam da arquitetura celular, conferindo formas, suporte e resistência, como é o caso da cartilagem e dos tendões, que possuem a proteína colágeno.
Proteínas de defesa
Os anticorpos são proteínas que atuam defendendo o corpo contra os organismos invasores, assim como de ferimentos, produzindo proteínas de coagulação sanguínea como o fibrinogênio e a trombina. Os venenos de cobras, toxinas bactérias e proteínas vegetais tóxicas também atuam na defesa desses organismos.
Proteínas reguladoras
Os hormônios são proteínas que regulam inúmeras atividades metabólicas. Entre eles podemos citar a insulina e o glucagon, que possuem função antagônica no metabolismo da glicose.
Proteínas nutrientes ou de armazenamento
Muitas proteínas são nutrientes na alimentação, como é o caso da albumina do ovo e a caseína do leite. Algumas plantas armazenam proteínas nutrientes em suas sementes para a germinação e crescimento.
Proteínas de motilidade ou contráteis
Algumas proteínas atuam na contração de células e produção de movimento, como é o caso da actina e da miosina, que se contraem produzindo o movimento muscular.
Arquivado em: Bioquímica
BOMBA DE SÓDIO E POTÁSSIO
As células são as menores unidades vivas de um organismo e são basicamente formadas por membrana celular (ou membrana plasmática ou membrana citoplasmática ou plasmalema), citoplasma e material genético. Cada uma dessas estruturas tem a sua função: o citoplasma é composto por inúmeras substâncias e organelas que mantêm a vida celular; o material genético é fundamental para a passagem de características hereditárias; a membrana celular é uma película muito fina que delimita o espaço interno e é constituída por moléculas de lipídios e proteínas organizadas em duas camadas lipoproteicas. Essa dupla camada lipídica permite o isolamento parcial dos conteúdos interno e externo da célula, tornando-a uma estrutura semipermeável, permitindo a passagem de água, oxigênio, gás carbônico e íons.
As características físico-químicas da membrana citoplasmática permitem a passagem de certas substâncias e não permitem a passagem de outras. Esta característica é denominada de permeabilidade seletiva.
Transporte ativo e transporte passivo
Foto: Reprodução
A diferença de concentração das substâncias e íons dentro e fora das células é mantida via transporte passivo ou transporte ativo.
O transporte passivo caracteriza-se por ser realizado sem gasto de energia, como no caso da difusão e da osmose.
O transporte ativo caracteriza-se por ser realizado com gasto de energia: é o movimento de substâncias e íons contra o gradiente de concentração, ocorre sempre de um meio onde estão menos concentradas (meio hipotônico) para o meio onde estão mais concentradas (meio hipertônico). Este processo é possível graças à presença de algumas proteínas na membrana plasmática que são capazes de combinar-se com a substância (ou íon) e transportá-lo para o meio onde está mais concentrado. A proteína sofre uma mudança em sua forma para receber a substância ou íon e a energia necessária a esta mudança é proveniente da quebra da molécula de ATP (adenosina trifosfato) em ADP (adenosina difosfato) e fosfato. Um exemplo de transporte ativo é a bomba de sódio e potássio.
Bomba de sódio e potássio
Foto: Reprodução
A concentração de sódio é maior fora da célula (meio extracelular) enquanto a de potássio é maior dentro da célula (meio intracelular) e a manutenção dessas concentrações é realizada pelas proteínas que capturam os íons sódio (Na+) no citoplasma e bombeia-os para fora das células. Fora da célula, as proteínas capturam os íons potássio (K+) e os bombeiam para dentro da célula.
A bomba de sódio e potássio é a responsável pelo transporte ativo e contínuo de íons sódio e potássio e está diretamente ligada aos processos de contração muscular e condução dos impulsos nervosos, além de facilitar a penetração de aminoácidos e açúcares. A manutenção da concentração de potássio no meio intracelular é importante para a síntese de proteína e respiração e o bombeamento de sódio para fora da célula permite a manutenção do equilíbrio osmótico. Além disso, através deste transporte, ocorre a estabilidade do volume celular e a concentração de água no meio intracelular.
Osmose – Compreenda esse processo
Osmose é o processo físico no qual acontece um transporte entre dois meios que possuem concentrações diferentes de soluto. Saiba mais!
Quando estamos nos referindo ao meio molecular, é importante entendermos como acontece, por exemplo, o transporte de sais minerais e nutrientes em meio a concentração celular, e se fomos nos referir a este assunto será impossível não citarmos a Osmose, que nada mais é do que um processo físico no qual acontece um movimento entre dois meios com concentrações diferentes de soluto, onde a água percorre um determinado trajeto passando de um meio hipotônico, onde existe uma menor concentração soluta, para um hipertônico, com maior concentração de soluta.
Mecanismo osmótico experimental | Imagem: Reprodução
Quando esses dois meios se concentram em um único soluto, que recebe o nome de isotônico, dizemos que o processo de osmose chegou a seu estado final. Ela não acontece apenas nas células do corpo humano, onde por sinal possui extrema importância em seu desempenho, mas também ocorre em vários outros sistemas da natureza.
Fluxo osmótico
Como seu funcionamento não resulta em nenhum tipo de gasto energético, onde a concentração de sais nas células acontece de maneira controlada, é normal qualifica-la como um tipo de transporte passivo, de primordial importância para o sistema. A direção do que podemos chamar de fluxo osmótico vai acontecer de acordo com a pressão que equilibrará a entrada ou saída de água entre os dois meios em questão, o que tem uma tendência a resulta na homogeneidade.
Se usarmos uma célula animal como exemplo, ao imergirmos uma hemácia em uma solução hipertônica, ao ser comparada com uma concentração citoplasmática, observaremos que ela perderá água por meio da osmose, vindo respectivamente a murchar, neste caso ela se denominará hemácia crenada. Já se essa mesma hemácia for ingerida em uma solução hipotônica, seu volume será acrescido em provimento à absorção de água. Como a membrana plasmática possui um limite de elasticidade, a pressão no interior da célula irá aumentar o que pode acarretar no que chamamos de plasmólise, que é quando essa membrana não suporta o seu conteúdo e acaba por se romper. Essa membrana é responsável por proteger o metabolismo celular, e a sua permeabilidade seletiva é de extrema importância na concentração interna da célula, o que contribui no controle de substâncias como íons, por exemplo.
Pressão osmótica
A osmose não sofre nenhum tipo de influencia pela natureza do soluto aplicado, mas sim pelo número de partículas em questão. Se por acaso suas soluções possuírem a mesma quantidade de partículas por unidade de volume, mesmo que ambas não possuam as mesmas características, não sendo do mesmo tipo, exercem uma mesma pressão osmótica, o que definimos como isotônicos. Se  houver algumas separação por membrana acontecerá um fluxo de água nos dois sentidos de maneira equivalente e proporcional.
Referente a esse fluxo através dessa membrana, a água se movimenta de forma livre, sempre indo dolocal de menos concentração soluta para o que existe uma maior concentração. Quando essa pressão da água atravessa a membrana nós dizemos que está acontecendo uma pressão osmótica.
Água de coco é saudável, mas não está liberada para todo mundo 
Os nutrientes da água de coco podem alterar as taxas de quem tem problema renal A água de coco é uma substância preciosa. Contém poucas calorias, hidrata e refresca, ainda mais no calor desse verão.
Mas nem todos podem desfrutar da bebida. Pessoas com problemas renais devem evitá-la para não agravar os problemas de saúde, como a falência do orgão.
“A água de coco tem nutrientes que podem prejudicar os rins. Ela tem potássio e fosfato, além de vários nutrientes que podem alterar as taxas para quem tem problema renal”, destaca a nutricionista Daniele Serrano. 
O potássio e o fósforo são eliminados do organismo pelos rins. No paciente renal, a eliminação dessas substâncias forçam o orgão e agravam a doença.
Contudo, para a especialista, o consumo da água de coco deve levar em conta a gravidade da doença renal.
“Vai depender do problema. Se a pessoa faz hemodiálise, ou se é renal conservador, que é aquele que faz o controle para não piorar a doença. Mas tem que ter orientação médica para tomar”.
Hipertensos
Pessoas hipertensas também devem evitar o consumo exagerado da água de coco. 
“São 25 miligramas de sódio para cada 20 ml de água de coco. Não é muito, mas se o hipertenso passar disso, no dia, pode causar algum problema”, diz Daniele.
Quem deve evitar
Problemas nos rins
Gravidade
Dependendo da gravidade da doença nos rins, a pessoa deve evitar ingerir a água de coco. Neste caso, deve-se ter recomendação médica para fazer o uso da bebida.
Líquido
Além dos nutriente que prejudicam o rins, a água de coco é um líquido. e um dos pontos do tratamento para a pessoa com problema renal é exatamente o controle da quantidade de líquido eliminada pelo orgão.
Prejuízos
De acordo com a gravidade da doença, principalmente para os que fazem o tratamento de hemodiálise, a água de coco pode vir a provocar falência no orgão.
Hipertenso
Prejuízo
A água de coco contém sódio, entre os nutrientes. O excesso desse composto pode aumentar a pressão arterial em quem sofre de hipertensão arterial.
Recomendado
Para os hipertensos, é recomendado ingerir, no máximo, 200 ml de água de coco por dia. Acima desse valor, o líquido pode causar problemas nesta parcela da população.
A Dieta Dash: Como Funciona, Cardápio e Dicas
em Dieta, Tipos de Dieta
Com o avanço da ciência nutricional, está cada vez melhor e mais acessível fazer o controle da pressão alta e do colesterol. Nos Estados Unidos há muito problema de hipertensão, uma vez que é um dos países líderes em obesidade e a hipertensão é um problema associado à obesidade. No entanto, a hipertensão nem sempre é causada pelo excesso de peso. Seja como for, quem sofre com a hipertensão precisa estar atento ao que come. Depois de um longo estudo, o Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue americano chegou a dieta Dash, uma sigla em inglês que significa “abordagem dietética para impedir a hipertensão”. Conheça um pouco mais sobre a dieta DASH.
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Como funciona a dieta DASH
Como a dieta DASH foi criada para ajudar no controle da hipertensão, tudo nela é voltado para tal meta. A perda de peso, na verdade, acontece porque a dieta baseia-se em alimentos saudáveis, porções moderadas e a inclusão de uma atividade física. Ela não é uma dieta radical, mas tem lá suas restrições. A primeira dela é o consumo de sal. Ou seja, na hora de olhar o rótulo dos alimentos, você precisa procurar a palavra “sódio”, a substância no sal responsável pelo aumento da pressão porque ele constringe (“aperta”) os vasos sanguíneos, fazendo com que o coração se esforce mais, aumentando a pressão. A segunda restrição vai para as gorduras saturadas, aquelas encontradas nas carnes vermelhas, no frango, no leite, queijo, óleos (incluindo o de coco), manteiga, banhas e gordura vegetal. Esta gordura é perigosa porque quando consumida em excesso acumula-se rapidamente nas paredes das artérias, dificultando o fluxo sanguíneo. Uma pessoa saudável pode consumir até 10% de suas calorias em gordura saturada. Um hipertenso apenas 6%. Há também um limite para o consumo de açúcar, uma vez que o açúcar é um dos agentes causadores do sobrepeso, algo muito ruim para hipertensos. No mais, a dieta DASH se assemelha a outras dietas: inclusão de bastante frutas, verduras e legumes, inclusão controlada de gorduras boas (como as encontradas no salmão, atum, nozes, castanhas) e recomenda-se a prática de uma atividade física.
O que comer na dieta DASH – Cardápio
A dieta DASH foi feita para uma média de 2000 calorias por dia. Isso pode parecer bastante para quem quer perder peso, mas lembre-se de que: 1)      A maioria dessas calorias vêm de alimentos saudáveis que não se estocarão automaticamente como gordura; 2)      Esta dieta não foi feita para a perda de peso, e sim para o controle da hipertensão; 3)      Você deve incluir atividade física, o que reduz o impacto negativo das calorias. Com isto em mente, vamos às regras.
Grãos
De 6 a 8 porções por dia. Inclui as versões integrais de pães, massas, arroz e também o grão em si, como aveia ou cereais.
Carnes magras
No máximo 6 porções por dia. Lembre-se que “magras” inclui não só o tipo da carne, mas também o modo de preparar. Dê preferência a grelhados, assados sem óleos, e peixe cozido no vapor (como a dieta de proteínas). Você nunca deve comer a pele das carnes, nem mesmo a de peixes. Procure incluir peixes que tenham omêga-3, um tipo de gordura que ajuda a diminuir o colesterol ruim.
Laticínios
De 2 a 3 porções por dia. Leites, iogurtes, queijos são algumas opções. Dê preferência às versões com pouca ou nenhuma gordura. Em relação aos queijos, lembre-se que mesmo os queijos mais saudáveis têm um teor de sódio um pouco mais elevado.
Verduras e legumes
De 4 a 5 porções diárias. Dê preferência aos frescos ou congelados, uma vez que os enlatados passaram por processos de cozimento que praticamente destruíram seus nutrientes e tem um teor elevadíssimo de sódio. Use verduras e legumes não só nas refeições principais, mas em sanduíches e outros lanches.
Frutas
De 4 a 5 porções diárias. Dê preferência ao consumo da fruta em si ao invés do suco, uma vez que as fibras são perdidas no suco. Sempre que possível, coma a fruta com casca para se beneficiar das fibras. Evite frutas enlatadas, pois a maioria delas têm adição de açúcar. Esteja também atento a frutas que interagem com certos medicamentos para a pressão e também a frutas que tenham muito açúcar, como uvas.
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Nozes, castanhas, leguminosas
De 4 a 5 porções por semana. Aqui entram todo tipo de noz, feijões, ervilhas, lentilhas e similares. Estes são alimentos extremamente nutritivos, ricos em fibras, minerais e as nozes contêm gorduras boas. No entanto, são calóricos e o excesso de gorduras (mesmo as boas) pode sobrecarregar o fígado.
Óleos e gorduras
De 2 a 3 porções. As porções são pequenas como uma colher de chá de margarina, uma colher de sopa de azeite. Estas são as gorduras saturadas. Já as gorduras trans, encontradas em biscoitos, bolachas e outros alimentos processados, devem ser evitadas ao máximo.
Doces
No máximo 5 porções por semana. Dê preferência aos doces com pouca ou nenhuma gordura. Recomendo que você leia o artigo “chocolate amargo engorda ou emagrece?”. Ele irá lhe ajudar com a melhor forma de ingerir um doce sem engordar.
Álcool
Na dieta DASH os homens podem beber até duas porções por dia e as mulheres apenas uma. O ideal é não beber, já que bebidas alcóolicas aumentam a pressão e são calóricas.  Lembre-se de respeitar a porção de cada tipo de álcool, o vinho é uma taça, mas ninguém bebe uma taça de uísque.
ARTIGOS COMPLEMENTARES
Cafeína
A dieta DASH não faz referência à cafeína porque ainda não se tem certeza do impacto dela na pressão. O que se sabe é que elaaumenta, ao menos temporariamente, a pressão. A cafeína está presente no café, alguns chás, refrigerantes e energéticos.
Vantagens da dieta DASH
Desenvolvida por cientistas através de estudos teóricos e experimentações com humanos;
Saudável: compõe-se de alimentos saudáveis e nutritivos;
Variada: há muita opção de comida e formas de preparar;
Você tem direito a guloseimas e também ao álcool, tudo em moderação. Isso ajuda você a não entrar em crise por não poder consumir nada disso;
Fácil de seguir;
Ensina a pessoa a se alimentar;
É um estilo de vida e não algo temporário.
Desvantagens da dieta DASH
Feita para um grupo específico de pessoas. Se você não é hipertenso, talvez tenha necessidades diferentes e possa comer de forma mais variada ou em quantidades maiores;
Não foi feita para a perda de peso, embora ela aconteça. Se seu objetivo for a perda de peso e não o controle da hipertensão, talvez seja melhor escolher outro plano alimentar.
Se você é hipertenso e tem interesse em seguir essa dieta, pode conversar com seu médico a respeito dela.
Revisão Geral pela Dra. Patrícia Leite - (no G+)
A diferença entre carboidratos integrais e refinado
Qualquer pessoa que resolve melhorar a alimentação já troca logo o pão francês, o arroz branco e as bolachas recheadas pelas versões integrais desses alimentos. Mas você sabe por que essa mudança é benéfica?
Qualquer tipo de carboidrato que consumirmos, no final de sua digestão, será convertido em açúcar, que irá gerar a liberação de um hormônio chamado insulina. A insulina tem a função de recolher esse açúcar, convertendo-o em energia para as atividades necessárias, e estocando-o como gordura quando não for totalmente utilizado.
Os cereais refinados, também conhecidos como carboidratos brancos ou simples, passam por um processo de refinamento em que perdem grande parte do seu teor de fibras, vitaminas e minerais. Com a retirada desses nutrientes essenciais, este alimento será digerido muito mais rapidamente, e assim, convertido em uma maior quantidade de açúcar na corrente sanguínea. Essa situação pode provocar um maior acúmulo de gordura, pois nem sempre o organismo vai precisar de todo o açúcar disponibilizado. Além disso, o fato do alimento ser digerido mais rapidamente, fará com que você sinta fome mais depressa.
Já os carboidratos integrais ou complexos são os cereais em sua forma intacta, e também serão convertidos em açúcar. Porém, por serem formados por moléculas maiores e possuírem uma maior quantidade de fibras que os carboidratos refinados, eles são digeridos de forma mais lenta. Isso reduzirá a quantidade de açúcar liberada na corrente sanguínea, diminuindo a chance deste nutriente ser estocado como gordura. A lentidão no processo digestivo dos carboidratos complexos promove, ainda, uma sensação de saciedade por mais tempo.
Dica elaborada pela nutricionista:
Luiza Miranda Campos – CRN: 9923
Carboidrato Bom, Carboidrato Ruim – Como Tomar a Decisão Certa 
20 de agosto de 2015 Fernando Alimentos, Dicas 0 
Os carboidratos são altamente controversos nos dias de hoje. As orientações dietéticas sugerem que a metade das nossas calorias sejam carboidratos. Por outro lado, alguns afirmam que os carboidratos causam obesidade e diabetes tipo 2 e que a maioria das pessoas deveriam evitá-los. Há bons argumentos para ambos os lados da moeda e parece que os requisitos para o consumo de carboidrato, dependem em grande parte do organismo de cada indivíduo. Algumas pessoas sentem-se melhores comendo menos carboidratos, enquanto para outras pessoas, comer carboidratos em abundância não tem nenhum efeito adverso. Este artigo lança um olhar detalhado sobre os carboidratos, seus efeitos na saúde e como você pode fazer as escolhas certas.
O que São Carboidratos?
Carboidratos ou hidratos de carbono, são moléculas que possuem átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio. Na nutrição, “hidratos de carbono” refere-se a um dos três macronutrientes. Os outros dois são, proteínas e gordura. Os carboidratos da dieta podem ser divididos em três categorias principais:
Açucares: Doce, carboidratos de cadeia curta encontrado nos alimentos. Exemplos são glicose, frutose, galactose e sucrose.
Amidos: Cadeias longas de moléculas de glicose, são eventualmente quebradas em partículas nos sistema digestivo.
Fibras: Humanos não podem digerir fibra, embora a bactéria no sistema digestivo possa usar um pouco da fibra.
O principal objetivo dos carboidratos na dieta é fornecer energia. A maioria dos hidratos de carbono são quebrados ou transformados em glicose, que pode ser usado como energia. Os carboidratos também podem ser transformados em gordura (energia armazenada) para uso posterior. A fibra é uma exceção. A fibra não fornece energia diretamente, mas alimenta as bactérias amigáveis do sistema digestivo. Estas bactérias podem utilizar a fibra para produzir ácidos gordos, que algumas das nossas células podem utilizar como energia. Os álcoois de açúcar também são classificados como carboidratos, têm um gosto doce, mas geralmente não fornecem muitas calorias.
Resumo: Os hidratos de carbono são um dos três macronutrientes. Os principais tipos de carboidratos dietéticos são açúcares, amidos e fibras.
Carboidratos “Integrais” vs “Refinados” 
Nem todos os carboidratos são criados iguais. Existem muitos tipos diferentes de alimentos que contêm hidratos de carbono e que variam muito nos seus efeitos sobre a saúde. Embora os carboidratos sejam muitas vezes referidos como “simples” vs “complexo”, o termo “integral” vs “refinado”, parece fazer mais sentido. Os carboidratos integrais não  são processados ​​e contêm fibra, encontrada naturalmente nos alimentos, enquanto os carboidratos refinados foram processados ​​e tiveram a fibra natural retirada. Exemplos de carboidratos integrais são os vegetais, frutas orgânicas, legumes, batatas e cereais integrais, que são  alimentos geralmente saudáveis. Por outro lado, os carboidratos refinados incluem as bebidas adoçadas com açúcar, sucos de frutas, doces, tortas, pão branco, macarrão branco, arroz branco e outros. Numerosos estudos mostram que o consumo de carboidratos refinados está associado com problemas de saúde, como obesidade e a diabetes tipo 2. Este tipo de carboidrato tende a causar grandes picos nos níveis de açúcar do sangue, seguido de uma queda subsequente, que pode desencadear a fome e a vontade de comer mais alimentos ricos em carboidratos. Esse efeito é conhecido como “montanha-russa de açúcar no sangue”, que muitas pessoas estão familiarizadas. Normalmente, falta de nutrientes essenciais nos alimentos ricos em carboidratos refinados. Em outras palavras, eles são calorias “vazias”. Os açúcares adicionados são outra história, eles são os piores carboidratos absolutos correlacionado a todos os tipos de doenças crônicas. No entanto, não faz sentido demonizar todos os alimentos que contêm carboidratos, por causa dos efeitos sobre a saúde dos seus homólogos processados. Existem fontes de carboidratos integrais carregados com nutrientes e fibras, que não causam os mesmos picos e depressões nos níveis de açúcar do sangue. Centenas de estudos sobre os carboidratos ricos em fibras, incluem os legumes, frutas, verduras e grãos integrais, ligados à melhoria da saúde metabólica e um menor risco de doença.
Resumo: Nem todos os carboidratos são criados iguais. Os carboidratos refinados estão associados com a obesidade e doenças metabólicas, mas os alimentos ricos em carboidratos integrais são muito saudáveis.
Dietas de Baixo Carboidrato São Fantásticas para algumas Pessoas
Nenhuma conversa sobre carboidratos está completa sem mencionar as dietas de baixo carboidrato. Estas dietas restringem os hidratos de carbono, enquanto permite a abundância de proteínas e gorduras. Mais de 23 estudos demonstram, que as dietas pobres em carboidratos são muito mais eficazes do que o padrão de dieta com “baixo teor de gordura”, que tem sido recomendada nas últimas décadas. Esses estudos mostram que as dietas de baixo carboidratocausam mais perda de peso e conduzem a uma melhoria nos diversos indicadores de saúde, incluindo o colesterol “bom” HDL, triglicerídeos sanguíneos, açúcar no sangue, pressão arterial e outros. Para as pessoas que são obesas ou têm a síndrome metabólica e / ou diabetes tipo 2, as dietas de baixo carboidrato podem ter benefícios para salvar vidas. Isso não deve ser tomado como um simples ânimo, até porque estes indicadores de saúde são atualmente os maiores problemas de saúde do mundo, responsáveis por milhões de mortes por ano. Entretanto, apenas as dietas de baixo carboidrato são úteis para a perda de peso e tratamento de problemas metabólicos. Mas, definitivamente as dietas de baixo carboidrato não são a resposta para todos.
Resumo: Mais de 23 estudos mostram que as dietas de baixo carboidrato são muito eficazes para a perda de peso e para uma saúde metabólica melhor.
“Carboidratos” Não são a Causa da Obesidade
A restrição de carboidratos pode muitas vezes (pelo menos parcialmente) reverter a obesidade. No entanto, isso não significa que os carboidratos foram a causa da obesidade. Isto realmente é um mito e não existe nada que prove o contrário. Embora seja verdade que os açúcares adicionados e carboidratos refinados estão ligados ao aumento da obesidade, o mesmo não acontece com os carboidratos ricos em fibras. Os seres humanos começaram a comer carboidratos há milhares de anos, de uma forma ou de outra. A epidemia da obesidade começou por volta de 1980 e a epidemia de diabetes tipo 2, logo em seguida. Culpar os novos problemas de saúde com um hábito antigo, não faz sentido. Tenha em mente que muitas populações estão em excelente saúde ao comer uma dieta rica em carboidratos, como os habitantes de Okinawa, Kitavans e os comedores de arroz asiáticos. O que todos eles tinham em comum, era que eles comem alimentos reais não processados. No entanto, as populações que comem uma grande quantidade de carboidratos refinados e alimentos processados ​​tendem a ficar doente e insalúbres.
Resumo: Os seres humanos comem carboidratos desde muito antes da epidemia da obesidade e há muitos exemplos de populações, que permaneceram em excelente saúde ao comer dietas ricas em carboidratos.
Carboidratos Não São “Essenciais,” Mas Muitos Alimentos Saudáveis Contêm Carboidrato  
Muitos praticantes da dieta de baixo carboidrato afirmam que os carboidratos não são um nutriente essencial, o que é tecnicamente verdadeiro. O corpo pode funcionar sem um único grama de carboidrato na dieta. É um mito que o cérebro precise de 130 gramas de carboidratos por dia. Quando não há ingestão de carboidrato, parte do cérebro usa cetonas para energia. Além disso, o organismo pode produzir uma pequena quantidade de glicose que o cérebro precisa para um processo chamado de gluconeogênese. Entretanto, apenas porque os carboidratos não são “essenciais” – isso não significa que eles não possam ser benéficos. Muitos alimentos com carboidratos em suas composições, são saudáveis ​​e nutritivos, como frutas e legumes. Estes alimentos possuem compostos benéficos e fornecem uma variedade de benefícios para a saúde. Embora seja possível sobreviver numa dieta de 0 carboidrato, talvez não uma escolha ideal.
Resumo: Os hidratos de carbono (carboidratos) não são um nutriente “essencial”. No entanto, muitos alimentos vegetais ricos em carboidratos são carregados com nutrientes benéficos, assim evitá-los é uma má idéia.
Como Fazer as Escolhas Certas 
Como regra geral, os carboidratos em sua forma natural, rico em fibra são saudáveis, enquanto aqueles despojados de fibra não são. Se é um carboidrato integral, um único ingrediente, então provavelmente é um alimento saudável para a maioria das pessoas, não importando o teor de carboidratos. Com isto em mente, é possível categorizar a maioria dos carboidratos como “bom” ou “ruim” – mas tenha em mente, que estas são apenas diretrizes gerais. As coisas raramente são preto e branco em nutrição.
Bons Carboidratos:
Vegetais: Todos eles. Se possível, coma uma variedade todos os dias.
Frutas Integrais: Maçãs, bananas, morangos, etc.
Legumes: Lentilhas, feijão roxo, ervilha, etc.
Nozes: Amêndoa, nozes, avelã, macadâmia, amendoim, etc.
Sementes de: Chia, abóbora.
Grãos Integrais: Escolha os grãos de procedência, como a aveia, quinoa, arroz marrom, etc.
Tubérculos: batata, batata doces, etc.
As pessoas que estão tentando restringir os carboidratos precisam ter cuidado com o os grãos integrais, legumes, tubérculos e frutas com muito açúcar.
Maus Carboidratos:
Bebidas Adoçadas: Coca cola, Pepsi etc. As bebidas adoçadas são uma das coisas mais insalubres a serem consumidas por alguém. 
Sucos de Fruta: Infelizmente, os sucos de fruta podem ter efeitos metabólicos similares às bebidas adoçadas.
Pão Branco: Esses carboidratos refinados são pobres em nutrientes essenciais e ruins para a saúde metabólica. Esta conclusão vale para qualquer tipo de pão branco.  
Pasteis, Biscoitos e Bolos: Esses produtos tendem a possuir muito açúcar e trigo.
Sorvete: A maioria de sorvetes são ricos em açúcar, embora existem exceções.
Doces e Chocolates: Se você for comer um chocolate, escolha um chocolate escuro de qualidade.
Batata Frita e Chips: Batata integral é saudável, mas a batata frita e o os chips de batatas não são.
Resumo: Carboidratos em sua forma natural, rico em fibras, são geralmente saudáveis. Os alimentos processados como os carboidratos refinados e açúcar são extremamente insalubres.
Dieta de Baixo Carboidrato é Ótimo para Alguns, Mas Existem pessoas que Funcionam Melhor com a ingestão de Muito Carboidrato 
Não há uma regra única para a solução de todos em nutrição. A ingestão de carboidratos depende de inúmeros fatores, tais como idade, sexo, saúde metabólica, atividade física, cultura alimentar e preferência pessoal. Se você tem muito peso a perder, ou problemas de saúde como a síndrome metabólica e / ou diabetes tipo 2, então provavelmente você seja sensível a carboidrato. Neste caso, a redução da ingestão de carboidratos pode ter benefícios e salvar vidas. Por outro lado, se você é apenas uma pessoa saudável, então provavelmente não há razão para evitar “carboidratos” – se atenha apenas aos alimentos integrais, ingredientes individuais, o máximo possível. Se você é uma pessoa naturalmente magra e / ou fisicamente ativa, então você pode funcionar muito melhor com carboidratos em abundância em sua dieta.
Leite. Devemos excluí-lo da dieta?
O leite é o primeiro alimento consumido pelo homem e deve ser consumido com exclusividade até os 6 meses de idade, segundo a Organização Mundial da Saúde (1). Porém, muitos acreditam que o leite deve ser só o primeiro alimento, sendo consumido durante a fase de amamentação e não devendo mais fazer parte da dieta após esta fase.
A espécie humana é a única na natureza que teve a capacidade de desenvolver a pecuária, entre outras atividades para garantir sua sobrevivência. Além disto, é a espécie com o maior grau de desenvolvimento e inteligência da natureza, o que pode ser devido à diversidade de sua dieta… Estes fatos já nos levam a refletir sobre o assunto com mais cuidado.
A seguir, vamos conhecer um pouco mais sobre a importância do leite e suas propriedades nutricionais, entendendo que os alimentos lácteos devem fazer parte de uma alimentação equilibrada durante toda a vida.
O leite de vaca tem composição nutricional que pode variar de acordo com a raça do animal, a alimentação, o tempo de gestação, a estação do ano, os intervalos entre as ordenhas, entre outros fatores. O leite de vaca é composto, em média, por água (87,5%), gordura (3,6%), proteínas (3,6%), lactose (4,5%), sais minerais (0,8%) (2).
As proteínas do leite, de alto valor biológico, contemplam um perfil aminoacídico com todos os aminoácidos essenciais, e compreendem as caseínas (80%) e as proteínas do soro (3). As caseínas, são proteínas altamente estáveis e não são facilmente alteradas pelo calor (4). As proteínas do soro do leite estimulam a síntese de proteínas sanguíneas e teciduais,uma vez que são proteínas de fácil digestão (por não sofrerem alterações conformacionais pelos ácidos estomacais) e, portanto, seus aminoácidos são rapidamente absorvidos pelo intestino delgado, o que eleva rapidamente a concentração plasmática de aminoácidos, fazendo com que estas proteínas sejam consideradas proteínas de rápida metabolização, ideal para situações de estresse metabólico (3,5). Ainda, as proteínas do soro do leite revelam atividades imunomoduladoras, antimicrobiana, antiviral, e função protetora da mucosa gástrica e do sistema cardiovascular (3).
Além das proteínas, os minerais estão presentes em abundância no leite. Os mais predominantes são o cálcio, o fósforo e o magnésio. Essencial para a saúde óssea e para a regulação de processos intracelulares, o cálcio representa de 1 a 2% do peso corporal de um adulto, tamanha a sua importância (6). O consumo adequado de cálcio durante toda a vida é fundamental para a prevenção da osteoporose, doença que afeta a arquitetura dos ossos, gerando maior fragilidade óssea e fraturas. O consumo diário de leite e derivados reduz o risco de osteoporose, pois os lácteos são as principais fontes de cálcio, em quantidade e percentual de absorção.
As vitaminas também estão presentes no leite, o que reforça sua importância nutricional. Lipossolúvel, a vitamina A é abundante no leite integral e em quantidades proporcionalmente menores nas versões semidesnatado e desnatado. Para as crianças o leite é a principal fonte de vitamina A, portanto deve ser considerado o teor de gordura dos produtos lácteos destinados ao consumo das crianças.
Atualmente, muitos classificam a gordura do leite como vilã para a saúde cardiovascular, havendo uma crescente demanda no consumo das versões lácteas sem gordura. Contudo, desde a década de 90, a ciência vem demonstrando que o consumo do leite integral tem efeito protetor na saúde cardiovascular (7,8).
Não poderíamos deixar de falar da tão em moda, lactose! O açúcar do leite é um dissacarídeo composto por glicose e galactose. A lactose fornece energia ao corpo, contribuindo para o equilíbrio orgânico e a restrição de seu consumo deve acontecer somente se houver uma intolerância diagnosticada. Falaremos mais adiante sobre este aspecto!
Dito isto, é fato que o leite é um alimento com atributos nutricionais relevantes e essenciais, sendo o leite e seus derivados as principais fontes de cálcio e alimentos altamente proteicos, com proteínas de alto valor biológico.
Também é fato que para aqueles com alergia a proteína do leite ou intolerância à lactose, o leite pode ser restringido da dieta como parte da terapia nutricional, sempre com orientação de um profissional.
Alergia a proteína do leite e intolerância a lactose são coisas diferentes!
Quando há uma reação do sistema imunológico (do tipo IgE) às frações proteicas do leite, temos o quadro de alergia à proteína do leite, havendo manifestações cutâneas e digestivas (9) e, neste caso, o consumo de leite e derivados deve ser substituído, sempre com orientação e acompanhamento de um profissional nutricionista. Já a intolerância à lactose é caracterizada pela deficiência (total ou parcial) da enzima lactase, que participa da digestão da lactose e, neste caso os sintomas são sempre digestivos, pois não houve a correta digestão de um nutriente (10). Para esta condição digestiva, que varia desde manifestações leves até as mais graves, o consumo de lácteos é permitido, sempre levando em consideração a severidade do caso, podendo a intolerância ser momentânea e, em alguns casos, revertida.
É fundamental que as pessoas tenham conhecimento sobre a diferença destas condições – alergia ou intolerância – e saber que se não houverem restrições clínicas corretamente diagnosticadas, o consumo do leite não fará nenhum mal, não trará nenhum problema, pelo contrário, só trará benefícios para a saúde!
Notadamente, do ponto de vista nutricional, o leite não deve ser excluído da dieta. Não se deve, por argumentos infundados e de apelo estético, excluir este grupo alimentar da dieta. Portanto, o leite e seus derivados devem continuar fazendo parte da alimentação dos humanos durante toda a vida!
Discussões sobre a pecuária, a sustentabilidade do agronegócio e o impacto no meio ambiente, é uma discussão a parte! Sabido é, que do ponto de vista nutricional, a exclusão do leite e seus derivados da dieta de pessoas saudáveis, não tem fundamento.
Artigo de Ana Paula Wolf Tasca Del’Arco – Nutricionista CRN-3 18223 Doutoranda pelo Dpto. Pediatria da UNIFESP; Mestre em Ciência dos Alimentos pela UNESP e Nutricionista. Sócio proprietária da Capitão Pão Consultoria em Nutrição. Atualmente é membro da Câmara Técnica do Conselho Regional de Nutricionistas 3ª região. Pesquisadora e Gerente em Saúde e Nutrição na Danone Brasil (2008-2014); Coordenadora da Força Tarefa de Alimentos Funcionais do ILSI Brasil (International Life Sciences Institute) (2008-2010).
DIABETES TIPO 2: SINTOMAS, TRATAMENTOS E CAUSAS
O que é Diabetes tipo 2? 
O diabetes tipo 2 é uma doença crônica que afeta a forma como o corpo metaboliza a glicose, principal fonte de energia do corpo. A pessoa com diabetes tipo 2 pode ter uma resistência aos efeitos da insulina - hormônio que regula a entrada de açúcar nas células - ou não produz insulina suficiente para manter um nível de glicose normal. Quando não tratado, o diabetes pode ser fatal. 
Causas 
Ao contrário das pessoas com diabetes tipo 1, as pessoas com diabetes tipo 2 produzem insulina. Entretanto, o corpo pode criar uma resistência à insulina – ou seja, ele não responde da forma como deveria à ação da insulina e não a utiliza corretamente. Também pode acontecer de o paciente com diabetes tipo 2 não produzir insulina suficiente para suprir as demandas do seu corpo. Nesse processo, a insulina insuficiente não consegue carregar todo o açúcar para dentro das células, e ele acaba se acumulando no sangue. 
Quando se tem diabetes tipo 2, os adipócitos (células de gordura), os miócitos (células dos músculos) e os hepatócitos (células do fígado) não respondem corretamente à insulina, e por isso o açúcar não entra nessas células, ficando na corrente sanguínea. 
O adipócito é a nossa célula de estoque de gordura. Quando ele é sensível a insulina, significa que ele reconhece a glicose circulante e ativa mecanismos de "poupar", ou seja, ele não retira a gordura de dentro dele para disponibiliza-la ao corpo como forma de energia. Quando o adipócito é resistente a ação da insulina, ele não reconhece a glicose circulante e entende que o organismo está com falta de energia, com isso ele libera a gordura que está no seu interior para o sangue, é por isso que o paciente com diabetes além de ter glicose alta pode também ter colesterol alto. 
Os hepatócitos também funcionam de forma semelhante, isto é, quando são sensíveis à ação da insulina absorvem glicose e a estocam. Quando são resistentes, eles não reconhecem a glicose alta no sangue e entendem que existe falta de glicose, liberando mais glicose para o sangue e piorando o processo. 
As células dos músculos também: com a insulina elas absorvem glicose para usar como energia, sem a insulina entendem que está faltando e sinalizam para o corpo a necessidade de queimar gordura para fornecer energia. 
Fatores de risco 
Qualquer pessoa pode ter diabetes tipo 2. Mas existem algumas condições que aumentam o risco: 
Idade acima de 45 anos
Obesidade e sobrepeso
Diabetes gestacional anterior
Histórico familiar de diabetes tipo 2
Pré-diabetes
Sedentarismo
Baixos níveis de colesterol HDL
Triglicerídeos elevados
Hipertensão
Consumo elevado de álcool.
Perguntas frequentes 
Meu exame de glicemia está acima dos 100 mg/dl. Estou com diabetes?
Não necessariamente. O exame de glicemia do jejum é o primeiro passo para investigar o diabetes e acompanhar a doença. Os valores normais da glicemia do jejum ficam entre 75 e 99 mg/dL (miligramas de glicose por decilitro de sangue). Estar um pouco acima desses valores indica apenas que o indivíduoestá com uma glicemia no jejum alterada. Isso funciona como um alerta e o médico deve seguir com a investigação solicitando um exame chamado curva glicêmica, que define se o paciente possui intolerância à glicose, diabetes ou então apenas um resultado alterado. 
Diabetes é contagioso?
O diabetes não passa de pessoa para pessoa. O que acontece é que, em especial no tipo 1, há uma propensão genética para se ter a doença e não uma transmissão comum. Já o diabetes tipo 2 geralmente é uma consequência de maus hábitos, como sedentarismo e obesidade. 
Posso consumir mel, açúcar mascavo e caldo de cana?
Apesar de naturais, esses alimentos tem açúcar do tipo sacarose, que interfere no diabetes. Hoje, os padrões internacionais já liberam que 10% dos carboidratos ingeridos podem ser sacarose, mas sem o controle e a compensação, os níveis de glicose podem subir e desencadear uma crise. O paciente até pode consumir, mas ele deve ter noção de que não pode abusar e compensar com equilíbrio na dieta. 
Insulina causa dependência química?
A aplicação de insulina não promove qualquer tipo de dependência química ou psíquica. O hormônio é importante para permitir a entrada de glicose na célula, tornando-se fonte de energia. Não se trata de dependência química e sim de necessidade vital. O paciente com diabetes precisa da insulina para sobreviver, mas não é dependente químico da substância. 
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Sintomas 
Sintomas de Diabetes tipo 2 
Normalmente, as pessoas com diabetes tipo 2 não apresentam sintomas no início, podendo ter a doença assintomático por muito anos.Os primeiros sintomas de diabetes tipo 2 podem ser: 
Infecções frequentes. Alguns exemplos são bexiga, rins, pele e infecções de pele
Feridas que demoram para cicatrizar
Alteração visual (visão embaçada)
Formigamento nos pés e furúnculos
Vontade de urinar diversas vezes
Fome frequente
Sede constante.
Na presença desses sintomas, principalmente associado aos fatores de risco, é importante visitar um médico e fazer uma investigação para o diabetes tipo 2. 
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Diagnóstico e Exames 
Diagnóstico de Diabetes tipo 2 
O diagnóstico de diabetes tipo 2 normalmente é feito usando três exames: 
Glicemia de jejum
A glicemia de jejum é um exame que mede o nível de açúcar no seu sangue naquele momento, servindo para monitorização do tratamento do diabetes. Os valores de referência ficam entre 65 a 99 miligramas de glicose por decilitro de sangue (mg/dL). O que significam resultados anormais: 
Valores acima de 100 mg/dL são indicativos para prosseguir a investigação com a curva glicêmica e hemoglobina glicada
Duas glicemias de jejum acima de 126 mg/dL são diagnósticas para diabetes tipo 2. Valores acima de 200 mg/dL associados aos sintomas da doença, também são considerados diagnósticos para diabetes tipo 2.
Hemoglobina glicada
Hemoglobina glicada (HbA1c) é a fração da hemoglobina (proteína dentro do glóbulo vermelho) que se liga a glicose. Durante o período de vida da hemácia - 90 dias em média - a hemoglobina vai incorporando glicose, em função da concentração deste açúcar no sangue. Se as taxas de glicose estiverem altas durante todo esse período ou sofrer aumentos ocasionais, haverá necessariamente um aumento nos níveis de hemoglobina glicada. Dessa forma, o exame de hemoglobina glicada consegue mostrar uma média das concentrações de hemoglobina em nosso sangue nos últimos meses. Os valores da hemoglobina glicada irão indicar se você está ou não com hiperglicemia, iniciando uma investigação para o diabetes tipo 2. Valores normais da hemoglobina glicada: 
Para as pessoas sadias: entre 4,5% e 5,7%
Meta para pacientes já diagnosticados com diabetes: abaixo de 7%
Anormal próximo do limite: 5,8% e 6,4%
Consistente para diabetes: maior ou igual a 6,5%.
Curva glicêmica
O exame de curva glicêmica simplificada mede a velocidade com que seu corpo absorve a glicose após a ingestão. O paciente ingere 75g de glicose e é feita a medida das quantidades da substância em seu sangue após duas horas da ingestão. No Brasil é usado para o diagnóstico o exame da curva glicêmica simplificada, que mede no tempo zero e após 120 minutos. Os valores de referência são: 
Em jejum: abaixo de 100mg/dl
Após 2 horas: 140mg/dl
Curva glicêmica maior que 200 mg/dl após duas horas da ingestão de 75g de glicose é diagnóstico para diabetes. 
A Sociedade Brasileira de Diabetes recomenda como critério de diagnóstico de diabetes tipo 2 as seguintes condições: 
Hemoglobina glicada maior que 6,5% confirmada em outra ocasião (dois testes alterados)
Uma dosagem de hemoglobina glicada associada a glicemia de jejum maior que 200 mg/dl na presença de sintomas de diabetes
Sintomas de urina e sede intensas, perda de peso apesar de ingestão alimentar, com glicemia fora do jejum maior que 200mg/dl
Glicemia de jejum maior ou igual a 126 mg/dl em pelo menos duas amostras em dias diferentes
Glicemia maior que 200 mg/dl duas horas após ingestão de 75g de glicose.
É importante fazer esses exames regularmente, junto com o seu check-up médico. Isso porque o diabetes tipo 2 pode demorar para apresentar sintomas. 
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Tratamento e Cuidados 
Tratamento de Diabetes tipo 2 
O tratamento do diabetes tipo 2 visa baixar os níveis de glicose no sangue do paciente e cuidar para que ele não sofra nenhum tipo de complicação. Os principais cuidados para tratar o diabetes tipo 2 incluem: 
Exercícios físicos
A atividade física é essencial no tratamento do diabetes tipo 2, pois ela ajuda a manter os níveis de açúcar no sangue controlados e no emagrecimento. A prática de exercícios deve ser realizada pelo menos três vezes na semana. Caso o diabetes tipo 2 esteja descontrolado, com glicemia muito elevada, o exercício pode causar a liberação de hormônios contrarreguladores, aumentando mais ainda a glicemia – por isso, é importante visitar o seu médico e sempre fazer a medicação da glicemia antes de iniciar uma atividade física. É importante que o paciente com diabetes tipo 2 sempre combine com seus médicos quais são as melhores opções de atividade física e frequência. Lembrando que o ideal é privilegiar exercícios leves, pois quando o gasto calórico é maior do que a reposição de nutrientes após o treino, pode haver a hipoglicemia. 
Controle da dieta
Pessoas com diabetes tipo 2 devem limitar os açúcares presentes nos doces e carboidratos simples, como massas e pães, pois eles possuem um índice glicêmico muito alto. Quando um alimento tem o índice glicêmico baixo, ele retarda a absorção da glicose, que não se concentra no sangue. Mas, quando o índice é alto, esta absorção é rápida e acelera o aumento das taxas de glicose no sangue, gerando uma hiperglicemia. Os carboidratos devem constituir de 50 a 60% das calorias totais ingeridas pela pessoa com diabetes, preferindo-se os carboidratos complexos (castanhas, nozes, grãos integrais) que serão absorvidos mais lentamente. Também é importante que a dieta do portador de diabetes tipo 2 seja balanceada, cortando os excessos de gordura e priorizando o consumo de frutas e vegetais. 
Quando for praticar exercícios é importante verificar o controle glicêmico antes do início da atividade, para então escolher o melhor alimento - se a glicemia está muito baixa, é aconselhável dar preferência aos carboidratos, assim como deve-se evitá-los se estiver alta. A escolha do alimento depende também do tipo de exercício: exercícios aeróbicos de grande duração (como corrida e natação) tendem a baixar a glicemia, sendo necessária uma ingestão maior de alimentos. 
Verificar a glicemia
Alguns portadores de diabetes tipo 2 precisam fazer as medições regulares de insulina, alguns diariamente. Para fazer essa medida é necessário ter em casa um glicosímetro, dispositivo capaz de medir a concentração exata de glicose no sangue. Existem diferentes tipos de aparelhos. Normalmente, a pessoa fura o dedo com uma agulha pequena chamadalanceta. Uma pequena gota de sangue aparece na ponta do dedo. Coloca-se o sangue em uma tira reagente que é inserida no aparelho. Os resultados aparecem em cerca de 5 segundos. 
O médico ou outro profissional que trabalhe com diabetes ajudará a definir um cronograma de testes feitos em casa. O médico o ajudará a definir as metas relativas às taxas de glicose do paciente, que deve se basear nos resultados dos testes para alterar as refeições, suas atividades ou os medicamentos e, assim, manter os níveis de glicose normalizados. Este procedimento pode ajudar a identificar as altas e as baixas taxas de glicose no sangue antes que causem problemas. 
Maneire no consumo de bebidas alcoólicas
O consumo de álcool não é proibido para quem tem diabetes tipo 2, mas deve ser moderado e sempre acompanhado de um alimento, pois o consumo isolado pode causar hipoglicemia. O que pode causar enjoo, tremores pelo corpo, fome excessiva, irritação e dores de cabeça. Também é importante fazer o monitoramento de glicemia antes e depois de consumir bebidas alcoólicas. 
Evite saunas e escalda pés
O diabetes tipo 2 afeta a microcirculação, lesionando as pequenas artérias (arteríolas) que nutrem os tecidos, que atingem especialmente as pernas e os pés. Em função desta alteração circulatória, os riscos de exposição às altas temperaturas e aos choques térmicos podem agravar ou desencadear quadros de angiopatias e outros problemas cardíacos. Além disso, o diabetes afeta a sensibilidade dos pés, e a pessoa pode não perceber a água muito quente ao fazer escalda pés. 
Aumente os cuidados com os olhos
As células da retina do paciente com diabetes tipo 2 pode apresentar diferenças que não se encontram na maioria daqueles que não tem diabetes. 
Controle o estresse
Pessoas com diabetes têm maiores chances de ter ansiedade e depressão. Os pacientes podem sentir uma sensação de ansiedade em relação ao controle da hipoglicemia, da aplicação de insulina, ou com o ganho de peso. 
Corte o cigarro
Diabetes e cigarro multiplicam em até cinco vezes o risco de infarto. As substâncias presentes no cigarro ajudam a criar acúmulos de gordura nas artérias, bloqueando a circulação. Consequentemente, o fluxo sanguíneo fica mais e mais lento, até o momento em que a artéria entope. Além disso, fumar também contribui para a hipertensão no paciente com diabetes tipo 2. 
Cuide da saúde bucal
A higiene bucal após cada refeição para o paciente com diabetes é fundamental. Isso porque o sangue dos portadores de diabetes, com alta concentração de glicose, é mais propício ao desenvolvimento de bactérias. Por ser uma via de entrada de alimentos, a boca acaba também recebe diversos corpos estranhos que, somados ao acúmulo de restos de comida, favorecem a proliferação de bactérias. Realizar uma boa escovação e ir ao dentista uma vez a cada seis meses é essencial. 
Cuide das comorbidades
No geral, o diabetes tipo 2 vem acompanhados de outros problemas, como obesidade e sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados e hipertensão. Dessa forma, é importante consultar seu médico e cuidar também dessas outras doenças e problemas que podem aparecer junto com o diabetes tipo 2. Dessa forma, você garante a sua saúde e consegue controlar todas as doenças com mais segurança. 
Medicamentos
Entre os medicamentos que podem ser usados para controlar o diabetes tipo 2 estão: 
Inibidores da alfaglicosidase: são medicamentos que retardam a digestão e absorção de carboidratos no intestino. Os carboidratos vão determinar o aumento da glicose no sangue, então ao bloquear a absorção pretendese evitar que o carboidrato que foi ingerido cause aumento da glicemia. Seu principal uso é no controle do aumento da glicose após as refeições. No Brasil, temos disponível o medicamento acarbose, via oral.
Biguanidas: a principal representante dessa classe é a metformina, via oral. A metformina reduz a produção hepática de glicose e combate a resistência à insulina e não causa hipoglicemia. Pelo seu efeito de agir diretamente na causa do diabetes tipo 2, que é a resistência insulínica, é o primeiro medicamento a ser pensado para começar o tratamento do diabetes tipo 2. Pode causar intolerância gastrointestinal e existem opções de comprimidos com liberação lenta que podem ser utilizados naqueles pacientes que apresentam intolerância gastrointestinal.
Sulfonilureias: Estimulam a produção pancreática de insulina pelas células beta do pâncreas, mas podem causar hipoglicemia. São representantes mais conhecidos e utilizados desta classe: glibenclamida, gliclazida e glimepirida, todos via oral.Tiazolidinedionas: São medicamentos que agem dentro do núcleo celular, em um receptor chamado ppar-gama. Os efeitos dessa ativação incluem a redução da resistência insulínica, principalmente no músculo e tecido adiposo, agindo então na causa do diabetes tipo 2. Existem um representante da classe: pioglitazona, via oral. Ele pode gerar aumento de peso.
Inibidores enzima DPP-4: sitagliptina, vildagliptina, saxagliptina, alogliptina e linagliptina são alguns medicamentos desta nova classe, todos ministrados via oral. O nosso intestino libera um peptídeo chamado GLP-1 imediatamente após a alimentação. A função do GLP-1 é estimular a liberação de insulina, diminuir a produção da glicose no fígado e aumentar a sensibilidade à insulina, dentro outras funções. O GLP-1 é rapidamente degradado pela enzima DPP-4, então esses medicamentos bloqueiam a DPP-4 e aumentam a ação do GLP-1. Por estimular a secreção de insulina, o GLP-1 é chamado de “incretina”.
Inibidores do SGLT-2: dapagliflozina, empagliflozina e canagliflozina são medicamentos desta classe, todos ministrados via oral. Atuam através de uma maior excreção de glicose pela urinaGlinidas: repaglinida, via oral. Age também estimulando a produção de insulina pelo pâncreas, mas diferentemente das sulfoniluréias, seu efeito é mais rápido. Além disso, o efeito das glinidas é dependente da glicose, logo o efeito será maior quanto maior for a glicose. A redução da hemoglobina glicada é de 0,5 a 1,5%.
Injetáveis: Para o tratamento do diabetes tipo 2 existe uma classe de medicamentos chamada análogos do GLP-1, que é injetável. O exenatide é um análogo sintético do GLP-1, o hormônio que estimula o pâncreas a produzir insulina. Foi o primeiro análogo a ser comercializado e quando adicionado ao tratamento dos pacientes que já utilizavam metformina e sulfoniluréias, levou à uma redução adicional de 1,1% da hemoglobina glicada. O liraglutide é um análogo de GLP-1, aplicado uma vez ao dia e quando usado no tratamento de pacientes com diabetes apresentou melhora do controle glicêmico e redução do peso corporal.
Medicamentos para Diabetes tipo 2 
Os medicamentos mais usados para o tratamento de diabetes do tipo 2 são: 
Diamicron MR
Glibenclamida
Gliclazida
Glifage
Glifage XR
Glimepirida
Galvus
Galvus Met
Metformina
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula. 
Complicações possíveis 
Retinopatia diabética
Lesões que aparecem na retina do olho, podendo causar pequenos sangramentos e, como consequência, a perda da acuidade visual. 
Arteriosclerose
Endurecimento e espessamento da parede das artérias 
Nefropatia diabética
Alterações nos vasos sanguíneos dos rins que fazem com que ocorra uma perda de proteína pela urina. O órgão pode reduzir a sua função lentamente, mas de forma progressiva até a sua paralisação total. 
Neuropatia diabética
Os nervos sofrem alterações, provocando sintomas, como formigamento, dormência ou queimação das pernas, pés e mãos, dores locais e desequilíbrio, enfraquecimento muscular, pressão baixa, distúrbios digestivos, excesso de transpiração e impotência. 
Pé diabético
Ocorre quandouma área machucada ou infeccionada nos pés de quem tem diabetes tipo 2 desenvolve uma úlcera (ferida). Seu aparecimento pode ocorrer quando a circulação sanguínea é deficiente e os níveis de glicemia são mal controlados. Qualquer ferimento nos pés deve ser tratado rapidamente para evitar complicações que podem levar à amputação do membro afetado. 
Infarto do miocárdio e AVC
Ocorrem quando os grandes vasos sanguíneos são afetados, levando à obstrução (arteriosclerose) de órgãos vitais como o coração e o cérebro. O bom controle da glicose, a atividade física e os medicamentos que possam combater a pressão alta, o aumento do colesterol e a suspensão do tabagismo são medidas imprescindíveis de segurança. A incidência desse problema é de duas a quatro vezes maior em pessoas com diabetes, tanto o tipo 1 quanto o diabetes tipo 2. 
Infecções
O excesso de glicose pode causar danos ao sistema imunológico, aumentando o risco da pessoa com diabetes contrair algum tipo de infecção. Isso ocorre porque os glóbulos brancos (responsáveis pelo combate a vírus, bactérias etc.) ficam menos eficazes com a hiperglicemia. O alto índice de açúcar no sangue é propício para que fungos e bactérias se proliferem em áreas como boca e gengiva, pulmões, pele, pés, genitais e local de incisão cirúrgica. 
Hipertensão
Existem alguns fatores de risco em comum entre diabetes do tipo 2 e a hipertensão arterial, como obesidade, sedentarismo e má alimentação. Além disso, o paciente com diabetes tem uma maior propensão a desenvolver problemas renais, e isso compromete a eliminação de substâncias pela urina, como o sal e a água. O aumento de sal e água na circulação está relacionado com o aumento da pressão arterial, levando à hipertensão. 
Outro problema recorrente em pacientes com diabetes tipo 2 é a oxidação dos vasos sanguíneos com mais rapidez do que o normal, devido ao excesso de açúcar no sangue. Com isso, as artérias podem se entupir, aumentando a pressão arterial. 
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Convivendo (prognóstico) 
Convivendo/ Prognóstico 
Pacientes com diabetes devem ser orientados a: 
Realizar exame diário dos pés para evitar o aparecimento de lesões
Manter uma alimentação saudável
Utilizar os medicamentos prescritos
Praticar atividades físicas
Manter um bom controle da glicemia, seguindo corretamente as orientações médicas.
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Prevenção 
Prevenção 
Pacientes com história familiar de diabetes tipo 2 ou fatores de risco devem ser orientados a: 
Manter o peso normal
Não fumar
Controlar a pressão arterial
Evitar medicamentos que potencialmente possam agredir o pâncreas
Praticar atividade física regular.
Frutose Faz Mal. Fuja dos Sucos. Explicação Completa
14/08/2014 Por Dr. Alexandre Feldman · (Última Atualização: 15/08/2014) 
Frutose Por Trás da Obesidade, Diabetes, Pressão Alta.
Se você ainda não tem conhecimento dos problemas à saúde causados pela frutose, então já deve ter se perguntado de onde vem a epidemia de obesidade que estamos vivendo. Será a obesidade, tão comum e epidêmica nos tempos atuais, resultado meramente de uma combinação fatal de gula desenfreada (portanto ingestão de alimentos em quantidade excessiva) e preguiça contumaz (portanto uma falta de força de vontade para fazer atividades físicas)?
Se fosse assim, então por que todos os países que adotaram a dieta ocidental passaram a sofrer, sem exceção, do mesmo problema – inclusive os japoneses, chineses e coreanos, que também sofrem atualmente com problemas de obesidade tão sérios a ponto de submeterem suas crianças a cirurgia bariátrica (de redução do estômago)? Será que todos esses países de repente se tornaram gulosos e preguiçosos?
Em termos de alimentação e metabolismo, uma coisa é certa: para se ter energia para armazenar, queimar e portanto viver com saúde, é preciso comer. Precisamos comer para viver.
A questão é o que comemos (e bebemos).
Estudos mostram que comemos mais hoje que na década de 1980. Especificamente, crianças e adolescentes consomem hoje 275 calorias a mais; adultos homens, 187 calorias, e mulheres, 337 calorias a mais por dia, que na década de 1980.  Isso não é difícil de acreditar – basta olhar ao redor e ver como a população em geral vem engordando nestes últimos 25 anos. Mas qual a razão disso? Qual o motivo desse consumo a mais de calorias atualmente?
Será porque as comidas estão mais disponíveis e abundantes? Mas elas já eram disponíveis e abundantes na década de 1980.
Existe no nosso organismo  um hormônio chamado leptina, que provém das células de gordura e comunica ao cérebro a sensação de saciedade – ou seja, nos avisa quando estamos satisfeitos; nos informa quando parar de comer.
Se hoje comemos mais que há décadas atrás, isso só pode querer dizer que nossa sensação de saciedade se alterou, ou seja, nossa leptina não está funcionando como deveria. Significa que algo deve estar errado com o sistema que controla nosso equilíbrio energético.
A questão é: o que estaria provocando esse problema?
De onde vêm essas calorias a mais? Da gordura? Terá a alimentação se tornado mais gordurosa nas últimas décadas? Estudos mostram que não.
O que as pesquisas indicam é que a quase totalidade dessas calorias a mais vêm dos carboidratos. Ou seja, o mundo está ingerindo mais carboidratos hoje que na década de 1980.
Já as autoridades de medicina e nutrição do mundo inteiro vêm nos advertindo, ao longo de todas essas décadas, no sentido de reduzir o quanto mais o consumo de gorduras, visando que a ingestão delas não ultrapasse 30% do total de calorias ingeridas. Da década de 1980 para cá, foi surgindo uma verdadeira infinidade de produtos “light”, sem gorduras, que hoje inundam o mercado alimentício.
E de fato as estatísticas demonstram que essa meta foi atingida: a ingestão de gorduras foi, de fato reduzida, na população como um todo, para os limites preconizados.
Mas para surpresa geral, os índices de obesidade – e também doença cardiovascular, acidente vascular cerebral e síndrome metabólica – aumentaram!
É óbvio que o problema não está na gordura, mas nos carboidratos.
Em qual dos carboidratos?
Estudos mostram um aumento de 41% na ingestão de refrigerantes e 35% na ingestão de sucos de frutas. Uma lata de refrigerante ao dia significa 150 calorias. Multiplicado por 365 dias (1 ano), e dividido por 3500 calorias que correspondem a cerca de meio quilo de peso (pois para cada 3500 calorias ingeridas e não queimadas, ganha-se cerca de meio quilo de peso), resulta num ganho de cerca de 7 quilos por ano, acumulados sob a forma de gordura, que afinal é a forma padrão de armazenamento do excesso de peso.
Isso tudo não é novidade. Mas a questão é: por que nosso mecanismo de saciedade não provoca, dentro desse contexto, a saciedade como deveria, de modo a controlar nosso apetite a contento, e assim estabilizar nosso equilíbrio energético?
A primeira garrafa de refrigerante do mundo foi produzida nos Estados Unidos no ano de 1915, e continha 192 ml. Se um indivíduo bebesse 1 garrafinha dessas ao dia, então aplicando o cálculo acima, chegaríamos a um ganho de aproximadamente 3,5 quilos por ano. Em 1955, surgiram as garrafas de 300 ml (correspondendo a 5,9 kg/ano). Na década de 1960, surgiu a primeira latinha, contendo 350 ml (correspondendo a 7,25 kg/ano). Atualmente a garrafinha plástica de Coca-Cola contém 590 ml, correspondendo a 11,8 kg/ano. Uma garrafa de 1 litro ao dia corresponde a um acúmulo de cerca de 22 kg de gordura por ano.
Quando vamos à lanchonete e pedimos um refrigerante, a diferença de preço entre o copo pequeno e o grande é tão mínima que, quase sempre, acabamos optando pelo tamanho maior.
O que contêm os refrigerantes?
1. Cafeína – a cafeína é um estimulante do cérebro, isso todos sabemos. Mas a cafeína também possui um efeito diurético, fazendo-nos eliminar água do organismo.
2. Sal – uma latinha de refrigerante contém, em média, 55 miligramas de sódio. Se o cálculo da Folha de São paulo neste artigo(http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2602200813.htm ou aqui) estiver correto, chega-se à conclusão que essa quantidade de 55 mg de sódio de uma única latinha de refrigerante equivale à quantidade total de sódio de uma refeição composta por filé de frango, brócolis, arroz, feijão e salada de alface, pepino, cenoura e beterraba.
Sabe o que acontece quando alguém ingere sódio e perde água? Fica com com MAIS sede! E consome MAIS refrigerante.
Entendeu por que os refrigerantes contêm tanto açúcar? Para disfarçar o sal! Nós não percebemos quão salgados são os refrigerantes, graças ao açúcar que eles contêm.
Quanto mais sal e cafeína contiver um refrigerante, mais sede esse refrigerante irá provocar e mais refrigerante essa pessoa irá consumir.
Será o açúcar a causa da obesidade? Um estudo prospectivo do Dr. David Ludwig, professor de endocrinologia da Universidade de Harvard, publicado no The Lancet, volume 357, páginas 505 a 508, em 2001, afirma que “cada incremento no uso de bebidas açucaradas resulta, ao cabo de 19 meses, em um aumento de 0,24 kg/m2 no índice de massa corporal, e um aumento de 60% na probabilidade/risco de obesidade.
Um estudo do tipo metaanálise (estudo que analisa, estatisticamente, uma porção de outros estudos realizados sobre um determinado tema), que analisou 88 outros estudos sobre consumo de refrigerantes/bebidas açucaradas, publicado em 2007 no American Journal of Public Health e que levou em conta fatores como peso corporal, ingestão calórica, ingestão de leite e cálcio, alimentação adequada, demonstrou clara associação entre consumo dessas bebidas e obesidade. Nesta metaanálise observou-se que os estudos patrocinados pela indústria de refrigerantes/bebidas açucaradas/sucos de frutas mostravam significativamente menos efeitos prejudiciais que estudos independentes.
Um estudo publicado no British Medical Journal, volume 328, página 1237, mostrou o que acontece quando se retiram as máquinas de refrigerantes das escolas: enquanto a prevalência da obesidade permaneceu inalterada nas escolas em que se realizou este tipo de intervenção, ela continuou a aumentar, ao longo do ano letivo, nas escolas em que foram mantidas as máquinas.
Um estudo publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA292:927) analisou a relação entre refrigerantes/bebidas açucaradas/sucos de frutas e diabetes do tipo 2, e demonstrou uma tendência estatisticamente significativa entre o consumo daquelas bebidas e a prevalência dessa doença.
A Frutose é o Centro do Problema
Você sabe qual o açúcar que a indústria acrescenta aos refrigerantes e sucos? Xarope de milho com alto teor de frutose. Nos Estados Unidos, uma pessoa consome, por ano, em média, 28 quilos de xarope de milho com alto teor de frutose (também rotulado como “açúcar invertido”). No Brasil não se sabe. Mas certamente não é um número muito distante deste, tendo em vista os carrinhos de supermercado repletos de refrigerantes, as escolas repletas de sucos de frutas consideradas tão saudáveis, as festas infantis servindo sucos e refrigerantes à vontade.
O xarope de milho com alto teor de frutose (açúcar invertido) é composto por uma molécula de glicose para uma de frutose, em média.
O motivo pelo qual o xarope de milho com alto teor de frutose  (açúcar invertido) é utilizado pela indústria alimentícia é sua doçura. Se atribuírmos ao açúcar de cana (sacarose) um índice de doçura de 100, o xarope de milho com alto teor de frutose  (açúcar invertido) possui um índice de 120! Bem mais doce!
Você pode estar pensando: “Se é mais doce, então eu não preciso usar tanto para adoçar. Certo?”
Errado! A indústria utiliza a mesma quantidade e até mais.
Além de mais doce, o xarope de milho com alto teor de frutose (açúcar invertido) é um ingrediente mais barato que a sacarose.
A frutose cristalina (forma pura de frutose em pó, obtida industrialmente, que já está começando a ser adicionada a sucos e refrigerantes), possui um índice de doçura muito maior, de 173. E essa frutose pura está sendo amplamente divulgada como um ingrediente saudável!
E estão adicionando frutose cristalina em sucos e refrigerantes.
Já uma molécula de pura glicose possui um índice de doçura de 74. Portanto a glicose não é particularmente doce. A frutose, seja na forma cristalina, ou na forma de açúcar invertido (xarope de milho com alto teor de frutose) é bem mais doce e barata.
Glicose e Frutose
Uma molécula de glicose constitui-se de um anel de 6 átomos de carbono, e uma molécula de frutose, um anel de 5 átomos de carbono. Portanto são duas moléculas diferentes entre si. Jamais acredite em alguém que possa vir a lhe dizer que “glicose e frutose são a mesma coisa”.
Uma molécula de glicose, unida a uma molécula de frutose através de uma ligação éter, resulta em uma molécula de sacarose. A sacarose nada mais é do que o açúcar de cana, também conhecido como açúcar de mesa, ou simplesmente açúcar.
Sacarose (açúcar de cana) = glicose + frutose
No nosso tubo digestivo, a ligação éter da molécula de sacarose é quebrada por uma enzima (sacarase), resultando, quase que imediatamente, em uma molécula de glicose e outra de frutose.
O xarope de milho com alto teor de frutose nada mais é que uma combinação de glicose e frutose, separadas, numa proporção de cerca de 50%.
Portanto, não há diferença, na prática, entre sacarose e xarope de milho com alto teor de frutose (açúcar invertido), pois a sacarose, ao ser digerida pela enzima sacarase, resulta basicamente na mesma proporção de glicose e frutose.
Tanto é assim, que estudos científicos demonstram que o metabolismo e impacto sobre a saciedade causado pelo xarope de milho com alto teor de frutose (açúcar invertido) é idêntico ao metabolismo e impacto sobre a saciedade causado pela sacarose (açúcar comum de mesa).
Então, cientificamente falando, não há dúvida: não existe diferença entre açúcar comum e xarope de milho com alta concentração de frutose.
Em outras palavras: ambos são igualmente péssimos para a saúde. Ambos são igualmente perigosos. Ambos contêm frutose e ambos são venenos. Continue lendo.
Mas por que a frutose é um veneno? Por que os sucos e refrigerantes são muito mais (no mal sentido) que apenas calorias vazias? E como o consumo quotidiano de frutose pode levar a sérios problemas de saúde?
A razão pela qual a frutose é um veneno vai muito, mas muito além das calorias que ela possui. Ou seja, mesmo esquecendo as calorias completamente, e independentemente das calorias, a frutose é um veneno.
Vamos, antes, analisar a tendência de consumo de frutose nos últimos 100 anos. [Fontes: American Journal of Clinical Nutrition, 2004, Vol. 79, No. 4, 537-543; The Medscape Journal of Medicine,  2008;10(7):160]
Nos tempos pré-industrialização dos alimentos, nós obtínhamos a frutose a partir das frutas e verduras frescas e integrais e muito eventualmente do mel. Isso totalizava uma quantidade média de 15 gramas ao dia de frutose. (Não sacarose, mas sim frutose apenas)
Na década de 1970, com a introdução do xarope de milho com alto teor de frutose no mercado, o consumo médio individual de frutose mais que dobrou, para 37 gramas ao dia, ou 8% do número total de calorias diárias ingeridas.
Na metade da década de 1990, o consumo médio individual de frutose aumentou para 55 gramas ao dia, ou 10,2% do consumo calórico total diário.
Nos dias de hoje, um adolescente consome, em média, 72,8 g/dia de frutose, ou 12,1% da ingestão calórica total diária.
Portanto, a cada ano que passa, uma porcentagem cada vez maior da nossa ingestão calórica provém da frutose, esteja ela presente no açúcar, no xarope de milho de alta concentração de frutose, na frutose cristalina, ou concentrada nos sucos de frutas.
Assim, a população não está apenas comendo (e bebendo) mais a cada ano: ela também está comendo (e bebendo) mais açúcar. Para os adolescentes, o açúcar representa atualmente cerca de 12% da ingestão total de calorias. Sendo que para 25% desses adolecentes, a ingestão de frutose, isoladamente, representa 15% dototal de calorias ingeridas.
Isso nada mais é que uma verdadeira catástrofe para a saúde, a respeito da qual ninguém faz nada.
A ingestão de açúcar aumenta a cada dia. Enquanto isso, a ingestão de gorduras animais, ricas em nutrientes como vitaminas A e D, diminui. E a população está cada vez mais doente. Leia este artigo para compreender os fatores errôneos que levaram a gordura a ser rotulada injustamente de vilão da dieta saudável, e substituída prioritariamente por açúcar (como se vê na própria “pirâmide alimentar” vigente).
Qual a explicação para isso estar acontecendo?
Vejamos:
Na década de 1960 e início de 70, os preços dos alimentos flutuavam exageradamente para cima e para baixo. Nenhum político no mundo é reeleito quando os preços da comida estão em alta. De modo que a diretriz tornou-se muito clara: era preciso baratear a comida. E para isso, deveriam ser encontrados e utilizados todos os métodos possíveis, sempre sob a égide da “guerra contra a pobreza”
O xarope de milho com alto teor de frutose (açúcar invertido) foi inventado na década de 1950 (Marshall, R.O.; Kooi, E.R. Enzymatic Conversion of D-Glucose to D-Fructose. Science 1957, 125, 648-649) e seu patenteamento ocorreu na década de 1960 (Marshall, R.O. Enzymatic Conversion of Dextrose to Fructose. U.S. Patent 2,950,228, Aug 23, 1960). O aperfeiçoamento para a obtenção e a patente  americana desse processo ocorreu em 26 de agosto de 1971 e sua introdução no mercado americano se deu em 1975. Assim que o xarope de milho com alto teor de frutose (açúcar invertido) entrou para valer no cenário econômico mundial, o custo com adoçamento dos produtos alimentícios industrializados se tornou muito barato. O preço do xarope de milho com alto teor de frutose (açúcar invertido) é cerca de metade do preço do açúcar comum de mesa (sacarose), e seu processo de produção permite que se mantenha sempre barato, com mínima flutuação.
De tão barato, este ingrediente – xarope de milho com alto teor de frutose – invadiu o mercado de alimentos e hoje pode ser encontrado em  praticamente tudo, até mesmo pães, confeitos, molhos de salada, ketchup – basicamente, o xarope de milho de alta concentração de frutose vem sendo adicionado a quase todos os produtos alimentícios processados industrialmente.
Com a introdução do xarope de milho de alta concentração de frutose, o consumo mundial de sacarose (açúcar de mesa) diminuiu, ao mesmo tempo em que o consumo total de açúcar no mundo aumentou graças ao aumento enorme do consumo de xarope de milho de alta concentração de frutose.
Introdução dos Sucos Naturais de Frutas Para Consumo em Massa
E é exatamente naquela altura dos acontecimentos, na década de 1970, que os sucos foram introduzidos em larga escala, baixo preço e com forte apelo de marketing como saudáveis, no mercado. Eu mesmo me recordo nitidamente do súbito aparecimento das latas de sucos concentrados nas prateleiras dos supermercados na minha infância, no início da década de 1970.
Nessa mesma década de 1970, começaram a ser implementados programas governamentais nos Estados Unidos, de distribuição de sucos concentrados de frutas para crianças carentes, com o (suposto) propósito de prevenir atraso de crescimento e desenvolvimento. Essa noção, de embasamento puramente político, de que sucos fazem bem à saúde das crianças, rapidamente se difundiu para o Brasil e resto do mundo. Atualmente, estima-se que o consumo total per capita de sacarose e xarope de frutose, somados, esteja em torno de 63 quilos por ano.
Olhe bem para esse número – 63 kg/pessoa/ano de açúcar, entre alimentos e bebidas. Você não acha que essa quantidade de açúcar poderia provocar efeitos negativos na saúde da população?
Frutose, Diabetes, Obesidade, Problemas Cardíacos
Estudos realizados pelo departamento de nutrição da Harvard School of Public Health e publicado no British Medical Journal de  29 de agosto de 2013 mostram que o consmo de bebidas doces como sucos de frutas colabora com o desenvolvimento de diabetes tipo 2. Outros estudos demonstram que o consumo de suco e bebidas açucaradas colabora com obesidade e baixa estatura em crianças [Pediatrics 99:15-22, 1997], e obesidade em adultos [JAMA 292(8):927-934, 2004], além de doenças cardiovasculares, redução da qualidade de vida e aumento de despesas com saúde [Circulation Mar 23, 2010; 121(11):1356-1364]. Todos esses problemas vêm aumentando de forma assustadora desde 1970, e atingindo todas as idades, não poupando sequer crianças e bebês.
Enquanto todo esse estrago continua acontecendo em proporções cada vez maiores, qual a mensagem que todos lemos, ouvimos e vemos, repetidamente, das associações, sociedades e outros órgãos oficiais de cardiologia, nutrição, pediatria, etc, do mundo inteiro? Que todos precisamos diminuir nosso consumo de gordura. Leia por que essa mensagem só tem causado prejuízos, e não benefícios à saúde, clicando aqui (o artigo abre numa página separada, para você poder voltar aqui com facilidade após a leitura).
Além de retirar a gordura e colocar açúcar, a indústria alimentícia retira também as fibras dos alimentos a fim de prolongar a vida de prateleira e tornar mais rápido o processo de cozimento, sob a justificativa de tornar o produto alimentício mais “prático para o modo de vida contemporâneo”.
O açúcar a mais também é utilizado para ajudar a dourar vários alimentos industrializados (até mesmo carnes). E esse tipo de adulteração, infelizmente, causa processos chamados glicação de proteínas e ligações cruzadas com proteínas, sendo que ambos esses processos são nocivos à saúde contribuem, entre outras coisas, com a aterosclerose (portanto doenças cardiovasculares).
Em se tratando de dourar, a frutose forma sete vezes mais produtos de glicação, em comparação à glicose.
A frutose inibe a supressão a grelina, um hormônio produzido no tubo digestivo e que regula a fome. Quando comemos, a grelina é suprimida e a fome passa. Se essa supressão é inibida, a grelina continua agindo e a pessoa continua com fome. Portanto se você dá a uma criança/adolescente um suco ou copo de refrigerante e em seguida a leva para um fast food da vida, essa criança/adolescente irá comer bem mais do que se não tivesse ingerido a frutose previamente. Em outras palavras: ela come mais, mesmo depois de ter bebido um suco/refrigerante que por si é bem calórico, mas que inibiu a supressão da grelina.
A frutose não estimula a produção de insulina, uma vez que não há receptores para frutose nas células beta do pâncreas, que produzem insulina. O pâncreas não reconhece a frutose e não sabe o que fazer com a frutose. Por isso, simplesmente não há resposta do pâncreas à frutose.
Mas se os níveis de insulina não sobem, os níveis de leptina também não aumentam. E se os níveis de leptina não aumentam, o cérebro não recebe a mensagem que você comeu. Então você continua comendo, mais e mais.
Só aqui são dois mecanismos para inibir a saciedade e estimular o consumo excessivo e desenfreado de alimentos (calorias): 1) inibição da supressão da grelina, e 2) ausência de resposta de insulina e, portanto, de leptina. (E pensar que tem gente que fala da ausência de resposta de insulina como se fosse uma qualidade da frutose!)
Por fim, e para piorar, o metabolismo hepático da frutose é totalmente diferente daquele da glicose. Isso nos leva ao próximo tópico:
Frutose e Síndrome Metabólica
A assim chamada síndrome metabólica é um conjunto de sintomas, entre os quais, obesidade, diabetes, alterações no perfil lipídico, hipertensão arterial e problemas cardiovasculares. Quando estes sintomas surgem em conjunto, dá-se o nome de síndrome metabólica.
Para entender como a frutose colabora com a síndrome metabólica, analisemos primeiro o metabolismo da glicose, para fins de comparação.
Metabolismo da Glicose
Digamos que você consumiu 120 calorias de glicose – o equivalente a 2 fatias de pão. Dessas 120 calorias, 96 (portanto 80%) serão utilizadas por todos os nossos órgãos e tecidos. A glicose é prontamente reconhecida e utilizável por qualquer

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