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Direito Civil – Ramo do Direito Privado - Direito Civil – é o ramo do direito privado comum ou geral que abrange todas as relações de interesse particular, regula de um modo geral o nascimento, o fim (morte), o nome, a maioridade, a capacidade e o estado das pessoas, as relações no que se refere à família, às coisas (bens ou patrimônio), a propriedade, a compra e venda, contratos. Prof. Paulo Oliveira Divisão da Lei n. 10.406/02 – Código Civil (2.046 artigos) Parte Geral - Livros • Das pessoas (naturais e jurídicas) • Do domicílio • Dos bens • Dos fatos jurídicos Parte Especial - Livros • Do Direito das Obrigações (Contratos, Responsabilidade Civil) • Do direito de Empresa • Do direito das Coisas • Do Direito de Família • Direito das Sucessões Prof. Paulo Oliveira Das Pessoas • Pessoa física (pessoa natural): ser humano. São pessoas individualmente consideradas, também recebe o nome de pessoa natural. Criatura que provenha da mulher. Exp.: professor, aluno – pessoas que podem ser titulares de direitos e sofrer a imposição de deveres. • O art. 2º. (Código Civil) “A personalidade civil começa do nascimento com vida, mas os direitos do nascituro desde a concepção”. Nascituro é o ente concebido, mas não nascido, é o embrião com vida uterina. • Não é pessoa, goza de expectativa de direito; • Direitos: à vida, à proteção prénatal, receber doação e herança, a alimentos. • Nascimento com vida: quando separado do ventre materno, o recém nascido respire o ar atmosférico, ou seja, traduz idéia de funcionamento do aparelho cardio-respiratório. Prof. Paulo Oliveira Capacidade O art. 1º do Código Civil disciplina “Toda pessoa é capaz de direitos e obrigações na ordem civil”. No ordenamento jurídico brasileiro sempre há dois sujeitos do direito nas relações jurídicas. São denominados de Sujeito Ativo e Sujeito Passivo. • SUJEITO ATIVO - é toda pessoa titular de um direito. • SUJEITO PASSIVO - é toda pessoa sobre a qual recai um dever. • PERSONALIDADE CIVIL: é a capacidade das pessoas de adquirir direitos e contrair deveres na ordem jurídica, ou seja, qualidade para ser sujeito de direito. A capacidade implica em exercício de um direito. Todo o indivíduo é capaz de direitos e obrigações. O exercício da personalidade civil ocorre entre pessoas físicas e jurídicas. Prof. Paulo Oliveira Capacidade Civil: é a aptidão da pessoa física para exercer direitos e assumir obrigações. Temos a capacidade de direito e a capacidade de fato, as duas juntas formam a capacidade plena. • Capacidade de direito: é a genérica, qualquer pessoa tem. Toda pessoa por ter personalidade jurídica, tem capacidade de direito. • Capacidade de fato: é a aptidão para praticar atos da vida civil, nem todo mundo tem. Se falta algo, a pessoa não tem capacidade plena, surge, então a incapacidade civil. Todos tem capacidade de direito mas nem todos tem a capacidade de fato. Há fatos que anulam ou reduzem essa capacidade. • A incapacidade nada mais é que a restrição legal imposta às pessoas para a prática dos atos da vida civil. O exercício da capacidade civil da pessoa física é classificado em três grupos: • Absolutamente Incapaz (100% representado) • Relativamente Incapaz. (parcialmente representado) • Capacidade Plena (maioridade civil ou emancipação) Prof. Paulo Oliveira Maioridade Civil Ocorre quando a pessoa atinge 18 (dezoito) anos completos, quando ela fica habilitada para à prática de todos os atos da vida civil. Também ocorre pela Emancipação. Ambas situações cessa a incapacidade civil. Prof. Paulo Oliveira Emancipação: modo pelo qual cessa a incapacidade • Hipóteses: - Pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 16 anos completos. - Pelo casamento. - Pelo exercício de emprego público efetivo. - Pela colação de grau em curso de ensino superior. - Pelo estabelecimento empresarial ou pela existêencia de emprego, desde que em função Prof. Paulo Oliveira Pessoa Jurídica Pessoa jurídica (pessoa moral): pessoa coletiva, agrupamento de pessoas (físicas ou jurídicas), com vontade de praticar finalidades e interesses comuns em atividades diversas, com ou sem fins lucrativos. Para sua existência é necessária a participação de no mínimo duas pessoas. É a entidade constituída de homens ou bens, com vida, direitos, obrigações e patrimônios próprios. Classificação: • Pessoas Jurídicas de Direito Publico Interno temos: a União, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios, as Autarquias, Fundações Públicas. • Pessoas Jurídicas de Direito Privado temos: as Associações, as Sociedades, as Fundações, as Organizações Religiosas, os Partidos Políticos, EIRELI. Prof. Paulo Oliveira Fato x Ato • Fato: acontecimento • Ato: ação “ato de agir” Um fato pode, no entanto, ser decorrente de um ato. Prof. Paulo Oliveira Fato Jurídico: é todo acontecimento, natural ou humano, para o qual uma norma jurídica atribui um efeito jurídico. Este efeito, decorrente do fato, poderá ser: a aquisição, a conservação, a transferência, a modificação e a extinção de direitos. “É todo fato relevante para o Direito.” • Natural a) ordinário (nascimento/morte) b) extraordinário (furacão, chuva forte, desabamento- aqui há certa carga de inevitabilidade/imprevisibilidade) O acontecimento, seja ele natural ou humano, para ser fato jurídico, precisa obrigatoriamente ter repercussão no mundo jurídico. Prof. Paulo Oliveira Ato jurídico (ato:agir/ação) • É a ação humana lícita, não se confundindo com ato ilícito. • É o comportamento humano voluntário e consciente (manifestação de vontade) cujos efeitos jurídicos (criação, conservação, modificação ou extinção de direitos) estão previamente determinados em lei/contrato. Exp: a) Argila (matéria bruta) transforma em vaso (artesão passa a ser dono) b) Reconhecimento de um filho – relação de parentesco/direito de família. c) Firmar um contrato de locação, prestação de serviços, empréstimo bancário Ato ilícito: (art. 186) Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudencia, violar dreito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Prof. Paulo Oliveira Negócio Jurídico(espécie de ato jurídico) • Conceito: a declaração de vontade por meio da qual as partes auto-disciplinam os efeitos que pretendem atingir, de acordo com a sua autonomia privada, e respeitados limites de ordem pública (legislação). É ato negocial, tem autonomia privada. Exp. contratos - Compra de pão para o café da manhã (compra e venda) - Quando se utiliza de transporte coletivo para ir trabalhar (contrato de prestação de serviço) Prof. Paulo Oliveira • O negócio jurídico condiciona seus efeitos jurídicos a uma declaração de vontade (ato jurídico) conforme a autonomia privada (vontade dos agentes). • As partes envolvidas resolvem os efeitos jurídicos possíveis, escolhidos conforme sua própria liberdade negocial. Exp. Contrato ou Testamento – Aqui há liberdade de escolha. • Importante: a declaração de vontade é elemento essencial do negócio jurídico, além de condição de validade. A vontade precisa ser exteriorizada/manifestada. Pode se dar de forma expressa (ação – escrita ou falada ou tácita (comportamento do agente). Prof. Paulo Oliveira Elementos do Negócio Jurídico • Para que o negócio jurídico exista, é necessário a declaração de vontade. Agora, importante saber os elementos essenciais, considerados como requisitos (condições necessárias) de validade. a) Agente capaz (pessoas envolvidas) b) Objeto lícito, possível, determinado ou determinável (aquiloque está em questão) c) Forma prescrita ou não defesa em lei. (que consta da lei ou nela não esteja proibida) Prof. Paulo Oliveira Validade (a falta dos pressupostos de validade transforma o negocio jurídico em inválido) • Agente capaz e legitimado (capacidade de direito e de fato). A capacidade é quanto a realização do ato negocial. Exp. a) Só pode vender que é dono ou tenha representação do proprietário. (legitimação) b) Menor, absolutamente incapaz, não tem capacidade, devendo ser representado. (capacidade) • Declaração de vontade (livre e boa-fé) Prof. Paulo Oliveira • Objeto: - lícito (que o bem seja protegido jurídicamente – exp. imóvel). Exp. contrato de compra e venda de maconha (objeto ilícito) Contrato de prestação de serviço de “matar alguém”. (objeto ilícito) - possível: “impossível comprar a lua” - determinado: um quadro do “Monet” - determinável: devo 100 sacas de arroz. Prof. Paulo Oliveira É nulo o ato jurídico • Praticado por absolutamente incapaz. • Quando for ilícito, ou impossível, o seu objeto. • Quando não revestir a forma prescrita em lei. • Quando não repeitada alguma solenidade definida por lei. Prof. Paulo Oliveira Atos Ilícitos. Responsabilidade Civil • Todo o negócio jurídico é um ato lícito, mas nem todo ato lícito será um negócio jurídico. • O ato ilícito, embora seja um fato jurídico, não será considerado ato jurídico, pois atenta contra o direito. • A responsabilidade civil (RC) poderá se originar pela não observação de determinadas regras de convívio em sociedade (RC Extracontratual) ou em um ato que é lícito (contratação de uma obrigação) mas que o não cumprimento pode gerar a necessidade de indenizar (RC Contratual)Prof. Paulo Oliveira Responsabilidade Civil • Trata-se da responsabilização dos atos humanos, pois objetivam-se na garantia da vítima de ter a reparação integral dos prejuízos causados por terceiros. • A obrigação de reparar pode se dar por fato próprio ou por fato de pessoas ou coisas que dela dependem. • Assim, podemos dizer que é o direito da vítima de se tornar credora perante a pessoa que produz um dano, a qual será, consequentemente, responsável pela reparação, que poderá ser dano material ou moral (dano). Prof. Paulo Oliveira Ato ilícito: (art. 186) Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar dreito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. É a conduta humana praticada em desacordo com a ordem jurídica, violando direito de outra pessoa. • A responsabilidade quanto a obrigação de reparar decorre da ocorrência de ato ilícito que pode se dar: - contrato - declarações unilaterais de vontade (promessa de recompensa, gestão de negócios, pagamento indevido) - ato ilícito Prof. Paulo Oliveira Responsabilidade Civil e Penal • Fatos jurídicos nos quais o ser humano atua diretamente por ação/omissão são atos jurídicos. Exp. Contratos, compra e venda, roubar, matar. Responsabilidade penal são os atos ilícitos repudiados pela sociedade e cuja previsão de sanção é a privação de liberdade (restrição de direito). É uma série de condutas denominadas típicas, que estão descritas na lei, são condutas que atentam contra a lei penal, indo de encontro a vida social, tais condutas constituem os crimes ou delitos penais. Responsabilidade civil são os atos ilícitos sem imputação penal (pena restrição de direito) que prevê o restabelecimento do estado anterior ou na sua impossibilidade, fazer reparação equivalente (reparação do dano).Prof. Paulo Oliveira Responsabilidade civil subjetiva • O Código Civil dispõe que deve haver um nexo de causalidade entre a ação/omissão e a ocorrência do dano. • Pressuposto: culpa ou dolo, elemento essencial para gerar o dever de indenizar. • Deve comprovar o nexo de causalidade (o liame) que une a conduta ao resultado (dano). Ação/omissão (conduta) + nexo de causalidade + resultado (dano) = reparar dano Prof. Paulo Oliveira Responsabilidade objetiva • Neste tipo de responsabilidade independe a existência da culpa para gerar a obrigação de reparar o dano. Se fundamenta no risco, sendo necessários apenas o dano e o nexo de causalidade. Exp. - Direito do trabalhador receber auxilio acidente independentemente da culpa do empregador. - Responsabilidade civil do transportador no transporte de pessoas e no transporte aéreo. - Responsabilidade civil do fornecedor pelos produtos e serviços prestados ao consumidor. - Responsabilidade civil do agente causador do prejuízo ambiental, independente de culpa. Prof. Paulo Oliveira Reparação do Dano/Dano Material e Moral • Reparação do dano: significa restabelecer uma situação modificada por um ato ilícito, retornar as partes à situação anterior ao dano ocorrido. (indenização) • Dano material: é aquele que se caracteriza pela lesão ao patrimônio do ofendido. • Dano moral: afeta a pessoa, mas não diretamente o seu patrimonio. (dano físico, difamação) Prof. Paulo Oliveira Contratos • É um negócio jurídico. • É o acordo de duas ou mais pessoas para constituir (criar), regular, modificar ou extinguir uma relação jurídica de natureza patrimonial. • Para que o contrato de seja válido, ou seja, produza os efeitos jurídicos desejados pelas partes, deve observar os requisitos do negocio jurídico (capacidade das partes e sua legitimação para o negócio, objeto lícito, obediência à forma quando prescrita em lei). • Há diversas espécies de contrato, sendo que o Código Civil prevê os principais, regulamentando-os e determinando as características de cada espécie. Prof. Paulo Oliveira Garantias Contratuais • Não é obrigatória, serve para evitar obrigações desmedidas para uma das partes. Espécies: - Títulos de crédito (duplicata) - Fiança (inicia-se a cobrança em face do devedor principal) - Aval (pode cobrar tanto do devedor principal ou avalistas). - Hipoteca (dar em garantia um bem imóvel) Prof. Paulo Oliveira Efeitos do contrato • O contrato deve permanecer imutável, por vontade unilateral. O contrato estabelece uma “lei entre as partes”, não podendo ser alterado unilateralmente. Situações excepcionais 1. Contrato passa a ser altamente oneroso para uma das partes por um fato que não poderia ser previsto. - Neste caso, cabe intervenção judicial com base na Teoria da Imprevisão. Exp. Surgimento de uma inflação repentina e inesperada. Prof. Paulo Oliveira Contratos • É um negocio jurídico. • É o acordo de duas ou mais pessoas para constituir (criar), regular, modificar ou extinguir uma relação jurídica de natureza patrimonial. • Para que o contrato de seja válido, ou seja, produza os efeitos jurídicos desejados pelas partes, deve observar os requisitos do negocio jurídico sob a ótica dos planos de existência, validade e eficácia. • Há diversas espécies de contrato, sendo que o Código Civil prevê os principais, regulamentando-os e determinando as características de cada espécie. Prof. Paulo Oliveira
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