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REINTEGRAÇÃO DOS INTERNOS DE CORUMBÁ-MS NA SOCIEDADE

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FACULDADE DE TECNOLOGIA PAULISTA
INSTITUTO EDUCACIONAL JEAN PIAGET
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU” DE GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA
ANTONIO SEBASTIÃO CASTELO
REINTEGRAÇÃO DOS INTERNOS DE CORUMBÁ-MS NA SOCIEDADE
CORUMBÁ – MS 
2017
REINTEGRAÇÃO DOS INTERNOS DE CORUMBÁ-MS NA SOCIEDADE
Antonio Sebastião Castelo[1: Aluno do curso de Especialização “Lato Sensu” de Gestão em Segurança Pública, oferecido pela Faculdade de Tecnologia Paulista/UniPiaget.]
Eliana Doraci da Silva[2: Professora orientadora do presente artigo.]
RESUMO
O que esta acontecendo nas penitenciárias é algo a se preocupar por estar superlotadas, condições insalubres que faz afetar todas as pessoas “livres” que percebem e veem que as pessoas que saem daquele local continuam as mesmas ou saem piores do que entraram. É direito de todos os cidadãos, ainda que tenha cometido algum delito, serem tratados com dignidade e respeito. O que faz crescer a importância da adoção de políticas que efetivamente promovam a recuperação do detento no convívio social e tendo por ferramenta básica a Lei de Execução Penal e seus dois eixos: punir e ressocializar. Caso contrário, aquela pessoa que poderia estar ressocializada com um emprego acaba voltando para o crime e infringir novamente as leis. O artigo aqui apresentado trata do que seria a reintegração de apenados, seus aspectos positivos, negativos, explana a situação dos presídios e o que traz a Lei de Execução Penal sobre tal assunto. Os debates acerca da necessidade e importância da reintegração para os detentos e a sociedade devem ser revistas como uma maneira de ajudar na recuperação de todo um sistema.
Palavras-chave: Penitenciárias; Dignidade; Reintegração; Lei; Social.
INTRODUÇÃO 
O maior desafio da sociedade moderna é ver o que o homem enfrenta, como os problemas advindos do encarceramento; quer durante o cumprimento da pena de prisão, quer após esta, quando esse homem é devolvido à liberdade.
           Nada adianta todo o esforço para melhorar o sistema prisional brasileiro, se ao libertar-se o homem, a sociedade o rejeita, o estigmatiza, o repugna e o força a voltar à criminalidade por absoluta falta de opção e até mesmo de assistência. Tal assistência se justifica de acordo com o fenômeno enfrentado pelo homem que desde preso desacostuma-se a viver em liberdade e, quando ele sai da prisão para cumprimento de regime semiaberto e outras medidas legais o mesmo sofre um choque tão grande quanto aquele sofrido por ocasião de sua prisão.
           Assim, com base inclusive no artigo 10, e seu parágrafo único da Lei de Execução Penal – L.E.P. e em orientação da ONU justifica-se a assistência que, consiste em orientá-lo e reintegrá-lo à vida em liberdade.
          Mister se faz ressaltar que o trabalho é também o apoio necessário e desejado, pois o egresso têm extrema dificuldade em colocar-se nesse mercado de trabalho até mesmo porque a sociedade estigmatiza-o.
          Visando assistir o egresso cria-se o Patronato Penitenciário no Mato Grosso do Sul Decreto-nº 12.131, de 4 de agosto de 2.006 , buscando a redução do nível criminal, na forma do que dispõe a Lei Federal nº 7.210, de 1 de julho de 1.984 – Lei de Execução Penal.[3: MATO GROSSO DO SUL, Decreto n.º 12.131, de 04 de agosto de 2006. Cria a Unidade Assistencial Patronato Penitenciário na estrutura da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário do Estado de Mato Grosso do Sul - AGEPEN-MS. Disponível em: <http://aacpdappls.net.ms.gov.br/appls/legislacao/secoge/govato.nsf/1b758e65922af3e904256b220050342a/14b3cf561af32e22042571c30049012b?OpenDocument&Highlight=2,12.131>. Acesso em 08 de jul. de 2017]
          A criação de Patronatos são poucas na maioria dos estados brasileiros porque sabemos que a ausência de políticas públicas somados ao estigma de um ex-detento (a) forma um quadro pouco promissor, agravado ainda pelo desinteresse de grupos econômicos e agentes de governo na implementação de recursos e promoção de esforços no sentido de garantir ao egresso do Sistema Penitenciário meios de profissionalizar e se capitalizar em termos de conhecimentos para inserir-se no mercado de trabalho quando egresso de sistema prisional.
           O Patronato Penitenciário de Corumbá têm recebido graças a esforços da sua Direção, felizmente o apoio da Prefeitura Municipal através de convênio realizado com a AGEPEN que viabiliza vagas de trabalho em várias áreas para o egresso.
          A experiência tem sido de sucesso haja vista a possibilidade desses reeducados sentirem resgatados acima de tudo a sua dignidade enquanto ser humano e principalmente como chefes de família, provedores do sustento de sua casa através de um trabalho licito.
EXECUÇÃO PENAL NO BRASIL
A lei de execução penal n° 7.210 de 11 de julho de 1984 tem como o destino assegurar a aplicabilidade da pena e tem o seu direcionamento para ressocialização pelo sistema penitenciário brasileiro que garante aos presos o respeito ao direito assegurado do preso proporcionando condições para a compatibilidade harmônica de integração social do condenado e do internado. A Lei feita pelo Estado que dá providencias para restabelecer os direitos do cidadão encarcerado e readapta a vida social.
A lei propicia a ressocialização e tange especificamente ao processo ressocializador, trazendo oportunidades que atinge ao preso a reeducação, por meio da moralidade, pela assistência religiosa, tratamento médico, trabalho, estudo nos ensinos fundamentais̸ médios̸ superiores e técnicos, a LEP tem fundamentação calçada nos artigos 3º, 10º, 11º, 17º, 25º e 27º: 
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei.
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política.
Art. 10º A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade. 
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.
Art. 11º. A assistência será:
I - material;
II - à saúde;
III -jurídica;
IV - educacional;
V - social;
VI - religiosa.
Art. 25º A assistência ao egresso consiste:
I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;
Art. 27º O serviço de assistência social colaborará com o egresso para a obtenção de trabalho. (BRASIL, 1984).
Percebe que o objetivo da Lei de Execução Penal é legitimar a condenação. O foco é desenvolver estratégias para executar a pena diante da execução penal como um apoio social e de reinserção do interno, apenas evidenciando a parte educativa e humana da pena como um sustento a população, evitando novos crimes e afins, assim como um incentivo para o apenado para a mudança e foco em um futuro diferente. Tanto que a Lei garante aos trabalhadores do sistema penitenciário cuida de quem esta trabalhando dentro do cárcere, colocando as agentes penitenciarias para trabalhar no presidio feminino, com exceção apenas do corpo técnico penitenciário. 
A contradição presente na LEP é que o direito ao atendimento das necessidades dos apenados não adquire status de cidadania, pois sua operacionalização depende das estruturas físicas no ambiente penitenciário, bem como dos critérios internos das unidades prisionais para fins de classificação e concessão dos benefícios previstos na LEP.
A Lei de Execução Penal, em seu artigo 28 estabelece que, “Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá a finalidade educativa e produtiva”.
	Por fim, a intenção da LEP é trazer o preso a regeneração por meio do trabalho e a fins, para que esteja preparado para encarar o mercado de trabalho para evitar as horas inoperantes e faze-los crescer dentro do sistema carcerário.Em apoio à Lei 7.210/84, o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), referenciando-se nas Regras Mínimas para o Tratamento do Preso da ONU, resolveu fixar as Regras Mínimas para o Tratamento do Preso no Brasil através da Resolução n.14, de 11 de novembro de 1994. 
PROGRESSÃO DE PENA
A progressão de Regime Prisional e Livramento Condicional diante das modificações introduzidas pela Lei 10.763, de 12 de novembro de 2.003, e pela Lei nº 10.792, de 1º de dezembro de 2.003.[4: BRASIL, Lei no 10.763, de 12 de novembro de 2003. Acrescenta artigo ao Código Penal e modifica a pena cominada aos crimes de corrupção ativa e passiva. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.763.htm>. Acesso em: 08 de julho de 2017.][5: BRASIL, Lei Altera a Lei no 7.210, de 11 de junho de 1984 - Lei de Execução Penal e o Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal e dá outras providências.. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm >. Acesso em: 08 de julho de 2017.]
A progressão de pena foi instituída com a intenção da reinserção gradativa do encarcerado ao convívio social. O condenado deverá cumprir a pena em etapas e em regime cada vez menos rigoroso, até receber a liberdade. Durante esse tempo, o preso será avaliado e só será merecedor da progressão caso a sua conduta assim recomendada.
De acordo com o artigo 112, da LEP, "a pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão".
Para que o encarcerado ganhe a progressão, será feito o exame criminológico obrigatoriamente nos presos que se encontrem no regime fechado e facultativamente nos que estão no regime semiaberto (art. 8º da LEP). É uma espécie de exame de personalidade e tem a finalidade de obter elementos indispensáveis à classificação do sentenciado e à individualização da execução penal. Por isso, examina a personalidade do criminoso, sua periculosidade, eventual arrependimento, possibilidade de voltar a delinquir, etc., propondo as medidas necessárias para a recuperação. Por se tratar de perícia oficial, deve ser realizado por profissionais capacitados (psicólogos e psiquiatras).
Com efeito, o condenado com mau comportamento carcerário, que não queira trabalhar, com dificuldades para obedecer ao regulamento, que exiba sinais de periculosidade, etc., demonstra com sua conduta não ser merecedor do benefício da progressão de regime prisional. 
Para a correta individualização da pena privativa de liberdade, a Comissão Técnica de Classificação deve valer-se do exame criminológico, nos casos em que ele é exigido (regime fechado), ou quando for necessário (regime semiaberto). A fim de obter dados reveladores acerca da personalidade do condenado, a Comissão poderá entrevistar pessoas; requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, informações e dados a respeito do condenado; realizar outras diligências e exames necessários (art. 9º da LEP). Não havendo exigência ou necessidade da realização do exame criminológico, a classificação será feita por exame de personalidade comum, em que serão colhidos elementos para a elaboração de um programa de individualização da execução da pena.
Para a progressão de pena, é necessário que tenha cumprido um sexto da pena no regime inicial e ter bom comportamento carcerário, que como já dito na lei, deve ser atestado pelo diretor do estabelecimento penal onde o detento se encontra. Em tais casos, por determinação judicial, o detento é transferido de um regime mais rigoroso – fechado – para outro menos severo, como a Colônia Agrícola, Industrial ou Similar destina-se ao cumprimento da pena em regime semiaberto; a casa do albergado destina-se ao cumprimento da pena restritiva de liberdade, em regime aberto, e da pena de limitação de fim de semana, que esta previsto no artigo 91 e 93.
O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o condenado iniciará o cumprimento da pena privativa de liberdade, observação o disposto no artigo 33 e seus parágrafos do Código Penal.[6: BRASIL. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Seção I: Das penas privativas de liberdade, art. 33. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.763.htm>. Acesso em: 08 de julho de 2017]
O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, pelo trabalho, parte do tempo de execução da pena.
Os tipos de regime e as suas qualificações:
Regime fechado: Em caso de condenações a oito ou mais anos de reclusão ou detenção, a pessoa inicia o cumprimento da pena em regime fechado, dentro de uma unidade prisional, sendo proibida a saída do local. São definidas quantas horas diárias de trabalho e de sol o detento poderá ter. 
Regime semiaberto: Para condenações entre quatro e oito anos, não sendo caso de reincidência, o detento poderá iniciar o cumprimento de sua pena em regime semiaberto. Nesse tipo de regime, a execução da pena ocorre em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar, permitindo que a pessoa trabalhe ou faça cursos (segundo grau, superior, profissionalizantes) fora da prisão. 
Regime aberto: Imposto para condenados até quatro anos sem que tenha reincidência ao crime. A detenção é feita em casa de albergado ou em outro estabelecimento adequado. O regime aberto está baseado na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado, podendo ausentar-se do local de cumprimento da pena durante o dia para trabalhar, frequentar cursos ou exercer outra atividade autorizada, devendo permanecer recolhido durante o período noturno e nos dias de folga.
A lei buscou reintegrar o condenado gradativamente à sociedade. Vigiando e propiciando a sua harmônica reintegração. Também, com a progressão, a lei buscou a disciplina nas penitenciárias. Além do cumprimento de uma parte da pena em cada regime, é necessário ter bom comportamento e realizar o trabalho oferecido para progredir e permanecer no regime menos grave. 
A PRISÃO NA ATUALIDADE
Segundo a DEPEN, no ano de 2014 apurou que havia o total de 622.202 presos, e pela apuração do Departamento, a população carcerária aumenta ano após ano desde que a pesquisa foi realizada e a apuração é que cresce 7% por ano.[7: BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Departamento Penitenciário nacional. Sistema Integrado de Informações Penitenciárias. Abril, 2012. ]
Ainda de acordo com a pesquisa, os jovens são a maioria que ocupa os presídios são os jovens de 18 a 24 anos que ocupam um terço da massa carcerária no país, obtendo 30,14%. Além disso, são de etnia negra, classe baixa e de a sua maioria tem apenas o nível de ensino fundamental.
É obvio que a desigualdade é muito grande, já que ate mesmo os especialistas e estudiosos do assunto dizem que a prisão desde a sua criação se presta mais a dominação das massas do que a outro fim, qualquer que seja ele. 
É indispensável que todos os sistemas penitenciários sejam administrativos de modo justo e equitativo e que sejam percebidos como tais por todas as pessoas envolvidas. Uma penitenciária é uma comunidade com regras e regulamentos que se aplicam de diferentes formas a todas as pessoas envolvidas: servidores penitenciários, pessoas presas e visitantes. Uma vez que o estabelecimento prisional tem uma estrutura hierárquica, é particularmente importante que seus regulamentos sejam compreendidos e seguidos por todas as pessoas, e não somente pelos presidiários.
Se houver um conjunto claro de procedimentos destinados a assegurar que as decisões sejam tomadas adequadamente, haverá menos necessidade de soluções complicadas para lidar com as consequências de decisões tomadas erradamente. Uma vez que os presidiários devem obedecer às regras da penitenciária e, mais cedoou mais tarde, as regras da sociedade externa a qual eles deverão retornar, é importante que as regras sejam implementadas de modo justo e equitativo. 
De tempos em tempos, os presidiários tendem a perceber um elemento de injustiça no modo como são tratados, quer individualmente como grupo. Isso acontecerá mesmo nas penitenciárias mais bem administradas. É importante que haja um conjunto de procedimentos que permita aos presidiários fazer pedidos especiais e registrar quaisquer que eles possam ter. Esses procedimentos devem ser explicados com clareza de modo que possam ser compreendidos tanto pelos presidiários quanto pelos servidores penitenciários que lidam diretamente com eles.
Todas as penitenciárias são lugares onde homens e mulheres ficam detidos contra sua vontade. O potencial de abuso está sempre presente. É por isso que essas instituições que são administradas de modo justo e imparcial. Todas as instituições que são administradas pelo Estado, ou em seu nome, devem estar sujeitas ao escrutínio público. Isso se torna ainda mais importante no caso das penitenciárias por causa de sua natureza coercitiva.
Os sistemas penitenciários não têm qualquer controle sobre o número de pessoas sentenciado as penas de prisão. Contudo, nos últimos vinte anos vêm ocorrendo um aumento crescente do número de condenações a penas privativas de liberdade em todo o mundo. Em determinados países, as penas de privação de liberdade são aplicadas apenas aos condenados por delitos graves. Já em outras nações, um grande número de indivíduos é condenado por delitos menores, inclusive homens e mulheres com distúrbios mentais, dependentes de drogas e até crianças e adolescentes.
Os administradores das penitenciárias não consegue obter recursos físicos e humanos adicionais para lidar com o crescente número de presidiários. Entretanto, há uma verdadeira epidemia de prisões superlotadas. Os Estados se tornam incapazes de cumprir a obrigação de oferecer tratamento adequado aos presos, e a capacidade das administrações penitenciárias de assegurar os direitos humanos básicos dos presidiários, de trabalhar com vistas à consecução de seu principal objetivo de reabilitar as pessoas presas e prepará-las para uma futura reintegração na sociedade, se vê seriamente ameaçada.
A REINSERÇÃO SOCIAL PELO TRABALHO
            Segundo o autor Costa foi ao século XVI que apareceram as primeiras prisões legais, e eram destinadas a recolher mendigos, vagabundos e prostitutas, que se multiplicavam pelas cidades em razão da crise econômica. [8: COSTA, A.M. O Trabalho Prisional e a Reintegração do Detento, p. 14]
            Segundo Rui Carlos Machado Alvim, no final do período medieval, havia grande desordem nos feudos e debilidade dos poderes locais, agravados pelas constantes migrações da população e pela pregação cristã de veneração à pobreza, o que provocou um aumento incontrolável da mendicância e vagabundagem. Com a chegada do protestantismo, que preconizava o apego ao trabalho como virtude e como “o pior dos vícios” a preguiça, as penas corporais cederam lugar às penas de trabalhos forçados nas minas e nas galés. [9: ALVIM, O Trabalho Penitenciário e os Direitos Sociais, p. 25]
            A importância que os presidiários trabalhem em condições sejam sujeitas às mesmas leis de saúde, segurança, acidentes industriais e doenças ocupacionais que regem o trabalho da população em geral. Isso significa que as autoridades penitenciárias devem conhecer bem a legislação nacional sobre saúde e segurança no trabalho, e devem se conhecer bem a legislação nacional sobre saúde e segurança no trabalho, e devem se certificar que ela seja observada no contexto prisional. Essas salvaguardas também devem se aplicar ao período de tempo que os presidiários têm de passar trabalhando. A carga horária deve ser excessiva e deve deixar tempo disponível para os presidiários participarem e outras atividades.   
            Conforme dispõe o artigo 31 da Lei de Execução Penal, o condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho, na medida de suas aptidões e capacidade.[10: BRASIL, Lei n.º 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7210.htm>. Acesso em 06 de jul. de 2017.]
             Já o preso provisório, vale dizer, aquele ainda sem condenação definitiva, não está obrigado ao trabalho. Entretanto, as atividades laborterápicas lhes são facultadas e sua prática dará direito à remissão de pena, tão logo venha a ser aplicada.
            O trabalho é um direito do preso? Sim. O preso tem o direito social ao trabalho (art. 6º da Constituição Federal).
            É direito do preso a atribuição de trabalho e sua remuneração (art. 41, II, da LEP).
            A jornada normal de trabalho não será inferior a seis, sem superior a oito horas (com descanso nos domingos e feriados), conforme estabelece o artigo 33 da Lei de Execução Penal.
            O trabalho penitenciário inicialmente propunha-se mais à proteção social e à vingança pública, do que outro fim, a razão pela qual eram os prisioneiros remetidos aos trabalhos mais penosos e insalubres.
            Atualmente, foram proibidos praticamente em todo o mundo, os trabalhos forçados como pena, sendo a laborterapia considerada como uma eficaz ferramenta para a reinserção social.
            Obviamente, para que isso ocorra são necessárias algumas hipóteses: primeiro que este preso tenha sido profissionalizado, que esta profissionalização tenha sido direcionada ao mercado de trabalho e, por último, que esse condenado seja recebido pelo mercado de trabalho.
CONTATO COM A FAMÍLIA
Quando se ingressa no sistema prisional, o indivíduo deve perder somente a liberdade de ir e vir, tendo assegurado todos os outros direitos que a sentença não atingiu.
O contato com a família é de muita importância para que o recluso não perca o vínculo com o mundo exterior. A família pode resgatar o indivíduo da marginalidade, desde que seja bem estruturada. Por outro lado, famílias cujos pais já vivem na marginalidade, fatalmente levam os filhos à marginalidade.
Na LEP, trata do contato com a família que por vários momentos é citado como diz no artigo 103:
Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia pública a fim de resguardar o interesse da Administração da Justiça Criminal e a permanência do preso em local próximo ao seu meio social e familiar. BRASIL, 
	A Lei garante que em todos os locais haja um estabelecimento penal, trazendo ao encarcerado uma “facilidade” para que não tenha um afastamento familiar e social.
O condenado quando já cumpriu a sua pena, ele sai da cadeia sem rumo, desorientado, já passou por várias privações dentro da cadeia, sai se sentindo humilhado, sem perspectivas para o seu futuro, o único contato ou apoio que ele vai ter aqui fora é a sua família, que vai ser de fundamental importância para a sua reinserção social, ajudá-lo a superar os momentos difíceis, tentar resgatar a sua autoestima, principalmente se ele ainda têm que passar pelo regime semiaberto, motivá-lo a trabalhar, estar constantemente vigiando-o para que ele cumpra com sua responsabilidade, que não se atrase na hora de se apresentar nas audiências,  para que se recolha nos   albergues nos horários determinados, nos acompanhamentos psicossociais, por isso, a família têm que estar sempre presente e em contato com o egresso, e sempre, sempre lhes dando apoio.       
A IMPORTÂNCIA DA RELIGIÃO
A religião é superimportante para qualquer indivíduo, seja ele um condenado ou um cidadão comum, ela pode resgatar o convívio social, ela norteia e disciplina qualquer comportamento humano.
Ela inspira a fé e eleva a autoestima, muitos presos se convertem dentro da cadeia e passam a seguir, a praticar e a pregar o Evangelho. Isso é muito positivo pois é uma motivação para a sua regeneração e sua reinserção social.
A religião ensina ao condenado à educação moral muito poderoso, considerando que os seus mandamentosestimulam comportamentos baseados no amor, no respeito e solidariedade, podendo ser aproveitada como um dos instrumentos de ressocialização, ou ao menos, como forma do indivíduo suportar com resignação as aflições que a prisão lhe imprime, com a perspectiva que um ser superior mudará sua vida e que o sofrimento pelo que está passando constitui uma provação divina.
A maioria dos sentenciados que se apegam à religião ele têm mais esperança no futuro, melhorar sua personalidade, a religião diminui a reincidência no crime, esta é a parte positiva para a sua ressocialização.
A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO
Desde pequenos sabemos da importância da educação nas nossas vidas, é essencial para podermos crescer profissionalmente, para conseguirmos um emprego; hoje em dia por mais humilde que seja o emprego temos que saber ler e escrever, não é mesmo?
Porém, no Brasil infelizmente não são todos que têm acesso a educação, apesar de que o governo têm incentivado e investido mais na educação, programas, projetos e campanhas são feitas para incentivar e motivar às pessoas a irem para a escola.  Mas têm muitas regiões que não têm ainda essa acessibilidade.
Muitas pessoas que se encontram na prisão têm baixos padrões de escolaridade. Uma parcela significativa não domina as competências básicas de leitura e escrita. Esse baixo nível de escolaridade afetou suas vidas antes de elas serem presas e pode muito bem ter contribuído para que cometessem um crime. É uma realidade lamentável que, para algumas pessoas, o próprio fato de estarem presas e terem de permanecer em um lugar por um período de tempo fixo seja a primeira oportunidade real que elas têm de seguir regularmente um programa educacional adequado.
As atividades culturais juntamente com a educação mais formal sempre proporcionarão mais um contexto no qual os presidiários poderão desenvolver seu senso de autovalorização.
A educação é um forte aliado para a ressocialização do egresso, é uma ferramenta muito importante para que ele não volte a ser reincidente no crime, através do elo, educação e trabalho, esse egresso vai ter mais chances de mudar de vida. 
Grande parte dos egressos do Patronato Penitenciário de Corumbá/Ladário, quando entrevistados para fazer o cadastramento de emprego, tem apenas o ensino fundamental incompleto, 14% desses egressos voltam a estudar depois que começam a trabalhar. 
Mais um fato que mostra que o ex-presidiário aproveita as oportunidades que lhe são oferecidas, e que a reinserção através do trabalho é difícil mas nunca impossível. 
A família, a religião, a educação e o trabalho são de suma importância para a ressocialização do egresso. 
No Estabelecimento Penal Masculino e Feminino de Corumbá-MS funciona o curso EJA 1 e o EJA 2, através de um projeto educação na prisão foi feita a parceria  da Secretaria Estadual de Educação com o Estado, e no Estabelecimento Penal masculino são 455 internos e apenas 12 frequentam as salas de aula, e no Estabelecimento Penal feminino, no regime semiaberto têm 18 egressas apenas 1 sai para estudar, e no regime fechado têm 152 e apenas 12 estudam. 
CONCLUSÃO
Todo ser humano tem o direito à dignidade, por esse motivo o estudo desse tema se faz de grande importância. Os problemas estão aí e se tornam cada vez maiores, se tem ideias do que possam ser feitas para ser transformada a situação, as leis estão a disposição de todos, mas não bastam apenas normas se elas não são cumpridas como devem, é necessário colocar em prática de maneira efetiva as normas existentes em nosso ordenamento bem como a LEP que tem-se como uma normatização específica a respeito do assunto.
A situação nos presídios brasileiros é caótica e não atendem às finalidades essenciais da pena quais seja punir e recuperar. É necessário que programem e coloquem em pratica as políticas públicas voltadas para a organização desse sistema e promover uma melhor efetivação da Lei de Execução Penal.
O grande objetivo deste trabalho foi apresentar os pontos que envolvem a reintegração de apenados e se o sistema atual está colocando de modo efetivo a normatização em vigor através do que se vê atualmente no Brasil.
Percebeu-se do que trata a reinserção desses indivíduos, apontando os pontos que somam e decrescem sobre tal assunto, explanou-se a situação geral das penitenciárias e finalizando mostra que o ideal é realizar o trio mais que eficiente que é a ressocialização, família, educação.
A falta de políticas públicas e o descaso com as normas já existentes fazem com que a reintegração se faça cada dia mais longínqua do que se necessita; pertinente se faz uma reavaliação do que se tem e do que se precisa e mais do que ficar no papel dar sentido prático às propostas que existem em relação a essa recuperação e as que já estão sendo discutidas.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVIM, Rui Carlos Machado. O Trabalho Penitenciário e os Direitos Sociais. São Paulo: Atlas, 1991
BRASIL, Lei n.º 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Diário Oficial da União - Poder Executivo. Brasília, DF, 13 jul. 1984.
BRASIL, Lei no 10.763, de 12 de novembro de 2003. Acrescenta artigo ao Código Penal e modifica a pena cominada aos crimes de corrupção ativa e passiva. Diário Oficial da União - Poder Executivo. Brasília, 12 de novembro de 2003 Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.763.htm>. Acesso em: 08 de julho de 2017.
BRASIL, Lei Altera a Lei no 7.210, de 11 de junho de 1984 - Lei de Execução Penal e o Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal e dá outras providências. Diário Oficial da União - Poder Executivo. Brasília, 1o de dezembro de 2003 Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm >. Acesso em: 08 de julho de 2017.
COSTA, Alexandre Marino. O Trabalho Prisional e a Reintegração Social do Detento. Florianópolis: Insular, 1999

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