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Sistema prisional brasileiro- politicas publicas

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO 
1. O SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO
1. 1 Origem
Segundo Engbruch e Santis (2012), até meados do século XVII o contexto penitenciário se dava em meio a práticas desumanas e cruéis, não existindo o conceito de pena bem definido, pois a prisão se configurava como forma de confinar os indivíduos e torturá-los, que na época eram consideradas como práticas legítimas. Sendo apenas um século depois, XVIII, implantado o cumprimento real da pena privativa de liberdade, excluindo quaisquer tipos de práticas ilegítimas. 
Oliveira (2006) cita que o surgimento das primeiras ideias acerca da pena para os considerados criminosos se deu por volta do século XX, através da inserção dos mesmos de volta a sociedade. E, enfim no século atual, XXI, os métodos prisionais, apesar de falhas, evoluíram significativamente em relação aos séculos anteriores. 
No Brasil, até 1830, havia a instituição de penas advindas de outra região, visto que durante essa época o país ainda se estruturava como colônia de Portugal. As penas eram diversificadas, variando entre mais leves, como pagamento de multas, até as mais graves, bem como a pena de morte. O sistema prisional até então, era visto apenas para o encarceramento do indivíduo, evitando assim fugas, e não como fim da punição.
De acordo com Oliveira, "o sistema prisional é compreendido pelo seu sistema penitenciário, em que estão envolvidas as cadeias públicas e as carceragens dos distritos policiais existentes." (OLIVEIRA, 2006 p.4). 
Se constituiu durante o século XIX, por meio da construção de prisões feitas especificamente para a efetivação da pena. A partir da nova constituição do Brasil, em 1824, houve a implementação de novas práticas para a ressocialização do indivíduo infrator, com a exclusão de penas consideradas cruéis. Porém, ainda se vigoravam no contexto escravagista. 
 O Código Penal de 1890 possibilitou estabelecer novas modalidades de prisão, considerando que não haveria mais penas perpétuas e coletivas, limitando-se as penas restritivas de liberdade individual, uma penalidade de no máximo trinta anos, com a prisão celular, reclusão, prisão com trabalho obrigatório e prisão disciplinar (OLIVEIRA, 2006, p.4).
Este Código possibilitou a implementação de novos métodos, bem como a prisão celular em regime fechado, efetivada através do cumprimento da pena, tornando-se base da arquitetura penitenciária. Porém, houve um aumento significativo da população, o que impossibilitou a prisão em cela individual.
Engbruch e Santis (2012), expõe uma crise neste modelo de sistema, visto que a população condenada a cumprir a pena na prisão celular era muito maior do que o número de estabelecimentos deste tipo. Em consequência, os condenados eram indicados a cumprir a pena em outros locais.
Com isso, tornou-se necessário a construção de novos modelos penitenciários, abandonando a prisão celular, sendo esta, substituída pelas penas de reclusão, detenção ou prisão simples, através do Código Penal vigente de 1940. 
O Brasil tem como base o regime progressivo irlândes, inaugurado em 1835. Este toma como concepções a adoção de práticas que visam proporcionar as condições necessárias para que o indivíduo retorne à sociedade. O indivíduo inserido neste sistema passa a ter o direito a semi-liberdade e a liberdade condicional, e caso apresente bom comportamento poderá ser transferido para outras prisões, além de poder trabalhar fora do sistema. Este regime ainda estabelece o recolhimento do celular e atividades escolares. 
Este modelo de sistema, foi adotado no Brasil em 1940, através da implementação do código penal, na Lei de Execução Penal (LEP) n° 7210/84, que tem por objetivo efetivar a sentença ou decisão criminal e proporcionar ao condenado condições para sua ressocialização. Atualmente é o que mais se assemelha ao sistema adotado no Brasil, com a implantação de novas práticas e algumas modificações. 
2. LÓGICA DE FUNCIONAMENTO DAS PENITENCIÁRIAS
2.1 Função da prisão
Segundo Takemiya 2015, o objetivo de privar uma pessoa de sua liberdade é que no período em que ela esteja impossibilitada de usufruir do convívio social, a mesma seja induzida a realizar uma reflexão a respeito dos fatos que culminarão em sua pena, para que dessa forma se previna e se puna a pratica de crimes, assim como se busque a reinserção do preso a convivência social. 
[...] a sanção penal de caráter aflitivo, imposta pelo Estado, em execução de uma sentença, ao culpado pela prática de uma infração penal, consistente na restrição ou privação de um bem jurídico, cujas finalidades são aplicar a retribuição punitiva ao delinquente, promover a sua readaptação social e prevenir novas transgressões pela intimidação dirigida à coletividade. Fernando Capez (2006, P. 17). 
Pena pode ser conceituada como a perda ou diminuição de um bem e tem finalidade retributiva, preventiva e ressocializadora. Nessa teoria retributiva a pena tem ideias de retribuição, onde se impõe ao autor do delito uma punição pelo ato cometido; já as teorias preventivas atribuem a pena a missão de evitar futuros delitos e por fim, a ressocializadora, que visa integrar novamente o indivíduo a sociedade novamente. 
Sendo assim, torna-se possível concluir que as principais funções da prisão giram em torno de três palavras: resocializar, prevenir e punir. 
Apesar de ser fundamental, o processo de ressocialização não ocorre da maneira como deveria em nosso país. O Brasil convive com um abandono do sistema prisional, o que deveria ser um instrumento de ressocialização, muitas vezes, funciona como escola do crime, devido à forma como é tratado pelo estado e pela sociedade. 
O estado é falho no que diz respeito ao cumprimento de leis e normas que regularizem a situação dos presos e por isso muitos vivem em condições desumanas, além disso, o olhar da sociedade ainda reflete uma visão antiga, excludente e de caráter punitivo. O íntimo sentimento da maioria da sociedade é a de que lugar de bandido é na cadeia.
 Enquanto o estado não assumir uma postura mais rígida no que diz respeito à fiscalização dos processos de execução penal, promovendo de maneira mais eficaz o trabalho ressocializador e a sociedade não se concientezar deste problema enfrentado, só aumentará os reincidentes e os crimes cada vez se tornarão mais frequentes. 
Na atual situação, o sistema prisional não têm conseguido ressocializar indivíduo algum. Isso ocorre principalmente em função da gigantesca quantidade de presos comparado ao número de vagas. 
São necessários diversos fatores para que a ressocialização ocorra, entre eles se destaca o fato de ser necessário se manter preservada a dignidade do cidadão, associando esse fato à punição. Contudo, o intuito de ressocializar o sujeito é trazer esta dignidade a pessoa, proporcionando a ela perspectivas profissionais e novos sonhos. “Nada se valora na execução da pena se não houver a ressocialização da pessoa humana, a integração deste a sua família, ao ambiente de trabalho novamente.”.
A pessoa que cumpriu sua pena merece uma oportunidade, para trabalhar novamente, sem o peso da discriminação, pois a dúvida quanto ao caráter do mesmo, quanto aos resultados apresentados após o cumprimento de sua pena, sempre haverá, porém excluir ou banalizar este individua vai de afronta com a dignidade humana. 
Há necessidade de que sejam desenvolvidas políticas publicas que cooperem na recuperação do detento. O trabalho e a educação devem ser os principais elementos de tais políticas.
O trabalho é importante na conquista de valores morais e materiais, a instalação de cursos profissionalizantes possibilita a resolução de dois problemas, um cultural e outro profissional. Muda o cenário de que a grande maioria dos presos não possui formação e acabam por enveredar, por falta de opção, na criminalidade e facilitam a sua inserção no mercado de trabalho, uma vez cumprida a pena.” Zacarias (2003, p. 61)
Segundo Almeida 2012, a lei de execução penal, entreoutras coisas, dispõe que é dever do poder público investir em programas que visem a ressocialização dos reeducandos e egressos do sistema prisional e a busca por condições para a harmônica integração social do preso ou do internado.
A lei em questão tem com base que a assistência ao preso se de no âmbito material, da saúde, jurídico, educacional, social e religioso
No que diz respeito a punição Gonçalves 2017 afirma que a pena tem apenas de punir o infrator causando-lhe um dano proveniente de sua própria conduta. Nesse contexto o foco principal passa longe da reinserção do apenado em sociedade, trata-se apenas de se receber uma pena pelo mal comportamento. 
Nessa visão o crime é um ato contra a sociedade, portanto o infrator deve ser punido; o interesse da punição não pertence ao indivíduo prejudicado ou sua família, pertence ao Estado; a responsabilidade pelo crime é única e exclusiva do infrator; os procedimentos processuais devem ser estritamente formais e rígidos; a ação penal nunca poderá ser disponível, não importando o tipo do crime; concentração em punir o infrator do delito; as penas devem ser, em sua maioria, de privação de liberdade, não restando opção para multa, prestação de serviços à comunidade ou qualquer outras medidas diversas da prisão; não importa se as penas são cruéis ou humilhantes, isso inclui o pensamento de que o estado degradante da prisão não importa muito; a vítima não deverá ter muita assistência, já que o bem jurídico ferido pertence a coletividade. 
Quando falamos de prevenção, o mesmo autor afirma que as penas deveriam gerar um temor à sociedade. Nesse caso é como se a pena fizesse as vezes de exemplo, amedrontando a sociedade que temendo a punição evitaria cometer atos que os levassem as prisões. 
A pena deveria dar um castigo e, com isso, criar um desestimulante para os possíveis novos criminosos, sendo a pena uma medida prática para novos delitos. Essa função se subdividiria em dois pontos; geral, que tem o intuito de mostrar à sociedade as consequências do crime, como se uma intimidação fosse; especial, deve ser levado em consideração os delinquentes, buscando afastá-lo da sociedade e desestimular à prática de novas infrações.
3. POLÍTICAS PÚBLICAS 
 3.1 Lep
Em 11 de julho de 1984, foi instituída a lei nº 7.210, a LEP (Lei de Execução Penal), o objetivo dessa lei é de proporcionar ao condenado e internados condições harmônicas, dispondo assim, de direitos e deveres que devem ser garantidos ao sujeito apenado. 
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade. Art. 11. A assistência será: I - material; II - à saúde; III -jurídica; IV - educacional; V - social; VI - religiosa. (BRASIL, 1984).
O preso é assistido integralmente a partir do momento que dá sua entrada ao sistema penitenciário em questão, recebendo assim, assistência material que se consiste em fornecimento de materiais e instalações higiênicas, vestimenta e alimentação, visando atender as necessidades do apenado, além de fornecer locais que disponha a venda de produtos e objetos que sejam permitidos pela administração.
Já em relação à assistência a saúde o preso receberá atenção em caráter preventivo e curativo, recebendo assim, atendimento médico, farmacêutico e odontológico, quando o estabelecimento penal não estiver equipado para fornecer ao apenado a assistência médica necessária, este seja atendido em outra localidade. Quando se tratar de mulheres grávidas estas receberão todo auxilio quanto ao pré natal, pós parto e no atendimento ao recém nascido.
Os presos e internados que não possuírem condições de arcar com o custeio para constituir um advogado terão direito a assistência jurídica.
O artigo 17 traz aspectos da instrução escolar que o preso possui a fim de estabelecer a partir daí a assistência educacional que o detento receberá, já o artigo 18 estabelece que o ensino de 1º grau deverá ser obrigatório. 
“§ 1o  O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao sistema estadual e municipal de ensino e será mantido, administrativa e financeiramente, com o apoio da União, não só com os recursos destinados à educação, mas pelo sistema estadual de justiça ou administração penitenciária.”  (BRASIL, 1984)
O preso receberá ainda assistência social, que tem como finalidade amparar o detento quanto as suas questões a fim de prepará-los para o retorno a liberdade. Já a assistência religiosa compreende ao preso o direito de liberdade ao culto bem como a posse de livros de instrução religiosa e estabelece que no local deverá existir um ambiente apropriado aos cultos. Nenhum preso poderá ser obrigado a participar das atividades religiosas.
O preso poderá ainda, realizar atividades trabalhistas, essas atividades serão de cunho educativo e produtivo, devendo ser realizadas em ambientes seguros e higiênicos, esse trabalho não está sujeito ao regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Por fim, os presos, presas e internados deverão se submeter as normas de execução da pena, tendo os seguintes deveres: comportamento disciplinado; obediência e respeito com as pessoas e os demais condenados; conduta oposta as fugas, rebeliões ou subversão a ordem e disciplina; execução do trabalho ou atividades e ordens recebidas; submissão à sanção disciplinar imposta; indenização a vítima ou aos seus sucessores; indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho; higienização da sela e do alojamento e conservação dos objetos de uso pessoal.
3.2 Direitos humanos
	O direito penal não pode se distanciar do reflexo dos direitos humanos, pois de outra forma, voltaríamos às mesmas práticas de penalizações cruéis. No dia 10 de dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou e proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos cujo texto traz questões ligadas aos direitos dos seres humanos onde a questão da liberdade, igualdade de direitos e justiça é trabalhada especialmente do artigo V ao artigo XI:
Artigo V Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. 
Artigo VI Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei. 
Artigo VII Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo VIII Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.
Artigo IX Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo X Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir sobre seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.
Artigo XI Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. (DUDH, 2009).
3.3 Políticas públicas para o sistema carcerário
As políticas públicas voltadas ao sistema carcerário no Brasil são ações do governo em aliança com outras entidades que visam atingir determinados objetivos, num espaço e tempo determinados.
A Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) são as principais organizações que se preocupam com a questão da educação em estabelecimentos penitenciários. “Em sua esfera de trabalho, foram aprovadas normas e regras que tratam a educação para pessoas privadas de liberdade como um direito dos reclusos ao desenvolvimento de aspectos mentais, físicos e sociais. ” (BOIAGO,NOMA, 2012, p. 2).
Essas entidades trabalham por todo o mundo desenvolvendo projetos e ações relacionadas à educação para pessoas em situação de aprisionamento, essas políticas de educação têm forte relação com as estratégias de regularização social, promovendo através do conhecimento ferramentas de inclusão para a população carcerária. No Brasil temos um exemplo de projeto:
“Educando para a Liberdade”, fruto de parceria entre os ministérios da Educação e da Justiça e da representação da UNESCO no Brasil com o apoio do governo do Japão. Objetiva a princípio transpor os muros das prisões brasileiras desde uma perspectiva de afirmação dos direitos fundamentais de todos os cidadãos e de inclusão das pessoas privadas de liberdade na realização cotidiana daquele ideal de democracia.”( SILVA, 2017).
Já no âmbito da saúde temos O Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário que visa atender a população carcerária seguindo as mesmas diretrizes do SUS. 
Em relação à área de profissionalização muitas empresas estão absorvendo a mão de obra do presidiário por ser mais barata e por trazer grandes benefícios a empresa, pois os contratados nesse regime estão isentos dos contratos regulamentos pela CLT.
O Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania foi um grande inovador, pois trouxe um novo olhar sobre a questão da segurança pública que demanda intervenção de várias áreas do poder público, de maneira integrada, não apenas com repressão, mas também com prevenção.
O programa foi iniciado nas 11 regiões metropolitanas consideradas mais violentas do país. Possui ações no sentido de criar novas vagas prisionais, com a construção de prisões especiais, destinadas aos presos de 18 a 24 anos, com estrutura administrativa diferenciada (salas de aula, salas de informática, espaços produtivos, etc.), de forma a operar com metodologia e modelo de gestão próprios para o público jovem. (SILVA, 2017).
4. FALHAS DO SISTEMA CARCERÁRIO BRASILEIRO
Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Brasil tem o total de 654.372, 221.054 provisórios e 31.610 processos de competência do Tribunal do Júri envolvendo réus presos (crimes dolosos contra a vida). 
O percentual de presos provisórios por Unidade da Federação oscila entre 15% a 82%; de 27% a 69% dos presos provisórios estão custodiados há mais de 180 dias. O tempo médio da prisão provisória, no momento do levantamento, variava de 172 dias a 974 dias; os crimes de tráfico de drogas representaram 29% dos processos que envolvem réus presos; crime de roubo, 26%; homicídio, 13%; crimes previstos no Estatuto do Desarmamento, 8%; furto, 7%; e receptação, 4%. Nisto, é possível inferir que a maioria das prisões se dão em consequência das drogas ( crimes não violentos), entretanto, o que se faz por isso, é lançá-los em condições insalubres e promover o inchaço carcerário. 
No último Diagnóstico de Pessoas Presas no Brasil, Atualizada em 12/6/2014, em razão de retificação dos dados referentes ao Paraná, a população do sistema prisional é de 563.526, sendo que a capacidade do sistema é de 357.219, apresentando um déficit de 206.307 vagas; havendo 147.937 pessoas em prisão domiciliar , o que totaliza 711.463 pessoas presas e um déficit de 354.244 vagas; além de 373.991 mandado de prisão em aberto no BNMP (Banco Nacional de Mandados de Prisão), somado ao total de presos, 1.085.454 e um déficit geral de 728.235. Sem contar, que esses dados se referem ao ano de 2014, diante do cenário atual e do aumento da violência, espera-se um aumento nesse número.
O Brasil de acordo com os novos dados estatísticos, passa a ser o terceiro país do mundo em população carcerário, segundo dados do ICPS (World Prison Brief, Institute for Criminal Policy Research -Centro Internacional de Estudos Prisionais, do King’s College, de Londres). Onde as prisões domiciliares fizeram o Brasil ultrapassar a Rússia, que tem 676.400 presos. 
Diante da superlotação, torna-se praticamente incompreensível que os direitos mínimos assegurados em lei estejam em exercícios. Na verdade, o atual sistema carcerário acaba por negligenciar os seus, incorporados numa prática violenta e que nada contribui com os ideais de ressocialização.
Segundo o site ONU Brasil, Medidas focadas só no encarceramento e na construção de novas prisões não são adequadas para enfrentar
a situação. As alternativas penais e a ressocialização
também devem ser incluídas no debate. Entretanto a realidade se configura com ações violentas e mal conduzidas, onde o preso é “ressocializado” através de medidas abusivas e excludentes, muitas vezes advinda do mau uso de forças militares. É muito válido ressaltar que mais de 60% da população carcerária é negra. Seria esta uma continuidade de ideais escravagistas, onde se qualifica pela cor da pele? Ou uma má concepção de criminalidade? Estamos imersos em uma onda de corrupção e criminalidade, mas ainda assim há estereótipos ásperos que insistem em manter a ignorância de que “bandido bom é bandido morto”, resta saber a qual bandido essas falas se dirigem. Seria o marginalizado ou o que viola a lei com delitos?
Esses questionamentos trazem uma panorama capaz de situar as argumentações sobre criminalidade e de organizar a sociedade sobre os princípios de justiça, bem como de penalidade.
Considerando que os dados de geopresídios de 2014 já alertavam para um “colapso” no sistema penitenciário brasileiro, o mesmo foi aterrorizantemente contemplado em janeiro de 2017, onde o país assiste dois dos maiores massacres no sistema penitenciário do Brasil. Isso já com o aumento de 85% da população carcerária. 
As celas devem ser salubres e ter área mínima de seis metros quadrados. Entretanto a nudez da realidade rompe essa lógica e infelizmente se alastra por realidades penitenciárias de praticamente todo o país.
Vale ressaltar que há muito o Brasil vem dando alertas sobre a precariedade do sistema prisional brasileiro. Voltando um pouco no passado, segundo o Jornal Carta Capital, no dia 2 de outubro de 2017, o maior massacre da história dos presídios brasileiros completou 25 anos. Por volta das 14h, dois detentos brigam no Pavilhão 9, na Casa de Detenção de São Paulo, um complexo penitenciário que foi construído nos anos 20 no bairro do Carandiru, na zona norte de São Paulo. O complexo era formado por sete pavilhões, cada um deles com cinco andares. Na época, 7.257 presos viviam no Carandiru, 2.706 no Pavilhão 9, onde estavam encarcerados os réus primários, aqueles que cumpriam sua primeira pena de prisão. A polícia quando chamada a intervir, se posicionou com armas de grande porte, fazendo-os reféns e instaurando a carnificina. 111 detentos foram mortos brutalmente durante uma operação policial que visava reprimir a rebelião. 73 policiais foram condenados, com penas entre 48 e 624 anos de prisão. Dentre eles, o Coronel Ubiratan Guimarães condenado a 632 anos de prisão pela morte de 102 presos (sendo que o total de presos em óbito foram 111). Entretanto, todas as sentenças foram recorridas e ainda hoje estão impunes.
Não distante dessa realidade, o Jornal El País nos mostra que esse massacre ronda os presídios do Maranhão. A superlotação, condições insalubres, detentos e familiares com rotinas de maus tratos por agentes penitenciários e policiais. Presos trancafiados em espaços que anteriormente foram banheiros, numa área inferior a quatro metros, onde concentra-se um buraco no chão para fazer suas necessidades fisiológicas e ali mesmo fazem sua alimentação, sendo uma comida aparentemente ruim. O odor de comida podre se mistura ao de suor, de maconha e de fezes que saem dos espaços, que têm pouquíssima ventilação e estão debaixo de um teto de zinco, com uma temperatura em torno de 33º C. De acordo Josiane Gamba, da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, há uma grande preocupação dos familiares com a situação dos presos, um medo que antes era das facções e agora também é dos policiais. Tendo apenas 1% dos 550 mil presos brasileiros, o Estado do Maranhão registrou no ano passado 27% de todos os 218 homicídiosem penitenciárias do país. Neste episódio, foram 62 mortes, sendo que houveram famílias que tiveram até três membros decapitados. Ou seja, falta um respeito dos direitos humanos, controle das cadeias e visibilidade ao governo.
Além da superlotação, outro tópico característico das falhas do sistema penitenciário são as prisões provisórias,  para sua análise vale enfatizar alguns dados anteriormente mencionados, em que dos 654.372 presos, 221.054  são provisórios. Sendo que grande parte desses ficam custodiados em até 974 dias, podendo extrapolar a pena em custódia ou até mesmo cumprir uma pena que não lhe compete. Considerando que o Diagnóstico de Pessoas Presas em análise no ano de 2014, considera que há um déficit de 357.219 vagas para detentos, caso houvesse medidas de análise das prisões provisórias, certamente haveria uma flexibilização desse sistema e afrouxamento na hiperlotação.  Entretanto o populismo penal e os discursos pró-punição, somados ao falso discurso da impunidade e a cultura do encarceramento acabam por engendrar as prisões preventivas em detrimento de qualquer outro mecanismo cautelar, antecipando a pena. O que contrapõe os princípios da justiça, que primam pela inocência antemão à  condenação. Em tese, a medida provisória só pode ser decretada quando não couber medida cautelar, tampouco a crimes que contemplem a máxima punitiva de 4 anos, pois disporia preso alguém que ainda condenado fosse preso. É necessário atentar que muitos casos impostos a medidas preventivas, acabam sobrepondo a pena caso fosse condenado, em decorrência do tempo de encarceramento, já que a lei não tem definição exata de quanto tempo esse aprisionamento deve ter.
Uma terceira falha do sistema penitenciário são os crimes de tráfico de drogas, representando 29% dos processos que envolvem réus presos. Segundo o CNJ, é o crime mais cometido pelos menores infratores. E com base no Infopen Mulheres, é uma das maiores causas de encarceramento de mulheres, um índice que aumentou de 5.601 para 37.380 presas entre 2000 e 2014, um crescimento de 567% em 15 anos, motivo de 68% das prisões. As mulheres que representam 6,4% da população carcerária do Brasil, 607 mil presas. Concentrando um aumento superior a população carcerária geral, num aumento de 119%.  Sendo a quinta maior do mundo.
5. A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO CONTEXTO PENITENCIÁRIO
Para falar sobre atuação do psicólogo no Sistema carcerário, é preciso evidenciar alguns fatos e marcos para o desenvolvimento e dialogo dessa prática do contexto judiciário. 
Segundo Crepop (2012) “A lógica que determinava as intervenções dos profissionais que atuavam nesse campo (e ainda atuam) estava calcada (e ainda está) na investigação sobre a periculosidade, por meio do chamado exame criminológico”. (CREPOP,2012, p.45). Esse exame, deduz uma forma de ligação entre o saber e a execução do poder de escrita. Segundo Foucault (1999) citado por Crepop [...]. Um ‘poder da escrita’ é constituído como uma peça essencial nas engrenagens da disciplina” (1999, p.156-157).
A escrita como competência e parte do conhecimento necessita de profissionais especializados para seguimento da metodologia, portanto, tais exames criminológicos podiam torna a lógica de repressão mais sutil com atendimentos individualizados. Com essa ideologia, é montada “uma equipe multiprofissional denominada Comissão Técnica de Classificação” (CREPOP, 2012, p.45). “Esta comissão é composta por um psicólogo, um assistente social, um psiquiatra, dois chefes de serviço e presidida pelo diretor da unidade prisional”. (CRP-RJ, 2005, p.4). Desse modo, o psicólogo começa a fazer parte do contexto de execução penal.
 Esse exame, tem como fundamento, identificar as causas na história do indivíduo que o levou a ter uma conduta delituosa, e as mudanças que aconteceram ao longo de sua pena, no sentido de uma melhora ou transcendência em relação da forma que entrou. Uma citação de Foucault (1977) citado por Crepop, nos permite uma leitura melhor do porquê da observação e escrita em relação ao sujeito,
[...] a prisão, local de execução da pena, é ao mesmo tempo local de observação dos indivíduos punidos em dois sentidos. Vigilância, é claro. Mas também conhecimento de cada detento, de seu comportamento, de suas disposições profundas, de sua progressiva melhora; as prisões devem ser concebidas como um local de formação para um saber clínico sobre os condenados. [...] é preciso que o prisioneiro possa ser mantido sob um olhar permanente; é preciso que sejam registradas e contabilizadas todas as anotações que se possa tomar sobre eles (FOUCAULT, 1999, p.221).
	
	Mesmo esse tipo de exame sendo questionado e criticado por algumas pessoas do campo jurídico e da psicologia, os psicólogos não abrem mão de sua análise no campo jurídico, por quê é a forma de ocupar um lugar no sistema de justiça criminal. A relação do psicólogo no sistema de execução penal foi construída inicialmente na prática, levando em consideração que no espaço acadêmico e de formação tem poucos discursões sobre essa área de atuação do psicólogo. “No entanto, a crescente demanda política e social acerca do encarceramento exigiu da Psicologia uma discussão mais aprofundada e construção de métodos de intervenção e reflexões teóricas sobre o contexto do sistema prisional”. (CREPOP,2012, p.46)
	
	Depois de algum tempo, a forma de atuação do psicólogo sofreu um grande impacto, o exame criminológico deixa de ser obrigatório, para que desse lugar a política de “bom comportamento” no sistema carcerário, sendo o diretor no presídio exercer o papel de avaliador desse bom comportamento. “A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do
Defensor. ” (BRASIL 2003 apud CREPOP, p.48). 
Após 19 anos de vigência da LEP, os legisladores alteraram, em 2003, alguns de seus artigos por meio da Lei n. º 10.792/2003 que retirou da CTC a função de acompanhamento da execução penal, deixando a cargo da Comissão, tão somente, realizar o exame criminológico inicial, no momento de ingresso da pessoa no sistema penitenciário para fins de orientação do plano individualizador da pena1. (CREPOP,2012, p.48)
Com essa alteração, muitos psicólogos se viram sem função no meio judiciário.
Havia uma grande demanda de mudança na prática entre os psicólogos brasileiros, visando uma metodologia em relação a atenção psicossocial, “uma vez que tinham diante de si, pessoas adoecendo psiquicamente em razão das precárias e violentas condições de confinamento. Tal mudança foi alimentada pela publicação da Lei n. º 10.792/2003”. (CREPOP,2012 p.49). Essas mudanças aconteceram exatamente no ano de 2003, o mesmo ano em que exame criminológico deixou de ser obrigatório, Ministérios da Justiça e da Saúde publicaram a Portaria Interministerial n. º 1777/2003 que criou o Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário (PNSSP), estendendo os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) à população carcerária.
Contudo, cabe a cada estado receber de uma forma o plano nacional, e criar equipes mínimas de saúde nos presídios e não somente em unidades de saúde.
A criação da PNSSP, possibilita que os psicólogos invistam em metodologias que permitam um contato do sujeito com o social, o profissional que atua no sistema carcerário não fica mais restrito apenas a pratica do exame criminológico, que prevalecia desde os anos 80. Mas para que fossem bem aproveitadas essas novas maneiras de atuar, o psicólogo precisa trabalhar de acordo com as diretrizes do SUS, e essa forma de atuação poderia trazer conflitos no cotidiano de trabalho, “uma vez que tal prática vai de encontro com os preconceitos e estereótipos existentes na prisão desde seu surgimento há mais de duzentos anos”. (CREPOP,2012, p.49).
	Por meio de uma pesquisa do Crepop (2012), foi possível evidenciar as atividades que auxiliam na atuação do psicólogo no sistema carcerário do Brasil, 
Avaliações psicológicas e elaboração de relatórios, laudos e pareceres; atenção psicológica; pronto-atendimento; encaminhamentos; reuniõesde equipe; acompanhamento extramuros; atuação nas relações institucionais; atuação em rede; elaboração de projetos, pesquisas e produções e práticas acadêmicas; promoção de eventos; recrutamento e seleção; atuação conjunta com a equipe de saúde; coordenação da biblioteca. (CREPOP,2012, p.69)
	Como evidenciado na pesquisa, o psicólogo utiliza de vários mecanismos para seu trabalho, mas sofre dificuldades por uma série de desafios, o Crepop (2007) citado Crepop (2012), mostra algumas dessas dificuldades,
Falta de recursos materiais e financeiros, de pessoal, de espaço físico adequado, dificuldades na relação com outros profissionais e funcionários da unidade, em especial, com os agentes penitenciários, precárias condições de trabalho: insalubridade, periculosidade, baixa remuneração, ausência de plano de carreira, cargos e salários, grande demanda de trabalho, principalmente dos exames criminológicos e pareceres da CTC, em relação ao número de profissionais por unidade, carga horária extensa, descontinuidade administrativa no sistema prisional, dentre outras. (CREPOP,2007 apud CREPOP, 2012, p.69)
	Mesmo com essas dificuldades, a psicologia vem se repensando dentro da área criminal, e é uma necessidade que isso aconteça, por que ainda é predominante a ideia de que atuação do psicólogo esteja resumida “a prática de elaboração de relatórios, laudos, pareceres e avaliações psicológicas”. (CREPOP,2012, p.70).
	A pesquisa realizada pelo Crepop (2012), apresenta para qual direção a atuação do psicólogo dentro do sistema carcerário tem apontado,
Para o atendimento em grupo, tanto de presos (“encontros reflexivos de preparação para liberdade, atividades com egressos, oficinas de arte e cultura, música, teatro, ações de prevenção de saúde mental, prevenção de uso abusivo de drogas”, dentre outras), como de seus familiares e de agentes penitenciários. (CREPOP,2012, p.70)
	“Porém, destacam as dificuldades cotidianas para implementar tais ações, principalmente em razão das normas de segurança, da falta de espaços e materiais, ausência de políticas públicas e de projetos na área da assistência aos presos. ” (CREPOP,2012, p.70).
		Outra afirmação feita pelo Crepop (2012) com base em sua pesquisa foi “observa-se que os psicólogos desejam ocupar um outro lugar, livre do domínio jurídico e médico, engajando-se em práticas voltadas para as políticas de saúde coletiva.” (CREPOP,2012, p.73). Estas atividades, metodologias usadas por muitos psicólogos dessa área querem se descolar da visão de outros profissionais, e terem uma autonomia própria para exercer sua função nesse meio.
	Ana Bock (20070 citado por Crepop (2012), reforça através de sua fala a necessidade de uma nova psicologia no sistema prisional, “É preciso atuar com as pessoas presas tendo em vista a vida em liberdade, para além dos muros da instituição prisional, estimulando a descontinuidade dos círculos viciosos que promovem a exclusão social” (CFP/DEPEN,2007 apud CREPOP,2012, p.73).
	Chegando a um fechamento sobre o papel do psicólogo no sistema prisional, um questionamento de Kolker (2004) citado pelo Crepop (2012) se torna necessário para uma reflexão final,
Se vimos que as prisões produzem efeitos de subjetivação e que o sistema penal, ao configurar a delinquência, contribui para a produção e reprodução dos delinquentes, o que podemos fazer pela desconstrução dessas carreiras, para a produção de desvios nessa trajetória que se quer preconizar como irreversível? Como utilizar nossas competências, não para reafirmar destinos e, sim para ajudar a conduzir o desvio para outras direções mais criativas a favor da vida? (KOLKER, 2004 apud CREPOP, 2012,73-74)
	Esse questionamento permite pensar que, o maior desafio para o psicólogo desta área e estabelecer conexão além do contexto da instituição penal. Fazendo com que a sua forma de atuação seja além do que o judiciário propõe. Para criação de uma rede, o psicólogo pode pensar em áreas de,
Assistência social e da saúde, especialmente a da saúde mental, que tem nos princípios da reforma psiquiátrica antimanicomial, a expressão máxima de outro paradigma de atuação dos profissionais de saúde, em consonância com as políticas públicas do Sistema Único de Saúde (SUS). (CREPOP,2012, p.74).
	
	Cabe então ao psicólogo do contexto prisional, guiar suas práticas e escuta, tanto em consideração ao discurso da pessoa presa quanto o discurso da instituição, criando assim como consequência um discurso com contribuição de todos para uma construção de novas possibilidades que visam produzir um sistema mais produtivo e sutil. “Ou seja, um fazer que se abre para uma possibilidade de elaboração e de estabelecimento de um novo laço social de um modo geral, fazendo com que se repense até mesmo a continuidade deste sistema penitenciário”. (CREPOP,2012, p.74)
	Contudo, o trabalho do psicólogo nesta área não restringe apenas ao exame criminológico ou apenas dentro do espaço físico prisional, mas como articulador e produtor de novas maneiras de fazer valer a ideologia de ressocialização. 
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