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MpMagEst Ambiental Luiz Antônio Data: 14/05/2013 Aula 06 ANUAL ESPECIAL DIURNO – 2011 Anotador(a): Carlos Eduardo de Oliveira Rocha Complexo Educacional Damásio de Jesus RESUMO SUMÁRIO 1. Tutela do patrimônio cultural 2. Tutela da politica urbana 1. TUTELA DO PATRIMÔNIO CULTURAL 1.1. Tombamento (continuação) Espécies de tombamento Decreto nº 25/37 (i) De ofício (art. 5º) – é aquele que se dá em bens públicos. “Art. 5º O tombamento dos bens pertencentes à União, aos Estados e aos Municípios se fará de ofício, por ordem do diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, mas deverá ser notificado à entidade a quem pertencer, ou sob cuja guarda estiver a coisa tombada, afim de produzir os necessários efeitos.” (ii) Voluntário (art. 6º e 7º) – quando o proprietário aceita o tombamento. “Art. 6º O tombamento de coisa pertencente à pessôa natural ou à pessôa jurídica de direito privado se fará voluntária ou compulsóriamente.” “Art. 7º Proceder-se-à ao tombamento voluntário sempre que o proprietário o pedir e a coisa se revestir dos requisitos necessários para constituir parte integrante do patrimônio histórico e artístico nacional, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ou sempre que o mesmo proprietário anuir, por escrito, à notificação, que se lhe fizer, para a inscrição da coisa em qualquer dos Livros do Tombo.” (iii) Compulsório (art. 6º e 8º) – quando há restrições do proprietário do imóvel. “Art. 8º Proceder-se-á ao tombamento compulsório quando o proprietário se recusar a anuir à inscrição da coisa.” Obs.: O município pode tombar um bem de propriedade do estado? Sim. Caso concreto: Município de Niterói tem um imóvel de propriedade do Estado, mas que a proteção do patrimônio interessa diretamente ao município (RMS 189952/RJ). O STJ determinou o tombamento. 2 de 9 1.2. Tombamento compulsório: é um procedimento administrativo que tramitará num órgão com atribuições para o tombamento, com objetivo de determinar/reconhecer o valor histórico/cultural do bem. Determinado o tombamento realizar a inscrição no livro de Tombo. a) Procedimento administrativo: o poder público tem que instalar o procedimento administrativo e notificar o proprietário que detém o direito de impugnar o tombamento. Em tese só poderá ter efetividade alegação de que o bem não tem o efetivo valor cultural ou histórico conforme fundamentado pelo poder público. (i) Tombamento provisório: quando há a notificação do proprietário do bem – já atribui ao bem uma proteção qualificada. (ii) Tombamento definitivo: quando o tombamento é inscrito no livro de Tombo. Será averbado na matrícula do imóvel. Obs.: os Estados brasileiros têm editado legislação própria para permitir a averbação do tombamento provisório na respectiva matrícula do imóvel. No Estado de São Paulo há o provimento 21/07 da Corregedoria Geral da Justiça, que permite que o tombamento provisório seja averbado na matrícula. b) Órgãos e suas atribuições: (i) Na esfera Federal é o IPHAN (ii) No Estado de São Paulo é o CONDEPHAAT (iii) No Município de São Paulo é o CONPREESP Obs.: no Brasil só 3% dos Municípios têm legislação própria e administrativa para realizar o tombamento. Nesses casos, havendo necessidade de tombamento, deverá ser por desapropriação ou por intermédio de Ação Civil Pública. Por lei, a medida é controvertida por não permitir o contraditório. Há julgados, contudo, que não permitem o tombamento por ação civil pública, fundamentado que é ato discricionário do poder público. Apelação nº 70019992270/RS Araken de Assis. Admissão de Ação Civil Pública para realização de Tombamento. Obs.: é possível ter um tombamento tríplice, tombado pelo Município, Estado e União. c) Objetivo do Tombamento: é um ato essencialmente declaratório, porque reconhece o valor existente do bem. Inicialmente há uma discricionariedade técnica – o bem possui ou não o valor histórico –, após tal verificação pelo órgão responsável, há obrigatoriedade para a realização do tombamento (não há discricionariedade). É um ato inicialmente discricionário e sendo verificado o valor do bem, é um ato vinculado para realização do tombamento. d) Efeitos: é a averbação na matrícula do imóvel (art. 13) “Art. 13. O tombamento definitivo dos bens de propriedade partcular será, por iniciativa do órgão competente do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, transcrito para os devidos efeitos em livro a cargo dos oficiais do registro de imóveis e averbado ao lado da transcrição do domínio.” Na legislação de São Paulo, determina que também é inscrito na matrícula do imóvel os tombamentos provisórios, bem como dos demais imóveis em torno do bem tombado. Obs.: se for bem público tombado, não é possível a alienação à particular, somente entre as esferas de poder. No Estado de São Paulo, as transferências poderão ser dadas somente entre o Município e o Estado, vedado à União. 3 de 9 Bem particular tombado deverá ser dado o direito de preferência para a União, Estado e Município, na respectiva ordem. Modificação do bem tombado: “Art. 17. As coisas tombadas não poderão, em caso nenhum ser destruidas, demolidas ou mutiladas, nem, sem prévia autorização especial do Serviço do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional, ser reparadas, pintadas ou restauradas, sob pena de multa de cincoenta por cento do dano causado.” Vigilância e vistoria permanente do poder público: Art. 20. As coisas tombadas ficam sujeitas à vigilância permanente do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que poderá inspecioná-los sempre que fôr julgado conveniente, não podendo os respectivos proprietários ou responsáveis criar obstáculos à inspeção, sob pena de multa de cem mil réis, elevada ao dôbro em caso de reincidência.” Área de entorno ao bem tombado, que dará visibilidade ao bem: “Art. 18. Sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, não se poderá, na vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça ou reduza a visibílidade, nem nela colocar anúncios ou cartazes, sob pena de ser mandada destruir a obra ou retirar o objéto, impondo-se nêste caso a multa de cincoenta por cento do valor do mesmo objéto.” A área de entrono será estabelecida pelo projeto de tombamento. e) Responsabilidade pela conservação e restauração: será do proprietário do bem. Não tendo o proprietário recursos financeiros deverá comunicar a autoridade competente. “Art. 19. O proprietário de coisa tombada, que não dispuzer de recursos para proceder às obras de conservação e reparação que a mesma requerer, levará ao conhecimento do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a necessidade das mencionadas obras, sob pena de multa correspondente ao dobro da importância em que fôr avaliado o dano sofrido pela mesma coisa. § 1º Recebida a comunicação, e consideradas necessárias as obras, o diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional mandará executá-las, a expensas da União, devendo as mesmas ser iniciadas dentro do prazo de seis mezes, ou providenciará para que seja feita a desapropriação da coisa. § 2º À falta de qualquer das providências previstas no parágrafo anterior, poderá o proprietário requerer que seja cancelado o tombamento da coisa. 4 de 9 § 3º Uma vez que verifique haver urgência na realização de obras e conservação ou reparação em qualquer coisa tombada, poderá o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional tomar a iniciativa de projetá-las e executá-las, a expensas da União, independentemente da comunicação a que alude êste artigo, por parte doproprietário.” f) Indenização pelo tombamento: segundo STJ só caberá indenização se configurar esvaziamento econômico do bem, ou seja, se o bem for passível de utilização econômica não haverá indenização. 1.3. Registro (utilizado para bens imateriais) Decreto nº 3551/00 É possível realização de registro: (i) Saberes (ii) Lugares (iii) Celebrações (iv) Formas de expressão São expressões sugestivas e trata-se de rol meramente exemplificativo. “Art. 1º Fica instituído o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial que constituem patrimônio cultural brasileiro. § 1º Esse registro se fará em um dos seguintes livros: I - Livro de Registro dos Saberes, onde serão inscritos conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades; II - Livro de Registro das Celebrações, onde serão inscritos rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas da vida social; III - Livro de Registro das Formas de Expressão, onde serão inscritas manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas; IV - Livro de Registro dos Lugares, onde serão inscritos mercados, feiras, santuários, praças e demais espaços onde se concentram e reproduzem práticas culturais coletivas. § 2º A inscrição num dos livros de registro terá sempre como referência a continuidade histórica do bem e sua relevância nacional para a memória, a identidade e a formação da sociedade brasileira. § 3º Outros livros de registro poderão ser abertos para a inscrição de bens culturais de natureza imaterial que constituam patrimônio cultural brasileiro e não se enquadrem nos livros definidos no parágrafo primeiro deste artigo.” 2. TUTELA DA POLÍTICA URBANA A Lei 10. 257/01 – Estatuto da Cidade foi editado com base no art. 21, XX da CF: 5 de 9 “Art. 21. Compete à União: XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos; A Cidade deve desenvolver sua função social e daí que surge o conceito de cidade sustentável. (art. 182 Caput e §2º da CF): “Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. § 1º - O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. § 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.” Logo, uma Cidade sustentável é aquela que atende o art. 2º inciso I do Estatuto da Cidade Lei 10.257/01: “Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais: I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;” Observações: Lei da Politica Nacional de Mobilidade Urbana Lei 12.587/12 Lei da Política Nacional de Proteção Contra Desastres 12.608/12 2.1. Ordem urbanística – está inserida como objeto de instrumento na lei 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública). 2.1.1. Diretrizes gerais Art. 2º do Estatuto da Cidade Lei 10.257/01: “Art. 2o A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais: I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações; II – gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano; 6 de 9 III – cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social; IV – planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da população e das atividades econômicas do Município e do território sob sua área de influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente; V – oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais; VI – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar: a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos; b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes; c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação à infra-estrutura urbana; d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como pólos geradores de tráfego, sem a previsão da infra-estrutura correspondente; e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização; f) a deterioração das áreas urbanizadas; g) a poluição e a degradação ambiental; h) a exposição da população a riscos de desastres. (Incluído dada pela Lei nº 12.608, de 2012) VII – integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais, tendo em vista o desenvolvimento socioeconômico do Município e do território sob sua área de influência; VIII – adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão urbana compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e econômica do Município e do território sob sua área de influência; IX – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização; X – adequação dos instrumentos de política econômica, tributária e financeira e dos gastos públicos aos objetivos do desenvolvimento urbano, de modo a privilegiar os investimentos geradores de bem-estar geral e a fruição dos bens pelos diferentes segmentos sociais; XI – recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a valorização de imóveis urbanos; XII – proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico; XIII – audiência do Poder Público municipal e da população interessada nos processos de implantação de empreendimentos ou atividades com efeitos potencialmente negativos sobre o meio ambiente natural ou construído, o conforto ou a segurança da população; XIV – regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda mediante o estabelecimento de normas 7 de 9 especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e edificação, consideradas a situação socioeconômica da população e as normas ambientais; XV – simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo e das normas edilícias, com vistas a permitir a redução dos custos e o aumento da oferta dos lotes e unidades habitacionais; XVI – isonomia de condições para os agentes públicos e privados na promoção de empreendimentos e atividades relativos ao processo de urbanização, atendido o interesse social.” 2.2. Instrumento de política urbana: (i) Plano Diretor: elaboração sempre do executivo municipal; a aprovação é sempre pela câmara municipal; há obrigatoriedade (ato vinculado) na elaboração do plano diretor com sançõesde crime de responsabilidade (art. 1º, XIV do Decreto de 1967), improbidade administrativa. Obs.: o prazo para elaboração do plano diretor era inicialmente de 05 anos, vencendo- se em 2006. Naquela data, apenas 20% dos municípios tinham elaborado. Obs.: art. 41 do estatuto da cidade: Art. 41. O plano diretor é obrigatório para cidades: I – com mais de vinte mil habitantes; II – integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas; III – onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no § 4o do art. 182 da Constituição Federal; IV – integrantes de áreas de especial interesse turístico; V – inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional. VI - incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos. § 1o No caso da realização de empreendimentos ou atividades enquadrados no inciso V do caput, os recursos técnicos e financeiros para a elaboração do plano diretor estarão inseridos entre as medidas de compensação adotadas. § 2o No caso de cidades com mais de quinhentos mil habitantes, deverá ser elaborado um plano de transporte urbano integrado, compatível com o plano diretor ou nele inserido.” Obs.: art. 24 da LPNMU (12.587/12): Art. 24. O Plano de Mobilidade Urbana é o instrumento de efetivação da Política Nacional de Mobilidade Urbana e deverá contemplar os princípios, os objetivos e as diretrizes desta Lei, bem como: I - os serviços de transporte público coletivo; 8 de 9 II - a circulação viária; III - as infraestruturas do sistema de mobilidade urbana; IV - a acessibilidade para pessoas com deficiência e restrição de mobilidade; V - a integração dos modos de transporte público e destes com os privados e os não motorizados; VI - a operação e o disciplinamento do transporte de carga na infraestrutura viária; VII - os polos geradores de viagens; VIII - as áreas de estacionamentos públicos e privados, gratuitos ou onerosos; IX - as áreas e horários de acesso e circulação restrita ou controlada; X - os mecanismos e instrumentos de financiamento do transporte público coletivo e da infraestrutura de mobilidade urbana; e XI - a sistemática de avaliação, revisão e atualização periódica do Plano de Mobilidade Urbana em prazo não superior a 10 (dez) anos. § 1º Em Municípios acima de 20.000 (vinte mil) habitantes e em todos os demais obrigados, na forma da lei, à elaboração do plano diretor, deverá ser elaborado o Plano de Mobilidade Urbana, integrado e compatível com os respectivos planos diretores ou neles inserido. § 2º Nos Municípios sem sistema de transporte público coletivo ou individual, o Plano de Mobilidade Urbana deverá ter o foco no transporte não motorizado e no planejamento da infraestrutura urbana destinada aos deslocamentos a pé e por bicicleta, de acordo com a legislação vigente. § 3 O Plano de Mobilidade Urbana deverá ser integrado ao plano diretor municipal, existente ou em elaboração, no prazo máximo de 3 (três) anos da vigência desta Lei. § 4º Os Municípios que não tenham elaborado o Plano de Mobilidade Urbana na data de promulgação desta Lei terão o prazo máximo de 3 (três) anos de sua vigência para elaborá-lo. Findo o prazo, ficam impedidos de receber recursos orçamentários federais destinados à mobilidade urbana até que atendam à exigência desta Lei. Obs.: hoje, todas as cidades obrigatórias para elaboração do plano diretor deverão editar a lei de politica de mobilidade urbana. (ii) Estatuto da cidade art. 40, §º, trata da gestão democrática da cidade: “§ 4o No processo de elaboração do plano diretor e na fiscalização de sua implementação, os Poderes Legislativo e Executivo municipais garantirão: I – a promoção de audiências públicas e debates com a participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade; II – a publicidade quanto aos documentos e informações produzidos; 9 de 9 III – o acesso de qualquer interessado aos documentos e informações produzidos. Obs.: é possível que o MP ingresse com Ação Civil Pública para compelir o prefeito do Município a elaborar o Plano Diretor. Alguns municípios elaboraram o plano diretor sem o mínimo previsto no art. 42 da lei do estatuto da cidade (conteúdo mínimo do plano diretor). Há intervenção do MP objetivando anulação aquele plano diretor e elaboração de outro atendendo os requisitos mínimos da lei. (iii) Estudo prévio de impacto de vizinhança EIV (art. 36/38 do estatuto da cidade): “Art. 36. Lei municipal definirá os empreendimentos e atividades privados ou públicos em área urbana que dependerão de elaboração de estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV) para obter as licenças ou autorizações de construção, ampliação ou funcionamento a cargo do Poder Público municipal.” “Art. 37. O EIV será executado de forma a contemplar os efeitos positivos e negativos do empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida da população residente na área e suas proximidades, incluindo a análise, no mínimo, das seguintes questões: I – adensamento populacional; II – equipamentos urbanos e comunitários; III – uso e ocupação do solo; IV – valorização imobiliária; V – geração de tráfego e demanda por transporte público; VI – ventilação e iluminação; VII – paisagem urbana e patrimônio natural e cultural. Parágrafo único. Dar-se-á publicidade aos documentos integrantes do EIV, que ficarão disponíveis para consulta, no órgão competente do Poder Público municipal, por qualquer interessado.” “Art. 38. A elaboração do EIV não substitui a elaboração e a aprovação de estudo prévio de impacto ambiental (EIA), requeridas nos termos da legislação ambiental.” Obs.: não tem prazo nem sanção para elaboração de lei municipal que defina impacto de vizinhança.
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