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Design Thinking Introdução Neste capítulo, apresentaremos o que é o Design Thinking , as principais perspectivas sobre o seu processo e as contribuições que seu conhecimento e sua adoção podem trazer para a formação pro�ssional e pessoal. Além disso, apresentaremos as aplicações do Design Thinking como abordagem de inovação, estratégia de solução de problemas e metodologia de aprendizagem. Design Thinking , uma estratégia ou uma metodologia? Antes de discutirmos o que é Design Thinking , vamos pensar em um conceito anterior a esse, que é o conceito de design. A�nal, o que você entende por design ? Qual é a relevância do design para a nossa sociedade? Para responder a essas questões, vamos re�etir sobre um exemplo prático: Steve Jobs – o fundador da Apple – lançou, no ano de 2007, o iPhone, um celular que acoplava funcionalidades que, até então, demandavam o uso de variados aparatos tecnológicos (como telefone, computador, aparelho de som, calculadora, máquina fotográ�ca, despertador). Projeto de Experiência Roteiro deRoteiro de EstudosEstudos Autor: Dra. Ana Claudia Loureiro Autor: Dra. Carolina Costa Cavalcanti Uma década depois, ainda vale re�etir sobre a questão: como foi possível criar algo tão inovador, criativo, funcional e que mudou as relações sociais, culturais e econômicas no contexto mundial? A resposta é que, a partir de um desa�o estratégico , a equipe liderada por Jobs utilizou o design para identi�car necessidades reais dos usuários, compreender suas expectativas e, a partir da adoção de um processo de criação que valoriza a prototipagem e o teste de ideias, criar uma solução inovadora e impactante. É o desa�o estratégico que desencadeia o processo de Design Thinking e apresenta as seguintes características: foca as pessoas envolvidas no problema e é abrangente para que sejam identi�cadas soluções não previsíveis, mas também precisa ser especí�co para que o tema investigado seja gerenciável. Mas, A�nal, o que é Design ? Design – uma palavra de difícil tradução –, em sua origem, é um verbo, “ to design ”, e está relacionado à ação e ao planejamento de soluções considerando as necessidades das pessoas. Propõe um processo pelo qual participamos desde o entendimento do problema à concepção de solução para um desa�o. Para Demarchi, Fornasier e Martins (2011), o conceito de design , geralmente, está vinculado à aparência de um produto. Isso ocorre porque, por muitos anos, as de�nições tradicionais da atividade de design estiveram vinculadas às propriedades formais de objetos e à estética dos produtos. Já Buchanan (1992) tem uma visão semelhante à de Jobs, indicando que o design vai além da estética, uma vez que é o processo de conceber, planejar e desenvolver produtos, processos e serviços funcionais que poderão ser usados por seres humanos enquanto realizam tarefas individuais e coletivas. Para além, Demarchi, Fornasier e Martins (2011) defendem que o design representa tanto o processo de fazer alguma coisa quanto o produto (resultado) desse processo. Cavalcanti e Filatro (2017) consideram que o design possui quatro dimensões fundamentais, conforme apresentado a seguir. Pro�ssão – a pro�ssão de designer surgiu nos Estados Unidos, a partir de 1929, quando a indústria os contratou para criarem produtos mais atraentes aos consumidores. Hoje, existem várias vertentes de pro�ssionais que atuam no campo do design , como: designer grá�co, designer industrial, web designer , designer educacional, designer de interiores, entre outras. Pro�ssionais de todas as áreas possuem habilidades comuns necessárias para que atuem no campo do design , mesmo que lidando com situações distintas características de cada vertente. Processo – os designers sempre trabalham visando criar produtos, serviços, estratégias ou outras criações que atendam às necessidades e às demandas especí�cas de um determinado grupo de pessoas. Essa criação é resultado de um processo composto por etapas e estratégias que visam: compreender o problema a ser resolvido; projetar soluções; prototipar; testar soluções; e, �nalmente, desenvolver e implementar as melhores soluções criadas. Produto – o processo de design , muitas vezes, objetiva a criação de um produto. O dicionário Houaiss indica que design é a “concepção de um produto (máquina, utensílio, mobiliário, embalagem, publicação etc.), especialmente no que se refere à sua forma física e funcionalidade” (DESIGN, 2002, on-line ). O produto do design geralmente envolve aspectos estéticos e a engenharia de seu funcionamento. Modo de pensar – os designers têm um jeito especí�co de pensar, ao qual Bull e Tovey (2010, on-line ) chamam de “ designerly way of knowing ” (“modo de pensar dos designers ” ou “pensamento do design ”). Muitos pesquisadores têm investigado como os designers pensam. A partir do pensamento do design , é possível, então, projetar mudança, transformação, cultura, comportamento, serviços, processos, modelos de negócios e experiências de aprendizagem. Nesse sentido, o Design Thinking surgiu, inclusive, para permitir e facilitar que o “pensamento do design ” seja adotado por pessoas que não são necessariamente designers , isto é, qualquer pessoa que faça parte de uma equipe que desenvolva projetos a partir da abordagem do design thinking irá adotar o pensamento de design durante o processo. Agora que você já tem uma ampla base do conceito de design , está preparado(a) para compreender o conceito de Design Thinking – assunto do tópico a seguir. Então, o que vem a ser Design Thinking ? Segundo Cavalcanti e Filatro (2017, p. 20), “ design thinking é uma abordagem que catalisa a colaboração, a inovação e a busca por soluções mediante a observação e a cocriação [...]”. Em outras palavras, o Design Thinking é uma abordagem que permite revolucionar a maneira de encontrar soluções inovadoras para os problemas e os desa�os das organizações, das empresas, do governo e da sociedade, focadas nas necessidades reais do mercado e, sobretudo, nas pessoas. Dessa forma, as soluções encontradas a partir do Design Thinking não acontecem com base em dados e estatísticas, mas, sim, a partir das pessoas impactadas pela solução em questão. Assim, selecionar o problema, apontar ferramentas e fontes de pesquisa, escolher os entrevistados, organizar as visitas de campo e observações que serão realizadas são ações que compõem o planejamento do Design Thinking . Nessa fase, é primordial, também, re�etir sobre os métodos, os processos e as técnicas que vão auxiliar na obtenção e validação das informações com o público a se atingir. O objetivo do Design Thinking é propor inovações e gerir ideias novas e criativas que coadunem com os desa�os de todos os envolvidos, favorecendo a resolução dos problemas e projetando, de modo empático, a colaboração, a criatividade e o otimismo. De acordo com Cavalcanti e Filatro (2017), o Design Thinking é uma abordagem humanista de criatividade, solução de problemas e inovação. É centrada no ser humano, pois enfoca a compreensão profunda e empática do desejo, das necessidades e das expectativas de pessoas envolvidas em uma situação especí�ca que esteja sendo analisada. A tradução literal do inglês para o termo “ Design Thinking ” é pensamento do design , que, conforme você viu anteriormente, indica apenas uma dimensão do Design Thinking no que se refere ao uso do modo de pensar dos designers para projetar mudança, transformação, cultura, comportamento, serviços, processos, modelos de negócios e experiências de aprendizagem, por meio da criatividade, da colaboração e da cocriação na busca por soluções relevantes e inovadoras. O Design Thinking surgiu, inclusive, para promover que o “pensamento do design ” seja adotado por pessoas que não são necessariamente designers (com formação acadêmica para exercer a pro�ssão). Entretanto, o Design Thinking não se limita à adoção do pensamento do design , uma vez que se trata de uma abordagem ativa e composta por um processoque envolve, entre outras ações, a observação de variadas realidades , a pesquisa , a criação de soluções , a prototipagem e a implementação das melhores soluções criadas . Figura 1 - Ações presentes no processo do Design Thinking Fonte: Elaborada pela autora. Você já pode notar que a adoção do Design Thinking estimula a criatividade, a intuição e a geração de ideias, além da possibilidade de tornar as soluções criadas visíveis (em protótipos) e testáveis, sendo a experimentação um de seus pilares. Ao pensarmos no processo de Design Thinking , logo imaginamos que é preciso seguir etapas especí�cas para que, ao �m, a equipe de design thinkers encontre uma solução realmente inovadora e impactante. No livro “Design Thinking: uma metodologia poderosa para decretar o �m das velhas ideias”, Brown (2010) argumenta que adotar o processo de Design Thinking é fundamental para que as soluções criadas sejam centradas no ser humano. Entretanto, Pinheiro e Alt (2012) acreditam que chamar o Design Thinking de metodologia é limitador, pois esse termo passa a impressão de que, se forem seguidas orientações especí�cas (como em uma receita de bolo), a inovação será um resultado certo. No entanto, isso pode ser perigoso, uma vez que, apesar de o Design Thinking ser bastante e�caz, existem vários fatores que podem in�uenciar o resultado �nal de um projeto, dentre os quais podemos destacar: o uso do pensamento do design pelos design thinkers ; a atuação do líder de projetos que irá conduzir as atividades da equipe; a vontade e a disponibilidade dos stakeholders (que são todos os envolvidos no projeto, interna e externamente) em compartilhar aspectos signi�cativos relacionados ao problema investigado etc. Dessa forma, Pinheiro e Alt (2012) defendem que o Design Thinking é mais que uma metodologia: é uma abordagem , cujo processo compreende, também, modos de pensar e métodos que orientam o trabalho colaborativo. Na prática, o Design Thinking é uma abordagem centrada no ser humano, que acelera a inovação e soluciona problemas complexos. Mas, a�nal, quais são as etapas do processo de Design Thinking ? Encontramos, na literatura da área do Design Thinking , várias indicações sobre como o processo deve ser conduzido e realizado. As perspectivas do “Human-Centered Design: kit de ferramentas” (IDEO, 2017) e de Tim Brown (2010) são as mais conhecidas e disseminadas. As três �guras apresentadas a seguir indicam as etapas do processo de Design Thinking adotadas por essas vertentes. A Figura 2 mostra as etapas do processo de Design Thinking , segundo a perspectiva do “Human- Centered Design: kit de ferramentas”. De acordo com essa vertente, existem as etapas de “ouvir”, “criar” e “implementar” (IDEO, 2017). Figura 2 - Processo de Design Thinking , segundo perspectiva do “Human-Centered Design: kit de ferramentas” Fonte: Adaptada de IDEO (2017). A Figura 3 ilustra as etapas do processo de Design Thinking , segundo a perspectiva do “Bootcamp Bootleg”. Interaja com a imagem para conhecer cada etapa. Figura 3 - Processo de Design Thinking , segundo a perspectiva do “Bootcamp Bootleg” Fonte: Cienpies Design / 123RF. Por �m, a Figura 4 ilustra as etapas do processo de Design Thinking , segundo a perspectiva de Tim Brown. Figura 4 - Processo de Design Thinking , segundo a perspectiva de Tim Brown Fonte: Brown (2010, p. 88). Observando as três �guras apresentadas, é possível notar que existem diferenças na nomenclatura das etapas do processo. No entanto, de acordo com Cavalcanti e Filatro (2017), não existe muita divergência sobre o processo como um todo e sobre as etapas que devem ser vivenciadas pela equipe interdisciplinar. Apesar de terem nomes diferentes, as etapas, geralmente, têm os seguintes objetivos: Figura 5 - Etapas do processo de Design Thinking Fonte: Elaborada pela autora. Vejamos cada uma das etapas, a seguir: Identi�cação de uma necessidade ou problema ou Imersão – momento fundamental em que os design thinkers são convidados a praticar a empatia. Para entender qualquer situação com profundidade, é necessário que, inicialmente, seja estabelecido um desa�o estratégico que norteará as ações da equipe interdisciplinar. É importante construir um mapa da empatia, isto é, um roteiro de questões a ser utilizado com os pro�ssionais envolvidos, com o objetivo de reunir maiores informações sobre os problemas que envolvem o setor. O mapa possibilitará a identi�cação das dores, dos sentimentos, dos desejos e dos pensamentos, assim como das falas e das ações para conhecer os envolvidos no processo. Em seguida, a equipe deve se dividir para observar o contexto analisado, documentar situações e aspectos relevantes, conversar com especialistas, entrevistar os stakeholders e participar das experiências deles – com isso, busca-se descobrir necessidades que, talvez, os próprios stakeholders não saibam que tenham. O objetivo principal da equipe é, portanto, compreender o problema analisado e as pessoas envolvidas de forma aprofundada. Em seguida, são compartilhadas as informações e as impressões coletadas durante o exercício da empatia, para que seja possível analisar, sintetizar e interpretar os dados coletados. A partir desse tratamento dado às informações coletadas, o problema analisado deve ser re�nado. Criação de soluções para o problema, Ideação ou Re�exão – etapa em que os design thinkers projetam soluções para o problema encontrado na fase anterior. No processo de criação, são realizadas sessões de brainstorming, nas quais a equipe deve gerar uma grande quantidade de ideias. Posteriormente, as ideias são compartilhadas, compiladas (é aqui que ocorre a cocriação) e categorizadas. Finalmente, as melhores soluções criadas são selecionadas para que sejam prototipadas. Nesta etapa é essencial fazer entrevista com os envolvidos no processo, buscando compreender os problemas apresentados, por meio de questões que visem conhecer os hábitos, os comportamentos e os valores dos sujeitos, para entender seus problemas e necessidades. Prototipagem e teste das soluções – momento no qual design thinkers preparam protótipos, que são representações visuais das soluções criadas. Um protótipo, ou Minimum Viable Product (MVP), comunica, de forma mais e�caz, a solução concebida, pois utiliza múltiplas linguagens sensoriais (exemplos: �uxograma, storyboard , vídeo, maquete etc.) para compartilhar uma solução. A criação de protótipos rápidos permite que as soluções idealizadas sejam testadas pelos próprios design thinkers e, posteriormente, pelos stakeholders , sem que haja grandes investimentos �nanceiros. Assim, as soluções criadas são aprimoradas, rede�nidas e reorganizadas. Aqui, é importante averiguar se as soluções atendem às lentes do Design Thinking : desejo, praticabilidade e viabilidade, levantando-se pontos positivos, negativos, pontos a serem melhorados, possíveis sugestões e críticas. O protótipo pode ser qualquer instrumento que possibilite explorar uma ideia, avaliando-a, antes de seguir adiante. Isso torna-se possível por meio de gravação de vídeos, storyboards , espaços virtuais para interação ou prototipagem em campo com envolvimento direto com os clientes. Implementação da melhor solução ou Validação – momento em que a melhor solução criada, testada, adaptada e reformulada na prototipagem deve ser implementada. Antes disso, os design thinkers realizam uma análise de praticabilidade e viabilidade, análise de inovação, preparam um plano de implantação e desenvolvem projetos pilotos que devem ser testados pelos stakeholders . Além disso, é esperado que a solução escolhida seja melhorada e adequada, se houver necessidade, para que, �nalmente, seja implementada. Faz-se necessário avaliar as soluções apontadas e compará-las com as propostas iniciais do projeto, oferecendo dados para aperfeiçoar as soluções. Na apresentação dos projetos de experiência, devem ser contemplados os pontos essenciais construídos ao longo do processo de DesignThinking : o problema, a comunidade, a pesquisa, as pessoas, as entrevistas, as soluções, os modelos de negócios e protótipos, para que, ao �nal, a comunicação ocorra através de um PITCH. Cabe destacar, ainda, que, independentemente da perspectiva processual adotada no Design Thinking , a qualquer momento é possível voltar às etapas anteriores – desde que seja identi�cado que faltam informações para dar andamento ao desenvolvimento do projeto. O Processo de Design Thinking De acordo com o que você estudou até o momento, existem diferentes perspectivas processuais para o Design Thinking , mas é necessário que todas as etapas sejam cumpridas de forma e�caz para que se tenha sucesso no �nal. Cabe destacar que o projeto que elegemos para detalhamento neste estudo advém do documento “The Design Thinking Model”, elaborado pela NewSchool of Architecture and Design. O documento de�ne a visão de Design Thinking disseminada na instituição, que se baseia nas etapas apresentadas na �gura a seguir (clique sobre a imagem). Figura 6 - Processo de Design Thinking , segundo perspectiva da NewSchool of Architecture and Design Fonte: Adaptada de The Design... (2015). Ao comparar as características de cada etapa com as outras perspectivas processuais de Design Thinking apresentadas neste capítulo, você identi�cará que existem paralelos entre elas. É importante ter em mente que, apesar de as etapas terem nomes diferentes, seguem as perspectivas processuais de Design Thinking mais disseminadas e que foram apresentadas na introdução deste capítulo, conforme apresentado a seguir. 1. Descoberta – levantamento de importantes aspectos relacionados aos desejos e às necessidades daqueles que usufruirão da solução criada. 2. De�nição – rede�nição do problema investigado a partir da compreensão empática e profunda que obtiveram durante a etapa da descoberta. 3. Desenvolvimento – condução de sessões de brainstorming para criação de soluções personalizadas. 4. Entrega – elaborações de protótipos das soluções criadas. Esses protótipos serão testados e adaptados segundo feedback recebido. 5. Repetição – novo teste para re�nar as soluções criadas. Os design thinkers adotam métodos colaborativos de trabalho em cada uma das etapas do processo de Design Thinking , a �m de encontrarem a melhor solução criada, testada e implementada. Ao �nal do processo, os design thinkers devem validar se a solução criada atende às lentes do Design Thinking . Figura 7 - As três lentes do Human Centered Desig Fonte: Adaptada de IDEO (2017). O Modelo de Negócio Canvas O Canvas é um modelo bastante simples que busca contemplar o essencial. Ele pode ser usado como um documento único do planejamento de um projeto que imediatamente será executado e também como uma ferramenta onde se delineia a lógica do projeto, sendo base para, posteriormente, se fazer a transcrição do plano de projeto representado formalmente. O Canvas tem por foco estabelecer as relações entre conceitos e é sempre realizado de modo colaborativo, com todos os envolvidos no processo. Sua proposta é ser simples, essencial e de aplicação prática. O autor Finocchio Junior (2020) sugere o uso de post-its para escrever os elementos que compõem o Canvas. Segundo o autor: Os post-its oferecem, por si só, uma clara restrição à quantidade do que podemos escrever. Isso é ótimo: se não existe espaço para escrever muito, temos que escrever melhor. Ainda mais limitado que a superfície dos post-its é o precioso tempo dos stakeholders – eles agradecerão sua concisão (FINOCCHIO JUNIOR, 2020, p. 19). Essa ferramenta procura entender com maior precisão o cliente, certi�cando-se de que o produto ou o serviço que a startup oferece esteja alinhado com os desejos ou com a solução dos problemas evidenciados, reduzindo riscos de fracasso no futuro e favorecendo o sucesso. O projeto deve contemplar nove segmentos: a proposta de valor, incluindo benefícios do projeto; a identi�cação dos envolvidos na comunidade; formas de comunicação; formas de relacionamento; as receitas; as despesas; os parceiros; os recursos; e as atividades para a implementação do projeto. Diagrama de Ishikawa O Diagrama de Ishikawa, de espinha-de-peixe ou, ainda, de causa e efeito, é um mapa que possibilita que se organizem as informações por semelhança, tendo por base seis eixos básicos, conhecidos como 6M: método, material, máquina, meio ambiente, mão de obra e medição. Esses eixos favorecem a identi�cação das prováveis causas de um problema, de modo especí�co e direcionado. Segundo Oliveira (2014, p. 68): O que importa é a equipe estar orientada para identi�car as relações de causa e efeito de forma estruturada, utilizando um recurso grá�co de fácil �xação visual. É um meio para a geração de uma lista de todas as causas tidas como suspeitas, que potencialmente contribuem para determinado efeito, satisfatório ou não. O diagrama de causa e efeito permite auxiliar no processo de identi�car e mapear as vivências e os desa�os que devem ser solucionados, investigando as causas e identi�cando oportunidades de solução para os problemas, favorecendo o reconhecimento dos con�itos reais que atingem o cotidiano do pro�ssional ou de uma organização. Síntese Finalizamos este estudo, que apresentou os conceitos de design e de Design Thinking . Além disso, neste capítulo, você teve a oportunidade de: conhecer algumas das principais perspectivas sobre o processo de Design Thinking , conforme IDEO (2017) e Brown (2010); identi�car os paralelos evidentes que podem ser encontrados nas principais publicações sobre Design Thinking ; reconhecer as características das lentes do Design Thinking ; entender a perspectiva processual de Design Thinking adotada neste estudo; reconhecer o Design Thinking como abordagem de inovação, estratégia de solução de problemas e metodologia de aprendizagem. Nos próximos capítulos, abordaremos outras ferramentas, estratégias e métodos adotados no desenvolvimento e análise de projetos. Esta será uma boa oportunidade para que você conheça diversos recursos que poderão ser utilizados na solução de problemas complexos e para explorar novas possibilidades de produção. Tal exercício o(a) ajudará a desenvolver as atividades da disciplina e a entender como esses recursos podem impactar sua vida pro�ssional e cotidiana. Análise SWOT Introdução A análise SWOT ( Strengths , Weaknesses , Opportunities e Threats ) trata dos pontos fortes e fracos, das oportunidades e das ameaças nas empresas. Neste capítulo, você aprenderá o que é e como fazer uma análise SWOT e conhecerá sua importância no planejamento estratégico das organizações. Você também conhecerá uma breve descrição do que é planejamento estratégico e como uma análise SWOT pode ser útil para a tomada de decisões de gestores de empresas, seja de pequeno ou grande porte. O que vem a ser a Análise SWOT? Nos dias de hoje, é imprescindível para a gestão saudável de uma organização ou empresa a avaliação de seu desempenho e comportamento diante do mercado competitivo, cada vez mais digital e dinâmico. Saber utilizar de técnicas e ferramentas que norteiam esse processo avaliativo é fundamental e de extrema importância para o sucesso organizacional. Dessa forma, tomar ciência das características internas e externas do sistema de uma empresa torna- se algo primordial para a tomada de decisões de gestores, seja de pequenas e microempresas ou, até mesmo, em grandes corporações. A análise SWOT é uma dessas técnicas que proporcionam ao gestor ou ao microempresário fazer uma avaliação da empresa e tomar conhecimento de sua posição perante seus concorrentes, conhecer e estudar seu comportamento, além de servir de base para orientar os gestores na de�nição de objetivos futuros. Você também pode fazer uma análise SWOT! Segundo Fagundes (2010), o modelo da “Matriz SWOT” teve sua origem na década de 1960, nas escolas de administração, que começaram a discutir sobre a compatibilização entre as “Forças”e as “Fraquezas” de uma organização, a sua condição distinta de competitividade no mercado, as “Oportunidades” e as “Ameaças”. SWOT é o acrônimo de Strengths , Weaknesses , Opportunities e Threats : “S” ( Strengths ) “W” ( Weaknesses ) “O” ( Opportunities ) “T” ( Threats ) Análise SWOT: De�nições Oliveira (2007, p. 37) de�ne a análise SWOT da seguinte forma: 1. Ponto forte é a diferenciação conseguida pela empresa – variável controlável – que lhe proporciona uma vantagem operacional no ambiente empresarial (onde estão os assuntos não controláveis pela empresa). 2. Ponto fraco é a situação inadequada da empresa – variável controlável – que lhe proporciona uma desvantagem operacional no ambiente empresarial. 3. Oportunidade é a força ambiental incontrolável pela empresa, que pode favorecer sua ação estratégica, desde que conhecida e aproveitada, satisfatoriamente, enquanto perdura. 4. Ameaça é a força ambiental incontrolável pela empresa, que cria obstáculos à sua ação estratégica, mas que poderá ou não ser evitada, desde que reconhecida em tempo hábil. Ainda, segundo o autor: [...] A elaboração inclui a identi�cação das oportunidades e ameaças no ambiente da empresa e a adoção de estimativas de risco para as alternativas estabelecidas. Antes de escolher entre essas alternativas, o executivo deve identi�car e avaliar os pontos fortes e os pontos fracos da empresa e sua capacidade real e potencial de tirar vantagens das oportunidades percebidas no ambiente, bem como de enfrentar as ameaças. O executivo deve considerar, também, a explicitação dos objetivos e das metas a serem alcançados pela empresa, incluindo as maneiras de desenvolver as estratégias e ações necessárias à concretização do processo, respeitando determinadas políticas ou orientações de atuação (OLIVEIRA, 2007, p. 39). De acordo com Andion e Fava (2002, p. 33), “através da análise dos pontos fortes e fracos, os gestores e suas equipes poderão determinar com mais clareza as prioridades em termos de ameaças e oportunidades existentes no ambiente externo”. Para Luecke (2010, p. 23), é essencial que a empresa considere os fatores externos e internos a seu ambiente, porque “eles esclarecem o mundo em que opera a empresa ou unidade, permitindo planejar melhor o futuro desejado”. No entanto, Ulrich et al . (2006, p. 212) criticam as contribuições dessa estratégia quando a�rmam que: A análise SWOT é uma das técnicas mais utilizadas em investigação social, quer na elaboração de diagnósticos, quer em análise organizacional ou elaboração de planos. No entanto, a sua utilização nem sempre se traduz em contributos efetivos para os processos, sendo que, muitas vezes, ela surge mais como um ritual ou uma tentativa desprovida de conteúdo real, de sermos mais cientí�cos ou técnicos nos processos de planejamento e/ou avaliação. Na realidade, devido a sua aparente simplicidade, esta técnica emergiu como uma das preferidas por técnicos de todas as áreas. Ao fazer uso da análise SWOT, os gestores devem ter em mente e de forma bem de�nida cada um dos aspectos que a compõem. Força e Utilidade da Análise SWOT A análise SWOT é importante e pode ser uma estratégia de grande potencial para a direção da empresa, pois possibilita o controle do ambiente interno no que se refere aos pontos fortes e fracos: quando se localiza um ponto forte, este pode ser incentivado até atingir seu ápice e, caso um ponto fraco seja encontrado, a empresa pode interagir e minimizar seus efeitos. Em contrapartida, a empresa não possui o controle do ambiente externo, mas, com a análise SWOT, é possível estar sempre avaliando e monitorando com uma frequência elevada as ameaças e as oportunidades de fora do ambiente empresarial, criando estratégias para minimizar seu impacto nos negócios. Evitar as ameaças externas nem sempre é possível, no entanto, pode-se fazer um planejamento de contingência para enfrentá-las, reduzindo seus efeitos. Dessa forma, a análise SWOT é muito útil, sobretudo em momentos de desaceleração econômica e de fraca �delização dos clientes. Utilizar-se dessa estratégia nesses momentos gera força e benefícios na gestão e de�nição dos objetivos estratégicos para a instituição. O Planejamento Estratégico Como vimos anteriormente, a análise SWOT é uma das estratégias utilizadas para a gestão e o planejamento das empresas, sejam elas de pequeno ou grande porte. Dentro do planejamento estratégico, a análise de cenários é de suma importância para a vida de uma organização, tornando a análise SWOT uma das técnicas mais utilizadas nesse meio. Mas o que vem a ser o planejamento estratégico? Nas organizações, o planejamento estratégico tem a função de descrever as condições internas de resposta ao ambiente externo e a forma de alterá-las visando ao fortalecimento da organização. Segundo Fischmann e Almeida (2009, p. 27), “Planejamento Estratégico é uma técnica administrativa que, através da análise do ambiente de uma organização, cria a consistência das suas oportunidades e ameaças”. Dessa forma, espera-se que, no processo de planejamento estratégico, sejam utilizados, de forma e�ciente, os recursos disponíveis para a consecução de objetivos previamente �xados, segundo uma estratégia predeterminada, visando a um processo viável de ser posto em prática, de forma coerente e sustentável, utilizando-se de técnicas e instrumentos que se adaptem ao cotidiano das empresas e às suas necessidades empresariais. Para Andion e Fava (2002, p. 27), o planejamento estratégico é: [...] um importante instrumento de gestão para as organizações na atualidade. Constitui uma das mais importantes funções administrativas e é através dele que o gestor e sua equipe estabelecem os parâmetros que vão direcionar a organização da empresa, a condução da liderança, assim como o controle das atividades. O objetivo do planejamento é fornecer aos gestores e suas equipes uma ferramenta que os municie de informações para a tomada de decisão, ajudando-os a atuar de forma proativa, antecipando-se às mudanças que ocorrem no mercado em que atuam. Você pode veri�car que uma empresa munida de planejamento estratégico tem condições de acrescentar à sua gestão as informações internas e externas para que tanto os gestores quanto os colaboradores possam se orientar diante do mercado de trabalho, fazendo com que tomem atitudes proativas perante seus concorrentes. Nessa visão, a análise SWOT se torna uma ferramenta de extrema utilidade para esse planejamento, pois analisa seus pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças, fornecendo à empresa a visão de sua verdadeira situação no mercado e orientando-a para tomar medidas que consigam estancar as fraquezas e maximizar as forças, visando superar as ameaças e aproveitar as oportunidades. Desa�o Contexto Em uma empresa X, os principais gestores decidiram partilhar com os gerentes de suas equipes de trabalho o planejamento do projeto estratégico para o próximo semestre. A ideia surgiu em função dos baixos resultados alcançados no último semestre, o que atingiu os recursos �nanceiros da empresa. Competia aos gestores, então, elaborar e de�nir diferentes estratégias a serem utilizadas nos diferentes setores da empresa, bem como analisar os pontos internos e externos conforme a percepção dos trabalhadores e clientes. Situação-Problema Aos gestores cabia o desa�o de gerar a consistência das oportunidades externas e ameaças internas da empresa, a �m de estabelecer a melhor direção a ser seguida, atuando de forma inovadora e diferenciada para atingir os seus objetivos: atuar de forma proativa, antecipando- se às mudanças que ocorrem no mercado, aumentando, assim, sua produtividade. Tomada de Decisão Você faz parte da equipe que irá colaborar no planejamento desse projeto estratégico. Lembrando o que havia estudado sobre a análise SWOT e como essa estratégia poderia auxiliar nesse processo, sugeriu à equipe que iniciasse o trabalho fazendo uma análise da condição atual da empresa. Assim, cabe avocê ensinar à equipe a fazer essa análise. Para isso, imagine como é a empresa – de negócios, serviços ou de produção –, o contexto em que ela está inserida e sua atual posição no mercado. Depois, aplique a análise SWOT, preenchendo o quadro a seguir: INTERNOS Pontos fortes (S) 1… 2… 3... Pontos fracos (W) 1… 2… 3... EXTERNOS Oportunidades (O) 1… 2… 3... Ameaças (T) 1… 2… 3... Quadro 1 - Análise SWOT Fonte: Elaborado pela autora. Síntese Neste capítulo, você conheceu a análise SWOT ( Strengths , Weaknesses , Opportunities e Threats ), que trata dos pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças nas empresas. Por meio deste estudo, você teve a oportunidade de: aprender o processo para fazer uma análise SWOT; reconhecer sua importância no planejamento estratégico das organizações; identi�car sua utilidade para auxiliar os gestores a tomarem decisões mais coerentes; resolver uma situação-problema, por meio de um desa�o. Nos próximos capítulos, apresentaremos outras duas estratégias utilizadas nas organizações para potencializar o planejamento estratégico, otimizando os resultados desejáveis e a melhoria dos processos de produção. Pirâmide de Maslow Introdução Neste capítulo, você conhecerá a pirâmide de Maslow, também conhecida como teoria das necessidades de Maslow. De acordo com essa teoria, o ser humano sempre busca satisfazer as suas necessidades, tanto as pessoais quanto as pro�ssionais. Aqui, também será abordado o conceito de marketing e motivação e as suas relações com o mundo corporativo. Nas próximas páginas, você conhecerá a hierarquia dessas necessidades e a sua importância para a vida pessoal e pro�ssional. A Teoria das Necessidades de Maslow Você já parou para pensar desde quando a busca por estratégias para conquistar o mercado consumidor é feita pelas empresas? E o conceito de marketing é algo novo, surgido há menos de 30 anos? Para introduzirmos o conceito da pirâmide de Maslow , ou teoria das necessidades de Maslow , começaremos re�etindo sobre essas duas perguntas. Desde a década de 1950, com o avanço industrial e com o início das revoluções tecnológicas, as organizações passaram a apresentar um diferencial que até então era pouco notado nas empresas: a busca por estratégias que potencializassem a conquista dos clientes. Isso se deu pela diversidade de produtos e serviços que passaram a ser oferecidos e que modi�caram o papel do consumidor para um sujeito mais livre para a escolha dentro dessa diversidade. Desde então, as empresas buscam formas de apresentar as qualidades e os benefícios de seus produtos por meio de técnicas de pesquisa e comunicação, sendo o marketing uma delas. Segundo Dionísio e Rodrigues (2018, p. 58), marketing é o “Conjunto de métodos e de meios de que uma organização dispõe para promover nos públicos pelos quais se interessa os comportamentos favoráveis à realização dos seus próprios objetivos”. Etimologicamente, marketing resulta da união de market (mercado) e ing (su�xo em inglês que designa ação). De forma traduzida, marketing é a ação para o mercado. O conceito de marketing data de muito antes deste século. Há quem diga que, a partir do século 15, com a invenção da imprensa por Johann Gutenberg, que revolucionou a comunicação humana pela possibilidade de partilhar o acesso à informação a muitos, surgiram os primeiros anúncios impressos, que eram a forma mais elaborada do conceito de marketing , naquela época. A partir dos anos 1940, o marketing ganhou força nas organizações, e a motivação , que move o consumidor, sujeito importante para o comércio, passou a ser matéria de preocupação. Desde então, essa preocupação é crescente, o que pode ser veri�cado pelo aumento da literatura e pesquisas a respeito do comportamento do consumidor (BOHRER, 1981). Foi nessa mesma época que Abraham Maslow, psicólogo norte-americano, anunciou a “Teoria das Necessidades de Maslow”. Segundo Bohrer (1981, on-line ), [...] dentro do estudo da motivação, a teoria da Escala Hierárquica das Necessidades Humanas Básicas de Maslow (1970) é uma das teorias mais conhecidas e difundidas. No estudo do comportamento do consumidor, ela é apresentada como um processo racional, segundo o qual a motivação ascende através de vários níveis de necessidades. Estes níveis devem ser preenchidos, e, assim que algum deles estiver satisfeito em grau razoável, grau este variável de indivíduo para indivíduo, o esforço de motivação deste se colocará na busca de satisfação do nível imediatamente superior. A Pirâmide de Maslow A pirâmide de Maslow trata-se de uma teoria muito interessante que explica as necessidades humanas. Se você está envolvido no mundo da psicologia ou da administração, certamente já ouviu falar da pirâmide de Maslow, mas ela também é frequentemente aplicada no marketing . Trata-se de um esquema que apresenta cinco níveis de necessidades humanas, dispostas hierarquicamente. Essa teoria é usada, frequentemente, para identi�car e compreender as motivações e os desejos dos indivíduos. Figura 8 - Hierarquia de necessidades Maslow Fonte: plateresca / 123RF. A seguir, vamos explorar cada uma das necessidades apontadas na Figura 8. 1. Fisiológicas: incluem fome, sede, abrigo, sexo e outras necessidades corporais. 2. Segurança: inclui segurança e proteção contra danos físicos e emocionais. 3. Sociais: incluem afeição, aceitação, amizade e sensação de pertencer a um grupo. 4. Estima: inclui fatores internos de estima, como respeito próprio, realização de sonhos/projetos e autonomia; e fatores externos de estima, como status , reconhecimento pessoal e atenção. 5. Autorrealização: a intenção de tornar-se tudo aquilo que a pessoa é capaz de ser; inclui crescimento, autodesenvolvimento e alcance do próprio potencial. Você pode observar que a base da pirâmide compreende as necessidades de nível baixo (necessidades �siológicas e de segurança) e que, no topo, temos as necessidades de nível alto (necessidades sociais, de estima e de autorrealização). À medida que um nível de necessidade é atendido, o próximo torna-se dominante (BOHRER, 1981). De acordo com Robbins (2002), a pirâmide de Maslow pode ser categorizada em dois níveis que se diferem pela natureza dos fatores de satisfação: intrínsecos e extrínsecos. Figura 9 - Níveis de acordo com a natureza dos fatores de satisfação Fonte: Elaborada pela autora. Seu objetivo é determinar o conjunto de condições necessárias para que um indivíduo alcance a satisfação, seja ela pessoal ou pro�ssional. De acordo Maslow (1943), os seres humanos vivem em busca da satisfação de determinadas necessidades. Para o psicólogo, a perspectiva de satisfação dessas necessidades é o que gera a força motivadora nos indivíduos. E como que a pirâmide de Maslow se encaixa nessa equação? Em muitas concepções teóricas, a motivação é de�nida como a associação da vontade com ações ou comportamentos, com o objetivo de saciar uma necessidade. E a pirâmide de Maslow pode auxiliar nesse processo. Apesar de a teoria apresentar regras rígidas quanto à hierarquização dos níveis, hoje, a pirâmide é vista como uma estrutura bem mais �exível. É possível que determinados fatores em um dos níveis não sejam tão relevantes para a motivação, sendo provável que alguém esteja ativamente em busca de realizar suas necessidades em diferentes níveis. Segundo Maslow (1943), a busca pela satisfação das necessidades é intrínseca a todos os seres humanos. É essa busca que gera a motivação interna nos indivíduos e os impulsiona a satisfazer suas necessidades. A motivação é vista, de acordo com muitas concepções teóricas, como a associação da vontade com ações comportamentais, a �m de saciar uma necessidade. Dentro dessa concepção, a pirâmide de Maslow pode auxiliar nesse processo. A Pirâmide de Maslow em Projetos de Vida A capacidade de ter projetos é uma ação puramente humana. Segundo Machado (2006, p. 7), projeto é “uma ação a ser realizada pelo sujeito que a projeta, individual oucoletivamente”. Assim, todos nós temos nossos projetos de vida que são alimentados por uma força intrínseca e própria de cada um: a motivação. Como vimos anteriormente, a motivação é uma força interior que se modi�ca conforme nossas necessidades, desejos, expectativas e projetos pessoais ou pro�ssionais. Ainda de acordo com Machado (2006, p. 8), “O modo de ser do humano é o permanente pretender ser. Quem não pretende coisa alguma, que não tem qualquer meta a ser atingida, verdadeiramente não é”. Dessa forma, é importante entender o que você está buscando e quais são suas metas, para manter sempre ativa a sua motivação. A pirâmide de Maslow pode ajudar você a mapear seus objetivos e entender melhor que necessidades está tentando satisfazer com eles. Pirâmide de Maslow Aplicada à Pro�ssão O ambiente corporativo adaptou a pirâmide de Maslow com o objetivo de exempli�car como as necessidades humanas podem ser entendidas dentro de um ambiente pro�ssional. Seguindo a teoria de Maslow, a satisfação dessas necessidades resulta em colaboradores mais motivados e felizes com o emprego. Estar atento a fatores como esses pode ajudar uma empresa no planejamento de seu projeto estratégico. Vejamos, a seguir, a pirâmide de Maslow adaptada para o ambiente pro�ssional. 1. Necessidades �siológicas: são satisfeitas com instalações que ofereçam conforto adequado. Pode-se incluir nesta o descanso semanal e as pausas para as refeições. 2. Necessidades de segurança: garantia de estabilidade, nível de remuneração, ambiente de trabalho seguro e livre de acidentes. A instabilidade desta necessidade irá re�etir na intensidade do medo e da ansiedade do pro�ssional. 3. Necessidades sociais: possibilidade de construir relações saudáveis com os outros colaboradores e com a liderança. Sentir-se acolhido pelas pessoas da empresa serve de base para que o indivíduo mantenha seu equilíbrio emocional. 4. Estima: ser reconhecido pelo seu desempenho, pelos resultados de seu trabalho. Isso pode ocorrer por meio de aumentos, promoções ou prêmios. 5. Autorrealização: é o nível mais alto da pirâmide, que inclui a vontade de possuir autonomia em suas decisões, podendo exercer todo o potencial que a pessoa possui; utilizar suas habilidades criativas e de resolução de problemas. Desa�o Você viu que a motivação é um fator intrínseco, próprio de cada ser humano, e, dessa forma, difere de uma pessoa para outra. Manter a motivação ativa nos impulsiona a desbravar novos caminhos, desenvolver novos projetos, en�m, a viver. Esse desa�o o convida a completar a sua pirâmide de Maslow, mapeando os seus objetivos e as necessidades para atingir o topo de sua satisfação. Figura 10 - Pirâmide Fonte: Elaborada pela autora. Síntese Neste estudo, discutimos a teoria que fundamenta a pirâmide de Maslow. Além disso, você teve a oportunidade de: conhecer os níveis das necessidades humanas, segundo Maslow; entender a importância da satisfação de suas necessidades pessoais e pro�ssionais; re�etir sobre o conceito de marketing e a sua relação com o mundo corporativo; compreender o que é motivação e qual é sua função em projetos pessoais e pro�ssionais. As Cinco Forças de Porter Introdução Nos capítulos anteriores, você conheceu as características da abordagem do Design Thinking , da análise SWOT e da pirâmide de Maslow. Neste último capítulo, você conhecerá mais uma estratégia muito conhecida e aplicada no mundo corporativo: as cinco forças de Porter . Além disso, ao �nal deste estudo, você poderá re�etir sobre as aplicações de todas essas estratégias como abordagem de inovação, estratégia de solução de problemas e metodologias de aprendizagem. Estratégia Competitiva Ao pensarmos na área econômica nesta atual sociedade digital, muitas vezes, limitamo-nos às perspectivas das tecnologias que fazem parte do dia a dia das organizações. Mas isso não basta. Esse atual ambiente é complexo, e as organizações são impactadas com as mudanças que ocorrem de forma célere e, muitas vezes, imprevisível. Essas constantes mudanças elevam a diversidade de fatores internos e externos que interferem no desempenho das organizações, criando necessidades permanentes de transformações que exigem das empresas estratégias para se adaptarem ao mercado em busca do sucesso (OBADIA; VIDAL; MELO, 2007). Ter uma visão limitada de todos os fatores que fazem parte do dia a dia das organizações, por vezes, faz com que esqueçamos que há conceitos estratégicos importantes que têm sido aplicados no planejamento empresarial há décadas e que, ainda nos dias de hoje, abrem amplas perspectivas para a análise do meio em que se está inserido. Três delas nós já estudamos nos capítulos anteriores deste livro, que são: o Design Thinking ; a análise SWOT; a pirâmide de Maslow. No entanto, qual é a importância desses conceitos para as estratégias do mundo corporativo e como eles se aplicam? Para responder a essa pergunta, ampliaremos nosso conhecimento estudando, neste capítulo, mais uma abordagem, considerada uma das estratégias mais importantes no mundo administrativo: as cinco forças de Porter . Para Porter (2004), as estratégias formuladas pelas empresas sofrem grande in�uência do meio industrial, o qual, muitas vezes, é o detentor dos recursos materiais necessários às empresas. Dessa forma, indústria e empresa sofrem in�uências externas que devem ser consideradas pelas organizações durante o planejamento de estratégias competitivas. A Análise Estratégica de Porter Apesar de sofrerem in�uências externas e internas, a maioria das empresas não se preocupa com a questão estratégica, percebendo o problema somente quando essas pressões impactam os resultados previstos e desejados. Para amenizar esses impactos, torna-se primordial planejar, ação que tem como ponto de partida o diagnóstico da situação em que se encontra a organização. Como já estudamos no capítulo 2, o diagnóstico estratégico deve apresentar algumas características básicas, tais como: considerar o ambiente da organização e as variáveis pertinentes; identi�car suas ameaças, a �m de evitá-las, e as oportunidades, a �m de usufruí- las; conhecer seus pontos fortes e fracos, e agir de forma integrada, contínua e sistêmica (OLIVEIRA, 2007). Com o propósito de avaliar o grau de atratividade de uma indústria e de�nir uma estratégia empresarial, Michael Porter, professor da Harvard Business School, desenvolveu uma análise estratégica baseada nas necessidades que a análise SWOT possuía. A ferramenta de Porter estuda as forças que in�uenciam a capacidade de uma empresa em atender seus clientes e obter lucro. Tendo como funcionalidade ser os pilares de uma empresa, as cinco forças de Porter têm o objetivo de tornar visível à organização a necessidade de reavaliar seu posicionamento estratégico sempre que um dos pilares sofrer modi�cações. O modelo é composto por cinco temáticas que avaliam o poder do negócio junto aos clientes e fornecedores e a rivalidade concorrencial do mercado. As Cinco Forças de Porter Vamos conhecer mais a fundo cada uma dessas forças: Figura 11 - As cinco forças de Porter Fonte: Elaborada pela autora. Força 1: ameaça de produtos substitutos Um produto substituto é aquele que pode ser utilizado no lugar de um produto já existente. Como exemplo, podemos citar os smartphones , que podem ser utilizados para executar muitas tarefas que até 15 anos atrás seriam feitas somente pelos computadores. Força 2: ameaça de entrada de novos concorrentes Trata-se da visão da empresa para a(s) possibilidade(s) de novos produtos surgirem no mercado e tornarem-se concorrentes aos seus produtos. Essa análise de mercado envolve o crescimento do segmento de produção no mercado, a lucratividade do setor, o crescimento econômico e a qualidade do produto frente aos concorrentes. Força 3: poder de negociação dos clientes Diz respeito à capacidade de negociação de pagamentos por parte dos clientes. Segmentos que contam com um número maior de fornecedoresdo que de clientes tornam o poder de negociação dos clientes alto; o mesmo ocorre em situação contrária: segmentos com muitos clientes e poucos fornecedores diminuem o poder de negociação dos clientes. Força 4: poder de negociação dos fornecedores Semelhantemente ao poder de negociação dos clientes, os fornecedores também in�uenciam na tomada de decisões das empresas, quanto ao preço, ao prazo e à qualidade dos produtos. Em um contexto em que a empresa tenha poucos fornecedores, ela corre o risco de �car submetida aos preços e aos prazos dos fornecedores, representando uma ameaça signi�cativa para a empresa. Força 5: rivalidade entre os concorrentes Signi�ca o nível de competição que existe entre os concorrentes do mercado. Contextos em que há muita concorrência signi�cam ameaças ao respectivo setor, que, para aumentar seu poder de competição com o mercado, precisam baixar suas margens de lucro, investir no aumento da carteira de clientes, cortar gastos e tornar seu produto mais atraente. Tudo isso demanda investimento em uma situação, muitas vezes, de baixa lucratividade. Conclusão Finalizamos os estudos de conteúdos metodológicos que irão ajudá-lo(a) no desenvolvimento das atividades da disciplina Projeto de Experiência. Neste capítulo, você teve a oportunidade de: entender as cinco forças de Porter como uma ferramenta estratégica de análise ambiental; conhecer as cinco forças e identi�car a característica de cada uma delas frente a uma análise estratégica; compreender como a estratégia das cinco forças de Porter contribui para desenvolver uma estratégia competitiva para uma organização. A partir dos conhecimentos adquiridos, acreditamos que você esteja apto(a) para adotar o Design Thinking , a análise SWOT, a pirâmide de Maslow e as cinco forças de Porter, tanto para o sucesso acadêmico e pro�ssional como para sua realização pessoal. Referências Bibliográ�cas ANDION, M. C.; FAVA, R. Planejamento estratégico . Curitiba: Associação Franciscana de Ensino Bom Jesus, 2002. BOHRER, R. S. Motivação: abordagem crítica da teoria de Maslow pela propaganda. Rev. Adm. Empres ., São Paulo, v. 21, n. 4, out./dez. 1981. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0034-75901981000400004&lng=pt&tlng=pt . Acesso em: 20 mar. 2020. BOOTCAMP Bootleg. D.School . Palo Alto: Hasso Plattner Institute of Design at Stanford, 2011. Disponível em: https://dschool.stanford.edu/resources/the-bootcamp-bootleg . Acesso em: 20 mar. 2020. BROWN, T. Design Thinking : uma metodologia poderosa para decretar o �m das velhas ideias. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. BUCHANAN, R. 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