Buscar

Resumo Baumol 1990

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

IMPACTOS 1 Baumol 1990 citado por mais de 3000 artigos
Artigo: Entrepreneurship: Productive, Unproductive and Destructive
	Quando se analisa crescimento econômico, muitos estudiosos tendem a responsabilizar o empreendedorismo por sua aceleração ou desaceleração, ou seja, quando existe crescimento econômico é porque provavelmente houve expansão de atividades empreendedoras e vice-versa. O artigo pretende expor outros papéis do empreendedorismo, sendo eles o improdutivo e até mesmo destrutivo dentro de uma sociedade. 
	Nesse contexto, a hipótese que norteia a pesquisa é a de que as regras do jogo referentes ao contexto no qual os empreendedores estão inseridos determinam os efeitos do empreendedorismo na economia, ao definirem a alocação dos recursos e não as características e objetivos dos empreendedores. Para isso, são analisados vários períodos históricos para demonstrar empiricamente que a forma como os recursos empreendedores são alocados determinam a prosperidade e crescimento da economia.
O espírito empreendedor diminui por razões inexplicáveis e não há uma orientação sobre como despertar esse espírito, desta forma, os formuladores de políticas públicas não têm meios para saber como promover o empreendedorismo. É necessária uma adaptação às regras do jogo para induzir uma melhor alocação de recursos empresariais e nesse sentido, os formuladores de políticas públicas podem atuar de forma mais eficaz, uma vez que as regras vigentes que afetam a repartição de atividade empreendedora podem ser observadas, descritas,
e, com sorte, modificadas e melhoradas como será ilustrado aqui.
REFERENCIAL TEÓRICO
	Neste tópico o autor irá apresentar uma discussão sobre algumas questões atuais envolvendo alocação de empreendedorismo entre atividade produtivas e improdutivas. Por fim, analisarão brevemente os meios que podem ser utilizados para alterar as regras do jogo, e fazê-lo de uma forma que estimule a contribuição produtiva do empresário.
O caráter histórico das evidências
Maior compreensão e extensão da teoria do empreendedorismo em geral. Não é para uma melhor análise dos eventos históricos citados.
O modelo Schumpeteriano estendido
Este artigo baseia-se no modelo teórico que abrange efetivamente o papel do empresário e que realmente funciona, uma vez que constitui base para um grande número de inferências substantivas.
Análise schumpeteriana, cujo principal defeito, para os nossos propósitos, é a escassez de conhecimentos sobre a política que emergem a partir dele. Será aqui sugerido que apenas um pequeno prolongamento do referido modelo para abranger a alocação de empreendedorismo é necessário para melhorar seu poder substancialmente nesse sentido.
Segundo Shumpeter, as inovações assumem várias formas, não são meras melhorias em tecnologia:
Introduz um novo bem ou uma nova qualidade, no qual os consumidores ainda não estão familiarizados;
Introduz um novo método de produção, que não precisa ser fundado em uma descoberta cientificamente nova, também pode existir como uma nova forma de manipular um produto que já está sendo comercializado
Abertura de um novo mercado
Conquista de uma nova fonte de matéria-prima
Nova organização de qualquer indústria, como por exemplo a criação de uma posição de monopólio ou uma quebra de monopólio.
Porém, a lista de Shumpeter não fornece base para uma conclusão profunda, razão pela qual esta linha não é perseguida pelos seus sucessores. Para que hajam resultados mais substantivos, a partir da análise da alocação de recursos empresariais, é preciso expandir a lista de Shumpeter, uma vez que a lista é limitada.
Por exemplo, não abrange atos inovadores de transferência de tecnologia para aproveitar oportunidades para transferir tecnologias já disponíveis (com algumas modificações adaptativas) para localidades geográficas cuja idoneidade para tal finalidade não tinha sido utilizada.
Empreendedorismo, para o autor, é uma atividade relacionada à inovação. Para ele, os empreendedores buscam a inovação para alcançar o seu fim maior: lucro. O modelo de Schumpeter admite que a inovação abrange uma série de atividades que vão além da simples inovação tecnológica: (1) introdução de um novo produto ou serviço no mercado; (2) introdução de um novo método de produção; (3) abertura ou criação de um novo mercado; (4) descoberta de uma nova matéria-prima; (5) novo posicionamento de mercado, com a criação de monopólios, por exemplo.
	Robinson (1933) comparou a alocação de recursos a um quebra-cabeça, no qual cada peça tem o seu local exato para pertencer, de acordo com as circunstâncias. Caso as regras e leis impeçam os rendimentos aferidos de uma atividade A, por exemplo, é de se esperar que os empreendedores canalizem seus esforços para uma atividade alternativa B. Caso as regras passem a favorecer B, provavelmente as pessoas não irão simplesmente transferir seus esforços de uma atividade para a outra, pois as competências não são as mesmas. Pode ocorrer que alguns indivíduos adaptados apenas à atividade A saiam do mercado e outros que ainda não eram empreendedores se tornem por ter aptidão específica para a atividade B.
O EMPREENDEDORISMO PRODUTIVO E IMPRODUTIVO
Voltemo-nos agora para a hipótese central deste trabalho: a de que o exercício do empreendedorismo às vezes pode ser improdutivo ou até mesmo destrutivo, e que se ele toma uma dessas direções ou um que é mais benigna depende fortemente da estrutura de pagamentos da economia nas regras do jogo.
Proposição 1: As regras do jogo determinam a relação de recompensa nas diferentes atividades empresariais, que mudam drasticamente em função do tempo e lugar. Isto sugere a proposição 2
Proposição 2: O comportamento empreendedor muda de direção de uma economia para outra, de acordo com que essa economia corresponda às variações da regra no jogo.
	
	Para evidenciar o sugerido em sua hipótese, o artigo começa demonstrando as atividades empreendedores na Roma antiga. Nesse contexto, as atividades comerciais, apesar de gerar lucros, não eram geradoras de prestígio, que existia para aqueles que eram donos de terras ou parte da nobreza e clero. As atividades comerciais eram praticadas pelos escravos libertos, na esperança de auferir lucros e comprar terras para então passar a ter prestígio. Na China Medieval, era comum que a monarquia se apossasse de terras e propriedades particulares, principalmente quando o soberano estava passando por dificuldades financeiras. Devido a isso, as pessoas evitavam investir seus recursos em propriedades e bens visíveis, o que acabou retraindo o desenvolvimento econômico. Além disso, a ascensão social era alcançada através de um teste que elevava as pessoas a cargos do Governo, garantindo sua riqueza. 
	Já na Idade Média, os meios violentos e militares, devido à quantidade de guerras do período, garantiam a geração de lucro. A fortuna das famílias era deixada para o filho mais velho, e os mais novos que não quisessem ser membros do clero, viam no militarismo a melhor forma de ascensão social e ganho de riquezas. Nesse contexto, a inovação tinha como finalidade melhorar o aparato de guerra e gerar mais conquistas, podendo ser consideradas destrutivas. No final desse período algumas atividades começaram a ganhar importância, como arquitetos e engenheiros que desfrutavam de muitos benefícios construindo palácios e catedrais para os seus reis. Os monges também se figuravam como importantes empreendedores ao acumular terras e recursos, pois tinham condições especiais como o não pagamento de dízimo e impostos. O empreendedorismo passou a ser realmente improdutivo com a busca maior por renda e o início das atividades de litígio e processos legais, gerando uma competição desleal entre empreendedores. Todos esses exemplos históricos demonstram que o empreendedorismo pode ser produtivo, improdutivo ou destrutivo para a economia, dependendo de como os recursos são alocados.
IV. Será que a Repartição entre Produtivo e Empreendedorismo improdutivo Importa muito?
Na Roma antiga, as regrasnão favoreceram o empreendedorismo produtivo. Muitas coisas inovadoras eram utilizadas em processos não tão importantes, como a máquina a vapor que era utilizada para abrir e fechar templos. Os romanos também tinham os moinhos de água e os barcos a vela, mas não faziam uso da tecnologia. Por que os proprietários da Idade Média eram mais empreendedores do que os latifundiários do Império Romano? Explica-se pelas regras do jogo do mundo antigo, que incentivava a riqueza mas desencorajava a busca do empreendedorismo.
Na China as regras do jogo não favoreceram o empreendedorismo produtivo, apesar das grandes invenções, não havia espaço para empresas individuais, liberdade individual, segurança para iniciativa privada, nenhuma garantia contra a intervenção do Estado, fonte de renda alternativa que não fosse ser proprietário de terras...
CONCLUSÃO
O artigo fez uma expansão ao modelo de Shumpeter e demonstrou observações substanciais. Cada uma das hipóteses discutidas mostrou algumas implicações políticas. As regras do jogo especificam a relação de recompensa para diferentes atividades empresariais e têm papel fundamental para determinar se o empreendedorismo será alocado de forma produtiva ou improdutiva e também afetará o crescimento da produtividade da economia.
A legislação vigente e os procedimentos legais de uma economia são determinantes principais para a rentabilidade das atividades. O autor cita que a economia japonesa é vantajosa por ter poucos advogados e poucas ações judiciais. Concluindo, não tem que esperar a mudança cultural da sociedade, como no exemplo dos japoneses, pode ser possível alterar as regras do jogo, de forma a compensar influências institucionais desejáveis.
	O artigo traz uma importante contribuição ao demonstrar atividades empreendedoras desde o início da história, indicando que o assunto não é recente, e sempre existiu. Possibilita uma nova forma de enxergar o empreendedorismo ao fazê-lo. Além disso, demonstra que o empreendedorismo nem sempre é benéfico e pode ser inclusive improdutivo ou destrutivo para a economia, como no caso de crime organizado, por exemplo. Esse pode ser um tema de estudos futuros na pesquisa sobre empreendedorismo e seus impactos.
	O autor trata como as regras podem ser alteradas de maneira breve e sucinta, sendo que talvez essa pudesse ser a maior contribuição do artigo: uma vez identificado que as regras e leis influenciam o empreendedorismo e sua consequente contribuição para a economia, como fazer para criar as leis e regras corretas para os resultados específicos almejados. Isso foi tratado de forma superficial, fazendo com que os leitores se questionem do porque estudar essa pesquisa se ela não os ajuda a encontrar resultados práticos. Além disso, o texto não faz uma definição clara de empreendedorismo e nem sua distinção de inovação, sendo que muitas vezes os dois conceitos se confundem ao longo do texto. Essa definição seria interessante para comprovar melhor ao leitor que as atividades históricas retratadas eram realmente empreendedorismo. 
Trabalhos relacionados:
Cruz e Cardoso (2012) O empreendedorismo e o ambiente jurídico e institucional
Uma linha de pesquisa, iniciada com Baumol (1990), realçou que nem sempre o empreendedorismo é produtivo mas, antes pelo contrário, é frequente a existência de empreendedorismo improdutivo e, até, de empreendedorismo destrutivo. Por isso, é defensável que as sociedades concentrem os seus esforços e recursos na criação das «regras de jogo» adequadas a potenciar nos empreendedores comportamentos produtivos. 
O estudo começa por definir o conceito de empreendedorismo. Depois, apresentam-se as suas diversas formas e alguns resultados sobre a «hipótese de Baumol»
Baumol (1990) entende que a lista de Schumpeter está incompleta, pois não contempla inovações em procedimentos puramente redistributivos (improdutivos) de rent seeking1. Segundo o autor, a definição de empreendedorismo também deveria ser estendida a atividades destrutivas (crime económico e financeiro e crime organizado), pois resulta de ações inovadoras de aproveitamento de oportunidades ilícitas, sendo as técnicas usadas escondidas sob a aparência de legalidade, dado o seu caráter engenhoso e de grande complexidade. Tal empreendedorismo será destrutivo, no sentido em que causa malefícios na sociedade. Note-se que todos os tipos de empreendedorismo exigem a conjugação de uma oportunidade com a assunção de riscos, tendo em conta uma visão dos empreendedores (a mais consensual) como pessoas
Com base numa linha de investigação, iniciada em Baumol (1990), descreveram-se sumariamente vários estudos que comprovam que nem todo o empreendedorismo é produtivo. No empreendedorismo improdutivo destacam-se as atividades de rent-seeking, a especulação financeira e o crime económico e financeiro, nas suas diversas formas. A literatura sobre este tópico revela a existência de contraprova de que os indivíduos afetam o seu talento empreendedor às atividades que lhes conferem os maiores ganhos, independentemente da sua natureza, produtiva ou improdutiva. Daí emana diretamente a conclusão de que a premissa i) não deve ser acolhida sem aprofundamento adicional.
Seguidamente, analisaram-se vários estudos que procuraram aferir a influência dos fatores individuais (genéticos e psicológicos) sobre a tendência para os indivíduos se tornarem empreendedores. Os resultados desta área de pesquisa, embora ainda necessitados de maturação, indicam que há uma relação significativa. Isso leva à conclusão de que as caraterísticas individuais introduzem «ruído» na relação entre o «input» –ensino do empreendedorismo – e o «output» – criação de novos empreendedores. Daí se infere que a premissa ii) não deve ser acolhida sem aprofundamento crítico. Juntando a conclusão anterior, de que nem todo o empreendedorismo é produtivo, conclui-se pela oportunidade da proposta de Baumol (1990) de se atuar sobre aqualidade da oferta de empreendedores.
Nesse desiderato as «regras do jogo» são importantes, uma vez que influenciam a decisão de afetação do talento empreendedor. A mudança no ambiente jurídico e institucional é desejável, do ponto de vista social, quando proporciona um aumento do empreendedorismo produtivo (ou uma diminuição do empreendedorismo improdutivo). Porém, a mudança não é isenta de custos, os quais são também relevantes na obtenção de um equilíbrio eficiente. Atingi-lo é, em si, um desafio empreendedor à sociedade.
Weitzel et al. (2010) estudaram, de forma experimental, a hipótese de os empreendedores serem egoístas na procura do lucro, procurando perceber se, para obterem maiores ganhos, estariam dispostos a causar perdas de bem-estar aos demais indivíduos. Encontraram contraprova empírica da existência de preferências egoístas e da disposição para aceitarem «destruir» o bem-estar dos outros, corroborando a hipótese de Baumol (1990).
Sanders e Weitzel (2010) formularam um modelo que pretendeu analisar a afetação do talento empreendedor entre atividades produtivas e destrutivas. O comportamento do empreendedor foi modelado como procurando maximizar a retribuição, tendo em conta as alternativas disponíveis. Os autores demonstraram a existência de dois equilíbrios estáveis: i) as instituições são determinantes nas retribuições de ambos os tipos de empreendedorismo e influenciam muito a afetação de recursos empreendedores (como tinha previsto Baumol, 1990); ii) a distribuição inicial de riqueza e de talento empreendedor tem um papel decisivo na decisão de afetação. Este estudo corrobora Baumol (1990) no reposicionamento da atenção na reformulação das «regras do jogo», ou seja, das instituições formais e informais.
	
 Sobel (2008)
Este trabalho constrói um índice de estado e classificação de "produtividade empresarial líquido", em que o espírito empresarial produtivo
é medido em relação ao empreendedorismo político e jurídico improdutivo. A relação entre tendo
boas instituições e o índice de produtividade empresarial líquido entre os estados éaltamente significativo. O índice de net
produtividade empresarial também ajuda a explicar as diferenças nos níveis de prosperidade econômica entre os estados.
Este trabalho não só fornece a primeira evidência empírica em apoio à contribuição teórica de Baumol, mas também
examina os efeitos do empreendedorismo improdutivo sobre a prosperidade econômica do estado. O artigo conclui com um conjunto de
reformas políticas recomendadas que ajudariam a melhorar a qualidade das instituições e criar níveis mais elevados de produtividade
empreendedorismo setor privado.
As implicações políticas da teoria de Baumol são claras; ao invés de focar na expansão de programas governamentais como
empréstimos bonificados, a educação da força de trabalho, ou programas que visam aumentar 'inputs empreendedores ", como forma de promover
empreendedorismo, o melhor caminho é através de uma reforma institucional que constrange ou minimiza o papel do governo,
diminuindo o retorno ao empreendedorismo improdutivo. Os programas de governo com muita freqüência incentivar empresarial
indivíduos a dedicar esforços para descobrir como obter as transferências, em vez de consagrar esses esforços no sentido
satisfazendo os consumidores e criação de riqueza.
a real contribuição da teoria de Baumol, retornando ao quadro
apresentada na Fig. 1 que descreve todo o processo empreendedor, é que ele desloca a atenção para a reforma institucional,
e constrangido governo, como a maneira de promover o empreendedorismo. Este é um pouco grande mudança no pensamento dado
a sabedoria convencional na década de 1990 defendeu a promoção do empreendedorismo através decretando adicional
programas de educação do governo ou subsídios e intervenções nos mercados de capital de risco. Dada a incapacidade de
estes tipos de programas de governo, na prática, e a busca cada vez continuada para novas maneiras de promover
o empreendedorismo, a teoria de Baumol e as suas implicações políticas poderiam formar a base da política de desenvolvimento econômico do século 21

Outros materiais